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Resumo
Introdução
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Memoria da América Latina. Disponível em: http://www.memorial.org.br/conheca/. Último acesso
29/01/2016.
Salão de Atos: Destinados a solenidades e recepções oficias do Governo do
Estado de São Paulo. Conta com painéis dos artistas Candido Portinari, Poty e
Caribé.
Pavilhão da Criatividade Darcy Ribeiro: Dá destaque a uma exposição
permanente de arte popular latino-americana que reúne, em especial, trabalhos
dos países com forte influência das civilizações pré-colombianas: Bolívia,
México, Guatemala, Peru e Equador.
Praça Cívica: Amplo espaço livre destinado à reunião de multidões. Conta com
um dos principais símbolos do Memorial, a escultura A Grande Mão, de Oscar
Niemeyer.
Anexo dos Congressistas: Espaço reservado a atividades acadêmicas,
diplomáticas, encontros intelectuais, pequenas exposições e comemorações de
datas nacionais, atualmente é a sede da Secretaria Estadual de Direitos
Humanos.
Galeria Marta Traba de Arte Latino-Americana: Espaço que prioriza a arte
latino-americana. Conta com estrutura para realização de exposições,
premiações, leilões e coquetéis dos vernissages, no projeto inicial esse espaço
era destinado a um restaurante circular.
Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL): destinado a
desenvolver estudos latino-americanos sob uma perspectiva interdisciplinar,
coordenado pela Universidade de São Paulo, pela Universidade Estadual de
Campinas e pela Universidade Estadual Paulista.
Edifício da Administração: Sede da Fundação Memorial da América Latina e do
Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL).
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Doutrina encabeçada pelos Estados Unidos entre os séculos XIX e XX que defende a aliança política de
todos os países do continente americano.
com uma visão da América Espanhola/América Latina em grande medida negativa.
Com outra perspectiva, Manoel Bomfim (1868-1932) representa um importantíssimo
expoente entre os pensadores que manifestaram seu engajamento intelectual pela causa
latino-americana atribuindo os problemas da América Latina ao “parasitismo social”,
construído sistematicamente pelo tipo de colonização imposta pelas metrópoles sobre os
organismos que eram as colônias. Já Gilberto Freyre (1900-1987) demonstrava uma
clara disposição em defender, idilicamente, a América Ibérica e mestiça diante de um
mundo de intolerância e guerra. Sergio Buarque de Holanda (1902-1982) demonstrou
um grande interesse pela literatura dos países vizinhos e pela comparação da história
dos países hispano-americanos com a nossa. Fernando Henrique Cardoso, ao viver o
exílio político no Chile incluiu o Brasil no pensamento social latino-americano ao
publicar Dependência e Desenvolvimento na América Latina (1970), primeiramente em
espanhol.
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RIBEIRO, Darcy. Memorial da América Latina. 1989.
Estreitar as relações culturais, políticas, econômicas e sociais do Brasil e de São Paulo
com a América Latina;
Constituir-se como um instrumento concreto de colaboração científica e tecnológica,
cultural e educativa;
Coordenar iniciativas internacionais de alcance continental, que encarnem os interesses
dos povos latino-americanos;
Aprofundar a convivência e a amizade dos povos da América Latina, dando aos
brasileiros e aos paulistanos um papel ativo na promoção da solidariedade latino-
americana;
Operar como núcleo de criação e intensificação de uma consciência crítica latino-
americana, marcada por sua lucidez, frente a realidade presente e altamente motivada
para superação do atraso e da dependência;
Fomentar todas as formas de expressão da identidade latino-americana e de incentivo à
criatividade cultural;
Organizar e manter um centro de informações básicas, que retrate a realidade latina
americana, em todos os aspectos, através de uma biblioteca especializada e de um banco
de dados;
Difundir o conhecimento objetivo da história dos povos latino-americanos, acentuando
o orgulho de nossa identidade, como um dos principais blocos mundiais e como matriz
de uma futura civilização, generosa e solidária;
Incentivar a cooperação entre as instituições científicas, artísticas educacionais de São
Paulo e suas congêneres da América Latina.
Acervo e ação educativa se mostram fundamentais aos museus, ainda que sejam
possíveis outros formatos. O museu se refere também à cultura material. No universo
dos museus o acervo é sim importante, sendo fundamental para o entendimento da
apropriação social de segmentos da natureza física – e ainda mais, de apreender a
dimensão material da vida social (MENESES, 1994, p. 30). Porém, é preciso entender
que toda operação com documentos é de natureza retórica, são narrativas sendo
construídas. Nesse sentido, o Memorial não é diferente. O museu precisa ter como meta
a “alfabetização museológica”. Tornar os usuários capazes de dominar a convenção e
viabilizar a fruição autônoma (MENESES, 1994, p.33). Sendo assim, como pensar uma
fruição autônoma para do Memorial da América Latina?
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LE CORBUSIER. “O Coração como ponto de reunião das artes.” ROGERS, E. N., SERT, J. L.,
TYRWHITT, J. El Corazón de La Ciudad: por uma vida más humana de la comunidad. Barcelona:
Hoelpi, 1955, p. 41.
Uma vez que “o fazer museológico é compreendido como um processo
caracterizado pela aplicação das ações de pesquisa, preservação e comunicação”
(SANTOS, 2008, p. 134). O refazer do museu está no entendimento de que este é “uma
instituição histórico-socialmente condicionada, não pode ser considerado um produto
pronto, acabado; ele é fruto das ações dos sujeitos que o estão construindo e
reconstruindo a cada dia” (SANTOS, 2008, p. 140).
Seja qual for a instituição cultural o trabalho de se repensar será uma constante.
Certamente que número de frequentadores, ou popularidade, constitui indicadores
importantes do “fazer-se” da instituição. Atualmente, a identidade visual do Memorial
traz a frase de sustentação “Memorial – Espaço de Cultura e Lazer” abdicando do
conceito que o motivou: “América Latina”. O abandono e a negação de seus objetivos
iniciais podem até facilitar o trabalho, mas trazem consigo o risco do esvaziamento e a
ameaça de criar um espaço cultural sem forma e consequentemente, de reduzido
potencial educativo. Trabalhar com a ideia de “América Latina” apresenta uma enorme
gama de impasses, a dificuldade existe, mas é no “refazer-se” que está sua riqueza.
Referências Bibliográficas
FERES JR., João. A história do conceito de “Latin America” nos Estados Unidos.
Bauru: Edusc, 2004.
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“Conversações” in ROGERS, E. N., SERT, J. L., TYRWHITT. 1955, p. 37.
FREIRE, Cristina (Org.). Terra incógnita: conceitualismo da América Latina no
acervo do MAC USP. São Paulo: MAC USP, 2015. 3 v., pag. 19-62
OITICICA FILHO, César (Org.). Encontros: Mário Pedrosa. Rio de Janeiro: Beco do
Azougue, 2013. 192 p.
RIBEIRO, Darcy. A América Latina Existe? Rio de Janeiro: Editora UnB, 2010.
UGARTE, Manuel. La patria grande. Buenos Aires: Capital Intelectual, 2010. p.192.