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21/03/2018 RESPONSABILIDADE CIVIL RESUMO !!!

4th May 2015 RESPONSABILIDADE CIVIL RESUMO !!!

Da Responsabilidade Civil
[https://www.blogger.com/null] [https://www.blogger.com/null] CAPÍTULO I
Da Obrigação de Indenizar
[https://www.blogger.com/null] Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art186] ), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
[https://www.blogger.com/null] Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as
pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá
lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
[https://www.blogger.com/null] Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do
inciso II do art. 188 [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art188] , não forem
culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
[https://www.blogger.com/null] Art. 930. No caso do inciso II do art. 188
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art188] , se o perigo ocorrer por culpa de
terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver
ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se
causou o dano (art. 188, inciso I [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art188]
).
[https://www.blogger.com/null] Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os
empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos
danos causados pelos produtos postos em circulação.
[https://www.blogger.com/null] Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas
condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia.
[https://www.blogger.com/null] Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo
antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados
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pelos terceiros ali referidos.


[https://www.blogger.com/null] Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode
reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
[https://www.blogger.com/null] Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não
se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor,
quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
[https://www.blogger.com/null] Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por
este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
[https://www.blogger.com/null] Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos
que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse
manifesta.
[https://www.blogger.com/null] Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo
dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
[https://www.blogger.com/null] Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a
dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava
para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as
custas em dobro.
[https://www.blogger.com/null] Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em
parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a
pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o
equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
[https://www.blogger.com/null] Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art939] não se aplicarão quando o autor
desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por
algum prejuízo que prove ter sofrido.
[https://www.blogger.com/null] Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do
direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de
um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as
pessoas designadas no art. 932 [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art932] .
[https://www.blogger.com/null] Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la
transmitem-se com a herança.
[https://www.blogger.com/null] [https://www.blogger.com/null] CAPÍTULO II
Da Indenização
[https://www.blogger.com/null] Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o
dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
[https://www.blogger.com/null] Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano.
[https://www.blogger.com/null] Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou
no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor

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das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.


[https://www.blogger.com/null] Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie
ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.
[https://www.blogger.com/null] Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem
excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da
família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em
conta a duração provável da vida da vítima.
[https://www.blogger.com/null] Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor
indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da
convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
[https://www.blogger.com/null] Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não
possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a
indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da
convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se
inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja
arbitrada e paga de uma só vez.
[https://www.blogger.com/null] Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art948] aplica-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência,
imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão,
ou inabilitá-lo para o trabalho.
[https://www.blogger.com/null] Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da
restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o
devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu
equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa,
estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se
avantaje àquele.
[https://www.blogger.com/null] Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia
consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar,
equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.
[https://www.blogger.com/null] Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá
no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar
prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I - o cárcere privado;
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III - a prisão ilegal.

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Fundamento legal: O fundamento legal da responsabilidade civil extracontratual está nos


artigos 927 em diante do Código Civil.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

OBS: Para a matéria de responsabilidade civil, é importante frisar que o foco do estudo será
a responsabilidade civil extracontratual, uma vez que a responsabilidade contratual (assim
como requisitos, consequências, etc.) já foi estudada no Direito Civil IV (Direito Contratual).

4. Responsabilidade subjetiva e objetiva: Outra forma de classificar a responsabilidade civil é


através da culpa. Assim, conforme esse requisito, a responsabilidade pode ser objetiva ou
subjetiva.

4.1. Responsabilidade civil subjetiva: existe a necessidade da culpa da pessoa, que atingiu o
resultado por ter agido com negligência, imperícia ou imprudência.

4.1.2. Pressupostos da responsabilidade civil subjetiva: os pressupostos que caracterizam a


responsabilidade civil subjetiva são a conduta humana antijurídica, a culpa lato sensu, o
nexo causal e o dano.

4.1.3. Conduta humana antijurídica: É necessário ser uma conduta humana podendo ser
uma conduta positiva (ação) ou uma conduta negativa (omissão). A conduta deve ser
antijurídica, o que significa dizer que ela deve contrariar um dever jurídico, ocasionando
ofensa ao princípio neminem leadere, ou seja, a ninguém é dado o direito de lesar a outrem.

Culpa lato sensu: A culpa não é definida e nem conceituada na legislação pátria. A regra
geral do Código Civil Brasileiro para caracterizar o ato ilícito, contida no artigo 186,
estabelece que este somente se materializará se o comportamento for culposo. Neste artigo
está presente a culpa lato sensu, que abrande tanto a dolo quanto a culpa stricto sensu.

Culpa stricto sensu: decorre da inobservância de um dever de cuidado. Nessa hipótese, não
há a intenção de provocar o dano. O que o agente quer é a conduta e não o resultado
alcançado. Os elementos causadores da culpa stricto sensu são:
- Negligência: falta de cuidado necessário.
- Imperícia: ausência de habilidade técnica daquele que pratica o ato, mas que, em tese,
deveria ter.
- Imprudência: o agente assume um risco desnecessário.

Dolo: por dolo entende-se, em síntese, a conduta intencional, na qual o agente atua
conscientemente de forma que deseja que ocorra o resultado antijurídico ou assume o risco
de produzi-lo.

OBS 01: para o Direito Civil, não existe a nítida separação entre o dolo e a culpa stricto
sensu. Os dois são espécies de culpa lato sensu.
OBS 02: não importa se o agente agiu com dolo ou culpa, o resultado será o mesmo: ele
deve reparar ou indenizar o dano.

4.1.4. Nexo Causal: para que haja responsabilização pela prática do ato ilícito, é
necessária uma violação de um dever de conduta e mais, que ocorra uma relação de causa
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e efeito entre a violação do dever jurídico e o dano. Este é o nexo causal: a relação entre a
conduta do agente e o dano.

4.1.5. Teorias explicativas do nexo causal:


Teoria da equivalência das condições ou condição sine qua non: essa teoria diz que toda
e qualquer circunstância envolvida no desenrolar dos fatos é considerada causa. Essa teoria
é muito criticada pela doutrina, pois, ela se traduz naquilo que se chama regressus ad
infinitum, isto é, regressarmos em todas as causas que deram origem ao evento danoso,
caminhando em direção ao infinito, o que é, obviamente, um absurdo.

Teoria da causalidade adequada: a causa responsável pelo evento danoso será aquela
que melhor se adequar ao resultado. O que significa dizer que a pessoa só será obrigada a
indenizar se o dano ocorrer adequadamente de sua conduta.

OBS 01: a causa é o antecedente não só necessário, mas também adequando à produção
do resultado.
OBS 02: se várias condições concorrerem para determinado resultado, nem todas serão
consideradas como causa, mas somente aquela que for a mais adequada para a produção
do evento.
Culpa concorrente: é preciso questionar a causa adequada que ensejou o resultado para
que haja a correta responsabilização. Nessa seara, o artigo 954 do Código Civil diz que “se a
vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada
tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano”.
Teoria dos danos diretos e imediatos: para esta teoria, só serão indenizados os danos
decorrentes da conduta do agente, não cabendo indenização pelos danos remotos oriundos
de outras causas, as chamadas concausas.

4.1.5.1. Excludentes do nexo causal: existe quatro excludentes o nexo causal: caso fortuito e
a força maior; o caso fortuito interno e externo; fato ou culpa exclusiva da vítima; fato de
terceiro ou culpa exclusiva de terceiro.
Caso fortuito ou força maior: entende-se como caso fortuito os eventos inevitáveis e
imprevisíveis que levam ao fato. Já força maior são eventos inevitáveis, mas previsíveis.
Essas excludentes devem ser levadas em conta quando o dano ocorre por obra de pessoas
comuns, nas relações entre particulares.
Artigo 393, § único: O caso fortuito ou de força maior verifica‑se no fato necessário, cujos
efeitos não era possível evitar ou impedir.
Deve-se atentar para o fato de que o Código Civil não faz distinção de caso fortuito e de
força maior. Para esse dispositivo, os dois são a mesma coisa.
Caso fortuito interno e externo: as hipóteses de caso fortuito interno e externo servem
para excluir o nexo causal nas relações empresariais.
Caso fortuito interno: o fato imprevisível está conexo com a organização e a atuação da
empresa. Exemplo: um motorista de ônibus que, durante o trabalho, passa mal e bate com o
veiculo em um outro que estava estacionado.

OBS: é importante para aferir a responsabilização do transportador, pois se for provado que
o caso fortuito é interno, ele não será usado como excludente do nexo causal.
Caso fortuito externo: há a imprevisibilidade do fato. Neste caso, não há ligação com a
organização ou com a atuação da empresa. O caso fortuito externo está mais relacionado
com os fenômenos da natureza. Exemplo: um raio cai em uma árvore e essa cai em cima de
um ônibus, causando ferimentos nos passageiros.

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Fato ou culpa exclusiva da vítima: está hipótese não está prevista no Código Civil.
Entretanto, é pacifico na doutrina e na jurisprudência que, quando a vitima é responsável
exclusivamente pelo evento danoso, haverá excludente do agente, pelo rompimento do nexo
causal e não apenas pela exclusão da culpa. Exemplo: um motorista que trafega dentro do
limite de velocidade, dentro de sua faixa correspondente da via, com a devida atenção e
atropela uma pessoa que entra de repente na frente do seu veiculo, pois estava
atravessando debaixo da passarela e sem a menor atenção.

OBS: para haver a excludente, é necessário que a culpa seja somente da vitima, pois, se
houver culpa concorrente, não estará presente a excludente de responsabilidade. Neste
caso, o que ocorrerá é a redução da indenização, com base no artigo 945 do CC/02.
Fato de terceiro ou culpa exclusiva de terceiro: o fato ou culpa exclusiva de terceiro
exclui o nexo causal, uma vez que o agente aparente foi apenas o instrumento para a
ocorrência do dano. Exemplo: André estava dirigindo e leva uma fechada de Márcio. Ao
tentar desviar-se, André bate em outro carro, que estava estacionado na rua. Nesse caso,
André não pode ser responsabilizado, pois só colidiu com o veiculo que estava estacionado
porque se desviou do carro de Márcio.

OBS: a dificuldade deste tipo de excludente de nexo causal encontra-se na sua


operacionalização nos tribunais, considerando a dificuldade de se provar a culpa exclusiva
de terceiro. Por tudo isso, esta modalidade só é admitida excepcionalmente.

5. Dano: é a lesão sofrida pelo bem jurídico. Se esse bem jurídico for um bem patrimonial,
estaremos diante de um dano material. Por sua vez, se tratar de um bem moral, estamos
diante de um dano moral (que engloba o dano físico, o dano psicológico e o dano moral
propriamente dito). Quando se tratar de um dano de aparência física, teremos o dano
estético, embora muitos doutrinadores coloquem esse dano junto com o dano moral.
OBS 01: todas as espécies de dano moral dizem respeito aos direitos da personalidade.
OBS 02: o autor da demanda é que deverá provar o dano (artigo 333, I, CPC).

5.1. Espécies de dano: A seguir, temos o estudo das espécies de dano, quais sejam, o dano
material e o dano moral.

5.2. Dano material ou patrimonial: como o próprio nome diz, é o dano causado ao patrimônio
da vitima. O patrimônio é o conjunto de relações jurídicas de uma pessoa, apreciáveis em
dinheiro. Ou seja, patrimônio não são somente os bens móveis e imóveis, mas tudo que
pertence a uma pessoa e que pode ser transformado em dinheiro. O dano material pode ser
analisado em dois enfoques: danos emergentes e lucros cessantes.
Danos emergentes: ou dano positivo, compreende a idéia de perda patrimonial sofrida
imediatamente. É aquilo que a vitima perde imediatamente. Exemplo: um carro que bate em
um muro.
Lucros cessantes: ou dano negativo, configura-se pelo patrimônio que poderia ter sido
adquirido pela vitima, e não o foi em razão da eclosão do evento danoso. É aquilo que a
vitima deixou de ganhar. Exemplo: taxista, que além de ter o dano emergente, também
deixará de faturar com seu trabalho, vez que o carro estará parado para os consertos
necessários.
OBS: a soma do dano emergente mais os lucros cessantes é conhecido como perdas e
danos. Conforme redação do artigo 402 do Código Civil “salvo as exceções expressamente
previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”.

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5.3. Dano moral: é a ofensa à um dos direitos de personalidade, elencados no Código Civil,
nos artigos 13 a 21 (sendo que os artigos 13 a 15 referem-se a proteção física, os artigos 16
a 19 são relativos a proteção ao nome e os artigos 20 e 21 são referente à proteção a
honra). Pode se manifestar ou abrange os aspectos físicos, psíquicos e morais propriamente
ditos.
OBS 01: apesar da expressão “dano moral” sugerir a ofensa apenas a bens jurídicos
imateriais, deve-se destacar que os direitos da personalidade também abrangem os
aspectos físicos do ser humano (artigos 13 a 15 do CC/02).
Comentário 01: inicialmente, negava-se a reparação ao dano moral, por entender que o
bem jurídico lesionado era inestimável.
Comentário 02: o ressarcimento do dano não pretende alcançar a sua restituição total,
mas tão somente uma satisfação, com a qual se procura recompensar o sofrimento ou a
humilhação decorrente do dano.
OBS 02: a indenização do dano moral é independente do dano material, isto é, o valor
arbitrado como equivalente ao dano material não abrange a compensação pretendida pelo
dano moral.

Súmula 37, STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos
do mesmo fato.
Artigo 948, CC: É cabível indenização por dano moral nos crimes de homicídio.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a
duração provável da vida da vítima.

5.4. Classificação a cerca do dano moral


5.4.1. Quanto à estrutura
a) Dano moral próprio: Relacionado ao sofrimento intimo, ou subjetivo.
b) Dano moral impróprio: Relacionado a lesão contra os direitos da personalidade.

5.4.2. Quanto à necessidade de produção de prova


a) Dano moral presumido ou objetivo: configura-se independentemente sem a produção de
prova, mas admite prova em contrario. Súmula 385 STJ.
b) Dano moral provado ou subjetivo: Necessita da produção de prova, pois não se presume.
OBS: A despeito da utilização do dano moral provado como regra do nosso sistema a
jurisprudência tem firmado o entendimento no sentido de cada vez mais não se exigir prova
do dano moral tendo como base o principio da dignidade da pessoa humana, art. 1, inciso 3
da CF.

5.4.3. Quanto a pessoa lesada:


a) Dano moral direto: Tem por alvo a própria pessoa
b) Dano moral indireto, reflexo ou por ricochete: Trata-se do dano que tem por alvo
determinada pessoa, porém de maneira reflexa atinge também outra. Ex. morte ou incapaz

5.4.4. Análise sobre o dano reflexo ou por ricochete:

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Ricochetear representa a colisão de algo em algum corpo de tal modo a precipitar e atingir
outro corpo. Não há dúvida de que o dano moral poderá se da por via indireta reflexa ou por
ricochete, entretanto o mesmo não pode ser dito quanto ao dano material, pois em tese é
possível visualizar o nexo, mas na prática a sua comprovação é quase impossível.

6. Dano estético
É aquele cujo bem jurídico afetado é o conjunto de qualidades externas de uma pessoa, ou
seja, é o seu aspecto físico.
Súmula 387 STF

7. Questões controvertidas sobre a reparação do dano moral.


7.1. As funções do dano moral

7.1.1. Natureza jurídica da reparação do dano moral: Não há unanimidade da natureza


jurídica quanto a reparação do dano moral, existindo na doutrina 3 correntes:

a) Caráter compensatório: A reparação apresenta cunho estritamente ligado a amenizar o


sofrimento e a angustia da vitima.
b) Caráter punitivo: A reparação teria como objetivo exclusivo a punição do agente causador
do dano, desestimulando a prática de novos danos por partes de outros agentes.
c) Caráter compensatório e punitivo: A reparação moral tem função primordial de compensar
os danos sofridos pela vítima e função secundária ou acessória de punir o autor do dano.

7.1.2. Critérios para fixação do dano moral


OBS: indenizar: tornar integro.
Reparação: compensar.
Existem dois sistemas
1) Sistema aberto: Sem um valor preestabelecido.
2) Sistema fechado: É quando existe um valor pré-estabelecido de tarifas para o pagamento
do dano moral (tabelamento)

QUESTIONARIO DE REVISÃO
1 - O que é responsabilidade subjetiva e quais os seus requisitos essenciais?
Responsabilidade Subjetiva é aquela em que se demonstra a culpa do agente, seus
principais requisitos são:
Culpa latu Sensu: culpa e o dolo.
Culpa Strito Senso: Imprudência, Imperícia, negligência.
Conduta humana antijurídica.
Nexo Causal.
Todos estes requisitos resultam no Dano propriamente dito.

2 - O que é responsabilidade objetiva pelo risco da atividade?

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Responsabilidade objetiva é aquela onde é preciso da existência do dano, mas não é


necessária a comprovação da culpa.
Existem duas teorias sobre este tema:
Teorias do Risco integral: Não é necessário culpa nem o nexo, apenas o dano.
Teoria do Risco criado ou da atividade: (art. 927, par. Único), fundamenta a obrigação de
reparar o dano, com o fato de que a atividade desenvolvida normalmente pelo ofensor seja
geradora de risco.

3 - Quais são as teorias explicativas do nexo causal?


Nexo Causal é a relação entre a conduta humana antijurídica e o dano
Teoria da equivalência das condições ou sinequanom: Toda circunstância que causaram
o dano devem ser analisadas.
Teoria da causalidade adequada: somente as condutas relevantes pra o evento danoso,
podem acarretar o dever de indenizar.
Teoria dos danos diretos e imediatos: Somente do dano que efetivamente foi causado
pela conduta do agente ofensor.

4 - Sobre as excludentes do nexo de causalidade, explique o que é culpa exclusiva da


vítima?
Não gera responsabilidade para quem causou o dano, pois a culpa do incidente é exclusiva
da vítima, ou seja, o evento danoso ocorreu por exclusividade nos atos praticados pela
vítima.
5 - Quais as espécies existentes de dano?
Dano material: Dano emergente (o que efetivamente se perdeu), lucros cessantes (O que
foi deixado de ganhar).
Dano moral: O dano que ofende o direito da personalidade. Próprio (a própria vitima requer
o direito), Impróprio (quando um terceiro requer o direito)
Dano estético: Ofensa a integridade física da pessoa humana.

6 - Como o dano material pode se manifestar?


O dano material se manifesta a partir da lesão ao bem jurídico patrimonial.
7 - O que é dano moral impróprio?
É o dano relacionado à lesão contra os direitos da personalidade.
8 - O dano estético sempre foi reconhecido pelo nosso ordenamento jurídico?
Não, antes o dano moral contemplava o dano estético.
9 - Quais as espécies de responsabilidade civil existente?
Contratual: Violação de uma relação jurídica preexistente
Extracontratual: Surge a responsabilidade quando ocorre o fato danoso

10 - A culpa e o dolo tem diferença no âmbito da responsabilidade civil?


Não, pois ambas causam dano, devendo reparar o dano independente da culpa ou do dolo.
OS ELEMENTOS ESSENCIAIS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
O que, por inspiração alemã, chama-se de responsabilidade civil no Brasil corresponde, na
teoria jurídica nacional, à disciplina da obrigação de indenizar, ou obrigação de reparar o
dano.
Em sede de obrigação, sabe-se que dois aspectos fundamentais da personalidade estão em
jogo: a liberdade e a vontade. “A obrigação é limitação à liberdade; é direito contra uma
pessoa”, já advertira Clóvis Beviláqua (1956, p. 6). Ora, se o campo é o da limitação da
liberdade, há de ser também o campo do exercício da vontade, sem o que haverá largas
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para o arbítrio. O devedor deve necessariamente contrair a obrigação no exercício de


vontade hígida e livre.
Há, porém, uma hipótese em que o devedor não contrai a obrigação, ou seja, não tem sua
liberdade limitada no exercício de sua vontade, senão, na verdade, ao revés dela. Trata-se
do agente do ato causador de dano, que, em razão do prejuízo causado, contrai por força de
lei a obrigação de o reparar.
Ora, se o caso é de imposição legal de obrigação, ou seja, de constrangimento à liberdade,
de comprometimento patrimonial, independentemente da vontade do sujeito e até
contrariamente a ela, há de se delinear com clareza cristalina o percurso da incidência da
norma, o que se deve fazer por meio da análise dos elementos que ensejam
responsabilidade civil – em outras palavras, que geram obrigação de indenizar.
O ATO
Agora, veja. Seria possível conceber que o primeiro elemento a se investigar não fosse uma
conduta, comissiva ou omissiva, do sujeito a quem se pretende impor a obrigação de
reparação civil? Ou o caso seria o de escolher aleatoriamente alguém que pudesse arcar
com o valor da indenização e buscá-la dele?
Nenhum exame atento e científico da configuração da responsabilidade civil pode prescindir
da análise do ato do sujeito a quem se pretende imputar a obrigação de indenizar. Se o ato é
lícito ou ilícito, culposo ou não, se consiste em uma ação ou omissão, nada disso interessa
no primeiro momento, na primeira análise, porque se não houver conduta não se pode por
óbvio examiná-la nem qualificá-la.
Não obstante, percebe-se uma incidência enorme de um entendimento torto, para dizer o
mínimo, no sentido de que configuram a responsabilidade civil a culpa, o dano e o nexo de
causalidade. A culpa nada mais é do que um caractere qualificador do ato, um atributo da
conduta que representa violação de dever. Em se tratando de ato ilícito culposo, a hipótese –
se for o caso – será de responsabilidade civil subjetiva ou responsabilidade delitual. No
entanto, o que propulsiona o motor da responsabilidade civil não é a culpa tão somente,
mas, antes, o ato do sujeito, sem o qual sequer se pode pensar na culpa.
E, em razão dessa falha técnica, quando se chega à responsabilidade objetiva, a qual
dispensa a análise da culpa, acaba-se tendo a impressão de que basta analisar o dano e o
nexo causal (entre o dano e o quê, por favor?).
Há casos bastante preocupantes acerca do ato, ou melhor, da falta de ato praticado pelo
sujeito a quem se impõe o dever de indenizar.
Um deles é o da suposta responsabilidade objetiva da concessionária de manutenção de
rodovia pela presença de animais na pista. Veja-se, por todos, o seguinte julgado do
Superior Tribunal de Justiça:
“CIVIL E PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. ACIDENTE. RODOVIA. ANIMAIS NA
PISTA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO.
SEGURANÇA. VEÍCULOS. DEVER DE CUIDAR E ZELAR. DENUNCIAÇÃO À LIDE.
INCABIMENTO. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO.
I. Cabe às concessionárias de rodovia zelar pela segurança das pistas, respondendo
civilmente, de consequência, por acidentes causados aos usuários em razão da presença de
animais na pista.

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II. Denunciação à lide corretamente negada, por importar em abertura de contencioso


paralelo, estranho à relação jurídica entre o usuário e a concessionária.
III. Recurso especial não conhecido.”(STJ. REsp 573260/RS. 4ª Turma, relator: Min. Aldir
Passarinho Junior, data do julgamento: 27/10/2009.)
A conduta geradora de responsabilidade civil seria, então, a omissão da concessionária na
remoção do animal da pista da rodovia. Ocorre que, se a rodovia corre às margens de áreas
rurais e de matas, campos, etc., seria realmente sensato esperar-se da concessionária que
pudesse vigiar 24h os quilômetros e mais quilômetros de pista para impedir a presença de
animais? Veja-se que, aqui, qualificativo “objetiva” dessa modalidade de responsabilidade
civil não é interpretado como dispensa da prova da culpa do agente, mas, na verdade, como
dispensa da prova do próprio ato, configurando-se a obrigação de indenizar tão somente em
razão do dano sofrido. Que perigo.
O DANO
Verificada a ocorrência do ato praticado pelo sujeito, passa-se, então, à verificação da
ocorrência de um dano sofrido pelo outro sujeito, aquele que pretende ser indenizado.
Não faz sentido nenhum, constitui heresia mesmo, pensar em responsabilidade civil sem
levar em conta que se trata de obrigação de indenizar, ou seja, de reparar o dano, de
restituir o estado anterior ao prejuízo. Logo, como se pode – como se tem visto, para grande
espanto! – pretender indenizar o dano que não ocorreu, reparar o prejuízo que não foi
causado nem sofrido, restituir o estado anterior que era o mesmo que o atual!
O perigo é grande e afeta a todos. Veja-se a redação da súmula nº 370 do Superior Tribunal
de Justiça: “caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado”. Que
estranho. É a própria norma – no caso, de natureza jurisprudencial – a qual impõe o dano
(?!).
Na verdade, o conteúdo do preceito não está bem expresso. A ideia deveria ser a de que
caracteriza ato ilícito a apresentação antecipada de cheque pré-datado, o que poderá
ensejar responsabilidade civil delitual desde que tal ato cause ao sacado um dano.
No entanto, o STJ tem julgado casos por aplicação da súmula nº 370 considerando que a
apresentação antecipada de cheque pré-datado dispensa prova do dano, e que “gera o
dever de indenizar por dano moral” (AgRg nos EDcl no AREsp 17440/SC, AgRg no REsp
1222180/AL, AgRg no Ag 1135190/RS).
Mas, se há obrigação “de indenizar” independentemente de dano, o caso então não é de
responsabilidade civil, e sim de punição civil. A condenação a pagamento de quantia em
dinheiro supostamente a título de reparação do prejuízo sofrido na hipótese de não ter
havido prejuízo só pode ter a natureza de sanção civil a quem praticou um ilícito civil. E, ao
que parece, talvez seja essa mesmo a filosofia da súmula. Considerando que a emissão de
cheques com data futura consiste em costume profundamente arraigado na sociedade
brasileira, a ideia parece ser a de punir aquele que viola o costume e trai a confiança de
quem, de boa-fé, negociou com ele. Ocorre que esse entendimento não encontra amparo no
ordenamento jurídico brasileiro.
O uso adequado da súmula nº 370 aparece, no entanto, em diversos julgados. A título de
ilustração, seguem dois do TJMG:
“APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C REPARAÇÃO POR PERDAS

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E DANOS MORAIS E MATERIAIS. CHEQUE PRÉ-DATADO. APRESENTAÇÃO


ANTECIPADA. INDENIZAÇÃO DEVIDA. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
- A apresentação antecipada do cheque pré-datado configura descumprimento de contrato e
configura o dever de indenizar quando, por tal motivo, causa prejuízo ao emitente.
- A fixação do valor devido a título de indenização por danos morais deve se dar com
prudente arbítrio, para que não haja enriquecimento à custa do empobrecimento alheio, mas
também para que o valor não seja irrisório.”(TJMG. Apelação Cível nº 1.0145.09.568125-
3/002, 9ª Câmara Cível, relator: Des. Pedro Bernardes, data do julgamento: 26/6/2012.
Grifos nossos.)
“AÇÃO MONITÓRIA - CHEQUE PRÉ-DATADO - APRESENTAÇÃO ANTECIPADA -
INCLUSÕES ANTERIORES DO NOME DO APELANTE EM ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO - DANOS MORAIS - NÃO CONFIGURAÇÃO.
I – ‘Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado’ (Súmula 370,
STJ).
II - No caso dos autos, uma vez que o apelante possui inúmeras negativações de seu nome
junto aos órgãos de proteção ao crédito, muitas delas anteriores à devolução do cheque
objeto deste procedimento, não há que se falar com configuração de danos morais,
aplicando-se analogicamente a Súmula 385 do STJ: ‘Da anotação irregular em cadastro de
proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima
inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento’.”
(TJMG. Apelação Cível nº 1.0145.09.531547-2/001, 18ª Câmara Cível, relator: Des. Mota e
Silva, data do julgamento: 07/8/2012. Grifos nossos.)
O NEXO DE CAUSALIDADE
Por fim, não se pode obrigar um sujeito a indenizar o outro se não se concluir que foi o ato
praticado por ele que causou o dano ao outro sujeito. Esse elemento, que tão
pomposamente se denomina entre nós nexo de causalidade, é também frequentemente
negligenciado. A ansiedade típica do brasileiro, bem como seu impulso humanitário, os
quais, no caso da responsabilidade civil, levam-no a logo querer identificar o sujeito a quem
caberá reparar o dano, levam-no também à conclusão de que, constatada a prática do ato e
a ocorrência do dano, resta demonstrado o nexo de causalidade.
Não é assim, e é claro que não pode ser assim.
Recentemente o TJRS reformou uma sentença para condenar um fabricante de cigarros a
indenizar a família de um fumante que morreu de adenocarcinoma de esôfago:
“APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. ÓBITO DO DE CUJUS PELO CONSUMO DE CIGARROS. APLICAÇÃO DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PROPAGANDA ENGANOSA. DEFEITO DO
PRODUTO. AUSÊNCIA DE CONSUMO SEGURO. LIVRE-ARBÍTRIO DO ATO DE FUMAR.
PODER VICIANTE DA NICOTINA. AUSÊNCIA DE INFORMAÇÕES QUANTO AOS
COMPONENTES. CAUSA DO ÓBITO. ADENOCARCINOMA DE ESÔFAGO. NEXO DE
CAUSALIDADE DEMONSTRADO. CONFIGURAÇÃO DO DEVER DE INDENIZAR.
Há responsabilidade objetiva pelos danos causados à saúde do fumante da empresa
produtora de cigarros, quando, como no caso em tela, resta demonstrada, a relação de
causa e efeito entre o defeito do produto e a doença do consumidor (adenocarcinoma de

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esôfago). Aplicação do CDC. Provas concludentes de que o de cujus adquiriu o hábito de


fumar a partir de poderoso condutor do comportamento humano consistente em milionária e
iterativa propaganda da ré que, ocultando do público os componentes maléficos à saúde
humana existentes no cigarro, por décadas associava o sucesso pessoal ao tabagismo.
Tese da ré consistente na ínsita periculosidade do produto-cigarro e do livre-arbítrio no ato
de fumar que, no caso concreto, se esboroa ante o comprovado poder viciante da nicotina, a
ausência de informações precisas quanto aos componentes da fórmula do cigarro e de qual
a quantidade supostamente segura para o seu consumo, bem ainda ante a enorme
subjetividade que caracteriza a tese, particularmente incompatível com as normas
consumeristas que regem a espécie. DANOS MORAIS. Vinculam-se aos direitos da
personalidade e se traduzem num sentimento de pesar íntimo da pessoa ofendida,
causando-lhe alterações psíquicas, prejuízos afetivos e/ou sociais, prescindindo de
comprovação, pela natureza in re ipsa, decorrentes do próprio fato, no caso, o óbito do pai e
esposo das autoras. QUANTUM INDENIZATÓRIO. Valor da condenação fixado em R$
100.000,00 para cada uma das autoras, de acordo com as peculiaridades do caso concreto,
bem como observada a natureza jurídica da condenação e os princípios da
proporcionalidade e razoabilidade. APELO PROVIDO, POR MAIORIA.”
(TJRS. Apelação Cível nº 70042043091, 9ª Câmara Cível, relator: Des. Tasso Caubi Soares
Delabary, data do julgamento: 12/09/2012. Grifos nossos.)
Ora, o Tribunal vislumbrou nexo de causalidade entre o problema de saúde do fumante, que
veio a causar seu óbito, e o defeito do produto, como se as substâncias tóxicas do cigarro
não fossem intrínsecas e por todos conhecidas. Não se trata de defeito, e sim da natureza
do produto. Sem, aqui, entrar na análise das teorias propostas para o exame do nexo de
causalidade, pode-se, com razoável segurança científica afirmar que a causa do problema
de saúde foi o ato de fumar, do próprio fumante, e não o ato do fabricante, de fabricar o
produto. Não é à toa que as próprias embalagens de cigarros contêm advertências sobre os
riscos do consumo do produto.
Impor ao fabricante a obrigação de indenizar a família da vítima parece, mais uma vez, uma
tentativa de punir civilmente uma indústria que aufere lucros estrondosos com a fabricação
de produtos potencialmente lesivos à saúde humana. Ocorre, mais uma vez, que não há
amparo no ordenamento pátrio para essa punição civil. Os fins não justificam os meios.
Pensar em políticas públicas antitabagistas, pensar na orientação das pessoas e em uma
série quase infinita de outras medidas são possibilidades em geral albergadas pela ordem
jurídica. Punir civilmente, não. Que, então, se proíba a fabricação e o comércio de cigarros
no país.
NEXO DE CAUSALIDADE - TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES
CAUSAIS - CONDITIO SINE QUA NON
É de se observar que a teoria da equivalência dos antecedentes causais, atualmente, causa
inúmeros problemas, vez que há patente Regresso ao infinito e Causalidade hipotética,
tendo como ideia central a estrutura da chamada condição necessária, posteriormente
substituída pela ideia de condição suficiente para o resultado. Mas por quê? Porque imegine
só: JOSÉ retira ferro de pedaços de rocha com pequenas porções de minério e os vende a
Paulo. PAULO os quebra em pequenos pedaços. ANTUNES adquire os pedaços de minério

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e os entrega a JAILSON, que é o responsável pela limpeza e transporte ao porto mais


próximo. RENATO os adquire, fabricando-os e transformando-os em martelos. RODRIGO
adquire um martelo de Renato e tira a vida, com animus necandi, de DAVIDSON. Então,
podemos concluir que: JOSÉ (que retirou ferro de rocha); PAULO (que os quebrou em
pedaços); ANTUNES (que os adquiriu e entregou a Jailson); JAILSON (que os limpou e os
levou ao porto) e RENATO (que os adquiriu, fabricando-os e comercializando-os), por força
da teoria da equivalência dos antecedentes causais – conditio sine qua non -, adotada pelo
Brasil (art. 13, caput, do CP) são causa do crime praticado por RODRIGO.
Perceba que há regresso ao infinito e a conduta dos demais foram suficientes para o
resultado.
MAS COMO RESOLVER O PROBLEMA?
Vários autores discutiram a possibilidade de tentar enfrentar meios para tratar do tema da
causalidade. Tentava-se ajustar pelo processo de eliminação hipotética de Thyrén
(funcionava como uma tentativa de subtração mental). Era apenas eliminar a conduta, por
exemplo a mulher não ficou gráfica, teria nascido o filho? Não, então olha só, você eliminou
a conduta e o fato desapareceu. Logo, a mãe é causa.
Muito bem, mais tarde, na década de 70, nasceu a teoria da IMPUTAÇÃO OBJETIVA
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA
Segundo Paulo Cesar Busato, aponta-se como marco referencial da discussão inicial sobre
a "imputação objetiva", isto em termos jurídico-penais, os trabalhos de Karl Larenz e Richard
Honig. Isso, apenas, a título de ilustração, vez que muitos escritores apontam outros autores.
A ideia da imputação objetiva nada mais é do que verificar as consequências de nossos
atos. É verificar quais atos podem ser considerados obra de nossa vontade. Por vazes
podemos ter atos acidentais. Por exemplo, o padeiro que fez o delicioso pão, praticou um
ato, mas não teve vontade de o freguês adquiri-lo para matar seu desafeto. Perceba que não
é útil dizermos que Adão e Eva são causa. E daí, não é mesmo?
Paulo Cesar Busato explica que Richard Honig abordou adequadamente da relação entre
ação e resultado, partindo de uma crítica à teoria da equivalência dos antecedentes causais,
justificando as dificuldades com que se deparava nos cursos de nexo causal.
A causalidade físico-natural é superada e ganha distinto tratamento. É extremamente
necessário o debate da teoria da chamada IMPUTAÇÃO OBJETIVA DO RESULTADO. O
professor Claus Roxin fez observações próximas da teoria Welseliana finalista da ação.
A ideia é eliminar a imputação do resultado naturalístico (equivalência dos antecedentes
causais) e trabalhar com critérios distintos e mais eficientes que são: 1) é necessário imputar
um resultado? É claro que sim, se for obra do autor. Se não for obra do autor não tem o
porque imputarmos o resultado.
Assim, senhores, devem saber que, segundo Claus Roxin, fica mais fácil trabalharmos com
o ideia de imputação objetiva. Você deve lembrar dois itens relevantes. Quais são? Veja só:
1) criação do risco não permitido e;
2) resultado como incremento desse risco não permitido.
DISTINÇÃO ENTRE CAUSALIDADE E IMPUTAÇÃO OBJETIVA
A causalidade tentava estabelecer se uma condição era causa do resultado (Adão e Eva). A
imputação objetiva quer descobrir se o resultado pode ou não ser atribuído ao agente.

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IMPUTAÇÃO OBJETIVA NÃO SUBSTITUIU A TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS


ANTECEDENTES CAUSAIS
É de observar que há pessoas dizendo e isso pode lhe confundir, candidato, que a teoria da
imputação objetiva substitui a teoria adotada pelo código penal
[http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40] brasileiro -
equivalência dos antecedentes causais. Isso não é verdade. A teoria da imputação objetiva,
apenas complementa, reconhecendo as impurezas da teoria da equivalência dos
antecedentes causais. A doutrina diz que funciona como mero corretivo da causalidade.
Nexo causal corresponde à relação de causalidade entre a ação ou omissão do agente e o
dano ocasionado. É o liame que une a conduta ao resultado lesivo, de modo que se permita
concluir que o dano foi ocasionado pela pessoa a quem se imputa a responsabilidade,
fazendo recair sobre ela o dever de indenizar a vítima.
Com efeito, ainda que tenha ocorrido o dano, mas se sua causa não está relacionada com o
comportamento do agente, não há que se falar em reparação. Em outras palavras, o dano
tem que ter sido causado pela ação ou omissão do agente. Como expressou Demogue, é
preciso ter certeza que, sem a ação, o dano não teria acontecido. (René Demogue, Traité
des obligations en general, vol. 4, n. 66.)
O nexo causal constitui, assim, um dos elementos essenciais da responsabilidade civil. Sem
ele, não há como afirmar que o dano tenha sido causado pela culpa do sujeito.
Conforme explica Rui Stoco, no tocante à determinação do nexo causal, duas questões se
antepõem: a primeira pertine à dificuldade de sua prova; a segunda, à identificação do fato
que constitui a verdadeira causa do dano, principalmente quando este se originou de causas
múltiplas. (Rui Stoco, Tratado de responsabilidade civil, p. 146.)
Havendo mais de uma causa, há que se verificar primeiramente se essas “concausas” são
simultâneas ou sucessivas.
Nas concausas simultâneas, há um só dano, embora ocasionado por mais de uma causa.
Nesse caso, aplica-se na responsabilidade extracontratual o disposto no art. 942 do Código
Civil: “se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação”.
Nas concausas sucessivas, por outro lado, é que reside a grande dificuldade de se identificar
o dano relacionado a cada uma delas. Para isso, há três teorias principais, que serão
expostas a seguir.
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS CONDIÇÕES
Por esta teoria, também chamada de conditio sine qua non, causa é tudo aquilo que
concorre para o resultado. Não se faz distinção entre causa, condição ou ocasião. Assim, se
várias condições concorrerem para o mesmo resultado, todas teriam o mesmo valor ou
relevância, de modo a se equivalerem. O grande problema dessa teoria, porém, é que
permite uma regressão quase infinita.
TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA
Segundo essa teoria, causa será o antecedente não só necessário, mas também adequado
à produção do resultado. Assim, ao contrário da teoria da equivalência, nem todas as
condições serão consideradas causa, mas tão somente aquela que for a mais apropriada a
produzir o resultado, ou seja, aquela que, de acordo com a experiência comum, for a mais
idônea à realização do evento danoso. Para se considerar uma causa adequada, esta
deverá, segundo uma apreciação probabilística, ser apta à efetivação do resultado. No
disparo de uma arma de fogo, por exemplo, a sua fabricação não seria causa adequada para
a efetivação do evento morte.
TEORIA DA CAUSALIDADE DIRETA OU IMEDIATA

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Esta teoria, desenvolvida no Brasil por Agostinho Alvim, entende como causa apenas o
antecedente fático que, ligado por um vínculo de necessariedade ao resultado danoso,
determinasse este último como uma consequência sua, direta e imediata.
TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO CIVIL
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, das várias teorias sobre o nexo causal, o nosso Código
Civil adotou a do dano direto e imediato (Carlos Roberto Gonçalves, Comentários ao novo
código civil, vol. 11, p. 272.), segundo se depreende do art. 403: “Ainda que a inexecução
resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros
cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.” No
entanto, por vezes a jurisprudência adota a causalidade adequada, no mesmo sentido.
(Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, Novo curso de direito civil, vol. 3, p. 105.)
Um exemplo facilitará a compreensão: Uma pessoa deu uma pancada leve na cabeça de
outra. Sua ação seria insuficiente para causar um grave dano, mas a vítima, portadora de
uma fraqueza particular dos ossos do crânio, veio a morrer. Pela primeira e pela terceira
teorias, o sujeito responde; pela segunda, não responderia.
A teoria da causalidade adequada exige que a relação de causa e efeito sempre exista em
casos da mesma natureza. Ou seja, uma leve pancada na cabeça de uma pessoa normal
não provocaria sua morte e, por isso, o agente não responderia. (GONÇALVES, Carlos
Roberto. Direito civil brasileiro: responsabilidade civil, p. 331.)
Diferentemente do Código Civil, o Código Penal adotou a teoria da conditio sine qua non (art.
13). Atribui relevância causal a todos os antecedentes do resultado. Segundo Damásio,
porém, a teoria não leva a excessos, pois o agente não responde em face da ausência de
culpa. (JESUS, Damásio de. Direito Penal: parte geral, p. 221.)
CONCAUSAS PREEXISTENTES E CAUSA SUPERVENIENTE
As concausas preexistentes (ou seja, as que já existiam no momento da conduta do
agente) não eliminam o nexo causal. Assim, as condições pessoais de saúde da vítima
(p. ex., saúde debilitada) não diminuem a responsabilidade do agente.
A causa superveniente, em regra, também não favorece o agente, ainda que o resultado
tenha sido agravado por ela. Assim, por exemplo, a inexistência de um determinado fármaco
no hospital poderá dificultar o tratamento da vítima, mas isso não livrará o causador do dano
da responsabilidade pelo ato praticado. A causa superveniente só será útil ao agente se
romper o nexo causal, provocando, por si só, o resultado: por exemplo, se a vítima,
internada no hospital, vier a morrer diante de um erro médico.
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
Entre as excludentes de responsabilidade, são importantes, nesse estudo, aquelas que
afastam o dever de indenizar por romperem o nexo causal. Nesse sentido, a culpa exclusiva
da vítima, o fato de terceiro, o caso fortuito e a força maior.
SÚMULA 187 [http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?
s1=187.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas] STF

A RESPONSABILIDADE CONTRATUAL DO TRANSPORTADOR, PELO ACIDENTE COM O


PASSAGEIRO, NÃO É ELIDIDA POR CULPA DE TERCEIRO, CONTRA O QUAL TEM
AÇÃO REGRESSIVA.

RESPONSABILIDADE CIVIL ENUNCIADO CJF


443) Arts. 393 e 927. O caso fortuito e a força maior somente serão considerados

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como excludentes da responsabilidade civil quando o fato gerador do dano não


for conexo à atividade desenvolvida.
449) Art. 928, parágrafo único. A indenização equitativa a que se refere o art. 928,
parágrafo único, do Código Civil não é necessariamente reduzida sem prejuízo
do Enunciado n. 39 da I Jornada de Direito Civil.
450) Art. 932, I. Considerando que a responsabilidade dos pais pelos atos danosos
praticados pelos filhos menores é objetiva, e não por culpa presumida, ambos os
genitores, no exercício do poder familiar, são, em regra, solidariamente
responsáveis por tais atos, ainda que estejam separados, ressalvado o direito de
regresso em caso de culpa exclusiva de um dos genitores.
451) Arts. 932 e 933. A responsabilidade civil por ato de terceiro funda-se na
responsabilidade objetiva ou independente de culpa, estando superado o modelo
de culpa presumida.
SÚMULA 492 [http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?
s1=492.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas] STF

A EMPRESA LOCADORA DE VEÍCULOS RESPONDE, CIVIL E SOLIDARIAMENTE COM


O LOCATÁRIO, PELOS DANOS POR ESTE CAUSADOS A TERCEIRO, NO USO DO
CARRO LOCADO.
191 – Art. 932: A instituição hospitalar privada responde, na forma do art. 932 III do CC,
pelos atos culposos praticados por médicos integrantes de seu corpo clínico.
SÚMULA 132 STJ
A AUSENCIA DE REGISTRO DA TRANSFERENCIA NÃO IMPLICA A
RESPONSABILIDADE DO ANTIGO PROPRIETARIO POR DANO RESULTANTE DE
ACIDENTE QUE ENVOLVA O VEICULO ALIENADO.
159 – Art. 186: O dano moral, assim compreendido todo o dano extrapatrimonial, não se
caracteriza quando há mero aborrecimento inerente a prejuízo material.
Súmula: 281 STJ
A indenização por dano moral não está sujeita à tarifação prevista
na Lei de Imprensa.
189 – Art. 927: Na responsabilidade civil por dano moral causado à pessoa jurídica, o fato
lesivo, como dano eventual, deve ser devidamente demonstrado.
Súmula: 387 STJ
É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
Súmula: 221 STJ
São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente
de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o
proprietário do veículo de divulgação.
Súmula: 385 STJ
Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe
indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição,
ressalvado o direito ao cancelamento.
Súmula: 388 STJ
A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
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46 – Art. 944: a possibilidade de redução do montante da indenização em face do grau de


culpa do agente, estabelecida no parágrafo único do art. 944 do novo Código Civil, deve ser
interpretada restritivamente, por representar uma exceção ao 8 princípio da reparação
integral do dano, não se aplicando às hipóteses de responsabilidade objetiva.
48 – Art. 950, parágrafo único: o parágrafo único do art. 950 do novo Código Civil institui
direito potestativo do lesado para exigir pagamento da indenização de uma só vez, mediante
arbitramento do valor pelo juiz, atendidos os arts. 944 e 945 e a possibilidade econômica do
ofensor.
192 – Arts. 949 e 950: Os danos oriundos das situações previstas nos arts. 949 e 950 do
Código Civil de 2002 devem ser analisados em conjunto, para o efeito de atribuir
indenização por perdas e danos materiais, cumulada com dano moral e estético.
381 - O lesado pode exigir que a indenização, sob a forma de pensionamento, seja arbitrada
e paga de uma só vez, salvo impossibilidade econômica do devedor, caso em que o juiz
poderá fixar outra forma de pagamento, atendendo à condição financeira do ofensor e aos
benefícios resultantes do pagamento antecipado.

CC/02 Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa,
a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de
lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa,
estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se
avantaje àquele.

447) Art. 927. As agremiações esportivas são objetivamente responsáveis por danos
causados a terceiros pelas torcidas organizadas, agindo nessa qualidade, quando,
de qualquer modo, as financiem ou custeiem, direta ou indiretamente, total ou
parcialmente.
452) Art. 936. A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é objetiva,
admitindo-se a excludente do fato exclusivo de terceiro.
Entre os entendimentos, há questões controversas, como os enunciados 532 e 533. O
primeiro diz que “é permitida a disposição gratuita do próprio corpo com objetivos
exclusivamente científicos, nos termos dos artigos 11 e 13 do Código Civil”. Na justificativa
desse ítem, o CJF explica que pesquisas com seres humanos vivos são feitas todos os dias,
sem as quais não seria possível o desenvolvimento da Medicina e de áreas afins.
"Esse entendimento é de grande valia visto que há casos ímpares que, por conta das leis,
não podem ser estudados, uma vez que até então não poderia haver tal colaboração por
parte do indivíduo disposto a ajudar nas pesquisas", explica o advogado Augusto Fauvel de
Moraes, do escritório Fauvel e Moraes Sociedade de Advogados.
O segundo enunciado diz que “o paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os
aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja
imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos
médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos”. A aprovação é justificada diante do
crescente reconhecimento da autonomia da vontade e da autodeterminação dos pacientes
nos processos de tomada de decisão sobre questões envolvidas em seus tratamentos de
saúde.
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A justificativa é que, nesse caso, o artigo 15 do Código Civil deve ser interpretado na
perspectiva do exercício pleno dos direitos da personalidade, especificamente no exercício
da autonomia da vontade. Segundo o CJF, o risco de vida será inerente a qualquer
tratamento médico, em maior ou menor grau de frequência. Por essa razão, não deve ser o
elemento complementar do suporte fático para a interpretação do referido artigo.
O advogado Renato Moraes, do escritório Moraes Pitombo Advogados, explica que a
importância dos enunciados é seu caráter orientador da interpretação dos artigos. “Servem
como um norte para interpretação. Há no Código Civil conceitos mais difíceis, como o do
abuso de direito, por exemplo, que precisam dessa orientação para não serem lidos de
maneira equivocada.”
O abuso de direito foi um dos temas abordados. De acordo com enunciado 539, “o abuso de
direito é uma categoria jurídica autônoma em relação à responsabilidade civil. Por isso, o
exercício abusivo de posições jurídicas desafia controle independentemente de dano”.
Os enunciados 553 e 554 também eliminam dúvidas da jurisprudência. Eles dizem
respectivamente o seguinte: “Constituem danos reflexos reparáveis as despesas suportadas
pela operadora de plano de saúde decorrentes de complicações de procedimentos por ela
não cobertos” e “Nas ações de responsabilidade civil por cadastramento indevido nos
registros de devedores inadimplentes realizados por instituições financeiras, a
responsabilidade civil é objetiva”.
A reparação por dano moral também foi discutida durante a Jornada. O enunciado 550 diz
que “a quantificação da reparação por danos extrapatrimoniais não deve estar sujeita a
tabelamento ou a valores fixos”. De acordo com a justificativa, cada caso deve ser analisado
separadamente. “A análise do caso concreto deve ser sempre priorizada. Caso contrário,
corremos o risco de voltar ao tempo da Lei das XII Tábuas, em que um osso quebrado tinha
um valor e a violência moral, outro”, diz a justificativa.
O CJF lembra ainda que, no caso de dano moral, o juiz não pode eximir-se do seu dever de
analisar, calcular e arbitrar a indenização dentro daquilo que é pretendido entre as partes.
“Limitar o valor de dano moral é absurdo. É inadmissível fixar um teto para a dor que a
pessoa está sentindo”, comenta Renato Moraes. Na Câmara dos Deputados há diversos
projetos que tratam do dano moral e limitam valores. Um deles é o PL 523/2011, do
deputado Walter Tosta (PMN-MG), que dispõe sobre os casos em que é cabível indenização
por dano moral e fixa o valor entre 10 e 500 salários mínimos.
Veja abaixo os enunciados aprovados na VI Jornada de Direito Civil:
Parte Geral
Enunciado 530 – A emancipação, por si só, não elide a incidência do Estatuto da Criança e
do Adolescente.
Artigo: 5°, parágrafo único, do Código Civil
Enunciado 531 – A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui
o direito ao esquecimento.
Artigo: 11 do Código Civil
Enunciado 532 – É permitida a disposição gratuita do próprio corpo com objetivos
exclusivamente científicos, nos termos dos arts. 11 e 13 do Código Civil.
Artigos: 11 e 13 do Código Civil

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Enunciado 533 – O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos
concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja imediato ou
mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos
cirúrgicos que não possam ser interrompidos.
Artigo: 15 do Código Civil
Enunciado 534 – As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que não
haja finalidade lucrativa.
Artigo: 53 do Código Civil
Enunciado 535 – Para a existência da pertença, o art. 93 do Código Civil não exige elemento
subjetivo como requisito para o ato de destinação.
Artigo: 93 do Código Civil
Enunciado 536 – Resultando do negócio jurídico nulo consequências patrimoniais capazes
de ensejar pretensões, é possível, quanto a estas, a incidência da prescrição.
Artigo: 169 do Código Civil
Enunciado 537 – A previsão contida no art. 169 não impossibilita que, excepcionalmente,
negócios jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados quando justificados por
interesses merecedores de tutela.
Artigo: 169 do Código Civil
Enunciado 538 – No que diz respeito a terceiros eventualmente prejudicados, o prazo
decadencial de que trata o art. 179 do Código Civil não se conta da celebração do negócio
jurídico, mas da ciência que dele tiverem.
Artigo: 179 do Código Civil
Enunciado 539 – O abuso de direito é uma categoria jurídica autônoma em relação à
responsabilidade civil. Por isso, o exercício abusivo de posições jurídicas desafia controle
independentemente de dano.
Artigo: 187 do Código Civil
Obrigações e Contratos
Enunciado 540 – Havendo perecimento do objeto da prestação indivisível por culpa de
apenas um dos devedores, todos respondem, de maneira divisível, pelo equivalente e só o
culpado, pelas perdas e danos.
Artigo: 263 do Código Civil
Enunciado 541 – O contrato de prestação de serviço pode ser gratuito.
Artigo: 594 do Código Civil
Enunciado 542 – A recusa de renovação das apólices de seguro de vida pelas seguradoras
em razão da idade do segurado é discriminatória e atenta contra a função social do contrato.
Artigos: 765 e 796 do Código Civil
Enunciado 543 – Constitui abuso do direito a modificação acentuada das condições do
seguro de vida e de saúde pela seguradora quando da renovação do contrato.
Artigo:765 do Código Civil
Enunciado 544 – O seguro de responsabilidade civil facultativo garante dois interesses, o do
segurado contra os efeitos patrimoniais da imputação de responsabilidade e o da vítima à
indenização, ambos destinatários da garantia, com pretensão própria e independente contra
a seguradora.

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Artigo: 787 do Código Civil


Enunciado 545 – O prazo para pleitear a anulação de venda de ascendente a descendente
sem anuência dos demais descendentes e/ou do cônjuge do alienante é de 2 (dois) anos,
contados da ciência do ato, que se presume absolutamente, em se tratando de transferência
imobiliária, a partir da data do registro de imóveis.
Artigos: 179 e 496 do Código Civil
Enunciado 546 – O § 2º do art. 787 do Código Civil deve ser interpretado em consonância
com o art. 422 do mesmo diploma legal, não obstando o direito à indenização e ao
reembolso.
Artigos: 787, § 2º, e 422
Enunciado 547 – Na hipótese de alteração da obrigação principal sem o consentimento do
fiador, a exoneração deste é automática, não se aplicando o disposto no art. 835 do Código
Civil quanto à necessidade de permanecer obrigado pelo prazo de 60 (sessenta) dias após a
notificação ao credor, ou de 120 (cento e dias) dias no caso de fiança locatícia.
Artigos: 366 e 835 do Código Civil e art. 40, X, da Lei n. 8.245/1991
Enunciado 548 – Caracterizada a violação de dever contratual, incumbe ao devedor o ônus
de demonstrar que o fato causador do dano não lhe pode ser imputado.
Artigo: 389 e 475 do Código Civil
Enunciado 549 – A promessa de doação no âmbito da transação constitui obrigação positiva
e perde o caráter de liberalidade previsto no art. 538 do Código Civil.
Artigo: 538 do Código Civil
Responsabilidade Civil
Enunciado 550 – A quantificação da reparação por danos extrapatrimoniais não deve estar
sujeita a tabelamento ou a valores fixos.
Artigos: 186 e 944 do Código Civil
Enunciado 551 – Nas violações aos direitos relativos a marcas, patentes e desenhos
industriais, será assegurada a reparação civil ao seu titular, incluídos tanto os danos
patrimoniais como os danos extrapatrimoniais.
Artigos: 186, 884, 927 e 944 do Código Civil
Enunciado 552 – Constituem danos reflexos reparáveis as despesas suportadas pela
operadora de plano de saúde decorrentes de complicações de procedimentos por ela não
cobertos.
Artigo: 786, caput, do Código Civil
Enunciado 553 – Nas ações de responsabilidade civil por cadastramento indevido nos
registros de devedores inadimplentes realizados por instituições financeiras, a
responsabilidade civil é objetiva.
Artigo: 927 do Código Civil
Enunciado 554 – Independe de indicação do local específico da informação a ordem judicial
para que o provedor de hospedagem bloqueie determinado conteúdo ofensivo na internet.
Artigo: 927, parágrafo único, do Código Civil
Enunciado 555 – “Os direitos de outrem” mencionados no parágrafo único do art. 927 do
Código Civil devem abranger não apenas a vida e a integridade física, mas também outros
direitos, de caráter patrimonial ou extrapatrimonial.

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Artigo: 927, parágrafo único, do Código Civil


Enunciado 556 – A responsabilidade civil do dono do prédio ou construção por sua ruína,
tratada pelo art. 937 do CC, é objetiva.
Artigo: 937 do Código Civil
Enunciado 557 – Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de
condomínio edilício, não sendo possível identificar de qual unidade, responderá o
condomínio, assegurado o direito de regresso.
Artigo: 938 do Código Civil
445) Art. 927. O dano moral indenizável não pressupõe necessariamente a
verificação de sentimentos humanos desagradáveis como dor ou sofrimento.
411) Art. 186. O descumprimento de contrato pode gerar dano moral quando
envolver valor fundamental protegido pela Constituição Federal de 1988.
379 Art. 944 — O art. 944, caput, do Código Civil não afasta a possibilidade de se
reconhecer a função punitiva ou pedagógica da responsabilidade civil.
39 – Art. 928: a impossibilidade de privação do necessário à pessoa, prevista no art. 928,
traduz um dever de indenização eqüitativa, informado pelo princípio constitucional da
proteção à dignidade da pessoa humana. Como conseqüência, também os pais, tutores e
curadores serão beneficiados pelo limite hum anitário do 7 dever de indenizar, de modo que
a passagem ao patrimônio do incapaz se dará não quando esgotados todos os recursos do
responsável, mas se reduzidos estes ao montante necessário à manutenção de sua
dignidade.
40 – Art. 928: o incapaz responde pelos prejuízos que causar de maneira subsidiária ou
excepcionalmente como devedor principal, na hipótese do ressarcimento devido pelos
adolescentes que praticarem atos infracionais nos termos do art. 116 do Estatuto da Criança
e do Adolescente, no âmbito das medidas sócio-educativas ali previstas.
41 – Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de
18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I,
do novo Código Civil.
44 – Art. 934: na hipótese do art. 934, o empregador e o comitente somente poderão agir
regressivamente contra o empregado ou preposto se estes tiverem causado dano com dolo
ou culpa.
46 – Art. 944: a possibilidade de redução do montante da indenização em face do grau de
culpa do agente, estabelecida no parágrafo único do art. 944 do novo Código Civil, deve ser
interpretada restritivamente, por representar uma exceção ao 8 princípio da reparação
integral do dano, não se aplicando às hipóteses de responsabilidade objetiva.
187 – Art. 798: No contrato de seguro de vida, presume-se, de forma relativa, ser
premeditado o suicídio cometido nos dois primeiros anos de vigência da cobertura,
ressalvado ao beneficiário o ônus de demonstrar a ocorrência do chamado "suicídio
involuntário”.

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Postado há 4th May 2015 por Dr. Antônio Diniz


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