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Aula 4 – Precipitação
Precipitação – Conceito
“... A água proveniente do vapor d’água da atmosfera depositada na superfície
terrestre de qualquer forma, como chuva, granizo, orvalho, neblina, neve ou geada.”
(PINTO; et al., 1976).
Para nosso interesse = chuva =
bastante comum;
contribui para a vazão dos cursos d’água.
Tipos de Precipitação
Movimento vertical das massas de ar = principal requisito na formação das
precipitações;
Assim, as precipitações são classificadas de acordo com as condições que produzem
o movimento vertical do ar:
precipitações orográficas;
precipitações convectivas;
precipitações ciclônicas (ou frontais).
Orográfica
As precipitações orográficas resultam da ascensão mecânica de correntes de ar úmido
horizontais sobre barreiras naturais, tais como montanhas;
Essas chuvas são de pequena intensidade, grande duração e cobrem pequenas
áreas.
Convectiva
São típicas das regiões tropicais;
O aquecimento desigual da superfície terrestre provoca o aparecimento de camadas
de ar com densidades diferentes, o que gera uma estratificação térmica da atmosfera
em equilíbrio instável;
Se esse equilíbrio, por qualquer motivo (vento, superaquecimento), for quebrado,
provoca uma ascensão brusca e violenta do ar menos denso, capaz de atingir grandes
altitudes.
As precipitações convectivas são de grande intensidade e curta duração,
concentradas em pequenas áreas (chuvas de verão). São importantes para projetos
em pequenas bacias.
Ciclônicas
Estão associadas com o movimento de massas de ar de regiões de alta pressão para
regiões de baixa pressão;
Encontro de massas de ar de características distintas (ar quente + ar frio);
Precipitação frontal – ascensão do ar quente sobre o ar frio;
As precipitações ciclônicas são de longa duração e apresentam intensidades de baixa
a moderada, espalhando-se por grandes áreas. Por isso são importantes,
principalmente no desenvolvimento e manejo de projetos em grandes bacias
hidrográficas.
Medidas pluviométricas
Grandezas
As grandezas que caracterizam uma chuva são altura, duração e intensidade
(Bertoni e Tucci, 1993):
Altura pluviométrica (h): é a espessura média da lâmina d’água precipitada que
recobriria a região atingida pela precipitação, admitindo-se que essa água não
evaporasse, não infiltrasse, nem se escoasse para fora dos limites da região.
Expressa em mm.
Duração (t): é o período de tempo durante o qual a chuva cai. As unidades
normalmente são o minuto ou a hora.
Intensidade (i): é a precipitação por unidade de tempo, obtida como a relação i=h/t.
Expressa-se, normalmente em mm/h
Exemplo de intensidade
Total precipitado = 61 mm
Duração da chuva = 10 horas
Intensidade média = 6,1 mm/hora
Intensidade média do dia = 61/24 = 2,5 mm/hora
Método aritmético
Média aritmética (método mais
simples)
• 66+50+44+40= 200 mm
66 mm
• 200/4 = 50 mm
• Pmédia = 50 mm
44 mm 42 mm
50 mm
40 mm
Período de Retorno
O período de retorno (ou tempo de recorrência) de um evento é o tempo médio (em
anos) em que esse evento é superado ou igualado pelo menos uma vez. É definido
por:
Tr = 1/P
Se o período de retorno for bem inferior ao número de anos de observação, “Tr”
poderá dar uma boa ideia do valor real de “P”. Entretanto, para grandes períodos de
retorno, as observações deverão ser ajustadas a uma distribuição de probabilidades,
de modo que o cálculo da probabilidade possa ser efetuado de modo mais correto.
Períodos de Retorno usualmente adotados para obras de Engenharia
Microdrenagem urbana: 2 a 5 anos
Drenagem urbana: 5 a 25 anos
Pontes e bueiros com pouco trânsito: 10 a 100 anos
Pontes e bueiros com muito trânsito: 100 a 1000 anos
Grandes obras hidráulicas: 10.000 anos
Chuvas intensas
As chuvas intensas são as causas das cheias e as cheias são causas de grandes
prejuízos quando os rios transbordam e inundam casas, ruas, estradas, escolas,
podendo destruir plantações, edifícios, pontes etc. e interrompendo o tráfego.
As cheias também podem trazer sérios prejuízos à saúde pública ao disseminar
doenças de veiculação hídrica.
Por estes motivos existe o interesse pelo conhecimento detalhado de chuvas
máximas no projeto de estruturas hidráulicas como bueiros, pontes, canais e
vertedores.
O problema da análise de frequência de chuvas máximas é calcular a precipitação P
que atinge uma área A em uma duração D com uma dada probabilidade de
ocorrência em um ano qualquer.
A forma de relacionar quase todas estas variáveis é a curva de Intensidade –
Duração – Frequência (curva IDF).
A curva IDF é obtida a partir da análise estatística de séries longas de dados de um
pluviógrafo (mais de 15 anos, pelo menos). A metodologia de desenvolvimento da
curva IDF baseia-se na seleção das maiores chuvas de uma duração escolhida (por
exemplo 15 minutos) em cada ano da série de dados.
Com base nesta série de tamanho N (número de anos) é ajustada uma distribuição
de frequências que melhor represente a distribuição dos valores observados.
O procedimento é repetido para diferentes durações de chuva (5 minutos; 10
minutos; 1 hora; 12 horas; 24 horas; 2 dias; 5 dias) e os resultados são resumidos na
forma de um gráfico, ou equação, com a relação das três variáveis: Intensidade,
Duração e Frequência (ou tempo de retorno).
i = Intensidade
TR = Tempo de Retorno em anos
t = duração em minutos
c1, c2, c3 e c4 = coeficientes ajustáveis para cada região