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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA
CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

PROJETO CONVERSOR BUCK

Autor:

WANDERSON PINTO

IAGO ARAÚJO

LENILSON ...

....

Salvador, 05 de Setembro de 2017.


Sumário

1 RESUMO ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

2 REVISÃO TEORICA 3

3 RESULTADOS 12

4 CONCLUSÃO 13

5 REFERÊNCIAS 14

6 ANEXOS ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

6.1 Anexo I – Lógica para sincronização dos disparos Error! Bookmark not defined.
1 INTRODUÇÃO
Este relatório tem como objetivo relatar o desenvolvimento um conversor de
corrente continua para abaixamento de tensão do tipo buck. Será apresentado
inicialmente o conteúdo teórico necessário no que tange a modelagem do
circuito e o princípio de funcionamento do conversor abaixador de tensão.
Adiante, serão relatados os métodos utilizados para desenvolvimento do
sistema bem como os resultados experimentais obtidos. Este serão
apresentados ao final do trabalho pontuado as dificuldades encontradas, e
recomendações para trabalhos futuros.

2 REVISÃO TEORICA
2.1. Modelagem matemática de sistemas

Segundo Law, A. M. (2007), “um modelo é a representação de um sistema real,


sob um determinado conjunto de condições operacionais e hipóteses
simplificadoras que retratam a estrutura e o comportamento do sistema
correspondente”. Os modelos podem ser físicos ou matemáticos. Os modelos
físicos são um arranjo de equipamentos reais, construídos de acordo com
regras de escala e devem ter um comportamento similar ao de um sistema de
tamanho natural.

Assim, a partir dos modelos desenvolvidos é possível realizar a simulação do


sistema modelado. A simulação é, portanto, a solução de um modelo
matemático obtido por meio de um programa de computador que produz
amostras do comportamento do sistema quando os valores das condições
iniciais e as entradas são definidos, resultando na resposta temporal das
variáveis de interesse. A simulação de sistemas é amplamente utilizada como
ferramenta auxiliar em diversas áreas, desde o projeto até a operação de
plantas, por meio da criação e análises de cenários distintos, com o intuito de
obter informações que possam orientar a tomada de decisões, além de
avaliações e propostas de soluções para a melhoria de desempenho.

I. Abordagem fenomenológica

A abordagem fenomenológica se baseia na aplicação de princípios


fundamentais, entre eles: os princípios básicos da conservação de massa e
energia, leis da mecânica de Newton e leis de Kirchhoff. Faz-se uso também de
relações constitutivas, que são relações bem definidas encontradas em
trabalhos experimentais, a exemplo da lei de Ohm e lei de Hooke. Na
modelagem fenomenológica modela-se o sistema propriamente dito, contudo,
há ainda a necessidade de modelar as perturbações do sistema, as quais
acontecem mais frequentemente do que não em processo reais, sendo,
portanto, de grande importância. Modelar as perturbações por meio de
princípios básicos é raro, recorrendo-se frequentemente a procedimentos
experimentais.

II. Abordagem empírica

Na modelagem empírica faz-se uso de técnicas de identificação de sistemas,


ou seja, busca-se, através da observação de dados operacionais, descrever as
relações de causa e efeito entre as variáveis de entrada e saída de um dado
sistema. Para isso, empregam-se técnicas estatísticas, como mínimos
quadrados e redes neurais, num conjunto de dados coletados do processo que
se quer entender, a fim de ajustar a curva que melhor obedeça a certos
requisitos de qualidade. A obtenção dos dados do processo é feita através da
observação direta da planta. Pequenas perturbações são realizadas no
processo, respeitando uma faixa de operação determinada pelas condições de
operação pretendidas. Os valores de resposta das variáveis de saída do
sistema são, então, armazenados e, junto com as entradas, são usados para a
obtenção do modelo empírico, também chamado de caixa preta. Os modelos
resultantes são válidos em uma faixa de operação em torno das condições
experimentais definidas no momento da coleta de dados. Esse tipo de modelo
geralmente é utilizado quando a obtenção do modelo fenomenológico do
sistema em estudo é muito difícil e é necessário que a planta exista para
obtenção os dados das variáveis relevantes.

III. Comparação entre as abordagens empírica e teórica

Modelos fenomenológicos são geralmente mais difíceis de serem gerados, em


comparação com os empíricos, exigindo um grande conhecimento do
processo. Por outro lado, o modelo obtido dessa maneira possui uma faixa de
validade muito mais ampla que o experimental, além de oferecer uma visão
física do processo. Os parâmetros dos modelos empíricos não têm qualquer
ligação com as características físicas do sistema. Por fim, a distinção mais
importante que deve ser feita entre os dois métodos, é, justamente, a limitação
do método empírico a existência de um processo de referência. Caso tal
processo não exista, a única abordagem possível para modelagem é a teórica.

2.2. Princípio de funcionamento do conversor tipo buck

A Figura 1 ilustra a representação elétrica do circuito abaixador de tensão. O


sistema é composto por um conjunto de dispositivos elétricos necessários para
realizar a queda de tensão de Vs para Vo.

Figura 1 – a) Esquema elétrico conversor tipo buck.


b) Esquema com chave aberta.
c) Esquema com chave fechada.

Onde:

E − tensão aplicada de entrada [V]


T – Transistor Ideal
L – Indutor Ideal
C – Capacitor Ideal
Ro – Resistor Ideal
Vo – tensão de saída [V]
Essa configuração resulta em um sistema com dois estados topológicos de
acordo com o estado da chave S. No primeiro estado, quando a chave S está
fechada, a corrente pelo diodo é considerada nula gerando uma transferência
de energia da fonte para o indutor L, a carga do capacitor a uma tensão Vo na
carga. Quando o transistor comuta para o estado de corte, o diodo passa
conduzir e a energia armazenada no indutor é transferida para a carga e para o
capacitor e assim, quando a corrente de carga for maior que a corrente no
indutor o capacitor descarrega com intuito de manter a tensão Vo na saída.

A Figura 02 mostra a representação da tensão no sistema de acordo com o


estado do transistor, onde ton representa o tempo em que o transistor conduz e
toff representa o tempo que o transistor não conduz.

Figura 2 – Representação da tensão de acordo com o estado do transistor T.

Dessa forma, dois modos de operação são possíveis no sistema sendo eles
condução contínua e condução descontinua. Esses modos são definidos de
acordo com comportamento da corrente no momento que o transistor está no
estado de corte e o diodo está conduzindo, ou seja, no segundo estado
topológico. A Figura 03 mostra o comportamento da corrente para ambos os
casos. No caso de condução contínua a corrente no indutor não se anula
durante o segundo estado topológico, no entanto, para caso da condução
descontínua essa corrente é anulada durante o segundo estado topológico.
2.3. Modelagem Fenomenológica do Circuito

Neste trabalho será desenvolvido um modelo matemático linear, invariante no


tempo, a parâmetros concentrados, em tempo continuo, paramétrico e
determinístico. As equações matemáticas que regem o princípio de
funcionamento de um conversor CC do tipo buck, e que serão base para a
modelagem desse sistema podem ser obtidas através da aplicação das Leis de
Kirchhoff (Lei das Malhas e Lei dos Nós), tendo em vista que são estas que
representam o comportamento do sistema elétrico.

I. Hipóteses Adotadas

Assim como pontuado nos itens anteriores, durante a modelagem de sistemas,


em alguns casos é necessário adotar hipóteses para que o modelo seja
realizável. Sendo assim, para a modelagem desse sistema duas hipóteses
serão adotadas:

A – Os componentes do sistema são considerados ideais;


B – As transições entre os estados são instantâneas;
C – O modo de condução é contínua;

II. Aplicação das Leis


Aplicação da Segunda Lei de Kirchhoff para o circuito com transistor
conduzindo, ou seja, primeiro estado topológico.

𝑑𝑖(𝑡)
𝐿 + 𝑉𝑐 = 𝑉𝑖𝑛
𝑑𝑡

𝑑𝑖(𝑡)
𝐿 = 𝑉𝑒 − 𝑉𝑖𝑛
𝑑𝑡

𝑑𝑖(𝑡)
= (1/𝐿)𝑉𝑒 − 𝑉𝑖𝑛
𝑑𝑡

∆𝑖𝑜𝑛 𝑑𝑖(𝑡)
= = (1/𝐿)𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑐
𝑇𝑜𝑛 𝑑𝑡

𝑻𝒐𝒏
∆𝒊𝒐𝒏 = ( ) (𝑽𝒊𝒏 − 𝑽𝒄) [𝟏]
𝑳

Aplicação da Segunda Lei de Kirchhoff para o circuito com transistor em corte,


ou seja, segundo estado topológico.

𝑑𝑖(𝑡)
−𝐿 − 𝑉𝑐 = 0
𝑑𝑡

𝑑𝑖(𝑡)
= −𝑉𝑐/𝐿
𝑑𝑡

∆𝑖𝑜𝑓𝑓 𝑑𝑖(𝑡)
= = −𝑉𝑐/𝐿
𝑇𝑜𝑓𝑓 𝑑𝑡

𝑻𝒐𝒇𝒇 𝑽𝒄
∆𝒊𝒐𝒇𝒇 = − [𝟐]
𝑳

Sabendo que
𝑻𝒐𝒏
𝑻 = 𝑻𝒐𝒏 + 𝑻𝒐𝒇𝒇 → 𝑫 = → 𝑻𝒐𝒏 = 𝑫𝑻 𝒆 𝑻𝒐𝒇𝒇 = (𝟏 − 𝑫)𝑻 [𝟑]
𝑻

Substituindo [3] em [1] e [2] temos:

𝑫𝑻
∆𝒊𝒐𝒏 = ( ) (𝑽𝒊𝒏 − 𝑽𝒄) [𝟒]
𝑳

(𝟏 − 𝑫)𝑻𝑽𝒄
∆𝒊𝒐𝒇𝒇 = − [𝟓]
𝑳

Sendo

∆𝒊𝒐𝒇𝒇 + ∆𝒊𝒐𝒏 = 𝟎 [𝟔]

Então substituído [4] e [5] em [6]:

(1 − 𝐷)𝑇𝑉𝑐 𝐷𝑇
− + ( ) (𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑐) = 0
𝐿 𝐿

𝐷𝑇 (1 − 𝐷)𝑇𝑉𝑐
( ) (𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑐) =
𝐿 𝐿

𝐷𝑉𝑒 − 𝐷𝑉𝑐 = 𝑉𝑐 − 𝑉𝑐𝐷

𝑽𝒄 = 𝑫𝑽𝒊𝒏 [𝟕]

Portanto, para o caso de condução contínua, a relação entre tensão de entrada


e tensão de saída é dada pela equação [7]. Dessa forma, a razão entre o
tempo em que o sistema está com o transistor conduzindo e o tempo que o
transistor está em corte é o coeficiente que relaciona a tensão de entrada com
a tensão de saída. Vale lembrar, que esse caso somente é válido para o modo
de condução contínua do conversor.

2.4. Dimensionamento do conversor

Sendo sempre 0 < D < 1, comprovamos a ideia que o Conversor Buck é um


dissipador de tensão.

Analisando a Tensão quando o circuito esta aberto:


∆𝑉𝐶𝑜𝑛 𝑖𝐿 𝑉𝑜
= −
𝑇𝑜𝑛 𝐶 𝑅𝐶

𝑖𝐿 𝑉𝑜
∆𝑉𝐶𝑜𝑛 = ( − ) 𝐷𝑇
𝐶 𝑅𝐶
A Tensão quando o circuito está fechado:

𝑖𝐿 𝑉𝑜
∆𝑉𝐶𝑜𝑓𝑓 = ( − ) (1 − 𝐷)𝑇
𝐶 𝑅𝐶
Considerando:

∆𝑉𝐶𝑜𝑛 + ∆𝑉𝐶𝑜𝑓𝑓 = 0

Concluímos que:

𝑖𝐿 𝑉𝑜 𝑖𝐿 𝑉𝑜
( − ) 𝐷𝑇 + ( − ) (1 − 𝐷)𝑇 = 0
𝐶 𝑅𝐶 𝐶 𝑅𝐶

𝑅𝑖𝐿 𝑇 − 𝑉𝑜𝑇 = 0

𝑉𝑜
𝑖𝐿 = 𝑖𝑅 =
𝑅

Sabendo que a corrente do indutor varia, podemos determinar os componentes para


planejamento do circuito. Sabendo que sua variação é:

∆𝑖𝐿
𝑖𝐿𝑚𝑎𝑥 = 𝑖𝐿 +
2
∆𝑖𝐿
𝑖𝐿𝑚𝑖𝑛 = 𝑖𝐿 −
2
Utiliza-se como base o ponto crítico da corrente do indutor, ou seja, quando a corrente
mínima se iguala à 0 para que seja calculada à indutância.

∆𝑖𝐿
𝑖𝐿𝑚𝑖𝑛 = 0 = 𝑖𝐿 −
2
𝑉𝑜 (𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑜 )𝐷𝑇
0= −
𝑅 2𝐿
𝑉
𝑉𝑜 ( 𝐷𝑜 − 𝑉𝑜 ) 𝐷
=
𝑅 2𝐿𝑓

𝑅𝑉𝑜 (1 − 𝐷)
𝑉𝑜 =
2𝐿𝑓

𝑅(1 − 𝐷)
𝐿=
2𝑓

Com base na indutância podemos achar nossa capacitância.

∆𝑄 = 𝐶∆𝑉𝑜

Sendo ∆𝑄 a área do triângulo à cima do eixo X.

1 𝑇 ∆𝑖𝐿
∆𝑄 =
22 2
𝑇∆𝑖𝐿
∆𝑉𝑜 =
8𝐶
𝑇 (1 − 𝐷)𝑉𝑜 𝑇
∆𝑉𝑜 =
8𝐶 𝐿
𝑉𝑜 (1 − 𝐷)
𝐶=
∆𝑉𝑜 𝐿𝑓 2
3 RESULTADOS
O modelo do sistema desenvolvido foi simulado no MATLAB com a
configuração indicada na Figura 3 abaixo.

Figura 3 - Modelo conversor tipo buck no ambiente de simulação SIMULINK.

A simulação foi realizada utilizando o solver Tustin/Backward Euler (TBE)


discreto com passo de 10-5. Os parâmetros utilizados para simulação do
modelo do conversor estão indicados na Tabela 1.

Tabela 1 - Parâmetros para simulação do conversor tipo buck.

Parâmetros Valor
R 1Ω
L 1 mH
C 1 mF
E 48 V

O modelo simulado apresentou resultados que representam um


comportamento esperado para esse tipo de sistema. As Error! Reference
source not found. e Error! Reference source not found. abaixo mostram
resultados obtidos.
4 CONCLUSÃO
Pontuar a facilidade de manipular esse conversor tendo em vista a relação
linear da tensão de entrada e tensão de saída.

Este trabalho foi desenvolvido levando em consideração algumas hipóteses


que atendem ao caso ideal. Porém, em determinadas situações o rigor do
projeto pode exigir um detalhamento aprofundado. Nesses casos os aspectos
relacionados à ondulação na tensão de saída, as tensões sobre a chave e o
diodo, o tempo de transição entre estados e as perdas do sistema devem ser
considerados. Por fim, durante o estudo diversas considerações foram feitas e,
por se tratar de um ambiente simulado onde todos os componentes foram
considerados ideais, os resultados podem divergir ligeiramente em relação ao
sistema real. No entanto, é uma forma efetiva de se avaliar o comportamento
do sistema frente a cenários distintos de operação.

5 REFERÊNCIAS

Garcia, C. Modelagem e Simulação. 2ª ed. São Paulo: EdUSP, 2002.

Nussenzveig, H. Moyses. Curso de Física Básica: Eletromagnetismo. 1ª ed.


São Paulo: Edgar Blucher LTDA, 2006.

Law, A.M. Simulation Modeling & Analysis (International Edition). 4ª ed.


New
York: McGraw-Hill, 2007.
Seborg, D. E.; Edgar, T. F. & Mellichamp, D. A. Process Dynamics and
Control. 2ª ed. New York: John Wiley & Sons, 2004.

Smith, Carlos A.; Corripio, Armando B. Principles and Practice of Automatic


Process Control; 3ª edição, Wiley (2005).

Pomilio, J. A. Eletrônica de Potência para geração, transmissão e


distribuição de energia elétrica; Campinas: UNICAMP(2012)

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