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“Portanto, estabeleceu a C.F que cabe à lei federal ordinária estabelecer o rito ou
procedimento para desapropriação por necessidade pública, ou por interesse social. Na
data da promulgação desta Constituição de 05 de outubro de 1.988, ainda estavam em
vigor as leis expropriatórias, como Decreto Lei 3365/41(desapropriação por utilidade
pública) e a Lei Federal 4132/6 além de outras inúmeras leis concernentes ao instituto
expropriatório
No Brasil, compete à União legislar privativamente sobre desapropriação (artigo 22, III),
cabendo porém, a declaração expropriatória, mediante decreto, ao Presidente da
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República, Governador, Prefeito ou Interventor (art. 6º do decreto-lei, n. 3365 de 21 de
junho de 1.941.
“ A Declaração expropriatória pode ser feita por lei ou por decreto em que se identifique
o bem, se identifique o seu destino e se aponte o dispositivo legal que a autorize. Como se
trata, entretanto de ato tipificamente administrativo, consistente na especificação do bem a
ser transferido compulsoriamente para o domínio da Administração, é mais próprio do
Executivo, que é o Poder administrador por Excelência.
Os efeitos da declaração expropriatória não se confundem com a desapropriação em si
mesma. A declaração de necessidade ou utilidade pública ou de interesse social é apenas
ato-condição que precede a efetivação da transferência do bem para o domínio do
expropriante. Só se considera iniciada a desapropriação com o acordo administrativo ou
com a citação para a ação judicial, acompanhada da oferta do preço provisoriamente
estimado para o depósito. Até então a declaração expropriatória não tem qualquer efeito
sobre o direito de propriedade do expropriado, nem pode impedir a normal utilização do
bem ou sua disponibilidade, lícito é ao particular explorar o bem ou nele construir
mesmo após a declaração expropriatória;
Enquanto o expropriante não realizar concretamente a desapropriação, sendo ilegal a
denegação de alvará de construção; o impedimento do pleno uso do bem diante da simples
declaração de utilidade pública importa restrição inconstitucional ao direito de
propriedade, assim, como o apossamento sem indenização equivale a confisco. Daí porque
consideramos a Súmula 23 do STF contraditória e inaplicável na sua parte final, porque,
se a simples declaração expropriatória não tolhe o direito de construir, não se pode
deixar de indenizar a construção no exercício normal desse direito.
Desde a declaração expropriatória ficam as autoridades expropriantes autorizadas a
penetrar nos prédios atingidos, podendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio da
força policial. Tal direito, entretanto, não significa imissão na posse, a qual só se dará
por ordem judicial, após o pagamento da justa indenização ou do depósito provisório nos
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casos e formas admitidos em lei. Essa admissibilidade legal de penetrar nos prédios
(art. 7) é limitada ao trânsito pelos imóveis, necessário aos levantamentos topográficos,
aos atos avaliatórios e outros de identificação dos bens, mas que não prejudiquem a sua
normal utilização pelos proprietários ou possuidores. Se nesse trânsito a Administração
causar dano ao imóvel, responderá pelos prejuízos e seu agente poderá ser
responsabilizado por ação penal.
A caducidade da declaração expropriatória ocorre ao fim de cinco anos ou de dois anos,
conforme se trate, respectivamente, de manifestação de utilidade ou necessidade pública
(decreto-lei 3365/41, art. 10) ou de interesse social (Lei 4132/62, art. 3), só podendo ser
renovada, em qualquer das hipóteses, depois de um ano de decadência.
PROCESSO EXPROPRIATÓRIO
VIA ADMINISTRATIVA
A via administrativa consubstancia-se no acordo entre as partes quanto ao preço, reduzido
a termo para a transferência do bem expropriado, o qual, se imóvel, exige escritura
pública para a subsequente transcrição no registro imobiliário competente, salvo leis
específicas, que autorizam o instrumento particular.
PROCESSO JUDICIAL
O processo judicial segue o rito especial estabelecido na lei geral das desapropriações
(Dec. Lei 3.365/41), admitindo supletivamente, a aplicação dos preceitos do Código de
Processo Civil. No processo de desapropriação o Poder Judiciário limitar-se-á ao exame
extrínseco e formal do ato expropriatório e, se conforme à lei, dará prosseguimento à ação
para admitir o depósito provisório dentro dos critérios legais, conceder a imissão na
posse quando for o caso e ao final, fixar a justa indenização e adjudicar o bem ao
expropriante.
A ação de desapropriação , deverá ser iniciada, com despacho de citação, dentro de cinco
anos, se proveniente de necessidade ou utilidade pública, ou de dois anos, se resultante de
interesse social, a contar da data dos respectivos atos declaratórios, sob pena de extinção
do processo baseado em ato caduco.
IMISSÃO NA POSSE
A imissão provisória na posse de prédios residenciais urbanos tem seu rito próprio
etabelecido no Dec. Lei 1.075 de 22.01,70, que só a admite após a intimação da oferta ao
expropriado, e, es esta a impugnar, deverá ser arbitrada por perito avaliador do juízo,
para as providências subsequentes e depósito da metade do valor estimado, até o limite
legal.
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A imissão definitiva na posse, em qualquer hipótese, só se dará após o integral
pagamento, conforme o fixado no acordo ou na decisão judicial final, que adjudicará o
bem ao expropriante, transferindo-lhe o domínio com todos os seus consectários. Mas é
de observar-se que desde a imissão provisória na posse o expropriante aufere todas as
vantagens do bem e cessa para o expropriado sua fruição, devendo cessar também todos os
encargos correspondentes, notadamente os tributos reais.
Esse dispositivo foi regulamentado pelo Decreto n 35.851, de 16.07.54, que estabelece
além do conteúdo da servidão, o processo de constituição, que assim se resume:
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Quanto ao conteúdo, a servidão compreende o exercício dos seguintes direitos por parte
do concessionário:
DESAPROPRIAÇÃO
A desapropriação desenvolve-se por meio de uma sucessão de atos definidos em lei e que
culminam com a incorporação do bem ao patrimônio público.
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CONCLUSÃO
O artigo 22, inciso II da C.F estabeleceu que compete privativamente à união legislar
sobre desapropriação.
Também a Lei 8987 de 13 de fevereiro de 1.995, em seu artigo 18, inciso XII, estabelece a
competência do Poder Concedente para declarar bens privados de utilidade pública ou de
interesse social.
Este poder não pode ser delegado. No entanto, pode-se atribuir aos concessionários de
serviços públicos os poderes para promover as atividades destinadas a tornar efetiva a
desapropriação, tal como previsto no Decreto Lei 3365/41, art. 3º..
O art. 29, inciso IX, dispõe que incumbe ao Poder Concedente declarar a necessidade
ou utilidade pública, para fins de instituição de servidão administrativa, os bens
necessários à execução do serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente ou
mediante a outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a
responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
Até então, a declaração expropriatória não tem qualquer efeito sobre o direito de
propriedade do expropriado, nem pode impedir a normal utilização do bem ou sua
disponibilidade.
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De tudo que ficou exposto, verifica-se que a Declaração de Utilidade Pública deve
preceder todo e qualquer ato, pois é através da mesma que os topógrafos e avaliadores das
concessionárias poderão adentrar nas propriedades dos particulares para cadastrar as
propriedades e efetuar as medições e avaliações. Não se pode inverter este processo que se
divide em duas fases distintas a declaratória como já falamos que não gera qualquer
direito à concessionária senão depois de efetuado o acordo com a indenização prévia ou
com a citação no processo judicial, mediante o depósito prévio, aí sim estará se partindo
para a fase executória , promovendo-se então a servidão ou Desapropriação, conforme
preceitua o artigo 31 da Lei das Desapropriações.
Inciso III-“ a especificação das área adquiridas amigavelmente, comprovadas por meio
de documentação legal pertinente” , Está se invertendo o procedimento, pois para se
adquirir as áreas servientes ou desapropriadas, imprescindível se faz ter-se o Decreto de
Utilidade Pública , a fim de poder adentrar nas propriedades para os levantamentos
topográficos, avaliações , n negociações e lavratura das escrituras públicas, sendo esta uma
exigência legal, conforme já salientamos.
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Inciso IV, “especificação das áreas em negociação, comprovadas por meio de
documentação legal pertinente”, Neste inciso também inverte-se o procedimento,
ressaltando que os expropriados praticamente recusam-se a qualquer tipo de negociação se
não houver um documento comprovando que efetivamente sua propriedade foi declarada de
utilidade Pública pelo Poder Concedente.E caso consigamos negociar , imediatamente é
lavrada a escritura pública, sendo o Decreto de Utilidade Pública indispensável dentre
outros documentos exigidos pela Lei de Registros Públicos.
Entendemos que a ANEEL tenha todo o direito como Agência Reguladora que é de ter
todas as informações acima, mas não nesta fase , como condição para expedição do
Decreto, mas numa fase posterior depois de efetivamente concluídos os atos
expropriatórios, seja após os registros das escrituras de Desapropriação ou Servidão de
Passagem, seja após o ajuizamento das ações judiciais necessárias.
Para o bom andamento do processo de expansão do setor elétrico sugerimos que seja
excluído o artigo 4º e seus incisos, nesta fase de obtenção do Decreto de Utilidade
Pública pelos motivos expostos.
Atenciosamente;
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