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TESTE DE PORTUGUÊS

Ano letivo 2016/2017


7ºAno. Turma: D Data: 18/10/2016.

Nome: _________________________________________________________ Nº ____

Enc. de Educação______________ Professora: _______________ Classificação:_________________

GRUPO I
Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

O príncipe que casou com uma rã


Era uma vez um rei que tinha três filhos em idade de casar. Para não surgirem rivalidades sobre a
escolha das três noivas, disse: – Lançai com a funda1 o mais longe que puderdes: onde cair a pedra
tomareis mulher. Os três filhos pegaram nas fundas e atiraram. O mais velho atirou e a pedra foi
parar ao teto de um forno; e ele ficou com a padeira. O segundo atirou e a pedra chegou à casa de
5 uma tecedeira. Ao mais pequeno a pedra caiu num fosso. Assim que atiravam, cada um corria a
levar o anel à noiva. Ao mais velho deparou-se uma jovem bela e tenra como uma fogaça2, o do
meio encontrou uma rapariga pálida, fina como um fio, e o mais pequeno procurou, procurou
naquele fosso e só achou uma rã. Tornaram para junto do rei a contar como eram as suas noivas.
– Agora – disse o rei –, quem tiver a noiva melhor herdará o reino. Façamos as provas. E deu a
10 cada um cânhamo3 para lho trazerem daí a três dias fiado pelas noivas, para ver quem fiava
melhor. Os filhos foram ter com as noivas e recomendaram que fiassem na perfeição; e o mais
pequeno, muito aflito com aquele cânhamo na mão, foi à beira do fosso e pôs-se a chamar: – Rã,
rã! – Quem me chama? – O teu amor que pouco te ama. – Se não me ama, amará. Um dia que
bela me verá. E a rã saltou para fora da água em cima de uma folha. O filho do rei deu-lhe o
15 cânhamo e disse que voltaria para o levar todo fiado daí a três dias. Passados três dias os irmãos
mais velhos correram todos ansiosos à padeira e à tecedeira para buscar o cânhamo. A padeira
fizera um bom trabalho, mas a tecedeira – era o seu ofício – fiara-o que parecia seda. E o mais
pequeno? Foi ao fosso: – Rã, rã! Saltou para uma folha e tinha na boca uma noz. Ele tinha uma
certa vergonha de se apresentar ao pai com uma noz enquanto os irmãos levavam o cânhamo
20 fiado; mas ganhou coragem e foi. O rei, que já tinha visto do avesso e do direito o trabalho da
padeira e da tecedeira, abriu a noz do mais pequeno, e entretanto os irmãos faziam chacota4. Ao
abrir-se a noz, saiu uma tela tão fina que parecia teia de aranha, e puxa, puxa, desdobra,
desdobra, nunca mais acabava, e já toda a sala do trono estava cheia. – Mas esta tela nunca mais
acaba! – disse o rei, e mal pronunciou estas palavras a tela acabou. O pai, à ideia de uma rã se
25 tornar rainha, não se resignava. Tinham nascido três crias à sua cadela de caça preferida, e deu-as
aos três filhos: – Levai-os às vossas noivas e voltareis a buscá-los daqui a um mês: quem a tiver
criado melhor será rainha. Passado um mês viu-se que o cão da padeira se tornara um molosso5
enorme, porque o pão não lhe faltara; o da tecedeira, com a comida mais apertada, tornara--se
um famélico mastim. O mais pequeno chegou com uma caixinha; o rei abriu a caixinha e saiu um
pequeno cão-d´água todo enfeitado, penteado, perfumado, que se punha em pé nas patas

1
traseiras e sabia fazer os exercícios militares e fazer de conta. O rei disse: – Não há dúvida; será rei
o meu filho mais novo e a rã será rainha. Marcaram-se as bodas, os três irmãos no mesmo dia. Os
irmãos mais velhos foram buscar as noivas com coches floridos puxados por quatro cavalos, e as
noivas vieram todas carregadas de plumas e de joias. O mais pequeno foi ao fosso, e a rã
esperava-o numa carruagem feita de uma folha de figueira puxada por quatro caracóis.
Começaram a andar: ele ia à frente, e os caracóis seguiam-no puxando a folha com a rã. De vez em
quando parava à espera, e uma vez até adormeceu. Quando acordou, tinha parado à sua frente
um coche de ouro, forrado a veludo, com dois cavalos brancos e lá dentro estava uma rapariga
bela como o Sol com um vestido verde-esmeralda. – Quem sois? – perguntou o filho mais novo. –
Sou a rã! – E como ele não queria acreditar, a rapariga abriu um cofre onde estava a folha de
figueira, a pele de rã e quatro cascas de caracol. – Eu era uma princesa transformada em rã, e só
se um filho de um rei consentisse em casar comigo, sem saber se eu era bela, é que retomaria a
forma humana. O rei ficou todo contente e aos filhos mais velhos, que se roíam de inveja, disse
que quem não era sequer capaz de escolher mulher não merecia a coroa. Rei e rainha foram o
mais pequeno e a sua esposa.
Italo Calvino, Fábulas e Contos, Editorial Teorema, (texto adaptado)

VOCABULÁRIO 1 funda – arma de arremesso, fisga. 2 fogaça – pão doce.


3 cânhamo – planta, 4 chacota – troça. 5 molosso –cão forte.~

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. As afirmações de a) a g) referem-se a informações contidas no texto. Escreve a
sequência de letras que corresponde à ordem dos acontecimentos narrados. Começa a
sequência pela letra d).
a) O filho mais pequeno lançou uma pedra que foi parar a um fosso.
b) A princesa provou ao noivo que era a rã.
c) Os irmãos mais velhos ridicularizaram o mais novo, no momento em que apresentaram os
resultados do primeiro desafio colocado às noivas.
d) O rei fez um pedido aos três filhos.
e) O filho do meio encontrou uma noiva pálida, que era tecedeira.
f) O rei declarou, pela primeira vez, que o filho mais novo seria o herdeiro do trono.
g) O rei entregou a cada filho uma planta para ser fiada pelas respetivas noivas.

2. Seleciona, para responderes a cada item, a alínea correta.


2.1. O rei apresentou um segundo desafio aos filhos visto
a) considerar todas as tarefas mal executadas.
b) desejar que fosse o filho mais velho a assumir o trono.
c) não aceitar o facto de ter sido a rã a vencer o desafio.
d) não querer ceder o trono a nenhum dos três filhos.

3. Na expressão «Quem sois?» (linha 39), a palavra «quem» refere-se


a) ao filho mais velho do rei.
b) ao filho mais novo.
c) à princesa vestida de verde-esmeralda.
d) à rã.
GRUPO II

1. Nos contos tradicionais falamos de um tempo indefinido e indeterminado, em virtude das


escassas referências temporais. Comprova esta situação no texto apresentado.
2. O conto desenvolve-se a partir de uma situação inicial. Identifica-a.
2
3. Refere duas peripécias importantes para o desenvolvimento da ação.
4. Identifica a personagem principal desta narrativa, justificando a tua opção.
5. Salienta a moral que este conto pretende transmitir.

GRUPO III
1. Lê as frases seguintes e identifica:
a) «Ele tinha uma certa vergonha de se apresentar ao pai com uma noz enquanto os irmãos
levavam o cânhamo fiado.»
b) «… a rã esperava-o numa carruagem feita de uma folha de figueira puxada por quatro
caracóis.»
1.1. Dois nomes comuns;
1.2. Dois nomes que não variam em género;
1.3. Dois nomes que se encontram no plural;
1.4. O nome que forma o feminino com uma palavra diferente;
1.5. Um nome ao qual se aplica uma regra especial de formação do feminino.

2. «Marcaram-se as bodas, os três irmãos no mesmo dia.»


Completa a frase seguinte com um quantificador numeral, de forma a provar que o nome
«bodas» é contável.
– Quando nasceram os netos, o rei passou a realizar, no mínimo, __________ bodas por ano.

3. Reescreve cada uma das frases, substituindo as expressões destacadas por um dos
seguintes elementos:
consigo • convosco • lhes • vos
a) O filho mais novo trazia com ele a noz dada pela noiva.
b) Comprei este livro para ti e para a Maria.
c) Gostaria de recontar esta história aos meus amigos.
d) Posso ler o texto contigo e com o António.

4. Preenche os espaços em branco com uma das conjunções ou locuções conjuncionais


presentes no quadro seguinte. Escreve a alínea e o elemento que lhe corresponde.
Não só […] como também • pois • mas
O Rei reconheceu ___________ a) ___________ o facto de a rã ter tecido a melhor tela
___________ b) ___________ admitiu que esta merecia ser rainha ___________ c) ___________
vencera os dois desafios. Marcaram as bodas, __________ d) __________ não esperavam que a
rã se transformasse numa princesa.

5. Associa cada uma das ideias presentes na coluna B a cada uma das palavras
destacadas na coluna A. Escreve as letras e os números correspondentes.
A. B.
a) O filho mais novo atirou a pedra e esta caiu num fosso. 1) Ideia de
contraste
b) Ou aceitava a rã como noiva ou abdicava do trono. 2) Ideia de
conclusão
c) A tecedeira fez um bom trabalho mas a rã superou o desafio. 3) Ideia de
alternativa
d) O filho do rei aceitou casar-se com a rã, logo o encantamento quebrou-se. 4) Ideia de
adição

3
GRUPO IV
Escolhe apenas uma das alternativas apresentadas e realiza a atividade. Escreve um texto de
150 a 200 palavras.
a) No final do conto de Italo Calvino, a rã afirma: «– Eu era uma princesa transformada em rã, e só
se um filho de um rei consentisse em casar comigo, sem saber se eu era bela, é que retomaria a
forma humana.» Imagina um diálogo entre a princesa e o filho mais novo do rei, em que esta
relate os acontecimentos que deram origem ao encantamento. No teu texto deves: – respeitar as
regras da construção do diálogo; – incluir os sentimentos da princesa relativamente ao
encantamento; – incluir a opinião final do filho mais novo face ao relato.

b) Num texto bem estruturado e coerente, imagina um final diferente para o conto …

Cotações

Grupo I Grupo III


1. .. .................................... 7 pontos 1........................................ 4 pontos
2. ....................................... 6 pontos 2. . ..................................... 4 pontos
3. ....................................... 7 pontos 3........................................ 4 pontos
Grupo II 4........................................ 4 pontos
1. ....................................... 6 pontos 5. . ..................................... 4 pontos
2. ....................................... 6 pontos
3. ....................................... 6 pontos Grupo III ............................................................................................ 30 pontos
4. ....................................... 6 pontos
5 …………………………….6 pontos Total .............................. 100 pontos

BOM TRABALHO!

A professora:Helena Miranda Reis

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