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Candi

Edifícios religiosos, geralmente antigos, da Indonésia,


especialmente templos hindus e budistas

Estátua de Buda, com a estupa principal de Borobudur em segundo plano

Candi é a designação local dos templos hindus e budistas


construídos sobretudo durante o período Zaman Hindu-Buddha
(ou da indianização), entre os séculos IV e XV, na Indonésia.[1]

O Grande Dicionário da Língua Indonésia define candi como um


antigo edifício de pedra usado para cultos religiosos ou para
guardar cinzas de reis e sacerdotes budistas e hindus.[2] Os
arqueólogos indonésios descrevem os candis como estruturas
sagradas do passado hindu e budista, usadas para cerimónias e
rituais religiosos na Indonésia.[3] No entanto, o termo é também
frequentemente aplicado a antigas estruturas seculares, como
portões, ruínas urbanas, tanques e locais de banho, enquanto que
os santuários que servem especificamente como túmulos são
chamados cungkup.[1]

Na arquitetura hindu do Bali, o termo candi refere-se a uma


estrutura de pedra ou de tijolo com um santuário com uma só
cela, com pórtico, entrada e escadas, encimado por um telhado
piramidal, situado num pura (templo ou complexo religioso hindu).
A maior parte dos candis balineses foram inspirados nos templos
de Java Oriental e funcionam como santuário de uma divindade.
Para os balineses, um candi não é necessariamente antigo, pois
continuam a ser construídos ou reconstruídos candis nos puras,
como é o caso do templo reconstruído em Alas Purwo, na
regência de Banyuwangi de Java Oriental.[4]

Na perspetiva budista contemporânea indonésia, candi refere-se a


santuários antigos ou novos. Por exemplo, há várias viaras
contemporâneas na Indonésia que contêm réplicas em tamanho
real de templos budistas famosos ou são reconstruções de
antigos templos, como as réplicas do Candi Pawon[5] e das
perwaras (pequenos templos) de Plaosan. No budismo, o papel de
um candi como santuário é por vezes intermutável com o de uma
estupa, uma estrutura em abóbada para guardar relíquias
budistas or cinzas de sacerdotes budistas, patronos ou
benfeitores. Borobudur, Muara Takus e Batujaya, por exemplo, são
de facto estupas muito elaboradas.
Na língua indonésia moderna , a designação de candi é
igualmente aplicada aos antigos templos do Camboja (como
Angkor Wat), Vietname, Tailândia, Birmânia e Índia.

Terminologia
Na literatura de arte, o termo candi é
geralmente aplicado a uma estrutura Entre os séculos VII
baseada no tipo de santuário indiano e XV, foram
construídas
com uma só cela, encimado por uma
centenas de
torre piramidal e com um pórtico.[7]
estruturas religiosas
Candi é o prefixo de muitos templos em em tijolo e em pedra
forma de montanha da Indonésia, em Java, Sumatra e
construídos como uma representação Bali. Estas são
do mitológico monte Meru, a morada chamadas candi. O
termo refere-se a
dos deuses e epítome do universo. No
outras estruturas
entanto, o termo candi é também
pré-islâmicas,
aplicado a muitas estruturas não incluindo portões e
religiosas do mesmo período hindu e até locais de banho,
budista da Indonésia, como gopuras mas a sua principal
(portões), petirtaans (tanques) e alguns manifestação é o
santuário religioso.
complexos habitacionais. Como
exemplos de candis que não são — R. Soekmono [6]
templos podem apontar-se os portões
de Bajang Ratu e Wringin Lawang de Majapait, o tanque de
banhos Candi Tikus em Trowulan e Jalatunda nas encostas do
monte Penanggungan, ou restos de estruturas de habitação ou
urbanas como Ratu Boko ou algumas ruínas de Trowulan.

É provável que em Java os templos se chamassem originalmente


ासाद; transl.: prāsāda prāsāda (em sânscrito: ासाद), como
acontece na inscrição de Manjusrigrha, datada de 792 d.C., que
menciona "Prasada Vajrasana Manjusrigrha" referindo-se ao
templo de Sewu.[8] O termo prasada refere-se a uma oferenda
sagrada ou sacramento hindu[9] e está relacionado com o termo
tailandês e cambojano prasat, que se refere à estrutura em forma
de torre num templo.

Etimologia
Na perspetiva hindu, acredita-se que o termo candi deriva de
Chandi (ou Caṇḍīka), uma das manifestações da deusa guerreira
e da morte Durga.[10] Isso sugere que na antiga Indonésia, os
candis tinham funções mortuárias e estavam ligados à vida após
a morte. A associação do nome candi, candika ou durga com os
templos hindu-budistas é desconhecido na Índia e noutras partes
do Sudeste Asiático fora da Indonésia, como o Camboja, Tailândia
ou Birmânia.

Outra teoria, da perspetiva budistam sugere que o termo candi


pode ser uma forma localizada da palavra páli cedi (em sânscrito:
caitya), que está relacionada com o termo tailandês chedi,
sinónimo de estupa e pode também estar relacionado com o
bodisatva Cundi.[11]

Os historiadores sugerem que os antigos templos de Java eram


também usados para guardar as cinzas de reis e membros da
realeza que eram cremados, o que está de acordo com o conceito
budista das estupas como estruturas para guardar relíquias
budistas, que incluem cinzas e restos mortais de sacerdotes, reis
budistas ou patronos do budismo. A estátua da divindade
guardada na garbhagriha (câmara principal) do templo é
frequentemente modelada a partir do rei morto e é considerada
uma personificação divinizada do rei representado como Vixnu ou
Xiva, de acordo com o conceito de devaraja. Um exemplo disso é
a estátua de Airlangga, rei de Kahuripan de Java Oriental do
século XI, que é retratado como Vixnu cavalgando Garuda no
templo de Belahan.

Arquitetura
A arquitetura dos candis segue as tradições da arquitetura hindu
típica, baseadas no Vastu shastra. O desenho dos templos,
especialmente em Java Central, incorpora uma planta de templo
em forma de mandala e as típicos enormes coruchéus em forma
de torre dos templos hindus. Os candis representam a montanha
sagrada Meru, a morada dos deuses. Todo o templo é um modelo
do universo hindu, segundo a cosmologia hindu e os níveis de
Loka.[12]

Elementos estruturais

Na estrutura dos candis há uma hierarquia de zonas, que vão


desde a menos sagrada até às mais sagradas. Na tradição
indiana da arquitetura hindu-budista os elementos são arranjados
em três partes, cada uma correspondente a um dos elementos
cósmicos. A planta do templo segue a regra de alocação do
espaço em três elementos, usualmente identificados como o pé
(base), o corpo (centro) e a cabeça (telhado). As três zonas são
arranjadas de acordo com uma hierarquia sagrada. cada um dos
conceitos hindus e budistas tem os seus próprios termos, mas a
essência desses conceitos é idêntica. Tanto a planta (horizontal)
do complexo cmo a sua estrutura vertical consistem em três
zonas:

Bhurloka (ou Kāmadhātu no budismo), o domínio mais baixo


dos comuns mortais, humanos, animais e também demónios,
onde os humanos ainda estão ligados à luxúria, desejo e forma
de vida não santa. O pátio exterior e a base de cada templo
simboliza o Bhurloka.
Bhuvarloka (Rupadhatu no budismo), o domínio intermédio, das
pessoas santas, ríshis, ascetas e deuses menores, onde as
pessoas começam a vislumbrar a luz da verdade. O pátio
intermédio e o corpo de cada templo simboliza o Bhuvarloka.
Svarloka (Arupadhatu no budismo), o domínio mais elevado e
mais sagrado dos deuses, também conhecido como
svargaloka. O pátio interior e o telhado de cada templo
simboliza o svarloka. Os telhados dos templos hindus são
usualmente coroados com uma ratna (joia em sânscrito), uma
vajra ou, em Java Oriental, por uma estrutura cúbica. O pináculo
dos templos budistas era constituído por uma estupa ou
dagoba.

Estilo

O arqueólogo indonésio R. Soekmono classificou os estilos de


candi em dois grupos principais: o de Java Central, que data
sobretudo de antes de 1000 d.C., e o de Java Oriental, posterior a
1000 d.C., que inclui também os templos de Sumatra e do Bali.[13]
Caraterísticas dos candis

Partes do
Estilo de Java Central Estilo de Java Oriental
templo

Forma da
Tendencialmente volumosa e pesada Tendencialmente esguia e alta
estrutura

Apresenta claramente secções em degrau, que


Telhado As partes múltiplas das secções em degrau formam uma estrutura mais suave
geralmente consistem de três partes

Estupa nos templos budistas; ratna ou vajra nos Cúbico, sobretudo nos templos hindus; estruturas cilíndricas de tipo dagoba
Pináculo
templos hindus (estupa) em alguns templos budistas

Estilo kala-makara; cabeça de Kala de boca aberta


Ornamentos
sem o maxilar inferior localizada no topo do portal, Cabeça de Kala sorrindo sarcasticamente com a boca completa, com maxilar
dos portais e
ligado a uma dupla Makara em cada um dos lados inferior, localizada no topo do portal; não existem Makaras.
nichos
do portal

Pouco salientes, com imagens estilizadas similares aos fantoches Wayang do


Relevos Muito salientes, com imagens em estilo naturalista
Bali

Desenho e Mandala concêntrica, simétrica e formal, com o Linear e assimétrico, seguindo a topografia do local; o templo principal situa-se
localização templo principal situado no centro do complexo e na parte mais traseira ou mais distante da entrada, frequentemente na parte
do templo rodeado por templos perwara mais pequenos em mais alta do complexo; os templos perwara situam-se em frente ao templo
principal filas regulares principal

Orientação Geralmente virados para leste Geralmente virados para oeste

Materiais de
Principalmente andesito Principalmente tijolo vermelho
construção

Há exceções em relação materiais de construção, formas e


localização a estes traços gerais de desenho. Por exemplo, os
templos de Penataran, Jawi, Jago, Kidal e Singhasari pertencem
ao grupo de Java Oriental mas são de andesito, como os de Java
Central. As ruínas dos templos de Trowulan, em Java Central,
como Brahu, Jabung e Pari, são de tijolo. O grande templo de
Prambanan, em Java Central, é alto e esguio como os de estilo de
Java Oriental, mas o telhado é do estilo de Java Central. Há
também casos em que a localização não corresponde ao estilo
dominante, como por exemplo o Candi Badut, que apesar de
situado em Malang, Java Oriental, é do período (data do
século VIII) e estilo de Java Central.

Os complexos mais antigos do norte de Java Central, como os do


planalto de Dieng, são mais pequenos e têm apenas vários
templos com relevos mais simples, enquanto que os complexos
posteriores, como o de Sewu, são mais grandiosos, com relevos
mais elaborados e de planta concêntrica.

No período Majapait assistiu-se ao revivalismo de elementos


megalíticos austronésios, com o pirâmides em degraus (punden
berundak). Estes traços de desenho podem ser vistos nos candis
de Sukuh e Ceto, no monte Lawu, na parte oriental de Java
Central, e nos santuários em escada das encostas do monte
Penanggungan, que se assemelham às pirâmides maias.

Materiais de construção
A maior parte dos candis em bom estado de conservação são
feitos de andesito. Este facto deve-se principalmente à
durabilidade da pedra comparativamente com os tijolos em
relação ao clima tropical e chuvas torrenciais. No entanto, num
certo período, especialmente durante a era Majapait, o tijolo
vermelho foi muito usado como material de construção. Os
materiais de construção mais usados na construção de templos
na Indonésia são os seguintes:

Andesito — é uma rocha vulcânica de composição intermédia,


com textura entre afanítica e porfiroide. A cor desta rocha de
lava vai do cinzento claro ao cinzento escuro. O andesito é
especialmente abundante na ilha vulcânica de Java e é
explorado em algumas escarpas e pedreiras. Cada um dos
blocos de andesito são talhados à medida, com técnicas de
encravamento, para construir paredes e chãos de templos. As
pedras de andesito são facilmente talhadas com cinzel, o que
as torna adequadas para paredes e decorações em relevo. É
comum que as paredes de andesito dos templos apresentem
relevos elaborados e narrativos, como acontece em Borobudur
e Prambanan. O andesito é também usado para esculpir
estátuas de divindades e de Buda.
Tijolo — A estrutura mais antiga construída em tijolo é o
complexo de templos de Batujaya, em Karawang, Java
Ocidental, datado do século II d.C. ao século XII. Embora o tijolo
tivesse sido usado nos candis indonésios do período clássico,
foram os arquitetos de Majapait dos séculos XIV e XV que
aperfeiçoaram o estilo e técnicas.[14] Recorrendo a uma
argamassa de seiva de trepadeiras e açúcar de palma, os
templos tinham uma forte qualidade geométrica. Exemplos de
templos do período Majapait são os de Brahu (em Trowulan),
Pari (em Sidoarjo), Jabung (em Probolinggo). Em Sumatra
também há templos de tijolo, como o de Bahal, Muaro Jambi e
Muara Takus. O tijolo é menos durável que o andesito,
principalmente quando exposto à humidade tropical e às
chuvas torrenciais, pelo que muitas estruturas coinstruídas em
tijolo foram caindo em ruínas ao longo dos séculos.
Tufo — é outra rocha vulcânica, igualmente muito abundante
junto aos vulcões javaneses e às formações calcárias. Em
javanês e indonésio, o tufo é chamado batu putih (pedra
branca), devido à sua cor clara. A porosidade do tufo torna-o
desaquado para ser esculpido, pelo que é considerado um
material de qualidade inferior ao andesito. É usado sobretudo
como material de enchimento, formando a estrutura interior do
templo, enquanto que a camada exterior é feita de andesito. As
principais pedreiras de tufo encontram-se nos maciços calcário
de Sewu perto do monte Ratu Boko. No templo-crematório de
Ratu Boko é possível ver os enchimentos de tufo.
"Estuque" — na versão usada nos templos indonésios, é um
material similar ao cimento moderno, feito com uma mistura de
areia, pedra e água. O estuque como material de construção
pode ser observado no complexo de Batujaya, em Java
Ocidental.
"Reboco" — chamado localmente vajralepa, é usado como
revestimento das paredes. O reboco branco amarelado é feito
de uma mistura de terra calcária, tufo ou caluino com
substâncias vegetais como gomas ou resinas como
aglutinantes. O vajralepa era aplicado nas paredes de andesito
e depois pintado com cores vivas, servindo talvez guia de
ensinamentos budistas.[15] É possível observar vestígios de
vajralepa nas paredes dos templos de Borobudur, Sari, Kalasan
e Sewu.
Madeira — acredita-se que também foi usada na construção de
alguns candis. Os templos de Sari e Plaosan, por exemplo, são
conhecidos por terem vestígios de saliências de pedra para
suportarem traves de madeira e pavimento no segundo andar,
bem como vestígios de escadas de madeira. O complexo de
Ratu Boko tem bases em pedra que sugerem que outrora nelas
assentavam vigas de madeira que suportavam a estrutura de
um telhado feito de materiais orgânicos. São também
observáveis vestígios de orifícios para instalar caixilhos de
janelas e portas de madeira em muitos dos templos perwaras
(pequenos templos complementares). A rápida deterioração da
madeira devido ao clima tropical húmido fez com que passados
alguns séculos não haja qualquer vestígio de elementos em
madeira.

Motivos de decoração
Kala-Makara

Nos candis da antiga Java é notável a aplicação de Kala-Makaras


como elementos decorativos e simbólicos. Kala é o gigante que
simboliza o tempo e a colocação da sua cabeça por cima dos
portais simboliza que o tempo consome tudo. Kala é também
uma figura protetora, que com a sua face feroz gigantesca
amedronta e afugenta os espíritos malévolos. Makara é um
monstro mitológico marinho, o vahana (veículo) do deus marinho
Varuna, que geralmente é representado como meio mamífero e
meio peixe. Em muitos templos é representado na foram de meio
peixe ou foca com a cabeça de um elefante ou, em alguns casos,
com a cabeça e mandíbulas de um crocodilo, com uma tromba de
elefante, as presas de um javali, os olhos dardejantes de um
macaco, as escamas e corpo flexível de um peixe e as penas
encaracoladas da cauda de um pavão. Tanto Kala como Makara
são usados como figuras protetoras da entrada dos templos.

A cabeça gigante de Kala situa-se geralmente no cimo da entrada,


com Makaras salientes em ambos os lados da cabeça de Kala,
flanqueando o portal ou projetando-se no canto superior como
antefixos. Também se encontram Kalas-Makaras nos corrimões
das escadas. Os intricados relevos em pedra das Makaras
gémeas que flaqueiam o lanço inferior das escadas, formam
corrimões com os seus corpos curvados. Além de Makaras, da
cabeça de Kala pode também sair uma língua, que forma um
corrimão. Este tipo de decoração das escadarias pode ser
observado em Borobudur e Prambanan. É frequente que as
trombas de Makara serem esculpidas de forma a parecerem estar
a segurar ornamentos de ouro ou a jorrar joias, enquanto que da
sua boca frequentemente jorram figuras anãs de ganás ou de
animais como leões ou papagaios.

Linga-Yoni

Nos antigos templos de Java, o simbolismo linga-yoni só se


encontra templos hindus, mais precisamente nos do rito xivaíta,
estando ausentes dos templos budistas. O linga é um poste ou
cilindro que simboliza o falo do deus Xiva e do poder criativo.
Alguns lingas são segmentados em três partes: uma base
quadrada, que simboliza Brama, uma parte central octogonal,
símbolo de Vixnu, e uma ponta redonda, símbolo de Xiva. Os
lingas do período javanês clássico que chegaram aos nosso dias
são geralmente de pedra polida com esta forma.

Os lingas estão implantados numa base quadrada com um


buraco no meio, chamado yoni, a representação simbólica do
útero ou da vagina e também um símbolo de Parvati, a consorte
de Xiva. O yoni tem geralmente uma espécie de bica, usualmente
decorado com uma naga, que ajuda a escoar e recolher os
líquidos derramados sobre o linga-yoni durante os rituais hindus.
Como símbolo religioso,, a função do linga é principalmente de
adoração e ritual. Os vestígios mais antigos de linga-yoni
encontram-se nos templos de Dieng e datam de cerca do
século VII. Originalmente, é provável que cada templo tivesse um
par completo de linga-yoni, mas na maior parte dos templos, o
linga desapareceu.

Nas tradições dos reinados javaneses, certos lingas eram erigidos


como símbolos do próprio rei ou da sua dinastia, localizando-se
em templos reais para expressarem a consubstancialidade do rei
com Xiva. Um exemplo disso é o linga-yoni do templo de Gunung
Wukir, que segundo a inscrição de Canggal (datada de 732) está
ligado ao rei Sanjaya de Mataram.[16] Outros templos que contêm
linga-yonis completos são, por exemplo, o de Sambisari e de Ijo,
em Java Central. Os templos de Penataran e de Jawi, em Java
Oriental, também têm linga-yonis', mas os respetivos lingas já não
existem.

Baixos-relevos

As paredes dos candis apresentam frequentemente baixos-


relevos, que além de elementos decorativos têm significados
simbólicos e narrativos. Os baixos-relevos mais requintados
encontram-se em Borobudur e Prambanan. As paredes dos
primeiros quatro terraços de Borobudur são um exemplo
magnífico de baixos-relevos, considerados os mais elegantes e
graciosos do budismo antigo.[17] Os relevos de Borobudur
representam escrituras budistas, como o Karmavibhangga (lei do
carma), Lalitavistara (nascimento de Buda), Jataka, Avadana e
Gandavyuha. Em Prambanan, os baixos-relevos representam as
escrituras hindus Ramáiana e Bhagavata Purana (conhecida
popularmente como Krishnayana).

Os baixos-relevos de Borobudur representam também muitas


cenas da vida quotidiana da Java do século VIII, desde a vida na
corte palaciana até às pessoas comuns das aldeias, passando
por eremitas das florestas. As pessoas representadas são reis,
rainhas, príncipes, nobres, cortesãos, soldados, servos, pessoas
do povo, sacerdotes e eremitas. Também são representados
templos, mercados, fauna e flora, além de arquitetura vernacular
nativa. Há ainda representações de seres espirituais míticos das
crenças budistas, como asuras, deuses, bodisatvas, kinnaras,
gandharvas e apsarás. As imagens representadas nos baixos-
relevos são frequentemente usadas como referências pelos
historiadores na investigação de certos temas, como o estudo da
arquitetura, armamento, economia, vestuário e meios de
transporte do século VIII no Sudeste Asiático Marítimo. Um dos
baixos-relevos famosos de Borobudur é chamado Navio de
Borobudur, uma embarcação com forquilha de brandal dupla.

Há diferenças significativas de estilo e estética dos baixos-


relevos do período javanês central (antes do século XI) e do
período javanês oriental (século XI e seguintes). O estilo javanês
central, que pode ser visto em Borobudur e Prambanan, é mais
requintado e naturalístico. Os relevos são muito salientes da base
e as imagens são de estilo naturalista, com proporções do corpo
ideais. Em contrapartida, os baixos-relevos de estilo javanês
oriental são pouco salientes e as imagens apresentam uma pose
rígida e estilizada, similar à dos fantoches Wayang do Bali. O
estilo javanês oriental encontra-se atualmente preservado na arte,
estilo e estética dos baixos-relevos dos templos balineses, nos
fantoches wayang e na arte de pintura balinesa de Kamasan.

Divindades
Kalpataru e Kinnara

As imagens de casais de kinnaras (macho) e kinnaris (fêmea)


podem ser vistas nos templos de Borobudur, Mendut, Pawon,
Sewu, Sari e Prambanan. Geralmente são representados como
aves com cabeça humana ou humanos com membros inferiores
de pássaro. O par de Kinnara e Kinnari é geralmente representado
como guardando Kalpataru (Kalpavriksha), a árvore da vida ou, por
vezes, guardando um pote de tesouro. Em Borobudur há baixos-
relevos representando a história da famosa kinnari Manohara.

As paredes inferiores do exterior dos templos de Prambanan


eram decoradas com filas de pequenos nichos com a imagem de
simha (leões) flanqueada por dois painéis com ávores kalpataru
luxuriantes. Estas árvores sagradas que os hindus acreditam
satisfarem desejos, é flanqueada por kinnaras ou animais, como
pares de pássaros, veados, ovelhas, macacos, cavalos, elefantes,
etc. O padrão de leão num nicho flanqueado por árvores kalpataru
é típico do complexo de templos de Prambanan, pelo que é
chamado "painel Prambanan".

Bodisatvas e Taras

Nos templos budistas, os painéis de baixos-relevos são


frequentemente decorados com imagens requintadas da figura
masculina de um bodisatva e da figura masculina duma Tara,
juntamente com gandharvas (músicos celestiais) e, por vezes, de
ganás anões. Estas são as divindades que residem no paraíso
Tushita da cosmologia budista. Há imagens notáveis de
bodisatvas nas paredes exteriores dos templos de Plaosan, Sari,
Kalasan, Pawon e, obviamente, de Borobudur.

Devatas e apsarás

Nos templos hindus, os casais celestes de Devatas (masculino) e


Apsarás encontram-se geralmente na decoração de painéis das
paredes dos templos. Eles são o correspondente hindu dos
casais de Bodisatvas e Tara. No outro lado dos painéis narrativos
de Prambanan, a parede do templo ao longo da galeria era
decorada com estátuas e relevos de devatas e de sábios
brâmanes. No templo de Xiva há figuras de Lokapalas guardiões
celestes das direções. Os sábios brâmane dos Vedas são
representados nos relevos das paredes do templo de Brama,
enquanto que no templo de Vixnu há figuras de devatas
flanqueados por duas apsarás. A representação de seres celestes
e deuses menores — devatas e apsarás — descreve o conceito
hindu do domínio sagrado de Svarloka, que tem correspondência
na identificação do templo em torre hindu como epítome do Meru
da cosmologia hindu.

Guardiães

Dvarapalas
A maior parte dos maiores complexos de templos da antiga Java
eram guardados por um par de estátuas de Dvarapalas, que eram
os guardiões dos portões. Os gémeos gigantes geralmente
flanqueiam a entrada em frente do templo ou estão nos quatro
pontos cardeais. Os Dvarapalas têm a forma de gigantes ou
demónios aterrorizadores, que impedem a entrada dos espíritos
malignos nos recintos sagrados do templo. Na arte de Java
Central, o Dvarapala é geralmente representado como um gigante
corpulento bastante gordo, com um rosto feroz e olhos brilhantes
redondos esbugalhados, garras salientes, cabelo encaracolado e
bigodes, com uma grande barriga redonda. Usualmente segura
um gada (maça) e por vezes facas como armas.

Na arte de Java Oriental e do Bali, o Dvarapala é geralmente


bastante magro, com a exceção do Dvarapala gigantesco com
3,7 metros de altura de Singhasari, perto de Malang. As estátuas
mais notáveis de Dvarapalas são as do Candi Sewu, onde cada
ponto cardeal do grande complexo é guardado por um par de
grandes Dvarapalas que estão em excelente estado de
conservação. Os Dvarapalas de Sewu tornou-se o protótipo do
guardião Gupolo da arte javanesa posterior, que se pode obsrvar
nos keratons (palácios reais) de Jogjacarta e Surakarta. Outro
belo exemplo de dois pares de Dvarapalas são os que guardam os
templos gémeos de Plaosan.

Leões
É usual que os portais de entrada dos candis sejam também
guardados por leões (em sânscrito: Siṁha; em indonésio e
javanês: Singa), um em cada lado da entrada. Nunca houve leões
nativos no Sudeste Asiático no período histórico, pelo que a
representação de leões na arte antiga dessa região do mundo,
especialmente em Java e no Camboja, está longe do estilo
realista que se observa na arte persa ou grega, pois baseia-se
totalmente na imaginação. As representações culturais e a
reverência do leão como besta nobre e poderosa no Sudeste
Asiático foi influenciado pela cultura indiana, especialmente
através do simbolismo budista.

Em Borobudur, as quatro entradas principais são guardadas por


estátuas de andesito de leões. Nos tronos de Buda e de
bodisatvas que se encontram nos templos budistas de Kalasan e
Mendut há representações de leões, elefantes e Makaras. No
Candi Penataran, em Java Oriental, há uma estátua de um leão
alado.

Pináculos em forma de estupa e de ratna

As religiões a que foram consagrados os templos da antiga Java


são facilmente identificadas pelos pináculos no cimo dos
telhados. Nos templos budistas estes são constituídos por
estupas em forma de sino, enquanto que nos templos hindus são
usadas ratnas (ornamentos em forma de pináculo que
simbolizam uma joia).

O melhor exemplo de estupas típicas da arquitetura clássica de


templos javaneses é o das de Borobudur, em forma de sino. A
estupa do terraço superior redondo de Borobudur do Arupadhatu é
constituída por um pedestal redondo em forma de lótus, um
domo com inclinação ligeira em forma de sino, com uma
estrutura retangular no cimo, que serve de base a um pináculo
hexagonal. Cada uma das estupas de Borobudur está perfurada
por numerosas aberturas decorativas de forma retangular ou de
losango. No interior das estupas pefuradas há estátuas de Budas
sentados. É provável que Borobudur tivesse começado por ser,
não um templo, mas uma estupa, uma estrutura que é um
santuário de Buda. Por vezes as estupas eram construídas
somente como símbolos de devoção budista. Em contrapartida,
os templos são locais de culto.

O pináculo ratna tem a forma de uma pirâmide obtusa curvada,


sendo por vezes cilíndrica. Tem várias bases ou pedestais com
costuras ornamentais, chamadas pelipit em javanês. Embora
mais comum em templos hindus, também se encontra em alguns
templos budistas. Dois bons exemplos de templos com pináculo
ratna são Sambisari e Ijo. Em Prambanan, são usadas vajras
como pináculos, em vez de ratnas. Nos períodos mais tardios
podem encontrar-se falsos linga-yonis ou cubos nos telhados dos
templos hindus e dagobas (estupas) cilíndricas nos telhados dos
templos budistas.

Localização
A maior concetração de candis encontra-se principalmente na
regência de Sleman da região de Jogjacarta e nas regências de
Magelang e Klaten, em Java Central, o que corresponde à região
histórica da planície de Kedu, vale do rio Progo, área de
Temanggung-Magelang-Muntilan e planície de Kewu (o vale do rio
Opak, em volta de Prambanan), o berço da civilização javanesa.
Outros locais importantes, com complexos de templos notáveis,
incluem as regiões de Malang, Blitar e Trowulan, em Java Oriental.
Em Java Ocidental também há alguns templos, como em
Batujaya e Cangkuang. Fora de Java, encontram-se candis no Bali,
Sumatra e, embora sejam raros, no sul de Bornéu. Em Sumatra há
dosi locais notáveis pela concentração de candis: o complexo de
Muaro Jambi, na província de Jambi, e o sítio arqueológico de
Padang Lawas, na Sumatra Setentrional.

Os candis tanto podem estar em terrenos inclinados como em


terrenos planos. Prambanan e Sewu, por exemplo, encontram-se
em terreno plano e de baixa altitude, enquanto que os templos de
Gedong Songo e de Ijo situam-se em terraços a grande altitude ou
encostas de montanhas. Por seu lado, Borobudur foi construído
sobre uma colina rochosa. A posição, orientação e organização
espacial dos templos na paisagem e o seu desenho arquitetónico
foram determinados por fatores sócio-culturais, religiosos e
económicos da população, regimes políticos ou pela civilização
que os construíu e suportou.[18]

Java
Java Ocidental

Batujaya, um complexo com uma estupa budista de tijolo


vermelho e argamassa situado em Karawang. Provavelmente
data do século VI, do tempo do reino de Tarumanagara.[19]
Cibuaya, um complexo de templos vixnuítas de de tijolo
vermelho e argamassa situado em Batujaya.[20] Provavelmente
data da mesma altura que a estupa.
Bojongmenje, ruínas de um templo hindu em Rancaekek,
regência de Bandung.
Cangkuang, um templo hindu em Leles, na regência de Garut.
Ergue-se no meio de um lago coberto de nenúfares. Ao
contrário de outros templos javaneses, caraterizados pela
arquitetura grandiosa, o Candi Cangkuang é bastante modesto
e só tem uma estrutura ainda de pé.[21] Tem uma estátua de
Xiva virada para leste, em direção ao sol nascente. Não se sabe
a data de construção.

Java Central
Planalto de Dieng — Neste local rodeado de crateras de lama
fervilhante, lagos coloridos, fumarolas de enxofre e nascentes
de água quente, perto de Wonosobo, há um complexo de
templos dos séculos VII e VIII, os mais antigos em Java Central.
Gedong Songo — Conjunto de cinco templos construídos nos
século VIII e IX, situado a sudoeste de Semarang. O sítio é um
bom exemplo de como a localização dos templos era tão
importante como os edifícios propriamente ditos. O local tem
vista para três vulcões e para o planalto de Dieng.

Borobudur e planície de Kedu

A planície de Kedu situa-se a noroeste de Jogjacarta, a oeste do


vulcão Merapi e a sudoeste de Magelang.

Borobudur — Construído no século IX, é apontado como o


maior monumento budista do mundo. Constituído por sete
terraços sobrepostos que representam os degraus desde o
mundo terrestre até ao Nirvana. Entre os seus relevos,
destacam-se os do nascimento, iluminação e morte de Buda. O
chamado Conjunto de Borobudur, que além de Borobudur inclui
também os templos vizinhos de Pawon e Mendut, é um sítio
incluído na lista do Património Mundial da UNESCO.
Pawon — Templo budista do século VIII perto de Borobudur.
Mendut — Templo budista do século VIII perto de Borobudur.
Ngawen — Conjunto de cinco santuários budistas alinhados,
um deles decorado com esculturas requintadas de leões. Situa-
se a leste de Mendut e o nome está ligado a Venuvana, o
"templo da floresta de bambu".
Banon — Ruínas de templo hindu do século VIII situado a norte
de Pawon. O pouco que resta dele torna impossível a
reconstrução do templo. A estátua hindu de Banon encontra-se
atualmente no Museu Nacional da Indonésia, em Jacarta.
Umbul — Complexo de banhos do século IX em Grabag,
regência de Magelang.
Gunung Sari — Ruínas de um complexo de templos constituído
por um principal e três secundários. Do principal só existe a
base.
Gunung Wukir — Complexo de templos xivaítas na aldeia de
Canggal, regência de Magelang. Do templo principal só existe a
base e os três templos secundários tmabém estão em ruínas.
Ali se encontrou uma das inscrições mais antigas de Java,
datada de 732.

Encostas do Merapi

Complexo de Sengi — Composto por três templos (Candi Asu,


Candi Pendem e Candi Lumbung) dos séculos VIII e IX.
Gebang — Templo hindu do século VIII ou início do século IX,
situado na aldeia homónima, perto de Wedomartani.
Pustakasala — Ruínas de templo xivaíta do século IX ou X,
descobertas em dezembro de 2009, situadas no recinto da
Universidade Islâmica da Indonésia na estrada de Kaliurang.
Lawang
Morangan

Junto a Jogjacarta

Sambisari — Templo hindu do século X, soterrado por erupções


do Merapi. Foi descoberto em 1966 por um agricultor quando
lavrava os seus campos.
Kadisoka — Templo inacabado do século VIII, soterrado por
erupções do Merapi. Descoberto em 2000, pensa-se que deve
ser hindu.

Planície de Prambanan

Roro Jonggrang — Conjunto principal do complexo de


Prambanan. Data do século IX e é conhecido como "Donzela
Esbelta". Os templos principais são dedicados a Xiva e é
flanqueado por templos dedicados a Vixnu e a Brama. Nos
seus relevos há representações de histórias do Ramáiana.
Sewu — Complexo de templos budistas, mais antigo do que
Roro Jonggrang. Tem um santuário principal rodeado de vários
templos mais pequenos. As estátuas dos guardiões estão bem
conservadas e há réplicas delas no pátio centrak do Jogja
Kraton (palácio do sultão de Jogjacarta).
Lumbung — Complexo budista em ruínas situado a sul do
templo de Sewu, constituído por um templo principal rodeado
por 16 templos pequenos.
Gana — Templo budista em ruínas, rico em estátuas, baixos-
relevos e pedras esculpidas. Tem numerosas representações
de crianças ou anões com mãos levantadas. Situa-se a leste do
complexo de Sewu, no meio de uma área residencial. Está a ser
restaurado desde 1997.
Plaosan — Complexo budista situado alguns quilómetros a
leste de Sewu, provavelmente data do século IX. Pensa-se que
terá sido construído por um rei hindu para a sua esposa
budista.Tem dois templos principais, com relevos de um
homem e duma mulher, além de uma estupa delgada.
Arca Bugisan — Conjunto de sete estátuas de Buda e de
bodisatvas, algumas caídas, com diferentes poses e
expressões.
Sajiwan — Templo budista decorado relevos relacionados com
educação. A base e a escadaria estão decorados com fábulas
de animais.
Sari — Originalmente um santuário para sacerdotes budistas.
Datado do século VIII, tem nove estupas no cimo e duas salas,
que se pensa terem servido como local de meditação dos
religiosos.
Kalasan — Templo budista do século VIII construído para
comemorar o casamento de um rei com uma princesa. Está
decorado com relevos finamente esculpidos.
Kedulan — Descoberto em 1994 por escavadores de areia,
encontra-se a quatro metros de profundidade. Está visível a
base quadrada do templo principal, mas os templos
secundários ainda não foram completamente escavados.

Ratu Boko e imediações

Ratu Boko — Ao contrário da generalidade dos candis, é uma


povoação fortificada ou palaciana, construída entre os séculos
VIII e IX. É conhecido localmente como Kraton Ratu Boko
(Palácio do Rei Boko), pois terá sido o palácio do Rei Boko
protagonista da lenda javanesa de Roro Jonggrang, à qual
também estão ligados os templos de Sewu, o templo principal
de Prambanan e Candi Watugudig.
Arca Gopolo — Grupo de sete estátuas dispostas em círculo,
como se estivessem numa assembleia. Nas roupas da estátuas
maior ainda se podem ver decorações florais.
Banyunibo — Pequeno complexo budista do século IX, com um
templo principal rodeado por seis mais pequenos, formando
uma estupa. A restauração terminou em 1978.
Candi Barong — Par de templos quase idênticos em terraços.
Acredita-se que datem do século VIII e tivessem feito parte de
um complexo sagrado dos quais eram as peças principais.
Dawangsari — Amontoado de pedras de andesito que se pensa
ter sido uma estupa que foi destruída.
Ijo — Complexo de templos com três andares, dos quais apenas
um está restaurado. Um deles é o santuário principal e há
outros dois secundários, com estátuas.
Watugudig — Ruínas de um templo budista do qual são visíveis
apenas bases redondas de colunas ou
pilares.[[#cite_note-FOOTNOTEDegroot2009[http://books.google.pt/books?id=u2HzduME
Foram descobertas cerca de 40 bases, mas há outras
enterradas. Os locais acreditam que é o local onde foi enterrado
o rei Boko.[carece de fontes

?
]

Abang — Poço que tem a aparência de uma pirâmide com


paredes muito altas, que em alguns aspetos se assemelha a
Borobudur.
Gampingan — Ruínas que estavam soterradas a um metro e
meio de profundidade, de um templo com escadas. Pensa-se
que os relevos de animais existentes na base do templo
representem uma fábula.
Sentono — Par de templos em cavernas na base do Candi
Abang, que possivelmente são mais novos do que os outros
templos da região. Numa das cavernas há baixos-relvos e uma
estátua.
Payak — O local de banhos melhor preservado de Java Central,
situado cinco metros abaixo do solo. Pensa-se que é hindu.

Regência de Klaten

A leste de Jogjacarta.

Candi Merak — Dois templos hindus do século X, ricos em


relevos e decorações, situados no meio de uma aldeia.
Candi Karangnongko — Ruínas em muito estado, cuja data se
desconhece devido aos vestígios serem tão escassos.

Monte Lawu

Situado cerca de 20 km a leste de Surakarta-

Ceto — Templo hindu do século XV situado na encosta do


vulcão, a 1 470 m de altitude.
Sukuh — Outro complexo hindu do século XV no monte Lawu,
que faz lembrar uma pirâmide maia. Os relevos ilustram a vida
antes do nascimento e educação sexual.

Java Oriental

Área de Malang
Badut — Também conhecido com Candi Liswa, é um pequeno
templo xivaíta construído no século VIII.
Songgoriti — Templo hindu muito semelhante ao de Sembrada,
em Dieng. Situa-se num vale entre o monte Arjuno e o monte
Kawi.
Jago — Templo hindu do final do século XIII, com terraços
decorados com relevos no estilo dos fantoches Wayang, com
cenas do épico hindu Maabarata e demónios do submundo.
Singhasari — Templo sincrético hindu-budista do século XIII ou
início do século XIV, que é o templo funerário do rei
Kertanegara (r. 1268–1292), último monarca do Reino de
Singhasari, precursor do Império de Majapait.
Kidal — Datado de c. 1248 e dedicado igualmente aos reis de
Singhasari, situa-se na aldeia de Rejokidal, cerca de 20 km a
leste de Malang.
Sumberawan — Estupa budista de andesito situada na aldeia de
Toyomarto, no monte Arjuno, a 6 km do Candi Singhasari.
Estima-se que terá sido construído nos anos finais do Reino de
Singhasari.
Rambut Monte — Situado na aldeia de Krisik, distrito de
Gandusari, regência de Blitar
Selakelir — Complexo de templos situado na encosta ocidental
do monte Penanggungan.[23]

Área de Blitar
Penataran — Único complexo de templos de dimensões
apreciáveis em Java Oriental, com uma série de santuários e
pavilhões, construídos entre os séculos XII e XV. Acredita-se
que fosse o templo estatal do Império de Majapait.
Bacem
Boro
Kalicilik
Kotes
Wringin Branjang
Sawentar
Sumbernanas
Sumberjati (ou Simping).
Gambar Wetan
Plumbangan

Área de Kediri

Surawana — Pequeno templo hindu do período Majapait,


situado na aldeia de Canggu. Acredita-se que foi construído em
1390 como memorial de Wijayarajasa, príncipe de Wengker.
Tegowangi
Dorok
Tondowongso
Setono Gedong — atualmente uma mesquita.
Arca Totok Kerot — Estátua com três metros de altura na aldeia
de Bulusari, possivelmente do século X. Parece ser a
representação de um dvarapala feminino, algo muito pouco
usual, pois os dvarapalas são quase sempre figuras
masculinas.
Arca Mbah Budho
Gua Selomangleng
Gua Selobale

Áreas de Sidoarjo, Tretes e Probolinggo

Pari — Templo em Sidoarjo do período Majapait, datado de


1371. Construído em tijolo, apresenta semelhanças com a
arquitetura Champa do Vietname.
Sumur — Situado a poucas centenas de metros do Candi Pari,
provavelmente é da mesma época.
Gunung Gangsir — na aldeia homónima, perto de Beji, regência
de Pasuruan.[24]
Jawi — Templo funerário xivaíta-budista esbelto completado
cerca de 1300. Situado em Tretes, nas encostas de Arjuno-
Welirang.
Sítios arqueológicos de Penanggungan — No monte
Penanggungan há vários santuários em terraços, cavernas de
meditação e lagos sagrados, totalizando cerca de 80 sítios, que
incluem o Candi Belahan, que se acredita ser o local de enterro
do rei Airlangga de Kahuripan, morto em 1049.
Jabung — Templo budista situado a leste de Probolinggo, perto
de Kraksaan. Segundo uma inscrição existente no cimo do
portal do templo, data de 1354.

Trowulan

Trowulan foi a capital do Império de Majapait, que controlou a


maior parte dos portos importantes do Sudeste Asiático e que
sobrevivia graças a um sistema de irrigação sofisticado.

Tikus — Sítio que contém restos do portão do palácio real e de


um sistema hidraúlico. Em Tikus era armazenada água
proveniente do monte Penanggungan que era usada em rituais
de santificação.
Brahu — Templo budista na área de Bubat, no recinto do palácio
real Majapait. Há quem acredite que é o templo mais antigo de
Trowulan; a 45 metros dele foi encontrada uma escultura em
cobre mandada fazer pelo rei Mpu Sindok de Kahuripan em 9 de
setembro de 939. Não se sabe exatamente qual a sua função.
Foi restaurado entre 1990 e 1995.[25]
Gentong — Situado 350 metros a leste do Candi Brahu, também
se desconehce a sua função. Na área do templo foram
encontradas numerosas cerâmicas chinesas das dinastias
Yuan (1271–1368) e Ming (1368–1644).
Muteran — Situado a norte do Candi Brahu, também se
desconehce a sua função.
Kolam Segaran — Tanque do período Majapait, com funções
recreativas e para saudações a convidados estrangeiros. Foi
restaurado entre 1966 e 1984. É o maior tanque antigo
encontrado na Indonésia.
Gapura Bajang Ratu
Gapura Wringin Lawang

Bali

Gunung Kawi — Templo funerário hindu situado na aldeia de


Sebatu, perto da cidade de Tampaksiring, regência de Gianyar.
Datado de 989, é um dos complexos de templos mais mais
antigos do Bali. É composto por cinco tempos escavados numa
encosta rochosa, formando caverndos. Supõe-se que seja um
monumento funerário dedicado ao rei Anak Wungsu, da
Udayana e às suas esposas favoritas.
Kalibukbuk — Um dos poucos templos budistas do Bali, situado
na aldeia homónima da regência de Buleleng. Pensa-se que
data do século VIII.

Sumatra

Muara Takus — Complexo budista que se pensa ter pertencido


ao Império Srivijaia. O que dele resta data possivelmente do
século XI ou XII. Situa-se na regência de Kampar, província de
Riau.
Biaro Bahal — Também conhecido como Candi Bahal e Candi
Portibi, é um conjunto de templos budistas vajrayana
construídos pelo Reino Panai, situado na aldeia homónima,
regência de Padang Lawas, província de Sumatra Setentrional.
Muaro Jambi — Complexo de templos budistas construído pelo
Reino Malayu. Estima-se que os restos que sobreviveram datam
dos séculos XI a XIII. Situa-se na regência de Muaro Jambi,
província de Jambi.

Kalimantan (Bornéu)

Agung — Templo hindu situado na regência de Hulu Sungai


Setentrional, província de Kalimantan Meridional.
Laras — Templo budista situado na regência de Tapin, província
de Kalimantan Meridional.

Notas e referências
Este artigo foi inicialmente traduzido do artigo da Wikipédia em
inglês, cujo título é «Candi of Indonesia», especificamente desta
versão.
1. Soekmono 1995, p. 1.
2. «Candi» . KBBI (em indonésio)
3. Sedyawati 2013, p. 1.
4. Tomi Sujatmiko (9 de junho de 2013). «Peninggalan Majapahit
Yang Tersembunyi di Alas Purwo» . Kedaulatan Rakyat (em
indonésio)
5. «Replika Candi Pawon» . Vihāra Jakarta Dhammacakka Jaya
6. Soekmono 1996, pp. 58-59.
7. Rawson 1990.
8. Cœdès & Cowing 1968, p. 89.
9. « साद» . HinKhoj Hindi to English Dictionary (em inglês).
dict.hinkhoj.com. Consultado em 9 de julho de 2017
10. Soekmono 1973, p. 81.
11. «History of Women in Buddhism - Indonesia: Part 10» .
Shakyadita: Awakening Buddhist Women
12. Sedyawati 2013, p. 4.
13. Soekmono 1973, p. 86.
14. Schoppert & Damais 1997, pp. 33–34.
15. «The Greatest Sacred Buildings» . Museum of World Religions,
Taipei
16. «Candi Gunung Wukir» . Southeast Asian Kingdoms
17. Cockrem, Tom (18 de maio de 2008). «Temple of
enlightenment» . Sydney Morning Herald – via The Buddhist
Channel.tv
18. Degroot 2009, p. 2.
19. Sedyawati 2013, p. 36.
20. Sedyawati 2013, p. 38.
21. «Garut: The Hidden Beauty of West Java» . The jakarta post
22. Degroot 2009, p.  290 .
23. Van Bemmel 1994, p. 82.
24. «Candi Gununggangsir» . Perpusnas
25. «Brahu Temple» . Temples of Indonesia (em inglês). Biblioteca
Nacional da Indonésia. candi.pnri.go.id. Consultado em 4 de
agosto de 2017

Bibliografia

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Bibliografia complementar

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Indonesian Temple Architecture University of California, Berkeley
(unublished PhD thesis)
Prijotomo, J. 1984 Ideas and Forms of Javanese Architecture
Yogyakarta: Gadjah Mada University Press

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