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Tutela Jurídica da

Política Urbana e do
Patrimônio Cultural
Estado, sociedade e patrimônio cultural

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Alexandre Levin

Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Estado, sociedade e patrimônio cultural

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução ao tema
• Orientações para leitura Obrigatória

Fonte: iStock/Getty Images


·· Conhecer os conceitos de patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico
e sua proteção na Constituição Federal de 1988.
·· Abordar o sistema nacional de cultura como processo de gestão e promoção conjunta de
políticas públicas de cultura.
·· Estudar os procedimentos legais utilizáveis para a proteção do patrimônio cultural,
histórico, artístico, paisagístico e arqueológico, em especial o tombamento, regulado pelo
Decreto-Lei n.º 25/37.

Caro(a) aluno(a),
A preservação do patrimônio cultural de um povo visa à conservação de sua memória, de
sua história. Preservar não é um mero capricho a que se destina a administração pública, e sim
um dever que lhe foi atribuído pela Constituição Federal.
O estudo do passado ajuda-nos a entender o presente e a evitar que cometamos os mesmos
erros produzidos por quem veio antes de nós.
As normas jurídicas sobre a conservação do patrimônio material e imaterial de valor histórico,
artístico, paisagístico e arqueológico serão objeto de estudo nesta Unidade, em especial as regras
aplicáveis ao tombamento, principal instrumento de proteção desse patrimônio.
Não se esqueça de acessar o link Materiais didáticos, onde encontrará o conteúdo e as
propostas para esta Unidade.
Bom estudo!

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Unidade: Estado, sociedade e patrimônio cultural

Introdução ao tema

O Poder Público tem a função de organizar o espaço urbano, objetivando o pleno desen-
volvimento das funções sociais da cidade. Para que a administração pública exerça esse mister,
é necessário que o sistema normativo lhe confira o poder de limitar a propriedade privada, de
modo que o proprietário seja obrigado a utilizar seus bens não somente em proveito próprio,
mas também em vistas à satisfação do interesse coletivo.
Pensemos na hipótese de um particular que seja dono de um imóvel de inegável valor
histórico, um casarão que pertenceu, por exemplo, à família real brasileira. Por ser essa uma
propriedade particular, estaria o seu titular livre para demoli-la? Poderia reformar o bem, de
modo a fazer desaparecer seus traços arquitetônicos peculiares?
A Constituição Federal diz que não. A propriedade urbana deve cumprir sua função social
(Constituição Federal, Art. 5º, XXIII) e uma de suas funções é justamente contribuir para
a preservação do patrimônio cultural de um povo. Portanto, se o valor histórico, cultural,
artístico, paisagístico ou arqueológico de determinado bem for reconhecido pelo Estado, sua
utilização deve ser restringida, dado que a conservação de suas características essenciais é
fundamental para a salvaguarda desse patrimônio, que a todos pertence.

Figuras 1. O Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho (Estádio do Pacaembu), a Estação da Luz e o Teatro Municipal
de São Paulo, são exemplos de imóveis de inegável valor histórico, tombados pelo patrimônio histórico/cultural.
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images

É por tais razões que o Texto Maior determina que seja estabelecido por lei o plano nacional
de cultura, que tem como um de seus objetivos a defesa e valorização do patrimônio cultural
brasileiro (Art. 215, § 3º, I).
Além disso, dispõe a Carta que o patrimônio cultural é constituído por bens de natureza
material e imaterial, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes
grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: i) as formas de expressão;
ii) os modos de criar, fazer e viver; iii) as criações científicas, artísticas e tecnológicas; iv)
as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais; v) os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico (Art. 216).

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Assim, instrumentos jurídicos são aplicáveis à proteção e conservação tanto do patri-
mônio material – imóveis de valor histórico, obras de arte –, quanto do imaterial – danças,
manifestações culturais, modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades, rituais
e festas que marcam vivência coletiva, religiosidade, entretenimento e outras práticas da
vida social.

Figuras 2. O ofício dos mestres de capoeira inscrito no Livro de registro dos saberes,
em 2008, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”
Fonte: iStock/Getty Images

A Constituição lista, ainda e de forma não exaustiva,


os instrumentos jurídicos destinados à proteção do patri-
mônio cultural brasileiro: inventários, registros, vigilância,
O tombamento é o
tombamento e desapropriação. Cada um desses institutos
principal instrumento
é aplicado de acordo com o tipo de bem que se pretende
de proteção do
proteger e com a intensidade da proteção. O registro, por patrimônio cultural,
exemplo, é utilizável para a defesa do patrimônio imaterial, e sua aplicação
enquanto que o tombamento é destinado à salvaguarda de é regulada pelo
bens materiais. Já a desapropriação, ao contrário do tom- Decreto-Lei n.º 25/37.
bamento, transfere a propriedade do bem protegido para o
patrimônio público, conferindo-lhe o máximo de proteção.
Portanto, ao trabalho!

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Unidade: Estado, sociedade e patrimônio cultural

Orientações para leitura Obrigatória

A respeito da proteção e gestão do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e


arqueológico, bem como sobre os conceitos dessas diferentes espécies de patrimônio, leia do início
do segundo capítulo até o item 2.4 (p. 78-94) da obra de Yumi Yamawaki e Luciane Teresa Salvi,
intitulada Introdução à gestão do meio urbano, disponível na Biblioteca Virtual Universitária.
Para acessar essa obra, percorra o seguinte caminho:
Após entrar em sua “área do aluno”, disponível em:
https://siaa.cruzeirodosul.edu.br/alunos/novo_login.jsp, no menu à esquerda
da tela, clique em “Serviços”, depois em “Biblioteca” e, no centro
da tela, clique em “E-books – Bib. Virtual Universitária”. No topo
da tela que abrirá, haverá um campo de busca para autor, título,
Capa do livro Introdução à assunto etc. Nesse espaço, digite “Introdução à gestão do meio
gestão do meio urbano.
urbano” e clique na capa que aparecerá como resultado.

Note a seta ao lado direito da tela para avançar página a página, assim como perceba que
os ícones no rodapé da tela correspondem a determinadas funções, entre as quais ampliar a
visualização (zoom), marcar a obra como favorita, imprimir trechos que escolher e pular para
um número específico de página.
Quanto ao instituto do tombamento, leia as páginas 80 e 81 da obra de Daniela Campos
Libório Di Sarno, intitulada Elementos de Direito Urbanístico, disponível na Biblioteca
Virtual Universitária.
Para acessar essa obra, percorra o seguinte caminho:
Após entrar em sua “área do aluno”, disponível em:
https://siaa.cruzeirodosul.edu.br/alunos/novo_login.jsp, no menu à esquerda da
tela, clique em “Serviços”, depois em “Biblioteca” e, no centro da tela,
clique em “E-books – Bib. Virtual Universitária”. No topo da tela que
abrirá, haverá um campo de busca para autor, título, assunto etc. Nesse
Capa da obra Elementos espaço, digite “Elementos de Direito Urbanístico” e clique na capa que
de Direito Urbanístico
aparecer como resultado, que será a apresentada ao lado.

Ainda sobre o instituto do tombamento, leia o item 2.3 (p. 141-142) da obra de Fábio
Bellote Gomes, intitulada Elementos de Direito Administrativo, disponível na Biblioteca
Virtual Universitária.

Para acessar essa obra, percorra o seguinte caminho:


Após entrar em sua “área do aluno”, disponível em:
https://siaa.cruzeirodosul.edu.br/alunos/novo_login.jsp, no menu à esquerda da
tela, clique em “Serviços”, depois em “Biblioteca” e, no centro da tela,
clique em “E-books – Bib. Virtual Universitária”. No topo da tela que
abrirá, haverá um campo de busca para autor, título, assunto etc. Nesse
Capa do livro Elementos espaço, digite “Elementos de Direito Administrativo” e clique na capa
de Direito Administrativo.
que aparecer como resultado, que será a apresentada ao lado.

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Material Complementar

Como leitura complementar desta unidade, observe:

Leituras:
Tombamento
Leia o artigo de Adilson Abreu Dallari publicado na Revista dos Tribunais On Line,
em Doutrinas Essenciais de Direito Ambiental, volume 3. Lançado em março de 2011,
da página 25 à 30, o texto trata da natureza jurídica e dos efeitos do tombamento.
Tombamento
Leia também o artigo de Paulo Affonso Leme Machado publicado na Revista dos
Tribunais On Line, em Doutrinas Essenciais de Direito Ambiental, volume 3. Lançado
em março de 2011, da página 233 à 277.
Textos disponíveis na Biblioteca Virtual Universitária: https://siaa.cruzeirodosul.edu.br/alunos/novo_login.jsp

Vídeos:
Patrimônio Histórico e Cultural
Perceba a importância da proteção do patrimônio histórico e cultural de uma cidade e note
como é relevante o engajamento da comunidade local nesse processo. Veja como isso é fun-
damental para garantir a identidade e os valores culturais da localidade e de seus habitantes.
https://youtu.be/flyixG0Ez0s

Sites:
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Este portal trata-se da autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura e que responde
pela preservação do patrimônio cultural brasileiro. Nesse site veja o acervo de bens materiais
e imateriais tombados e registrados, inclusive a lista dos conjuntos urbanos tombados.
http://portal.iphan.gov.br

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Unidade: Estado, sociedade e patrimônio cultural

Referências

DALLARI, A. A. Tombamento. Revista dos Tribunais On Line, Doutrinas Essenciais de


Direito Ambiental, v. 3, mar. 2011.

DI SARNO, D. C. L. Elementos de Direito Urbanístico. Barueri, SP: Manole, 2004.

GOMES, F. B. Elementos de Direito Administrativo. Barueri, SP: Manole, 2006.

MACHADO, P. A. L. Tombamento. Revista dos Tribunais On Line, Doutrinas Essenciais


de Direito Ambiental, v. 3, mar. 2011.

YAMAWAKI, Y.; SALVI, L. T. Introdução à gestão de meio urbano. Curitiba, PR:


Intersaberes, 2013.

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Anotações

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