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EDUCAÇÃO PASSIVA E INFORMAÇÃO ATIVA?

Keny de Melo Souza

As informações vão e vem em uma velocidade espantosa, onde o que se vive no


momento já está obsoleto, pois há uma nova informação ou tecnologia chegando para mudar o
curso de tudo. Colocada nesse contexto, a educação passa a ser a personagem principal, que
não consegue atuar compassadamente com essas mudanças.

É fato que, nas escolas de educação básica do país, em uma sala de aula; o
quadro-negro está presente, como uma “técnica de poder e um procedimento de saber”,
segundo Maria Helena Camara Bastos; assim como o giz, as carteiras enfileiradas em colunas
numa sistemática intocável que cabe ao professor considerado o senhor do conhecimento por
longos anos, romper e corromper esta imagem inerte, transfigurando-se de detentor a
mediador/transformador do saber, tirando o aluno da passividade e lançando-o à corrente das
informações.

As informações chegam de várias formas e por diversos meios de divulgação. A


escrita foi uma descoberta natural e evolutiva da comunicação da humanidade e com ela veio
à necessidade de registrar o conhecimento, para que fosse disseminado pelo mundo; no
entanto, até meados do século passado, havia restrições; onde era permitido o acesso à escola
e a educação para uma determinada classe e os recursos de mídias escassos ou limitados, mas
que começou a ser modificado com maior ênfase nos anos 70, com a explosão da tecnologia
de difusão e suas transmissões via satélite, que puderam transmitir muitos dos conflitos
políticos da época e a divulgação do primeiro computador pessoal para mundo, que iria
influenciar, permanentemente, a prática cotidiana.

Hoje, são muitas as mídias utilizadas em atividades educacionais __ livros,


jornais, vídeos, internet__ que ajudam no ensino-aprendizagem do aluno, principalmente na
atualidade, onde as informações estão em toda parte, a todo o momento, a apenas um toque
dos dedos e em constante mutação. Estas novas mídias têm redirecionado a EAD, sobre sua
visão de distância, num termo reflexivo “distância/presente”, que permite uma proximidade,
uma interação aluno/professor no cotidiano, que não é tarefa fácil devido à quantidade de
informações a serem fornecidas e absorvidas em uma mesma via; sem dizer que, cada mídia
requer um planejamento criterioso para alcançar os objetivos propostos pela educação à
distância. Notoriamente, percebe – se, a necessidade de fazer com que a educação entre em
sintonia com o processo evolutivo da informação/tecnologia ou continuará presa à consciência
bancária no contexto educacional.

O professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. Isto forma uma consciência
bancária. O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando – se um
depósito do educador. Educa-se para arquivar o que se deposita. (FREIRE, 1979, p.38).

A EAD apresenta um novo olhar sobre a educação, oferecendo uma proposta de


estudo que vai de encontro com esta sintonia ativa da informação, conectada com o todo,
integrando saberes, alunos, professores, mídias, a fim de tornar o seu educando um
profissional capaz e consciente de utilizar com competência o conhecimento adquirido em sua
pesquisa e estudos.

Diante do fato da necessidade de uma modernização do contexto educacional, não


há como esquecer que a educação sempre caminhou a passos lentos, porém além de uma
mudança do sistema, é mais que urgente, o amadurecimento e conhecimento
informativo/tecnológico do profissional atuante nas salas de aula, bem como saber que ele é o
mediador e não o depositário da informação.

Em suma, não importa onde esteja. Sentado em sala de aula, com seu professor,
quadro-negro ao fundo, livro sobre a carteira ou em casa, no trabalho, na rua com seu
notebook, celular, tablet; saiba que nem a educação nem a informação extirparão uma a outra,
mas irão complementar-se. Conciliadas num processo harmônico por um professor mediador;
não há conhecimentos ou valores que não se aprenda na escola.
REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. p.38.

MARQUES, Welisson. Avaliação e lingüística aplicada. Disponível em:


http://avaliacaoelinguisticaaplicada.blogspot.com.br/2012/12/postagem-g.html. Última
atualização em 9 de dezembro de 2012.

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