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Rodada #1

Legislação de Interesse da
Atividade de Inteligência
Professor Diego Fontes

Assuntos da Rodada
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA: I. Lei nº 9.883/99 e

alterações - institui o Sistema Brasileiro de Inteligência, cria a Agência Brasileira

de Inteligência - ABIN, e dá outras providências. II. Decreto nº 4.376/2002 e

alterações - dispõe sobre a organização e o funcionamento do Sistema Brasileiro de

Inteligência, instituído pela Lei nº 9.883/99, e dá outras providências. Decreto nº 8.905,

de 17 de novembro de 2016 - Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro

Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança da Agência

Brasileira de Inteligência, remaneja cargos em comissão e substitui cargos em

comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superior - DAS por Funções

Comissionadas do Poder Executivo – FCPE. III - Decreto nº 8.793, de 29 de junho de

2016 - Fixa a Política Nacional de Inteligência. IV - Decreto nº 8.905, de 17 de novembro

de 2016 - Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em

Comissão e das Funções de Confiança da Agência Brasileira de Inteligência, remaneja

cargos em comissão e substitui cargos em comissão do Grupo Direção e

Assessoramento Superior - DAS por Funções Comissionadas do Poder Executivo -

FCPE. V - Lei nº 11.776/2008 - dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e

Cargos da Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, cria as Carreiras de Oficial de

Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência, Agente de Inteligência e Agente Técnico de

Inteligência e dá outras providências. VI - Lei n.º 6.634/79 – dispõe sobre a Faixa de


LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Fronteira, altera o Decreto-lei n.º 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e dá outras

providências. 6 Decreto n.º 85.064/80 – regulamenta a Lei n.º 6.634, de 2 de maio de

1979, que dispõe sobre a Faixa de Fronteira. VII - Política Nacional de Defesa prevista

no Decreto Legislativo nº 373, de 2013. VIII - Lei nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983.

Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu

processo e julgamento e dá outras providências. IX - Lei nº 13.123, de 20 de maio de

2015. Regulamenta o inciso II do § 1º e o § 4º do art. 225 da Constituição Federal, o

Artigo 1, a alínea j do Artigo 8, a alínea c do Artigo 10, o Artigo 15 e os §§ 3º e 4º do

Artigo 16 da Convenção sobre Diversidade Biológica, promulgada pelo Decreto no

2.519, de 16 de março de 1998; dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a

proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de

benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade; revoga a Medida

Provisória no 2.186-16, de 23 de agosto de 2001; e dá outras providências. X - Lei nº

13.445, de 24 de maio de 2017. Institui a Lei de Migração. XI - Lei nº 8.159, de 8 de

janeiro de 1991 - Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá

outras providências. XII - Decreto nº 3.505, de 13 de junho de 2000 - Institui a Política

de Segurança da Informação nos órgãos e entidades da Administração Pública Federal.

XIII - Decreto nº 7.845, de 14 de novembro de 2012 - Regulamenta procedimentos para

credenciamento de segurança e tratamento de informação classificada em qualquer

grau de sigilo, e dispõe sobre o Núcleo de Segurança e Credenciamento. XIV - Lei nº

12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no inciso

XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição

Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5

de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras

providências. XV - Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012. Regulamenta a Lei nº

12.527, de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto

no inciso XXXIII do caput do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da

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DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Constituição. XVI - Parte Especial do Código Penal (Decreto Lei nº 2.848/40) e

alterações, no referente aos seguintes tópicos: Título I, Capítulo VI, Seção IV - dos

crimes contra a inviolabilidade dos segredos; Título VIII, Capítulos I e II - dos crimes de

perigo comum e dos crimes contra a segurança dos meios de comunicação e

transporte e outros serviços públicos. Título X, Capítulos III e IV – da falsidade

documental e de outras falsidades; Título XI, Capítulo I - dos crimes praticados por

funcionário público contra a administração em geral. XVII - Lei nº 13.260, de 16 de

março de 2016 - Regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da Constituição

Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e

processuais e reformulando o conceito de organização terrorista; e altera as Leis nos

7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto de 2013.

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

a. Teoria

1. Introdução

Começaremos os nossos estudos pela Lei nº 9.883/99. Sempre que tenho o primeiro

contato com algum ato legislativo procuro observar a ementa. Professor, e o que seria

essa tal ementa? É a parte do ato que resume o conteúdo da lei. Tenho certeza que

você já viu uma. Olha só:

É a parte que está em vermelho. Aqui já podemos obter duas informações bem

interessantes. Essa lei instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e criou a

ABIN, o lugar onde muito em breve você irá trabalhar. Mas atenção, aqui pode surgir

uma singela dúvida. Por que usar o verbo “institui” para o SISBIN e “cria” para a ABIN?

Simples. O SISTEMA Brasileiro de Inteligência não existe enquanto entidade formal da

Administração. Como assim “não existe”? Vou explicar. Mas para que entenda com

maior propriedade vamos nos socorrer da Ciência da Administração.

O que você compreende quando falamos em sistema? Na Teoria da Administração

fala-se que a abordagem sistêmica é aquela que, em vez de ter como foco as unidades,

busca entender o fenômeno analisado a partir das relações entre esses elementos.

O sistema exibe características próprias que não existem em suas partes

consideradas isoladamente.

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Imagine que temos um sistema X que é composto

por A, B, C e D e que cada uma dessas unidades tem

características distintas. Pela abordagem que

mencionei tiramos duas conclusões. A primeira delas

é que o foco não deve estar nas características de A, B, C ou D, isoladamente, mas no

sistema X. A outra conclusão é que a matemática não servirá para nós, ou seja, as

características do sistema X não serão necessariamente a soma das particularidades

de A, B, C e D. Mas como isso funciona na prática?

Na próxima rodada estudaremos a composição do SISBIN, mas já adianto que este

conta com a participação de diferentes órgãos da Administração Pública Federal, como

por exemplo, os Ministérios das Relações Exteriores (MRE), do Trabalho (MTb) e da

Defesa (MD), entre muitos outros. Vamos supor que a Presidência da República

precisasse de um relatório sobre a entrada irregular de imigrantes haitianos no Brasil.

A ABIN, no nosso caso hipotético, ficou incumbida da produção desse relatório. Só que

um conhecimento dessa natureza envolve diferentes perspectivas.

Podemos citar aqui pelo menos três: reflexos nas relações diplomáticas entre Brasil e

Haiti, a situação da empregabilidade desses imigrantes ao chegarem no Brasil e a

situação de vulnerabilidade das nossas fronteiras. Temos aqui três aspectos que

poderão ser melhor informados, respectivamente, pelos MRE, MTb e MD. Após

solicitar e receber essas informações das unidades de inteligência dos mencionados

Ministérios, o profissional de inteligência da Abin submete as informações recebidas a

um processo de análise e as transforma num conhecimento que será disseminado

para a Presidência da República. Observe como o sistema funcionou perfeitamente.

Cada parte ofertou sua contribuição e o produto final, após o devido processamento

segundo as técnicas da doutrina de inteligência, é completamente diferente da soma

dos elementos fornecidos por cada unidade.

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Sistema, portanto, é antes uma técnica do que uma estrutura formal. É um

instrumento essencialmente prático, voltado para o resultado. Essa foi a inspiração da

Lei nº 9.883/99 ao instituir o Sistema Brasileiro de Inteligência, num claro

reconhecimento de que o produto da atividade de inteligência deve ser fruto de uma

profunda integração entre os diversos setores da Administração Pública que de

qualquer maneira estejam relacionados à atividade de inteligência.

2. Finalidade da Inteligência

O objetivo da inteligência será sempre assessorar determinado processo decisório.

Um dos registros mais antigos dessa atividade está na Bíblia, mais precisamente no

livro de Números. Antes de tomar posse da terra prometida, Moisés enviou um grupo

de pessoas para fazer o reconhecimento do lugar, questionando, entre outras coisas, a

qualidade da terra e o grau de fortificação das cidades. Mesmo que rudimentar, a

inteligência da época foi necessária para que Moisés tomasse decisões mais

fundamentadas ou utilizasse uma estratégia mais apropriada. Na atualidade as coisas

não são muito diferentes, já que a ampliação da demanda por um adequado

assessoramento foi proporcional ao aumento da complexidade das relações estatais

no mundo contemporâneo. Por esse motivo, a lei nº 9.883/99 é clara ao afirmar que a

finalidade do SISBIN é “fornecer subsídios ao Presidente da República nos assuntos de

interesse nacional”. A expressão “assuntos de interesse nacional” parece bastante

ampla? Não só parece, deve mesmo ter a maior amplitude possível. Esse “assunto de

interesse nacional” pode ser qualquer matéria de relevância pública objeto de decisão

do Presidente da República.

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

3. Conceito de Inteligência

Nossa querida lei fala que inteligência é “a atividade que objetiva a obtenção, análise e

disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre fatos e situações

de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental e

sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado”. É um texto gigante, eu sei.

Por isso vamos estudá-lo em pequenas porções. Ao trabalho!

“atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos (...)”.

Temos aí três verbos: obter, analisar e disseminar. O que isso parece? Isso mesmo! Um

processo. Ora, a própria lei deixa bastante claro quando afirma “inteligência é

atividade”, ou seja, envolve um “realizar”. Em que consiste essa atividade? Obter,

analisar e disseminar conhecimentos. À primeira vista, você pode entender que os três

verbos dizem respeito ao complemento “conhecimentos”. Mas não é a leitura mais

correta à luz da doutrina de inteligência. Como acabamos de ver, segundo a concepção

da Lei nº 9.883/99, inteligência é processo. Que processo é esse?

Em termos bem gerais, esse processo envolve a transformação de DADOS ou

INFORMAÇÕES em CONHECIMENTOS. Pense nesse DADO ou INFORMAÇÃO como uma

pedra bruta que terá que ser trabalhada para se transformar em uma joia. Você terá,

por exemplo, que se perguntar “essa pedra é mesmo preciosa?” (esse dado é mesmo

relevante?), depois terá que lapidá-la até criar uma bela joia (o nosso tão almejado

“conhecimento”).

Perceba que as noções dos elementos DADO, INFORMAÇÃO e CONHECIMENTO

perpassam a compreensão da existência de uma gradação em função justamente do

maior ou menor grau de refino dos seus conteúdos. Dado seria o elemento em seu

estado mais bruto, enquanto conhecimento seria o estágio ideal correspondente ao

maior grau possível de refino; informação, por sua vez, teria um conteúdo em um

estágio intermediário, não tão bruto quanto o dado, mas que por não ter sido

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

submetida a técnicas próprias de análise de inteligência, ainda não se transformou em

conhecimento.

Após obtidos, os dados são literalmente processados, como se os colocássemos em

um filtro. Essa é a etapa de análise. A análise, portanto, transforma dados ou

informações em conhecimentos. Ou seja, analisar é nada mais que refinar os dados,

excluindo os inservíveis, agregando outros relevantes, atestando o grau de certeza da

informação, entre outros procedimentos. Após o conhecimento ser gerado este será

disseminado ao destinatário – no caso da ABIN, o destinatário por excelência será o

Presidente da República. Ilustrando o que acabamos de aprender:

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

É importantíssimo que você leve essas três palavras para sua prova. Para simplificar:

OBANDI (OBtenção, ANálise e DIsseminação). Portanto, apesar de a lei trazer

“obtenção, análise e disseminação de conhecimentos” você vai ler assim: “obtenção e

análise de dados (e informações) e disseminação de conhecimentos”.

A propósito, o art. 2º do Decreto nº 4.376/02 (que será estudado na próxima rodada)

corrige essa imprecisão técnica:

Art. 2º. Para os efeitos deste Decreto, entende-se como inteligência a atividade de

obtenção e análise de dados e informações e de produção e difusão de

conhecimentos, dentro e fora do território nacional, relativos a fatos e situações de

imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a ação governamental, a

salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.

Continuando nosso estudo do conceito de inteligência segundo a Lei nº 9.883/99:

“(...) dentro e fora do território nacional (...)”.

Aqui vemos que a nossa atividade de inteligência não atua apenas no âmbito interno.

Só a título de curiosidade, a ABIN conta com adidos de inteligência no exterior.

(...) sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo

decisório e a ação governamental (...).

A lei explicita a finalidade desse processo, como já esclarecemos: o assessoramento do

tomador de decisão. Importante ainda destacar que os fatos e situações podem ser de

imediata ou potencial influência. Percebe-se a preocupação com o caráter proativo

dessa atividade, abarcando até mesmo fatos e situações com probabilidade de

influência sobre o processo decisório e a ação governamental.

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

A atividade de inteligência é proativa, sendo responsável pela antecipação de

oportunidades e ameaças.

“(...) e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.”

Aqui fica clara a perspectiva defensiva do conceito de inteligência. Como pontuamos

há pouco, a definição dada pela lei transparece o objetivo de tanto captar

oportunidades quanto de dissuadir ameaças à sociedade e ao Estado.

4. Contrainteligência

Mais uma vez o Decreto nº 4.376/02 é mais preciso ao definir o que vem a ser

contrainteligência. Com efeito, enquanto a lei nº 9.883/99 a conceitua como “a

atividade que objetiva neutralizar a inteligência adversa”, o decreto afirma que:

Art. 3º. Entende-se como contra-inteligência a atividade que objetiva PREVENIR,

DETECTAR, OBSTRUIR e NEUTRALIZAR a inteligência adversa e ações de qualquer

natureza que constituam ameaça à salvaguarda de dados, informações e

conhecimentos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, bem como das

áreas e dos meios que os retenham ou em que transitem.

Mais alguns verbos pra você memorizar: Prevenir, Detectar, Obstruir e Neutralizar.

Quando ouvir a palavra contrainteligência não peça perdão, peça “PDON”! Imagine

um argentino pedindo perdão (coisa difícil né hehehehe): “perdón!” Fazendo uma

abreviação útil, quero que você se lembre do tal PDON! Esse é o meu mnemônico e

posso garantir que funcionou na hora da minha prova em 2008. Mas se você não

gostou, PDON!

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Professor, na prática quais as diferenças entre esses verbos? Simples.

Prevenir é você tomar medidas para evitar que aconteça alguma ação adversa, é fazer

com que o seu agente adverso nem mesmo tente empreender algum ataque dessa

natureza. Por exemplo, no contexto da segurança corporativa você estabelecer

sistemas de controle de acesso a áreas sensíveis. Imagine que alguém queira realizar

uma sabotagem em uma área dessa natureza, ao perceber que existe controle de

acesso rigoroso, esse agente adverso pode até mesmo desistir de realizar o ataque.

Nesse caso a atuação da contrainteligência se deu de maneira preventiva.

Detectar seria você descobrir tentativas de ações adversas por parte do seu oponente

e até mesmo saber de onde veio o ataque.

Por sua vez, obstruir é simplesmente impedir a concretização do ataque. Você tentou

prevenir, não deu certo. Depois você detectou e percebeu: “lá vem o ataque”. Daí você

fala: “aqui não!!!”. É o zagueiro que não vai deixar o centroavante chegar na pequena

área. Também se aplica para o caso de o ataque já ter se concretizado, por exemplo, o

seu oponente já conseguiu transpor as barreiras dos postos de controle de acesso da

sua organização. Nesse caso você precisa estabelecer medidas para que ele não tenha

acesso aos dados e conhecimentos sensíveis daquelas áreas. Trata-se da preocupação

com o estabelecimento de camadas de proteção.

Já o verbo neutralizar transmite dois conteúdos. O primeiro deles seria no sentido de

desenvolver ações de contrainteligência não meramente passivas, mas com a

finalidade de atingir o agente adverso antes que ele possa desenvolver alguma ação

nociva, eliminando e neutralizando na base potenciais tentativas de ações danosas aos

seus dados, informações e conhecimentos sensíveis. A segunda noção tem a ver com

neutralização de efeitos. É o caso no qual o seu agente adverso conseguiu acesso

aos seus dados, informações e conhecimentos sensíveis; as camadas de proteção

foram insuficientes para impedir esse evento lesivo. Nesse caso, a preocupação da

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

contrainteligência será em realizar um eficiente controle de danos, no sentido de

reduzir os efeitos negativos do comprometimento desses dados, informações e

conhecimentos sensíveis.

Observe que o processo de contrainteligência possui uma natureza totalmente

defensiva, protegendo:

DE INTERESSE DA
SEGURANÇA DA
SOCIEDADE E DO
ESTADO

+
ÁREAS E MEIOS QUE OS RETENHAM OU EM QUE TRANSITEM

Portanto, a proteção não incide apenas sobre esses dados, informações e

conhecimentos, mas também sobre as áreas e meios que os retenham ou em que

estes transitem. Guarde isso!

5. O Sistema Brasileiro de Inteligência - SISBIN

A lei nº 9.883/99, ao instituir o SISBIN, trouxe apenas seu “desenho básico”, deixando

para o Executivo o papel de regulamentar sua organização e seu funcionamento, o que

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DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

foi realizado quase três anos depois por intermédio do Decreto nº 4.376/2002. Mas

não se preocupe com isso agora. Veremos esse decreto na próxima rodada. Por ora

vamos estudar o “esqueleto” do SISBIN.

Essa estrutura básica pode responder aos seguintes questionamentos sobre o

Sistema: o que faz? Qual a sua finalidade? Quais os seus fundamentos? Quais os seus

deveres? Quais os requisitos para integrá-lo? A banca tentará misturar essas respostas,

por exemplo, trazendo uma assertiva que afirma que determinado fundamento é a

finalidade do SISBIN. Portanto, temos que ficar especialmente atentos nessa parte da

rodada.

O que faz o SISBIN?

Já pudemos ter uma noção dessa resposta quando falei sobre o conceito de sistema.

Mas é importante levar para a prova o texto legal:

“integra as ações de planejamento e execução das atividades de inteligência do País”.

Portanto, sempre que se lembrar do SISBIN você irá pensar na palavra INTEGRAÇÃO.

Ora, conforme já estudamos, essa é a função básica de qualquer sistema. Então o

SISBIN irá integrar. Integrar o que? Aí vêm as palavrinhas que você não poderá

esquecer: PLANEJAMENTO e EXECUÇÃO. Vê o tamanho da responsabilidade do SISBIN?

Não integra apenas as ações que envolvam execução, mas também as de

planejamento das atividades de inteligência do País.

A banca vai colocar “o SISBIN planeja e executa as atividades de inteligência do País” e

você vai marcar CERTO né? Nãoooo... ele não planeja e executa, o SISBIN integra as

ações de planejamento e execução das atividades de inteligência do País. Então nesse

item você marcaria ERRADO, beleza?! Vamos que vamos!

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

O SISBIN também é responsável pelo:

processo de obtenção, análise e disseminação da informação necessária ao processo

decisório do Poder Executivo, bem como pela salvaguarda da informação contra o acesso

de pessoas ou órgãos não autorizados.

Observe que a primeira parte do dispositivo traz a definição de inteligência, enquanto

a outra diz respeito ao conceito de contrainteligência. Isso significa que a lei cometeu

ao SISBIN a responsabilidade, o encargo público, da atividade de inteligência como um

todo, envolvendo as vertentes da inteligência em sentido estrito e da

contrainteligência. Muita atenção! Isso não quer dizer que o SISBIN executa

diretamente essas atividades (quem executa são as entidades que dele fazem parte),

mas que ele tem RESPONSABILIDADE sobre elas. Não se esqueça do que falamos

sobre a noção de sistema lá no início da rodada.

Qual a finalidade do SISBIN?

Já estudamos isso. Mas não custa relembrar: “fornecer subsídios ao Presidente da

República nos assuntos de interesse nacional”. Por essa razão, seria inconcebível fazer

parte do SISBIN um núcleo de inteligência da estrutura do Poder Judiciário ou do

Legislativo, uma vez que essas estruturas assessoram os seus respectivos Presidentes

e não o Presidente da República, mandatário maior do Poder Executivo.

Quais os fundamentos do SISBIN?

O que norteia a atuação do SISBIN? Qual a base que justifica e legitima sua existência?

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Geralmente quando pensamos em inteligência, fazemos uma instantânea associação

dessa atividade à preservação da soberania e à defesa do Estado. Isso acontece

porque estamos acostumados a assistir, principalmente nas produções

hollywoodianas, a atuação dos órgãos de inteligência sempre que existe algum

interesse nacional em risco. Nesses filmes tudo é possível quando a “nação está em

perigo”, desde a possibilidade de invadir um domicílio até mesmo de cometer um

homicídio “justificado”.

Infelizmente isso não acontece apenas nos filmes. Em muitos Estados que atravessam

regimes ditatoriais os serviços de inteligência cometem toda sorte de arbitrariedades.

Esse fenômeno pôde ser observado inclusive no Brasil, especialmente na década de

70, sob a batuta do SNI. Então, tomando como lição essa página infeliz da nossa

história, ao institucionalizar o SISBIN, o legislador preocupou-se em deixar claro que

não é qualquer Estado que deve ser defendido, mas sim o Estado Democrático de

Direito e que a dignidade da pessoa humana é a base desse sistema.

Por favor, leia e releia esses fundamentos o quanto for necessário para fixar, porque

muito provavelmente estarão na sua prova.

Quais os deveres do SISBIN?

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
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Mais uma vez fica evidente a preocupação do legislador em evitar que os órgãos de

inteligência se distanciem do princípio da legalidade:

cumprir e preservar os direitos e garantias individuais e demais dispositivos da

Constituição Federal, os tratados, convenções, acordos e ajustes internacionais em que a

República Federativa do Brasil seja parte ou signatário, e a legislação ordinária.

Em outra passagem, a lei prescreve que “as atividades de inteligência serão

desenvolvidas, no que se refere aos limites de sua extensão e ao uso de técnicas e

meios sigilosos, com irrestrita observância dos direitos e garantias individuais,

fidelidade às instituições e aos princípios éticos que regem os interesses e a segurança

do Estado”. O zelo do legislador é excessivo? A história nos ensina que não.

Quais os requisitos para fazer parte do SISBIN?

Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal que, direta ou

indiretamente, possam produzir conhecimentos de interesse das atividades de

inteligência, em especial aqueles responsáveis pela defesa externa, segurança

interna e relações exteriores, constituirão o Sistema Brasileiro de Inteligência, na

forma de ato do Presidente da República.

§ 2º Mediante ajustes específicos e convênios, ouvido o competente órgão de

controle externo da atividade de inteligência, as Unidades da Federação poderão

compor o Sistema Brasileiro de Inteligência.

Vou insistir nesse alerta: o SISBIN foi efetivamente constituído em 2002, com a edição

do Decreto nº 4.376, mas três anos antes a lei 9.883/99 já dizia mais ou menos como

queria a “cara” desse sistema, traçando as diretrizes para a sua formação.

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Pela denominação do Sistema, você poderia pensar: “bem, é um sistema de

inteligência, então logicamente deve ser formado apenas por órgãos de inteligência”. E

se eu te disser que o Ministério da Saúde faz parte do SISBIN? Isso foi possível porque

a lei exigiu tão somente que suas unidades fossem capazes de produzir “direta ou

indiretamente conhecimentos de interesse das atividades de inteligência”. Ou seja,

determinada unidade administrativa pode fazer parte do SISBIN mesmo não tendo

como atividade fim a produção desse tipo de conhecimento, bastando que este possa

ser obtido até mesmo pela atuação indireta da instituição.

A lei apenas sugere, exemplificativamente, como unidades do sistema aqueles

órgãos e entidades responsáveis pela defesa externa, segurança interna e relações

exteriores. Não significa que todos os órgãos e entidades que atuarem nessas áreas

comporão o SISBIN, nem quer dizer que aqueles que exercerem outras atividades

estarão impedidos de integrar esse sistema.

Observe que a lei utilizou a expressão “em especial”, deixando evidente o caráter

sugestivo dessas áreas de atuação. Por fim, quem definirá a composição do SISBIN? O

Presidente da República. É o que revela o texto “na forma de ato do Presidente da

República”. Esse ato foi justamente o Decreto nº 4.376/02.

A lei ainda deixa em aberto a possibilidade de Unidades da Federação comporem o

SISBIN, apenas exigindo:

Mais adiante conversaremos sobre esse órgão de controle externo. Não se preocupe

com isso nesse momento. Vamos agora estudar a criação da ABIN.

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

6. Criação da ABIN

Chegamos ao principal assunto da rodada. Aqui sua atenção terá que ser redobrada.

Recomendo, então, que faça uma pausa para tomar água ou café. Nesse tópico temos

que estar com nossa atenção em alto nível, porque iremos estudar o assunto que mais

costuma ser cobrado em provas de concurso.

Art. 3º Fica criada a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, órgão da Presidência da

República, que, na posição de órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência,

terá a seu cargo planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as

atividades de inteligência do País, obedecidas à política e às diretrizes superiormente

traçadas nos termos desta Lei.

A primeira informação importante que podemos extrair é que a ABIN é um órgão da

Presidência da República, integrando a Administração Direta. Você que está

estudando Direito Administrativo, cuidado para não fazer confusão. Apesar do nome

“Agência”, a ABIN não é uma Agência Executiva. Faz parte da Administração Direta.

Não se esqueça disso!

A ABIN está vinculada à Presidência da República sob a supervisão do Gabinete de

Segurança Institucional (GSI). O GSI não é um Ministério. É um “órgão essencial” da

Presidência com status de Ministério. Resumindo:

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Entretanto, sem dúvidas, a informação mais importante que esse dispositivo pode nos

transmitir é que a ABIN ocupa a posição de órgão central do SISBIN. Mas como definir

esse papel de órgão central? A própria lei nos explica no parágrafo único de seu art. 4º.

Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência fornecerão à ABIN, nos

termos e condições a serem aprovados mediante ato presidencial, para fins de

integração, dados e conhecimentos específicos relacionados com a defesa das

instituições e dos interesses nacionais.

Assim, podemos ver que essa posição de órgão central corresponde à tarefa de

integração dos dados e conhecimentos fornecidos pelos demais órgãos e entidades

componentes do SISBIN. Vamos nos recordar do exemplo que eu dei no início da

rodada daquele relatório sobre a presença de haitianos no Brasil. Naquele caso,

diferentes Ministérios forneceram dados relacionados às suas áreas de atuação e a

ABIN realizou a atividade de integração ao produzir o relatório final de inteligência.

Esse caso hipotético ilustra o papel da ABIN como órgão central do Sistema. Vale

ressaltar que a ABIN é o único componente do SISBIN que tem como competência

essencial o exercício da atividade de inteligência. É como se a função das demais

unidades do SISBIN fosse apenas fornecer dados e informações ao órgão central, este

sim um órgão especializado em inteligência. Na prática, ocorre um verdadeiro

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DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

intercâmbio de informações entre essas unidades, mas prepondera a transmissão de

dados à ABIN para fins de integração.

Outra observação importante é que a lei fala que a ABIN “terá a seu cargo planejar,

executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do

País”. Segundo a teoria da Administração existem 4 funções administrativas básicas:

planejamento, organização, direção e controle. Dessa forma, fica claro que o legislador

dotou a ABIN das principais prerrogativas relacionadas à gestão das atividades de

inteligência do País.

A lei, em outra passagem, atribui à ABIN 4 competências mais específicas. Vejamos:

I - Planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise de

dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da

República.

Ao começar o texto com os verbos planejar e executar, mais uma vez o legislador

reconhece a importância do planejamento na Administração Pública. Portanto,

qualquer ação de inteligência deverá ser submetida a um planejamento antes de

iniciada a execução propriamente dita.

Outro ponto importante é que essas ações podem ser sigilosas ou não. Repare no

dispositivo: “planejar e executar ações, inclusive sigilosas”. Assim, se a banca cobrar

em determinado item que está a cargo da ABIN “planejar e executar ações

exclusivamente sigilosas”, você, aluno do Ponto, não cairá nessa casca de banana,

rapidamente identificará a maldade da banca e marcará a assertiva como ERRADA.

Essas ações serão as relativas à “obtenção e análise de dados para produção de

conhecimentos”. Professor, esses verbos estão me fazendo lembrar o tal OBANDI

(obter, analisar e disseminar). Mas onde eu vi mesmo esse OBANDI? Você tem que

lembrar que OBANDI é responsabilidade do SISBIN. Repare que nas atribuições da

20
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

ABIN não consta o verbo disseminar. Então, caso a banca coloque “disseminar”

conhecimentos como competência da ABIN, pode marcar o item como ERRADO. Então,

a ABIN obtém e analisa dados, além de produzir conhecimentos. Mas depois de

produzidos, esses conhecimentos deverão ser disseminados, certo? Correto. Se a ABIN

não dissemina, quem está responsável por isso? Genericamente a lei fala que é

responsabilidade do SISBIN, mas como acabamos de estudar o SISBIN não existe

enquanto instituição. Algum integrante de sua estrutura fará essa disseminação.

Professor, vamos acabar com o mistério, diga logo quem está responsável por

disseminar o conhecimento ao tomador de decisão! Isso mesmo que você estava

imaginando: o GSI. E onde está isso na lei? No art. 9º-A:

Quaisquer informações ou documentos sobre as atividades e assuntos de inteligência

produzidos, em curso ou sob a custódia da ABIN somente poderão ser fornecidos, às

autoridades que tenham competência legal para solicitá-los, pelo Chefe do Gabinete

de Segurança Institucional da Presidência da República, observado o respectivo

grau de sigilo conferido com base na legislação em vigor, excluídos aqueles cujo

sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

O Ministro-Chefe do GSI fará essa disseminação levando em conta duas exigências:

terá que se observar o grau de sigilo (estudaremos os diferentes graus de sigilo nas

próximas rodadas) e não poderá transmitir aqueles cujo sigilo seja imprescindível

à segurança da sociedade e do Estado. Guarde isso. É válido ressaltar que o § 1º

desse artigo alerta que o fornecimento de documentos ou informações, não

abrangidos por essas hipóteses, será regulado em ato próprio do Chefe do Gabinete

de Segurança Institucional da Presidência da República.

II - Planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos

interesses e à segurança do Estado e da sociedade.

21
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

É importante que você saiba o que são conhecimentos sensíveis, já que durante nosso

estudo irá se deparar com essa expressão com certa frequência. Conhecimentos

sensíveis são aqueles que, por sua importância estratégica, podem representar

oportunidades ou ameaças ao Estado. Aí vai uma dica. A ABIN desenvolve o

denominado Programa Nacional de Proteção ao Conhecimento Sensível (PNPC),

realizando parcerias junto a instituições e empresas estratégicas detentoras de

conhecimentos estratégicos para o País, com o objetivo de fomentar uma cultura de

segurança de modo a eliminar ou reduzir vulnerabilidades relacionadas à proteção

desses conhecimentos.

III - Avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem constitucional.

Aqui a banca pode querer confundir o candidato. Imagina o seguinte item na sua

prova: “Cabe à ABIN avaliar tão somente ameaças internas à ordem constitucional”.

Você, aluno do Ponto, não cairá nessa armadilha! Item errado!

IV - Promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de inteligência,

e realizar estudos e pesquisas para o exercício e aprimoramento da atividade de

inteligência.

Competência tranquila, pessoal! Dificilmente estará na sua prova porque é um

enunciado bastante lógico. Dê mais atenção às anteriores.

7. Organização da ABIN

A Lei nº 9.883/99, à semelhança do que fez com o SISBIN, trouxe apenas normas gerais

relativas à organização da ABIN, deixando o detalhamento de sua estrutura

organizacional a cargo do Executivo. Com efeito, só no ano de 2008 foi editado o

Decreto nº 6.408, que aprovou a estrutura regimental da Agência, e foi recentemente

22
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

revogado pelo Decreto nº 8.905/2016. Mas isso será cena dos próximos capítulos! Por

enquanto, vamos estudar as normas gerais previstas na Lei nº 9.883/99:

Art. 8º A ABIN será dirigida por um Diretor-Geral, cujas funções serão estabelecidas

no decreto que aprovar a sua estrutura organizacional. § 1º O regimento interno da

ABIN disporá sobre a competência e o funcionamento de suas unidades, assim como

as atribuições dos titulares e demais integrantes destas.

§ 2º A elaboração e edição do regimento interno da ABIN serão de responsabilidade

de seu Diretor-Geral, que o submeterá à aprovação do Presidente da República.

Art. 11. Ficam criados os cargos de Diretor-Geral e de Diretor-Adjunto da ABIN, de

natureza especial, e os em comissão, de que trata o Anexo a esta Lei. Parágrafo único.

São privativas do Presidente da República a escolha e a nomeação do Diretor-

Geral da ABIN, após aprovação de seu nome pelo Senado Federal.

Art. 7º A ABIN, observada a legislação e normas pertinentes, e objetivando o

desempenho de suas atribuições, poderá firmar convênios, acordos, contratos e

quaisquer outros ajustes.

Vamos memorizar o que é mais importante? Você não poderá esquecer que a ABIN é

dirigida por um Diretor-Geral! E será esse DG que irá elaborar e editar o regimento

interno da ABIN, submetendo-o, em seguida, à aprovação do Presidente da República.

Resumindo:

Agora muita atenção, pessoal! O § 2º do art. 6º do Decreto nº 8.905/2016 delegou ao

Ministro de Estado Chefe do GSI a competência para APROVAÇÃO do regimento

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

interno da ABIN. E o Decreto podia fazer isso, professor? Sim! A Constituição Federal,

no parágrafo único do seu art. 84, autoriza que o Presidente delegue esse tipo de

competência aos seus Ministros.

Outra informação importantíssima, bastante “caível” (perdoe-me pelo neologismo) em

provas de concursos: O DG é escolhido e nomeado pelo Presidente da República, após

a aprovação de seu nome pelo Senado Federal. Leia esse parágrafo umas dez vezes,

anote em seu caderno ou em locais inusitados de sua casa se for necessário, mas não

se esqueça disso!

A lei não fala que o Diretor-Adjunto terá seu nome aprovado pelo Senado Federal,

só fala com relação ao Diretor-Geral. O Decreto nº 8.905/2016 diz apenas que ao DG

incumbe indicar nomes para provimento do cargo de Diretor-Adjunto, bem como

propor sua exoneração. Apesar de não haver previsão expressa, fica subentendido

que o Diretor-Adjunto será nomeado pelo Presidente da República, após

indicação do DG, mas não passará pela sabatina do Senado Federal. Muito cuidado

para não cair em pegadinha boba da banca!

O art. 7º dispensa comentários. Só é lembrar do que falei sobre o PNPC. Esse

programa é um exemplo de convênio firmado pela ABIN.

Os seguintes dispositivos dificilmente serão cobrados, já que tratam da transição da

Subsecretaria de Inteligência, vinculada à antiga Casa Militar, para a então recém

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

criada ABIN. De qualquer forma, é importante uma leitura atenta, pois a banca muitas

vezes resolve surpreender.

Art. 12. A unidade técnica encarregada das ações de inteligência, hoje vinculada à Casa

Militar da Presidência da República, fica absorvida pela ABIN. § 1o Fica o Poder

Executivo autorizado a transferir para a ABIN, mediante alteração de denominação e

especificação, os cargos e funções de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento

Superiores, as Funções Gratificadas e as Gratificações de Representação, da unidade

técnica encarregada das ações de inteligência, alocados na Casa Militar da Presidência

da República. § 2o O Poder Executivo disporá sobre a transferência, para a ABIN, do

acervo patrimonial alocado à unidade técnica encarregada das ações de inteligência. §

3o Fica o Poder Executivo autorizado a remanejar ou transferir para a ABIN os saldos

das dotações orçamentárias consignadas para as atividades de inteligência nos

orçamentos da Secretaria de Assuntos Estratégicos e do Gabinete da Presidência da

República.

Art. 13. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta das dotações

orçamentárias próprias. Parágrafo único. O Orçamento Geral da União contemplará,

anualmente, em rubrica específica, os recursos necessários ao desenvolvimento das

ações de caráter sigiloso a cargo da ABIN.

8. Política de Sigilo

Na lei ainda podemos observar a previsão de algumas medidas básicas destinadas a

assegurar o sigilo necessário ao desenvolvimento das atividades da ABIN.

Art. 9º Os atos da ABIN, cuja publicidade possa comprometer o êxito de suas

atividades sigilosas, deverão ser publicados em extrato. § 1º Incluem-se entre os

atos objeto deste artigo os referentes ao seu peculiar funcionamento, como às

25
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

atribuições, à atuação e às especificações dos respectivos cargos, e à movimentação

dos seus titulares. § 2º A obrigatoriedade de publicação dos atos em extrato

independe de serem de caráter ostensivo ou sigiloso os recursos utilizados, em

cada caso.

Professor, o que é publicação em extrato? Extrato é somente um resumo da

publicação com as informações mais básicas possíveis, dados que não comprometam

o sigilo. Vamos supor que a Agência adquiriu equipamentos de vigilância eletrônica.

Você deve imaginar que seria muito arriscado o órgão divulgar o tipo e as

especificações do equipamento que está comprando, assim ela vai publicar as

informações mais sucintas sobre essa aquisição. Tranquilo? Mas atenção! Não são

todas as publicações que serão realizadas em extrato! São apenas as dos atos cuja

publicidade possa comprometer o êxito de suas atividades sigilosas! Então, se a banca

vier com gracinha afirmando “todas as publicações da ABIN deverão ser realizadas em

extrato”, você vai marcar o item como ERRADO. Ok?!

Outro detalhe muitíssimo importante é que a publicação desses atos em extrato

INDEPENDE de os recursos utilizados serem de caráter ostensivo ou sigiloso. Isso aqui

é muito simples. O orçamento da ABIN conta com recursos ostensivos e sigilosos

(estes últimos costumam ser denominados “verba secreta”). Voltemos ao exemplo dos

equipamentos de vigilância eletrônica. Vamos supor que no orçamento da ABIN conste

uma alocação para “compras e investimentos” e também a alocação da “verba

secreta”. A Agência pode utilizar na aquisição desses equipamentos recursos de

qualquer uma dessas alocações orçamentárias, tanto da ostensiva quanto da sigilosa.

O que a lei esclarece é que a publicação em extrato não decorre necessariamente da

utilização de recursos sigilosos. Mesmo o recurso sendo ostensivo, se a publicidade do

ato puder comprometer o sigilo das atividades da Agência, a publicação deverá ser

realizada em extrato.

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Art. 9º-A. § 2º - A autoridade ou qualquer outra pessoa que tiver conhecimento ou

acesso aos documentos ou informações referidos no caput deste artigo obriga-se a

manter o respectivo sigilo, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e

penal, e, em se tratando de procedimento judicial, fica configurado o interesse

público de que trata o art. 155, inciso I, do Código de Processo Civil, devendo

qualquer investigação correr, igualmente, sob sigilo. (Incluído pela Medida Provisória

nº 2.216-37, de 2001)

Esse dispositivo faz referência às informações ou documentos sobre as atividades e

assuntos de inteligência produzidos, em curso ou sob a custódia da ABIN. O mais

importante aqui é que a obrigação de manter sigilo não é apenas da autoridade que

tiver acesso a essas informações ou documentos, mas de qualquer pessoa, mesmo

não possuindo relações funcionais com a Administração Pública.

Sobre esse assunto, a banca pode trazer uma questão em que conte uma estorinha do

tipo: “João, funcionário de uma empresa privada de transporte de valores, integra a

equipe que realiza o abastecimento dos caixas eletrônicos existentes na sede da ABIN.

Certo dia, enquanto abastecia esses caixas, ouviu uma conversa entre dois servidores

sobre assuntos de natureza sigilosa. Após o expediente, João encontrou alguns amigos

em um bar e após beber algumas cervejas contou toda a conversa que acabara de

ouvir. No presente caso, João não está sujeito a qualquer tipo de responsabilidade, já

que não é funcionário da ABIN”. Para responder a essa questão corretamente, só é

você lembrar de duas palavrinhas: “qualquer pessoa”. Item ERRADO.

A parte final do Art. 9º-A. § 2º trata dos casos em que assuntos de inteligência sejam

objeto de procedimento judicial, deixando claro que nessas circunstâncias fica

configurado o interesse público mencionado no dispositivo do Código de Processo

Civil (CPC) que regula as hipóteses de sigilo judicial.

27
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Há quatro hipóteses de sigilo judicial previstas no art. 189 do Novo Código de Processo

Civil (correspondente ao art. 155 do antigo CPC ao qual a Lei nº 9.883/99 fez remissão

expressa):

“Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os

processos:

I - em que o exigir o interesse público ou social;

II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, (...)

III – (...)

IV – (...)

Os incisos II, III e IV trazem situações bastante específicas, como processos sobre

casamento, divórcio, separação, entre outros. Nesses casos o juiz não tem qualquer

juízo de discricionariedade. Se a ação, por exemplo, versar sobre divórcio ele tem que

decretar o sigilo nos autos. Já o inciso I dá certa margem de discricionariedade ao Juiz,

que analisando o caso concreto decidirá se o interesse público ou social exige que

aquele processo corra em segredo de justiça.

Essa discricionariedade acabaria sendo um risco para a atividade de inteligência, já que

a preservação do sigilo dependeria da cabeça de cada magistrado. Atento a essa

possibilidade, o legislador se antecipou, já deixando de antemão as matérias de

interesse da atividade de inteligência enquadradas nesse inciso I. A lei quis dizer com

isso que todos os processos que digam respeito a informações ou documentos

sobre as atividades e assuntos de inteligência são de interesse público, não

cabendo qualquer margem de discricionariedade ao magistrado, devendo nesses

casos sempre resguardar o sigilo judicial.

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Por fim, a lei nº 9.883/99 traz outra previsão na mesma linha de sua política de sigilo.

Observe e memorize a parte do dispositivo que está em destaque:

Art. 10. A ABIN somente poderá comunicar-se com os demais órgãos da

administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o conhecimento prévio

da autoridade competente de maior hierarquia do respectivo órgão, ou um seu

delegado.

9. A Política Nacional de Inteligência - PNI

A chance de haver questões sobre a PNI nesse próximo concurso é muito alta, tendo

em vista que após 17 anos de mora legislativa, finalmente essa Política foi publicada

em 29 de junho de 2016. Falaremos mais sobre ela nas rodadas seguintes, por ora

vamos nos prender ao que está previsto na Lei nº 9.883/99. Essa é a parte da lei em

que a banca mais pode “brincar” com o candidato. Se você encontrar na prova algo

sobre a PNI redobre sua atenção, a probabilidade de o item estar errado será muito

alta. Vamos entender o porquê de eu estar falando isso.

Art. 5º A execução da Política Nacional de Inteligência, fixada pelo Presidente da

República, será levada a efeito pela ABIN, sob a supervisão da Câmara de

Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo.

Parágrafo único. Antes de ser fixada pelo Presidente da República, a Política Nacional

de Inteligência será remetida ao exame e sugestões do competente órgão de

controle externo da atividade de inteligência.

Leia o artigo relacionando os destaques. Dele podemos chegar a algumas conclusões:

29
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

a) Antes de ser fixada, quem examina e dá sugestões sobre a PNI? O órgão de controle

externo da atividade de inteligência (a CCAI –Comissão Mista de Controle das

Atividades de Inteligência do Congresso Nacional).

b) Quem fixa a PNI? O Presidente da República.

c) Quem executa a PNI? A ABIN.

d) Quem supervisiona a execução da PNI? A Câmara de Relações Exteriores e Defesa

Nacional do Conselho de Governo (CREDEN).

Você consegue enxergar a gama de possibilidades que a banca tem para fazer

questões sobre esse assunto? Esse dispositivo é um verdadeiro campo minado! Leia

essa parte da rodada até chegar à exaustão. Não tenho dúvidas de que pelo menos

um item da sua prova pode estar aqui. Para facilitar sua vida elaborei o seguinte

quadro:

10. O Controle da Atividade de Inteligência

Qualquer atividade estatal que envolve sigilo sempre concentra bastante poder e, por

esse motivo, tem um maior risco de desvirtuamento. Por esse motivo, o legislador

garantiu que a atividade de inteligência estivesse sujeita a um rígido controle, tanto

interno quanto externo, o último de responsabilidade do Legislativo. Observe:

30
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Art. 6º O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos

pelo Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em ato do Congresso Nacional.

§ 1º Integrarão o órgão de controle externo da atividade de inteligência os líderes da

maioria e da minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, assim como

os Presidentes das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da

Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

§ 2º O ato a que se refere o caput deste artigo definirá o funcionamento do órgão de

controle e a forma de desenvolvimento dos seus trabalhos com vistas ao controle e

fiscalização dos atos decorrentes da execução da Política Nacional de Inteligência.

Art. 14. As atividades de controle interno da ABIN, inclusive as de contabilidade

analítica, serão exercidas pela Secretaria de Controle Interno da Presidência da

República.

Esse é outro assunto que sempre foi cobrado nos últimos concursos. Muita atenção!

Está quase acabando essa parte teórica da rodada, mantenha o foco!

O órgão de controle das atividades de inteligência, conforme já antecipamos no tópico

anterior, é uma Comissão Mista Permanente do Congresso Nacional denominada

CCAI (Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência). Comissão Mista é

aquela integrada por Deputados e Senadores, constituída para tratar de matéria

pertinente à competência do Congresso Nacional. Qual a composição da CCAI?

1. Líder da Maioria do Senado;

2. Líder da Minoria do Senado;

3. Líder da Maioria da Câmara;

4. Líder da Minoria da Câmara;

5. Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado;

31
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

6. Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da

Câmara;

A princípio, pelo disposto na lei nº 9.883/99, a CCAI teria 6 membros. Todavia, em 25 de

novembro de 2013 foi publicada no Diário Oficial da União a Resolução nº 2 do

Congresso Nacional, a qual regulamentou o funcionamento dessa Comissão,

aumentando para 12 membros o número de parlamentares integrantes. Essa

resolução é o tal “ato do Congresso Nacional” previsto no caput. Acredito que sua

prova cobrará apenas o conteúdo da lei, já que essa resolução provavelmente não

estará no conteúdo programático do concurso, mas não custa mencionar essa

alteração. De qualquer maneira, a banca dificilmente fará questão sobre o número de

integrantes. É mais provável que cobrem o texto “seco” da lei.

Visto o controle externo, a quem cabe o controle interno da ABIN? É competência da

Secretaria de Controle Interno da Presidência da República, que é responsável

inclusive pelas atividades de contabilidade analítica.

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

b. Mapas mentais

1. Processo de produção do conhecimento de inteligência

33
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

2. Fundamentos do SISBIN

3. Áreas protegidas pela Contrainteligência

DE INTERESSE DA
SEGURANÇA DA
SOCIEDADE E DO
ESTADO

ÁREAS E MEIOS QUE OS RETENHAM OU EM QUE TRANSITEM

34
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

4. Requisitos para Unidades da Federação integrarem o SISBIN

5. Posicionamento da ABIN na Administração Federal

35
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

6. Regimento Interno da ABIN

GSI

(§ 2º do art. 6º do Decreto nº 8.905/2016)

7. Escolha do Diretor-Geral da ABIN

8. Política Nacional de Inteligência (PNI)

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

c. Revisão 1

QUESTÃO 1. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

O Sistema Brasileiro de Inteligência funciona mediante articulação coordenada dos

órgãos que o constituem, os quais não são dotados de autonomia funcional.

QUESTÃO 2. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

Considera-se inteligência a atividade de obtenção e análise de dados e informações e

de produção e difusão de conhecimentos, dentro e fora do território nacional, relativos

a fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a

ação governamental, a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.

QUESTÃO 3. (CESPE/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008 - ADAPTADA).

Entende-se por contra-inteligência a atividade do SBI destinada a inutilizar informações

sigilosas que foram obtidas com a finalidade de subsidiar o presidente da República

em seu processo decisório e que não são mais necessárias.

QUESTÃO 4. (CESPE - 2008 - ABIN - OFICIAL DE INTELIGÊNCIA)

O SBI, em suas ações, deve cumprir e preservar os direitos e garantias individuais e

demais dispositivos da CF e das leis ordinárias, mas não os derivados de tratados,

convenções, acordos e ajustes internacionais, tendo em vista que o SBI tem como

fundamento a preservação da soberania nacional.

37
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

QUESTÃO 5. (CESPE - 2010 - ABIN - AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO)

Nas atividades de inteligência, o uso de técnicas e meios sigilosos com potencial

suficiente para ferir direitos e garantias individuais só pode ocorrer mediante o

conhecimento e a autorização prévia do presidente do Conselho Consultivo do SISBIN

e exclusivamente nos casos que envolvam a segurança do Estado.

QUESTÃO 6. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

As atividades de inteligência devem ser desenvolvidas, no que se refere aos limites de

sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, independentemente da

observância dos direitos e das garantias individuais e para fins de assessoramento ao

presidente da República.

QUESTÃO 7. (CESPE - 2010 - ABIN - AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO)

Os órgãos e entidades da administração pública federal que produzirem, direta ou

indiretamente, conhecimentos de interesse das atividades de inteligência, em especial

aqueles responsáveis pela defesa externa, segurança interna e relações exteriores, são

membros natos do SISBIN.

QUESTÃO 8. (CESPE - 2008 - ABIN - OFICIAL DE INTELIGÊNCIA)

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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

As unidades da Federação podem compor o SBI, mediante ajustes específicos e

convênios, ouvido o competente órgão de controle externo da atividade de

inteligência.

(ABIN - ANALISTA DE INFORMAÇÕES/CÓDIGO 1 - 2004)

Considerando que a Presidência da República é um órgão da União e que a Agência

Brasileira de Inteligência (ABIN) é o órgão da Presidência da República que tem por

função planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de

inteligência do país, julgue os itens a seguir.

QUESTÃO 9

A ABIN integra a administração direta.

QUESTÃO 10

Apesar de seu nome, a ABIN não é uma agência executiva.

39
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

d. Revisão 2

QUESTÃO 11. (CESPE - 2008 - ABIN - OFICIAL DE INTELIGÊNCIA)

À ABIN compete planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e

análise de dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o

Presidente da República e, em face da natureza sigilosa das ações, a ABIN pode

decretar a interceptação das comunicações telefônicas de suspeitos.

QUESTÃO 12. (CESPE - 2008 - ABIN - OFICIAL DE INTELIGÊNCIA)

Consideram-se conhecimentos sensíveis, cujo planejamento e execução compete à

ABIN, aqueles relacionados a dados ilícitos e sigilosos, para fins de assessoramento ao

presidente da República.

QUESTÃO 13. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

Os atos da ABIN cuja publicidade possa comprometer o êxito de suas atividades

sigilosas devem ser publicados em extrato.

QUESTÃO 14. (CESPE – 2008 - ABIN - ANALISTA DE INFORMAÇÕES/CÓDIGO 1 - 2004)

Seria inconstitucional dispositivo de lei que excluísse a ABIN da incidência do princípio

da publicidade.

40
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

QUESTÃO 15. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE

DIREITO)

Os atos administrativos, no âmbito da ABIN, que viabilizem aquisições de bens e

serviços cuja publicidade possa comprometer o êxito das atividades sigilosas da

agência devem ser publicados em extrato, cabendo ao gestor utilizar, nesses casos,

recursos orçamentários sigilosos.

QUESTÃO 16. (CESPE - 2010 - ABIN - AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO)

A ABIN, mesmo sendo o órgão central do SISBIN, somente pode comunicar-se com os

demais órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer

dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, com o

conhecimento prévio da autoridade competente de maior hierarquia do respectivo

órgão, ou de um delegado seu.

QUESTÃO 17. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

A execução da Política Nacional de Inteligência é fixada pela ABIN, sob a supervisão da

Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo.

QUESTÃO 18. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

O controle e a fiscalização externos da atividade de inteligência são exercidos pelo

presidente da República.

41
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

QUESTÃO 19. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE

DIREITO)

O controle e a fiscalização externos da atividade de inteligência são exercidos pela

Comissão Mista de Controle de Órgãos de Inteligência do Congresso Nacional, criada

junto com a ABIN. Integram-na os presidentes das Comissões de Relações Exteriores e

Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, os líderes da maioria

e minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal e o presidente do Tribunal

de Contas da União.

20. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE - TRF 2 -

CONSULPLAN - 2017)

Entende-se como contrainteligência a atividade que objetiva neutralizar a inteligência

adversa.

42
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

e. Revisão 3

QUESTÃO 21. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

Mediante ajustes específicos e convênios, ouvido o competente órgão Gabinete de

Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), as Unidades da Federação

poderão compor o Sistema Brasileiro de Inteligência.

QUESTÃO 22. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

O Sistema Brasileiro de Inteligência é responsável pelo processo de obtenção, análise e

disseminação da informação necessária ao processo decisório do Poder Executivo,

bem como pela salvaguarda da informação contra o acesso de pessoas ou órgãos não

autorizados.

QUESTÃO 23. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

Para os efeitos de aplicação da Lei nº 9.883/99, entende-se como inteligência a

atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e

fora do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência

sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a

segurança da sociedade e do Estado.

43
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

QUESTÃO 24. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

Os atos da ABIN, cuja publicidade possa comprometer o êxito de suas atividades

sigilosas, não deverão ser publicados.

QUESTÃO 25. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

São privativas do Presidente da República a escolha e a nomeação do Diretor-Geral da

ABIN, após aprovação de seu nome pelo Congresso Nacional.

QUESTÃO 26. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

As atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se refere aos limites de sua

extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com restrita observância dos direitos e

garantias individuais, fidelidade às instituições e aos princípios éticos que regem os

interesses e a segurança do Estado.

QUESTÃO 27. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

Quaisquer informações ou documentos sobre as atividades e assuntos de inteligência

produzidos, em curso ou sob a custódia da ABIN somente poderão ser fornecidos, às

autoridades que tenham competência legal para solicitá-los, pelo Chefe do Gabinete

de Segurança Institucional da Presidência da República, observado o respectivo grau

44
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

de sigilo conferido com base na legislação em vigor, excluídos aqueles cujo sigilo seja

imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

QUESTÃO 28. (ADAPTADA - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - AL/MS - FCC - 2016)

A ABIN planeja e executa a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos

interesses e à segurança do Estado e da sociedade.

QUESTÃO 29. (ADAPTADA - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - AL/MS - FCC - 2016)

A ABIN é uma autarquia similar às agências reguladoras que assessora o Ministro da

Justiça nas questões de interesse do Estado e da sociedade.

QUESTÃO 30. (ADAPTADA - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - AL/MS - FCC - 2016)

A ABIN avalia ameaças, internas e externas, à ordem constitucional, além de possuir

atribuições de polícia: deter, prender, interrogar.

45
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

f. Normas com destaques

Lei no 9.883, de 7 de dezembro de 1999

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica instituído o Sistema Brasileiro de Inteligência, que integra as ações de

planejamento e execução das atividades de inteligência do País, com a finalidade de

fornecer subsídios ao Presidente da República nos assuntos de interesse nacional.

§ 1o O Sistema Brasileiro de Inteligência tem como fundamentos a preservação da

soberania nacional, a defesa do Estado Democrático de Direito e a dignidade da

pessoa humana, devendo ainda cumprir e preservar os direitos e garantias individuais

e demais dispositivos da Constituição Federal, os tratados, convenções, acordos e

ajustes internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte ou signatário,

e a legislação ordinária.

§ 2o Para os efeitos de aplicação desta Lei, entende-se como inteligência a atividade

que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e fora

do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência

sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a

segurança da sociedade e do Estado.

§ 3o Entende-se como contra-inteligência a atividade que objetiva neutralizar a

inteligência adversa.

Art. 2o Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal que, direta ou

indiretamente, possam produzir conhecimentos de interesse das atividades de

46
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

inteligência, em especial aqueles responsáveis pela defesa externa, segurança interna

e relações exteriores, constituirão o Sistema Brasileiro de Inteligência, na forma de

ato do Presidente da República.

§ 1o O Sistema Brasileiro de Inteligência é responsável pelo processo de obtenção,

análise e disseminação da informação necessária ao processo decisório do Poder

Executivo, bem como pela salvaguarda da informação contra o acesso de pessoas ou

órgãos não autorizados.

§ 2o Mediante ajustes específicos e convênios, ouvido o competente órgão de

controle externo da atividade de inteligência, as Unidades da Federação poderão

compor o Sistema Brasileiro de Inteligência.

Art. 3o Fica criada a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, órgão da Presidência da

República, que, na posição de órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, terá

a seu cargo planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de

inteligência do País, obedecidas à política e às diretrizes superiormente traçadas nos

termos desta Lei. (Vide Medida Provisória nº 1.999-17, de 2000) (Redação dada pela

Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

Parágrafo único. As atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se refere

aos limites de sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com irrestrita

observância dos direitos e garantias individuais, fidelidade às instituições e aos

princípios éticos que regem os interesses e a segurança do Estado.

Art. 4o À ABIN, além do que lhe prescreve o artigo anterior, compete:

I - planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise de

dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da

República;

47
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

II - planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos

interesses e à segurança do Estado e da sociedade;

III - avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem constitucional;

IV - promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de inteligência, e

realizar estudos e pesquisas para o exercício e aprimoramento da atividade de

inteligência.

Parágrafo único. Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência

fornecerão à ABIN, nos termos e condições a serem aprovados mediante ato

presidencial, para fins de integração, dados e conhecimentos específicos

relacionados com a defesa das instituições e dos interesses nacionais.

Art. 5o A execução da Política Nacional de Inteligência, fixada pelo Presidente da

República, será levada a efeito pela ABIN, sob a supervisão da Câmara de

Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo.

Parágrafo único. Antes de ser fixada pelo Presidente da República, a Política Nacional

de Inteligência será remetida ao exame e sugestões do competente órgão de

controle externo da atividade de inteligência.

Art. 6o O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos

pelo Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em ato do Congresso Nacional.

§ 1o Integrarão o órgão de controle externo da atividade de inteligência os líderes da

maioria e da minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, assim como

os Presidentes das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da

Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

48
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

§ 2o O ato a que se refere o caput deste artigo definirá o funcionamento do órgão de

controle e a forma de desenvolvimento dos seus trabalhos com vistas ao controle e

fiscalização dos atos decorrentes da execução da Política Nacional de Inteligência.

Art. 7o A ABIN, observada a legislação e normas pertinentes, e objetivando o

desempenho de suas atribuições, poderá firmar convênios, acordos, contratos e

quaisquer outros ajustes.

Art. 8o A ABIN será dirigida por um Diretor-Geral, cujas funções serão estabelecidas

no decreto que aprovar a sua estrutura organizacional.

§ 1o O regimento interno da ABIN disporá sobre a competência e o funcionamento de

suas unidades, assim como as atribuições dos titulares e demais integrantes destas.

§ 2o A elaboração e edição do regimento interno da ABIN serão de responsabilidade

de seu Diretor-Geral, que o submeterá à aprovação do Presidente da República.

Art. 9o Os atos da ABIN, cuja publicidade possa comprometer o êxito de suas

atividades sigilosas, deverão ser publicados em extrato.

§ 1o Incluem-se entre os atos objeto deste artigo os referentes ao seu peculiar

funcionamento, como às atribuições, à atuação e às especificações dos respectivos

cargos, e à movimentação dos seus titulares.

§ 2o A obrigatoriedade de publicação dos atos em extrato independe de serem de

caráter ostensivo ou sigiloso os recursos utilizados, em cada caso.

Art. 9º A - Quaisquer informações ou documentos sobre as atividades e assuntos de

inteligência produzidos, em curso ou sob a custódia da ABIN somente poderão ser

fornecidos, às autoridades que tenham competência legal para solicitá-los, pelo

Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República,

observado o respectivo grau de sigilo conferido com base na legislação em vigor,

49
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

excluídos aqueles cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do

Estado.

§ 1o O fornecimento de documentos ou informações, não abrangidos pelas hipóteses

previstas no caput deste artigo, será regulado em ato próprio do Chefe do Gabinete

de Segurança Institucional da Presidência da República.

§ 2o A autoridade ou qualquer outra pessoa que tiver conhecimento ou acesso aos

documentos ou informações referidos no caput deste artigo obriga-se a manter o

respectivo sigilo, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal, e, em se

tratando de procedimento judicial, fica configurado o interesse público de que trata

o art. 155, inciso I, do Código de Processo Civil, devendo qualquer investigação

correr, igualmente, sob sigilo.

Art. 10. A ABIN somente poderá comunicar-se com os demais órgãos da administração

pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o conhecimento prévio da

autoridade competente de maior hierarquia do respectivo órgão, ou um seu

delegado.

Art. 11. Ficam criados os cargos de Diretor-Geral e de Diretor-Adjunto da ABIN, de

natureza especial, e os em comissão, de que trata o Anexo a esta Lei.

Parágrafo único. São privativas do Presidente da República a escolha e a nomeação

do Diretor-Geral da ABIN, após aprovação de seu nome pelo Senado Federal.

Art. 12. A unidade técnica encarregada das ações de inteligência, hoje vinculada à Casa

Militar da Presidência da República, fica absorvida pela ABIN.

§ 1o Fica o Poder Executivo autorizado a transferir para a ABIN, mediante alteração de

denominação e especificação, os cargos e funções de confiança do Grupo-Direção e

Assessoramento Superiores, as Funções Gratificadas e as Gratificações de

50
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Representação, da unidade técnica encarregada das ações de inteligência, alocados na

Casa Militar da Presidência da República.

§ 2o O Poder Executivo disporá sobre a transferência, para a ABIN, do acervo

patrimonial alocado à unidade técnica encarregada das ações de inteligência.

§ 3o Fica o Poder Executivo autorizado a remanejar ou transferir para a ABIN os saldos

das dotações orçamentárias consignadas para as atividades de inteligência nos

orçamentos da Secretaria de Assuntos Estratégicos e do Gabinete da Presidência da

República.

Art. 13. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta das dotações

orçamentárias próprias.

Parágrafo único. O Orçamento Geral da União contemplará, anualmente, em rubrica

específica, os recursos necessários ao desenvolvimento das ações de caráter sigiloso

a cargo da ABIN.

Art. 14. As atividades de controle interno da ABIN, inclusive as de contabilidade

analítica, serão exercidas pela Secretaria de Controle Interno da Presidência da

República.

Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 7 de dezembro de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

51
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

g. Gabarito

1 2 3 4 5

E C E E E

6 7 8 9 10

E E C C C

11 12 13 14 15

E E C C E

16 17 18 19 20

C E E E C

21 22 23 24 25

E C C E E

26 27 28 29 30

E C C E E

52
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

h. Breves comentários às questões

QUESTÃO 1. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

O Sistema Brasileiro de Inteligência funciona mediante articulação coordenada dos

órgãos que o constituem, os quais não são dotados de autonomia funcional.

O erro da questão está em dizer que os órgãos integrantes do SISBIN não são dotados de

autonomia funcional. Vimos que a ideia que norteou a criação de um sistema foi coordenar

instituições de diferentes naturezas de modo a criar um conhecimento de inteligência

marcado pela profunda integração entre esses órgãos. “Articulação coordenada” é o

objetivo, mas não podemos afirmar que esses órgãos abrem mão de sua autonomia

funcional. Lembre-se: o SISBIN não existe enquanto entidade formal da Administração, é

antes uma técnica do que uma estrutura formal.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 2. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

Considera-se inteligência a atividade de obtenção e análise de dados e informações e

de produção e difusão de conhecimentos, dentro e fora do território nacional, relativos

a fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a

ação governamental, a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.

Essa é uma daquelas que você não pode perder. A questão simplesmente copiou o conceito

de inteligência que estudamos na parte teórica dessa rodada.

Gabarito: CERTA.

53
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

QUESTÃO 3. (CESPE/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008 - ADAPTADA).

Entende-se por contra-inteligência a atividade do SBI destinada a inutilizar informações

sigilosas que foram obtidas com a finalidade de subsidiar o presidente da República

em seu processo decisório e que não são mais necessárias.

Contra-inteligência é PDON: PREVENIR, DETECTAR, OBSTRUIR e NEUTRALIZAR a inteligência

adversa. A questão em nenhum momento fala de inteligência adversa.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 4. (CESPE - 2008 - ABIN - OFICIAL DE INTELIGÊNCIA)

O SBI, em suas ações, deve cumprir e preservar os direitos e garantias individuais e

demais dispositivos da CF e das leis ordinárias, mas não os derivados de tratados,

convenções, acordos e ajustes internacionais, tendo em vista que o SBI tem como

fundamento a preservação da soberania nacional.

A banca quis iludir o candidato ao afirmar que por ter por fundamento a soberania

nacional, o SBI (ou SISBIN) não deveria cumprir e preservar os direitos e garantias derivados

de tratados, convenções, acordos e ajustes internacionais. Soberania não é sinônimo de

irresponsabilidade internacional! Ademais, o texto da lei é bastante claro, incluindo essas

hipóteses entre os deveres do SISBIN.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 5. (CESPE - 2010 - ABIN - AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO)

Nas atividades de inteligência, o uso de técnicas e meios sigilosos com potencial

suficiente para ferir direitos e garantias individuais só pode ocorrer mediante o

54
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

conhecimento e a autorização prévia do presidente do Conselho Consultivo do SISBIN

e exclusivamente nos casos que envolvam a segurança do Estado.

Repare quando o item fala: “o uso de técnicas e meios sigilosos com potencial suficiente

para ferir direitos e garantias individuais”. Lembre-se: a observância dos direitos e

garantias individuais deve ser irrestrita. “Irrestrita” já diz tudo, não é mesmo?

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 6. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

As atividades de inteligência devem ser desenvolvidas, no que se refere aos limites de

sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, independentemente da

observância dos direitos e das garantias individuais e para fins de assessoramento ao

presidente da República.

Independentemente da observância dos direitos e das garantias individuais? Mais uma vez

para não esquecermos: “as atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se refere

aos limites de sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com irrestrita

observância dos direitos e garantias individuais, fidelidade às instituições e aos princípios

éticos que regem os interesses e a segurança do Estado”.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 7. (CESPE - 2010 - ABIN - AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO)

Os órgãos e entidades da administração pública federal que produzirem, direta ou

indiretamente, conhecimentos de interesse das atividades de inteligência, em especial

55
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

aqueles responsáveis pela defesa externa, segurança interna e relações exteriores, são

membros natos do SISBIN.

Membros natos do SISBIN? Você leu em algum lugar dessa rodada algo sobre isso? Não

existem membros natos do SISBIN. Vamos recordar do dispositivo: “Art. 2º Os órgãos e

entidades da Administração Pública Federal que, direta ou indiretamente, possam produzir

conhecimentos de interesse das atividades de inteligência, em especial aqueles responsáveis

pela defesa externa, segurança interna e relações exteriores, constituirão o Sistema

Brasileiro de Inteligência, na forma de ato do Presidente da República.” Esse ato do

Presidente da República é o instrumento que define os membros do SISBIN (Decreto que

estudaremos em detalhes na próxima rodada)! Então nada dessa historinha de “membros

natos”. Beleza?

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 8. (CESPE - 2008 - ABIN - OFICIAL DE INTELIGÊNCIA)

As unidades da Federação podem compor o SBI, mediante ajustes específicos e

convênios, ouvido o competente órgão de controle externo da atividade de

inteligência.

Só é lembrar do esquema:

Gabarito: CERTA.

56
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

(ABIN - ANALISTA DE INFORMAÇÕES/CÓDIGO 1 - 2004)

Considerando que a Presidência da República é um órgão da União e que a Agência

Brasileira de Inteligência (ABIN) é o órgão da Presidência da República que tem por

função planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de

inteligência do país, julgue os itens a seguir.

QUESTÃO 9

A ABIN integra a administração direta.

Essa foi uma questão de vó! Ora, você poderia rapidamente respondê-la pelo próprio

enunciado da questão que afirma “e que a ABIN é o órgão da Presidência da República que

tem (...)”. Se é da Presidência da República, integra a Administração Direta.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 10

Apesar de seu nome, a ABIN não é uma agência executiva.

Embora seja chamada de “Agência” Brasileira de Inteligência, a ABIN não é uma agência

executiva.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 11. (CESPE - 2008 - ABIN - OFICIAL DE INTELIGÊNCIA)

À ABIN compete planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e

análise de dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o

57
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Presidente da República e, em face da natureza sigilosa das ações, a ABIN pode

decretar a interceptação das comunicações telefônicas de suspeitos.

Segundo a Constituição “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações

telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem

judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou

instrução processual penal”. Em primeiro lugar a ABIN não realiza investigação criminal,

muito menos instrução processual penal. ABIN não é polícia, não investiga infrações penais!

Mesmo que a investigação de crimes fosse competência da ABIN, ela não poderia decretar a

interceptação das comunicações telefônicas de suspeitos, pois dependeria de autorização

judicial.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 12. (CESPE - 2008 - ABIN - OFICIAL DE INTELIGÊNCIA)

Consideram-se conhecimentos sensíveis, cujo planejamento e execução compete à

ABIN, aqueles relacionados a dados ilícitos e sigilosos, para fins de assessoramento ao

presidente da República.

O que são mesmo “conhecimentos sensíveis”? São aqueles que, por sua importância

estratégica, podem representar oportunidades ou ameaças ao Estado. A questão erra

quando relaciona conhecimentos sensíveis com dados ilícitos. Outra coisa, a ABIN planeja e

executa a PROTEÇÃO aos conhecimentos sensíveis, a questão fala que a ABIN planeja e

executa os conhecimentos sensíveis.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 13. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

58
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Os atos da ABIN cuja publicidade possa comprometer o êxito de suas atividades

sigilosas devem ser publicados em extrato.

Questão tranquilíssima. O examinador praticamente copiou o texto da lei.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 14. (CESPE – 2008 - ABIN - ANALISTA DE INFORMAÇÕES/CÓDIGO 1 - 2004)

Seria inconstitucional dispositivo de lei que excluísse a ABIN da incidência do princípio

da publicidade.

Apesar de a ABIN ter boa parte de suas atividades protegidas pelo sigilo, isso não dá o

direito do órgão de se ver excluído do princípio da publicidade. Vou repetir: atividade de

inteligência no Brasil NÃO EXCLUI o dever de obediência ao princípio da publicidade. Claro,

ocorrem certas mitigações devido à natureza do serviço, mas NÃO ao ponto de representar

EXCEÇÃO a esse princípio. A obrigação de publicar certos atos em extrato comprova bem o

que acabei de afirmar.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 15. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE

DIREITO)

Os atos administrativos, no âmbito da ABIN, que viabilizem aquisições de bens e

serviços cuja publicidade possa comprometer o êxito das atividades sigilosas da

agência devem ser publicados em extrato, cabendo ao gestor utilizar, nesses casos,

recursos orçamentários sigilosos.

A publicação desses atos em extrato INDEPENDE de os recursos utilizados serem de caráter

ostensivo ou sigiloso. Aqui até mesmo alguém bem preparado poderia rodar, porque

59
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

pensaria "é... se a atividade é sigilosa o recurso orçamentário tem que ser sigiloso". Nem

sempre! Os recursos orçamentários podem ser sigilosos ou ostensivos.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 16. (CESPE - 2010 - ABIN - AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO)

A ABIN, mesmo sendo o órgão central do SISBIN, somente pode comunicar-se com os

demais órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer

dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, com o

conhecimento prévio da autoridade competente de maior hierarquia do respectivo

órgão, ou de um delegado seu.

Essa questão praticamente reescreve o artigo 10 da lei que acabamos de estudar!

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 17. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

A execução da Política Nacional de Inteligência é fixada pela ABIN, sob a supervisão da

Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo.

Aqui a banca misturou tudo: “a execução da PNI é fixada pela ABIN”. Ora, o Presidente da

República fixa a PNI, enquanto a ABIN a executa. A banca colocou tudo no liquidificador

para revirar a cabeça do candidato. Vamos recordar mais uma vez: o órgão de controle

externo examina e dá sugestões, o Presidente fixa, a ABIN executa e a CREDEN supervisiona

a execução!

Gabarito: ERRADA.

60
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

QUESTÃO 18. (CESPE - 2008 - ABIN - AGENTE DE INTELIGÊNCIA)

O controle e a fiscalização externos da atividade de inteligência são exercidos pelo

presidente da República.

Não precisamos nem da lei para resolver essa questão. Aqui podemos ir pela lógica! A ABIN

é vinculada à Presidência da República, certo?! Se a ABIN é da Presidência da República, o

controle do Presidente da República seria um “controle EXTERNO”? De forma alguma! De

qualquer modo, não custa nada recordarmos o texto legal: O controle e fiscalização

externos da atividade de inteligência serão exercidos pelo Poder Legislativo.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 19. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE

DIREITO)

O controle e a fiscalização externos da atividade de inteligência são exercidos pela

Comissão Mista de Controle de Órgãos de Inteligência do Congresso Nacional, criada

junto com a ABIN. Integram-na os presidentes das Comissões de Relações Exteriores e

Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, os líderes da maioria

e minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal e o presidente do Tribunal

de Contas da União.

Essa questão aqui apresenta vários erros. “Comissão Mista de Controle de Órgãos de

Inteligência”? Onde você leu isso nessa rodada? Em lugar algum! O nome correto é

“Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI)”. A CCAI foi criada

junto com a ABIN? De forma alguma. A lei nº 9.883/99 apenas fez previsão do órgão de

controle externo, sua criação, portanto, dependeria de ato do Poder Legislativo. Mas, sem

dúvidas, o erro mais grosseiro foi dizer que o presidente do TCU faria parte dessa Comissão.

Por mais que você não tivesse observado os erros anteriores, esse aqui tenho certeza que

não deixaria passar!

61
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 20. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

Entende-se como contrainteligência a atividade que objetiva neutralizar a

inteligência adversa.

O item trouxe ipsis litteris o disposto no § 3º do art. 1º da Lei nº 9.883/99. Recorde-se que o

conceito de contrainteligência presente no art. 3º do Decreto nº 4.376/2002 é mais

abrangente.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 21. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

Mediante ajustes específicos e convênios, ouvido o competente órgão Gabinete de

Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), as Unidades da Federação

poderão compor o Sistema Brasileiro de Inteligência.

Nesses casos, quem deve ser ouvido é o competente órgão de controle externo da atividade

de inteligência, ou seja, a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do

Congresso Nacional (CCAI).

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 22. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

62
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

O Sistema Brasileiro de Inteligência é responsável pelo processo de obtenção, análise e

disseminação da informação necessária ao processo decisório do Poder Executivo,

bem como pela salvaguarda da informação contra o acesso de pessoas ou órgãos não

autorizados.

Mais uma questão de vó! Mera cópia do §2º do art. 1º do Decreto nº 4.376/2002.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 23. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

Para os efeitos de aplicação da Lei nº 9.883/99, entende-se como inteligência a

atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e

fora do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência

sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a

segurança da sociedade e do Estado.

Reprodução do §2º do art. 1º da Lei nº 9.883/99.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 24. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

Os atos da ABIN, cuja publicidade possa comprometer o êxito de suas atividades

sigilosas, não deverão ser publicados.

Devem sim ser publicados, mas em extrato (art. 9º da Lei nº 9.883/99).

Gabarito: ERRADA.

63
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

QUESTÃO 25. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

São privativas do Presidente da República a escolha e a nomeação do Diretor-Geral da

ABIN, após aprovação de seu nome pelo Congresso Nacional.

São privativas do Presidente da República a escolha e a nomeação do Diretor-Geral da

ABIN, após aprovação de seu nome pelo Senado Federal (parágrafo único do art. 11 da Lei

nº 9.883/99). A questão, para confundir o candidato, trocou Senado Federal por Congresso

Nacional.

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 26. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

As atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se refere aos limites de sua

extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com restrita observância dos direitos e

garantias individuais, fidelidade às instituições e aos princípios éticos que regem os

interesses e a segurança do Estado.

Com IRRESTRITA observância... a questão praticamente copiou o parágrafo único do art. 3º

da Lei nº 9.883/99, mas trocou o termo “irrestrita” por “restrita” e isso fez toda a diferença.

O candidato que estivesse mais apressado perderia essa questão.

Gabarito: ERRADA.

64
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

QUESTÃO 27. (ADAPTADA - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA E TRANSPORTE -

TRF 2 - CONSULPLAN - 2017)

Quaisquer informações ou documentos sobre as atividades e assuntos de inteligência

produzidos, em curso ou sob a custódia da ABIN somente poderão ser fornecidos, às

autoridades que tenham competência legal para solicitá-los, pelo Chefe do Gabinete

de Segurança Institucional da Presidência da República, observado o respectivo grau

de sigilo conferido com base na legislação em vigor, excluídos aqueles cujo sigilo seja

imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

O item apenas transcreveu o disposto no art. 9º-A da Lei nº 9.883/99.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 28. (ADAPTADA - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - AL/MS - FCC - 2016)

A ABIN planeja e executa a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos

interesses e à segurança do Estado e da sociedade.

Questão tranquila. Competência prevista no inciso II do art. 4º da Lei nº 9.883/99.

Gabarito: CERTA.

QUESTÃO 29. (ADAPTADA - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - AL/MS - FCC - 2016)

A ABIN é uma autarquia similar às agências reguladoras que assessora o Ministro da

Justiça nas questões de interesse do Estado e da sociedade.

Tudo errado! Pra começar a ABIN não é autarquia. A ABIN integra a Administração Direta!

Outra coisa, a ABIN não serve para assessorar o Ministro da Justiça, mas sim o Presidente

da República.

65
LEGISLAÇÃO DE INTERESSE
DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Gabarito: ERRADA.

QUESTÃO 30. (ADAPTADA - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - AL/MS - FCC - 2016)

A ABIN avalia ameaças, internas e externas, à ordem constitucional, além de possuir

atribuições de polícia: deter, prender, interrogar.

A ABIN não possui atribuições de polícia!

Gabarito: ERRADA.

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