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UNIDADE DE ESTUDO 02
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Profº. Marcus Bittencourt
Profa. Isabel Vieira
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na
Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. [...] As leis
administrativas são, normalmente, de ordem pública e seus preceitos não podem
ser descumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus
aplicadores e destinatários, uma vez que conte verdadeiros poderes-deveres,
irrelegáveis pelos agentes públicos. (MEIRELLES, 2009, p. 89).
Cumpre ressaltar que o princípio da legalidade não se aplica tão somente à lei em
seu sentido formal, mas também a todo e qualquer ato a ela equiparado, ou seja, todos os
atos que criem direitos e imponham obrigações, mesmo que não tenham sua origem
decorrente de ação do Poder Legislativo.
Entretanto, todo e qualquer ato que não seja originário do Poder Legislativo deve
ser por este amparado, isto é, deve se embasar em preceitos legalmente formais para a sua
publicação, em caso contrário, podendo ser declarados nulos ou anuláveis em decorrência de
sua ilegalidade ou inconstitucionalidade.
Como visto em outros momentos, a função primordial do Poder Legislativo é
elaborar leis, porém, nada impede que os outros Poderes participem de processos
legislativos, sendo, inclusive, competentes para criar atos normativos com força de lei. Nesse
sentido, há de se analisar o princípio da legalidade de forma extensa, genérica, a fim de não
se limitar sua interpretação apenas às leis, em sentido estrito.
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[...] a palavra lei, para a realização plena do princípio da legalidade, se aplica, em
rigor técnico, à lei formal, isto é, ao ato legislativo emanado dos órgãos de
representação popular e elaborado de conformidade com o processo legislativo
previsto na Constituição (arts. 59 a 69). Há, porém, casos em que a referência à lei
na Constituição, quer para satisfazer tão-só as exigências do princípio da legalidade,
quer para atender hipóteses de reserva (infra), não exclui a possibilidade de que a
matéria seja regulada por um “ato equiparado”, e ato equiparado à lei formal, no
sistema constitucional brasileiro atual, serão apenas a lei delegada (art. 68) e as
medidas provisórias, convertidas em lei (art. 62), as quais, contudo, só podem
substituir a lei formal em relação àquelas matérias estritamente indicadas nos
dispositivos referidos.
Mas o princípio da legalidade vincula-se a uma reserva genérica ao Poder
Legislativo, que não exclui atuação secundária de outros poderes (SILVA, 2005, p.
421).
SUGESTÃO DE VIDEO
https://www.youtube.com/watch?v=uZzmDots804&index=4&list=PLxgA0XA
WD3s2CtNFBIOiCEOq5FBYp8jpP 3
REFERÊNCIAS
BACELLAR FILHO, Romeu Felipe. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2008.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2000.
FAGUNDES, Miguel Seabra. O controle dos atos administrativos pelo poder judiciário. 3 ed.
Rio de Janeiro: Forense, 1975.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2000.
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros,
2000.
MELLO, Oswaldo Aranha Bandeira de. Princípios gerais de direito administrativo. V.1. 2 ed.
Rio de Janeiro: Forense, 1979.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2005.