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PLATON, H POLITEIA Platão, A República, Livro VII (514a – 517c).

Tradução de Carlos Alberto Nunes, Editora da Universidade Federal do Pará,


2002 (com pequenas alterações).
A Alegoria da Caverna
(514a) !!"#$%&'( )'*'+), !-."* )/( 01")23%( 4+&*( (514a) Compara nossa natureza, conforme seja ou não educada, com a seguinte
!%*5"#%6 )" !23* $%7 !!%*5"8&#%6. 95: ;<3 !(.3=!'86 '>'( situação: imagina homens em uma morada subterrânea em forma de caverna,
?( $%)%;"#, '9$@&"* &!AB%*=5"*, !(%!"!)%12(A( !3C6 )C provida de uma única entrada com vista para a luz em toda a sua largura.
4D6 )/( "E&'5'( ?F'+&G 1%$3<( !%3< !H( )C &!@B%*'(, Encontram-se nesse lugar, desde pequenos, pernas e pescoço amarrados com
?( )%+)G ?$ !%#5I( J()%6 ?( 5"&1'K6 $%7 )< &$2BA $%7 cadeias, de forma que são forçados a ali permanecer e a (514b) olhar apenas para
)'L6 %MF2(%6, N&)" 12("*( )" %M)'L6 "E6 )" )C (514b) a frente, impossibilitados, como se acham, pelas cadeias, de virar a cabeça. A luz
!3O&."( 1O('( P3H(, $+$B, 5: )<6 $"4%B<6 Q!C )'R de um fogo aceso a grande distância brilha no alto e por três deles; entre os
5"&1'R !58(-)'86 !"3*-;"*(, 4D6 5: %M)'K6 !83C6 prisioneiros e o foco de luz há um caminho que passa por cima, ao longo do qual
S(I."( $%7 !O33I."( $%O1"('( J!*&."( %M)D(, 1")%TL imagina agora um murozinho, à maneira do anteparo que os manipuladores de
5: )'R !83C6 $%7 )D( 5"&1I)D( ?!-(I P5O(, !%3U V( 95: marionetes levantam entre eles e o público e por cima do qual executam suas
)"*F#'( !%3,$'5'1A12('(, N&!"3 )'K6 .%81%)'!'*'K6 !3C habilidades.
)D( !(.3=!I( !3O$"*)%* )< !%3%43-;1%)%, Q!:3 W( )<
.%+1%)% 5"*$(+%&*(.
(514c) Imagino tudo isso, respondeu.
P3D, X4A.
Observa, então, ao comprido desse murozinho homens a carregar toda a sorte
Y3% )'#(8( !%3< )'R)' )C )"*F#'( 423'()%6 !(.3=!'86
de utensílios que ultrapassam a altura do muro, e também estatuas e figuras
(514c) &$"+A )" !%()'5%!< Q!"32F'()% )'R )"*F#'8 $%7
(515a) de animais, de pedra ou de madeira, bem como objetos da mais variada
!(53*-()%6 (515a) $%7 SBB% Z[% B#.*(- )" $%7 T+B*(% $%7
espécie. Como é natural, desses carregadores uns conversam e outros se mantém
!%()'K% "93;%&12(%, '>'( "9$C6 )'L6 1:( 4.";;'12('86,
calados.
)'L6 5: &*;D()%6 )D( !%3%4"3O()I(.
Imagens muito estranhas, disse, como também os prisioneiros de que falas.
S)'!'(, X4A, B2;"*6 "9$O(% $%7 5"&1=)%6 !)O!'86.

P1'#'86 01K(, \( 5U ?;=: )'L6 ;<3 )'*'+)'86 !3D)'( 1:( Parecem-se conosco, respondi. Para começar, achas mesmo que, em semelhante
]%8)D( )" $%7 !BB@BI( 'E"* S( )* ]I3%$2(%* SBB' !B/( situação, poderiam ver deles próprios e dos vizinhos alguma coisa além da
)<6 &$*<6 )<6 Q!C )'R !83C6 "96 )C $%)%()*$3L %M)D( )'R sombra projetada pelo fogo, na parede da caverna que lhes fica em frente?
&!AB%#'8 !3'&!*!)'+&%6;
!D6 ;-3, X4A, "9 !$*(@)'86 ;" )<6 $"4%B<6 XF"*( De que jeito, perguntou, se a vida inteira não (515b) conseguem mexer a
^(%;$%&12('* (515b) "_"( 5*< `#'8; cabeça?

)# 5: )D( !%3%4"3'12(I(; 'M )%M)C( )'R)'; E com relação aos objetos transportados, não acontecerá a mesma coisa?
)# 1@(;
Como não?
"9 'a( 5*%B2;"&.%* '>'# )U "_"( !3C6 !BB@B'86, 'M )%R)%
0;b c( )< J()% %M)'L6 ('1#Z"*( d!"3 P3["(; Logo, se fossem capazes de conversar, não acreditas que pensariam estar
designando pelo nome certo tudo o que vem?
!(-;$A.
Necessariamente.
)# 5U "9 $%7 ^Fe )C 5"&1I)@3*'( ?$ )'R $%)%()*$3L XF'*;
P!O)" )*6 )D( !%3*O()I( 4.2;T%*)', 'E"* c( SBB' )* E se no fundo da prisão se fizesse também ouvir um eco? Sempre que falasse
%M)'L6 0;"K&.%* )C 4.";;O1"('( f )/( !%3*'R&%( &$*-(; alguma das estátuas, não achas que eles se poderiam atribuir a voz às sombras em
desfile?
1< g#U 'M$ X;I;U, X4A.
Sim, por Zeus! exclamou.
(515c) !%()-!%&* 5@, \( 5U ?;=, 'h )'*'R)'* 'M$ c( SBB' )*
('1#Z'*"( )C !BA.:6 f )<6 )D( &$"8%&)D( &$*-6. (515c) De qualquer forma, continuei, para semelhante gente a verdade
consistiria apenas na sombra dos objetos fabricados.
!'BB/ !(-;$A, X4A.
E mais do que certo, respondeu.
&$O!"* 5@, \( 5U ?;=, %M)D( B+&*( )" $%7 E%&*( )D( )"
5"&1D( $%7 )i6 !43'&+(A6, 'j% )*6 c( "EA, "9 4+&"* )'*-5" Considera agora, lhe disse, quais seriam as consequências da libertação desses
&81`%#('* %M)'K6: P!O)" )*6 B8."#A $%7 !(%;$-Z'*)' homens, depois de curados de suas cadeias e imaginações, se as coisas se
?T%#4(A6 !(#&)%&.%# )" $%7 !"3*-;"*( )C( %MF2(% $%7 passassem do seguinte modo: vindo a ser um deles libertado e obrigado
`%5#Z"*( $%7 !3C6 )C 4D6 !(%`B2!"*(, !-()% 5: )%R)% imediatamente a levantar-se, a virar o pescoço, andar e olhar na direção da luz,
!'*D( !B;'K )" $%7 5*< )<6 1%31%38;<6 !58(%)'K não apenas tudo isso lhe causaria dor, como também o deslumbramento o
$%.'3H( ?$"K(% W( (515d) )O)" )<6 &$*<6 ]=3%, )# c( 'E"* impediria de ver os objetos (515d) cujas sombras até então ele enxergava. Como
%M)C( "9!"K(, "E )*6 %M)[ B2;'* Y)* )O)" 1:( ]=3% achas que responderia a quem lhe afirmasse que tudo o que ele vira até ali não
4B8%3#%6, (R( 5: 1HBBO( )* ?;;8)23I )'R J()'6 $%7 !3C6 passava de brinquedo e que somente, agora, por estar mais próximo da realidade
1HBB'( J()% )")3%112('6 k3.O)"3'( `B2!'*, $%7 5/ $%7 e ter o rosto voltado para o que é mais real é que ele via com maior exatidão; e
l$%&)'( )D( !%3*O()I( 5"*$(L6 %M)[ !(%;$-Z'* ?3I)D( também se o interlocutor lhe mostrasse os objetos, à medida que fossem
!!'$3#("&.%* Y)* X&)*(; desfilando, e o obrigasse, à custa de perguntas, a designá-los pelos nomes?
'M$ 'E"* %M)C( !!'3"K( )" c( $%7 0;"K&.%* )< )O)" Não te parece que ficaria atrapalhado e imaginaria ser mais verdadeiro tudo o
P3=1"(% !BA.2&)"3% f )< (R( 5"*$(+1"(%; que ele vira até então do que quanto naquele instante lhe mostravam?

!'B+ ;U, X4A. Muito mais verdadeiro, respondeu.


'M$'R( $c( "9 !3C6 %M)C )C 4D6 (515e) !(%;$-Z'* %M)C( E no caso de o forçarem a olhar para a luz, (515e) não sentiria dor nos olhos e
`B2!"*(, !B;"K( )" c( )< J11%)% $%7 4"+;"*( não correria para junto das coisas que lhe era possível contemplar, certo de serem
!!'&)3"4O1"('( !3C6 ?$"K(% m 5+(%)%* $%.'3H(, $%7 todas elas mais claras do que as que lhe então apresentavam?
('1#Z"*( )%R)% )[ J()* &%42&)"3% )D( 5"*$(812(I(;
Isso mesmo, disse.
'n)I6, X4A.

"9 52, \( 5U ?;=, ?()"R."( lB$'* )*6 %M)C( `#o 5*< )3%F"#%6 E agora, perguntei; se o arrastassem lá fora pela rampa rude e empinada e não o
)i6 !(%`-&"I6 $%7 !(-()'86, $%7 1/ !("#A !37( largassem enquanto não houvessem alcançado a luz do sol, não te parece que
?T"B$+&"*"( "96 )C )'R 0B#'8 4D6, p3% 'MF7 k58(H&.%# )" (516a) sofreria bastante e se revoltaria por ver-se tratado daquele modo? E depois
(516a) c( $%7 !;%(%$)"K( ]B$O1"('(, $%7 ?!"*5/ !3C6 )C de estar no claro, não ficaria com a vista ofuscada, sem enxergar nada do que lhe
4D6 XB.'*, %M;i6 c( XF'()% )< J11%)% 1"&)< P3H( 'M5U fosse, então, indicado como verdadeiro?
c( q( 5+(%&.%* )D( (R( B";'12(I( !BA.D(;
'M ;<3 S(, X4A, ?T%#4(A6 ;". De fato, respondeu; pelo menos no começo.

&8(A."#%6 5/ '_1%* 52'*)U S(, "9 12BB'* )< S(I Jr"&.%*. Precisaria, creio, habituar-se para poder contemplar o mundo superior. De
$%7 !3D)'( 1:( )<6 &$*<6 c( st&)% $%.'3[, $%7 1")< início, perceberia mais facilmente as sombras; ao depois, as imagens dos homens
)'R)' ?( )'K6 n5%&* )- )" )D( !(.3=!I( $%7 )< )D( e dos outros objetos refletidos na água; por último, os objetos e, no rasto deles, o
SBBI( "E5IB%, n&)"3'( 5: %M)-: ?$ 5: )'+)I( )< ?( )[ que se encontra no céu e o próprio céu, porém sempre enxergando com mais
'M3%([ $%7 %M)C( )C( 'M3%(C( (+$)I3 c( st'( facilidade (516b) durante a noite, à luz da lua e das estrelas, do que de dia ao sol
."-&%*)', !3'&`B2!I( )C )D( (516b) S&)3I( )" $%7 com todo o seu fulgor.
&"B@(A6 4D6, f 1".U 0123%( )C( uB*O( )" $%7 )C )'R 0B#'8.
!D6 5U 'v; Não há dúvida.

)"B"8)%K'( 5/ '_1%* )C( uB*'(, 'M$ ?( n5%&*( 'M5U ?( Finalmente, segundo penso, também o sol, não na água ou sua imagem refletida
!BB')3#o l53o 4%()-&1%)% %M)'R, !BBU %M)C( $%.U em qualquer parte, mas no lugar certo, que ele poderia ver e contemplar tal como
%Q)C( ?( )b %Q)'R F=3o 5+(%*)U c( $%)*5"K( $%7 é mesmo.
."-&%&.%* '>O6 ?&)*(.
!(%;$%K'(, X4A. Necessariamente, disse.

$%7 1")< )%R)U c( w5A &8BB';#Z'*)' !"37 %M)'R Y)* 'x)'6 De raciocínio em raciocínio, chegaria à conclusão de que o sol é que produz as
P )-6 )" N3%6 !%32FI( $%7 ?(*%8)'L6 $%7 !-()% estações e tudo dirige no espaço visível, e que, de algum modo, é a causa do que
?!*)3'!"+I( (516c) )< ?( )[ P3I12(, )O!,, $%7 ?$"#(I( (516c) ele e seus companheiros estavam habituados a distinguir.
W( &4"K6 ]=3I( )3O!'( )*(< !-()I( %E)*'6.

5iB'(, X4A, Y)* ?!7 )%R)% c( 1")U ?$"K(% XB.'*. É evidente, respondeu, que depois de tudo, ele concluiria dessa maneira.

)# 'a(; !(%1*1(G&$O1"('( %M)C( )i6 !3=)A6 '9$@&"I6 E então? Quando se lembrasse de sua primitiva morada, da sabedoria lá
$%7 )i6 ?$"K &'4#%6 $%7 )D( )O)" &8(5"&1I)D( 'M$ c( reinante e dos companheiros de prisão, não te parece que se felicitaria pela
'E"* %Q)C( 1:( "M5%*1'(#Z"*( )i6 1")%`'Bi6, )'L6 5: mudança e lastimaria a sorte deles todos?
?B""K(;
Sem dúvida.
$%7 1-B%.
E as honrarias e os elogios distribuídos entre eles mesmos, os prêmios para
)*1%7 5: $%7 X!%*('* "E )*("6 %M)'K6 \&%( )O)" !%3U quem percebesse com mais nitidez as imagens em desfile e se lembrasse com
!BB@BI( $%7 ;23% )[ kT+)%)% $%.'3D()* )< !%3*O()%, exatidão do que costumava aparecer em primeiro lugar, ou por (516d) último, ou
$%7 1(A1'("+'()* 1-B*&)% Y&% )" !3O)"3% %M)D( $%7 concomitantemente, e que, por isso, ficasse em condições de prever o que iria
n&)"3% (516d) "9=."* $%7 d1% !'3"+"&.%*, $%7 ?$ )'+)I( dar-se, acreditas que semelhante indivíduo tivesse saudades do outro tempo ou
5/ 58(%)=)%)% !!'1%()"8'12(, )C 12BB'( uT"*(, 5'$"K6 invejasse os que entre eles fossem alvo de distinções ou fizessem parte do
c( %M)C( ?!*.81A)*$D6 %M)D( XF"*( $%7 ZAB'R( )'L6 !%3U governo? Ou com ele se passaria aquilo de Homero:
?$"#('*6 )*1I12('86 )" $%7 ?(58(%&)"+'()%6, f )C )'R
y1@3'8 c( !"!'(.2(%* $%7 &4O53% `'+B"&.%*

“?!-3'83'( ?O()% .A)"821"( SBB, !(537 !%3U !$B@3,” Pois preferia viver empregado em trabalhos do
Hom. Od. 11.489 campo, sob um senhor sem recursos. (Od. 11.489)

$%7 P)*'R( c( !"!'(.2(%* 1HBB'( f '$"K(- )" 5'T-Z"*( $%7 e vir a sofrer seja o que for, a voltar para semelhantes ilusões e viver a antiga
?$"#(I6 Zi(; (516e) vida? (516e)

'n)I6, X4A, X;I;" '_1%*, !H( 1HBB'( !"!'(.2(%* c( É também o que eu penso, respondeu; aguentaria tudo, para não voltar a viver
52T%&.%* f Zi( ?$"#(I6. daquele jeito.
$%7 )O5" 5/ ?((OA&'(, \( 5U ?;=. "9 !-B*( P )'*'R)'6 Considera também o seguinte, lhe falei: se esse indivíduo baixasse de novo para
$%)%`<6 "96 )C( %M)C( .H$'( $%.#Z'*)', p3U 'M &$O)'86 ir sentar-se em seu antigo lugar, não ficaria com os olhos ofuscados pelas trevas,
<c(> !(-!B"I6 &F'#A )'L6 k4.%B1'+6, ?T%#4(A6 u$I( ?$ por vir da luz do sol assim tão de repente?
)'R 0B#'8;
Sem dúvida, respondeu.
$%7 1-B% ;U, X4A.

)<6 5: 5/ &$*<6 ?$"#(%6 !-B*( "9 52'* %M)C( E se tivesse de competir outra vez a respeito das sombras com aqueles eternos
;(I1%)"+'()% 5*%1*BBH&.%* )'K6 !"7 5"&1=)%*6 ?$"#('*6, prisioneiros, quando ainda se ressentisse da fraqueza da vista, por não se ter
?( z !1`B8=))"*, (517%) !37( $%)%&)i(%* )< J11%)%, (517a) habituado com o escuro - o que não exigiria pouco tempo - não se tornaria
'x)'6 5U P F3O('6 1/ !-(8 kB#;'6 "EA )i6 &8(A."#%6, p3U objeto de galhofa dos outros e não diriam estes que o passeio lá por cima lhe
'M ;2BI)U c( !%3-&F'*, $%7 B2;'*)' c( !"37 %M)'R {6 estragara a vista e que não valia a pena sequer tentar aquela subida? E se
!(%`<6 S(I 5*"4.%312('6 u$"* )< J11%)%, $%7 Y)* 'M$ porventura ele procurasse libertá-los e conduzi-los para cima, caso fosse possível
ST*'( 'M5: !"*3H&.%* S(I 92(%*; $%7 )C( ?!*F"*3'R()% aos outros fazer uso das mãos e matá-lo, não lhe tirariam a vida?
B+"*( )" $%7 !(-;"*(, "E !I6 ?( )%K6 F"3&7 5+(%*()' B%`"K(
$%7 !!'$)"#("*(, !!'$)"*(+(%* S(;
Com toda a certeza, respondeu.
&4O53% ;U, X4A.

)%+)A( )'#(8(, \( 5U ?;=, )/( "9$O(%, | 4#B" }B%+$I(, Agora, meu caro Glauco, precisarás aplicar (517b) essa alegoria a tudo o que
(517b) !3'&%!)2'( d!%&%( )'K6 X1!3'&."( B";'12('*6, expusemos antes, para comparar o mundo percebido pela visão com o domicílio
)/( 1:( 5*U Jr"I6 4%*('12(A( l53%( )b )'R 5"&1I)A3#'8 carcerário, e a luz do fogo que nele esplende com a força do sol. Quanto à subida
'9$@&"* !4'1'*'R()%, )C 5: )'R !83C6 ?( %M)b 4D6 )b )'R para o mundo superior e a contemplação do que lá existe, se vires nisso a
0B#'8 58(-1"*: )/( 5: S(I !(-`%&*( $%7 .2%( )D( S(I ascensão da alma para a região inteligível, não te terás desviado de minhas
)/( "96 )C( ('A)C( )O!'( )i6 r8Fi6 S('5'( )*."76 'MF esperanças, já que tanto ambicionas conhecê-las. Só Deus sabe se está de acordo
~1%3)@&G )i6 ;U ?1i6 ?B!#5'6, ?!"*5/ )%+)A6 ?!*.81"K6 com a verdade. O que eu vejo, pelo menos, é o seguinte: no limite extremo da
!$'+"*(. ."C6 52 !'8 '_5"( "9 !BA./6 'a&% )8;F-("*. )< 5U região do cognoscível está a ideia (517c) do bem, dificilmente perceptível, mas
'a( ?1'7 4%*(O1"(% 'n)I 4%#(")%*, ?( )[ ;(I&)[ que, uma vez apreendida, impõe-nos de pronto a conclusão de que é a causa de
)"B"8)%#% 0 )'R (517c) !;%.'R 952% $%7 1O;*6 P3H&.%*, tudo o que é belo e direito, a geratriz, no mundo visível, da luz e do senhor da luz,
k4."K&% 5: &8BB';*&)2% "_(%* {6 S3% !H&* !-()I( %n)A como no mundo inteligível é dominadora, fonte imediata da verdade e da
k3.D( )" $%7 $%BD( %9)#%, X( )" P3%)[ 4D6 $%7 )C( inteligência, que precisará ser contemplada por quem quiser agir com sabedoria,
)'+)'8 $+3*'( )"$'R&%, X( )" ('A)[ %M)/ $83#% !B@."*%( tanto na vida pública como na privada.
$%7 ('R( !%3%&F'12(A, $%7 Y)* 5"K )%+)A( 95"K( )C(
12BB'()% ?143O(I6 !3-T"*( ! 95#o ! 5A1'&#o.

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