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Casamento no exterior tem validade no

Brasil?

A resposta é SIM. O casamento realizado no exterior gera efeitos no Brasil, pois o fato
jurídico é um só no mundo todo. Todavia, para que este produza efeitos no Brasil, o
casamento deve ser registrado em uma repartição do Consulado Brasileiro na
cidade/país do matrimônio (em caso de casamento entre estrangeiro e brasileiros), ou
mesmo, ser realizada uma tradução juramentada da certidão de casamento e levá-la à
registro em um Cartório de Títulos e Documentos. Será necessário realizar a transcrição
dos documentos!

Desta forma, o brasileiro que casa no exterior passará a carregar o estado civil de
casado, não podendo, em seu retorno ao Brasil, casar-se novamente com pessoa diversa
sem antes proceder com o divórcio, haja vista esta situação ser descrita como bigamia
(art. 235 do Código Penal).

Ademais, o portal Consular do Ministério das Relações Exteriores explica que o


casamento realizado por autoridade estrangeira será considerado válido no Brasil,
todavia, para que haja a produção de efeitos jurídicos, este deverá ser registrado em uma
repartição do Consulado Brasileiro, situado na cidade/país que foi realizado o
matrimônio.

Assim, posteriormente deverá ser realizada uma transcrição dos documentos no Cartório
de 1º Registro Civil da cidade do domicílio dos cônjuges no Brasil. É que, a legislação
civil impõe um prazo para o casamento de brasileiros celebrado no exterior[1]. Nesse
sentido, o casamento internacional deverá ser registrado no Brasil em 180 dias,
contados do retorno de um ou de ambos os cônjuges.

No momento do registro, o casal terá que providenciar os seguintes documentos:

a) Formulário de Registro de Casamento devidamente preenchido e assinado pelo (a)


declarante, o (a) qual deverá ser o/um cônjuge de nacionalidade brasileira;

b) Certidão local de casamento;

c) Pacto antenupcial, se houver. Neste caso, apresentar o original e, quando julgado


necessária pela Autoridade Consular, a tradução oficial para o português ou inglês;

d) Documento brasileiro comprobatório da identidade do (s) cônjuge brasileiro (s):


passaporte, RG, CPF, carteira de identidade profissional ou CNH;

e) Documento comprobatório da nacionalidade brasileira do (s) cônjuge (s) brasileiro


(s): certidão de nascimento, passaporte, ou certificado de naturalização;

f) No caso de cônjuge estrangeiro (a), passaporte ou documento de identidade válido e


certidão de registro de nascimento, emitidos por órgão local competente;
g) No caso de cônjuge estrangeiro, declaração, assinada perante a Autoridade
Consular ou com firma reconhecida perante as autoridades locais, da parte estrangeira
de que nunca se casou e se divorciou de um (a) brasileiro (a) antes do atual casamento;

h) No caso da existência de casamento anterior de qualquer dos cônjuges, deve-se


apresentar: se divorciado, certidão de casamento com averbação de divórcio, ou se
viúvo, certidão de óbito;

O Portal Consular do Ministério das Relações Exteriores ainda ressalta: a certidão


original de casamento internacional, deve ser previamente legalizada pela Repartição
Consular da jurisdição competente, e ainda, todos os documentos mencionados devem
ser originais ou cópias autenticadas, acompanhados de cópias simples.

Por fim, deve ser analisado cada consulado e suas legislações, haja vista que em alguns
locais do exterior há a obrigatoriedade de algum dos nubentes possuir endereço fixo no
local do casamento, pois cada país possui suas especificações, devendo, antes de
realizar o casamento procurar mais informações no consulado!

https://lucenatorresadv.wordpress.com/2017/10/25/casamento-no-exterior-tem-validade-
no-brasil/

[1] Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as


respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e
oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório
do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que
passarem a residir.

Lorena Lucena TôrresPRO


Especialista em Direito Ambiental e atuante em Direito de Família e Sucessões
Advogada especialista em Direito Ambiental, atuante nas áreas do Direito Civil, Direito
de Família, Sucessões e contratos, Direito do Consumidor, Ambiental e Trabalhista.
Administradora de empresas, MBA em Perícia e Auditoria Ambiental, Escritora e
Empreendedora. Membro da Comissão de Direito Ambiental e Direito Marítimo,
Portuário, Aeroportuário e Aduaneiro da OAB/CE. Artigo científico apresentado na
Faculdade de Direito de Lisboa - Portugal - 2015 e artigo científico apresentado na
Universidad Rovira i Virgili em Tarragona - Espanha - 2017. Livro publicado pela
editora Lumem Juris e livros publicados pela revista Síntese, nas áreas: Direito
Ambiental, Consumidor, Imobiliário e Civil. Trabalho como correspondente -
audiências e diligências e parcerias jurídicas.

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