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Caminhar junto com Marx e Engels será importante para enfrentar o dilema
sobre socialismo ou barbárie, resolvendo coletivamente as contradições do
capitalismo
https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Marx-uma-existencia-ao-longo-de-
200-anos-um-olhar-latino-americano-/4/40059
Sem dúvida, são mais as interpretações errôneas sobre sua obra, com má intenção ou só
ignorância. Tantas vezes qualificado com uma variedade de formas visando enfrascar
seu pensamento ou tentando negar a validez científica e integral de suas principais
conclusões. Acentuando-se em suas falhas (que cientista não as comete?), mas sem
jamais desmontar o edifício monumental de seu acionar teórico e prático. Sobre ele se
poderia dizer o mesmo que Richard Lewontin e Dick Levins escrevem na dedicatória de
seu livro “O Biólogo Dialético”: “a Engels, que se equivocou muitas vezes, mas que
acertou no que importa”.
Enorme seria a lista dos acertos de Marx, que se ampliam constantemente à medida em
que lê seus escritos. Talvez, o fundamental é o exercício de por pés e cérebro de
operário nos melhores sonhos da humanidade, para demonstrar que um futuro realmente
humano só é possível saindo desta pré-história baseada na propriedade privada dos bens
de produção e a consequente superexploração dos trabalhadores e da natureza, que deu
as certeiras linhas de ação para a conformação do partido comunista.
Outros declararam a vitória final do capitalismo como “o fim da história” e tiveram que
se corrigir mais tarde. Por último, alguns que reconheceram ser correto o pensamento
econômico de Marx, chegaram a defender que ao resolver o problema da pobreza (como
se isso fosse possível no capitalismo), o fantasma do socialismo desapareceria.
Curiosamente, esta posição é compartilhada por certos “progressistas” latino-
americanos que fomentam o desenvolvimento do capitalismo em nossos países.
Mas a luta de classes é um fato real e presente. Claro que, como bem disse Warren
Buffett, o quarto maior milionário do mundo, em entrevista para o Washington Post (30
de setembro de 2011): “há uma guerra de classes, estou de acordo com isso, mas a
minha (a dos ricos) é a que está fazendo essa guerra, e estamos ganhando”. Mas quando
os oprimidos tomem a iniciativa, quando os trabalhadores, homens e mulheres, ganhem
mais consciência do seu rol histórico e se transformem numa classe social coesa, estará
germinando a semente do socialismo, e a luta classes poderá ser vencida em favor da
humanidade.
Porém, agora que a crise geral do capitalismo se expressa em todos os campos da vida
social, incluindo a relação com a natureza, os olhos em busca de uma explicação
certeira voltam sua atenção novamente a Marx. Estimulados pelas conquistas e pelas
lições da Revolução Bolchevique, os setores revolucionários mais clarificados procuram
não “atualizar” Marx, e sim provar seu método em função das lutas atuais. Método que,
como disse Engels (em 1886) “não é um dogma, e sim um guia para a ação”,
confirmando mais adiante (em 1895) que: “toda a concepção de Marx não é uma
doutrina, e sim um método. Não oferece dogmas feitos, mas pontos de partida para a
ulterior investigação e o método para a mesma”.
Feliz aniversário, Karl Marx, feliz luta pelo comunismo e pela liberdade.