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Máquinas Térmicas B
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
1.1 Objetivos ................................................................................................................. 5
2
4.3.1 Campo de temperaturas ................................................................................. 28
4.3.2 Formação de CO ............................................................................................ 29
4.3.3 Formação de CO2 .......................................................................................... 30
4.3.4 Formação de NOx .......................................................................................... 31
4.3.5 Comparação das frações mássicas obtidas através da simulação
computacional ......................................................................................................... 32
5 TRNASFERÊNCIA DE CALOR E RESISTÊNCIAS TÉRMICAS .................... 33
5.1 Resistência Térmica por Convecção no Interior dos Tubos ................................. 34
4
1 INTRODUÇÃO
Tendo como base a caldeira utilizada pela Aurora Alimentos, que opera com
uma demanda de 15t/h e uma pressão manométrica de 8,6 kgf/cm² e tem como
combustível toletes de lenha, serão feitas as adaptações necessárias para modificar seu
tipo de combustível para gás natural. Para tanto, serão apresentados os cálculos de
dimensionamento da câmara de combustão, primeiramente, e, logo após serão feitas as
simulações numéricas computacionais no software comercial de CFD Ansys CFX v15,
para determinar as demais dimensões do gerador de vapor, bem como analisar o
processo de combustão dentro da fornalha e determinar os gases de combustão ao final
do processo. Tendo as dimensões gerais da caldeira, a mesma será desenhada via
software de CAD Solid Works para uma melhor visualização do que foi projetado.
1.1 Objetivos
5
2 GERADOR DE VAPOR
Caldeiras de Água Quente: são aqueles em que o fluido não vaporiza, sendo o
mesmo aproveitado em fase líquida (calefação, processos químicos).
Tipo de serviço
Tipo de combustível disponível
Equipamento de combustão
Capacidade de produção
6
Pressão e temperatura do vapor
Outros fatores de caráter econômico
7
Categoria B: caldeiras que não se enquadram nas categorias anteriores.
2.1.1 Aquecedor de Ar
Aproveita o calor residual dos gases de combustão pré-aquecendo o ar utilizado
na queima de combustível. Aquece o ar entre 120 e 300 ºC, dependendo do tipo de
instalação e do tipo de combustível queimado.
2.1.4 Chaminé
Tem função de retirar os gases da instalação lançando-os na atmosfera (tiragem).
8
2.1.5 Cinzeiro
2.1.6 Economizador
Utilizando o calor residual dos gases, aquece a água de alimentação. É
normalmente instalado após os superaquecedores. Além de melhorar o rendimento da
unidade, sua instalação minimiza o choque térmico entre a água de alimentação e a já
existente no tambor.
2.1.7 Fornalha
2.1.8 Grelhas
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A identificação de cada componente mostrado na Fig. 2.2, está listada abaixo:
5 - Portas dianteiras com isolação térmica e dobradiças que permitem um acesso fácil
para inspeção e limpeza dos tubos;
11 - Jaqueta de aço bitola 22 com isolação espessa de fibra mineral para diminuir a
perda de calor por radiação e proporcionando economia de combustível;
14 - Saída dos gases em forma circular, com flange, localizado na parte superior traseira
da caldeira;
10
3 DIMENSIONAMENTO DA CÂMARA DE COMBUSTÃO
11
3.2 Seleção do Combustível
Para este projeto será utilizado Gás Natural, sendo necessário para a execução
dos cálculos iniciais selecionar um tipo de gás. Na Fig. 3.1 é apresentada composição do
gás escolhido com seu respectivo PCS e PCI, bem como demais propriedades.
12
3.3 Vazão de Combustível
𝑞̇ 𝑑
𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑏 = (3.1)
𝑃𝐶𝐼
Sendo:
𝑞̇
𝑞̇ 𝑑 = (3.2)
𝜂
Sendo:
𝜂 = Rendimento Térmico;
13
Para a solução da Eq. (3.2) foi utilizado um Rendimento Térmico de 85%. Com
a Eq. (3.2) teve o surgimento de uma incógnita, sendo necessário utilizar a Eq. (3.3):
Sendo:
Valores Tabelados:
Por fim é possível obter a vazão de combustível, sendo, 𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑏 =0,2481 Kg/s.
14
3.4 Volume da Câmara de Combustão
𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑏 ∗ 𝑃𝐶𝐼
𝑉𝑐𝑐 = (3.4)
𝑞̅
Sendo:
O valor referente a carga térmica volumétrica é obtido a partir da Fig. 3.2 para
caldeiras flamotubulares.
Figura 3.2 – Carga térmica volumétrica para alguns tipos de fornalha (BAZZO, 1992).
A partir da Fig. 3.2 foi selecionado um valor para a carga térmica volumétrica,
sendo, 𝑞̅= 1150000 w/m³.
15
3.5 Vazão Mássica de Ar
t
𝑂2
Mar = 11,51 ∗ C + 34,28 ∗ (𝐻2 − ) + 4,31 ∗ 𝑆 (3.5)
7,937
𝑟 t
𝑀𝑎𝑟 = Mar ∗ 𝐸𝑎𝑟 (3.6)
Para obter a massa real de ar, é necessário estimar um valor referente ao excesso
de ar 𝐸𝑎𝑟 . Como será utilizado gás, não será necessário um valor muito elevado para o
mesmo, portanto, foi estimado um excesso de ar de 10 % , assimobtendo um valor de
𝑟
𝑀𝑎𝑟 =18,6622 KgAr/KgComb.
𝑀̇𝑎𝑟
𝑟 𝑟
= 𝑀𝑎𝑟 ∗ 𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑏 (3.7)
16
Onde, foi obtido um valor de 𝑀̇𝑎𝑟
𝑟
= 4,6303 KgAr/s.
Para obter a vazão dos gases de combustão será utilizado a Eq. (3.8).
𝑀̇𝑔á𝑠
𝑟 𝑟
= 𝑀𝑔á𝑠 ∗ 𝑚̇𝑐𝑜𝑚𝑏 3.8)
Sendo:
𝑀̇𝑔á𝑠
𝑟
= Vazão real dos gases de combustão, em kggáscb/s;
𝑟
𝑀𝑔á𝑠 = Massa real dos gases de combustão, em kggá/ kgcb;
𝑟
Para se obter o valor referente a 𝑀𝑔á𝑠 é necessário utilizar a Eq. (3.9), onde será
levado em consideração o excesso de ar, citado anteriormente e a massa teórica dos
gases de combustão.
𝑟 𝑡 t
𝑀𝑔á𝑠 = 𝑀𝑔á𝑠 + (𝐸𝑎𝑟 − 1) ∗ Mar (3.9)
Sendo:
𝑡
𝑀𝑔á𝑠 = Massa teórica dos gases de combustão, em kggás/ kgcomb;
17
𝑡
𝑀𝑔á𝑠 = 𝐶𝑂2 + 𝐻2 𝑂 + 𝑆𝑂2 + 𝑁2 (3.10)
Tendo todos os valores todos estabelecidos foi obtido para a Eq. (3.10) o valor
𝑡
de, 𝑀𝑔á𝑠 = 18,19kggás/kgcomb.
Tendo agora a massa teórica dos gases, foi possível calcular a massa real dos
𝑟
gases, através da Eq. (3.9), resultando em 𝑀𝑔á𝑠 = 19,89 kggás/kgcomb.
Por fim, com os valores obtidos, foi determinada a Vazão Real dos Gases de
Combustão, utilizando a Eq. (3.8), sendo 𝑀̇𝑔á𝑠
𝑟
= 4,93 Kggás/s.
𝐶𝑂2
𝐹𝐶𝑂2 = 𝑟 (3.11)
𝑀𝑔á𝑠
𝐻2 𝑂
𝐹𝐻2 𝑂 = 𝑟 (3.12)
𝑀𝑔á𝑠
18
𝐻2 𝑂
𝐹𝐻2 𝑂 = 𝑟 (3.13)
𝑀𝑔á𝑠
t
𝑁2 + 0,7685 ∗ (𝐸𝑎𝑟 − 1) ∗ Mar
𝐹𝑁2 = 𝑟 (3.14)
𝑀𝑔á𝑠
t
0,2315 ∗ (𝐸𝑎𝑟 − 1) ∗ Mar
𝐹𝑂2 = 𝑟 (3.15)
𝑀𝑔á𝑠
𝐷2
𝑉𝑐𝑐 = 𝜋 ∗𝐿 (3.16)
4
19
3.8.1 Entrada de ar e Combustível
𝑚̇
=𝑉∗𝐴 (3.17)
𝜌
Sendo:
20
A máxima temperatura adiabática da chama que pode ser atingida, para um dado
combustível e um certo estado nos reagentes (pressão e temperatura), ocorre quando a
mistura é estequiométrica (VAN WYLEN et al., 2003). A temperatura adiabática da
chama pode ainda, ser controlada pelo excesso de ar.
21
4 SIMULAÇÃO DA CÂMARA DE COMBUSTÃO
22
Pode ser notado na Fig. 4.1 o detalhe em laranja, caracterizando a fornalha,
região de concentração da chama. A entrada de combustível na câmara foi dividida em
5 para aproximar de forma razoável a condição real oferecida pelos queimadores. Na
Fig. 4.2, pode ser visto no detalhe a entrada de ar e combustível de uma forma mais
clara.
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Sendo o CFD um ramo da mecânica dos fluidos que utiliza métodos numéricos e
algoritmos para resolver e analisar problemas que envolvem escoamento de fluidos, o
mesmo pode ser utilizado desde modelagens para combustão de diferentes
combustíveis, até para prever o fluxo de ar na carcaça de um carro, por exemplo.
Para o presente trabalho, a simulação vai ter como principal objetivo prever a
formação da chama, para posteriormente, analisar os gases de combustão presentes,
distribuições de temperatura, condições de queima, etc., dentro da câmara de
combustão.
4.2.1 Malha
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são calculadas todas as equações dispostas no banco de expressões, com base nos
resultados dos elementos vizinhos onde a convergência de resultados ocorre através do
método iterativo.
Na Fig.4.4 pode ser observado o refino feito nas partes mais críticas da câmara
de combustão. O refinamento consiste em "espremer" a malha, gerando assim volumes
ainda menores, fornecendo informações mais precisas. As partes tomadas como críticas
são basicamente a entrada de ar/combustível, comprimento de chama e exaustão dos
gases.
25
Figura 4.4 - Refinamento da malha.
Na região de saída dos gases, foi atribuída uma pressão estática de 0 Pa. Além
disso, o modelo de radiação final utilizado foi o WSGG, com 8 raios, e o modelo de
combustão o Eddy Dissipation & Finite Rate Chemistry. Para a última simulação feita,
foi adicionada uma emissividade das paredes de 0,7, bem como o empuxo.
26
4.3 Resultados Provenientes da Simulação Numérica
27
Convergindo os resultados, então é gerado um arquivo que os apresenta em
forma de imagens com escalas de cor, indicando todas as variáveis envolvidas no
processo de combustão no interior da câmara.
28
calculado devido a alguns equívocos dimensionais, ou até mesmo devido a relação de
vazão ar/combustível, sendo necessário aperfeiçoamento do cálculo dos mesmos,
porém, para conhecimento experimental acadêmico está de bom grado. A média de
temperaturas no interior da caldeira é de 983,68 K, já a maior temperatura encontrada na
câmara de combustão é cerca de 1734,1 K, sendo essas temperaturas altas e boas para o
processo de combustão.
Utilizando o valor máximo de chama obtido pelo software (1734,1 K), pode-se
fazer uma relação interessante. Se comparado este valor obtido através do software, com
o valor proveniente dos cálculos, percebe-se que há uma disparidade. Essa discrepância
pode ser explicada por diferentes motivos. Primeiro, a simulação permite uma
aproximação mais plausível de como o processo ocorreria na realidade, onde considera
combustão incompleta, transparecendo a existência de combustível não queimado ao
final do processo. Segundo, como há gradiente térmico, obrigatoriamente haverá
transferência de calor aos meios vizinhos e a simulação computacional considera este
fenômeno. Já o cálculo analítico não, pois como seu próprio nome evidencia, trata-se de
um processo adiabático.
4.3.2 Formação de CO
29
A principal informação que pode ser retirada da Fig. 4.7 é que o CO não é
totalmente convertido em CO2, caracterizando assim uma combustão incompleta.
Certamente isso também se dá devido as vazões atribuídas e a geometria. Para se obter
resultados mais satisfatórios, pode-se aumentar o número de bicos para injeção de
combustível (aproximando cada vez mais do caso real), reduzir proporcionalmente as
vazões de ar/combustível e aprimorar os cálculos dimensionais.
A Fig. 4.8 mostra que não há qualquer formação de CO2, o que certamente não é
verdade devido ao mesmo estar presente em toda a formulação. Acredita-se que há
algum erro presente nas reações químicas embutidas no programa, fazendo com que o
Ansys não consiga calcular o mesmo.
30
4.3.4 Formação de NOx
31
4.3.5 Comparação das frações mássicas obtidas através da simulação computacional
CH4 - 0,00137
C2H6 - 7,545exp-06
CO2 0,141 0,08132*
H2O 0,1193 0,1106
N2 0,72 0,722
O2 0,0197 0,0847
A partir da análise da Tab. 4.1 pode-se verificar que para que os componentes do
combustível obtiveram-se resultados nulos, devido a consideração de que o combustível
é consumido por completo. Para os demais elementos foi possível calcular
analiticamente suas frações mássicas. Assim, é possível notar que houve uma ótima
convergência dos resultados, se comparados com os valores fornecidos pela simulação
computacional.
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5 TRANSFERÊNCIA DE CALOR E RESISTÊNCIAS TÉRMICAS
Através da agitação das moléculas da matéria, obtém-se calor, que nada mais é
do que a energia propriamente dita, manifestada em sua forma térmica. Essa energia
transita de um meio para outro devido a existência de um gradiente de temperaturas,
podendo ser transferida de três maneiras diferentes: condução, que ocorre em meios
sólidos; convecção, que é a soma da condução mais o movimento global do fluido; e a
radiação, que é o calor transferido por meio de ondas eletromagnéticas, onde a energia
propagada não necessita de meio transportador algum, inclusive tendo maior
propagação no vácuo.
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5.1 Resistência Térmica por Convecção no Interior dos Tubos
Nu.k
hi (5.1)
Di
Rconv,i 1 / hi (5.2)
onde Rconv,i é a resistência térmica por convecção na parte interna dos tubos, resultando
num valor de 0,0387 m²K/W.
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5.2 Resistência Térmica à Radiação
Rrad 1 / hr (5.4)
onde Rrad é a resistência térmica por radiação tendo a grandeza de 0,0173 m²K/W.
Num meio sólido, o calor se transfere de molécula para molécula por meio de
vibrações destas, onde quanto maior o nível energético de uma molécula, maior
temperatura esta apresenta, por conseguinte, mais ela irá vibrar, transferindo parte de
sua energia para as moléculas circunvizinhas. Portanto, sempre que há diferença de
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temperatura entre as superfícies de um meio sólido, obrigatoriamente haverá energia em
trânsito, no sentido da maior temperatura para a menor temperatura.
ln re
re i
r (5.5)
Rcond
k aço
onde Rcond é a resistência térmica por condução, re e ri são os raios externo e interno,
respectivamente, em m, , e kaço é a condutividade térmica do aço inoxidável ASTM-
A214, que é o material empregado nos tubos, com uma condutividade térmica de 21,5
W/mK. O valor obtido para Rcond foi de 11,13.10-5 m²K/W.
Como fluido de trabalho do gerador de vapor, a água utilizada deve ser tratada
de tal maneira para que apresente o mínimo de impurezas possíveis. Entretanto, ainda
assim haverá na água uma parcela de sedimentos que será carregada, que ao longo do
tempo de operação da caldeira, se depositará na superfície externa dos tubos. Esta
camada de impurezas é denominada incrustação, e tem como característica uma baixa
condutividade térmica, oferecendo então resistência a passagem de calor.
Não foi encontrada fórmula exata para cálculo de tal resistência, porém foram
encontrados valores disponíveis na literatura, sendo utilizado o valor de
Rf,t=0,00176m²K/W, sendo o mesmo encontrado no livro KAKAÇ & HONGTAN,
2002, o qual é utilizado para o cálculo de dispositivos de tal natureza .
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líquido para vapor, logo, a determinação do coeficiente de transferência de calor por
convecção neste caso, é diferente da do coeficiente do interior dos tubos. De maneira
análoga a convecção no interior dos tubos, para a determinação da resistência à
convecção externa, é necessária a determinação do coeficiente convectivo ho, que de
acordo com Incropera et al. (2008),é calculado pela Eq. (5.6):
k v3 v l v g h fg 0,8c p ,v Te
1/ 4
ho C (5.6)
v DTe
onde C é uma constante adimensional, que para cilindros horizontais possui um valor
fixo de 0,62; kv é a condutividade térmica do vapor, que vale 0,0334 W/mK, ρv é a
densidade do vapor saturado que equivale a 8 kg/m³, ρl é a densidade do líquido, no
valor de 860 kg/m³, g é a aceleração da gravidade, de 9,81 m/s², hfg representa o calor
latente de vaporização, possuindo o valor de 2024 kJ/kg, cp,v é o calor específico do
vapor, de 2560 J/kgK, ∆Te é o excesso de temperatura no valor de 547 K, μv representa a
viscosidade do vapor, no valor de 14,85.10-6 Ns/m² e D é o diâmetro externo do tubo, no
valor de 0,0381 m. Os valores das propriedades termofísicas foram retirados da Tabela
A. 6 do Incropera et al. (2008), presente no Anexo H.
Pondo os valores na Eq. (5.6), ho resulta em 247,28 W/m²K; sendo assim, pode-se obter
o valor da resistência à convecção externa a partir da Eq.(5.7):
Rconv,o 1 / ho (5.7)
sendo Rconv,o resistência por convecção no exterior dos tubos que é equivalente a
0,004399 m²K/W.
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funcionamento. Isto porque a operação normal pode provocar a alteração das superfícies
de troca de calor. Estas alterações são normalmente devidas às incrustações que
ocorrem na superfície dos tubos, atuando como uma resistência térmica adicional no
processo de troca, conforme anteriormente citado.
ln 0
r
1 1 r 1 1 r1 (5.8)
1 R f ,t r1
U f ho r0 hi hr k aço
ln 0
r
1 1 r 1 1 r1 (5.9)
1 r1
U c ho r0 hi hr k aço
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6 TROCADOR DE CALOR
6.1 Dimensionamento
39
(𝑇𝑞,𝑒𝑛𝑡 − 𝑇𝑓,𝑠𝑎𝑖 ) − (𝑇𝑞,𝑠𝑎𝑖 − 𝑇𝑓,𝑒𝑛𝑡 )
∆𝑇𝑙𝑚 = (6.1)
(𝑇 − 𝑇𝑓,𝑠𝑎𝑖 )
𝑙𝑛 ( 𝑞,𝑒𝑛𝑡 ⁄ )
(𝑇𝑞,𝑠𝑎𝑖 − 𝑇𝑓,𝑒𝑛𝑡 )
De posse dos valores do comprimento dos tubos que foi adotado como sendo o
mesmo da câmara de combustão, 5m, do diâmetro de 1.1/2 pol, Uf dos cálculos de
eficiência global, PR (razão adimensional de espaçamento entre os tubos), CTP
(constante adimensional relacionada com o número de passes) e CL(constante
adimensional relacionada com os arranjos dos tubos) pode ser calculada pela Eq.(6.2), a
área com incrustações superficial dos tubos, necessária para troca de calor.
.
q
Af (6.2)
U f Tlm
40
onde Af é a área com incrustações em m².
Com Uf = 20,16 W/m2K, PR = 1,25, CTP = 0,9 para trocador de dois passes, CL
= 1 para arranjo de tubos a 45º ou 90º, L = 5 m e de = 0,0381 m (diâmetro externo do
tubo), foi obtido Af = 1366,42 m2.
Da mesma maneira, pela Eq. (6.3), mas utilizando Uc = 20,28 W/m2K, foi
encontrada a área de troca de calor necessária sem incrustações, que é de 1361,69 m2.
.
q
Ac (6.3)
U c Tlm
Fazendo a superfície sobre projeto Af/Ac encontra-se o valor de 0,01%, sendo que
são satisfatórios valores abaixo de aproximadamente 30%.
1/ 2
CL A f ( PR)² d e
Ds 0,637
CTP (6.4)
L
41
Com a obtenção do diâmetro do casco, é possível ser encontrado o número de
tubos para que a troca de calor pretendida ocorra. A equação a seguir é utilizada para
este cálculo:
CTP Ds
2
N t 0,785 (6.5)
CL ( PR) d e
2 2
Porém, deve-se descontar a área ocupada pelo vapor, bem como descontar o
espaço ocupado pela câmara de combustão. Os cálculos estão dispostos no Apêndice A
e o valor resultante para o número real de tubos é de 1175.
pr
t c (6.6)
SE 0,6 p
42
onde t é a espessura da parede em cm, p é a pressão de trabalho dada em kgf/cm², r é o
raio interno do casco expresso em cm, S é a tensão admissível do material do casco
expressa em kgf/cm² e E é a eficiência da solda. A pressão de trabalho estabelecida para
os cálculos é de 17,2 kgf/cm², o raio interno da caldeira é de 156 cm; a tensão
admissível do aço ASTM-A517 é de 5957 kgf/cm² e a eficiência da solda é estimada em
0,8. Com estes valores, chegou-se a uma espessura de parede de t = 6,45 mm. Sendo
assim, será utilizada uma chama de 8 mm estabelecida pelo fornecedor, acrescido de um
fator de segurança.
Fr G p
Tf (6.7)
3 nS
43
O cálculo da espessura da câmara de combustão é realizado da mesma forma do
casco da caldeira, onde é utilizada a Eq.(6.6), sendo que o material selecionado para tal
é o aço AISI-420 suas propriedades podem ser obtidas no Anexo D. Desta maneira,
obteve-se uma espessura de 0,98 cm, sendo utilizada para construção uma chapa,
tabelada, de 1 cm.
44
7 INSTALAÇAO E INSPEÇAO DE SEGURANÇA
A caldeira deverá ser montada numa base plana adequada, tendo ao seu redor
todos os recursos necessários para seu funcionamento como: instalação elétrica,
tubulações de água, exaustão de gases e purga, tubulação de vapor, sendo que todos os
itens citados devem estar já instalados no local.
7.1.1 PMTA
45
S * E *e
PMTA (7.1)
R 0,6 * e
Sendo:
Quando a PMTA do vaso não for calculada, permite-se que a pressão de teste
seja de 1,3 vezes a pressão de projeto (TELLES,2007), onde foi obtido um valor de
28,51 kgf/cm².
Para uma maior vida útil de qualquer equipamento, e sempre necessário fazer
um tratamento superficial, porém por motivos de dimensionamento fica difícil fazer um
tratamento superficial em uma caldeira, neste caso o casco pode receber uma camada de
primer na sua superfície externa, onde em seguida é recoberto com um isolante, onde
46
para este projeto será utilizado o isolante térmico de manta de fibra cerâmica, podendo
suportar até temperaturas de 1260 ºC. Maiores detalhes do isolante, no ANEXO G.
Uma vez que o tratamento corretivo é feito, a água nova que está entrando na
caldeira precisa um tratamento químico para evitar o retorno das incrustações. Este
tratamento usualmente é a base de fosfatos (TORREIRA, 1995).
Para se evitar essas incrustações deve-se usar um tratamento na água a base de
fosfato, sendo também necessário realizar diariamente purgas na caldeira para retirar a
concentração de sais.
47
7.2 Placa de Identificação
48
Para caldeira de categoria “B”, que é a categoria que se enquadra a caldeira deste
projeto, a inspeção após o início de funcionamento não pode exceder o prazo de 12
meses.
Sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capaz de
comprometer sua segurança;
Quando a caldeira for submetida à alteração ou reparo importante capaz de
alterar suas condições de segurança;
Antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer
inativa por mais de 6 (seis) meses;
Quando houver mudança de local de instalação da caldeira. Os resultados de
inspeções são lavrados em "Relatório de Inspeção”.
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8 FABRICAÇÃO E MONTAGEM
8.1 Construção
A fixação dos tubos será feita de forma que estes sejam encaixados nos espelhos
por pressão. A este processo dá-se o nome de mandrilamento, ou seja, os tubos são
mandrilados e encaixados nos espaços cilíndricos dos espelhos, e após a dilatação, estes
tubos fixam-se aos espelhos somente pela pressão de contato. Este procedimento é
adotado a fim de facilitar a manutenção e substituição dos tubos. Existem dois espelhos
no interior da caldeira, o espelho inferior e o espelho superior. Estes espelhos são
fixados ao corpo da caldeira por meio de soldas.
8.1.2 Soldagens
50
Para a união dos componentes da caldeira será utilizado o processo MIG-MAG,
em uma amperagem de 165, na chapa do casco é necessário ter um chanfro de 45º em
“V”, juntamente com um passe de raiz de 3 mm. No espelho por ser de espessura
elevada o chanfro será em forma de “U”, e com um passe de raiz também de 3 mm, a
fim de ter uma total união do espelho com o restante dos componentes.
51
9 ACESSÓRIOS
Para as caldeiras de vapor saturado, a faixa de ajuste dessas válvulas não deve
ultrapassar 10% do valor daquela com pressão de ajuste maior. O Código ASME Seção
I, Parágrafo PG-68.6, estabelece que, para válvulas de segurança instaladas em
caldeiras, a alavanca de acionamento é um item obrigatório.
52
Para este projeto será utilizado duas válvulas de segurança do modelo HF 33,
fabricadas pela empresa Asca como mostra Fig. 9.1, onde ela será projetada para
suportara no máximo uma pressão de 20 bar, com diâmetro de entrada de 50 mm e saída
80 mm, sendo que estas válvulas serão reguladas para desarmarem a uma pressão de 8,6
kgf/cm². Maiores detalhes no ANEXO E.
9.2 Manômetro
Para o projeto será usado manômetro do modelo ZI.SD - Manômetro com Selo
Diafragma, como mostra Fig. 9.2, fabricado pela empresa ZÜRICH, sendo sua
capacidade de até 700 bar. Maiores detalhes no ANEXO F.
53
Figura 9.2 - Manômetro com Selo Diafragma, modelo ZI.SD (www.zurichpt.com.br, 2014).
9.3 Queimador
54
Figura 9.3 - Queimador Gastec série GT (www.gastec.com.br, 2014).
55
Figura 8.4 - Bomba centrifuga do modelo Etachrom, (www.ksb.com.br, 2014).
Para este projeto foi selecionado o indicador de nível da série ING da marca
Contech, como mostra a Fig. 9.5, podendo suportar uma temperatura máxima de 400 ºC
e uma pressão de 40 kgf/cm².
56
9.6 Sensor de Nível Eletrônico
Como a vazão do vapor pode ser variado as vezes será necessário instalar um
sensor, este dispositivo é montado na parte superior do tambor de vapor e ligados a um
relé de nível de água, que envia o sinais do nível de água para regulador automático, ou
sistema de controle, que comanda a bomba de alimentação de água, onde , foi escolhido
para este projeto o sensor de nível do modelo MT10LR3 da marca MetryTech ilustrado
na fig. 9.6, podendo atuar a uma variação de temperatura de – 40 ºC a 250 ºC, e a uma
pressão de 40 bar.
57
9.7 Sensor de Temperatura
Por esses motivos será instalado termopares, para facilitar a avaliação e controle
de operação de todos os processos da caldeira, onde, foram escolhido termopares com
duas faixas de temperatura, o do modelo B para a câmara de combustão devido à alta
temperatura, em torno de 1700 ºC, sendo que a média dentro da câmara de combustão é
de 968 ºC, e para o restante da caldeira será utilizado termopar do modelo J, fabricados
pela empresa Thermomax, como mostra a Fig. 9.7. Maiores detalhes sobre a escolha dos
termopares no ANEXO I.
58
9.8 Purgador
59
10 PERDA DE CARGA NA TUBULAÇÃO
Sempre que um fluido se desloca no interior de uma tubulação ocorre atrito deste
fluido com as paredes internas desta tubulação, ocorre também uma turbulência do
fluido com ele mesmo, este fenômeno faz com que a pressão que existe no interior da
tubulação vá diminuindo gradativamente à medida com que o fluido se desloque, sendo
esta diminuição de pressão a perda de carga.
Desta forma a perda de carga seria uma restrição à passagem do fluxo do fluido
dentro da tubulação, esta resistência influenciará diretamente na altura manométrica de
uma bomba e sua vazão volumétrica.
Como já foi considerado para o cálculo do coeficiente de convecção no interior
dos tubos, o escoamento será considerado linear. Portanto:
𝑓 = 64/𝑅𝑒 (10.1)
Sendo 𝑓 o fator de atrito. Considerando Re = 2200, tem-se f = 0,0291
4 ∗ 𝑚̇
𝑅𝑒 = (10.2)
𝜋 ∗ 𝐷𝑖 ∗ 𝜇
Sendo 𝜇 a viscosidade cinética, obtendo um valor de vazão mássica igual a
0,00135 kg/s, podendo obter assim, a vazão volumétrica com a Eq. (10.3):
𝑚 = 𝜌 ∗̇ ∀ ∗ 𝐴 (10.3)
Sendo ∀ a velocidade do escoamento em m/s, obtém-se um valor de 2,166 m/s.
60
Com as equações anteriores resolvidas, pode-se determinar a perda de carga hf
pela Eq. (10.4):
𝐿 ∀2
ℎ𝑓 = 𝑓 ∗ ∗ (10.4)
𝐷 2𝑔
̇ ∆𝑝
ℎ𝑓 = (10.3)
𝜌
Resultado em uma perda de carga de 0,799 Pa. Levando em consideração toda a
tubulação, a perda de carga total é de 939,29Pa, sendo essa suprida facilmente pelos
acessórios utilizados.
61
11 RENDIMENTO DO GERADOR DE VAPOR
62
Portanto, a energia que saí do volume de controle é dada pela soma entre
𝑄̇ e 𝑄̇𝑐ℎ , resultando em 10893073,57 W.
𝑄̇𝑐ℎ
𝑛𝑔 = 1 −
𝑄̇ ̇
𝑑 (11.3)
63
12 DADOS GERAIS DO GERADOR DE VAPOR
Para uma melhor visualização dos resultados dimensionais obtidos, a Tab. 12.1
mostra as principais medidas da caldeira, bem como suas respectivas grandezas, com
mais detalhes no Apêndice B.
L de di
Câmara de combustão 5 1,63 1,62
Casco 5 3,14 3,12
Tubos 5 0,0381 0,0326
d t
Espelho
3,1 0,006
d t
Tampa post/inf
3,24 0,006
d
Porta de acesso
0,95
d
Entrada da água (tubo)
0,246
d
Saída do vapor (tubo)
0,289
d
Válvula de Seg.
0,077
d
Furo para fixação do bico do queimador
0,47
64
13 CONCLUSÃO
Para a obtenção de resultados ainda mais precisos, devem ser feitas as correções
no processo de simulação quanto as reações químicas. Também, poderia se considerar
escoamento turbulento no interior dos tubos e, realizar um refino nos cálculos quanto a
parte estrutural, procurando adequar novos materiais, visando facilitar os processos de
fabricação. Para o gerador de vapor estudado, foi obtido um rendimento de 92,65%.
65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
66
APÊNDICE A
CÁLCULOS ANALÍTICOS
67
APÊNDICE B
68
ANEXO A
PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS
69
Tabela A.6 Incropera et al. (2008)
70
ANEXO B
71
72
ANEXO C
AÇO ASTM-A517
73
74
ANEXO D
75
76
ANEXO E
VÁLVULA DE SEGURANÇA
77
Principais características da válvula de segurança.
78
ANEXO F
MANÔMETRO
79
Características do manômetro.
80
ANEXO G
QUEIMADOR
81
Características do queimador.
82
ANEXO H
BOMBA DE ALIMENTAÇÃO
83
Características da bomba de alimentação.
84
ANEXO I
TERMOPAR
85
Seleção do termopar.
86
ANEXO J
PURGADOR
87
Tabela de purgadores termodinâmicos.
88
ANEXO K
ISOLANTE TÉRMICO
89
90