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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Condições Específicas da Ação ..........................................................................................................................2
Ação Penal Pública Incondicionada ...........................................................................................................................3

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Condições Específicas da Ação


Podemos dizer que são condições especiais e aplicáveis a hipóteses específicas, desde que
exista exigência legal expressa (condições de procedibilidade).
• Representação da vítima ou de seu representante legal;
• Requisição do Ministro de Justiça;
• Certidão de trânsito em julgado da sentença anulatória do casamento (Art. 236 do CP) –
Ação Penal Privada PERSONALÍSSIMA;
ї Outras HIPÓTESES específicas da ação:
• Ação Pública Condicionada: representação e requisição do Ministro da Justiça.
• Exame Pericial: em crimes contra a propriedade imaterial que deixam vestígio (Art. 525
CPP).
• Exame de Aferição do Potencial Entorpecente: substância apreendida no crime de tráfico
de drogas.
• Crime de Deserção: qualidade de Militar.
Diferenças entre as Condições de Procedibilidade e as Condições de Prosseguibilidade:

Condições de PROCEDIBILIDADE Condições de PROSSEGUIBILIDADE


São necessárias para que o
São verdadeiras condições espe- processo iniciado possa prosseguir.
ciais da ação e sem elas a demanda Ex.: apresentação da resposta escrita à
não poderá ser proposta. acusação (Arts. 396 e 396-A CPP), sem a qual o
processo não poderá evoluir.
ї Carência da Ação Penal
É a falta de condição exigida pela lei para o exercício da ação penal. Uma vez reconhecida, gera
NULIDADE ABSOLUTA no processo, posto que o Juiz não deve receber a denúncia ou a queixa.
ї Classificação de Ação Penal

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ї Ação Penal Pública


ঠ Titularidade e espécies
Ação pública tem como titular EXCLUSIVO o Ministério Público “dominus litis” – Legitimidade
ORDINÁRIA – promove a ação em nome próprio e protege os interesses do Estado.
Ação Penal Pública Incondicionada
O Ministério Público independe de qualquer condição para agir. Quando o artigo de lei nada
mencionar, trata-se de ação penal pública incondicionada. É regra no Direito Penal brasileiro.
A ação penal pública tem como titular exclusivo – LEGITIMIDADE ATIVA – o Ministério
Público (artigo 129, inciso I, da CF).
Os PRINCÍPIOS que regem a ação penal pública são os seguintes:
» Princípio da OFICIALIDADE – Os órgãos encarregados da persecução penal são públicos.
O Estado é titular exclusivo do direito de punir e o faz por meio do devido processo legal. O
Ministério Público é titular exclusivo da ação penal pública. No caso de INÉRCIA do Minis-
tério Público, este princípio sofre relativização, pois a vítima pode ingressar com ação penal
privada subsidiária.
» Princípio da OBRIGATORIEDADE ou LEGALIDADE – O Ministério Público tem o dever,
e não a faculdade, de ingressar com a ação penal pública, quando concluir que houve um
fato típico e ilícito e tiver indícios de sua autoria. O Ministério Público NÃO tem liberdade
para apreciar a oportunidade e a conveniência de propor a ação, como ocorre na ação penal
privada.
Como o Órgão Ministerial tem o dever de ingressar com a ação penal pública, o pedido de arqui-
vamento deve ser motivado (artigo 28 do Código de Processo Penal).
ї E se o MP não oferecer as denúncias quando deve fazê-lo?
Ora, o MP deve denunciar quando há indício de autoria, materialidade e justa causa para ação
penal e deixando de fazê-lo, o promotor poderá estar cometendo crime de prevaricação.
ঠ Princípio da INDISPONIBILIDADE: é ainda conhecido como princípio da indesistibilidade. O
princípio da indisponibilidade é um desdobramento do princípio da obrigatoriedade. Depois
de proposta a ação, o Ministério Público não pode desistir (artigo 42 do CPP).
ঠ Princípio da INTRANSCENDÊNCIA: a ação penal condenatória não pode passar da pessoa do
suposto autor do crime. O respectivo princípio é um desdobramento do princípio da pessoali-
dade da pena, previsto no Art. 5º, XLV, CF.
ঠ Princípio da (IN) DIVISIBILIDADE
Alguns doutrinadores, no entanto, entendem que à ação penal pública aplica-se o princípio da di-
visibilidade, pois o Ministério Público pode optar por processar apenas um dos ofensores, optando
por coletar maiores evidências para processar posteriormente os demais. Esse também é o entendi-
mento da jurisprudência.
Nos Tribunais Superiores, prevalece o entendimento de que, na ação penal pública, vigora o prin-
cípio da divisibilidade. O STJ entende que o princípio da indivisibilidade da ação penal aplica-se tão
somente à ação penal privada, conforme o Art. 48 do CPP.
ї Ação Penal Pública Condicionada
Apesar de o Ministério Público ser o titular exclusivo da ação (somente ele pode oferecer a
denúncia), depende-se de certas condições de procedibilidade para ingressar em juízo. Sem estas
condições, o Ministério Público NÃO pode oferecer a denúncia.
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A condição exigida por lei pode ser a REPRESENTAÇÃO do ofendido ou a REQUISIÇÃO do


Ministro da Justiça.
EXERCICIOS
01. A respeito da ação penal, a representação, condição de procedibilidade exigida nos crimes de
ação penal pública condicionada, só se aperfeiçoa com a inequívoca manifestação de vontade,
formal e escrita, da vítima ou de seu representante legal.
Certo ( ) Errado ( )
02. A despeito de o Ministério Público ser o titular exclusivo da ação penal pública, depende de
certas condições de procedibilidade para ingressar em juízo. Sem estas condições, o Ministé-
rio Público NÃO pode oferecer a denúncia.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
01 - ERRADO
02 - CERTO

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Representação ......................................................................................................................................................2
Natureza Jurídica da Representação ...........................................................................................................................2
Desnecessidade de Formalismo ..................................................................................................................................2
Legitimidade Para o Oferecimento.............................................................................................................................2
Prazo Decadencial Para o Oferecimento da Representação ....................................................................................2
Retratação da Representação .......................................................................................................................................2
Eficácia Objetiva da Representação ............................................................................................................................2
Requisição do Ministro da Justiça ...................................................................................................................................2
Natureza Jurídica ..........................................................................................................................................................3
Prazo ...............................................................................................................................................................................3

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Representação
É uma delatio criminis postulatória, isto é, trata-se um pedido de autorização do ofendido ou
representante legal.
Natureza Jurídica da Representação
A representação tem natureza jurídica de condição objetiva de procedibilidade. É condição espe-
cífica da ação penal pública.
Desnecessidade de Formalismo
A representação não exige formalidades, deve apenas expressar, de maneira inequívoca, a vontade
da vítima de ver seu ofensor processado. Pode ser dirigida ao Ministério Público, ao juiz de Direito ou
à autoridade policial (artigo 39 do CPP). Pode ser escrita (regra) ou oral, sendo que, neste caso, deve
ser reduzida a termo.
Legitimidade Para o Oferecimento
ї REPRESENTAÇÃO é a manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal, auto-
rizando o Ministério Público a ingressar com a ação penal respectiva.
» ATENÇÃO: Sem essa autorização, nem sequer poderá ser instaurado inquérito policial.
Prazo Decadencial Para o Oferecimento da Representação
A vítima (ou seu representante legal) tem o prazo de seis meses da data do conhecimento da
autoria (e não do crime), ou, no caso do artigo 29, do dia em que se esgotar o prazo para o ofereci-
mento da denúncia, para apresentar sua representação (artigo 38 do CPP).
Retratação da Representação
Segundo o artigo 25 do Código de Processo Penal, pode o ofendido retratar-se, ou seja, desistir
da representação, até o oferecimento da denúncia.
9CUIDADO – Após o oferecimento, e NÃO RECEBIMENTO da denúncia, a representação
será irretratável.
Na Lei 11.340/06 Art. 16 – a retratação ocorre ANTES o RECECIMENTO da denúncia.
Eficácia Objetiva da Representação
Quanto à Eficácia Objetiva – para a doutrina majoritária, a representação é uma autorização para
que as providências persecutórias sejam adotadas quanto ao fato criminoso. Em razão da indepen-
dência funcional, o Ministério Público não está vinculado à representação.

Requisição do Ministro da Justiça


Requisição é o ato político e discricionário pelo qual o ministro da Justiça autoriza o Ministério
Público a propor a ação penal pública nas hipóteses legais.
ї Podemos citar as seguintes hipóteses de requisição:
a) Crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República (artigo 141, inciso I, combinado
com o artigo 145, parágrafo único, do CP);
b) Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil (artigo 7.º, § 3.º, alínea “b”, do
Código Penal);
A requisição é autorização para a persecução penal de um fato e não de pessoas (eficácia objetiva).
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Natureza Jurídica
Tem natureza jurídica de condição de procedibilidade e, como a representação, não vincula o
Ministério Público a oferecer a denúncia, este pode requerer o arquivamento.
Prazo
O Ministro da Justiça não tem prazo para oferecer a requisição, pode fazê-lo a qualquer tempo
(não se sujeita aos seis meses de prazo, como na representação). A lei silencia sobre a possibilidade de
retratação.
EXERCÍCIOS
01. É absolutamente irretratável a representação oferecida pelo ofendido manifestando interesse
na deflagração da persecução criminal em decorrência da prática de crime cuja ação penal é
iniciativa pública condicionada.
Certo ( ) Errado ( )
COMENTÁRIO:
A representação é retratável, desde que ainda não tiver sido oferecida a denúncia (Art. 25, CPP).
Observação: há EXCEÇÃO na Lei 11 .340/2006 – Lei Maria da Penha, cujo Art. 16 possibilita a retra-
tação feita pela ofendida, em audiência especialmente designada para tal fim, ainda que a denúncia já
tenha sido oferecida, mas antes de seu recebimento pelo juiz.
02. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de
queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia
em que ocorrer a infração penal.
Certo ( ) Errado ( )
COMENTÁRIO:
A contagem do prazo está errada. O prazo de 6 meses é contado do dia em que o titular do direito à
queixa ou à representação vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso da ação privada subsidiária, do
dia em que se esgotar o prazo do Ministério Público para o oferecimento da denúncia (Art. 38, CPP).
GABARITO
01 - ERRADO
02 - ERRADO

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ÍNDICE
Ação Penal Privada..............................................................................................................................................2
Conceito ..............................................................................................................................................................................2
Titularidade ...................................................................................................................................................................2
Fundamento...................................................................................................................................................................2
Princípios .......................................................................................................................................................................2
Espécies ...............................................................................................................................................................................2
Ação Penal Privada Exclusivamente Privada ............................................................................................................2
Ação Penal Privada Personalíssima ............................................................................................................................3
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública ...............................................................................................................3
Natureza Jurídica ..........................................................................................................................................................3
Prazo ...............................................................................................................................................................................3
Extinção da Punibilidade e a Ação Penal de Iniciativa Privada ..................................................................................3
Decadência .....................................................................................................................................................................3
Renúncia ao Direito de Queixa....................................................................................................................................3
Perdão do Ofendido ......................................................................................................................................................4
Perempção ......................................................................................................................................................................4

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Ação Penal Privada


Conceito
É a ação proposta pelo ofendido ou seu representante legal.
O Estado, titular exclusivo do direito de punir (artigo 129, inciso I, da CF), por razões de política
criminal, outorga ao ofendido o direito de ação.
O ofendido, em nome próprio, defende o interesse do Estado na repressão dos delitos.

Titularidade
Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver RE-
PRESENTANTE LEGAL, ou seus interesses colidirem com os deste último, o direito de queixa poderá
ser exercido por curador especial, nomeado para o ato (artigo 33 do CPP).
No caso de morte do ofendido, ou de declaração de ausência, o direito de queixa, ou de dar prosse-
guimento à acusação passa a ser do CcADI (Cônjuge – Companheiro(a) conforme CF/88, Ascenden-
te, Descendente ou Irmão – CUIDADO com este rol taxativo e Sucessivo – A ordem é essa: CcADI,
conforme dispõe o Art. 31 do CPP.

No caso de ação penal privada PERSONALÍSSIMA, o direito de ação é intransferível.

Fundamento
Sua petição inicial é a queixa-crime, regulada entre os Arts. 24 a 62 CPP e Art. 100 CP.

Princípios
9Princípio da CONVENIÊNCIA ou OPORTUNIDADE: o ofendido tem a faculdade, não o
dever de propor a ação penal.
9Princípio da disponibilidade: o ofendido pode desistir ou abandonar a ação penal privada até
o trânsito em julgado da sentença condenatória, por meio do perdão ou da perempção (artigos 51 e
60 do CPP, respectivamente).
9Princípio da indivisibilidade: o ofendido é obrigado a incluir na queixa todos os ofensores.
Não é obrigado a apresentar a queixa, mas, se o fizer, é obrigado a interpor contra todos (artigo 48 do
CPP).
A exclusão voluntária na queixa-crime de algum ofensor acarreta a rejeição da peça inicial em
face da ocorrência da renúncia tácita no tocante ao não incluído – esta causa extintiva da punibilida-
de comunica-se aos demais querelados (artigo 49 do Código de Processo Penal).
9Princípio da INTRANSCENDÊNCIA: Trata-se de princípio constitucional que impõe que a
ação penal só pode ser ajuizada contra o autor do fato e nunca contra os seus sucessores.

Espécies
Ação Penal Privada Exclusivamente Privada
É aquela proposta pelo ofendido ou seu representante legal, que permite, no caso de morte do
ofendido, a transferência do direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação o CcADI (Cônjuge –
Companheiro(a) conforme CF/88, Ascendente, Descendente ou Irmão do Art. 31 do CPP.
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Ação Penal Privada Personalíssima


É aquela que pode ser promovida única e exclusivamente pelo ofendido. De tal modo, falecendo o
ofendido, nada há que se fazer a não ser aguardar a extinção da punibilidade do agente.
» Exemplo: induzimento a erro essencial artigo 236, parágrafo único, do CP.
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
É aquela proposta pelo ofendido ou por seu representante legal na hipótese de inércia do Ministé-
rio Público em oferecer a denúncia. Conforme entendimento pacífico do STF, a ação subsidiária não
tem lugar na hipótese de arquivamento de inquérito policial.
“Art. 5º , LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;”
“Art. 100 – A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do
ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
“§ 3º – A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério
Público não oferece denúncia no prazo legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
“Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no
caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.”

Natureza Jurídica
“Pública”
Prazo
Em regra, o prazo para o oferecimento da queixa é de seis meses a contar do conhecimento da
autoria.
Tratando-se de ação penal privada subsidiária, o prazo será de seis meses a contar do momento em
que a vítima ou representante legal toma conhecimento do encerramento do prazo para o Ministério
Público.

Extinção da Punibilidade e a Ação Penal de Iniciativa Privada


Decadência
A decadência extingue o direito de ação (queixa) e o direito de representação (nas ações públicas
condicionadas)
Renúncia ao Direito de Queixa
É a abdicação do direito de oferecer queixa ou representação.
A renúncia é unilateral, ou seja, não depende da aceitação do agente, sendo causa extintiva da
punibilidade. A renúncia, no entanto, é extraprocessual.
→ Existem duas formas de renúncia:
a) EXPRESSA: quando houver uma declaração assinada pela vítima;
b) TÁCITA: quando a vítima praticar ato incompatível com a vontade de processar (exemplo: o casa-
mento da vítima com o agressor).
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A renúncia concedida a um réu estende-se a todos, ou seja, quando houver vários réus, a renúncia
com relação a um deles implica, obrigatoriamente, renúncia a todos.
Não se deve confundir renúncia com desistência, tendo em vista que aquela ocorre antes da pro-
positura da ação e esta depois da propositura da ação. A única situação de desistência da ação está
prevista no artigo 522 do CPP.
Perdão do Ofendido
É possível somente na ação penal privada, tendo em vista que o Ministério Público não pode
perdoar o ofendido. O perdão aceito obsta o prosseguimento da ação, causando a extinção da puni-
bilidade. Verifica-se o perdão após o início da ação.
Admite-se o perdão até o trânsito em julgado final.
→ Existem duas formas de perdão:
a) EXPRESSO: quando houver uma declaração assinada pelo querelante;
b) TÁCITO: quando o querelante praticar ato incompatível com a vontade de processar.
O perdão é bilateral, depende sempre da aceitação do querelado. Caso não haja aceitação, o
processo prosseguirá.
→ A aceitação do querelado poderá ser:
a) EXPRESSA: quando houver uma declaração assinada;
b) TÁCITA: se não se manifestar em três dias.
O perdão concedido a um corréu estende-se a todos. Entretanto, se algum dos corréus não o
aceitar, o processo seguirá somente para ele.
Perempção
Significa a “morte” da ação penal privada em razão da negligência do querelante.
ї São hipóteses de perempção (artigo 60 do CPP):
ঠ quando o querelante deixa de promover o andamento do processo por 30 dias seguidos, a pe-
rempção é automática;
ঠ quando morre o querelante ou torna-se incapaz e nenhum sucessor aparece para dar prossegui-
mento à ação, em 60 dias;
ঠ quando o querelante deixa de comparecer a ato em que deveria pessoalmente estar presente;
ঠ quando o querelante deixa de pedir a condenação do querelado nas alegações finais;
ঠ quando o querelante é pessoa jurídica que se extingue sem deixar sucessor;
ঠ quando morre o querelante na ação penal privada personalíssima.
EXERCÍCIOS
01. Sobre a ação penal privada subsidiária, podemos afirmar que só pode ser instaurada pelo
ofendido maior de 18 anos e, no caso de sua morte ou ausência judicialmente reconhecida, por
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Certo ( ) Errado ( )
02. O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem ofereci-
dos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no
prazo de 15 (quinze) dias.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
01 – ERRADO
02 – CERTO
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Inquérito Policial I ...............................................................................................................................................2
Introdução ..........................................................................................................................................................................2
Fundamentos Normativos ................................................................................................................................................2
Conceito de Inquérito Policial..........................................................................................................................................2
Características do Inquérito Policial ...............................................................................................................................2

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Inquérito Policial I
Introdução
Sempre que ocorre um “crime”, materializa-se para o Estado a vontade de punir o responsável
pelo suposto fato típico, ilícito e culpável (isto, seguindo a Teoria Tripartite). Tal vontade nada mais
é que a manifestação, em concreto, da Punibilidade. Porém, para que ela seja efetivada, é neces-
sária a instalação da persecução penal, entendida como o conjunto de investigações preliminares
(das quais só nos interessa o inquérito policial) e a ação penal. De modo bastante simplificado, o
esquema fica assim:
Persecução Penal = Inquérito Policial + Ação Penal
Nesse encontro, veremos apenas a primeira fase da persecução penal, ou seja, o inquérito policial,
que, como se descobrirá em breve, sequer é necessário, podendo até ser dispensado – Essa informa-
ção é relevante e precisa ser memorizada!

Fundamentos Normativos
Este conteúdo contemplará duas questões da sua prova! Portanto, deve-se ler diversas vezes o
Art. 144 da CF, os Arts. 4º a 23 do CPP, e a Súmula Vinculante 14.

Conceito de Inquérito Policial


Inquérito Policial (IP) é sequência de atos de polícia judiciária, que formam espécie de procedi-
mento administrativo, presidido pela autoridade policial, sem forma pré-estabelecida, mas escrita,
desenvolvida em segredo, sem contraditório e ampla defesa, que tem como finalidade a colheita
de informações necessárias à propositura da ação penal pelo seu titular – em regra, o Ministério
Público.
Esse conceito é extenso, como é possível verificar. Mas ele possui praticamente todas as informa-
ções que já foram cobradas pelas principais bancas de concursos. Por isso, esse conceito precisa ser
amplamente compreendido. Para tanto, desmembraremos as características que estão listadas nele,
no sentido de facilitar a compreensão de todas as informações que ele traz.

Características do Inquérito Policial


Questões recorrentes em concursos dizem respeito às características do IP. Por vezes, tais carac-
terísticas são cobradas diretamente; outras vezes, a cobrança pode se dar de modo indireto, quando a
banca oferece um caso ilustrativo e pergunta qual característica está incidindo no exemplo apontado.
O IP é atividade de polícia judiciária
De acordo com o Art. 144 da CF, a função de polícia judiciária da União é exercida, com exclusi-
vidade, pela Polícia Federal. A PF é órgão do Ministério da Justiça – Poder Executivo. Logo, seus atos
são administrativos.
Nesse sentido, é importante atentar para o Art. 144, §1º, IV, da CF:
“§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e es-
truturado em carreira, destina-se a:
...
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.”

O IP é procedimento administrativo
Ora, se a PF é órgão do Poder Executivo e seus atos são administrativos, o IP nada mais é do
que um procedimento administrativo. É preciso tomar cuidado com as questões que induzem à
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confusão, quanto a esse aspecto, as quais afirmam que o IP é procedimento judicial ou processo ad-
ministrativo – isto não é correto, uma vez que se trata de procedimento administrativo.
O IP é presidido pela autoridade policial
Desde a CF/88, o IP é presidido pela autoridade policial, aqui entendida como Delegado. Logo,
ou o IP será presidido pelo Delegado de Polícia (Polícia Civil) ou pelo Delegado de Polícia Federal
(Polícia Federal).
Atenção: isto não significa que outros órgãos não podem investigar. Eles podem, sim. É o caso do
MP que também pode investigar, mas, neste caso, não estamos diante do Inquérito Policial, e sim do
Inquérito Ministerial.
O IP não tem forma pré-definida/é informal/é discricionário
A sequência de atos do IP não é pré-fixada. Tudo depende de conveniência e da necessidade.
Desse modo, investigar uma quadrilha de roubo de cargas não é a mesma coisa que investigar um
homicídio.
EXERCÍCIOS
Julgue os itens a seguir:
01. O IP tem natureza judicial, visto que é um procedimento inquisitório, conduzido pela polícia
judiciária, com a finalidade de reunir elementos e informações necessárias à elucidação do
crime.
Certo ( ) Errado ( )
02. O inquérito policial, sequência de atos administrativos realizados pela autoridade policial,
pode ser arquivado pelo Delegado de Polícia.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Inquérito Policial II .............................................................................................................................................2
Mais características do Inquérito Policial ......................................................................................................................2
E nos Juizados Especiais Criminais? ...............................................................................................................................2
Natureza jurídica do IP .....................................................................................................................................................3
Finalidade do IP .................................................................................................................................................................3

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Inquérito Policial II
Mais características do Inquérito Policial
O IP é escrito
Apesar de não ter forma, tudo que é feito no Inquérito Policial é encartado. Logo, ele acaba sendo
escrito.
O IP é inquisitório/inquisitivo
Não há contraditório nem ampla defesa no IP. Mas há defesa, ela só não é ampla – vejamos o teor
da Súmula Vinculante 14:
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já do-
cumentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa.”

O IP é desenvolvido em segredo/é sigiloso


Os atos do Inquérito Policial são, em regra, realizados em sigilo. Age-se dessa maneira para
abonar a eficiência do ato investigativo e também para garantir a segurança, a intimidade e a privaci-
dade do próprio investigado. Mais uma vez, é preciso ter atenção ao conteúdo da Súmula Vinculante
14, antes citada e novamente transcrita a seguir:
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judi-
ciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”

O IP é obrigatório ou indisponível (para o Delegado)


O Inquérito Policial é indisponível para o Delegado, pois, apesar de ele ser o presidente do IP, o
procedimento existe para servir ao titular da ação penal, qual seja, o Ministério Público.
O IP é dispensável (para o MP)
O IP tem a finalidade de colher lastro probatório mínimo, acerca da materialidade e da autoria/
participação em crime, sem o qual o MP não poderá dar início à ação penal (a chamada justa causa
para a ação penal – sua 4ª condição).
Contudo, o MP pode arranjar tal justa causa por outras vias, de modo que o IP não é necessário –
ele pode ser dispensado pelo titular da ação penal.

E nos Juizados Especiais Criminais?


A Lei 9.099/95, que instituiu o JECRIM, trata de infrações de menor potencial ofensivo, as conhe-
cidas IMPOs, que nada mais são que:
– todas as contravenções;
– crimes com pena máxima privativa de liberdade menor ou igual a 2 anos.
Nestes casos, como as IMPOs são situações mais simples, não se utilizam do IP, mas de Termo
Circunstanciado de Ocorrência, o chamado TCO. Vejamos o que diz a lei:
 “Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado
e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisi-
ções dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado
ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se
exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.”

Natureza jurídica do IP
A natureza jurídica do IP é de procedimento administrativo. Algumas questões podem afirmar
que o inquérito tem natureza judicial – isto é errado.

Finalidade do IP
O IP se destina à colheita de elementos de informação acerca de materialidade, sobre a autoria/
participação em crime, para a fim de que o titular da ação penal (MP) possa ingressar em juízo
(propor a ação penal). Sem este mínimo, chamado de justa causa, a peça inicial não será recebida
pelo Juiz.
EXERCÍCIOS
01. Tradicionalmente, o inquérito policial é conceituado como um procedimento investigatório,
cuja principal finalidade é a obtenção de justa causa para a propositura da ação penal. Sobre o
inquérito policial é correto afirmar que:
a) é procedimento prévio imprescindível;
b) poderá ser arquivado diretamente pela autoridade policial;
c) é sigiloso, razão pela qual o defensor do indiciado não poderá ter acesso a elemento de prova
algum, ainda que documentado no procedimento investigatório;
d) tem como finalidade, levantar a justa causa necessária para a ação penal;
e) é prescindível, logo, é uma faculdade da autoridade policial instaurá-lo ou não, ainda que
haja requisição do Ministério Público.
Julgue o item a seguir:
02. O IP é público, não podendo a autoridade policial impor sigilo, ainda que necessário à elucida-
ção do fato.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
01 – D
02 – ERRADO

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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