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Unidade 4 - Materiais Isolantes e

suas Propriedades

Os isolantes, também conhecidos como dielétricos , são materiais utilizados


no confinamento da energia elétrica, seja para fins de segurança (isolação)
como no armazenamento de energia.

Ao contrário dos materiais condutores e semicondutores, nos materiais


isolantes a presença de campo elétrico (aplicação de tensão), provoca o
deslocamento das cargas sem liberá-las dos átomos ou moléculas.

A conseqüência é a formação de dipolos elétricos.


Portanto, quando um isolante é submetido a um campo elétrico ele sofre
polarização.

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Polarização de dielétricos
O comportamento de um material isolante quanto à polarização tem uma lógica
bastante semelhante à utilizada na compreensão do magnetismo.

Seja um capacitor de placas paralelas submetido a uma tensão V:

• Quando as placas forem separadas por vácuo , a capacitância é dada por:

Q = C.V (Coulombs)

Onde C- representa a capacidade do dispositivo em adquirir carga


para 1V de tensão aplicada, e pode ser calculada por:

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Polarização de dielétricos

A capacitância está relacionada às características geométricas do capacitor:

A
C = εo. ,
l
onde : ε o = 8,85 x10 −12 F é conhecida como permissividade do vácuo
m
l é a distância entre as placas,

e A é a área das placas.


Se o espaço entre as placas for preenchido com um material isolante, o
fenômeno da polarização vai influenciar na capacitância, aumentando-a.
A criação de dipolos no isolante absorve energia dos terminais do capacitor,
devolvendo-a quando este é descarregado.

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Polarização de dielétricos

A capacitância é aumentada por um fator k (εr) conhecida como constante


dielétrica relativa do material.

O aumento da capacitância tem origem na formação de dipolos (polarização)


no dielétrico.

Com a formação de dipolos, uma campo elétrico contrário ao campo resultante


entre as placas é formado.

Como a distância d não é modificada, para a mesma carga nas placas, um


capacitor com dielétrico possui uma tensão menor:

V = E '.d
Onde E’ = E – Ep , sendo Ep o campo provocado pelos dipolos do dielétrico.

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Polarização de dielétricos

Portanto, como:

O aumento da capacitância tem origem na formação de dipolos (polarização)


no dielétrico.
Q
C=
V
E para a mesma carga, temos uma tensão menor com o dielétrico entre as
placas, podemos concluir que a capacitância aumenta.

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Um dipolo nada mais é do que duas cargas opostas (q+ e q-) separadas por uma
distância d.

Quantitativamente, o dipolo é representado por um MOMENTO DE DIPOLO.

p = q.d
Graficamente, o dipolo é representado por um vetor direcionado da carga negativa
para a positiva.

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A polarização elétrica pode ser interpretada da seguinte forma:

A aplicação de tensão provoca o surgimento de um campo elétrico E no vácuo


e a polarização P em um dielétrico.
A soma destes dois efeitos é chamada de deslocamento dielétrico.

D = εoE + P
Como a polarização também está relacionada à intensidade do campo E,

P = ε oε r .E − ε o E = ε o (ε r − 1) E
Podemos condensar ambos efeitos em uma única constante de
proporcionalidade:
D = ε .E = ε o .ε r .E
Ou ainda, a relação entre a polarização e o campo pode ser expressa em termos
de susceptibilidade elétrica:
P = ε o .χ .E , onde : χ = ε r − 1
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A polarização elétrica dos materiais não tem origem em uma única fonte.
A polarização total de um material será a soma de todos os tipos presentes:

Polarização Eletrônica: associada ao deslocamento espacial da nuvem


eletrônica em torno do núcleo.

+ + -

Sem campo externo Campo aplicado

Polarização mais fraca e de reversão rápida.

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Polarização Iônica: Ocorre nos materiais iônicos. Os cátions são separados
dos ânions.

+ - + -
+ - + -

- + - +
- + - +

+ - + -
+ - + -

Sem campo externo


Campo aplicado

Polarização de maior magnitude que a anterior e de reversão mais lenta.


(envolve massas maiores)

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Polarização de Orientação: Ocorre em materiais que possuem dipolos
permanentes, resultantes da própria estrutura do material.

Este tipo de polarização possui magnitudes maiores e tende a diminuir com o


aumento da temperatura.

Os materiais que possuem polarização mesmo na ausência de campos


elétricos externos são chamados de Ferroelétricos.
A polarização total induzida em um dielétrico pelo campo é a soma das
polarizações eletrônica, iônica e de orientação.

P = Pe + Pi + Po
Um parâmetro importante para diversos tipos de aplicações (especialmente
nas telecomunicações) é a dependência da polarização em relação à
freqüência do campo elétrico.

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Cada tipo de polarização possui tempos típicos para orientação e re-orientação
dos dipolos.

Esse comportamento é normalmente caracterizado pela freqüência de


relaxação. (inverso do tempo de reorientação)

A importância de
freqüência de relaxação
está no fato de que
acima desta, o tipo de
polarização em questão
não contribui para εr .

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Comportamento dos Isolantes na Prática
Os isolantes são empregados em aplicações tão diversas como:
• Isolamento de cabos em baixa tensão

• Isolamento de condutores em alta tensão (máquinas, transformadores, cabos


de transmissão)
• Isolamento de equipamentos e estruturas em médias e altas tensões (buchas,
isoladores).

• Espaçamento de componentes em altas freqüências.

Sob condições tão diversas, diferentes fenômenos devem ser levados em conta
na hora de prever o comportamento do isolante e sua influência (perdas, fugas
de corrente) no funcionamento de um sistema.

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Resistividade dielétrica (ângulo de perdas)
Quando uma tensão alternada: v = Vm sen(ω.t )

é aplicada entre dois terminais separados por um isolante (capacitor, por


exemplo).
A carga resultante é dada por: Q = C.v = C.Vm .sen(ω.t )
Correspondendo a uma corrente: dQ
Ic = = j.ω.C.Vo . cos(ω.t )
dt
Onde: ε oε r . A
C= I
d
ω.t
v

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Resistividade dielé
dielétrica (ângulo de perdas)

No entanto se a resistência do isolante não for infinita, se o alinhamento dos


dipolos atrasar em relação à variação do campo e se os terminais não forem
condutores perfeitos (o que ocorre na prática),

Uma corrente resistiva deverá ser acrescentada para representar esses efeitos
de perda (Ip).

O resultado é a alteração do ângulo entre a corrente e a tensão no capacitor.

Ic
Ico

tgδ

ω.t

Ip

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Resistividade dielé
dielétrica (ângulo de perdas)

A relação entre a componente resistiva e a componente capacitiva de corrente é


conhecido como fator D, fator de perda ou ângulo de perda.

Ip 1
D ≡ tgδ = =
I co ω.R.C
Onde :
 1
I = I co + I p =  jωC + .V
 R

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Efeito Corona
O que é?

É uma descarga luminosa que resulta da ionização do ar em torno de um


condutor quando existir um gradiente de potencial que exceda um certo valor
crítico.
A condução momentânea pode ser contínua (arco) ou pulsada (faíscamento).

O efeito corona geralmente está


relacionado a dois eletrodos assimétricos:
• Eletrodo pontiagudo: Gradiente
de campo elevado
• Eletrodo plano ou de baixa
curvatura: espelhamento da
carga,
Ou a dois eletrodos pontiagudos.

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Efeito Corona O que é?

A aceleração dos íons pelo campo provoca um efeito de avalanche, ampliando


a formação da corrente entre os eletrodos.

O efeito corona pode ser:

Positivo:Ocorre quando,
no limiar do gradiente de
potencial os eletrons são
acelerados na direção do
anodo produzindo uma
avalanche de elétrons.
Uma nuvem de íons
positivos é formada em
torno do eletrodo atuando
como uma extensão do
mesmo.

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Efeito Corona O que é?
O efeito corona pode ser:
Negativo: Ocorre quando,
no limiar do gradiente de
potencial grupos elétrons
saem do catodo
produzindo pulsos de
avalanches.
As descargas estendem-
se do catodo até um
ponto onde a ionização
torna-se fraca.
Além desse ponto, os
elétrons são capturados
pelas moléculas, que
seguem mais lentamente
ao anodo.
Yu Akishev et al. Plasma Sources Sci. Technol. 14 (2005) S18–S25

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Efeito Corona O que é?
Em linhas de transmissão
a.c. podem ocorrer efeitos
corona positivos, negativos
ou ambos, alternadamente,
dependendo das condições
geométricas existentes.
(formato, distância)

Hubbell Power Systems, Bulletin EU1234-H


www.hubbellpowersystems.com

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Efeito Corona
Considerações
Pode ocorrer em linhas, isoladores ou ambientes controlados (usado
em processos de fabricação).

Isoladores são fabricados em formatos que minimizem o gradiente


de potencial no ar em sua volta para evitar o efeito corona.

Geralmente estão associados a esse efeito:


Ruído audível, luminosidade, ruído eletromagnético. (podem ser
utilizados na detecção do efeito)
Formação de gases

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Efeito Corona

Ref. [9]

Ref. [7]

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Ruptura

A ruptura de um isolante é de natureza similar ao efeito corona.

Ao invés de ocorrer na atmosfera que envolve o corpo isolante, ela ocorre


através do material isolante.

Isolantes cerâmicos
Óleo Isolante transformador
Verniz ou da isolação dos cabos (plástico, borracha).

Cada material possui sua especificação de limite de ruptura e sua aplicação é


escolhida com base nesta característica.

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Ruptura da Rigidez Dielétrica em Alguns Materiais
Rigidez Rigidez
Material Material
(MV/m) (MV/m)
ar 3 papel 14-16
ambar 90 polietileno 500-700
baquelite 12 poliestireno 400-600
diamante 10 cloreto de polivinil (pvc) 40
Vidro:
13-14 porcelana 12
pyrex 7740
Mica 160 quartzo 8
nylon 14 borracha, neoprene 12
óleo: silicone 15 Titanato de estrôncio 8
Óleo: transf. 12 teflon 60
Pol. Silicone 20 Dióxido de titânio 6

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Materiais Isolantes
O efeito dos isolantes nos sistemas elétricos é desprezível do ponto de
vista de perdas ou da participação na impedância do sistema.

A escolha e dimensionamento dos componentes de isolação é regida


especialmente pela confiabilidade (baixa taxa de falhas), durabilidade e
custo.

Os principais tipos de materiais utilizados como isolantes são:

• Cerâmicas (porcelana, vidro)


• Polímeros
• Resinas (Epoxi)

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Materiais Isolantes
• Cerâmicas (Porcelana, vidros): Introdução

As cerâmicas são materiais compostos de materiais metálicos e não-


metálicos, com ligações iônicas e covalentes.

Como a própria origem do nome sugere (κεραµικοσ, ou keramikos=


matéria-prima queimada) as cerâmicas são obtidas por um tratamento
térmico conhecido por ignição.

Há diversos tipos de cerâmicas com aplicações em diversas áreas, mas


no caso das estruturas isolantes, a matéria prima são as cerâmicas à
base de silicato, que inclui vidros e materiais argilosos.

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Materiais Isolantes
• Cerâmicas (Porcelana, vidros): Estrutura

Os silicatos são materiais compostos principalmente por óxido de silício.

Para melhor compreender a


estrutura dos silicatos em
termos de sua natureza iônica,
é conveniente analisarmos do
ponto de vista dos íons de
silício oxigênio (SiO44-).

Cada átomo de Silício faz


ligação e é “envolvido” por
quatro átomos de oxigênio,
resultando em um tetraedro
com o Silício no centro [12].

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Materiais Isolantes
• Cerâmicas (vidros): Estrutura

Diferentes materiais e propriedades resultam de diferentes formas de


organização destes tetraedros no espaço e da combinação destas
estruturas em diferentes proporções com outros compostos.

Os isolantes de vidro são compostos basicamente por sílica outros óxidos


como: Boro (B2O3), Cálcio (CaO), Sódio (Na2O), potássio (K2O),
Magnésio (MgO).

Estes compostos podem ser adicionados em diferentes proporções para


controle de propriedades como o ponto de fusão, resistência química,
transparência, resistência à umidade.

As propriedades do vidro, especialmente a resistência mecânica também


são modificadas pelo processo de têmpera.
O processo consiste na aplicação de ciclos de aquecimento e
resfriamento do vidro, sem contudo atingir seu ponto de fusão.

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Materiais Isolantes
• Cerâmicas (Porcelanas e Vidros): Fabricação

A fabricação de isolantes cerâmicos compreende diversas etapas.

As etapas individuais, assim como a matéria prima, difere conforme o tipo


de cerâmica desejada e sua aplicação:

Processamento de Cerâmica Processamento do Vidro


Cristalina
Seleção da Matéria Prima Seleção da Matéria Prima
Preparação Fusão
Consolidação Moldagem
Sinterização Recozimento, Têmpera

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Materiais Isolantes
• Cerâmicas (Porcelanas): Fabricação

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Materiais Isolantes • Cerâmicas (Porcelanas e Vidros): Fabricação
Além da composição, outro importante aspecto é a microestrutura do material.
•A microestrutura depende da composição, da dimensão das partículas dos
materiais utilizados e da precisão dos processos de fabricação

Material Aplicações
Al2O3 (Alumina) Corpo isolante para velas de ignição
Substrato para encapsulamento em eletrônica
MgO (Óxido de Magnésio) Isoladores, tijolos refratários
SiO2 (Óxido de Silício) Microeletrônica, fibras ópticas
ZrO2 Sensores de O2
SiC (carbeto de Silício, Carborundum) Peças para fornos, aquecimento, abrasivos
Si3N4 Microeletrônica, componentes mecânicos (rotores,
válvulas de pistão)

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• Cerâmicas (Vidros): Fabricação [15]
Materiais Isolantes

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Materiais Isolantes
• Polímeros (definições básicas)

Os polímeros são moléculas estruturadas em longas cadeias de unidades


(meros) repetidas.

Estas unidades podem ser compostas de carbono ou silício.

Dependendo das ligações entre átomos de carbono/silício, as


moléculas podem ser classificadas em: HHH
• Saturadas: Os átomos têm ligações simples entre sí. H-C-C-C-H
HHH

HH
• Insaturadas: Os átomos têm ligações duplas ou triplas entre sí: C=C
HH

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Materiais Isolantes
• Polímeros (Síntese)
Existem diversos métodos de síntese de polímeros à partir da fase gasosa ou
líquida.
H H
Por exemplo:
C=C
Se o etileno (gás): É submetido às condições apropriadas
H H (temperatura, pressão, catalizadores), ele
se agrega na forma do Polietileno:

H H H H H H H H H HHH

R.+ C=C = R- C-C. R- C-C.+ C=C = R- C-C-C-C.


H H H H H H H H H HHH

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Materiais Isolantes
• Papéis e fitas poliméricas

O papel é uma fibra polimérica natural bastante utilizada como isolante em


motores e transformadores.

Para estas aplicações, são utilizados papéis de


baixa umidade, baixa concentração de ligninia e
algumas composições especiais onde materiais
poliméricos são misturados às fibras naturais.

O espaço entre as fibras pode ser preenchido com óleo isolante com o
objetivo de aumentar a tensão de ruptura e diminuir o fator de perdas (tg δ)
Além do papel, folhas de polietileno e materiais fibrosos com nomes
comerciais registrados como Nomex, Pressphan são utilizados na isolação
interna de transformadores. (depende da classe de temperatura)
A- 105oC; B- 130oC;
F- 130oC ; H- 180oC;
C- 220oC
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Materiais Isolantes Papéis e fitas poliméricas

O processo mais utilizado na indústria para a fabricação do papel é o método


de Kraft.

O método consiste basicamente do tratamento químico dos cavacos de


madeira com NaOH (hidróxido de sódio, soda cáustica) ou NaS (sulfeto de
Sódio) para a liberação da celulose da lignina através da dissolução do
segundo composto.

Os resíduos desse processo são compostos sulforosos tóxicos e poluentes


que devem ser tratados antes do descarte na natureza.
O branqueamento da celulose, originalmente feito com cloro, outro
componente altamente danoso ao meio ambiente (gera organo-clorados
altamente cancerígenos), vem sendo substituído por compostos à base de
peróxidos (água oxigenada) ou ozônio.

A pasta resultante é secada resultando no papel.

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Materiais Isolantes Papéis e fitas poliméricas

O Nomex é a marca registrada da Dupont para fibra sintética aramida


desenvolvida em 1961.

A aramida é uma cadeia de poliamida com pelo menos 85% dos radicais
amidas são ligados aos anéis aromáticos.

[20]

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Materiais Isolantes Papéis e fitas poliméricas

[22]

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Materiais Isolantes Papéis e fitas poliméricas

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Referências

[1] http://web.mit.edu/6.013_book/www/chapter6/6.1.html
[2] http://civet.berkeley.edu/tangney/Thesis/node31.html
[3] http://en.wikipedia.org/wiki/Polarization_(electrostatics)

[4] http://www.ce-mag.com/archive/2000/julyaugust/mrstatic.html

[5] http://aph.huji.ac.il/feldman/diel.htm#Lectures

[6] http://stacks.iop.org/PSST/14/S18
[7] Malka Lindner, DayCor - A Dual-Spectrum Camera for Daytime
Corona Detection
[8] Hubbell Power Systems, Bulletin EU1234-H
www.hubbellpowersystems.com
[9] V. Chaudhry et. Al. IEEE Trans. On Power Delivery. Vol6.no.2.p696,
1991.

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Referências

[10] http://www.lappinsulator.com/downloadcenter/technical.asp

[11] http://www.ngk.co.jp/english/products/power/porcelain/distribution/index.html

[12] http://volcano.und.edu/vwdocs/vwlessons/minerals.html

[13] http://www.labspot.ufsc.br/~jackie/cap4_new.pdf

[14] Ceramics- Windows to the future:


matse1.mse.uiuc.edu/ceramics/ceramics.doc
[15] Glass, ceramics and related materials. Jonathan P.Hellerstein, Joel Bender,
John G.Hadley, Charles M.Hohman,
http://www.ilo.org/encyclopedia/?print&nd=857200751
[16] Callister Jr., William D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução,
5aEd., LTC, 2002.
[17] http://www.hubbellpowersystems.com/POWERTEST/literature_library
/pdfs4lib/OB/EU1407.pdf
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Referências

[18] http://pt.wikipedia.org/wiki/Processo_Kraft

[19] http://www.chem.uwec.edu/Chem405_S01/malenirf/project.html

[20] www.dupont.com/nomex

[21] www.energyservice.com.br/DOC/Isolantes%20Solidos.pdf -

[22] pp.1926

[23]

[24]

[25]

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