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Material de apoio para experimentos no

Laboratório de Física III

Professor: Orlando Júnior

Observação: este material é um complemento didático, para as aulas ministradas com intuito de
reforçar as ideias discutidas pelo professor com os discentes afim de fixar o conteúdo. Ele não
substitui uma boa leitura nos livro texto que são recomendados na bibliografia básica do curso de
física III.

Série triboelétrica, efeito corona e gerador de Van de Graff.

1. Série triboelétrica.
Todos os materiais ao serem atritados, possuem a propriedade de se carregarem
eletricamente de acordo com seu poder de eletropositividade ou eletronegatividade. A série
triboelétrica (Figura 1) classifica estes materiais. Nela existem informações, baseadas em
experimentos, sobre qual material terá facilidade em ceder elétrons numa eletrização por
atrito e quais terão facilidade em reter.

Assim, um material numa


posição superior na tabela cede
elétrons para outro material
situado logo abaixo.

Figura 1: Série triboelétrica [1]


2. Efeito corona.
O efeito corona é uma descarga formada nas proximidades de uma superfície
condutora que está submetida a um o campo elétrico de alta intensidade em sua
superfície, excedendo a constante dielétrica do ar sem conseguir rompê-lo com um arco
elétrico mas ionizando o gás ao redor da superfície do condutor; o que causa uma
luminescência, ruídos, interferência, vibração do condutor, etc.. Isto porque o campo
elétrico é capaz de acelerar os elétrons livres no ar e começam a chocar-se uns com os
átomos e formar novos íons[2]. Este processo pode gerar luz (Figura 2), som,
perturbações mecânicas e radiações. Em todos estes processos há perdas de energia.

Figura 2: Efeito corona em fios de alta tensão.


3. Funcionamento básico do gerador eletrostático ou gerador
de Van de Graaff.
O gerador de Van de Graaff (Figura 3 e 4) é um equipamento que gera cargas por
atrito, valendo se do efeito triboelétrico inerente aos materiais devido às suas propriedades
eletronegativas e eletropositivas e armazenado-as em uma cúpula de metal, até que se
alcance altas tensões.

Figura 4: Gerador de Van de Figura 3: Gerador de Van de


Graff Graff.

No primeiro momento (Figura 5) ocorre a separação de cargas no rolete na parte interior da


correia.
No segundo momento (Figura 6), estas cargas são
conduzidas para o condutor esférico no topo do
equipamento até que alcance tensões na marca dos 100
kv.

Figura 5: Separação de
cargas no interior da
correia.

Figura 6: Condução das


caragas positivas até a cúpula.

Ocorre que no contato com o rolete com a correia de borracha, o mesmo captura elétrons da
do material da correia (seguindo a série triboelétrica) e deixando-a carregada positivamente
enquanto se carrega negativamente. Surge um gradiente elétrico, devido a diferença na
densidade superficial de cargas da correia e do rolete e o campo elétrico do mesmo começa
a repelir cargas negativas do pente de metal que fica carregado positivamente. A medida que
o campo elétrico no rolete aumenta, a capacidade de ionizar o gás ao redor do pente e da
correia, também aumenta e em um momento, por efeito corona, uma camada condutora é
formada (Figura 7). Esta camada atrai íons positivos do ar forçando-os a se colidirem com a
parte externa da correia e serem conduzidos até a cúpula [adaptado de 1].

Figura 7: Separação de cargas do ar


ionizado.

4. Referências e material para leitura:


1. CARVALHO, Damião de Souza. Utilização do gerador eletrostático de Van de Graaff,
de baixo custo, na aprendizagem dos conceitos de eletrostática. UFRR, Boa Vista, 2016.

2. ALVES, João da Silva Neto. Estudo dos Efeitos Corona, Rádio Interferência e Níveis de
Ruído e Intensidade de Campos Elétricos e Magnéticos Produzidos por Linhas Aéreas
de Transmissão de Energia Elétrica. UNIFEI, 2014.

3. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos de física. 8. ed. Rio de Janeiro:


LTC, 2009. 4 v. ISBN 9788521616054 (v.3)

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