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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA
IPH02212–SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTOS

PROJETO DE SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL


MEMORIAL DESCRITIVO

Jairo Garcez
José Venância
Marco Rosa
Mateus Mosmann
Yago Fernandes

Porto Alegre, Julho de 2017


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3

2. DIRETRIZES PARA PROJETO DE REDES DE DRENAGEM PLUVIAL ................. 4

3. DIMENSIONAMENTO SARJETAS ........................................................................... 6

4. DIMENSIONAMENTO BOCAS DE LOBO ................................................................ 9

4.1 Determinação da vazão de engolimento de uma boca de lobo ......................... 9

4.2 Determinação da vazão de contribuição de cada área .................................... 10

4.3 Determinação do espaçamento e quantidade de bocas de lobo por trecho .... 11

5. DIMENSIONAMENTO GALERIAS PLUVIAIS ........................................................ 13

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 17

7. ANEXOS .................................................................................................................. 18

7.1 Diretriz Municipal ............................................................................................. 18

7.2 Projeto de Rede Pluvial.................................................................................... 19

7.3 Perfis da Rede Pluvial ...................................................................................... 20

7.4 Intensidade de Precipitação – Município Alegrete/RS ..................................... 21

7.5 Fator hidráulido, RH/D e h/d ............................................................................. 22

7.6 Dimensionamento das sarjetas ........................................................................ 23

7.7 Dimensionamento Bocas de Lobo ................................................................... 24

7.8 Dimensionamento Rede Pluvial entre PV’s...................................................... 25

7.9 Dimensionamento Rede Pluvial cabeceiras ..................................................... 26

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1. INTRODUÇÃO

A importância de um serviço adequado de drenagem e manejo de águas pluviais


urbanas torna-se mais clara para a população das grandes cidades na medida em que se
acumulam os efeitos negativos das chuvas, tais como alagamentos, inundações,
deslizamentos e perda de rios e lagos. Não se deve esquecer que grande parte dos
efeitos prejuciais das chuvas deve-se à ação do homem. A ocupação desordenada de
áreas urbanas e a conseqüente cobertura de grandes áreas, tornando-as impermeáveis,
ocasionam redução de infiltração das chuvas no solo.

A lavagem de superfícies urbanizadas acarreta aumento de carga de poluentes


em rios e lagos, além de facilitar a veiculação de doenças como leptospirose e dengue,
entre outras. No Brasil, 65% das instalações hospitalares têm origem em
doençasdeveiculação hídrica.A cobertura do solo também provoca erosão, reduzindo
sua qualidade, tornando-os mais pobres e até mesmo impróprios para a agricultura.

Um sistema condutor envolve diversas etapas, sendo algumas delas o


levantamento de dados locais, planejamento, projeto e dimensionamento das redes,
execução e fiscalização. O presente memorial descreverá algumas etapas de um projeto
de um sistema de drenagem de águas pluviais urbanas para uma região de um
loteamento localizado na cidade de Porto Alegre. Este documento contempla o
dimensionamento de sarjetas, bocas de lobo, redes coletoras e poços de visita.

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2. DIRETRIZES PARA PROJETO DE REDES DE DRENAGEM PLUVIAL

O loteamento utilizado para a realização deste projeto está localizado na Rua Ary
Tarragô, segundo as coordenadas: 30º01’52,94”S; 51º07’49,31”O.

Através da Declaração Municipal do Departamento de Esgotos Pluviais de Porto


Alegre, a qual está anexada ao fim deste projeto (Anexo 7.1), foram retirados
parâmetros de projeto utilizados.

As tubulações adotadas para este sistema são de seção circular, assentadas em


valas escavadas no terreno. O sistema de esgotamento sanitário a ser dimensionado é
do tipo separador absoluto, ou seja, o sistema de esgoto pluvial é independente do
sanitário. O modelo de cálculo adotado para determinação da vazão de projetos de
águas pluviais que escoarão pelas redes urbanas de drenagem é o chamado Método
Racional. Ainda, as áreas contribuintes para o dimensionamento dessa vazão estão
enumeradas na Tabela 1 e ilustradas na Figura 1. Demais parâmetros relevantes
encontram-se na Tabela 2.

Para o dimensionamento das sarjetas, foi considerado que a água escoa somente
pelas sarjetas, sendo a altura do meio-fio igual a 15,00 cm, altura da lâmina d’água
variável de 10,00 cm e a inclinação transversal de 3%. Já as bocas de lobo foram
dimensionadas em função da capacidade das sarjetas, o que determina a quantidade e
dimensões dos pontos de admissão das águas de chuva à rede pluvial. Tipo, capacidade
de engolimento e outros detalhamentos desses pontos serão explicados de maneira
mais detalhada no item referente ao dimensionamento de bocas de lobo. Os poços de
visita serão previstos em interseções, onde houver alteração do greide, em mudanças
de eixo da canalização ou quando necessária redução da velocidade de escoamento. O
ressalto máximo em PV’s foi definido como sendo de 1,20 m, já as dimensões e altura
dos PV’s variam conforme mostrado nas planilhas utilizadas para o cálculo, sendo
necessária autorização do DEP para adoção de valores não definidos em cadernos de
encargos. Outra observação é que a concordância entre as tubulações de entrada e de
saída de um PV deve ser feita no mínimo pela geratriz superior do tubo. O emissário
final para este sistema é um arroio situado em um ponto intermediário do loteamento.

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Tabela 1 - Áreas Contribuintes.

Área Trecho
Nome
(m²) Associado
A16 3769 A
A17 1550 PV9a
A18 3914 B
A19 2756 2
A20 4701 F
A21 5769 3
A22 2561 C
A23 10293 4
A24 2484 D
A25 13057 5
A42 3200 E
Total 54054

Figura 1 - Áreas Contribuintes para a Saída 4

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Tabela 2 - Parâmetros Gerais de Projeto

3. DIMENSIONAMENTO SARJETAS

Para o dimensionamento das sarjetas, foi considerada a água escoando apenas


pelas sarjetas, conforme figura 2.

Segundo este método, a altura da lâmina d’água (y) não alcança a altura da guia
do passeio (yo), e a inclinação do leito carroçável da rua (IT), na sua seção transversal, é
adotada. Os valores utilizados no projeto para tais variáveis foram: 0,10m, 0,15m e 3%,
respectivamente.

Figura 2 – Escoamento da água somente pela sarjeta.

Conforme figura acima, a seção transversal da sarjeta é comporta por um


triângulo retângulo com altura y. Seu Perímetro Molhado é determinado a partir do

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Teorema de Pitágoras (Equação 1) e sua Área Molhada através da Equação 2. O Raio
Hidráulico da sarjeta é obtido com o uso da Equação 3.

𝑦 2
𝑃𝑀 = 𝑦 + √𝑦² + (𝐼 ) (Equação 1)
𝑇

𝑦
𝑦∗( )
𝐼𝑇
𝐴𝑀 = (Equação 2)
2

𝐴𝑀
𝑅𝐻 = (Equação 3)
𝑃𝑀

Onde:

PM = Perímetro Molhado em m;

AM = Área Molhada em m²;

RH = Raio Hidráulico em m;

y = Altura da lâmina d’água na sarjeta em m, equivalente a 0,10m;

IT = Inclinação transversal da rua em m/m, equivalente a 0,03 (3%).

Asarjeta possui sempre as mesmas dimensões, a seguir é apresentado um


quadro resumo dos parâmetros calculados (Tabela 3). Esses parâmetros foram utilizados
para o dimensionamento de todas as sarjetas do projeto.

Tabela 3 – Parâmetros geométricos e hidráulicos da sarjeta.

Perímetro Molhado (m) 3,432


Área Molhada (m²) 0,167
Raio Hidráulico (m) 0,049

Para dimensionar a capacidade de condução hidráulica da sarjeta, também é


necessário o conhecimento da inclinação longitudinal do trecho a ser dimensionado.
Para isso, foi feita uma análise do perfil planialtimétrico dos trechos do projeto, sendo
que a inclinação longitudinal de cada um foi obtida pela equação abaixo.

7
𝐶𝑜𝑡𝑎𝑡𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜à𝑀𝑂𝑁𝑇𝐴𝑁𝑇𝐸−𝐶𝑜𝑡𝑎𝑡𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜à𝐽𝑈𝑆𝐴𝑁𝑇𝐸
𝐼𝐿 = (Equação 4)
𝐿

Onde:

IL = Inclinação longitudinal da rua/sarjeta em m/m;

L = Comprimento da sarjeta em m.

Com isso, utilizou-se a Fórmula de Strickler-Manning (Equação 5) para a


determinação da velocidade da água na sarjeta. Sendo assim, com a Equação 6, tornou-
sepossível determinar a vazão (capacidade máxima de transporte) de uma sarjeta.

𝑉 = 𝐾 ∗ 𝐼𝐿 1/2 ∗ 𝑅𝐻 2/3 (Equação 5)

𝑄𝑆 = 𝐴𝑀 ∗ 𝑉 (Equação 6)

Onde:

V = Velocidade da água na sarjeta em m/s;

K = 1/n, equivalente a 60 (refere-se a 1/0,017);

IL = Inclinação longitudinal da rua/sarjeta em m/m;

RH = Raio Hidráulico em m;

QS = Vazão suportada por uma sarjeta em m³/s;

AM = Área Molhada em m².

O resultado do dimensionamento de todos os trechos de sarjeta presentes neste


projeto (referentes à Saída 4) é apresentado em forma de tabela no Anexo 7.6.

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4. DIMENSIONAMENTO BOCAS DE LOBO

O dimensionamento das bocas de lobos, basicamente refere-se à determinação


da vazão de engolimento de uma boca de lobo padrão escolhida para o projeto, e do
espaçamento entre elas, de maneira que o esgotamento de água seja eficaz.

Por se tratar de um projeto na cidade de Porto Alegre, o tipo de boca de lobo


escolhido para este projeto foi a boca de lobo de meio-fio ou ralo de guia (Figura 3). A
boca de lobo adotada no projeto tem comprimento total de 1m e comprimento de
soleira de 0,80m, esse padrão é o indicado pelo DEP.

Figura 3 – Boca de lobo de meio-fio ou ralo de guia.

4.1 Determinação da vazão de engolimento de uma boca de lobo

Em bocas de lobo cuja entrada da água é feita pela guia, pode-se considerar a
boca de lobo como um vertedor, se a água que se acumula sobre a boca de lobo gerar
uma altura menor que a abertura na guia, e sua capacidade de engolimento foi obtida a
partir da Equação 7.

𝑄𝐵𝐿 = 1,7 ∗ 𝐿 ∗ 𝑦 3/2 (Equação 7)

Onde:

QBL = Vazão de engolimento calculada em m³/s;

1,7 = Coeficiente de descarga (adimensional);

L = Comprimento da soleira em m;

y = Altura da lâmina d’água, próximo à abertura da guia, em m.


9
Considerando que haja detritos ou irregularidades nos pavimentos, a vazão
calculada deve ser ajustada através do coeficiente de redução (C), sendo então a vazão
reduzida determinada pela Equação 8 abaixo.

𝑄𝑅 = 𝐶 ∗ 𝑄𝐵𝐿 (Equação 8)

Onde:

QR = Vazão de engolimento reduzida em m³/s;

C = Coeficiente de redução, equivalente a 80% (para bocas de lobo


simples);

QBL = Vazão de engolimento calculada em m³/s.

Com o uso das equações descritas acima, calculou-se a vazão de engolimento


reduzida para uma boca de lobo, como mostra a Tabela 4.

Tabela 4 – Vazão de engolimento de uma boca de lobo.

L (comprimento da soleira) (m) 0,800


y (altura d'água na abertura) (m) 0,100
Qbl (m³/s) 0,043
C (coeficiente redução) 0,800
Qr (m³/s) 0,034
C (coeficiente de Runoff) 0,600
I (mm/h) 176,820

4.2 Determinação da vazão de contribuição de cada área

Para determinação da vazão de contribuição de cada área (Tabela 1), foi utilizado
o Método Racional.Considerando as precipitações pluviométricas da cidade de Alegrete
(Anexo 7.4), as vazões foram determinadas utilizando a equação seguinte.

𝑄𝑐 = 2,78 ∗ 𝐶 ∗ 𝐼 ∗ 𝐴 (Equação 9)

Onde:

QC = Vazão de contribuição da área em L/s;

2,78 = Coeficiente adimensional para corrigir unidades;

10
C = Coeficiente de Runoff, equivalente a 0,60 (áreas não totalmente
urbanizadas);

I = Intensidade da chuva, para Tempo de concentração (tc) igual à 10


minutos e Período de retorno (Tr) de 5 anos, equivalente a 176,80 mm/h
para a cidade de Alegrete;

A = Área contribuinte, em hectares (Tabela 1).

4.3 Determinação do espaçamento e quantidade de bocas de lobo por trecho

A partir de agora considerar-se-á uma “estação” como sendo a área contribuinte


para cada trecho, apresentada na Tabela 1. Sendo assim, para cada trecho devem-se
determinar quantas “estações” são esgotadas pelas capacidades de escoamento tanto
da sarjeta quando da boca de lobo. Dessa forma, tem-se:

𝑄𝑆
𝑁1 = (Equação 10)
𝑄𝐶

Onde:

N1 = Número de “estações” suportadas por uma sarjeta (adimensional);

QS = Capacidade de esgotamento da sarjeta em L/s;

QC = Vazão de contribuição da “estação” em L/s.

𝑄𝐵𝐿
𝑁2 = (Equação 11)
𝑄𝐶

Onde:

N2 = Número de “estações” suportadas por uma boca de lobo


(adimensional);

QBL = Capacidade de esgotamento da boca de lobo em L/s;

QC = Vazão de contribuição da “estação” em L/s.

Sabendo tais valores, tem-se que o número de pares de bocas de lobo em um


“comprimento virtual” (L) é dado pelas Equações 12 e 13. O espaçamento real entre os

11
pares de bocas de lobo é dado pela Equação 14. Finalmente, o número de pares de boca
de lobo necessários no trecho analisado deve ser o comprimento da sarjeta no trecho
dividido pelo espaçamento, como descreve a Equação 15.

𝐿 = 𝐿𝑏 ∗ 𝑁1 (Equação 12)

Onde:

L = “Comprimento virtual” em m, equivalente ao comprimento máximo


cuja vazão é esgotada pela sarjeta;

Lb = Comprimento da sarjeta em m, referente à área contribuinte do


trecho;

N1 = Número de “estações” suportadas por uma sarjeta (adimensional).

𝑁1
𝑁º𝐵𝐿 = 𝑁2 (Equação 13)

Onde:

Nº BL = Número de pares de bocas de lobo no trecho de “comprimento


virtual” L (adimensional);

N1 = Número de “estações” suportadas por uma sarjeta (adimensional);

N2 = Número de “estações” suportadas por uma boca de lobo


(adimensional).

𝐿
𝑆𝐵𝐿 = (Equação 14)
𝑁º𝐵𝐿

Onde:

SBL = Espaçamento entre pares de bocas de lobo em m;

L = “Comprimento virtual” em m, equivalente ao comprimento máximo


cuja vazão é esgotada pela sarjeta;

Nº BL = Número de pares de bocas de lobo no trecho de “comprimento


virtual” L (adimensional).

12
𝐿𝑏
𝑁º 𝑏𝑜𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝑙𝑜𝑏𝑜 = 𝑆 (Equação 15)
𝐵𝐿

Onde:

Nº boca de lobo = Número de pares de bocas de lobo no trecho,


arredondado para o inteiro mais próximo [adimensional];

Lb = Comprimento da sarjeta [m] referente à área contribuinte do trecho;

SBL = Espaçamento entre pares de bocas de lobo [m].

O resultado do dimensionamento de todos os trechos, com relação ao número e


espaçamento das bocas de lobo, presentes neste projeto (referentes à Saída 6) é
apresentado em forma de tabela no Anexo 7.7.

5. DIMENSIONAMENTO GALERIAS PLUVIAIS

Os PVs estão localizados em determinadas cotas do terreno, estas deverão ser


determinadas, faz-se necessário identificar os trechos e, também, as medidas de
comprimento para dimensionarmos as galerias pluviais. Com o intuito de atender às
exigências mínimas quanto ao recobrimento e as velocidades mínimas e máximas foram
observadas quais as melhores profundidades para serem instaladas essas tubulações.

Estabelecidas as profundidades de assentamento das tubulações, respeitando


o limite de 1,00 m na pista calculou-se as cotas do greide (Tabela 5), podendo assim dar
continuidade aos cálculos e estabelecer a declividade da tubulação para cada trecho, a
qual é apresentada abaixo.

𝑐𝑜𝑡𝑎𝑔𝑟𝑒𝑖𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 –𝑐𝑜𝑡𝑎𝑔𝑟𝑒𝑖𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒


𝐼= (Equação 16)
𝐿𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜

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Tabela 5 – Cotas do terreno e cotas do greide.

Profundidade da Galeria
Cota do Terreno (m) Cota do Greide (m)
Trecho (m)
Montante Jusante Montante Jusante Montante Jusante
1 65,5 61 1,5 1 64 60
2 61 59 1 1 60 58
3 59 58 1 2 58 56
4 58 49,5 2 1,5 56 48
5 49,5 38 1,5 1 48 37

Após estabelecermos a inclinação dos condutos, a área de contribuição para


todos os PVs foi identificada, ou seja, a área que contribui para o escoamento da água
da chuva até o PV de jusante. A área acima do trecho foi considerada visto que a mesma
contribui para o trecho, pois existem caixas de ligação que captam as águas das bocas
de lobo intermediárias. As áreas de contribuição podem ser vistas na Tabela 6 abaixo.

Tabela 6 – Áreas de contribuição por trechos e acumuladas.

Pv Pv Acumulado
Trecho Área (m²)
Montante Jusante (m²)
1 PV1 PV9a 5319 5319
2 PV9a PV9 11371 16690
3 PV9 PV10 5769 22459
4 PV10 PV11 12854 35313
5 PV11 PV12 18741 54054

Utilizando o Método Racional se obteve a vazão correspondente às áreas de


contribuição do escoamento,esta relacionada à intensidade pluviométrica da região, a
área de estudo e o coeficiente de Runoff. Para áreas de até 30 hectares a Equação 9 é a
indicada para ser utilizada.

Depois de calculada as vazões, continua-se com o cálculo dos diâmetros


utilizando a seguinte fórmula.

14
3/8
𝑄
𝐷 = 1,5483 ( 1/2 )
𝐾. 𝐼

Onde:
Q = vazão contribuinte (L/s);
k = 1/n, sendo n o coeficiente de rugosidade para concreto igual a 0,013;
D = diâmetro da tubulação (m);
I = intensidade de precipitação crítica (mm/h);

Por meio de uma iteração com o diâmetro da tubulação calculado, adota-se o


diâmetro comercial imediatamento superior ao valor encontrado, e então se recalcula
o FH, agora com o DN escolhido. Os DNs obtidos foram: 500mm, 600mm, 800mm e
1000mm. A equação utilizada para cálculo do FH é a seguinte:
(𝑄. 𝑛)
𝐹𝐻 =
(𝐷8/3 . 𝐼1/2 )
Onde:
FH = fator hidráulico;
Q = vazão contribuinte (L/s);
D = diâmetro comercial da tubulação (m);
n = coeficiente de rugosidade para concreto igual a 0,013;
I = intensidade de precipitação crítica (mm/h);

Para encontrarmos a velocidade devemos encontrar o valor do Raio Hidráulico.


Obtido o fator hidráulico para DN arbitrado constulta-se a tabela constante no Anexo
7.5 os valores de h/D e Rh/D. Depois de obtido esses valores encontrou-se o valor do
raio hidráulico (Rh) multiplicando a razão Rh/D pelo diâmetro comercial adotado. A
velocidade, então, é dada pela fórmula abaixo:
𝑅𝐻 2/3 . 𝐼1/2
𝑉 =
𝑛
Onde

Rh = raio hidráulico (m), razão entre a área molhada e o perímetro molhado.

V = velocidade de escoamento (m/s);

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n = coeficiente de rugosidade de Manning, utilizado n=0,013 para dutos de
concreto;
I = declividade da tubulação adotada para o trecho (m/m).

Após verificada as velocidades, foram possíveis calcular os acréscimos no tempo


de concentração para o PV a jusante por meio da equação abaixo:

𝐿
𝑡𝑝 =
𝑉 . 60

Onde
tp = tempo de percurso (minutos);
L = distância entre poços de visita (m);
V = velocidade de escoamento (m/s).

Para encontrarmos o tempo de concentração para os trechos seguintes, foi


somado o tempo de trecho a jusante com o tempo de concentração ao tp, essa ideia foi
repetida para todos os trechos até chegar a saída. Devemos então interpolar os valores
da tabela do Anexo 7.4 (para 10 e 15 minutos) para encontrarmos uma nova intensidade
pluviométrica. Os dados referentes ao dimensionamento das redes pluviais podem ser
visualizados no Anexo 7.8 e o esquema detalhando a distribuição de bueiros, PV's e
caixas de ligação são mostrados no Anexo 7.2.

Todos os passos descritos acima foram elaborados somente para os trechos


entre PV’s desconsiderando os trechos de cabeceira, mas foi elaborado o
dimensionamento para esses trechos pois observou-se que a intensidade se manteve
constante, para os trechos de cabeceira foram verificados diâmetros iguais a 300mm e
400mm, a tabela a qual mostra o desenvolvimento deste cálculo pode ser vizualizada no
Anexo 7.9.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O grande desafio para a elaboração deste trabalho foi o terreno estudado para
o loteamento, visto que seu perfil topográfico não era muito favorável com cotas
variando muito em pequenos e grandes trechos. Variados ajustes foram executados no
dimensionamento das galerias para que os parâmetros de projeto ficassem
normalizados. Porém, alguns parâmetros ainda não ficaram com valores ideais, exigindo
talvez mudanças no perfil do terreno. Esse tipo de problema fugiria um pouco do escopo
deste trabalho, por isso a solução encontrada foi seguir com estes valores.

No que diz respeito às bocas de logo e sarjetas, não houve grande complicação,
uma vez que os dimensionamentos desses elementos são facilmente calculados.

A elaboração deste trabalhou permitiu aos alunos fazerem um link entre as notas
de aula e um exemplo prático de projeto da vida real, bem como observarmos a
importância do correto dimensionamento das estruturas para proteger o meio
ambiente e beneficiar a população beneficiária do local. Porém, foge do alcance dos
engenheiros e/ou técnicos responsáveis a conscientização das pessoas para que
mantenham limpa a área urbana, evitando lixos nas ruas (grande causador da obstrução
das bocas de lobo). Estes problemas não competem aos responsáveis que
dimensionaram o projeto.

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7. ANEXOS

7.1 Diretriz Municipal

18
7.2 Projeto de Rede Pluvial

19
7.3 Perfis da Rede Pluvial

20
7.4 Intensidade de Precipitação – Município Alegrete/RS

21
7.5 Fator hidráulido, RH/D e h/d

22
7.6 Dimensionamento das sarjetas

Velocidade
Cotas do Trecho (m) IT (inclinação IL
Água na Q 2 lados
Trecho L (m) transversal) (inclinação Q (m³/s)
sarjeta (m³/s)
(m/m) rua) (m/m)
Montante Jusante (m/s)
A 69,5 66,5 42,7 0,03 7,03% 2,09 0,35 0,70

1 66,5 60,5 70,5 0,03 8,51% 2,30 0,38 0,77

B 67,5 60,5 63 0,03 11,11% 2,63 0,44 0,88


2 60,5 59 94,5 0,03 1,59% 0,99 0,17 0,33
3 59 58 102,7 0,03 0,97% 0,78 0,13 0,26
C 67,5 58 88,9 0,03 10,69% 2,57 0,43 0,86
4 58 49,5 163,8 0,03 5,19% 1,79 0,30 0,60
D 56 48 94 0,03 8,51% 2,30 0,38 0,77
5 49,5 38 197,3 0,03 5,83% 1,90 0,32 0,64
E 39,5 38 94,3 0,03 1,59% 0,99 0,17 0,33
F 62 61 82,5 0,03 1,21% 0,87 0,14 0,29
Máx 2,63 0,44 0,88
Mín 0,78 0,13 0,26

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7.7 Dimensionamento Bocas de Lobo

Lb A Qc Estações Qs Qbl N1 N2 L virtual Nº BL SBL Nº Boca


Trecho de Lobo
(m) (ha) (L/s) Ad. (L/s) (L/s) (m) (m) Simples
A 42,70 0,38 111,15 3,14 348,67 3,14 0,39 133,95 8,10 16,55 8
1 70,50 0,16 45,71 6,85 313,33 6,85 0,94 483,26 7,27 66,43 7
B 63,00 0,39 115,42 3,37 388,67 3,37 0,37 212,14 9,02 23,51 9
2 94,50 0,28 81,28 3,33 270,63 3,33 0,53 314,67 6,28 50,08 6
3 102,70 0,58 170,13 1,08 183,57 1,08 0,25 110,81 4,26 26,00 4
C 88,90 0,26 75,52 4,33 327,19 43,07 4,33 0,57 385,13 7,60 50,70 8
4 163,80 1,03 303,54 0,96 290,71 0,96 0,14 156,87 6,75 23,24 7
D 94,00 0,25 73,25 5,24 383,75 5,24 0,59 492,43 8,91 55,27 9
5 197,30 1,31 385,05 0,81 310,60 0,81 0,11 159,15 7,21 22,07 7
E 94,30 0,32 94,37 1,76 165,90 1,76 0,46 165,78 3,85 43,04 4
F 82,50 0,47 138,63 2,09 289,65 2,09 0,31 172,37 6,72 25,63 7

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7.8 Dimensionamento Rede Pluvial entre PV’s

Q
Áreas (ha) TC I D Dcomercial i FH RH/D RH V Dist. (L) TP h/D
Trecho trecho
Trecho Acumulada (min) (L/s) (mm/h) (mm) (mm) (m/m) (m) (m/s) (m) (min)
PV1 - PV2 0,246 0,859 10 253,41 176,82 339,0 400 0,036 0,2005 0,2753 0,1101 3,3 69,84 0,35 0,59
PV2 - PV3 0,258 1,895 10,35 525,39 166,20 351,9 400 0,126 0,2216 0,2821 0,1128 6,4 63,51 0,17 0,62
PV3 - PV4 0,266 2,701 10,51 735,07 163,16 412,8 500 0,105 0,1870 0,2676 0,1338 6,5 71,21 0,18 0,56

25
7.9 Dimensionamento Rede Pluvial cabeceiras

Profundidade Q Dist.
Cota do Terreno Cota do Greide Áreas (ha) TC I D Dcomercial i FH RH/D RH V TP h/D
Galeria trecho (L)
Trecho
- em - em
Montante Jusante Montante Jusante Trecho Acumulada (min) (L/s) (mm/h) (mm) (mm) (m/m) (m) (m/s) (m) (min)
Montante Jusante
A - PV
1 68,0 62,5 3,3 4,0 64,7 58,5 0,614 0,614 10 181,00 176,82 266,08 300 0,066 0,2263 0,2842 0,0853 3,8 93,32 0,40 0,63
B- PV
2 63,0 62,0 2,0 6,0 61,0 56,0 0,778 0,778 10 229,58 176,82 309,02 400 0,048 0,1566 0,2500 0,1000 3,6 103,90 0,48 0,5
C-
PV3 53,0 52,0 2,0 4,0 51,0 48,0 0,540 0,540 10 159,32 176,82 276,30 300 0,042 0,2503 0,2933 0,0880 3,1 71,25 0,38 0,68

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