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Dizer Direito POL nun) CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDONEAS E SUSPENSAS ‘Mera divulgac3o do nome da empresa punida no CEIS da CGU no gera dano A divulgacdo do Cadastro Nacional de Empresas Inidéneas e Suspensas - CEIS pela CGU tem mero carater informativo, nao sendo determinante para que os entes federatives impecam a participacdo, em licitagées, das empresas ali constantes. STI.1?Seg3o. MS 21.750-DF, Rel, Min, Napoledo Nunes Maia Filho, julgado em 25/10/2017 (Info 615). Piero rns PODER JUDICIARIO Limita¢o do pagamento de diarias a juiz federal EF ilegal a limitagao de duas didrias e meia semanais, a luz do art. 5° da Resolugao CJF n® 51/2009, quando o deslocamento de juiz federal convocado para substituigso em tribunals regionals for superior a esse lapso. ST). 28 Turma, REsp 1.536.434-SC, Rel. Min, Og Fernandes, julgado em 17/10/2017 (Info 614). PIEen enn sae) SERVIDAO ADMINISTRATIVA Compartilhamento de infraestrutura por concessionarias de servicos piiblicos (0 compartilhamento de infracstrutura de estaglo radio base de telefonia celular por prestadoras de servicos de telecomunicacdes de interesse coletivo caracteriza servidao administrativa, nao ensejando direito a indenizacao ao locador da area utilizada para instalacdo dos equipamentos. 0 direito de uso previsto no art. 73 da Lei n® 9.472/97 constitui-se como servidao administrativa instituida pela Ici em beneficio das prestadoras de servicos de telecomunicacdes de interesse coletivo, constituindo-se direito real, de natureza pablica,aser exercido sobre bem de propriedade alheia, para fins de utilidade publica, instituido com base em lei especifica. Ex: Jodo possui um terreno na beira da estrada. Ele celebrou contrato de locagao com a Embratel, permitindo que a empresa instalasse, em seu imével, uma torre e uma antena de telecomunicagées. Alguns meses depois, a Embratel permitiu que a TIM compartilhasse de sua infraestrutura. Jodo ajuizou acao de indenizacéo alegando que o contrato de locacao proibe que allocatéria faca a sublocacao do imével para outra empresa. Ele néo tera direito a indenizacio. ST).44 Turma. REsp 1.309.158-R], Rel. Min, Luis Felipe Salomao, julgado em 26/09/2017 (Info 614). DIREITO ADMINISTRATIVO PROCESO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E possivel PAD contra servidor puiblico federal que pratica ilegalidade durante ‘sua gestdo em fundaglo privada de apoio & Universidade Federal legal a instauragao de procedimento disciplinar, julgamento e sanao, nos moldes da Lei n® 8.112/90, em face de servidar publico que pratica atos ilicitos na gestao de fundagao privada dle apoto &instituigao federal de ensino superior. STJ. 1? Segao. MS 21.669-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 23/08/2017 (Info 613). PIenene ne) ‘CONCURSO PUBLICO (© candidato aprovado fora do numero de vagas, mas que fique dentro do ntimero de vagas em virtude da desisténcia de alguém melhor colocado, passa a ter direito subjetivo de ser nomeado ‘A desisténcia de candidatos melhor classifieades em concurso pablico convola a mera expectativa em direito liquido e certo, garantindo a nomeacao dos candidatos que passarema constar dentro do niimero de vagas previstas no edital. ST). 1® Turma, RMS 53.506-DF, Rel. Min. Regina Helona Costa, julgado em 26/09/2017 (Info 612). STJ.2* Turma, RMS 52.251/PR, Rel. Min, Mauro Campbell Marques, julgado em 05/09/2017. STF.18 Turma, ARE 1058317 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 01/12/2017. CONSELHOS PROFISSIONAIS. Consetho de Contabilidade, no exercicio de fiscaliza¢o, pode requisitar dos contadores os livros e fichas contabeis de seus clientes ato do Conselho de Contabilidade que requisita dos contadores e dos técnicos os livros e fichas contabeis de seus clientes, a fim de promover a fiscalizacao da atividade contabil dos profissionais nele inscritos, nao importa em ofensa aos principios da privacidade e do sigilo profissional. ST). 18 Turma. REsp 1.420.396-PR, Rel. Min. Sérglo Kukina, ulgado em 19/09/2017 (Info 612). INFRAGAO DE TRANSITO Qual infrago de trénsito pratica o condutor que se recusa a fazer o teste do "bafdmetro" e/ou os exames clinicos? A sangao do art. 277, § 39, do CTB dispensa demonstracao da embriaguez por outros meios de prova, uma vez que a infracéo reprimida ndo é a de embriaguez ao volante, prevista no art 165, mas a de recusa em se submeter aos procedimentos do caput do art. 277, de natureza instrumental e formal, consumada com 0 comportamento contrario ao comando legal. STJ.2* Turma, REsp 1.677.380-RS, Rel, Min, Herman Benjamin, julgado em 10/10/2017 (Info 612) Obs: a conclusdo acima exposta foi acolhida pelo legislador que, por meio da Lei n® 13.281/2016, acrescentou uma infracio administrativa exclusivamente para 0 condutor que se recusar a se submeter ao teste de etilémetro e/ou exames clinicos. Logo, atualmente, tais situacdes se enquadram. ‘no novo art. 165-A ao C18, que tem a seguinte redaci Art. 165-A. Recusar-se a ser submotido a teste, exame dlinico, perfcla ou outro procedimenta: certifiar infludncia de Alcoal ou outra substAncia psicoativa na forma estabelecida pelo. DIREITO MARITIMO Nao ¢ valida a norma contida em Decreto prevendo que a autoridade publica devers fixar, de forma ordinaria e permanente, o preco dos servicos de praticagem. Peek ir I ‘CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE (O STF no admite a teoria da transcendéncia dos motivos determinantes (OSTF nao admite a “teoria da transcendéncia dos motivos determinantes”. ‘Segundo a teoria restritiva, adotada pelo STF, somente o dispositivo da decisio produz efeito vinculante. Os motivos invocados na decisao (fundamentagao) nao séo vinculantes. Areclamasao no STF é uma a¢ao na qual se alega que determinada decisao ou ato: + usurpou competéncia do STF; ou + desrespeitou decisio proferida pelo STF. Nao cabe reclamago sob o argumento de que a decisio Impugnada violou os motives (fundamentos) expostos no acérdao do STF, ainda que este tenha cardter vinculante. Isso Porque apenas o dispositive do acordao é que é vinculante. Assim, diz-se que a jurisprudéncia do STF é firme quanto ao no cabimento de reclamagio fundada na transcendéncia dos motivas determinantes do acérdao com efeito vinculante. ‘STF. Plenario. Rel 8168/SC, rel. orig Min. Ellen Gracie, red. p/ 0 acérdao Min. Edson Fachin, julgado ‘em 19/11/2015 (Info 808). ‘STR. 2 Turma. Rel 22012/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min, Ricardo Lewandowski, julgado em 12/9/2017 (Info 887). Pies ule LN ‘CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Efeito vinculante de declaracio incidental de inconstitucionalidade ‘Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, ‘em sede de controle difuso, essa deciséo, assim como acontece no controle abstrato, também roduz eficdcia erga omnes e efeitos vinculantes. 0 STF passou a acolher a teoria da abstrativizacao do controle difuso. Assim, se o Plendrio do ‘STF decidir‘a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lel ow ato normative, ainda ‘que em controle difuso, essa decis3o teré os mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, ceficdcia erga omnes e vinculante. Houve mutagao constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretagao deve ser a ‘seguinte: quando o STF declara uma lel inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a decisao jé tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com 0 objetivo de que a referida Casa Legislativa dé publicidade daquilo que foi decidido. STF. Plendrio. ADI3406/R) e AD! 3470/R], Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886). SAUDE (© programa “Mais Médicos” é constitucional ‘0 programa “Mais Médicos’, instituido pola MP 691/2013, posteriormente convertida na Loi n® 12.871/2013, 6 constitucional. ‘STP. Plendrio. ADI 5035/DF e ADI 5037/DF, rel orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ oc. Min. Alexandre de Moraes, ulgados em 30/11/2017 (Info 886). CONSELHO NACIONAL DE JUSTICA (© prazo de 1 ano previsto no art. 103-B, § 42, V da CF/88 incide apenas para revis6es de PADs, no se aplicando para atuaco origindria do CN) ‘A competéncia originaria do CN] para a apuragao disciplinar, ao contrario da revisional, nao ‘se sujeita a0 parametro temporal previsto no art. 103-B, § 4°, V da CF/88. STF. 28 Turma, MS 34685 AgR/RR, rel. Min, Dias Toffoli,julgado em 28/11/2017 (Info 886). PIS wr) SERVIDORES PUBLICOS Decisdo que concede a gratificagdo de 13,23% viola a SV 37 ‘A decisao judicial que concede a servidor publico a gratificagao de 13,23% prevista na Lei n? 10.698/2003 afronta a simula vinculante 37, mesmo que o julgador fundamente sua decisa0 no art. 37, X, da CF/88 e no art. 6° da Lel n® 13.317/2016. Nao cabe ao Poder Judicidrio, que nao tem funedo legislativa, aumentar vencimentos de servidores piblicos sob o fundamento de isonomia. STF. 1° Turma. Rel 25927 AgR/SE e Rel 24965 AgR/SE. rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ 0 ac. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 31/10/2017 (Info 884). STF. 11 Turma Re] 24965 AgR/SE, rel. orig. Min, Marco Aurélio, red. p/ oac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/11/2017 (Info 886). Peeks CONSELHO NACIONAL DE JUSTICA CNJ no pode examinar controvérsia que est submetida & apreciag3o do Poder JudiciSrio 'Na0 cabe a0 Conselho Nacional de Justica (CN}), cujas atribuigoes sao exclusivamente administrativas, © controle de controvérsia que esti submetida a apreciacio do Poder Judicidrio. STF. 1* Turma. MS 28845/DF, Rel Min, Marco Au julgado em 21/11/2017 (Info 885). Pee) CONCESSAO DE SERVICO PUBLICO ‘A concessionéria no tem direito adquirido a renovacio do contrato de concessio ‘A.concessiondria nao tem direito adquirido a renovacao do contrato de concessio de usina hidrelétrica. ‘A. Unio possui a faculdade de prorrogar ou no o contrato de concessao, tendo em vista 0 interesse piblico, no se podendo invocar direito liquide e certo a tal prorrogacao. Dessa forma, a prorrogacio do contrato administrative insere-se no campo da discricionariedade. A Lei n? 12.783/2013 subordinou a prorrogacao dos contratos de concessio de geragio, transmissdo e distribuicso de energia elétrica 4 aceitacdo expressa de determinadas condigdes. Se estas sao recusadas pela concessionaria,a Administracao Publica nao é obrigada a renovar a concessia. A.Lei n® 12.783/2013 pode ser aplicada para a renovacio de contratos ocorrida apés a sua vigéncia mesmo que a assinatura do pacto original tenha ocortido antes da sua edigao. STE.2* Turma. RMS 34203/DF e AC 3980/DF, Rel. Min. Dias Toffoli julgados em 21/11/2017 (Info 885). Pines Pues COMUNICACAO SOCIAL E inconstitucional o art. 25 da Lel 12.485/2017 A Lei n® 12.485/2011 dispoe sobre a “comunicacao audiovisual de acesso condicionado”, conhecida como “TV por assinatura’. Trata-se do marco regulatério da TV por assinatura no Brasil. Foram ajuizadas ages diretas de inconstitucionalidade impugnando esta lel. STF decidiu que apenas um dos dispositivos da Lei é inconstitucional: 0 art. 25. Os demais so validos. 0 art. 25 prevé a impossibilidade de oferta de canais que veiculem publicidade comercial direcionada ao pablico brasileiro contratada no exterior por agéncia de publicidade estrangeira. 0 STF julgou inconstitucional este art. 25 por violacao ao principio constitucional da isonomia (art. 5®, “caput"). Esse principio exige que o tratamento diferenciado entre os individuos seja acompanhado de causas juridicas suficientes para amparar a discriminacao, cujo exame de consisténcia, embora preserve um pequeno espaco de discricionariedade legislativa, ésempre passivel de aferi¢ao judicial por forca do principio da inafastabilidade da jurisdicao. O art. 25 da lei proibe a oferta de canais que veiculem publicidade comercial direcionada ao piiblico brasileiro contratada no exterior por agéncia de publicidade estrangeira, estabelecendo uma completa exclusividade em proveito das empresas brasileiras e ndo apenas preferéncia percentual, sem prazo para ter fim e despida de qualquer justificacao que indique a vulnerabilidade das empresas brasileiras de publicidade, sendo, portanto, inconstitucional. STF. Plendrio. ADI 4747/DF, ADI 4756/DF, ADI 4923/DF e ADI 4679/DF, Rel. Min. Lui Fux, julgado em 8/11/2017 (Info 884). Peer ir ia SERVIDORES PUBLICOS Decisdo que concede a gratificacio de 13,23% viola a SV 37 ‘A decisao judicial que concede a servidor piblico a gratificagao de 13,32% prevista na Lei n® 10.608/2003 afronta a stimula vinculante 37, mesmo que o julgador fundamente sua deciso no art. 37, X,da CF /88 e no art. 6# da Lei n® 13:317/2016. STR.1* Turma. Rel 25927 AgR/SE e Rel 24965 AgR/SE, rel. orig. Min. Marco Aurého, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 31/10/2017 (Info 884). Peeks en ‘TRIBUNAIS DE CONTAS A Constitui¢So Federal no profbe a extingo de Tribunais de Contas dos Municipios ‘A Constitulpo Federal nao protbe a extingio de Tribunals de Contas des Municipios. STE. Plendrio, ADI 5763/CE, Rel. Min, Marco Aurélio, julgado em 26/10/2017 (Info 883), ‘TRIBUNAL DE CONTAS MPTC no possuli legitimidade para propor reciamacio no STF (0 Ministério Piblico junto ao Tribunal de Contas nao possui legitimidade ativa para propor reclamagao no STF alegando descumprimento da decisao do Supremo. Aatuacio dos membros do MPTC limita-se, unicamente, ao ambito dos préprios Tribunais de Contas perante os quais oficiam. STF. 28 Turma. Rel 24156 AgR/DF e Rel 24158 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgados em 24/10/2017 (Info 883). Pendens ne ‘TRIBUNAL DE CONTAS Legitimidade do MPTC de impetrar mandado de seguranca contra acérdo do ‘Tribunal de Contas que teria violado prerrogativas institucionais do Parquet MINISTERIO PUBLICO Intimago pessoal dos membros do Ministério Public no processo penal DEFENSORIA PUBLICA A intimagio da Defensoria somente se aperfeicoa com a remessa dos autos mesmo que o Defensor esteja presente na audiéncia na qual foi proferida a deciso ‘A LC 80/94 (Lei Orgdnica da Defensoria Piblica) prevé, como uma das prerrogativas dos Defensores Piiblicos, que eles devem receber intimacao pessoal (arts. 44,1, 89, 1e 128, 1). Se uma decisao ou sentenca 6 proferida pelo juiz na propria audiéncia, estando 0 Defensor Piblico presente, pode-se dizer que ele foi intimado pesscalmente naquele ato ou sera necessdrio ainda o envio dos autos & Defensoria para que a intimagao se torne perfeita? Para que a intimagao pessoal do Defensor Piblico se concretize, serd necessaria ainda a remessa dos autos & Defensoria Pablica. ‘Aintimagao da Defensoria Publica, a despeito da presenga do defensor na audiéncia de leitura da sentenca condenat6ria, somente se aperfeigoa com sua intimagao pessoal, mediante a remessa dos autos. Assim, a data da entrega dos autos na reparticto administrativa da Defensoria Pablica ¢ 0 termo inicial da contagem do prazo para impugnacao de decisdo judicial pela instituicdo, independentemente de intimagao do ato em audiéncia. ST].3* Seco. HC 296.759-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Ci STF. 28 Turma, HC 125270/DF, Rel. Min. julgado em 23/8/2017 (Info 611). ‘eori Zavascla julgado em 23/6/2015 (Info 791). DEFENSORIA PUBLICA Nos concursos da Defensoria Publica podem ser exigidos trés anos de atividade juridica? ‘Oart. 93, |, da CF/88 exige trésanos de atividade juridica para os candidatos nos concursos da ‘Magistratura. Essa exigéncia pode ser estendida para os concursos da Defensoria Publica. No entanto, é indispensavel a edicdo de uma lei complementar prevendo isso (art. 37, 1 eart. 134, § 19, daCF/A0), Enquanto nao for editada lei complementar estendendo a exigéncia dos trés anos para a Defensoria Pablica, continua valida a regra do art. 26 da LC 80/94, que exige do candidato ao cargo de Defensor Piiblico apenas dois anos de pratica forense, computadas, inclusive as atividades realizadas antes da graduago em Direito. Desse modo, nao é possivel que Resolucdo do Conselho Superior da Defensoria Publica (ato infralegal) exija trés anos de atividade juridica depois da graduagao para os concursos de Defensor Piblico. ‘ST).2* Turma,REsp 1.676.831/AL, Rel Min, Mauro Campbell Marques, julgado em 05/09/2017 (Info 611). inios Nao se exige que eventuais interessados na remarcago das terras indigenas sejam notificados diretamente a respeito da existéncia do procedimento \digenas € realizada mediante proceso administrativo disciplinado pelo Decreto n° 1.75/96. Este Decreto nao exige que eventuais interessados na demarcacao (ex: pessoas que possuem titulos de propriedade da drea a ser demarcada) sejam notificados diretamente a respeito da existencia do procedimento. Basta que soja publicado um resumo do relat6rio circunstanciado nos Didrios Oficiais da Unido e da unidade federada onde se encontra a drea sob demarcago - publicaglo essa que também dove ser afixada na sede da Prefeitura Municipal da situac2o do imével (art. 28, § 72 ‘contra do Decreto n? 1.775/96). Isso ja é suficiente para garan Vale ressaltar, no entanto, que nesta publicagao deverd constar 0 ‘sua propriedade rural (ex: Fazenda Terra Boa). Assim, nao hé nulidade em processo de remarcagao de terras indigenas por auséncia de notificacao direta a eventuais interessados, bastando que a publicacao do resumo do relatério circunstanciado seja afixada na sede da Prefeitura Municipal da situaco do imével. ST). 13 Sogsio. MS 22.816-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 13/9/2017 (Info 611). PERCE nse) CONSELHOS PROFISSIONAIS ‘Quem pode ser responsével técnico em drogarias & facultado aos técnicos de farmacia, regularmente inscritos no Conselho Regional de Farmdcia, a assungdo de responsabilidade técnica por drogaria, independentemente do preenchimento dos requisitos previstos nos arts. 15, § 3%, da Lei n* 5.991/73, c/co art. 28 do Decreto nt 74.170/74, entendimento que deve ser aplicado até a entrada em vigor da Lei n? 13.021/2014. Obs: apés a Let n* 13.021/2014 apenas farmacéuticos habilitados na forma da lei poderao atuar como responsavels técnicos por farmacias com manipulagao e drogarias. SIJ-14 Seco. REsp 1.243.994-MG, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 14/6/2017 (recurso repetitivo) LUnfo 611). Pee ne) ORGANIZAGAO ADMINISTRATIVA ‘Associagdo de Municipios néo pode ajuizar ago para tutelar direitos dos Municipios de Municipios e Prefeitos ndo possui legitimidade ativa para tutelar em juizo direitos e interesses das pessoas juridicas de direito pablico. ‘STJ.1° Segio, REsp 1.503.007-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/6/2017 (Info 610) PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Validade da prova emprestada PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Excesso de prazo para conclusio Been se) REGULARIZACAO FUNDIARIA ADI proposta contra a Lei n® 11.952/2009 ‘A Lei n® 11.952/2009 trata sobre a regularizacao fundidria das ocupagées incidentes em terras situadas em reas da Unido, no Ambito da Amazénia Legal. STF deu intepretacao conforme ao art. 4°, § 2° da Lei para dizer que é inconstitucional qualquer interpretacio que permita a regularizacdo fundidria das terras ocupadas por quilombolas ¢ outras comunidades tradicionais da Amazénia Legal em nome de terceiros ou de forma a descaracterizar 0 modo de apropriagdo da terra por esses grupos. Em outras palavras, os quilombolas e outras comunidades tradicionais néo podem perder suas terras em caso de regularizacao fundiaria. © STF também deu intepretagao conforme ao art. 13 da Lei para afastar quaisquer interpretagdes que concluam pela desnecessidade de fiscalizacao dos iméveis rurais até quatro médulos fiscais, devendo o ente federal utilizar-se de todos os meios referidos em suas informacées para assegurar a devida protecdo ambiental e a concretizacdo dos propésitos da norma para, somente entio, ser possivel a dispensa da vistoria prévia, como condicao para a indluséo da propriedade no programa de regularizacio fundidria de iméveis rurais de dominio piblico na Amazénia Legal. Em outras palavras, a Unido deve utilizar-se de todos os ‘meios paraassegurar a devida protecao ambiental ea concretizagao dos propésitos da norma, para somente entdo ser passivel a dispensa da vistoria prévia como condi¢o para incluso da propriedade no programa de regularizacao fundiaria de iméveis rurais de dominio piblicona ‘AmazOnia Legal. STF, Plenério. ADI 4269/DF, Rel. Min, Edson Fachin, julgado em 18/10/2017 (Info 882). Pines ruse IMUNIDADE PARLAMENTAR Judiciério pade impor aos parlamentares as medidas cautelares do art. 319 do CPP, tno entanto, a respectiva Casa legislativa pode rejeité-las (caso Aécio Neves) © Poder Judicidrio possui competéncia para impor aos parlamentares, por autoridade propria, as medidas cautelares previstas no art 319 do CPP, seja em substituicao de prisdo em flagrante delito por crime inafiancavel, por constituirem medidas individuais e especificas ‘menos gravosas; seja autonomamente, em circunstdncias de excepcional gravidade. Obs: no caso de Deputados Federais e Senadores, a competéncia para impor tais medidas cautelares ¢ do STF (art. 102, 1, “b", da CF/88). Importante, contudo, fazer uma ressalva: se a medida cautelar imposta pelo STF impossibilitar, direta ou indiretamente, que o Deputado Federal ou Senador exerca 0 seu ‘mandato, ento, neste caso, o Supremo devers encaminhar asua decis4o, no prazode24horas, Camara dos Deputados ou ao Senado Federal para quearespectiva Casa delibere sea medida ‘cautelar imposta pela Corte dever ou nao ser mantida. Assim, o STF pode impor a Deputado Federal ou Senador qualquer das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP. No entanto, se a medida imposta impedir, direta ou indiretamente, que esse Deputado ou Senador exerga seu mandato, entio, neste caso, a Camara ou o Senado poder rejeitar (‘derrubar*) a medida cautelar que havia sido determinada pelo Judicidrio. Aplica-se, por analogia, a regra do §2° do art. 53 da CF/88 também para as medidas cautelares diversas da prisao. STE, Plendrio. ADI 5526/DF, rel, orig. Min. Edson Fachin, red. p/ 0 ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/10/2017 (Info 881). DEFENSORIA PUBLICA Inconstitucionalidade de contratac0 de advogados, sem concurso piblico, para serem Defensores Publicos E inconstitucional a contratagao, sem concurso publico, apés a instalagao da Assembleia Constituinte, de advogados para exercerem a funcao de Defensor Piblico estadual. Tal contratacdo amplia, de forma indevida, a regra excepcional do art. 22 do ADCT da CF/88 e afronta o principio do concurso piiblico. STR. 12 Turma. RE @56550/ES, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ 0 ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 10/10/2017 (Info 881). DIREITO CONSTITUCIONAL IMUNIDADE PARLAMENTAR. Deputado que, em entrevista a imprensa, afirma que determinada Deputada “no merece ser estuprada” deve pagar indeniza¢o por danos morais 0 Deputado Federal Jair Bolsonaro (PSC-R}) afirmou que a também Deputada Federal Maria do Rosério (PT-RS), “no merece ser estuprada por ser muito ruim, muito feia, ndo faz meu género”. Eacrescentou que, se fosse estuprador, "nao iria estupré-la porque ela ndo merece”. © STJ entendeu que a conduta do parlamentar ndo esti abrangide pela imunidade parlamentar e que, portanto, ele deveria ser condenadoa pagar indenizagdo por danos morals ‘em favor da Deputada. Decidiu o Tribunal: As opinioes ofensivas proferidas por deputados federais e velculadas por meio daimprensa, em manifestagBes que no guardam nenhuma relaco com @ exerciclo do mandato, nao esto abarcadas pela imunidade material prevista no art. 53 da CF/88 e sfo aptas a gerar dano moral. ST]. 38 Turma, REsp 1.612.310-DE, Rel. Min, Nancy Andrighi, julgado em 15/8/2017 (Info 609). Benen e nur) CONTROLE DE ATOS ADMINISTRATIVOS Judiciério pode determinar que Estado implemente plant3o em Delegacia de Atendimento ao adolescente infrator A deciséo judicial que impie a Administracao Publica o restabelecimento do plantao de 24 horas em Delegacia Especializada de Atendimento a Infancia ea Juventude nao constitui abuso de poder, tampouco extrapola o controle do mérito administrativo pelo Poder Judiciario. ‘STJ.1® Turma. REsp 1.612931-MS, Rel. Min, Napoledo Nunes Maia Filho, julgado em 20/6/2017 (Info 609). IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA MP pode instaurar inquérito civil para apurar ato de improbidade praticado por magistrado e solicitar seu depoimento pessoal TE possivel aabertura de inquérito civil pelo Ministério Publico objetivando a apurario de ato improbo atribuido a magistrado mesmo que jé exista concomitante procedimento diseiplinar nna Corregedoria do Tribunal acerea cos mesmosfatos, no havendo usurpagao das atribuigdes dda Corregedoria pelo érgao ministerial investigante. A mera solicitacao para que o juiz preste depoimento pessoal nos autos de inquérito ci instaurado pelo Ministério Pablico para apuragao de suposta conduta fmproba nao viola 0 disposto no art. 33, IV, da LC n® 35/79 (LOMAN). SI]. 14 Turma, RMS 37.151-$P, Rel. Min, Napoledo Nunes Maia Filho, Rel. para acérdo Min. Sérgio Kukina, julgado em 7/3/2017 (Info 609). Perens rr SIGILO BANCARIO Requisi¢ao pelo MP de informacées bancérias de ente da administraco publica ‘Nao sio nulas as provas obtidas por meio de requisicao do Ministério Pablico de informacies bancérias de titularidade de Prefeitura para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes piblicos contra a Administracao Pablica. £ licita a requisicdo pelo Ministério Piblico de informacées bancarias de contas de titularidade da Prefeitura, com o fim de proteger o patriménio publico, nao se podendo falar ‘em quebra ilegal de sigilo bancario. 0 sigilo de informagbes necessério a preservaco da intimidade é relativizade quando ha interesse da sociedade em conhecer o destino dos recursos piblicos. Diante da existéncia de indicios da pratica de ilicitos penais envolvendo verbas piblicas, cabe ao MP, no exercicio de seus poderes investigatorios (art. 129, VIII, da CF/88), requisitar os registros de operacies financeiras relativos aos recursos movimentados a partir de conta- corrente de titularidade da Prefeitura. Essa requisiso compreende, por extensio, 0 acesso aos registros das operagies bancarias sucessivas, ainda que realizadas por particulares, € objetiva garantir 0 acesso ao real destino desses recursos piblicos. STJ.5* Turma. HC 308.493-CE, Rel. Min, Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 20/10/2015 (Info 572) STF. 20 Turma, RHC 133118/CE, Rel, Min, Dias Totfoli,julgado em 26/9/2017 (Info 879). EXERCICIO PROFISSIONAL £ constitucional a previsio da le de que determinadas atividades sao privativas de nutricionistas £ constitucional a expressao “privativas", contida no caput do art. 3° da Lei n® 8.234/91, que regulamenta a profissao de nutricionista, respeitado 0 ambito de atuacao profissional das demais profissoes regulamentadas. STF. Plendrio, ADI 803/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/9/2017 (Info 879).

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