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O que é Economia Solidária?
Economia Solidária é um termo recente, da década de noventa, criado com o objetivo de reunir diversos
movimentos e iniciativas, novas e antigas, que possuem como valores comuns:
> posse e/ou controle coletivo dos meios de produção, distribuição, comercialização e crédito;
> gestão democrática, transparente e participativa dos empreendimentos econômicos e/ou sociais;
> distribuição igualitária dos resultados (sobras ou perdas) econômicos dos empreendimentos.
A síntese possível entre o cooperativismo, a autogestão e a economia solidária é a seguinte:
>o cooperativismo fornece um modelo de organização, aberta e democrática, adequada aos interesses dos
trabalhadores, seja para a produção crédito, comercialização, serviços;
>a autogestão estabelece a qualidade democrática das relações de gestão e trabalho, adequada aos interesses
dos trabalhadores, seja em cooperativas, organizações sociais ou empresas estatais;
>a economia solidária se constitui como um campo filosófico, político, social e econômico mais adequado
aos interesses dos trabalhadores, visto que nela os trabalhadores empregam os meios de produção,
comercialização e crédito em função de seus interesses.
O que é uma cooperativa?
Cooperativas são empresas constituídas por trabalhadores (produtores ou consumidores) em prol dos
diversos interesses econômicos e sociais dos trabalhadores. Nisto são diferentes das empresas capitalistas,
que são constituídas com a finalidade de gerar lucro, ou seja, de concentrar capital. São portanto
empreendimentos econômicos sem fins lucrativos, que visam a satisfação das necessidades econômicas dos
trabalhadores, produtores ou consumidores, que são seus cooperados.
Todos os tipos de cooperativas, ao contrário das empresas capitalistas, distribuem seus resultados
econômicos em função do capital investido pelos cooperados na cooperativa. Assim, tal como na cooperativa
de trabalho, em que ganha mais quem trabalha mais, na cooperativa de consumo, recebe mais (os excedentes
da cooperativa) quem comprou mais nela. Também é assim na cooperativa de comercialização, quem vende
mais pela cooperativa tem mais direito aos excedentes dela. Isto é radicalmente diferente das empresas
capitalistas.
Há diversos tipos de intercooperação: nas finanças, na produção, no desenvolvimento tecnológico, nas
vendas ou compras etc., o importante é notar que é justamente a intercooperação que torna economicamente
viáveis as pequenas cooperativas, muitas vezes as mais democráticas.
Pela formação de grandes redes de pequenas cooperativas - e associações - muitos empreendimentos
solidários vêem conseguindo manter seus trabalhadores, ampliar o números destes e se fortalecer
economicamente.

O que é um encontro de trocas solidárias?


É uma OPORTUNIDADE de substituir a competição pela cooperação e solidariedade, através das trocas de bens, serviços e
saberes, sem o uso da moeda. Resgatando a forma de intercâmbio mais comum e antiga do mundo: o ESCAMBO.

Quais foram as necessidades dos participantes do primeiro encontro? Bens acumulados (em bom estado de conservação e
limpos) ou produzidos: cd´s, vinil, artesanato, bijoux, livros, espelho grande, cesta para bicicleta, roupas, cortador de grama,
lençol, canga, computador, bomba para tirar agua de poço, aparelho de som, taças de crsital, roupas de cama, mesa, cama de
nenem, ervas medicinais, temperos, ferramentas, hortaliças organicas, saias, compotas, doces, geléias, queijos, grãos, verduras e
hortaliças organicas panos decorativos, bolos e tortas, pães integrais, biscoitos, tênis, tapetes, forno para cerâmica, forno para pães
e bolos, biombo, luminária. Saberes e Serviços: massagens, equipe para trabalhar com arte mosaico, pessoas que escrevam
projetos sociais/artisticos, aulas de violão, aulas de percussão, aulas de costura, aula de inglês, aulas de francÊs, tarô, aula de
teatro, aula de yôga, aula de dança, aula de permacultura, reflexologia, reiki, mutirão para bioconstrução, vivências, cursos, aula
de alemão, capoeira, aula de música aulas de astrologia, dentista

Notícias vindas do Ceará, divulgando a ampliação de um dos maiores sistemas de economia solidária já implantados no
Brasil. É uma experiência que merece ser observada com atenção. Nossos irmãos cearenses estão germinando formas
muito interessantes de relações comunitárias através da utilização de moeda social e outras ferramentas de economia
associativa.

PASSAGEM COM PREÇO DIFERENCIADO NAS TOPICS


PAGAS EM MOEDA SOCIAL PALMAS

Um convênio assinado entre o Banco Palmas, a Associação dos Empreendimentos Solidários do Conjunto Palmeira e o Sindicato
dos Transportes alternativos- topics, vai garantir uma mudança de escala na circulação da Moeda Social Palmas. A partir do dia 26
de junho as topics que circulam no Conjunto Palmeira (totalizando 40) irão aceitar a moeda social Palmas para pagamento da
passagem. Se o morador do bairro pagar com Palmas a passagem será cobrada a 1,45 (1 palmas e 45 centavos de palmas),
enquanto a tarifa da passagem em Fortaleza é unificada em R$ 1,60. Esse sistema além de beneficiar diariamente centenas de
usuários que irão pagar passagem mais barata, irá potencializar a produção e o comércio local, pois calcula-se que, em média, 120
mil em moeda Palmas estarão circulando no bairro mensalmente, gerando mais trabalho e renda para os moradores. Com a adesão
das topics ao sistema de moeda social, outros estabelecimentos do bairro de grande porte também aceitarão Palmas, como o posto
de Gasolina e a Ultragás (grande distribuidor de gás na região). Ao todo já são 70 estabelecimentos comerciais que aceitam a
moeda.

Os moradores do bairro que desejarem adquirir moeda social Palmas podem ir ao Banco Palmas fazer um empréstimo em moeda
social, prestar serviços pagos em moeda social ou ainda trocarem seus reais pela moeda Palmas.

Caso algum empreendedor, que acumule muitos Palmas, queira trocar Palmas por reais também pode fazer essa operação no
banco Palmas, neste caso deixa uma contribuição social de 1% em moeda Palmas para a administração do sistema.

A Moeda Local Circulante Palmas, dialoga com a moeda oficial–reais- para poder equilibrar o sistema e promover o
desenvolvimento uma vez que possibilita o acesso a materias primas, equipamentos e tecnologias que não podem ainda ser
adquiridas em moeda social. Mas, os Palmas estão mostarndo que têm autonomia e maior valor monetário que os reais no
Conjunto Palmeira, pois utilizando Palmas os moradores pagam menos no transporte coletivo e em outros estabelecimentos do
bairro. Essa prática de economia solidária é capaz de trazer desenvolvimento econômico e tem um impacto imediato na vida das
pessoas. Quem estiver em Fortaleza está convidado a participar, neste domingo, 26 de junho, as 9h, saindo da sede da
Associação, de uma grande carreata pelo bairro com as topics, caminhão de gás e outros carros de comerciantes locais
anunciando a ampliação do sistema.

Data: Mon, 27 Jun 2005 10:51:30 -0300 (ART)


De: viniciustst@yahoo.com.br Adicionar endereço
Assunto: [escambo] En: classificados
Para: grupodetroca@grupos.com.br
Precisa-se de loucos!...
*Madalena Carvalho

> De loucos uns pelos outros!


> Que em seus surtos de loucura espalhem alegria; com
> habilidades suficientes para agir como treinadores
> de um mundo melhor, que olhem a ética, respeito às
> pessoas e responsabilidade social não apenas como
> princípios organizacionais, mas como verdadeiros
> compromissos com o Universo.
>
> Precisa-se de loucos de paixão,
> não só pelo trabalho, mas principalmente por gente,
> que vejam em cada ser humano o reflexo de si mesmo,
> trabalhando para que velhas competências dêem lugar
> ao brilho no olhar e a comportamentos humanizados.
>
> Precisa-se de loucos de coragem
> para aplicar a diversidade em suas fileiras de
> trabalho, promovendo igualdade de condições sem
> reservas, onde as minorias possam ter seu lugar, em
> um ambiente de satisfação e crescimento pessoal,
> independente do tamanho do negócio, segmento ou
> origem do capital.
>
> Precisa-se de loucos visionários
> que, além da prospecção de cenários futuros, possam
> assegurar um novo amanhã, criando estratégias de
> negócios que estejam intrinsecamente ligadas às
> estratégias das pessoas.
>
> Precisa-se de loucos por novas tendências,
> mas que caminhem na contramão da história, ouvindo
> menos o que os gurus tem a dizer sobre mobilidade de
> capitais, tecnologia ou eficiência gerencial e
> ouvindo mais seus próprios corações.
>
> Precisa-se de loucos poliglotas
> que não falem inglês, espanhol, francês ou
> italiano, mas que falem a língua universal do amor,
> do amor que transforma, modifica e melhora, pois,
> palavras não transformam empresas e sim atitudes.
>
> Precisa-se simplesmente de loucos de amor;
> de amor que transcende toda a hierarquia, que quebra
> paradigmas; amor que cada ser humano deve despertar
> e desenvolver dentro de si e pôr a serviço da vida
> própria e alheia; amor cheio de energia, amor do
> diálogo e da compreensão, amor partilhado e
> transcendental.
>
> As Organizações precisam urgentemente de loucos,
> capazes de implantar novos modelos de gestão,
> essencialmente focados no SER, sem receios de serem
> chamados de insanos, que saibam que a felicidade
> consiste em realizar as grandes verdades e não
> somente em ouvi-las.

Trocando Talentos!

Vera Herweg Westphal (1)

Relato do 10. Encontro Nacional dos Círculos de Troca da Alemanha realizado em Münster, de 17 a 19 de setembro de 2004.

Neste encontro estavam representados cerca de 60 círculos de troca (CT), espalhados de norte a sul do país, totalizando cerca de
150 participantes.

O grupo local de Münster, como grupo anfitrião, foi responsável pelo programa e pela organização geral do encontro: delineou os
temas e os coordenadores de grupo, além de coordenar as questões de organização como recepção, alojamento, alimentação, etc. O
grupo local saudou os participantes com o dizer "o caminho de faz ao caminhar...". A reflexão iniciou constatando-se que todo
início sempre é difícil, e de repente, já se passaram 10 anos de caminhada dos CT. Quando os círculos se iniciaram, se propuseram
a ser algo diferente, algo alternativo em relação a economia tradicional. Se propuseram trilhar um caminho construindo o novo. E
depois de 10 anos, dois temas centraram as discussões: a) os círculos de troca tem capacidades e possibilidades de futuro? b) quais
as vantagens e desvantagens de se criar uma associação nacional dos círculos de troca?

Breve perfil dos grupos

Atualmente estima-se que existam 250 CT em toda a Alemanha (2). Como não existe uma associação nacional que congrega a
todos, fica difícil saber exatamente quantos são, pois estima-se que a cada 2 semanas se forma um novo grupo. Nestes CT estima-
se a participação de 35.000 pessoas. O tamanho dos grupos é bastante diverso. Há grupos com 30 membros como em Meklenburg
por exemplo, mas há grupos com 1.200 membros, como em Munique por exemplo, mas a média de participantes por grupo é em
torno de 100 a 130 pessoas. Nestes 10 anos, grupos de dividiram, quando se tornaram muito grandes, ou se dissolveram, quando
aspectos administrativos ou relacionais fizeram- no extinguir-se. Grupos em regiões urbanas tem características bem diversas de
regiões que ficam em regiões mais rurais. Nos primeiros os participantes buscam nos CT não só a satisfação de suas necessidades
econômicas, mas a realização de relações de comunidade, de relações interpessoais. Os CT são uma forma de encontrar pessoas,
de resolver problemas individuais num grupo comunitário - o CT -, são uma forma de sair do anonimato, da impessoalidade e do
isolamento tão característas na moderna sociedade urbana. Nas regiões rurais são forma de manter as relações comunitárias em
prosseguimento, pois nestas regiões a ajuda mútua e o controle social são marcas desde a constituição das pequenas propriedades
agrícolas, há mais de 200 anos atrás.
Os CT surgiram como forma de ajuda mútua entre vizinhos. Entre vizinhos se iniciaram trocas, principalmente de serviços, como
por exemplo, serviços elétricos, marcenaria, refeições, transporte, cabelereira, massagem, leitura, etc. Os membros dos CT trocam
talentos: aquilo que sabem e gostam de fazer oferem como seus talentos no CT e em troca podem disponibilizar de serviços,
talentos, que os outros membros oferecem no CT. Nos CT são trocadas as horas de trabalho. Parte-se da concepção que a hora de
trabalho de cada indivíduo, e conseqüentemente de todos os indivíduos, tem igual valor, independentemente da qualificação, da
idade, do sexo, da nacionalidade, do local de moradia, etc. A denominação da moeda circulante em cada grupo é decisão de cada
CT. Assim por exemplo, as moedas podem denominar-se talento, berliner, mecki, spinner, kreuzer, pontos, entre outros. O tempo
médio de participação de cada membro com atividades de troca no CT é de 4,5 horas/mês. E o valor das atividades trocadas
corresponde na moeda corrente entre 100 e 250 Euros. Não é necessariamente a questão financeira em si ou o empobrecimento,
que faz com que as pessoas participem dos CT. A dimensão econômica é uma das motivações, ao lado de outras, como as sociais e
ecológicas.

Característica dos CT também são a autonomia e a autogestão local, ou seja, de cada grupo. Nao há instância ou estrutura superior
que determine como os processos no interior do CT devem ser organizados, administrados ou encaminhados. A dimensão local, a
autogestão e a autonomia local sao aspectos sempres ressaltados pelos CT. Este é um característica muito interessante, pois na
moderna sociedade alemã, burocratizada, altamente regulamentada e diferenciada, os cidadãos como indivíduos tem poucas
possibilidades de participação direta nas instâncias administrativas da cidade/região/estados/país e da vida política. Neste sentido,
para os participantes do CT, o CT é uma forma de vivenciar democracia de base e direta. O CT é a esfera da vida, onde eles
participam das decisões e percebem os reflexos destas diretamente na sua vida cotidiana.

Os CT sao organizações inseridas na economia formal. Aspectos legais e de tributação são temas importantes, pois não pretendem
reforçar a economia informal, na qual estão excluídos do sistema de segurança social. Os CT entendem-se inseridos no sistema
formal de economia e trabalho e a partir deste perspectiva pretendem construir novas relaçoes econômicas, sociais e ecológicas.

Uma tipologia dos grupos

Baseada na análise de pesquisas e relatos dos CT, Kristof (2001:13) propôs uma tipologia dos CT, conforme os acentos por eles
colocados:

1) O CT orientado pela dimensão comunicativa: em relação aos número de participantes, são de tamanho médio, localizados em
regiões onde não há uma estrutura completa de serviços sociais e urbanos, e agrega pessoas com situações de vida semelhantes. A
motivação principal centra-se na dimensão social: o aspecto da comunicação e da vida comunitária em grupo são muito
importantes no CT.

2) O CT com acento ideológico: originaram-se do movimento alternativo e ecológico, caracterizado por alta homogeneidade e
seus participantes tem semelhante filosofia de vida. A motivação para a participação no CT centra-se em aspectos ideológicos:
experimentar e vivenciar uma nova relação econômica e não apenas melhorar a situação econômica individual.

3) O CT voltado para resultados: são principalmente CT com grande número de participantes e em regiões metropolitanas. A
motivação central dos participantes é de usufruir e usar de serviços, que de outra forma não poderiam disponibilizar ou ter acesso.

Vê-se que o espectro de grupos, seus objetivos e finalidades são bastante diversos e amplos. Estas questões também influenciam e
determinam a estrutura interna dos grupos: forma de organizar as relações democráticas internas (decisões por democracia de base
ou representativa), forma de comunicação em rede (interna e com outros CT e associações), etc.

Programa

O programa se estruturou da seguinte forma: no sábado a noite, uma introdução geral ao encontro, com uma abertura, onde, após
as palavras de saudação, foi apresentada uma peça de teatro, que tematizou uma visão de futuro dos círculos de troca. O teatro
encenou uma conversa de um casal, falando e notociando fatos sobre os círculos de troca no ano 2015: temas, problemas, desafios,
conjuntura e estrutura tantos dos grupos como da sociedade em geral. Após esta peça de teatro, se abriu para um debate. O início
deste se deu através de uma dinâmica de grupo, chamado "entrando no barco". Seis cadeiras foram colocadas no palco e as
pessoas iam ocupando as cadeiras e colocando o que as trouxe ao encontro, o que gostariam que fosse debatido, expectativas do
encontro, análise da situação atual dos grupos, dúvidas, impressões, etc. Esta atividade acorreu de forma muito descontraída,
aberta, participativa e dialógica. Os participantes, de forma muito livre, íam levantando temas, questões, discussões, análises,
hipóteses, etc. Desta atividade, não se tirou nenhum conclusão, mas o objetivo, foi abrir o debate do/no encontro, o que realmente
ocorreu.

O programa de sábado iniciou com a apresentação de uma pesquisa sobre "Sustentabilidade dos círculos de troca". A pesquisa
pretendeu uma análise crítica da contribuição atual e possibilidades de futuro dos círculos de troca em relação a sustentabilidade
social, econômica e ecológica.

Após esta conferência inicial, foram oferecidos 28 grupos de trabalho. Estes se dividiram em quatro blocos de horários: 10:00-
11:30, 11:30-13:00, 14:30-16:00 e 17:00-18:30. Ou seja, realizaram-se de 5 a 7 grupos de trabalho concomitantemente. Todos os
temas oferecidos podem ser agrupados em 4 subgrupos temáticos:

1) Subgrupos que tematizaram a realidade cotidiana dos CT, como por exemplo: 'superendividamento nos CT'; 'como fazer um
jornal do CT'; 'aspectos organizacionais e administrativos'; 'legislação e tributação dos CT'; 'entrevistas individuais nos CT'; 'conta
solidária'; 'cooperação com igrejas e outras associações sociais'; 'federação como estrutura nacional'; 'decisões nos CT, segurança
de qualidade'; 'vantagens e desvantagens da forma jurídica associação'.

2) A realidade de outros países (Holanda e Argentina) também foi apresentada e debatida em três grupos.

3) Aspectos individuais e filosóficos também foram tematizados, como por exemplo, 'meu futuro no CT', 'do ter para o ser', ' a
intuição e o fazer', 'filosofia de um TC'.

4) Uso da tecnologia informacional foi tema de 2 subgrupos: 'gerenciamento do escritório/sede do CT'; 'o CT e o uso da internet'.

No sábado a noite foi organizada uma noite cultural, com apresentações musicais, teatro, etc. No domingo foi realizado uma
sistematização geral das questões discutidas e levantadas pelos grupos. Foram tomados encaminhamentos coletivos.

Comentários finais e desafios para o futuro próximo

Um aspecto de central importância, é que este encontro se mostrou com uma central opotunidade para a troca de experiências
entre os CT. Esta troca impulsiona novas práticas no interior dos CT e também do coletivo dos CT. Questoes novas são refletidas,
problemas comuns discutidos e debatidos, sucessos e fracassos são sozializados. Este encontro possibilitou estes aspectos. A
possibilidade real da troca experiências são uma importante motivação para a vinda dos membros dos CT aos encontros nacionais.

Um outro aspecto importante, diz respeito ao viver democracia. Tanto o encontro ocorreu de forma democrática e participativa,
como a gestão interna dos CT de forma democrática é uma dimensão vital dos CT. Democracia é o princípio e o caminho. Ela
orienta todas as práticas internas e possibilita aos participantes vivenciarem formas ativas e diretas do exercício coletivo do poder.
Ela é solicitada e buscada.

A autogestão do encontro e dos grupos foi questão central. Para a organização e realização do encontro, houve um grupo de
trabalho responsável por todo o processo. Também não foi chamada ou trazida alguma organização externa para encaminhar todo
o processo. A organização e realização do encontro foi de fato uma forma real e concreta de vivenciar a autogestão. Mas também,
ao mesmo tempo, no transcorrer do encontro, sempre foi ressaltada repetidamente a importância da autogestão dos CT. Os CT não
querem e nem precisam que alguém externo a eles dia o o que, o como, o quando, o porque fazer. Eles querem ser local de viver a
autogestão, local de concretizar a autodeterminação.

O mesmo diz respeito a autonomia dos CT. O encontro foi bastante autônomo, no sentido de não haver qualquer outra instituição
ou instância que interferisse no processo do encontro. Mas a também a autonomia do CT foi aspecto repetivamente destacado,
levantado e valorizado.

No entanto, estas dimensões tão importantes da autogestão e da autonomia, também levantaram debates acerca da importância ou
necessidade de uma associação nacional dos CT:

foram discutidas as vantagens e desvantagens desta questão, a importância de uma da interlocução e representação nacional junto
as instâncias políticas. O debate acerca deste tema continua.

Em relação a sustentabilidade econômica, social e ecológica, os CT constituem-se em grupos que tem fundamental contribuição
no desenvolvimento da sustentabilidade na sociedade. A dimensão da sustentabilidade social realiza-se na medida em que o CT
possui significado individual e enquanto coletivo aos participantes, fortalecendo a criação e desenvolvimento de laços sociais e
processos de ajuda mútua. Além disso, constitui-se em forma real de integração e interação social contra o anonimato e
animosidade da vida moderna. A dimensão da sustentabilidade econômica realiza-se na medida em que os membros desenvolvem
novas relações de troca econômicas, onde a moeda é apenas meio para a satisfação de necessidades vitais. Nele realizam-se novas
experiências de valorização do trabalho e de enfrentamento do desemprego. A dimensão da sustentabilidade ecológica realiza-se
na medida em que se propõe e vivencia-se novas formas de consumo e de relação com a durabilidade e o uso de bens de consumo,
a forma de produção dos bens de consumo e do uso da energia.

No desenvolvimento contínuo e qualitativo da sustentabilidade econômica, social e ecológica encontra-se os potenciais da


construção de novas relações econômicas, sociais e ecológicas.

Referência Bibliográfica

Kristof, Kora et al. (2001). Tauschringe und Nachhaltigkeit. Wuppertal Papers. Wuppertal Institut für Klima, Umwelt, Energie.
Wuppertal, November, Nr. 118.

1 Doutoranda em Sociologia na Westfälische-Wilhlems -Universität em Münster (Alemanha), bolsista do CNPq.Participou do


evento na qualidade de visitante. Relato e comentários são de completa responsabilidade da autora do presente texto.

2 Há no endereço eletrônico do CT de Münster (http://www.tauschringe.de) uma diversidade de informações sobre outros grupos
na Alemanha. No endereco de um dos CT de Berlin, encontra-se uma relação atualizada de todos os grupos no país
(http://www.tauschringe-berlin.de).

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