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Informação para negócios: os novos agentes do


conhecimento e a gestão do capital intelectual.

Article in El Profesional de la Informacion · January 2001

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Yara Rezende
Natura Cosmeticos
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Informação para negócios: os novos
agentes do conhecimento e a gestão do
capital intelectual
Por Yara Rezende

Resumen: A evolução das características e necessidades dos diferentes usuários de informação em


empresas vem determinando, ao longo do tempo, não apenas a criação de diversos tipos de sistemas de
informação para atendê-los, como também uma constante adaptação do perfil de formação acadêmica e
de atuação dos profissionais da informação. Ao primeiro e tradicional modelo de biblioteca técnica de
empresa seguiram-se os centros de documentação, os centros de informação, as bibliotecas virtuais, os
centros de inteligência competitiva e, atualmente, os centros de gestão do conhecimento. O reconhecimento
da importância estratégica da administração do conhecimento e do capital intelectual das empresas
configura-se como a mais recente fase de evolução na gestão da informação. Os diferentes modelos de
sistemas de informação para empresas já surgidos, apesar de distintos, não se excluem e convivem, ainda
que parcela significativa dos profissionais da informação não venha acompanhando e se adaptando a essa
evolução e esteja perdendo espaço de atuação para profissionais de outras áreas.
Palabras clave: Gestão do conhecimento, Capital intelectual, Informação para negócio, Sistemas de
informação para negócios, Agentes do conhecimento, Gestión del conocimiento, Información para
empresas, Sistemas de información, Agentes del conocimiento.

Title: Business information: new knowledge agents and intellectual capital


management
Abstract: The evolution of information characteristics and needs within businesses over the years has
Yara Rezende involved not just the creation of different information systems but also the continuous adaptation of the
information professional’s profile. The traditional business library model has been followed by business
documentation centers, business information centers, virtual business libraries, competitive intelligence centers and, now, knowledge management
centers. The acknowledgement of the strategic importance of knowledge management and intellectual capital in businesses has become the latest phase
in the evolution of information management. Different business information systems models coexist and do not exclude one another, although a
significant sector of information professionals has not adapted to the changes, with the result being that their sphere of influence is being lost to
professionals in other areas.
Keywords: Knowledge management, Intellectual capital, Business information, Business information systems, Knowledge agents.

Rezende, Yara. “Informação para negócios: os novos agentes do conhecimento e a gestão do capital intelectual”. En: El profesional de la información,
2001, mayo, v. 10, n. 5, pp. 21-32.

Qualidade, produtividade e competitividade. Estes alternativas inovadoras. Gerenciar de maneira inteli-


são os três conceitos sinalizadores dos atuais desafios gente as informações obtidas e o conseqüente conheci-
das empresas que, nos últimos anos, passaram a consti- mento gerado e incorporado pela empresa a partir dos
tuir a trilogia do sucesso empresarial. Nas três últimas seus processos de inovação passa a ser diferencial es-
décadas as empresas alcançaram avanços consideráveis tratégico. Assim, cada vez mais as empresas passam a
nos processos de manufatura, nas áreas financeira, ad- ter, em seu quadro de pessoal, não apenas “especialis-
ministrativa e de marketing, bem como no desenvolvi- tas técnicos”, mas também especialistas em trabalhar a
mento e utilização de novos materiais. Recentemente, as informação de maneira criativa. É nesse contexto que
empresas experimentaram expressivas transformações surgem, dentro das empresas, os novos agentes do
na gestão dos negócios em conseqüência da automação conhecimento.
industrial e de escritórios, de modo que o uso da tecno-
logia da informação se transformou em passaporte para Os agentes do conhecimento
entrada num mundo de mercados globalizados. e a informação
Ao longo da sua trajetória as empresas vêm incor-
Reduzir custos e ganhar vantagem competitiva
porando, em suas estruturas, diferentes profissionais,
passa a ser o resultado não só do “quanto”, mas tam-
cujos perfis de atuação dependem diretamente do uso
bém de “como” serão feitos investimentos em tecnolo-
e interpretação da informação.
gia e esse resultado será proporcionalmente maior pa-
ra as empresas que responderem de modo mais rápido 1. Agentes criativos. São os profissionais que utili-
às mudanças de necessidades e de demandas do mer- zam a informação na solução de problemas, ou como in-
cado e da sociedade como um todo, antecipando-se em sumo gerador de idéias que irão fundamentar novas tec-

Artículo recibido el 25-01-01 Yara Rezende, Supervisora de informações da Natura Cosméticos S. A., Bacharel em Biblioteconomia
Aceptación definitiva: 22-03-01 e Documentação pela USP/ECA. yararezende@natura.net

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Yara Rezende

nologias e conceitos que, por sua vez, irão proporcionar 3. Agentes intermediários. São os especialistas
vantagem competitiva. Os agentes criativos da empresa em intermediar o acesso à informação, cujo processo
são os profissionais das áreas de desenvolvimento e se inicia com a identificação e interpretação das de-
criação para os quais a informação necessária pode es- mandas de informação do negócio, seguida da identi-
tar em catálogos comerciais, notícias, textos literários, ficação das fontes de informação, da seleção e pesqui-
imagens, artigos de revista, livros, como também em sa propriamente dita, da organização que torna as in-
complexas análises de engenharia, de logística, de equi- formações acessíveis e, por fim, da sua divulgação pa-
pamentos ou de formulações químicas e seus efeitos. ra os agentes do conhecimento existentes na empresa.
Essa categoria de agentes foi quase que exclusivamen-
O atendimento das demandas de informação destes te formada por bibliotecários em sua mais tradicional
profissionais tem sido realizado através dos diferentes função de organizadores e mantenedores dos acervos
tipos de sistemas de informação, criados nas últimas das bibliotecas internas de empresas. Atualmente, o
décadas. O modelo mais antigo é o da tradicional bi- perfil de formação e atuação profissional dessa cate-
blioteca técnica de empresa, representada, em geral, goria de agentes vem sofrendo constantes e significa-
por uma sala com acervos de livros, periódicos e nor- tivas mudanças.
mas técnicas mantidos, na maioria das vezes, com li-
mitados recursos orçamentários e que, freqüentemen- Em conseqüência do natural amadurecimento por
te, acabava se transformando num depósito de livros e que passam todas as empresas, seja em relação às suas
revistas, recebidos na empresa. Tais bibliotecas atua- crenças e modos de gestão, seja quanto aos seus pro-
vam como microespelhos de bibliotecas especializa- cessos internos, esse profissional foi ganhando um no-
das e universitárias, tendo como foco de atuação o acú- vo papel de intermediário entre as demandas de infor-
mulo de acervo com o objetivo de atender às deman- mação da empresa e o universo de informações acessí-
das internas da empresa. veis e acessáveis. Atualmente, constata-se a parti-
cipação cada vez maior de profissionais de diversas es-
Em seguida, viveu-se a fase dos centros de docu- pecialidades atuando nesse tipo de atividade. São os
mentação, que nada mais eram do que as mesmas bi- chamados infomediários ou information brokers.
bliotecas de empresa, porém de menor tamanho e que
4. Agentes gestores do conhecimento. É uma no-
tentavam ser mais seletivos quanto à abrangência de seus
va categoria de profissionais, cujo papel é a adminis-
acervos. Ao mesmo tempo, surgiram os centros de in-
tração do capital intelectual da empresa, também cha-
formação, cuja proposta, em alguns casos, ia além de
mado de QI empresarial. Antes de se proceder uma
simplesmente guardar livros e publicações, para se arris-
análise mais detalhada sobre esses profissionais e o
car em primitivas seleções e análises de conteúdo, em-
seu papel dentro das modernas organizações, é neces-
briões dos atuais sistemas de inteligência competitiva.
sário assinalar a distinção sobre o que é “inteligência”
No início dos anos 90, viveu-se o boom das bi- empresarial e “QI” ou “conhecimento” empresarial.
bliotecas virtuais de empresa, cujo foco de atuação é o
acesso à informação ao invés do acúmulo de acervos. Inteligência empresarial para
Mais do que armazenar informação em pilhas de pu- formulação estratégica
blicações e documentos e despender recursos com is- A formulação estratégica de qualquer negócio
so, compreende-se que ser estratégico é saber onde en- sempre é feita a partir das informações disponíveis e,
contrar a informação certa, de maneira rápida e custo- portanto, nenhuma estratégia consegue ser melhor que
efetiva15, 16 . a informação da qual é derivada. Chama-se inteligên-
cia competitiva o processo de monitorar o ambiente
2. Agentes intérpretes. São os profissionais que competitivo e não apenas o ambiente mercadológico,
interpretam o ambiente, utilizando a informação como prática há mais tempo consolidada por meio de pes-
ferramenta de prospecção e identificação de novos ne- quisas de mercado ou marketing.
gócios, mercados e tecnologias. São os especialistas
em análise e planejamento econômico, comercial ou Sapiro define inteligência empresarial como o
tecnológico, cuja sua missão é a de identificar ameaças processo de “transformar dados em sabedoria, através
e oportunidades, antecipando mudanças de cenários. de um sistema informacional que tem como objetivo
Para suprir suas necessidades de informação, surgiram melhorar a posição competitiva. Antes o relaciona-
os sistemas especialistas em inteligência competitiva, mento com o mercado caracterizava-se por uma troca
que se valem principalmente dos sistemas virtuais de simples, [...]. Hoje, a troca é essencialmente baseada
acesso a informações para obter dados que serão ana- em informações”20. Pode-se ainda definir inteligência
lisados e reinterpretados à luz do negócio e, posterior- competitiva como o processo de monitorar o ambiente
mente, divulgados às esferas decisórias da empresa. competitivo.

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Informação para negócios: os novos agentes do conhecimento e a gestão do capital intelectual

Partindo dessas definições, será a habilidade com permutáveis na equação da produção e o conhecimen-
que a empresa coleta, organiza, analisa e implementa to era tido apenas como uma condição desejável. Ho-
mudanças a partir de informações, integrando-as ao je, as inovações tecnológicas, cada vez mais acessíveis
processo de melhoria contínua de suas atividades, que a todos os setores econômicos, reduziram a distância
irá determinar a sua excelência. Para isso, principal- diferenciadora entre as empresas, que passaram a ter
mente nos últimos cinco anos, muitas empresas passa- possibilidade de acesso às novidades e evoluções sur-
ram a contar internamente, com áreas de “inteligên- gidas em qualquer parte do mundo. O diferencial entre
cia”, o habitat dos agentes intérpretes. Para estes, a as empresas não é mais as máquinas utilizadas no pro-
produção inteligente de informações deve começar cesso produtivo, mas sim o somatório do conhecimen-
com a identificação das necessidades do negócio, se- to coletivo gerado e adquirido, as habilidades criativas
guida da escolha das fontes, da coleta, classificação, e inventivas, os valores, atitudes e motivação das pes-
organização e análise de dados e pela edição e difusão soas que as integram e o grau de satisfação dos clien-
constante das informações geradas para os níveis deci- tes. São os chamados ativos intangíveis, os conheci-
sórios da empresa. Iniciativas que se limitem a coletar mentos tácitos ou explícitos que geram valor econômi-
e disseminar dados pela empresa não garantem, por si co para a empresa e cuja origem está diretamente rela-
só, vantagem competitiva. cionada aos “agentes criativos” da empresa.
Fuld lembra que a informação nunca anda em lin- O principal foco gerador de riqueza não é mais o
ha reta e que informações valiosas podem passar desa- trabalho manual e sim o intelectual. Empresas pobres
percebidas e por isso é preciso constância e método de bens mas ricas de cérebros passam a ser as mais va-
para trabalhá-la7. Segundo a Society of Competitive In - lorizadas, como as consultorias, as agências de publi-
telligence Professionals (Scip), 80% das informações cidade e criação, as empresas de auditoria, as empre-
sobre os concorrentes estão dentro da própria empresa. sas criadoras de softwares e de novas soluções infor-
matizadas, bem como as empresas ponto com. Na so-
O trabalho de inteligência não se constitui mais em ciedade pós-industrial, o último estágio é a sociedade
novidade, mas apenas nos últimos anos essa atividade do conhecimento, onde a criação, distribuição e mani-
tem sido formalizada, departamentalizada e organiza- pulação da informação constituem a principal fonte de
da em nível mundial. Prova da sua valorização, bem geração de riquezas.
como a de seus profissionais é o crescimento no nú-
mero de filiados a essa mesma associação, que de Se a nova riqueza é o conhecimento, capital e trabal-
1.800 membros em 1995 saltou para 6.000 em 1999, ho passam a ser menos antagônicos. Capital é cada vez
com uma média de 200 novas adesões por mês. Das mais o capital intelectual, capital de relacionamento, ca-
500 maiores empresas listadas pela revista Fortune, pital de marca e identidade. E trabalho é cada vez mais a
90% têm processos de inteligência estabelecidos. A capacidade de gerar e gerir idéias, de conectar-se, comu-
NutraSweet, tradicional empresa do ramo de dietéti- nicar-se e relacionar-se com pessoas, sejam elas clientes,
cos, afirma obter ganhos de até US$ 50 milhões anuais parceiros, outros profissionais e até mesmo o círculo fa-
graças a esse trabalho. miliar e de amigos, já que qualidade de vida influencia o
resultado final do trabalho. Por mais de um século, o ho-
Para Gilad e Gilad, apud Sapiro, a atividade de mem mais rico do mundo foi associado ao petróleo. Ho-
inteligência deveria até mesmo ser institucionalizada je, está associado ao conhecimento.
nas empresas à maneira de uma rede, onde diversos
funcionários seriam responsáveis pela coleta de dados Capital intelectual é, enfim, o conhecimento
e alimentariam uma central de inteligência, que os in- existente em uma organização e que pode ser usado
terpretariam e divulgariam20. Seja qual for a extensão para criar uma vantagem diferenciada. Quanto mais
da rede interna e externa de inteligência de uma em- inteligente, sofisticada e integrada à nova economia,
presa, para que o sistema seja bem sucedido é impor- caracterizada por um alto grau de diversificação, velo-
tante determinar se a sua abrangência é extensiva a to- cidade e complexidade, mais chances a empresa terá
do o ambiente ou limitada apenas a uma parte dele. em sobreviver e crescer.

Os ativos intangíveis do capital


Capital intelectual: mais mente, menos
músculos intelectual
Os ativos intangíveis que compõem o capital inte-
Novas e importantes percepções emergem quando
lectual de uma empresa podem ser divididos em três
as empresas passam a ser vistas também sob a ótica do
categorias:
conhecimento. No antigo modo de se conceber as em-
presas como um agregado de recursos para gerar pro- 1. Ativos de mercado. São os bens intangíveis que
dutos e serviços, as pessoas eram consideradas fatores guardam relação com o mercado, tais como: a carteira

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Yara Rezende Informação para negócios: os novos agentes do conhecimento e a gestão do capital intelectual

de clientes e respectiva fidelidade, as relações com maior do que a escassez de profissionais com boa for-
acionistas, bancos e fornecedores, os acordos de coo- mação cultural e educacional. Na escolha do perfil de
peração e alianças estratégicas, tecnológicas, de pro- quem serão os agentes do conhecimento das empresas,
dução ou comerciais, as marcas registradas e respecti- não se discute mais saber ou não inglês e espanhol, is-
va imagem no mercado, os canais de distribuição, as so é obrigatório. Assim como dominar novas tecnolo-
licenças e franquias. Esta categoria de ativos é impor- gias de ponta, como internet, intranets e computadores
tante na medida em que proporciona vantagem com- em geral. Pessoas que não sabem nem usar um forno
petitiva à empresa, assegurando aos seus clientes mel- de microondas e querem arrumar um bom emprego, is-
hor conhecimento de sua identidade e ações. so não vai mais existir11.
2. Ativos de competência individual. Compreen- Hoje, já não basta ler três jornais por dia, ou pas-
de o conhecimento, o expertise, a perícia, as habilida- sar horas navegando em sites noticiosos, ou mesmo ler
des, a capacidade criativa e de liderança dos funcioná- montanhas de livros se o conteúdo aprendido não for
rios da empresa. São as qualidades intrínsecas ao ser empreendido na geração de algum tipo de valor, seja
humano enquanto indivíduos e, portanto, não perten- ele pessoal, comunitário ou empresarial. É a suprema-
cem à empresa. Mais que recursos humanos, são o ca- cia da qualidade perante a quantidade. Vive-se numa
pital humano. sociedade cuja única certeza é a mudança. E onde tu-
do muda a toda hora é impossível existir uma receita
3. Ativos de estrutura. É a estrutura organizacio- de sucesso. Os paradoxos que se apresentam aos pro-
nal formal e informal da empresa. O conjunto das tec- fissionais desses novos tempos são vários: pensar a
nologias, ferramentas, processos e metodologias res- longo prazo, mas mostrando resultados imediatos; ino-
ponsáveis pelo funcionamento do negócio. Nesta cate- var sem perder eficiência; colaborar, mas também
goria se incluem os softwares e redes de comunicação competir; trabalhar em equipe, sendo cobrado indivi-
utilizados, as bases de dados, os sistemas de direção e dualmente; ser flexível, sem romper padrões; conviver
gestão, as atividades de pesquisa e desenvolvimento, com o real cada vez mais virtual; manter a liberdade,
os segredos de fabricação e know-how, as patentes e mas estar cada vez mais conectado e em rede; estar fo-
copyrights. Esta categoria confere qualidade, segu- cado, sem perder noção do que os cerca; buscar a per-
rança, correção e ordem à empresa. feição em meio a rapidez; ser agressivo, sem perder a
emoção; agir rápido e por impulso, mas com consciên-
Intelecto: o melhor abandonado cia; estabelecer-se, mas mudando e inovando sempre;
Capital intelectual é o capital que reside na cabeça dividir para poder multiplicar.
das pessoas, proveniente do trabalho e criação do inte- Hoje, mais do que nunca, a criatividade é funda-
lecto e, no contexto da empresa, é a experiência acu- mental para surpreender e conquistar clientes e para
mulada pelo esforço de pesquisa de novos produtos e que isso aconteça é preciso ter inovação para a reali-
métodos de trabalho, pelo desenvolvimento e domínio zação de um trabalho espetacular que só se concretiza
de tecnologias emergentes e aprimoramento das re- quando se adora o que faz11.
lações e parcerias. É, enfim, o talento e o nível de
Liderança é outro pressuposto do perfil daqueles
eficiência atingidos. Alto grau de eficiência pode ser
que serão os novos agentes do conhecimento da em-
obtido numa balanceada combinação de bons desem-
presa. Não existe enpowerment sem conhecimento. Lí-
penhos das áreas operacionais, administrativas e técni-
der é aquele que abre caminhos para seus liderados e
cas da empresa. Já o talento, sendo inerente à condição
não o chefe que passa o dia assinando papéis que é a
humana e não genético, pode ser aprendido. O recon-
primeira coisa que se aprende na alfabetização, ou se-
hecimento do valor do capital intelectual apresenta
ja, assinar o nome 11.
uma nova perspectiva de como as empresas devem or-
ganizar seu futuro ao investirem na renovação de seus Ser empreendedor, por sua vez, significa correr ris-
ativos intangíveis, principalmente, as pessoas. E o que cos, tomar iniciativa, ser obsessivo com resultados [...],
deve ser feito para que pessoas possam desenvolver ta- mas se você chega numa empresa e pergunta a um fun-
lentos e atingir excelência em seus intelectos? Segun- cionário quanto ele custa para a empresa [...] ele vai cal-
do Ludwig, uma revolução da educação e pela edu- cular um custo X. Mas se você perguntar quanto ele ren-
cação. Por exemplo, nas escolas, proíbe-se as crianças de a empresa, ele não sabe responder. Isso significa que
de falar, quando na realidade, hoje os maiores salários falta muito para esse funcionário ser um empreendedor11.
são justamente de quem fala11.
Sobre as atuais equipes de trabalho, Ludwig é ain-
Para empresas atentas em gerar valor a partir do da mais crítico: empresa tem que ser um time e não um
seu capital intelectual, o cenário de escassez na oferta grupo de trabalho. No time você pode até odiar o ou-
de profissionais criativos, inovadores, intuitivos, líde- tro, mas trabalha com ele sem boicotar, já que o obje-
res e com espírito empreendedor e de equipe só não é tivo é o resultado do trabalho da empresa [...]. Hoje o

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que vale é o nível de conhecimento do time e com is- atenção especial passa a ser dada à sua gestão pois,
so a hierarquia se torna reverencial. Quando empresas uma vez formalizado, capturado e alavancado, pode
implantam apenas um espírito de time, a hierarquia produzir ativos de ainda maior valor. Gerenciar o capi-
destrói o time [...]. Ter um time é dizer que existe um tal intelectual é uma tarefa complexa, até porque está
objetivo comum e não existe caso de que essa não é a incluso neste conceito a gestão do conhecimento (par-
minha função, quem quiser que faça11. As atuais equi- te do capital intelectual) e a gestão da informação (par-
pes têm que ter postura relacional, onde a qualidade do te da gestão do conhecimento), exigindo, portanto, da
desempenho individual é função da interação, comuni- função de administrá-lo, esforço multidisciplinar12.
cação e coordenação entre os membros. A ênfase dada
no trabalho em equipe passa a ser o conhecimento tra- Uma das questões que se coloca é de que forma as
balhado e não o trabalho do conhecimento. empresas podem conciliar o conhecimento que se en-
contra na cabeça dos seus funcionários com as infor-
Com a transição da era da informação para a era do mações existentes em suas bases de dados, nos papéis,
conhecimento, compreende-se que a informação, por planilhas e relatórios por ela gerados, transformando-
si só, não gera novos conhecimentos. Informação gera os em ferramenta geradora de vantagem estratégica
conhecimento quando algo de novo for criado a partir para o negócio. Outra questão diz respeito a como re-
das suas possíveis interpretações. Quando a empresa ter esse conhecimento para que ele se torne proprieda-
identifica e adquire os conhecimentos que estão lhe de da empresa, isto é, em capital estrutural.
faltando e compartilha esses conhecimentos com os
outros, aí sim o seu capital humano começa a crescer O desafio da gestão baseada em conhecimento é
em competência e conhecimento. também entender como a empresa funciona enquanto
inteligência coletiva, para atingir plenamente os seus
O valor do capital intelectual objetivos. A própria natureza intangível dos ativos do
Com o desenvolvimento das telecomunicações e conhecimento dificulta a escolha de soluções e torna
da informática, na empresa voltada para o conheci- relativos os resultados já alcançados por algumas em-
mento, a informação passa a assumir realidade e valor presas.
próprios, separados dos bens físicos. Paradoxalmente,
porém, essa nova realidade é bastante tangível, mate- Stewart relata experiências de empresas que já in-
rializando, assim, o imaterial. Ao mesmo tempo, expe- vestiram consideráveis somas, identificando, reunin-
rimenta-se um novo renascimento da importância do do, organizando, avaliando e disseminando o seu capi-
ser humano como principal personagem da economia, tal intelectual com o objetivo de atribuir-lhe valor pe-
pois é ele quem detém o principal recurso competitivo rante a possibilidade de vendê-lo, evitar retrabalhos,
das organizações: o conhecimento. agilizar trocas de informação e experiências e melhor
aproveitar os especialistas da empresa e suas idéias21.
A informação passa, portanto, a figurar como prin-
cipal bem econômico na medida em que é o ingre- De qualquer maneira, capital intelectual é, antes de
diente fundamental na geração do conhecimento [...]. mais nada, capital e, como todo capital, pode ser ge-
As empresas passam a valer mais pelo conhecimento renciado em termos de estoques e fluxos que, neste ca-
que detêm ou comercializam do que pelo patrimônio so, são os estoques e fluxos de conhecimento exis-
físico [...]. Com o advento da civilização digital, o in- tentes na empresa. Parte desse estoque de conheci-
tangível passa a compor a parte de maior valor de uma mento tem direitos legais de propriedade, como as tec-
empresa12. nologias e produtos desenvolvidos, as marcas criadas
e os direitos autorais. Outra parte compõe-se da estra-
Quantificar esse valor intangível, que é a lacuna
tégia, cultura, sistemas, rotinas e procedimentos orga-
existente entre o balanço patrimonial de uma empresa
nizacionais e há ainda uma parte que é pura ciência de
e o seu valor de mercado é um dos grandes desafios da
vanguarda. Fluxos são todos e quaisquer caminhos por
atualidade, especialmente para as empresas que detêm
onde o conhecimento trafega, desde as redes eletrôni-
elevado conhecimento técnico. O mercado avalia que
cas até o compartilhamento entre pessoas. Conheci-
o patrimônio intelectual de uma empresa vale de três a
mento deve fluir rápido e facilmente entre as diversas
quatro vezes o seu valor contábil. Metodologias para
funções da empresa.
cálculo do capital intelectual de uma empresa foram
estudadas por Edvinsson, Graef, Malone, Stewart, Uma vez identificados estoques e fluxos, o próxi-
entre outros6, 9, 13, 21. mo passo é integrá-los, organizando-os e divulgando-
os e esta tarefa pode, ela própria, tornar-se também ca-
Gestão do conhecimento pital intelectual, pois sistemas criados a partir do uso
Uma vez reconhecido o capital intelectual como da tecnologia da informação também são ativos de es-
um dos principais geradores de riqueza das empresas, trutura.

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Percebe-se, assim, o surgimento de mais um dife- conceitual do sistema de informação a ser criado, à luz
rente segmento na administração da informação: a da capacidade cognitiva da empresa. Não deve se li-
gestão do conhecimento gerado dentro da empresa e mitar, portanto, a uma mera escolha de software. O
que, assim como a informação gerada fora da empre- âmbito técnico do sistema é o que oferece soluções no
sa, precisa ser identificado, compilado, organizado, nível das tecnologias da informação propriamente di-
avaliado e disponibilizado, porém sob a nova perspec- tas, no nível do conhecimento aplicado e modelos de
tiva do capital intelectual. Pode-se, portanto, dizer que negócio. A análise do âmbito conceitual permite dis-
a gestão do conhecimento é o processo de criar valor cernir as condições intrínsecas e extrínsecas ao sistema
pelo uso dos ativos intangíveis da empresa. É a trans- que também podem gerar resultados efetivos. Capaci-
formação da informação em conhecimento e do con- dade cognitiva é a aptidão para registrar, armazenar,
hecimento em negócio. usar e dotar de sentido dados compilados, possibilitan-
do melhor embasamento na tomada de decisões e apli-
Tecnologias para administração do cação de recursos. Para que seja efetiva, qualquer tec-
conhecimento nologia de administração do conhecimento escolhida
deve servir a um objetivo estratégico claro.
Existem dois tipos de conhecimento: ou conhece-
mos um assunto ou sabemos onde encontrar infor-
Uma história de castelos de livros
mações sobre ele. Assim como vem ocorrendo nos de-
mais âmbitos gestores das empresas, a tecnologia da Rápidas e significativas têm sido as mudanças ex-
informação também tem papel relevante na preser- perimentadas pelas empresas nos últimos anos, com
vação e administração do capital intelectual da empre- relação a criação e gestão de sistemas de informação.
sa, principalmente visando alavancar os processos de Sistemas com propósitos distintos e diferentes modus
inovação. Os estoques da empresa voltada para o con- operandi foram surgindo e se aperfeiçoando ao longo
hecimento são basicamente compostos de informação do tempo e hoje esses diversos sistemas coexistem.
e os novos processos automatizados, que passaram a O cenário é de convivência: existem muitas em-
coletar e distribuir esse “novo tipo” de informação, presas cuja gestão da informação se dá apenas no nível
aniquilaram os antigos e lentos sistemas de informação da informação vinda de fora, sem ainda se darem con-
vertical hierarquizada. ta da importância estratégica da gestão do conheci-
Algumas empresas já experimentaram recompen- mento interno, gerado a partir dessas informações. As-
sas financeiras por investirem em tecnologia para sim, para algumas empresas o núcleo de informação
gestão do conhecimento. A criação de bancos de dados segue ainda o tradicional modelo de biblioteca técnica
de conhecimento, além de facilitar e democratizar o interna ou do centro de documentação ou de infor-
acesso ao conhecimento, ajuda as empresas a trabalha- mação, sendo que estes últimos nada mais são do que
rem de forma global e independente da sua locali- um misto de biblioteca, por possuírem acervo, acresci-
zação, possibilitando maior controle do conhecimento dos de alguns serviços, como os de seleção, análise e
envolvido no crescimento e rotatividade de pessoal. divulgação de informações. Por outro lado, crescem
“Cada indivíduo que sair da empresa levará consigo em número e importância os sistemas de informação
conhecimentos que vale a pena reter e cada novo fun- conjugados, onde bibliotecas virtuais sem acervo e
cionário trará conhecimentos que merecem ser com- com foco de atuação no acesso e pesquisa de infor-
partilhados”21. mações suprem centros de inteligência competitiva, de
maneira rápida e custo-efetiva. Recentemente, estudos
As experiências mais comuns até o momento, re- e análises sobre capital intelectual, seu valor e gestão
ferem-se à criação de bancos de dados de: cadastros do passam a dar uma nova interpretação à informação, co-
tipo páginas amarelas de especialistas e respectivos mo sendo apenas insumo gerador de conhecimento,
expertises; de “processos e soluções” desenvolvidos e dentro do contexto de negócios. Essa nova abordagem
respectivas customizações (também chamados de re- trata a informação, de maneira mais objetiva, como
ceitas ou lições aprendidas); de sistemas voluntários sendo sinônimo de dado imbuído de significado, que
de perguntas e respostas; e de sistemas de inteligência só terá valor se gerar valor. Tal pressuposto revolucio-
do concorrente com respectivo perfil financeiro (ba- na não apenas a maneira como é vista e entendida a in-
lanços), comercial (carteira de clientes, canais de dis- formação, como traz uma nova perspectiva para aque-
tribuição, marcas registradas, portfólio de produtos, les que trabalham direta ou indiretamente com ela.
market-share, ações na mídia, entre outros), e tecnoló-
gico (patentes, listas de especialistas e respectivos pa- O atual reconhecimento da importância da gestão
pers técnicos etc.). do capital intelectual, somado à possibilidade, que
apenas agora se oferece, de se analisar todo o cenário
A escolha da tecnologia de administração do con- histórico-evolutivo dos diferentes tipos de sistemas de
hecimento deve levar em conta os âmbitos técnico e informação para negócios já experimentados, co-

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Yara Rezende Informação para negócios: os novos agentes do conhecimento e a gestão do capital intelectual

meçam a desmistificar e redimensionar o valor intrín- negócios, foi a crescente descrença dos empresários
seco da informação e dos modelos de sistemas até ho- com relação a manter núcleos de informação nas es-
je experimentados para administrá-la, dentro do am- truturas de suas empresas. Esta situação, aliada às fre-
biente de negócios. No âmbito estratégico-empresa- qüentes crises econômicas ocorridas no país, fizeram
rial, a informação terá mais ou menos valor não só de- com que essas bibliotecas e centros desmoronassem
pendendo da sua aplicação mas, principalmente, da dentro das empresas, como castelos de livros que
maneira que for interpretada, gerando novos conheci- eram.
mentos que irão agregar valor ao negócio. A evolução
Era o início de uma revolução de fato e não mais
da gestão da informação para algo mais amplo e com-
uma mera troca de nomenclatura; era questão de so-
plexo, que é a gestão do conhecimento, impacta e traz
brevivência, tanto do conceito de biblioteca no âmbito
conseqüências diversas no âmbito dos chamados pro-
empresarial, quanto dos profissionais que nela atua-
fissionais da informação.
vam. Quebrava-se, assim, dentro das empresas, o pa-
Dentro do contexto empresarial, o termo e a radigma do castelo de livros ou acervo e do respectivo
função de bibliotecário foi usado e ainda continua sen- guardador de livros ou bibliotecário.
do, em alguns casos, para designar o profissional cuja
Aos poucos, a biblioteca em seu sentido tradicio-
responsabilidade era a de ordenar, disponibilizar e res-
nal vai perdendo espaço dentro das empresas para as
guardar documentos e, consequentemente, as infor-
bibliotecas virtuais, que passaram a cumprir com as
mações neles contidas. O termo, assim como a função,
funções e objetivos do que seria uma biblioteca, sem
foi importado diretamente do universo das bibliotecas
que para isso fosse necessário possuir acervos centra-
públicas, escolares, universitárias e especializadas, pa-
lizados. A redução dos acervos físicos parece mesmo
ra o âmbito da gestão de negócios, algo com objetivos
ter proporcionado às empresas uma visão mais ampla,
e funções, certamente, bastante diferentes de uma bi-
que lhes possibilitou compreender que elas precisavam
blioteca.
de informação e não necessariamente de livros e acer-
Com a crescente complexidade e abrangência da vos. Essa nova compreensão permite que as empresas
gestão de negócios, esse profissional passa a se mostrar busquem um perfil mais adequado para o profissional
limitado não apenas em sua formação acadêmica, mas que irá gerir esse novo sistema. Mais que um organi-
também quanto a própria denominação. As bibliotecas zador este profissional deve ser também um agente in-
técnicas de empresa, com seus pesados acervos, não termediário na busca, seleção, divulgação e gestão dos
mostravam agilidade de resposta suficiente para acom- fluxos de informação dentro da empresa. Essa ativida-
panhar o ritmo veloz das mudanças dos focos de inte- de passou a ser chamada de brokerage e esse novo pro-
resse da empresa. Além disso, passam a ter cada vez fissional hoje é conhecido como infomediário ou in-
mais dificuldade em manter a atualização desses acer- formation broker.
vos a um baixo custo, o que impactava diretamente na
Ocorreu, em paralelo, um aumento significativo do
competitividade do negócio como um todo.
número de profissionais de outras áreas e especialida-
Na tentativa de manter e até mesmo expandir as des, que passam a atuar dentro das empresas como in-
possibilidades de atuação dos profissionais bibliotecá- termediários nos processos de gestão da informação
rios, que começam a perder espaço no mercado de tra- devido, principalmente, ao fato de que a formação
balho em empresas, denominações profissionais mais acadêmica oferecida pelas escolas de biblioteconomia
abrangentes, porém ambíguas, passaram a ser usadas, ou ciência da informação já não atendia plenamente às
tais como profissionais, administradores, cientistas e necessidades das empresas.
gestores da informação; assim como a sua área de
A evolução e amadurecimento da própria ativida-
atuação deixou de ser chamada de biblioteconomia pa-
de de gestão empresarial em face da nova ordem
ra ser ciência da informação.
econômica e tecnológica, somada ao aumento qualita-
Talvez porque essa transformação tenha se dado tivo e quantitativo de informação que as empresas pas-
apenas no nível da denominação e não no nível das sam a ter acesso através das atividades de brokerage,
ações, certo é que esta nova nomenclatura pouco ou fez com que naturalmente as empresas percebessem
nada mudou no âmbito da gestão da informação para que para a superação dos seus atuais desafios se exi-
negócios. A denominação biblioteca também foi giam sistemas de informação ainda mais flexíveis e
mudada para centro de documentação ou centro de in- eficientes, os quais pudessem triar e digerir rapida-
formação sem que, no entanto, o foco de atuação fos- mente crescentes quantidades de informação.
se alterado.
Num mundo de competitividade global não basta
A conseqüência dessa sucessiva miscelânea de no- somente ter ou saber onde encontrar ou acessar a in-
mes para uma imutável realidade, que fora importada formação. É necessário também analisá-la, interpre-
do contexto das bibliotecas de fato para o cenário de tando-a à luz dos cenários econômico, tecnológico e de

30 El profesional de la información, vol. 10, nº 5, mayo 2001


Yara Rezende Informação para negócios: os novos agentes do conhecimento e a gestão do capital intelectual

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ser o de um sistema que combina acesso, análise e in- 3. De Masi, Domenico. Futuro do trabalho: fadiga e ócio na sociedade
pós-industrial. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999. Isbn 85-0300682-0.
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transformar em conhecimento a ser utilizado nos di- 4. “Document management versus knowledge management”. En: Know -
ledge management, 2000, febrero, v. 3, n. 5, pp. 26-35.
versos processos de tomada de decisão e planejamen-
tos estratégicos da empresa. 5. Drucker, Peter F. “The coming of the new organization”. En: Har -
vard business review, 1988, enero/febrero, v. 66, n. 1, pp. 45-53.
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ra flagrante que, ao longo do tempo, os sistemas de in- 13. Malone, Michael S. New metrics for a new age. Consultado en: 9-
formação para negócio foram perdendo valor enquan- 01-2000.
to ativo físico ou acervos. Ao mesmo tempo, esses sis- http://www.forbes.com/asap/97/0407/040.htm
temas passam a ter valor pela expertise em acessar,
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analisar e interpretar a informação, pois é desta manei- competitive advantage”. En: Harvard business review, 1985, julio/agosto,
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No curso dos diversos modelos vividos pelos siste- perspectiva da biblioteca virtual em empresas”. En: Ciência da infor -
mas de informação para negócio, os bibliotecários, que mação, 1994, mayo/agosto, v. 23, n. 2, pp. 254-257.
no passado inauguraram essa nova frente de atuação
17. Rezende, Yara. “Sistemas de informação: concepção lógica”. En: Re -
dentro das empresas, estão sucessivamente perdendo vista brasileira de biblioteconomia e documentação, 1992, julio/diciem-
espaço para outros profissionais, quando na realidade bre, v. 25, n. 3/4, pp. 11-17.
poderiam ter se beneficiado com isso. Se por um lado, 18. Rezende, Yara. “A falsa utilidade da biblioteca de empresa”. En: O
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20. Sapiro, Arão. “Inteligência empresarial: a revolução informacional


Resta saber se a história a ser contada pelos bi- da ação competitiva”. En: Revista de administração de empresas, 1993,
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nas estórias de lutas de heróis pela defesa de castelos 22. Sveiby, Karl E. “O valor do intangível”. En: Hsm management,
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