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Trabalho de Filosofia
Anaximandro
Nomes.
Nillan Parsotamo
Diogo Ferreira
Anaximandro
Anaximandro (em grego: Ἀναξίμανδρος; c.610 — 546 a.C.[1]) foi um geógrafo, matemático,
astrônomo, político e filósofo pré-Socrático; discípulo de Tales, seguiu a escola jônica.[2] Os
relatos doxográficos nos dão conta de que escreveu um livro intitulado "Sobre a Natureza";
contudo, essa obra se perdeu.
Anaximandro acreditava que o princípio de tudo (o arkhé das coisas) era o ápeiron, isto é, uma
matéria infinita da qual todas as outras se cindem. Esse á-peiron é algo insurgido (não surgiu
nunca, embora exista) e imortal.
Além de definir o princípio, Anaximandro se preocupa com os "comos e porquês" das coisas
todas que saem do princípio.
Ele diz que o mundo é constituído de contrários, que se auto-excluem o tempo todo. O tempo é o
"juiz" que permite que ora exista um, ora outro.
Por isso, o mundo surge de duas grandes injustiças: primeiro, da cisão dos opostos que "fere" a
unidade do princípio; segundo, da luta entre os princípios onde sempre um deles quer tomar o
lugar do outro para poder existir.
Índice
1 O Universo de Anaximandro
2 A Cosmologia de Anaximandro
3 Anaximandro e a Física moderna
4 Bibliografia
5 Ligações externas
6 Referências
O Universo de Anaximandro
Anaximandro considerava que a Terra tinha o formato de um cilindro e que era circundada por
várias rodas cósmicas, imensas e cheias de fogo.
O Sol era um furo, numa dessas rodas cósmicas, que deixava o fogo escapar. À medida que essa
roda girava, o Sol também girava, explicando-se assim o movimento do Sol em torno da Terra.
Eclipses se deviam ao bloqueio total ou parcial desse furo.
A mesma explicação era dada para as fases da Lua, que também era um furo em outra roda
cósmica. E finalmente, as estrelas eram pequenos furos em uma terceira roda cósmica, que se
situava mais perto da Terra, do que as rodas do Sol e da Lua.
"Anaximandro,…, representa a passagem da simples designação de uma substância como
princípio da natureza para uma ideia desta, mais aguda e profunda, que já aponta para os
traços que irão caracterizá-la em toda a filosofia pré-socrática.
A Cosmologia de Anaximandro
Em seu livro - Física, o pensador Simplício nos relata: "Dentre os que afirmam que há um só
princípio, móvel e ilimitado, Anaximandro, filho de Praxíades, de Mileto, sucessor e discípulo de
Tales, disse que o a-peiron (ilimitado) era o princípio e o elemento das coisas existentes. Foi o
primeiro a introduzir o termo princípio. Diz que este não é a água nem algum dos chamados
elementos, mas alguma natureza diferente, ilimitada, e dela nascem os céus e os mundos neles
contidos (…) É manifesto que, observando a transformação recíproca dos quatro elementos, não
achou apropriado fixar um destes como substrato, mas algo diferente, fora estes. Não atribui
então a geração ao elemento em mudança, mas à separação dos contrários por causa do eterno
movimento."
Para Anaximandro, o Universo era eterno e infinito. Um número infinito de mundos existiram
antes do nosso. Após sua existência, eles se dissolveram na matéria primordial (o a-peiron) e
posteriormente outros mundos tornaram a nascer.
Anaximandro, contudo, não acreditava em nenhum deus, para ele todos os ciclos de criação,
evolução e destruição eram fenômenos naturais, que ocorriam a partir do ponto em que a
matéria abandonava e se separava do a-peiron. O a-peiron era a realidade primordial e final de
todas as coisas e, consequentemente, continha toda a natureza do divino em si próprio.
Tudo o que existe, somente existe em função de uma emancipação do ser eterno e portanto ao se
separar deste, é digno de castigo.
"De onde as coisas têm seu nascimento, ali também devem ir ao fundo. Segundo a necessidade,
pois têm de pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças, conforme a ordem do
Tempo."
Tudo o que nasce, um dia vai morrer. Tudo o que é quente, um dia vai esfriar. Tudo o que é
grande, pode ser quebrado em pedaços menores. Fogo pode ser combatido com água, e como
resultado, fogo e água deixam de existir.
Assim, Anaximandro conclui que a essência de todas as coisas não pode possuir essas
propriedades determinadas que sucumbem ao longo do Tempo. Daí, seu conceito de a-peiron,
ser algo ilimitado, infinito, indefinido e eterno.
sua ideia de um mundo que sustenta-se por um equilíbrio de forças é muito semelhante à
gravidade e à força centrípeta, forças que mantêm a Terra girando em torno do Sol;
sua ideia de que a ação do Sol faz surgirem as criaturas de estrutura simples na água,
que depois migram para a terra e adquirem estrutura mais complexa se parece com a
teoria da evolução das espécies;
sua ideia dos opostos se parece com a teoria de que o vácuo produz partículas (se supõe
que, logo depois do Big-Bang, o vácuo tenha produzido pares de partículas e anti-
partículas que se exterminavam ao se encontrarem, pois o espaço ainda era muito
pequeno e os pares sempre se encontravam); as únicas diferenças entre as teorias são
que, para Anaximandro, os pares eram de coisas com propriedades determinadas como
frio e calor, e para a Física, aqueles pares eram algo como energia concentrada;
para Anaximandro, os contrários revezam-se no tempo, e para os cientistas, os pares se
auto-exterminavam - pois eram como +1 (matéria) e -1 (anti-matéria) e, ao se
encontrarem, precisavam "saldar" sua dívida de energia.
Se pode sempre supor que Anaximandro tenha chegado, em sua época, às mesmas conclusões a
que muitos cientistas chegaram hoje, ainda que por meios diferentes (pois Anaximandro
dispunha apenas de sua observação e de sua reflexão); assim como se pode supor que tais
teorias físicas tenham sido inspiradas na leitura, por parte dos cientistas, de Anaximandro. Em
qualquer das hipóteses, pode-se notar que o filósofo era uma pessoa notável.
Bibliografia
HEIDEL, William. O livro de Anaximandro. trad. Katsuzo Koike. São Paulo: Ixtlan,
2011.
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da
Ciência Grega. 2ª edição. Porto Alegre: Edipucrs, 2003, pp. 15–92.
MARÍAS, Julian. 'História da Filosofia', Martins Fontes, 1ª edição, 2004, pg.17).
Referências
1. James Evans (9 de Julho de 2009). «Anaximander | Greek philosopher». Encyclopædia
Britannica (em inglês). Consultado em 7 de Abril de 2017
2. Anaximandro, pag. 118 - Grande Enciclopédia Universal - edição de 1980 - ed.
Amazonas
3. Diógenes Laércio, Vidas dos Filósofos Ilustres, II, 1.