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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Centro de Tecnologia e Geociências- CTG

Departamento de Geologia

Disciplina: Geologia econômica

Discente: Ana Luiza da Silva Costa

DESCRIÇÃO DE LÂMINAS PETROGRÁFICAS EM MICROSCÓPIO SOB LUZ


REFLETIDA

Janeiro, 2015.
1. Introdução
1.1. Apresentação

A microscopia de luz refletida na investigação de minerais,


rochas, minério e de outros materiais sintéticos ou tecnológicos
permanece um dos métodos clássicos, e até hoje imprescindível para
análise mineralógica. É uma técnica não destrutiva e robusta na
determinação de substâncias sólidas (cristalinas ou amorfas), possui
resolução espacial relativamente elevada, e também é útil no estudo das
fases minerais de acordo com sua textura. Permite a estimava de
composições químicas e fornece, ainda, os elementos necessários ao
entendimento da história de formação do material, mediante o estudo
das relações texturais (estrutura, trama, associação e relações de fases,
texturas de reação).

Para realizar o estudo da amostra, foram utilizadas duas etapas:


Estudo de amostra de mão, com auxilia de lupas; e microscopia de luz
transmitida, cujo microscópio utilizado possui uma câmera acoplada,
tornado possível à obtenção de fotografias da seção estudada. Essa
ultima foi crucial para classificar todas as fases minerais existentes na
amostra. Essas etapas foram imprescindíveis para determinação e
caracterização dos minerais minérios e suas correlações. Foi possível
determinar um total de nove minerais utilizando esses métodos (pirita,
calcopirita, pirrotita, enargita, tetraedrita, grafita, magnetita, arsenopirita
e galena).

1.2. Objetivos
 Determinar a mineralogia que compõe a amostra;
 Determinar a sucessão mineral de acordo com as
diferentes gerações, relação textural e de contato
registradas na amostra.
1.3. Materiais e métodos
Para a primeira etapa, estudo da amostra de mão foi utilizado
lupa, canivete e uma caneta imã. Para a segunda etapa foi
utilizado microscópio, para petrografia de luz refletida, com
câmera acoplada para obtenção de fotografias.

2. Descrição da amostra
2.1. Primeira etapa: Amostra de mão
A amostra de mão se mostrou bastante densa, composta
dominantemente por uma massa de coloração cinza escuro com
alguns fenocristais presentes. Tais características levaram a
desconfiar da mineralogia presente, minerais máficos. Ao utilizar
um imã, pode-se constatar a presença de minerais magnéticos, o
que levou a pensar na presença de pirrotita ou magnetita. Em
relação aos fenocristais, foram detectadas pirita e calcopirita,
devido aos seus hábitos, dureza e cores características. A galena
foi outro mineral que devido ao a sua clivagem evidente, sua
dureza baixa e sua coloração foi possível determinar.

2.2. Segunda etapa: Petrografia de seção delgada em


microscópico de luz refletida.
Através desse método pode-se realmente confirmar as
hipóteses levantadas com o estudo da amostra de mão e a
determinação de outras fases minerais, foram elas: pirita,
calcopirita, pirrotita, enargita, tetraedrita, grafita, magnetita,
arsenopirita e galena.
Algumas propriedades como a cor, o hábito e dureza foram
características determinantes para identificação das principais
fases minerias (Figura 1). Como no caso da pirita, calcopirita,
pirrotita e da galena. A pirita, cor amarelo pálido; a pirrotita, rósea
a creme e calcopirita, coloração amarelo latão. A galena
apresenta cor cinza escuro; aparece de duas maneiras: como
matriz, evidenciando sua dureza baixa devido aos riscos
presentes e na forma triangular, pois pertence ao sistema cúbico.
A galena aparece corroendo alguns cristais de pirita.

Gn

Ccp

Py Po

Figura 1: Principais fases minerais identificadas na amostra: pirita (Py),


calcopirita (Ccp), pirrotita (Po) e galena (Gn).

A pirrotita e a calcopirita podem também serem observadas


preenchendo fraturas em pirita- O que leva a supor pelo que se trate da
primeira geração de minerais (Figura 2); e intercrescidas em piritas euédricas a
subédricas, juntamente com galena- O que leva acreditar que se tratar da
segunda geração de minerais. No caso da pirrotita e calcopirita aparecerem
preenchendo fraturas na pirita é devido a pirita apresentar um comportamento
rúptil, quebra com mais facilidade, e a pirrotita e a calcopirita apresentarem
certa elasticidade diante de um esforço tectônico. O que leva a acreditar que se
formaram posteriormente a pirita. A grafita também ocorre associada a
calcopirita.
Ccp Py

Po

Figura 2: Calcopirita (Ccp) e pirrotita (Po) aparecem preenchendo fraturas na


pirita (Py).

Já os minerais tetraedrita e enargita apresentam quase a mesma


coloração, cinza esverdeado, sendo difícil fazer a distinção entre os dois.
Ocorrem algumas vezes em contato com a pirrotita e calcopirita. O que leva a
supor que esses minerais foram formados associados a uma mesma geração
(figura 3).
Enarg

Thd

Po

Figura 3: Mostra os minerais enargita (Enarg) e tetraedrita (Thd) e suas


relações de contato com a pirrotita (Po).
A arsenopirita foi o último mineral a ser identificado, devido a certa
dificuldade de percebê-lo, pois é facilmente confundida com outros minerais.
Ocorre associada a pirita e a pirrotita, também apresenta em alguns pontos a
forma triangular (figura 4).

Po

Apy

Figura 4: Arsenopirita (Apy) associada a pirrotita (Po).


3. Conclusões
Através das propriedades observadas ao microscópio, as relações
textuais e de contato entre os minerais, levaram a inferir a sucessão
mineral e as gerações presentes. A sucessão se determinou da seguinte
maneira: pirrotita, calcopirita, galena e esfalerita podem ter sido de mais
de uma geração. Aparecendo dispersos na matriz de galena, ou como
inclusões nas piritas cúbicas. Já a pirrotita e a calcopirita ainda
aparecem remobilizadas preenchendo fraturas nas piritas maiores
subédrica.
A presença de grafita na amostra pode ser devido a matéria
orgânica pré-existente. Já o fato da pirita apresentar-se corroída por
galena e com fraturas preenchidas por calcopirita e pirrotita leva a
pensar que houve um esforço tectônico que afetou a relação entre as
fases minerais.

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