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Estética e História da Arte

UNIDADE 2
Estética e História da Arte

Unidade 2

A trajetória da arte nas civilizações

Para início de conversa

Olá, querido(a) aluno(a)!


Seja bem-vindo(a) novamente. Você está pronto para começar mais uma jornada pelo mundo da Arte?
Diferentemente da unidade 1 que você estudou mais teoria sobre as Artes, nessa unidade veremos com
ela foi produzida e apreciada nas mais diferentes civilizações. Façamos, antes, um apanhado da unidade
1.

Palavras do Professor

Meu(inha) caro(a), você viu na unidade passada o conceito de arte, educação e cultura. Depois disso,
prezado(a) aluno(a), fizemos um passeio sobre a importância da arte e suas funções. Você aprendeu que
são três. Está lembrado? Depois de aprender sobre essas funções, nós estudamos um pouco o currículo
de artes e vimos como ele se configura. Por fim, aprendemos sobre cultura e diversidade e vimos à relação
existente entre arte e literatura. Bastante coisa, você não acha? Agora que fizemos essa breve revisão, é
hora de começarmos a unidade 2.

??? Você lembra?

Você se lembra de que no começo da unidade 1, quando você e eu estudamos o conceito de Artes, vimos
alguma coisa sobre Arte na pré-história? Não? Então eu vou recordá-lo. Você e eu conversamos bem
superficialmente sobre alguns desenhos feitos pelos homens das cavernas que hoje são considerados
arte, mas que naquele tempo era uma forma de retratar a vida deles, sobretudo os perigos que eles
corriam? Nesse momento você e eu estudaremos isso de modo mais profundo.
Caro(a) aluno(a), a Arte na pré-história é caracterizada pelos desenhos, pinturas e representações
artísticas gravadas nas paredes e nos tetos das cavernas. Por ser um período com duração muito longa,
os pesquisadores acharam melhor dividi-la. Não se preocupe, é muito simples!
O primeiro momento da arte na pré-história, você pode chamar de período paleolítico ou Idade da Pedra
Lascada. Esse período envolve o surgimento do homem até cerca de doze mil anos atrás. O segundo
período que você precisa saber é o Neolítico, que também é conhecido como Idade da Pedra Polida. Vai
de doze mil até seis mil anos atrás. E o último, querido(a) aluno(a), é a Idade dos Metais, que data de seis
mil anos até o surgimento da escrita.
Meu(inha) caro(a), a arte no período paleolítico traz registros de pinturas encontradas nas cavernas de
Chauvet e Lascaux, que ficam na França e de Altamira, que fica na Espanha. No começo, nobre aluno,
eram formas de arte muito simples.

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Leitura complementar
Vou mostrar para você este link (obrigatório) de uma pintura desse período para que
você tenha ideia de como eram as obras. Assim que o homem paleolítico dominou por
completo a técnica das mãos, ele passou a representar também os animais. O link que
coloquei para você ali em cima também traz exemplo desses desenhos. Espero que
goste.
Voltando a falar sobre o homem paleolítico, o que ele representava nas paredes e tetos era exatamente
o que sua visão captava. Mas atente-se para uma coisa importante, nobre aluno: o homem desse período
não pintava essas coisas porque as achava bonita! Tinha um objetivo por trás disso. Como boa parte
das pessoas que faziam isso eram caçadores, eles acreditavam que pintando o animal teria poder sobre
ele e conseguiria capturá-lo. Portanto, os pesquisadores chegaram à hipótese de que esse era um ritual
de magia. E veja que coisa mais interessante ainda, querido(a) aluno(a): o homem paleolítico já estava
ficando tão esperto que os animais de grande porte que eles temiam eram representados com traços
fortes que expressavam o vigor desse animal. Seria isso um aviso para outros homens?
Por fim, meu(inha) caro(a), você deve estar se perguntando qual o material utilizado por esses homens
para produzir seus desenhos, não é mesmo? Veja bem, muitas coisas serviam de materiais: óxidos
minerais, ossos carbonizados, carvão, vegetais, sangue de animais, pó conseguido a partir de trituração
de rochas. A gama era vasta. E para que você não pense nobre aluno, que o homem do período paleolítico
ficou restrito apenas a desenhos, há uma escultura encontrada em 1908, na Áustria, que tem data de
aproximadamente vinte e quatro mil anos atrás, segundo os pesquisadores. O nome dessa escultura se
chama Vênus de Willendorf, porque esse foi o nome do lugar no qual ela foi encontrada.

Leitura complementar
Quero que você veja o link. Você pode ver a representação dessa escultura.

Agora que você já sabe tudo sobre o período paleolítico, quero apresentá-lo ao período neolítico, que dá
a um novo estilo. Aqui, o homem já iniciou a agricultura e já aprendeu a domesticar animais. Saiba você
que essa mudança no estilo de vida do homem fez com que ele deixasse de ser nômade para se tornar
sedentário. O que isso causou na História? Vou te responder: a formação dos primeiros núcleos familiares
e das comunidades. No campo das Artes, houve a evolução do traço, uma vez que o estilo do homem
neolítico se tornou mais simples e geométrico. Aqui, de acordo com os pesquisadores, as figuras mais
sugerem do que reproduzem os seres.
Deixa-me explicar melhor para você: nesse período o homem, ao invés de imitar a natureza, como você viu
que ele fazia no paleolítico, passa a representar o ser humano em suas atividades cotidianas e coletivas.
Nobre aluno(a), as figuras de animais isolados são substituídas por cenas de danças, trabalho ligado ao
plantio e a colheita, de modo que transmita algum sentido em quem as visse.

Leitura complementar
Vou deixar esse link para que você veja uma figura desse período, encontrada em uma
caverna da Argélia e ter uma ideia de como era a representação.
Você já viu dois períodos nos quais a Arte é representada na pré-história. É momento de passar para o
terceiro, que você já conhece de nome: a Idade dos Metais. Saiba que nesse tempo o homem pré-histórico
já tem domínio sobre o fogo e aproveita-se disso para trabalhar o metal. Ele produzia suas esculturas com
riqueza de detalhes que não são vistos nos períodos anteriores. E o que eles produziam você deve estar

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se perguntado. Vou te responder. Geralmente eram peças com representações de guerreiros e mulheres,
cujos moldes eram feitos em forma de barro ou então, querido(a) aluno(a), eles utilizavam a técnica da
cera perdida. Deixe-me explicar cada uma dessas para você.
Na primeira, como o próprio nome diz, fazia-se uma forma de barro e colocava-se o material derretido.
Quando o metal esfriava, quebrava-se a forma e tinha-se, então, a escultura do modelo que a forma foi
moldada. Você consegue compreender?
Bem, caro(a) aluno(a), na segunda técnica, que é a da cera perdida, construía-se um modelo em cera
que era, depois, revestido de barro e aquecido. No entanto, como esses homens já estavam ficando bem
espertos, eles tinham o cuidado de deixar nesse molde um orifício. Veja só o que acontecia depois: com
o calor do barro, a cera derretia e escorria pelo orifício e assim esse homem conseguia um objeto oco.
Depois, por esse mesmo orifício, o homem da idade dos metais preenchia o objeto com metal fundido.
Quando esfriava e endurecia, o homem quebrava o molde de barro e dentro dele encontrava-se a escultura
em metal, do mesmo jeitinho que ele havia moldado na cera. Esse tipo de arte da idade dos metais teve
obras encontradas na Escandinávia e na Sardenha.

Visite a Página
Veja no link a seguir como eram as obras do período da idade dos metais.

Palavras do Professor

Então, é hora de você e eu darmos uma pausa para os avisos. Tudo bem, você já os conhece, mas não
custa lembrar. Está lendo seu livro-texto do jeito que eu recomendei? E os fóruns? Já participou? Se caso
a resposta for negativa, pare tudo e vá fazer essas tarefas pendentes. Há quanto tempo não entra em
contato com o seu tutor? Que tal bater um papo com ele? Tudo resolvido? Podemos continuar!
Estamos quase no fim de nossa viagem pela arte pré-histórica, nobre aluno(a). Você viu que bastante
coisa aconteceu pelo mundo em relação à arte desses três períodos. Mas, caro(a) estudante, você já se
perguntou se esse tipo de arte chegou ao Brasil? Bem, a resposta é positiva. Tivemos sim, arte rupestre
em nosso país. E não foi pouca, nobre aprendiz!
Para que você tenha uma noção, há vestígios desse tipo de arte na Lapa da Cerca Grande, em Minas
Gerais, cujas figuras são representações de animais e homens; há também representação da arte pré-
histórica na Serra da Capivara, localizada no Piauí, e que você sabe que este é um dos mais importantes
sítios arqueológicos do Brasil.

Leitura complementar

As obras trazem representações de figuras humanas, ora em grupo, ora sozinho, ora em cena de guerra,
ora em trabalhos coletivos. Para que você possa visualizar essas obras e fundamentar ainda mais seus
estudos, trarei respectivamente links de figuras do sítio arqueológico da Lapa da Cerca Grande e da Serra
da Capivara e um breve vídeo de oito minutos de visualização obrigatória para organizar seus estudos:
• A arte na pré-história brasileira
• Parque Nacional da Serra da Capivara
• Arte pré-histórica - Pinturas Rupestres (vídeo)

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Palavras do Professor

Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de nossa viagem pela arte na pré-história. Espero que você tenha se
divertido enquanto aprendia e que essas informações que partilhamos de alguma forma, tenham sido
úteis para seus estudos. Lembre-se de acessar o AVA para solidificar mais seus conhecimentos. Veremos
agora como a Arte foi produzida nas civilizações antiga e medieval.

ARTE NA CIVILIZAÇÃO ANTIGA E MEDIEVAL


Caro(a) aluno(a), nos assuntos anteriores você aprendeu sobre como a Arte se comportava na pré-história
e os três principais momentos nos quais ela teve mais destaque e influência. Nesse momento você irá
entender como a Arte foi representada nas diferentes civilizações antigas. Começaremos nossa viagem
pelo Egito.
Antes de começarmos nossa viagem, deixe-me falar um pouco sobre o Egito. Você sabe que ele foi um dos
mais importantes países do mundo antigo. Situado às margens do rio Nilo, essa civilização nos ensinou
bastante no que diz respeito às produções culturais. Mas o Egito se destacou também por sua escrita bem
estruturada que nos deixou como legado muitos detalhes dessa civilização.
Outro importante detalhe sobre esse país foi o modo como eles encaravam a religião. Tudo no Egito era
orientado por ela, e não poderia ser diferente com a Arte. Como os egípcios acreditavam na existência
após a morte, a Arte nesse país vai refletir essas crenças.

Leitura complementar
Você deve se lembrar de como eram os túmulos dos faraós, não? Relembre aqui nessa
imagem. Perceba, prezado(a) aluno(a), que a arte egípcia, por ter caráter religioso,
não poupa na beleza e ornamentação dos túmulos. Mas não se resume apenas a isso,
caro aluno! Os objetos que eram deixados juntos aos mortos, bem como as tumbas
nas quais eles eram colocados são verdadeiras obras de arte mortuárias. Bastante
interessante! Você não acha?

Veja, antes de continuarmos, preciso deixar uma coisa clara para você: o estudo do Egito, nos livros de
História, é dividido em três partes: Antigo Império, Médio Império e Novo Império. O que isso tem a ver
com nosso guia? É que cada momento terá sua produção artística específica. Observe, por exemplo, o
Antigo Império: os monumentos artísticos produzidos durante esse período serviam para mostrar o quão
grande e imponente era o poder político e religioso do faraó. É desse período também que temos as
construções das pirâmides.

Guarde essa ideia!


Atente-se para essas pirâmides do deserto de Gizé, que representa respectivamente
três importantes faraós: Quéops, Quéfren e Miquerinos.

É uma verdadeira obra de arte arquitetônica. Durante quatro mil anos, foram as estruturas mais altas
construídas na Terra. Além de visualmente bonitas, eram mesmo imponentes, você também não acha?
Não é a toa que esse pais já foi a maior potência do mundo em seus anos áureos.

Veja o vídeo!
Para que você complemente seus estudos e contemple a grandeza desses monumentos,
vou deixar um vídeo de 3:11 minutos para que você assista.
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Caro(a) aluno(a), ainda continuaremos a relacionar Arte com religião, porque no Egito essas duas coisas
estavam interligadas. Essas pirâmides que acabei de mostrar para você, em uma delas ainda continha
outra construção artística com finalidade religiosa, mas que era bastante intrigante: uma esfinge. Vou
dizer para você o que é isso e, ao final, mostro-lhe uma foto. Uma esfinge é uma figura com corpo de leão e
cabeça de homem que servia para guardar os túmulos. Seu aspecto era bastante misterioso e enigmático.
A mais famosa representa o faraó Quéfren e mede 20 metros de altura por 74 de comprimento. Observe
você mesmo à imagem e tire suas conclusões:
.

http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2012/08/esfinge-egipcia.jpg

Agora que você aprendeu sobre a Arte no Antigo Império, é hora de pularmos ao Médio Império. A Arte
aqui continua vinculada à religião. No entanto, durante esse período houve uma coisa bastante curiosa:
como a Arte servia para difusão de preceitos e crenças religiosas, o artista egípcio não era livre para
criar como bem entendesse. Muito pelo contrário. Ele era absolutamente limitado, pois tinha que seguir
as regras impostas pelos seus superiores. Sendo assim, veja que coisa, era mais importante que a obra
mostrasse o perfeito domínio das técnicas do que o estilo do artista. Isso quer dizer que o autor não tinha
o direito de reproduzir as coisas como ele as vias, entretanto, como elas eram de fato.

Exemplo
Um exemplo que você vai encontrar por aí é a lei (lei de ordem mesmo) da frontalidade,
na qual tinha-se um padrão que deveria ser seguido por absolutamente todos os artistas.
Isso significa, caro(a) aluno(a), que a arte do Médio Império era anônima, uma vez que
todos eram obrigados a representar de acordo com as regras impostas e ninguém se
destacava, porque todos faziam coisas iguais.

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Veja um exemplo de obra do Médio Império:

http://cursa.ihmc.us/rid=1KK77RGJM-6226P7-2ZBH/escriba%20sentado%20louvre.jpg

Caro(a) aluno(a), mesmo que mudasse alguns traços físicos de quem era representado, o modelo para ser
seguido era esse: a cabeça, as pernas e os pés vistos de perfil, enquanto que o tronco era visto de frente.
Saindo da arte no Médio Império, querido(a) estudante, é hora de chegarmos o ponto alto de sua
representação artística e cultural. Foi aqui no Novo Império que as grandes construções foram reiniciadas
e templos foram levantados. Um dos mais famosos deles é o templo da rainha Hatshepsut, que, nobre
aluno, é uma construção tão harmoniosa que parece se misturar com a montanha que lhe serve de fundo.

Leitura complementar
Veja que a arte arquitetônica egípcia é muito bem feita desde o seu princípio. Mas
contemple essa obra de arte em forma de arquitetura e fique boquiaberto assim como
eu. Espero que goste. Clique aqui.

Caro(a) aluno(a), se nos dois períodos que você acabou de estudar Arte e religião estavam interligadas,
no Novo Império não vai ser diferente. Nesse período você encontrará a arte servindo aos faraós como
instrumento de ostentação e dominação. Um dos exemplos clássicos é o túmulo de Tutancâmon, que
guarda consigo não só uma verdadeira riqueza artística, mas também um precioso tesouro. Este túmulo,
querido aluno, é composto por arcas, vasos, peças de escultura que representam esse faraó, sarcófagos,
entre outras peças. Tudo para mostrar a importância desse rei para o mundo.

Visite a Página
Veja uma imagem do referido túmulo. Reis que se seguiram à dinastia de Tutancâmon
também usaram a arte para demonstrar seu poder e expandir o poder político e religioso
do Egito. É o caso do rei Ramsés II, que mandou construir gigantescas estátuas no
tempo de Abu-Simbell.

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http://paleonerd.com.br/wp-content/uploads/2015/07/Egypt-Abu-Simbel-front.jpg

No entanto, caro(a) aluno(a), no fim do período do Novo Império, o Egito foi perdendo força política e aos
poucos invasões foram se tornando constantes. Isso vai abalar a arte egípcia, uma vez que com a chegada
dos invasores – gregos, persas, romanos – ela vai perdendo a sua identidade.
Caro(a) estudante, você viu que ela foi dividida em três grandes fases e que cada uma teve sua característica
marcante. Viu também que arte e religião, para os três períodos, eram coisas indissociáveis. É hora de
acelerarmos e estudarmos nossa próxima arte, a Grega. Antes de continuar, lembre-se de que, caso tenha
dúvida, leia o seu livro-texto, participe dos fóruns e chame o seu tutor.
Vamos continuar!

ARTE NA CIVILIZAÇÃO GREGA


Prezado(a) aluno(a), começaremos agora um passeio na produção artística da Grécia, que foi uma das mais
fervorosas do mundo antigo. Lembre-se de que no início de seu processo artístico, a Grécia foi bastante
influenciada pelos egípcios. Com o passar do tempo, a cultura grega criou a sua própria concepção de
arte. Vejamos.
Diferentemente da cultura egípcia, a grega não pautou sua arte predominantemente na religião. Mas,
assim como a egípcia, a arte grega também foi dividida em períodos: arcaico; clássico e helenístico.
Nos períodos arcaicos e clássicos, no que diz respeito à escultura, a arte grega, diferentemente da egípcia,
tinha liberdade de criação. Você se lembra de que os egípcios eram obrigados a seguir um modelo, não
é? Na arte grega o artista era absolutamente livre. Inclusive, caro aluno, esses dois períodos que estamos
estudando pregavam que a própria escultura tinha que ser um objeto belo em si mesmo, isto é, para os
gregos, o que valia não era as regras a serem seguidas, mas o quão bela eram suas obras.
No entanto, meu(inha) caro(a), para conseguir formas cada vez mais belas, os gregos tiveram que quebrar
um pouco a cabeça para encontrar o material ideal. Veja bem, boa parte das esculturas eram feitas em
mármore. Todavia, o perigo de se quebrar era muito grande. Sendo assim, eles resolveram o problema
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substituindo o mármore pelo bronze. Isso possibilitou também que as esculturas dos períodos arcaico
e clássico expressassem melhor a ideia de movimento. Se você comparar com uma escultura egípcia,
verá que a diferença é muito grande. Abaixo colocarei para você, respectivamente, a figura de uma
escultura egípcia, uma grega em mármore e outra em bronze. Perceba que a última traz para nós a ideia
de movimento:

https://arteeumpoucomais.files.wordpress.com/2011/03/016_mykerinus.jpg

https://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura_da_Gr%C3%A9cia_Antiga#/media/File:0033_Louvre_Venus_de_Milo.jpg

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Estilo_Severo#/media/File:0038MAN_Poseidon---Zeus.jpg

No tocante à arquitetura, a arte grega foi bastante proficiente nas edificações de templos. Uma coisa
bastante curiosa que você precisa saber é que a característica mais evidente dos templos gregos é a
simetria entre sua porta de entrada e sua porta de saída. A primeira é chamada de pronau e a segunda
de opistódomo.
Veja essa figura:

http://image.slidesharecdn.com/grcia01-120419134948-phpapp02/95/grcia-01-14-728.jpg?cb=1334843444

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Percebeu que a entrada e a saída são iguais? Interessante, não?

Guarde essa ideia!


A arquitetura grega ainda do período arcaico e clássico apresentava ao mundo dois
estilos de colunas esplêndidos: o modelo jônico e o modelo dórico. O primeiro modelo
era mais leve e mais ornamentada que o segundo. O modelo dórico era simples e
maciço. A impressão que temos caro aluno, ao compararmos os dois modelos é de que
o jônico era mais trabalhado do que o dórico.

Veja essa figura e tire você mesmo suas conclusões:

http://3.bp.blogspot.com/-jwIlQOQyuuI/T7w-Ks5cLII/AAAAAAAAAMk/uAbM07tPFhY/s1600/540228_333828400020653_100
001804878717_849053_759244687_n.jpg

Leitura complementar
Veja ainda um templo construído à base de colunas dóricas e outro a base de colunas
jônicas, respectivamente: link1 / link2.
Por fim, prezado(a) aluno(a), vejamos um pouco da arte em cerâmica dos períodos arcaico e clássico.
Nessa arte os gregos se destacaram pelo equilíbrio das formas em cerâmica bem como pela harmonia que
havia entre os desenhos, as cores e o espaço aproveitados por eles em cada peça. No entanto, atente-se
que esses objetos de cerâmica não foram produzidos com a intenção de serem objetos artísticos. Isso
aconteceu depois por causa da beleza desses objetos. No começo, eles serviam para rituais religiosos e
armazenamento de mantimentos. Observe a suavidade de um objeto de cerâmica desse período:

http://www.coresprimarias.com.br/ed_4/imagens/vaso5.jpg

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Palavras do Professor
Bonito, não? Agora que você conhece a arte grega do período arcaico e clássico, chegou o momento de
você conhecer o período helenístico. E esse período tem esse nome porque Alexandre, O Grande, já havia
dominado a Grécia.
Começando pela escultura, o período helenístico traz em suas representações da forma humana, criações
que trazem em seus traços sentimentos de paz, amor, liberdade. Outra coisa importante desse período é a
representação do nu feminino. No período arcaico e clássico, prezado estudante, as mulheres apareciam
sempre vestidas.

Veja essa figura de Afrodite esculpida no período helenístico:

http://www.liberarti.com/documenti/schede/3762_Foto_127.jpg

A arquitetura do período helenístico, meu(inha) caro(a), se destacou não pela construção de suntuosos
templos, como vimos no período arcaico e clássico, mas pela construção de grandes teatros. E por que
eles são considerados formas artísticas de arquitetura, você deve estar se perguntando. São considerados
assim porque foram feitos milimetricamente de acordo com a inclinação do lugar, da acústica e serviam
para reunir multidões. Um exemplo de construção portentosa é o teatro de Epidauro, perfeito nos aspectos
acústicos e em sua inclinação, acomodava cerca de 14 mil expectadores. Veja a foto dele:

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http://cdn.atenas.net/guias/atenas/fotos/epidauro-antiguo-teatro.jpg

A ARTE ROMANA
Prezado(a) aluno(a), iniciaremos nossos estudos sobre arte romana. Você precisa saber que ela foi bastante
influenciada pela arte grega, principalmente a helenística. Sendo assim, a busca por expressar um ideal
de beleza permanece também na arte romana. Mas falemos primeiro da arquitetura.

???
Você lembra?
Você se lembra de que na Grécia, no período arcaico e clássico, a arquitetura era
voltada para construção de templos e, na helenística, para a construção de grandes
teatros? Na arquitetura romana, eles usavam uma coisa chamada arco e abóbada, que,
diferentemente da arquitetura grega, utilizavam muito menos colunas. Isso gerava um
ganho de espaço interno no modelo romano.

No que se refere à construção de templos, o modelo romano também se diferenciou porque eles preferiam
construir em um plano mais elevado, de modo que era necessário o uso de escadas para entrar.
Outra diferença básica que você deve lembrar é que nos templos gregos a entrada e a saída eram
simétricas. Na arquitetura romana, caro aluno, não havia essa preocupação. Eles não eram simétricos. A
maior preocupação da arquitetura romana era mesmo com o espaço interno, pois, os templos romanos
serviam para o povo se reunir para o culto aos deuses. Já os templos gregos, serviam para proteger as
esculturas dos deuses da chuva.

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Fica a Dica
Uma coisa que você precisa ficar atento quando se comparam arquitetura grega e
romana é nas colunas. Lembra-se dos dois modelos da Grécia, a jônica e a dórica? O
modelo romano utiliza colunas nas quais você pode encontrar esculpidas celebrações
de feitos importantes do Império Romano. A coluna de Trajano, por exemplo, traz as
lutas desse imperador e dos exércitos romanos na Dácia. Veja uma foto desse tipo de
construção:

https://blogculturalmoderno.files.wordpress.com/2014/09/detalhe.jpg

Os romanos se destacaram também na criação de teatros. Você viu na figura do teatro grego do capítulo
anterior que havia uma espécie de arquibancada em semicírculo na qual os espectadores assistiam ao
espetáculo e essa arquibancada ficava na encosta de uma colina. Na arquitetura romana a coisa era
um pouco diferente, nobre aluno(a): por utilizar arcos, os romanos conseguiram construir esses edifícios
em qualquer topografia. Outra coisa bastante interessante, é que a arquibancada foi substituída pelo
auditório. Este, em forma de círculo, dava ao espectador uma boa visão do espetáculo em qualquer lugar
em que ele quisesse sentar. Ótima solução dos romanos! Concorda? Veja essa foto de uma das mais
famosas construções romanas, o Coliseu:

http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1/normal_coliseu2.png

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Guarde essa ideia!
Uma coisa bastante peculiar da arte romana, é que eles se destacaram espalhando
arte por onde passavam. Há diversos exemplos disso. Obras que, a princípio não
tinham finalidade artística nenhuma, o tempo se encarregou de transformar em arte.
Um exemplo clássico, nobre estudante, é o aqueduto Le Pont du Gard, cuja função era
conduzir água. Mas foi uma construção tão bonita que naturalmente virou uma obra de
arte arquitetônica.

Veja o vídeo!
Gostaria que você assistisse a este vídeo de 2:35 minutos, para entender o que falo
para você.
Saindo da arquitetura romana e falando um pouco para você sobre pintura, saiba que os romanos eram
mestres na arte do mosaico e dos painéis. Eles pintavam de uma forma que se tinha a ilusão de que a
janela estava aberta. Geralmente pintavam paisagens com animais, figuras de pessoas sentadas ou em
pé. Essas obras formavam grandes murais. De uma forma geral, caro(a) aluno(a), tanto as pinturas quanto
os mosaicos serviam para ornamentar as obras arquitetônicas romanas.
A escultura romana, diferentemente da grega, não tinha como objetivo um ideal de beleza. Você precisa
saber que os romanos eram muito práticos, portanto, os escultores romanos representavam as pessoas e
os traços característicos de seus retratados.
Veja essa imagem de Augusto, um imperador romano:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/eb/Statue-Augustus.jpg/245px-Statue-Augustus.jpg

Perceba que a intenção do escultor era retratar fielmente como era Augusto e não representá-lo através
de um ideal de beleza. No entanto, a ideia de movimento e de realidade que encontramos na arte grega
continua presentes também na escultura romana. Você percebeu isso ao ver a figura anterior?

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ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA
Continuaremos nossos estudos sobre artes. Todavia, dessa vez conversando um pouco sobre arte
moderna e contemporânea. Deixe-me explicar o conceito de arte moderna. Ela se inicia durante alguns
acontecimentos que mexem com o mundo. Não nos cabe esmiuçar esses acontecimentos agora. Mas
posso dizer que entre eles estão o progresso industrial, a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa
e o constante crescimento do capitalismo. É nesse contexto, mais angustiante do que inspirador, que a
arte moderna surge trazendo com ela vários movimentos artísticos que veremos um pouco mais à frente.
A arte moderna surgiu em oposição à arte clássica. Desse modo, seu objetivo primeiro era romper com
os padrões de sua antecessora. E você pode afirmar que ela fez isso com relativo sucesso, uma vez
que, a forma como se cria arte nesse período é absolutamente diferente do anterior. Na arte moderna,
qualquer lugar serve de plataforma para a expressão artística. Bem como o contexto social também serve
de inspiração. Nesse período, não temos construções de templos suntuosos e esculturas que retratem
grandes líderes. Os padrões estéticos são outros e a arte nesse período, nobre estudante, passa a ganhar
novas linguagens, quais sejam, por exemplo, a fotografia, o cinema, entre outras.
O objetivo da arte moderna é, diferentemente de outros tempos, representar também o que não está
visível. Veja, por exemplo: você lembra que na Grécia e em Roma a arte representava aquilo que estava
sendo visto. Há diversos exemplos de deuses e reis representados em esculturas de bronze. Na arte
moderna, há uma preocupação com a representação dos sentimentos que são inerentes a cada pessoa.
Você consegue me entender?
Veja está obra bastante famosa:

http://galeriadefotos.universia.com.br/uploads/2012_10_26_22_13_590.jpg

Ela se chama “O grito” e foi pintado por um artista chamado Edvard Munch. Perceba que ele não se
preocupou em retratar o que ele via ao seu redor. Munch pensou, quando produziu esse quadro, nas coisas
que pudessem trazer desespero ao homem. Você consegue compreender agora como é concebida a arte
moderna?

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Então, como já foi dito, meu caro, a arte moderna foi concebida para se opor às formas clássicas. E essa
oposição foi visível em várias plataformas, quais sejam: pintura, escultura, música, literatura, arquitetura,
fotografia. Os temas da arte moderna eram variados. Iam desde paisagens, pessoas à retratação do que
estava preso no inconsciente.

Exemplo
Um exemplo latente de arte moderna no Brasil é o da Semana de 1922, que reuniu
diversos artistas das mais diferentes produções de arte para rever os padrões das artes
que eram produzidas no Brasil. Na literatura isso ecoou nos movimentos regionalistas
(Manuel Bandeira no Recife, Jorge Amado na Bahia, Graciliano Ramos em Alagoas),
na pintura, temos Tarsila do Amaral e Cândido Portinari com seus belos quadros, a
arquitetura com os traços nada convencionas de Oscar Niemayer, ente tantos outros.
O que você precisa entender, caro(a) aluno(a), é que o rumo da arte moderna, tanto no
Brasil como em qualquer lugar do mundo, é sempre aquele que visa quebrar padrões
preestabelecidos.
Veja essas figuras:

http://s2.glbimg.com/r4DouhLhkF1lYEAjR6QRwigQYpSfUJ5Umsk_G-tTWb9Ioz-HdGixxa_8qOZvMp3w/e.glbimg.com/og/ed/f/
original/2012/12/05/niemeyer_legado_04.jpg

http://www.webluxo.com.br/menu/personalidades/obra-oscar-niemeyer-1a.jpg

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Meu(inha) caro(a), a arte contemporânea, se caracteriza por ser um pouco parecida com a arte moderna no
sentido de que o artista tem a liberdade de criação, isto é, ele não está vinculado aos padrões de outrora.
Mas, atente-se: apesar dessa liberdade, a arte contemporânea, prezado aluno, é bastante contestadora,
pois, é o momento em que os próprios artistas passam a questionar suas linguagens, suas imagens, o
modo como conceber essa arte e até que ponto ela pode alcançar. É uma arte bastante rica, todavia,
bastante crítica também.
O mundo nesse período da arte contemporânea já passou por algumas revoluções que o abalaram.
Sendo assim, prezado, temas para produzir arte não faltam. Assim como, recursos materiais. Uma coisa
interessante, prezado aluno, é que a arte contemporânea também trabalha bastante com conceitos. Eu
explico melhor para que você entenda: em muitos casos, nessa arte as ideias e os processos artísticos
se sobressaem em relação ao próprio objeto produzido. Você consegue entender o que eu quero dizer?
Produz-se arte ao mesmo tempo em que se reflete sobre ela. Na arte contemporânea, prezado aluno, há
um leque de movimentos que vai variar de acordo com as ideias dos artistas inseridos neles. Veja alguns:
arte conceitual, arte cinética, pop art, minimalismo, entre outros.

http://lounge.obviousmag.org/zoom_nas_visceras/assets_c/2015/02/TV-Rodin-miniatura-800x512-96926.jpg

http://1.bp.blogspot.com/-ViHwrGYd2xo/T8FpqM-0uLI/AAAAAAAAA2Y/gEv3qIXE6X4/s1600/op_art.jpg

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http://photodoto.com/wp-content/uploads/2015/07/6-pop-art.jpg

http://artist.com/art-recognition-and-education/wp-content/themes/artist-blog/media-files/2015/11/minimalist-art-
minimalism-14.jpg .
Agora que você conhece esses dois conceitos de arte, quero mostrar para você uns movimentos artísticos
de arte moderna e contemporânea, que mesmo nos dias atuais continuam a influenciar pessoas.
Expressionismo: esse movimento artístico teve origem na Alemanha. A preocupação desse movimento,
prezado aluno, era com as expressões das emoções humanas e interpretar as angústias características do
homem do começo do século XX. A principal obra desse movimento se chama “O grito”, de Edvard Munch.
Veja essa figura:

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http://noticias.universia.com.br/br/images/docentes/g/gr/gri/grito-edvard-munch-noticias.jpg
Fauvismo: esse movimento, prezado aluno, consiste na simplificação das formas das figuras e o emprego
das cores puras. Você vai perceber quando olhar a figura abaixo que o fauvismo sugere as figuras, mas
não as representa realisticamente.
Veja um exemplo:

http://classroom.orange.com/pt/000686342.jpg

Cubismo: os objetos representados desse movimento colocam todas as suas partes em um mesmo plano.
Veja, prezado, a intenção do cubismo não é o compromisso com a fidelidade, todavia, apresentar o objeto
em todas as perspectivas possíveis. O cubismo vai se utilizar bastante de figuras geométricas. Pablo
Picasso é um dos seus grandes representantes. Observe o quadro abaixo:

http://simonde.com.br/wp-content/uploads/2013/09/tumblr_mrw46zOdo61qanhszo9_1280.jpg

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Futurismo: esse movimento era bastante interessante, uma vez que ele exaltava o futuro e, sobretudo,
a velocidade. Mas por que ela? Porque foi a velocidade que passou a ser conhecida e admirada como o
motor das grandes mudanças e mecanizações pelas quais passavam o mundo. Os futuristas gostavam de
imaginar também como seriam os grandes centros urbanos. Veja a figura:

http://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/futurismo-1/futurismo-estudio-creativo-001.jpg

Surrealismo: nesse movimento há uma direta ligação com a psicanálise desenvolvida por Freud. O
surrealismo tem a ver com o inconsciente, com o sonho. As criações desse movimento não é o resultado da
manifestação lógica e racional do consciente. Pelo contrário. Como eu disse para você, as manifestações
absurdas, ilógicas, sonhos, alucinações, tudo isso produzem obras artísticas interessantes no surrealismo.
O principal nome desse período é Salvador Dali. Veja algumas obras:

http://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2014/05/surrealismo.jpg

Op Art: esse movimento se chama na verdade optical art e se refere à arte ótica. Ele é importante porque
apresenta diversas figuras geométricas em preto e branco ou colorido, combinado para provocar no
expectador sensações de movimento. Veja um exemplo:

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https://grasshoppermind.files.wordpress.com/2012/08/op-art-twisting-ellipse.jpg

Pop Art: essa expressão também vem do inglês e significa arte popular. Caro(a) estudante, a proposta
dessa arte era romper qualquer barreira entre a arte e a vida comum. Interessa ao pop art o ambiente,
a tecnologia industrial, a vida nos centros urbanos. Essa arte utiliza também recursos expressivos
semelhantes aos meios de comunicação de massa. Observe a figura:

http://lobopopart.com.br/wp-content/uploads/2015/09/Lobo-Pop-Art-image-12.jpg

Bem, prezado(a) aluno(a), você acabou de conhecer os principais movimentos artísticos que compuseram
a arte moderna e contemporânea. Agora passaremos para um assunto um pouco diferente, a influência
da arte na literatura.
Veja bem, podemos definir a Literatura como sendo a arte da palavra. Isso não é nenhuma novidade para
você. A influência que a arte traz de concreto para esse suporte, saiba você, que diz respeito à materialização
dessa arte através de uma produção artística, seja em forma de prosa, verso ou dramatização. A relação
da arte com a literatura se dá também no sentido de que a expressão do pensamento daquele artista que
está escrevendo, vai muito do momento no qual ele está inserido. Vamos pensar um pouco!
Você já deve ter lido obras que eram verdadeiras maravilhas artísticas, ao mesmo tempo em que retratava
o contexto social dos seus criadores. Vamos pensar na prosa brasileira. Há uma gama de autores que se
nós começarmos a enumerar, não pararemos mais.

Exemplo

Vamos pegar um Machado de Assis. Talvez você não o conheça tão bem. Vou deixar esse link complementar
para saciar sua curiosidade. Esse autor, além de nos proporcionar verdadeiras obras artísticas em formas
de palavras, também abordou muito do momento por ele vivido.

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Você deve estar querendo um exemplo de um livro? Veja esse resumo de Memorial de Aires. Um livro
lindo, tocante, sensível, ao mesmo tempo em que nos mostra um pouco do contexto conturbado que o
Brasil vivia durante a mudança de regime político e a abolição da escravidão. Maravilhoso, não acha?
Mas talvez você não esteja tão satisfeito e queira um exemplo de poesia.
Tudo bem! Veja esse senhor chamado Paulo Leminski e tire você suas próprias conclusões. Poemas curtos,
precisos, cortantes. O poema se chama Não discuto:
Não discuto
Não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino
(http://www.revistabula.com/385-15-melhores-poemas-de-paulo-leminski/)
Ah, eu disse mais acima da relação da arte com a literatura e acabei citando a dramaturgia, não foi? Não
tem problema. Vou dar a você um exemplo de um dos maiores dramaturgos brasileiro: Nelson Rodrigues!
A escrita deste senhor, nobre aluno, é absolutamente visceral. Você terá através desse grande escritor
obras de arte nas quais a sociedade, a família, as pessoas são completamente desnudadas.

Veja o vídeo!
Veja esse vídeo de uma das obras e perceba o que esse escritor era capaz de fazer com
as palavras. O vídeo tem nove minutos.

Portanto, caro(a) aluno(a), nesses três exemplos grandiosos que dei para você, há algum comum entre
eles: a palavra não aparece simplesmente como forma de oferecer instrução, mas está carregada de
imagens simbólicas, recursos expressivos, uma vez que é isto que vai transformar literatura em arte, pois,
através dessas e de outras obras, os seus criadores são capazes de emocionar, chocar, alegra, fazer rir ou
chorar os seus leitores.
É desse modo que a arte influencia diretamente a literatura, transformando simples palavras em modos
de conhecer outros mundos e épocas. E por falar em arte e literatura, a relação com a poesia é ainda
mais forte, pois, como você bem verá, a poesia é a arte da palavra no seu grau mais imagético. A poesia,
prezado aluno, sugere, evoca imagens, sensações, brinca com as palavras, com os sons, com as imagens.
Seja ela uma poesia erudita ou popular, a poesia é a arte da palavra que sempre se renova. Poesia é
construção que pode virar música, declaração de amor do mais alto nível.

Veja o vídeo!
Veja, caro(a) aluno(a), essa poesia que depois foi musicada de um dos maiores escritores
que o Brasil já conheceu. O vídeo é curto e obrigatório. Tem 1 minuto e 41 segundos.

O poema é uma das mais antigas formas de expressão artística, caro aluno. E uma das mais eficientes. Foi
cantada já na Grécia. Teve seu expoente com Walt Withman, Fernando Pessoa, Manuel Bandeira.
Cito esses nomes para não me alongar. A lista é imensa. Mas para não desviar demais de nosso assunto
e ficarmos aqui devaneando, voltarei a ser objetivo. A poesia revela a profundeza de um raciocínio.
Condensa a língua, conta uma história em poucas palavras. Causa impacto no leitor.
Você já deve ter lido um belo poema e lembrado de alguém ou de alguma situação. A poesia, nobre aluno,
vai muito além da arte de apenas compor versos. A poesia é lançar aos receptores diferentes experiências

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sensoriais. Para nossa sorte, a poesia não está apenas nas palavras. Ela as transcende. A poesia está na
música, numa bela fotografia, num belo quadro, num filme maravilhoso. A poesia está onde você enxerga
poesia. Para isso, basta que você esteja aberto e tenha um bocado de sensibilidade.
Prezado(a) aluno(a), estamos quase no fim de nossa unidade 2. Para fecharmos com chave de ouro e
passarmos bem para a unidade 3, quero falar brevemente para você sobre a periodização literária. Nós
não iremos passar por cada escola para que você saiba o que de importante aconteceu, porque iremos
demandar muito tempo. O que eu tenho para dizer para você em relação a esse tema é que existe a
periodização literária porque cada escola constitui-se de épocas próprias com particularidades distintas.
Desse modo, as periodizações além de nos mostrar o que de melhor foi produzido em determinado período,
também apresenta para você e eu o contexto social, histórico e político nos quais as composições das
obras estavam inseridas.

Exemplo

Um exemplo para que você absorva melhor: no período do Arcadismo no Brasil, o país passava por
grandes revoluções, quais seja a Inconfidência Mineira. Tinha também a mudança da economia brasileira
que estava aos poucos trocando o cultivo da cana de açúcar pela busca ao ouro. Outra coisa interessante,
prezado(a), é que essa busca também motivou deslocamento populacional em grande escala, uma vez que
ao não mais querer cultivar açúcar, muita gente resolveu morar perto das cidades com grande capacidade
de mineração, mais precisamente nas cidades do estado de Minas Gerais.
O Brasil ainda era colônia de Portugal e quem estava dando as ordens por aqui era Marquês de Pombal.
E a produção literária desse período acompanhou tudo o que vinha acontecendo. Você entendeu o que eu
acabei de mostrar para você?
Em poucas palavras fiz um apanhado social, histórico e político do país no período do Arcadismo através
da Literatura. É para isso que serve a periodização. Para que você entenda mais facilmente todos os
pormenores de uma determinada escola. Para que você saiba corretamente a ordem da periodização da
literatura portuguesa e brasileira até os dias de hoje, colocarei essa tabela de leitura obrigatória, visando
facilitar seus estudos.

http://2.bp.blogspot.com/-dBL0R2fldJM/VLLBJW8NWKI/AAAAAAAAGWM/N_2aOlkc_h8/s1600/literatura%2Bbrasileira%2
Blinha%2Bdo%2Btempo.png

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http://image.slidesharecdn.com/literatura-05-07-130730160757-phpapp01/95/literatura-0507-3-638.jpg?cb=1375200527

Palavras do Professor

Por fim, caro(a) aluno(a), quero agradecê-lo pela oportunidade que me foi dada de estar com você mais
uma vez. Estamos chegando ao fim da unidade 2. Não deixe de consultar seu livro-texto, responder os
fóruns, tirar as dúvidas com o seu tutor. Aguardo você na unidade 3.

Um forte abraço!

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