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Impactos Amb. Agricultura
Impactos Amb. Agricultura
RECIFE – PE
Junho, 2015.
ANA LUIZA DA SILVA COSTA
RECIFE – PE
Junho, 2015.
Breve Histórico da Agricultura
O que torna possível afirmar que a agricultura é hoje um dos ramos primários
que utiliza maior quantidade de terra e água na sua produção, que são respectivamente,
60% de toda a terra arável do planeta e 70% da água doce.
Impactos Ambientais Gerados na Agricultura
Uma coisa é certa dizer: Para produzir alimentos que atendam às necessidades
da população humana é necessário fazer agricultura e, praticá-la, causa impactos no
ambiente.
O CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente, define Impactos
ambientais (Resolução No. 1 de 23 de janeiro de 1986) como “quaisquer alterações nas
características físicas, químicas ou biológicas do ambiente, causadas por qualquer forma
de matéria ou energia derivada das atividades humanas, e que possam, direta ou
indiretamente, afetar asaúde, segurança e o bem-estar da população, as atividades
econômicas e sociais; a biota; as condições estéticas e sanitárias; e a qualidade dos
recursos ambientais”.
As atividades agrícolas provocam impactos sobre o ambiente, tais como
desmatamentos e expansão da fronteira agrícola, queimadas em pastagens e florestas,
poluição por dejetos animais e agrotóxicos, erosão e degradação de solos e
contaminação das águas. E as consequências desses impactos seriam extinções de
espécies e populações, diminuição da diversidade biológica, perda de variedades, entre
outros.
Uma das principais ameaças ao meio ambiente não é a expansão da fronteira
agrícola, mas a tendência a monocultura, ao uso de agrotóxicos e a consequente
extinção de sistemas tradicionais de cultivo. Sabe-se que as áreas que são submetidas ao
cultivo ou pastoreio intensivo por longos períodos se degradam rapidamente devido às
práticas que empregam o fogo na abertura de áreas, desta forma, ocorre a perda dos
agregados de matéria orgânica e argila.
As causas dos impactos da agricultura e da pecuária sobre o ambiente têm
origem na demanda de mercado, e suas consequências implicam em custos ambientais e
ecológicos de difícil mensuração. Para que se promova o desenvolvimento de uma
agropecuária sustentável é necessário conscientizar o agricultor e o pecuarista sobre a
conservação do ambiente, além de a ele oferecer os meios e métodos para alcançar esse
desenvolvimento sustentável. Os impactos ambientais decorrentes das atividades
agropecuárias são inevitáveis. Contudo, a exploração agrícola se devidamente
planejadas e tomadas as providências necessárias para a otimização dos impactos
positivos e a minimização dos impactos negativos ter-se-á ganhos efetivos tanto para o
meio biofísico como para a dimensão socioeconômica (ARAUJO, 2010).
Impactos Ambientais
São muitos os impactos ambientais gerados na agricultura. Os principais
impactos ambientais destacados, provenientes da prática da agricultura, foram:
Desmatamento, erosão, perda da biodiversidade, esgotamento de água doce, poluição
das águas, poluição atmosférica, desertificação, destruição de mananciais e geração de
resíduos.
Desmatamento
O desaparecimento de florestas no Brasil é causado por três fatores principais: a
obtenção de solo para a agropecuária, a indústria madeireira, e a especulação
imobiliária. Essa prática é muito utilizada na agropecuária. Acarreta diversos
problemas, tais como: redução da biodiversidade, extinção de espécies animais e
vegetais, desertificação, erosão, redução dos nutrientes do soloe vários outros danos ao
meioambiente.
Outra técnica utilizada para a remoção da cobertura vegetal são as queimadas,
que intensificam a poluição atmosférica, além de reduzirem os nutrientes do solo, sendo
necessário usar uma quantidade maior de produtos químicos (fertilizantes) durante o
cultivo de determinados alimentos, fato que provoca a poluição do solo.
Poluição atmosférica
A qualidade do ar é afetada pela agricultura moderna de quatro maneiras:
produção de CO2 devido às queimadas; metano oriundo da produção de arroz e
animais; óxido nitrosooriundo de fertilizantes e esterco; e amônia de esterco e urina.
A queima de biomassa quando da limpeza do solo para plantio emite
váriassubstâncias poluentes para a atmosfera. Esta é uma prática bastante comumna
agricultura tropical, seja para estimular o desenvolvimento de forragens para os
rebanhos, seja para limpar o terreno para novos plantios, principalmente no caso do
arroz, mas cuja poluição se estende para regiões além da origem das queimadas
(BITTENCOURT, 2009).
Erosão
Fonseca (2009) afirma que, a erosão é a destruição do solo e seu deslocamento,
pelo movimento de agentes físicos (água da chuva, vento, gelo, ondas, gravidade). A
erosão ligada à agricultura é a hídrica proveniente da água da chuva. A erosão é a
principal responsável pelo abalamento da estrutura do solo e também é responsável pelo
assoreamento dos rios. A remoção da vegetação permite que a água corra com mais
velocidade no solo, já que esta era o obstáculo para atenuar o impacto da chuva. As
plantas em suas diferentes estruturas, formas e tamanhos funcionavam como degraus
para diminuir a velocidade da água sobre o solo. Outra consequência da remoção da
vegetação, é que anteriormente havia sustentação mecânica do terreno pelas diferentes
raízes com capacidade de explorar diferentes profundezas do solo, como isso não é mais
possível, o solo fica mais susceptível a esfacelamento2 causando dependendo da
morfologia do terreno, desmoronamentos, lixiviação e assoreamento de rios. As raízes
mortas serviam de canais e tinham a função de promover o escorrimento da água para
camadas mais profundas do solo. O uso de técnicas agrícolas inadequadas, que
promovem o desflorestamento de áreas extensas para ser ocupadas por plantações
alteram as características da vegetação natural e podem interferir nos fatores de
absorção de água pelo solo. A agricultura extensiva e mal planejada é, portanto, mais
um fator de erosão hídrica. Outros fatores de erosão hídrica são desmatamento para a
extração de madeira, pecuária e a urbanização (FONSECA, 2009). Os solos sem
cobertura vegetal desagregam seus torrões pelo impacto das gotas da chuva, levando seu
material mais fino outros locais. A força do impacto das gotas de chuva também
diminui a porosidade do solo, o que é chamado de selagem. A selagem aumenta o fluxo
superficial da água e a erosão. A erosão pode ocorrer com o transporte uniforme das
partículas pelas águas pluviais ou com a formação de canais definidos, que podem se
tornar voçorocas. Mas as voçorocas também podem ser formadas devido à ação das
águas subterrâneas. É necessário considerar as características físicas dos terrenos (tipo
de solo, declive, hidrografia); o regime de chuvas da região e a cobertura vegetal de
modo a preservar os solos da erosão hídrica (FONSECA 2009)
Compactação
A compactação do solo pelas atividades agrícolas modernas está diretamente
ligada aos maquinários agrícolas pesados, onde cujo objetivo é obter uma condição
desejável da camada superficial. Segundo Fonseca (2009), o tráfego desses veículos faz
com que as características químicas e principalmente as características físicas da
camada mais superficial do solo sejam alteradas devido à pressão. Essa pressão quebra
os agregados (partículas maiores do solo). Abaixo da camada revolvida pelas máquinas
para adequação da camada superficial do solo, as outras camadas vão sendo
compactadas. A quebra dos agregados nas camadas inferiores aumenta a densidade do
solo e diminui a sua porosidade (especialmente dos poros grandes). As consequências
negativas desse processo de compactação do solo são: diminuição da troca gasosa;
limitação do movimento dos nutrientes no solo; diminuição da taxa de infiltração de
água; aumento da erosão hídrica (FONSECA, 2009).