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Correspondem a dois tipos de estrutura secundária proteica, sendo que é o tipo de aminoácidos
que constituem a proteína que determina qual a estrutura que existe mais propensão para
assumir.
No caso da hélice alfa, os aminoácidos mais abundantes são a metionina, alanina, glutamato
(prolina, tirosina, glicina são raros). A hélice alfa caracteriza-se pela cadeia principal assumir
uma estrutura em hélice, que se enrola de tal forma que as cadeias laterais ficam voltadas para
fora. Esta estrutura é estabilizada graças à existência de pontes de H entre o O do grupo
carbonilo do resíduo i e o N da amida do resíduo i+4, o que significa que a hélice tem um
período de 5,4A ou 3,6 aa por volta. Corresponde um dipolo elétrico, pelo que se orienta
preferencialmente se for submetida a um campo elétrico. A hélice pode ter enrolamento para a
esquerda ou para a direita (do N para o C terminal), sendo este último o mais comum, dado que
os L-aminoácidos são os enantiómeros mais abundantes em meio fisiológico (o enrolamento
para a direita será aquele que melhor empacota a hélice e as suas cadeias laterais).
No que diz respeito às folhas beta, caracterizam-se pela disposição da cadeia principal num
folha pregueada, com os resíduos laterais a serem projectados para um lado e o outro do plano
da folha; existem folhas Beta paralelas, em que as cadeias estão todas na mesma orientação (do
N terminal para o C terminal) e antiparalelas, em que as cadeias têm sentidos alternados. A
estabilização da estrutura é feita graças ao estabelecimento de pontes de hidrogénio entre os
grupos carbonilo e amida das cadeias, sendo a folha beta antiparalela mais estável do que a
paralela devido à maior densidade de pontes de hidrogénio que se estabelecem.
O objectivo da difracção é então a obtenção da estrutura proteica, pelo que nos interessa
conseguir distinguir dois átomos como objectos distintos. Para que isso aconteça, o
comprimento de onda da radiação usada tem de ser da mesma ordem de grandeza que a
distância interatómica, ou seja, A, que é igual a 10^-10 m comprimento de onda dos raios X.
Tal como referido, o padrão de difracção resulta da difracção dos raios X pelos eletrões dos
átomos. Os átomos de H têm apenas um electrão, pelo que o sinal produzido é demasiado fraco
para ser detectado.
O PDB é uma base de dados que reúne toda a informação obtida até ao momento sobre as
proteínas que nela se encontram, incluindo os dados estruturais. Para além de ter ficheiros em
que vemos os modelos estruturais (que podem ser abertos com programas como o RasMol ou
PyMol, Viewer), esta base de dados tem também os dados experimentais que permitiram a
determinação dos mesmos. Cada proteína guardada é associada a um código de 4 dígitos, o que
facilita a busca. Esta base de dados é deveras importante e útil, uma vez que permite compilar a
informação sobre todas as proteínas que conhecemos num único local, facilitando a pesquisa de
informação; pode inclusivamente ser útil na determinação de novas estruturas, pois podemos
basear-nos nas condições de cristalização/experimentais usadas em alguns casos, caso as
proteínas sejam semelhantes.
Vermelho do congo – corante que se liga aos agregados e permite distingui-los aquando
da observação com luz polarizada, dado que estes surgem num tom verde-garrafa
Tioflavina – corante formado por um anel, seguido de um ângulo de rotação e depois
outro anel; a molécula consegue absorver energia num dado comprimento de onda,
sendo que se estiver no estado livre, liberta a energia rodando o anel; porém, quando
ligada a fibras amilóides não consegue rodar, pelo que armazena a energia e liberta sob
a forma de fluorescência; quanto maior o número de folhas beta, maior a intensidade de
fluorescência
ATM e microscopia electrónica – técnicas de microscopia que permitem inclusivamente
observar a evolução das fibrilas, desde o estado de proteína solúvel, passando por
oligómeros, protofibrilas e fibras maduras
Anticorpos contra agregados amilóides – permitem detectar a formação de agregados
amilóides numa fase precoce, dado que os anticorpos são contra oligómeros, ou seja, a
fase inicial da formação de fibras amilóides (mas é uma técnica cara e os anticorpos são
difíceis de arranjar)
Dicroísmo circular – esta técnica permite obter diferentes espectros de absorvância
consoante o tipo de estrutura presente, possibilitando a distinção entre alfa-hélices e
folhas beta (logo pode ser usada para ver se existe um enriquecimento em folhas beta)
Difracção de fibras – exige uma preparação prévia das fibras, que passa pela deposição
de uma gota em duas fibras, que evapora e se torna viscosa, permitindo o estiramento
mecânico das fibras. Após isto, as fibras são expostas a raios X e obtém-se um padrão
de difracção do tipo cross Beta pattern, se forem fibras amilóides (caracteriza-se por
uma distância entre folhas beta de 10 A e 4,5 entre cadeias)
NMR, cristalografia de proteínas, microscopia electrónica – por vezes só se conseguem
estudar fragmento das proteínas
O péptido RADA16 consiste num exemplo de estrutura proteica em folha beta e caracteriza-se
por um motivo repetitivo de 4 aminoácidos – arginina, alanina, ácido aspártico e alanina. A
cadeia principal forma então a típica folha pregueada característica das folhas beta num só plano
e para um lado do plano temos os resíduos hidrófobos das alaninas, enquanto para o outro temos
os resíduos laterais positivos e negativos da arginina e do ácido aspártico, respectivamente, que
interagem em folhas consecutivas, permitindo a formação de camadas estáveis. Deste modo
obtemos um gel muito poroso capaz de albergar grandes quantidades de água e muito adequado
para o armazenamento e delivery de proteínas como a BSA ou a albumina. Podemos regular a
densidade do gel de maneira a controlar a velocidade de libertação da proteína – quanto mais
denso, mais lentamente se liberta.
A cristalização proteica é um processo moroso, uma vez que está dependente de um grande
número de condições, as quais têm de ser optimizadas para cada proteína. Esse processo de
definição das condições ideais de cristalização pode ser muito complicado, pois para as definir
tínhamos de conhecer a estrutura da proteína, que é precisamente aquilo que desejamos
determinar. Atualmente, existem ferramentas tecnológicas que permitem fazer um screening da
estrutura e prever aproximadamente as melhores condições. Os parâmetros que influenciam a
cristalização são então os seguintes:
9. Diga o que é estruturalmente o coiled coil e porque pode ser usado para transporte
e entrega de fármacos.
O coiled coil é um tipo específico de hélice-alfa, que se caracteriza por uma unidade
repetitiva de 7 aminoácidos (abcdefg), sendo que a e d são hidrofóbicos e os restantes
polares, com e e g carregados positiva e negativamente, respectivamente. Esta disposição
dos aminoácidos leva à criação de um núcleo hidrofóbico ao centro, com dois canais,
enquanto no exterior ficamos com uma interface hidrofílica. Deste modo, este tipo de
estrutura pode ser usado para transportar fármacos hidrofóbicos no seu interior. Para haver a
libertação do fármaco podemos criar um material termoresponsivo ou que altere com o pH.
10. Processos que afetam a propagação de US no corpo. Dizer qual ou quais têm
importância clínica.
Os ultrassons correspondem a uma onda do tipo mecânico, não ionizante, que precisa de um
meio para se propagar (propaga-se desencadeando sucessivamente a compressão e expansão
do meio em questão), longitudinal (ou seja, a vibração do meio ocorre na mesma direcção
que a propagação da onda), que viajam nos tecidos corporais à mesma velocidade que o
som, ou seja, 1540 m/s. O uso de US para observar tecidos é uma técnica barata, rápida
segura e fácil, mas que não permite uma grande resolução ou capacidade de penetração. Os
ultrassons são produzidos recorrendo a um cristal piezoelétrico e vão se propagar nos
tecidos, perdendo intensidade à medida que a distância percorrida aumenta, podendo ocorrer
3 processos/fenómenos distintos:
A reflexão vai depender da diferença de impedância acústica entre os dois meios, porque a
reflexão ocorre na interface entre meios com diferentes impedâncias acústicas; a impedância
corresponde à tendência que o material tem para reflectir a US, opondo-se à sua passagem;
quanto mais denso o material, maior a impedância acústica. A diferença de impedância acústica
é máxima entre ar e sólido, por isso mesmo quando se fazem os ultrassons se usa o gel, caso
contrário a onda seria logo reflectida pela pele. (não se usa US para analisar pulmões, porque a
impedância do ar é muito inferior à dos tecidos).
Maior frequência de US, menor penetração, mas maior resolução (12MHz); menor frequência
de US, maior penetração, mas menor resolução (3MHz).
12. O que são agentes de contraste paramagnéticos? São tóxicos? Como podem ser
intravenosamente administrados?