23 - 1 João - J. N. Darby

1 JOÃO
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1ª João 5
Verso 1
Neste capítulo há uma recapitulação de quem são estes. Não do que são, mas
de quem são, e de quem são aqueles de onde fazem parte. No capítulo
anterior, por exemplo, se tratava do amor em relação aos irmãos. Agora vem
a pergunta, não de quem é meu próximo, se não de que é meu irmão. “Todo
aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que
ama ao o gerou, também ama a quem ele gerou. ” Não temos agora uma
prova espiritual ou moral para ver ser o amor é real, senão que se demonstre
naqueles que são filhos de Deus, e então que “todo aquele que ama ao que
o gerou, ame também o que foi Geraldo por ele. ” Isto é, que se se trate
realmente deste amor divino, amarei aqueles que nascem de Deus. Se é por
causa do pai, amarei a todos os filhos, e é desta maneira que se expressa
aqui.
Versos 2-3
Mas agora no verso 2 dá uma contraprova de que esse amor é genuíno. Sei
que amo a Deus se amo aos filhos de Deus, mas sei que realmente os amos
se amo a Deus e guardo os seus mandamentos. Durante toda esta epístola
existe uma contraprova que é de vital importância. Se temos o Espírito Santo,
é o Espírito da verdade. Assim tenho como comprovar uma coisa pela outra.
Eu poderia aparentar que amo muito aos filhos de Deus, sendo que poderia
ser só um sentimento pessoal. Mas se ama a Deus, amos a todos por causa
dEle. Todo o mais poderá ser simplesmente um sentimento natural. É a
introdução de Deus que estabelece tudo de uma maneira justa. Se diz em 2
Pedro: “Acrescentai, ... ao amor fraternal, amor. ” Por isto que amamos aos
filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.
Se os amamos como filhos de Deus, se deve a que amo a Aquele que os gerou.
Inclui a todos, mas nunca deixando Ele de fora, por isto que se trata de uma
questão de obediência. “Pois este é o amor de Deus, que guardemos os seus
mandamentos; e seus mandamentos não são pesados. “
Verso 4
A Grande dificuldade é o mundo, mas a fé o pode vencer. “Porque todo o que
é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que há vencido o mundo,
nossa fé. “ Temos recebido uma natureza que não é absolutamente
adaptável ao sistema do mundo. O Senhor Jesus disse: “Não são do mundo,
como tão pouco eu sou do mundo” (João 17.16). “Voz sois de baixo, eu sou
de cima. ” O mundo, como sistema, é diabólico – não é em absoluto de Deus.
Tudo em que há nele, “os desejos da carne, os desejos dos olhos e o orgulho
da vida, não provem do Pai, mas do mundo” (João 2.16). O Pai é o cabeça,
fonte e bênçãos de um grande sistema em que o mundo é oposto; e por isto,
quando o Filho veio ao mundo, o mundo o rejeitou, e isto tem posto o
mundo, como o mundo posto a prova, em total antagonismo ao Pai. Sempre
temos visto que se trata da carne contra o Espírito, do mundo contra o Pai,
do diabo conta o Filho. “Todo o que é nascido de Deus vence o mundo. ” É a
verdade que santifica. A dificuldade é o mundo. Contemplamos as coisas que
se veem, não as que se não veem, é por isto que nos enfraquecemos no
caminho. A vitória que vence ao mundo, é a nossa fé.
Verso 5
Não se trata meramente de uma natureza que nos tenha sido dada, pois a
verdade é que, como novas criaturas temos um objeto para encher a visão
desta nova natureza, e este é o Senhor. Tenho que ter o Verdadeiro
objeto, e, por isto: “Quem é que vence ao mundo, se não ao que crê que
Jesus é o Filho de Deus?” Está ocupado com algo. Quando descubro que
Aquele que o mundo tem cuspido e crucificado é o Filho de Deus, digo que
isto que é o mundo. E por isto, quando minha fé repousa sobre este Jesus
desprezado, o Filho de Deus, acabo com o mundo, o venço como um inimigo.
Verso 6
Aqui temos uma breve relação destes santos. São nascidos de Deus; São um
grupo de pessoas que pertencem a Ele e que vivem; vivem em outro mundo
que pertence ao Pai. Logo fala do espírito e do poder que veio Cristo, Aquele
por meio de quem somos conectados nesta cena de bênçãos que pertencem
ao Pai. “Este é Jesus Cristo que veio por meio de água e sangue. ” Isto
retrocede a um princípio vital que temos visto por toda a epístola. Se
houvesse sido somente por água, João o batista veio por água. A Palavra de
Deus, se aplicava ao homem somente como filho de Adão, não podia purifica-
lo. A vinda de Cristo a este mundo por esta água colocou o homem a prova;
e o homem era inimigo de Deus, portanto não havia maneira de reconcilia-
lo. Então veio a ser uma questão de redenção, de sangue, assim como de
água, e aquela vida estava no Filho; não no primeiro Adão, mas no Último.
“Este é Jesus Cristo, que veio mediante água e sangue. ”
Tem, como sabemos, uma purificação; mas este é o efeito da redenção sobre
a nova vida. Foi de um Cristo morto que brotou a purificação. Um Cristo vivo
que entra no mundo se apresenta ao homem para ver se se podia estabelecer
algum vínculo entre Deus e o homem. No entanto o homem ficou
definitivamente condenado, e entra a morte. Sempre é assim. “ Se não creres
que Eu Sou, morreis em vossos pecados. ” E esta foi a razão de ter dito ser
necessário comer Sua carne e beber o Seu sangue. Se não O tomais como um
Cristo morto, nada tereis, porque aquela purificação saiu de um Cristo morto.
É morto ao antigo, e se introduz uma vida inteiramente nova.
Verso 7-8
Agora temos outra verdade bendita. Temos um Cristo morto que agora vive
pelos séculos dos séculos; e logo temos o Espírito Santo que mora em nós.
Mas tudo isto é algo como pertencendo a um mundo novo. “Três são os que
dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue.” Temos três testemunhas,
dando testemunho o Espírito; sendo a água o poder purificador, e o sangue
o poder de expiação; e todos estes concordam. Não tem purificação da velha
natureza, mas é outorgado uma nova natureza. “ Deus nos tem dado vida
eterna; e esta vida está em seu Filho.” Não agregado ao velho Adão, mas é
vida no Filho. “ O que tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus
não tem a vida.” Não tem vida para o velho homem, ele está rejeitado, e não
haverá dois Adãos no céu. Aqui está o Filho, e aqueles que tem vida no Filho.
Deus começo a levar esta obra adiante desde a queda do Jardim, mas a
verdade plena de tudo isto, veio a luz quando Cristo ressuscitou.
Veros 9-10
Logo temos outro ponto em relação com a verdade, e é seu conhecimento.
“Aquele que crê no Filho de Deus, tem o testemunho em si mesmo”, porque
temo a Cristo, por meio do Espírito de Cristo conosco. Por Ele sei que tenho
a vida eterna, que sou filho de Deus. Temos esta bendita consciência e
consolo. A obra tem sido levado a cabo, o sangue foi derramado, a além disto
eu clamo Abba, Pai, por meio do Espírito que mora em mim. Isto é, “O que
crê no Filho de Deus, tem o testemunho em si mesmo.” Possui aquilo; em
outras palavras, possui a Cristo.
A falha do incrédulo não é que não tenha aa bênção, mas sim que faz de Deus
um mentiroso. Deus tem dado um testemunho adequado acerca de Seu
Filho, e “quem não crer em Deus, o tem feito mentiroso.” E, por isto, uma
pessoa que rejeita ao evangelho, está rejeitando o testemunho de Deus
acerca de Seu Filho. O testemunho era suficiente. Lemos de muitos que
creram em Seu Nome. Mas não venceram ao mundo, pois não tinham uma
fé verdadeira. Jesus não confiava neles. (João 2)
Versos 11-12
“E este é o testemunho: que Deus nos tem dado a vida eterna; e esta vida
está em Seu Filho.” É da maior importância vermos que não se trata de
reformar a nossa velha natureza, mas que agora temos uma outra que antes
não tínhamos, ao receber Cristo como nossa vida. E todo o resto está
cumprido. O Espírito é o Espírito Santo no mundo. A água saiu do lado de
Cristo, assim como o sangue. A água purifica o que já existe. A água é a
lavagem pela Palavra – mas não sem o poder do Espírito Santo. Se trata da
aplicação da Palavra pelo Espírito Santo. Pois, além e disto, a água dá a ideia
do lavamento pela Palavra; é por isto que é dito que nascemos da água e do
Espírito.
Verso 13-15
Tem mais uma coisa – a confiança atual que temos com Deus. “Estas coisas
vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus” (v. 13). E logo
vem a confiança diária: “E esta é a confiança que temos nele, que, se
pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (v.14). Somos
verdadeiramente reconciliados com Deus. Não se trata de uma condição
incerta em relação a Deus, bem pelo contrário, estamos confiados nEle.
Temos confiança nEle. Não se trato somente do fato de termos sido salvos,
mas sim que, temos uma confiança presente. “E, se sabemos que nos ouve
em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe
fizemos” (v. 15).
Verso 16
Mas temos outro privilégio – o de interceder por outros. E agora, também,
temos a revelação dos tratos de Deus em seu governo para com os salvos.
“Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus
dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e
por esse não digo que ore.” No caso de Ananias e Safira houve um caso para
morte. Tem havido constantes trato de Deus em governo com seus filhos,
quando, se o caráter do pecado não for para morte (pode persistir no pecado
até ela), se trata de uma questão apenas de disciplina. Tem havido muitas
enfermidades entre o povo de Deus que faz parte de Sua disciplina, de uma
forma ou de outra – disciplina positiva, na qual, se o coração do crente se
submente a ela, será para seu bem.
Verso 17
A disciplina nem sempre é por falta concreta. Em Jó 33. 18-19, se diz: “Para
desviar a sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada. Também na
sua cama é castigado com dores; e com incessante contenda nos seus ossos”;
e vemos no verso 17 que o propósito da disciplina é afastar o homem do seu
orgulho. Mas no capítulo 36 de Jó, vemos a disciplina aplicada a faltas
concretas: “Então lhes faz saber a obra deles, e as suas transgressões,
porquanto prevaleceram nelas” (v. 9). Havia uma disciplina positiva da parte
de Deus. Aqui não se trata apenas de haver disciplina, e de que se existe
“algum eloquente mediador muito seleto, que anuncia ao homem seu dever;
que lhe diga que Deus teve muita misericórdia dele, que o livrou de descer a
sepultura”, etc.
Pois, como cristão, tu mesmo estás qualificado para ser este mediador. O
cristão que tem o direito de interceder, e que caminha com Deus, tem este
acesso ante Deus para ser ouvido em tudo o que pede. Então quando vê
pecar teu irmão, e que cai de baixo da disciplina de Deus, tu vais para ser este
mensageiro escolhido. É questão de disciplina e castigo pelo pecado; e se usa
esta intercessão, ele será restaurado. Se supõe que seja um crente que ande
com Deus, para poder ser seu intérprete.
Verso 18
“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado.” O
homem está vivendo segundo a carne se se abre ao pecado. A nova natureza
não peca. Por isto, se peca em absoluto, tem que ser porque está atuando na
carne. Se andamos no Espírito, satanás não tem poder sobre nós de forma
alguma. “O que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não
lhe toca.”
Versos 19-21
“Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno” (v. 19).
O apóstolo faz uma recapitulação em estes dos versos. “Todo o mundo está
no maligno”, e “Somos de Deus”. As vezes fizemos “vistas grossas” para
salvar alguma coisa do mundo. Mas, “Sabemos que já o Filho de Deus é vindo,
e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é
verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo”. Estando Deus revelado
em Cristo, e nós estando em Cristo, estamos numa posição totalmente fora
do mundo.
Temos aqui também, um notável testemunho a respeito da divindade de
nosso Senhor Jesus Cristo. “No que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho
Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. É uma grande
consolação, pois quando encontrei a Cristo, tenho a Deus. O tenho
encontrado; e conheço o que Ele é para mim. “Oque tem o Filho, tem
igualmente ao Pai.

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