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Por fim, segundo o historiador, estas atividades lúdico-recreativas tem como retomada
história a reconquista da península ibérica aos mouros, com o objetivo de refletir
sobre a maneira que se obteve a construção histórica e social dessa identidade e com
o efeito de ter como lembrança a luta dos mouros, ou a vitória contra eles, que
também esta muito presente na iconografia peninsular.
Rivair Macedo também retrata a questão da memória, e em como ao passar dos anos
o assunto pode sofrer alterações, como quem é exaltado ou não, quem é contestado e
afins. O autor evidencia também que alguns autores afirmar que a memória carolíngia
foi refutada em alguns lugares na época, ou pelo menos aprendida de maneira
diferente da qual foi até aqui retratada. Essa rejeição pode ter ocorrido pelo fato da
necessidade de heróis mais próximos que melhor representassem a guerra da
Reconquista, que segunda a historiadora Adeline Rucquoi possivelmente foi Geraldo-
Sem-Pavor e Afonso Henriques que exerceram esse papel de símbolos na luta contra
os mouros.
José Rivair analisa como a resposta para a continua encenação da luta entre moros e
cristãos a idéia de manutenção da ordem pela violência, ainda mais à fundo, o autor
encontra no dizer de Marilyse Meyer algo que vai de encontro com seu pensamento,
quando ela diz que o engodo disso tudo acontece para demonstrar o desejo de um
mundo único que impõe seu molde com uma violência legitimada pelos heróis que
propõe como modelo, ou seja, o desejo de haver um ideal, e tudo que não se encaixar
nessa padrão ser exilado pela violência.