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LABORATORIO DE HIDRAULICA – CURSO ENGENHARIA CIVIL

o
3 EXPERIMENTO
Levantamento de curvas de bomba centrifugas

PARTE CONCEITUAL:

Bomba centrífuga é uma turbo-máquina e é o equipamento mais


utilizado para bombear líquidos: no saneamento básico, na irrigação de
lavouras, nos edifícios residenciais, na indústria em geral, elevando,
pressurizando ou transferindo líquidos de um local para outro.

A bomba centrífuga cede energia para o fluido à medida que este


escoa continuamente pelo interior da bomba. Embora a força centrífuga
seja uma ação particular das forças de inércia, ela da o nome a esta classe
de bombas. A potência a ser fornecida é externa à bomba, seja um motor
elétrico, um motor à diesel, uma turbina a vapor, etc. A transferência de
energia é efetuada por um ou mais rotores que giram dentro do corpo da
bomba, movimentando o fluido e transferindo a energia para este. A
energia é em grande parte cedida sob a forma de energia cinética - aumento
de velocidade - e esta pode ser convertida em energia de pressão.

O fluido entra na bomba por um bocal de sucção. Neste bocal a


pressão manométrica pode ser superior (positiva) ou inferior à atmosférica:
(vácuo) ou pressão negativa. Do bocal de sucção o fluido é encaminhado a
um ou mais rotores que cedem energia ao fluido, seguindo-se um
dispositivo de conversão de energia cinética em energia potencial de
pressão. O fluido sai da bomba pelo bocal de recalque. A energia cedida ao
fluido se apresenta sob a forma de diferença de pressão entre a sucção e o
recalque da bomba. Esta energia específica (energia por unidade de massa)
é conhecida como altura manométrica total (Hman). Em função desta
transferência de energia é que podemos: elevar, pressurizar ou transferir
fluidos.

A figura 1 a seguir, mostra um exemplo visual de uma bomba


centrifuga denominada vertical. Nesse esquema podemos verificar as partes
internas da bomba de forma didática.
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(fonte: Melo Junior, 1998)

O estudo de uma bomba centrifuga se faz necessário quando o


engenheiro civil deve mencionar em projetar uma rede hidráulica. A parte
vital da obra hidráulica sem dúvida é a parte do bombeamento.

Por isso, ao escolher a bomba o engenheiro deve primeiramente


levantar em laboratória a curva característica da mesma de forma a permitir
acompanhar o desempenho da mesma.

A figura 2 traz um “retrato” de um levantamento hipótetico de uma


bomba centrifuga vertical.

(fonte: Melo Junior, 1998)

Na figura 2 a curva é levantada pela perda de carga (altura


manometrica) em função da vazão, sendo que o ponto de encontro entre a
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curva característica da bomba e a curva do sistema de tubulação fornece o
ponto ideal de trabalho do sistema.

3o EXPERIMENTO - Levantamento de curvas de


bomba centrifugas

OBJETIVO EXPERIMENTAL

Em laboratório foi proposto o levantamento das curvas característica


e universal de uma bomba ensaiada. As curvas descritas são das funções:

HB = f(Q)  curva característica

Ψ = f(ϕ)  curva universal

Procedimento Experimental

Para a realização da experiência foi utilizada a bomba centrifuga


vertical existente na bancada de ensaios. O diâmetro da tubulação de
entrada corresponde a 38,1 mm e na saída o diâmetro vale 25,4 mm.

As tomadas de pressão entre a secção de entrada e a secção de saída


da bomba, que têm um desnível de 53 cm, foram ligadas ao manômetro
diferencial de mercúrio (Hg), conforme a figura 3. A diferença de tomada
de pressão foi dada em mm de Hg.

O reservatório localizado na saída da tubulação tem uma secção


transversal de 31,6 x 31,6 cm foi utilizado para determinação da vazão real
do fluído (água) que passou pela bomba centrífuga.
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Figura 3 – Esquema de montagem da leitura da bomba centrifuga.

Equacionamento da Bomba

Para a curva foi utilizado o mesmo principio dos experimentos


anteriores, onde a perda de carga total inicial é igual a de saída, pois o
sistema deve manter a conservação da energia.

Assim;

H1 + Hbomba = H2

V12/2.g + p1/γ + z1 + Hbomba = V22/2.g + p2/γ + z2

Como z1 = 0 (referencial de nível)

Hbomba = (V22 – V12) /2.g + (p2 – p1)/γ + z2 (equação 1)

Tendo que:

p2 – p1 = h . (γHg – γH2O) (equação 2)

z2 = 0,53 m; γHg = 13.600 kgf/m3; γH2O = 1.000 kgf/m3

Com os valores deduzidos e os de tabela de massa específica


(densidade) dos fluídos mercúrio e água, em seguida utilizando a fórmula
do cálculo da velocidade de escoamento (v), temos:
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v = 4 . Qvazão / (π . D2rotor da bomba) (equação 3)

No cálculo da vazão real, utilizando as dimensões do reservatório


(conforme dados e figura 3 anteriores), temos:

Q = Aárea tanque . Δhvariação do reservatório / ttempo cronômetro (equação 4)

Formulário Adicional para a bomba centrifuga

Com base nas equações: 1, 2 e 3, para a determinação das curvas


características da bomba deve-se utilizar ainda o equacionamento adicional
a seguir. Onde com os valores de projeto da bomba que são fornecidos pelo
fabricante podemos finalizar o dimensionamento.

A bomba utilizada tem como valores de fornecedor para velocidade


de rotação (n) e diâmetro de rotor (Drotor da bomba), respectivamente 3.500
rpm e 90 mm.

As fórmulas do coeficiente manométrico (ψ), equação 4, e


coeficiente de vazão (ϕ), equação 5, são:

Ψ = g . Hbomba / n2rotação . D2rotor (equação 5)

Φ = Q / nrotação . D3rotor (equação 6)

Testes realizados

De forma didática foi realizado o experimento com base na parte de


cálculos para sete (07) testes. Os valores foram tabelados na tabela anexa 1.

Para mostrar o processo de cálculo mostra-se a seguir os cálculos


para o primeiro teste.

Solução (primeiro teste): Usando a equação 4, temos o cálculo da vazão:

Q = 0,316 . 0,316 . 0,20 / 22 = 0,91.10-3 m3/s

Com o valor da vazão real, passamos para o próximo passo que será a
determinação da velocidade de entrada (v1), pela equação 3:

v1 = 4 . 0,91.10-3 / π . 0,03812 = 0,80 m/s


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A velocidade de saída (v2) com o uso da mesma equação 3, será de:

v2 = 4 . 0,91.10-3 / π . 0,02542 = 1,80 m/s

O cálculo da variação de pressão Δp (p2 – p1), será determinado pela


equação 2:

Δp = 0,310 . (13600 – 1000) = 3906 kgf/m2

A determinação da perda de carga da bomba (Hbomba) será obtido pela


equação 1.

Hbomba = (1,802 . 0,802 / 20) + (3960 / 1000) + 0,53 = 4,57 m

Valor do coeficiente manométrico (Ψ) será dado pela equação 5:

Ψ = 10 . 4,57 . 602 / 35002 . 0,0902 = 1,66

Valor do coeficiente de vazão (ϕ) será obtido pela equação 6:

Φ = 0,91.10-3 . 60 / 3500 . 0,0903 = 2,14.10-2

O processo de cálculo é o mesmo para os próximos pontos, sendo


sempre variado a altura do reservatório e o tempo de medição. Com isso,
podemos obter a tabela 1 a seguir, referente aos valores do coeficiente
manométrico.

Tabela 1 – Valores de entrada e determinados para o coef. manomét. (Ψ) e


de vazão (ϕ).
Q
h Δh t v1 v2 Δp Hbomba Ψ Φ
(m3/s) 2
(mmHg) (cm) (s) (m/s) (m/s) (kgf/m ) (m) x10-2
x10-3
310 20 22 0,91 0,80 1,80 3910 4,57 1,66 2,14
360 20 23 0,87 0,76 1,72 4540 5,18 1,88 2,05
410 20 27 0,74 0,65 1,46 5170 5,78 2,10 1,74
460 20 33 0,60 0,53 1,18 5800 6,38 2,31 1,41
510 20 43 0,46 0,40 0,91 6430 6,96 2,52 1,08
560 20 63 0,32 0,28 0,63 7060 7,60 2,76 0,75
610 10 57 0,17 0,15 0,34 7690 8,22 2,98 0,40
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Com os valores retirados da tabela 1, podemos construir os gráficos
referentes às figuras 4 e 5 abaixo.

Figura 4 – Curva característica da vazão real pela perda da bomba


centrifuga.

Figura 5 – Curva característica da vazão real pela perda da bomba


centrifuga.

Deve-se salientar que o fato das curvas serem extremamente


descendentes deve ser devido ao fato do rotor da bomba ser estreito, com
poucas pás.
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3o EXPERIMENTO
Levantamento de curvas de bomba centrifugas
(a ser entregue)
FICHA 1

Nome:____________________________R.A.:_________

Com base no que foi comentado em aula e nas observações


levantadas anteriormente nesse capitulo experimental, preencha a tabela a
seguir com os valores correspondentes a aula experimental, os demais
parâmetros faltantes, de modo a melhor fixação do conceito levantado
anteriormente.
Preencha de forma correta quais são as fórmulas utilizadas na
determinação final dos coeficientes manométrico (Ψ) e de vazão (ϕ).

Tabela 1 – Valores de entrada e determinados para o coef. manomét. (Ψ)


coef. de vazão (ϕ).
Q
h Δh t v1 v2 Δp Hbomba Ψ Φ
(m3/s) 2
(mmHg) (cm) (s) (m/s) (m/s) (kgf/m ) (m) x10-2
x10-3
310 20 22

360 20 23

410 20 27

460 20 33

510 20 43

560 20 63

610 10 57
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Indique as fórmulas utilizadas para os cálculos que preencheram a


tabela 1 e possibilitaram construir os gráficos 1 e 2 acima.
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Vazão (Q) FICHA 2

Velocidade (v)

Variação de pressão (Δp)

Perda da bomba (Hbomba)

Coeficiente manométrico (ψ)

Coeficiente de vazão (ϕ)

IMPORTANTE: Será computado 2,0 (dois) pontos para avaliação


NP2, pelo preenchimento correto dessa tabela e fórmulas utilizadas. As
fichas 1 e 2 deveram ser completadas, destacadas e entregues ao
professor responsável pela aula.

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