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1.

Contextualização Histórica

A história da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré está intimamente relacionada


a história do caboclo amazônico chamado Plácido, o homem que em 1700 encontrou
imagem da santa as margens do rio Murucutu. Ele, andando pela mata enquanto caía um
toró, avistou a pequena escultura de Nossa Senhora de Nazaré e a levou para sua casa.
No dia seguinte, ao procurar pela santa, ela havia voltado para o lugar de onde ele a tirou.
Nos próximos dias tornou a acontecer a mesma coisa, então o boato correu pela região e
levada ao palácio do governo e à catedral da sé, também sumiu e voltou ao seu lugar.
Então Plácido desistiu de tirá-la do que hoje é considerado por religiosos como seu
santuário natural e alí, nas margens do rio construiu uma pequena capela para a imagem.
Ao redor da humilde capela de taipa caída, que ficava perto da estrada para o Maranhão,
foram aparecendo pequenos comércios e moradores por conta dos peregrinos que iam até
lá, a vila ficou conhecida como de Arraial de Nazaré

Da mesma forma, a Basílica faz parte da história do Círio, já que a romaria foi um
dos motivos para as melhorias que sucederam. O surgimento do Círio foi motivado pela
devoção que se tinha – e se tem – entorno da santa, que contagiava a todos que visitavam
o Arraial de Nazaré, até os poderosos homens que fizeram o primeiro Círio Acontecer:

"Em fevereiro de 1773, Dom Frei João Evangelista Pereira, o quinto


bispo da então Diocese de Belém, recém chegado, visitou o Arraial e resolveu
enviar a imagem a Portugal para que fosse reformada. Além disso solicitou à
Rainha, Dona Maria I, e ao Papa Pio VI a licença oficial para a realização da
festividade de Nossa Senhora de Nazaré. O bispo visitou novamente o arraial em
outubro daquele ano e realizou a bênção da pedra fundamental para a construção
da terceira ermida e esperava que altar e o nicho estivessem prontos quando a
imagem fosse trazida de volta. A imagem retornou a Belém dia 31 de outubro de
1774 (domingo). Atendendo ao convite do bispo, a população a recebeu com
grande festa no porto, de onde foi conduzida em uma grande procissão até a
ermida". (Fabrício Coleny )

O capitão Francisco de Souza Coutinho, visitando e vendo o quando o Arraial


movimentava pessoas e bens, planejou uma feira agrícola, mas ficou doente. Por isso
prometeu que se ficasse curado, faria uma procissão levando a imagem da ermida até o
Palácio. Depois de se recuperar, assim o fez sendo seguido em procissão pelo povo. O
festejo, já autorizado pela Rainha e pelo papa, foi realizado também. Assim aconteceu o
primeiro círio em 1793.
No local onde a imagem foi encontrada, ergueram-se mais duas ermidas e a Igreja
Matriz de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro, que já em 1884 não era suficientemente
grande para suportar o fluxo de pessoas que vinham de todo o estado do Pará. Em 1909,
a Basílica que hoje é santuário começou a ser construída por ordem do Visitador Geral da
Ordem (dos Barnabitas) Luigi Zoia, que se entusiasmou com a ideia dos barnabitas de
fazer, perto dalí, uma nova igreja, para qual já haviam até guardado dinheiro. O santuário
foi aos poucos sendo decorado até a década de 1960.

Existe também o fator político por trás dessa construção: a edificação não mais
condizia com a cidade que se construíra ao redor em cima dos lucros do ciclo da borracha
e baseada na hegemônica cultura burguesa da França. A igreja precisava alcançar as
belezas da Belle Epoque, afinal a arquitetura sempre foi usada pela igreja para demonstrar
poder e não podia ser diferente com a Basílica da nossa padroeira. Sua arquitetura foi
inspirada na Basílica de São Paulo em Roma, foi projetada por Gino Coppedè e pelo
engenheiro Giuseppe Predasso.

2. Descrição e análise
3. Conclusão

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