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Circuitos Polifásicos e Magnéticos © Clever Pereira

Laboratório de Circuitos Polifásicos e Magnéticos

PRÁTICA 2
REGULAÇÃO DE TENSÃO
EM TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS

OBJETIVO:
O objetivo da prática é calcular a regulação de tensão do trafo monofásico para cargas
resistiva, indutiva e capacitiva e levantar em laboratório a polaridade das bobinas deste
transformador.

PRÉ-RELATÓRIO:
No pré-relatório, deve ser apresentado um estudo sobre regulação de tensão em
transformadores monofásicos que sirva como base para as medições que serão realizadas
no laboratório. Além disso, as montagens para o cálculo de regulação de tensão devem ser
propostas.

RELATÓRIO:
No relatório, devem estar descritos todos os procedimentos e cálculos efetuados, o
diagrama das montagens, tabela com os valores obtidos, diagramas fasoriais e
discussões/conclusões tiradas.

1. INTRODUÇÃO
A maioria das cargas ligadas ao secundário de um transformador é projetada para
operar com tensão essencialmente constante. No entanto, à medida que elas crescem, a
tensão nos terminais do transformador varia devido à queda de tensão na sua impedância
interna. Considere a figura 1, onde o transformador é representado por uma impedância
série Zt (o ramo de excitação foi desprezado) e pode ser ligado a uma carga através de uma
chave S.
Transformador
Rt j Xt S
I1 I2’ N:1 I2

∆V1 = Zt .I1 = Zt .I2’


V1 V2’ V2 Carga

Figura 1. Transformador ligado à sua carga

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Se o transformador está a vazio, com a chave S aberta, a corrente I2 vai ser nula. Deste
modo a corrente I2’ também vai ser nula e conseqüentemente a queda ∆V1. Então, a tensão
nos seus terminais vai ser
V2 ' V1
V2 ( NL ) = = (1)
N N
Na equação acima, o subscrito "(NL)" indica a condição no load (sem carga ou a vazio) e
N é a relação de transformação nominal do transformador (N = N1/N2). Se a chave S é
fechada e a carga é aplicada, vai circular uma corrente I2 pela carga, e conseqüentemente
I2’ não mais vai ser nula. Desta forma, a tensão terminal vai ser dada por
V2 ' V1 − ∆V1 V1 − ( Rt + j X t ) ⋅ I 2 '
V2 ( L ) = = = (2)
N N N
O módulo da tensão terminal pode aumentar ou diminuir, dependendo da natureza da
carga a ser conectada ao transformador. A queda de tensão ∆V1 é devido à queda de
tensão na impedância interna do transformador Zt. Para a grande maioria das cargas, uma
variação significativa na tensão terminal é indesejável. Por exemplo, se muitas lâmpadas
forem progressivamente ligadas ao secundário de um transformador, a tensão terminal irá
cair e, conseqüentemente, a luminosidade das lâmpadas. Para diminuir este efeito, fica
claro que o transformador deve ser projetado de forma a possuir uma baixa impedância
interna Zt, que é basicamente função das resistências dos enrolamentos e de suas
reatâncias de dispersão.

Para se quantificar este efeito de variação da tensão terminal com a carga,


define-se a “Regulação de Tensão” do transformador como a variação da magnitude da
tensão secundária quando a carga varia da condição a vazio “(NL)“ para uma dada
condição de carga, expressa por
V2( NL ) − V2 ( L )
Reg (%) = ⋅100% (3)
V2 ( L )

Na equação (3), uma regulação de tensão positiva indica que a tensão a vazio é maior
que a tensão com carga. Por sua vez, uma regulação de tensão negativa indica o contrário.
A tensão sob carga, mencionada na equação (3), é muitas vezes tomada como a tensão a
plena carga (full load, FL). Desta forma, a equação pode ser escrita por

V2 ( NL ) − V2 ( FL )
Reg (%) = ⋅100% (4)
V2 ( FL )

A grande maioria dos equipamentos é projetada para fornecer a tensão nominal se for
ligada a ele a carga nominal. Desta forma, a equação (3) acima ainda pode ser escrita como
V2 ( NL ) − V2 ( nom )
Reg (%) = ⋅100% (5)
V2 ( nom )

onde o subscrito "(nom)" indica uma grandeza nominal de projeto. Substituindo as equações
(1) e (2) na equação (5) acima, ela pode ser escrita como

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'
V1 V2( nom )

N N V1 − V2'( nom )
Reg (%) = ⋅100% = ⋅100% (6)
V2'( nom ) V2'( nom )
N

A regulação de tensão depende do fator de potência da carga. Isto pode ser constatado
através do diagrama fasorial de tensões mostrado na figura 2, onde θ2 é o ângulo de fase da
carga. Pode-se verificar então que à medida que θ2 varia, a tensão V1 varia.
Desta forma, o lugar geométrico de V1 (= V’2 + ∆V1) vai ser um círculo de raio
∆V1 = |I2’.Zt|. A magnitude de V1 será máxima quando o fasor ∆V1 (= I2’.Zt ) estiver em fase
com V’2, ou seja, quando o ângulo da impedância da carga for idêntico ao ângulo da
impedância interna do transformador. Para cargas indutivas a regulação vai ser positiva e
para cargas capacitivas ela pode ser negativa, ou seja, a tensão a vazio ser menor que a
tensão com carga.

Lugar geométrico
das tensões V1

V1(cap)
I'2(cap) .Xt
I'2(cap) ∆V1 I'2(cap) .Rt
V1(ind)
θ2(cap) ∆V1

V2’ ref
θ2(ind) I'2(ind) .Rt I'2(ind) .Xt

I'2(ind)

Figura 2. Diagrama fasorial de tensões

2. PARTE PRÁTICA

1. Propor montagens (no pré-relatório) e executá-las de forma a calcular a regulação de


tensão do transformador monofásico de 1 kVA, 220 V/127 V do nosso laboratório
para:

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(a) Uma carga resistiva de 1 kW, com tensão nominal de 127 V;


(b) Uma carga indutiva onde ZC ≈ (11,5 + j 0,2ω ) Ω;
(c) Uma carga capacitiva pura onde C ≈ 24 µF.

2. Preencher a tabela abaixo, com os dados medidos em laboratório de forma a calcular


a regulação de tensão para os três tipos de carga acima;

Resistiva Indutiva Capacitiva


Carga A Vazio
1 kW, 127 V Bobina Laboratório Capacitor 24 µF
Impedância ∞ V22/P2 V2 / I2 ∠ arccos (P2/V2I2) - j (V2/I2)
V1 (V) 220 220 220 220
I1 (A)
P1 (W)
V2 (V)
I2 (A) 0
P2 (W) 0
Reg(M) (%)
Reg(C) (%)

3. Desenhar o diagrama fasorial para os três casos anteriores.

DETERMINAÇÃO DA POLARIDADE
DE BOBINAS ACOPLADAS MAGNETICAMENTE

1. INTRODUÇÃO
A polaridade das bobinas de trafos monofásicos (acopladas magneticamente) é matéria
importante, sendo regulada por normas nacionais e internacionais relacionadas ao assunto.
A norma brasileira estabelece que os terminais de um trafo monofásico devem ser
identificados pelas letras H (caso sejam do lado de alta tensão) ou X (caso sejam do lado de
baixa tensão). Na hipótese de um terceiro enrolamento, recebem a denominação T.
Os trafos monofásicos de dois enrolamentos possuem dois pares de terminais. Cada um
dos terminais recebe a denominação correspondente ao lado que se encontra (alta ou baixa
tensão) e um subscrito, 1 ou 2, dependendo de sua polaridade. Terminais de mesma
polaridade recebem o mesmo subscrito. A figura 1 a seguir mostra um transformador
monofásico e seus terminais marcados conforme sua polaridade.

IH IX IH
H1 X1 H1 X2
+ + + -

VH VX VH VX

IX
- - - +
H2 X2 H2 X1

Figura 1. Polaridade de bobinas de trafos monofásicos

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Construtivamente as bobinas de um trafo podem ser enroladas ao núcleo no mesmo


sentido ou em sentidos opostos. Quando elas são enroladas no mesmo sentido diz-se que a
polaridade de uma bobina em relação à outra é subtrativa. Ao contrário, diz-se que
possuem polaridade aditiva. Estas denominações podem parecer inconsistentes, mas elas
são provenientes de testes simples para indicação de polaridades de bobinas de trafos e
não da maneira como estas bobinas são enroladas no núcleo do trafo. As figuras 2 e 3 a
seguir mostram arranjos construtivos simplificados de trafos monofásicos com bobinas com
polaridade subtrativa e aditiva respectivamente, bem como as convenções de circuito
relativas a estes dois tipos de arranjo.

Φ
IH IH IX
H1
+ H1 X1
VH
+ + Polaridade
H2 - VH
Subtrativa
IX VX
X
+ 1

VX H2 -
-
X2
(mais utilizada)
-
X2

Figura 2. Bobinas acopladas magneticamente com polaridade subtrativa.

Φ
IH IH
H1
+ H1
+ -
X2 Polaridade
VH
Aditiva
H2 - VH VX
-
X2 (utilizada em
VX - + pequenos trafos
H2 X1
+ IX monofásicos)
X1
IX

Figura 3. Bobinas acopladas magneticamente com polaridade aditiva.

2. TESTES PARA DETERMINAÇÃO DE POLARIDADE DE BOBINAS ACOPLADAS


MAGNETICAMENTE

A polaridade de bobinas acopladas magneticamente pode ser determinada por diversos


testes práticos. Grande parte destes testes exige a utilização de osciloscópios ou de fontes
capazes de gerar pulsos. No entanto existe um teste muito simples que é capaz de
determinar a polaridade de bobinas acopladas magneticamente e do qual origina a
denominação subtrativa ou aditiva. Este teste está descrito nas figuras 4.a e 4.b:

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+ - + -
V V

H1 X1 H1 X2

VH VX VH VX

H2 X2 H2 X1
Trafo Trafo

V = VH − V X ⇒ V < VH V = V H + V X ⇒ V > VH
(a) (b)

Figura 4. Testes para determinação de polaridade de bobinas acopladas magneticamente.

Na figura 4.a a tensão V lida no voltímetro vai ser dada por

VH − V − V X = 0 ⇒ V = VH − V X ⇒ V < VH
ou seja, a leitura do voltímetro V vai ser menor que a tensão aplicada VH. Diz-se nestes
casos que as bobinas possuem acoplamento com polaridade subtrativa (as tensões VH e VX
se subtraem no voltímetro).

Na figura 4.b acontece o contrário, sendo que a tensão V lida no voltímetro vai ser dada
por

VH − V + V X = 0 ⇒ V = VH + V X ⇒ V > VH

Neste caso, a leitura do voltímetro V vai ser maior que a tensão aplicada VH, o que é
denominado de polaridade aditiva (as tensões VH e VX se adicionam no voltímetro).

3. PARTE PRÁTICA

1. Verificar as polaridades das bobinas do transformador monofásico do nosso laboratório


e fazer um croquis no relatório mostrando como elas estão presentes.

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