Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Claudio Oliveira
III
AGRADECIMENTOS
À Deus, por tudo o que já passou, pelos momentos de agora e pela possibilidade de um
futuro.
Ao meu orientador, professor João Batista, pela paciência, atenção, apoio e prontidão
nos momentos de dúvida e dificuldade, e também ao Amilton, pelos arquivos e pela
disposição em responder meus emails.
Aos amigos, pelas conversas sérias e pelas não tão sérias assim.
Ao professor Claret, por me ceder uma cadeira no LARin, e à Rovia, por pequenas e
grandes ajudas nos momentos certos.
IV
RESUMO
V
ABSTRACT
The objective of this work is to analyze, through the Finite Element Method, the
non-linear behaviour of composite beams that present partial interaction on the slipping
surface. In order to do that, an one-dimensional element for numerical analysis was
developed and implemented. In order to validate this element, comparisons between the
results obtained here and the ones on the literature will be performed. By doing so, it’s
intended to verify the reliability, accuracy and applicability of the proposed element to
cases in which the analysis of second order effects are especially important.
VI
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................... V
ABSTRACT............................................................................................................... VI
LISTA DE FIGURAS............................................................................................... IX
LISTA DE TABELAS............................................................................................... XI
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO................................................................................ 1
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS...................................................................... 1
1.2 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS.............................................................. 3
1.3 MOTIVAÇÃO E OBJETIVOS...................................................................... 7
1.4 APRESENTAÇÃO......................................................................................... 8
CAPÍTULO 4 EXEMPLOS..................................................................................... 52
4.1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 52
4.2 COLUNA ENGASTADA SUBMETIDA À CARGA AXIAL...................... 53
4.3 VIGA SUBMETIDA À CARGAS AXIAIS E TRANSVERSAIS................ 56
4.4 EFEITO DE MEMBRANA EM VIGA COM INTERAÇÃO PARCIAL...... 58
4.5 VIGA SUBMETIDA À CARGA AXIAL EXCÊNTRICA............................ 60
4.6 VIGA DE DOIS VÃOS SUBMETIDA À CARGA CONCENTRADA –
ANÁLISE NÃO-LINEAR FÍSICA E GEOMÉTRICA........................................ 63
VIII
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO................................................................................ 1
Figura 1.1 Grancrete – Associação concreto - isopor........................................... 2
Figura 1.2 Elementos e projeto estrutural da Faculdade de Educação de
Cambridge – Exemplo de associação aço-madeira............................................... 2
Figura 1.3 Steel Deck – Associação aço-concreto................................................ 3
Figura 1.4 Lunchtime atop a Skyscraper (Nova Iorque)...................................... 4
Figura 1.5 Resting on a girder (Rockfeller Center, 1932) ................................... 4
Figura 1.6 Edifício Garagem América ................................................................. 5
Figura 1.7 Praça dos Três Poderes um ano após a inauguração de Brasília
(Abril, 1961) ........................................................................................................ 6
Figura 1.8 Escritório Central da CSN................................................................... 6
CAPÍTULO 4 EXEMPLOS..................................................................................... 52
Figura 4.1 Coluna mista........................................................................................ 53
Figura 4.2 Relação entre deslocamento horizontal no topo da coluna e K ......... 54
Figura 4.3 Evolução da deformada da coluna....................................................... 55
Figura 4.4 Viga mista sob cargas axiais e transversais......................................... 56
Figura 4.5 Exemplo 2 – Deformada da viga......................................................... 57
Figura 4.6 Seção mista avaliada........................................................................... 58
Figura 4.7 Três deslocamentos axiais livres e um impedido ( 1 − 3 ).................... 59
Figura 4.8 Dois deslocamentos axiais livres e dois impedidos ( 2 − 2 )................ 59
Figura 4.9 Quatro deslocamentos axiais impedidos ( 4 − 0 )................................. 59
Figura 4.10 Efeito de membrana em vigas........................................................... 60
Figura 4.11 Viga mista sob carga excêntrica........................................................ 61
Figura 4.12 Deformada da viga mista ( e = 11,50mm ).......................................... 62
Figura 4.13 Deformada da viga mista ( e = 13,25mm )......................................... 62
Figura 4.14 Deformada da viga mista ( e = 15,00mm )......................................... 62
IX
Figura 4.15 Comparação gráfica entre as deformadas da viga mista................... 63
Figura 4.16 Viga mista de três vãos (Salari e Spacone, 2001)............................. 64
Figura 4.17 Viga mista equivalente...................................................................... 64
Figura 4.18 Leis constitutivas............................................................................... 65
Figura 4.19 Deslocamento vertical no nó central – Elemento proposto............... 66
Figura 4.20 Deslocamento vertical no nó central (Salari e Spacone, 2001)......... 66
Figura 4.21 Viga sob uma força axial................................................................... 67
Figura 4.22 Deslocamento vertical no nó central ................................................ 67
Figura 4.23 Vigas com restrição adicional........................................................... 67
Figura 4.24 Deslocamento vertical no nó central (Efeito de membrana)............. 68
X
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO................................................................................ 1
CAPÍTULO 4 EXEMPLOS..................................................................................... 52
Tabela 4.1 Deslocamento v ao longo da viga ...................................................... 57
Figura 4.2 Deslocamento vertical do nó 6............................................................ 63
XI
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
2
Figura 1.3 Steel Deck – Associação aço – concreto.
Fonte: Silva, 2006
3
Figura 1.4 Lunchtime atop a Skyscraper (Nova Iorque).
Fonte: ebbetsphoto-graphics.com
5
Figura 1.7 Praça dos Três Poderes um ano após a inauguração de Brasília (Abril,1961).
Fonte: www.al.sp.gov.br
6
1.3. MOTIVAÇÃO E OBJETIVOS
7
impede que adequações e extrapolações venham a ser feitas e que o modelo passe a
representar também elementos de mesmo comportamento, mas compostos por materiais
diferentes.
1.4. APRESENTAÇÃO
Este trabalho está dividido em cinco capítulos e dois anexos. O segundo capítulo
apresenta uma revisão bibliográfica sobre métodos de solução de vigas mistas com
interação parcial tais como o método analítico de Newmark e alguns métodos numéricos
recentemente utilizados e cujos autores consideraram o deslizamento de interface.
8
Capítulo 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
VIGAS MISTAS
2.1. INTRODUÇÃO
Elementos estruturais mistos são aqueles nos quais ocorre a associação de dois
ou mais materiais, buscando a complementação mútua de propriedades físicas ou em
alguns casos, estéticas. No Brasil, a combinação aço-concreto é bastante utilizada na
construção de edifícios e pontes sendo que outras variantes, tal como madeira-concreto,
também são encontradas na forma de vigas, colunas e placas.
9
Sobre que análise é mais adequada, se a de primeira ou a de segunda ordem,
pode-se dizer que muitos problemas de Engenharia são satisfatoriamente solucionados
utilizando o primeiro enfoque, enquanto outros apresentam respostas que só podem ser
previstas sob a ótica do segundo, como é o caso de vigas e colunas muito esbeltos e/ou
sob carregamento axial. O trabalho desenvolvido aqui tem como foco os efeitos de
segunda ordem, também denominados efeitos da não-linearidade geométrica.
A primeira definição a ser feita quando trata-se da análise de vigas mistas diz
respeito à forma de interação que ocorre na interface dos materiais. A rigidez da ligação
na interface influencia diretamente os deslocamentos relativos na mesma e,
conseqüentemente, os deslocamentos totais da viga. O deslizamento relativo na
interface, por sua vez, influi na distribuição dos esforços (momentos, força cortante e
força normal). Portanto, pode-se dizer que a forma na qual é feita a conexão na interface
tem influência direta sobre os esforços que aparecem na viga. Feita esta observação,
define-se como sendo de “Interação Parcial” a viga cujos esforços são
consideravelmente influenciados pelos deslizamentos relativos na interface. No caso em
10
que estes deslizamentos não tenham significativa influência, diz-se que a viga é de
“Interação Total”.
O fenômeno de retração não será considerado neste trabalho, sendo sua inclusão
deixada como proposta de pesquisas futuras.
11
2.2. VIGAS MISTAS – SOLUÇÕES ANALÍTICAS
Obter equações que representam a solução analítica de uma viga mista para o
caso geral não é uma tarefa simples, principalmente devido ao fato de que os materiais
utilizados na execução deste tipo de estrutura geralmente possuem propriedades
bastante diferentes entre si e, portanto, apresentam comportamentos também bastante
diferentes, incluindo não-linearidades. Além disto, a diversidade de configurações de
carregamento que podem ser aplicadas aumenta significativamente a complexidade
envolvida no desenvolvimento de uma solução exata que represente todas as situações
possíveis.
12
esforços. Estas proposições sobre a força de interação presente na viga e sobre os
deslocamentos podem ser observadas na Figura (2.2).
Figura 2.2 Viga com seção mista com interação parcial - esforços e deslocamentos.
Fonte: Silva, 2006
s ( x ) = u 2 − u1 − h .tg (θ ) , (2.1)
M1 M
χ= = 2 (2.2)
E1 I1 E2 I 2
M 1 = χE1 I 1 (2.3)
M 2 = χE 2 I 2 (2.4)
13
Observando a Figura (2.2) verifica-se a existência de um binário composto por
forças F1 e F2 , de módulo F . Garantindo o equilíbrio de forças, o momento total pode
ser representado como pela soma dos momentos aplicados à cada seção e o momento
gerado pelo binário:
M T = Fh + χ ∑ (Eα I α )
α =1, 2
(2.6)
A equação de F ' pode ser obtida através de uma relação entre a força cortante
longitudinal por unidade de comprimento e o deslizamento na interface (Equação 2.8).
dF
F'= = Ks (2.8)
dx
Sabendo que as deformações na direção do eixo x podem ser obtidas a partir das
derivadas dos deslocamentos e que a equação da curvatura de uma viga equivale à
segunda derivada da equação que rege os deslocamentos verticais, têm-se:
14
F ' ' = K (ε 2 − ε 1 − hχ ) (2.11)
F
ε 2 − ε1 = , (2.13)
(EA)*
onde
KF
F '' = − Kε sh − Khχ (2.15)
(EA)*
KF
− q = χ ' ' (EI ) free + *
− Kε sh − Khχ h (2.16)
(EA)
Kh 2 χ q KFh Khε sh
χ ' '− =− − + (2.17)
(EI ) free (EI ) free (EI ) free (EA) (EI ) free
*
15
Nas Equações (2.18) e (2.19), convenientemente define-se (EI ) full , que
K (EI ) full
α2 = (2.19)
(EA)* (EI ) free
q M Khε sh
χ ' '−α 2 χ = − −α 2 + (2.20)
(EI ) free (EI ) full (EI ) free
Esta equação tem uso bastante restrito, pois é aplicável apenas ao caso específico
de vigas mistas em que a seção e a rigidez longitudinal (K ) devido ao deslizamento na
interface sejam constantes e, além disso, cujas relações tensão-deformação dos materiais
sejam lineares e cujas distribuições de momento fletor sejam conhecidas.
q q qL q
χ ( x) = C1eαx + C 2 e −αx + − 2 + x− x2 (2.21)
α (EI ) free α (EI ) full 2(EI ) full
2
2(EI ) full
C1eαx C 2 e −αx q q 2
v( x ) = − − + C3 x + C 4 + 2 − 2 x
α 2
α 2 2α (EI ) 2α ( EI )
full free
(2.22)
qL q
− x3 − x4
12(EI ) full 24(EI ) full
16
1 − e −α L
C1 = Q αL −αL
(2.23)
e −e
1 − e αL
C 2 = Q −αL αL (2.24)
e −e
L L
α −α
e 2
e 2
QL qL3 (2.25)
C3 = C1 − C2 − +
α α 2 24( EI ) full
1
C4 = (C1 − C2 ) (2.26)
α2
q q
Q= − 2 (2.27)
α (EI ) full α (EI ) free
2
u
θ.h
1
∆u
F cg
V
x,u
N
cg M
y,v
2
cg
V
N
M
u
θ.h
V cg
F
P M V +dV
v'
N N +dN M+dM
cg
M +dM
V cg v'+v''dx
h
N+dN P
M+dM
V+dV
V+dV
x dx
M '= V (2.28)
P = N1 + N 2 (2.30)
V = V1 + V2 (2.31)
18
E 2 A2
z cg ,∞ = h, (2.33)
( EA) free
onde
N '2 = F (2.36)
M1
v1 ' ' = − (2.39)
E1 I1
M2
v2 ' ' = − (2.40)
E2 I 2
E1 I 1
M1 = [ M + N 1h − P ( h − z cg ,∞ )] (2.41)
( EI ) free
19
E2 I 2
M2 = [ M + N 2 h − P ( h − z cg ,∞ )] (2.42)
( EI ) free
q − N ' '1 h
v IV = (2.44)
( EI ) free
ou
Kh
β= (2.47)
( EI ) free
1 E A h2
γ = K + 1 1
(2.48)
E 2 A2 ( EA) free ( EI ) free
M '' M
v IV − α 2 v ' ' = − +α 2 (2.49)
(EI ) free (EI ) full
20
A mesma equação diferencial pode ainda ser representada em função da
curvatura da viga:
M '' M
χ ' '−α 2 χ = − +α 2 (2.50)
(EI ) free (EI ) full
Para o caso em que P é uma força de tração são fornecidos os seguintes valores
de coeficientes:
1 x 2 ( EI ) full [ ] [
x − s sinh ω1 ( x − s) sinh ω 2 ( x − s) ]ds
v ps =
( EI ) full ∫0
α q ( s ) −
( EI )
q ' ' ( s ) .− 2 2 + 3 2
ω ω ω (ω − ω 2
)
− 3 2
ω2 (ω 2 − ω12 )
free 1 2 1 2 1
(2.52)
1
1
2
2
2
1 P 2 P P
ω1 = α 2 + + α + − 4α 2 (2.53)
2 ( EI ) free ( EI ) free ( EI ) full
21
1
1
2
2
2
1 P 2 P P
ω 2 = α 2 + − α + − 4α 2 (2.54)
2 ( EI ) free ( EI ) free ( EI ) full
1 x 2 ( EI ) full [ ] [ ]
x − s sinh ω1 ( x − s) sinh ω 2 ( x − s)
v ps =
( EI ) full ∫0
α q ( s ) −
( EI ) free
q ' ' ( s ) . 2 2 − 3 2
ω1 (ω 2 + ω12 )
− 3 2 ds
ω 2 (ω 2 + ω12 )
ω1 ω 2
(2.55)
1
1
2
2
p
2 2
1 p p
ω1 = α 2 − + α −
+ 4α 2 (2.56)
2 ( EI ) full ( EI ) free ( EI ) full
1
1
2
2
2
1 p 2 p p
ω 2 = − α 2 − − α − + 4α 2 (2.57)
2 ( EI ) free ( EI ) free ( EI ) full
22
resultados bastante próximos das soluções analíticas são alcançados através das
soluções numéricas, justificando a sua utilização. Neste tópico são citados alguns
trabalhos que buscaram solucionar o problema de vigas mistas com deslizamento
através deste tipo de abordagem.
A Equação de Newmark foi utilizada por Faella et al. (2002) para a avaliação
dos esforços e deslocamentos de uma viga mista aço-concreto, simplesmente apoiada,
submetida à carga distribuída uniforme ao longo do comprimento. Para esta análise, os
23
autores utilizaram o Método dos Elementos Finitos e a Equação Diferencial (2.20) no
desenvolvimento de uma solução que utiliza apenas um elemento para cada trecho entre
dois apoios.
Com os resultados obtidos para uma série de exemplos, Faella et al. (2002)
afirmam a eficácia do seu elemento na análise de problemas ligados à vida de serviço da
laje de concreto de uma viga mista e a facilidade de adaptação computacional do mesmo
para a solução de vigas com outras configurações e condições de carga.
24
maior rigidez destas estruturas. O slip locking, segundo os autores, é o travamento que
ocorre quando dois ou mais campos de deslocamento são utilizados em conjunto na
representação dos graus de liberdade de um elemento. Este efeito está geralmente
conectado a valores extremos de rigidez na conexão de interface, ou seja, valores muito
elevados ou próximos de zero.
25
formulação mista é baseado no elemento 10DOF e possui campos aproximados de
forma independente: um campo de deslocamentos, um de deformações (duas
deformações axiais, curvatura e deslizamento na interface) e um campo de tensões (duas
forças axiais, o somatório dos momentos fletores e a força cisalhante na interface).
26
mistos. A superfície de interação de um elemento estrutural é a representação gráfica
dos pontos que correspondem à resistência última da seção. No caso dos pilares, estes
pontos de coordenadas x , y e z são definidos pelos valores de N x , M x e M y ,
Silva (2006) esclarece que a solução de vigas mistas utilizando seu elemento de
interface está vinculada à existência prévia ou implementação de elementos de viga que
simulem o comportamento das seções inferior e superior (aço e concreto, neste caso).
Afirma que o elemento apresenta bons resultados quando utilizado em conjunto com um
elemento unidimensional de viga para a análise de treliças metálicas sobre base em
concreto e também que o mesmo é boa ferramenta na descrição da separação que pode
ocorrer na interface.
x
u
Elemento
de
u interface
θ=θ
28
Krawczyk et al. (2007) desenvolveram um modelo de análise geométrica não
linear em abordagem corrotacional, na qual o movimento total do elemento é
decomposto em uma parcela relativa a movimento de corpo rígido e outra, referente às
pequenas deformações. A primeira destas parcelas, segundo os autores, define um
sistema local de coordenadas a partir do qual são definidas as deformações da segunda
parcela.
Por tratarem do mesmo tema desta dissertação sob uma diferente perspectiva,
dois dos exemplos utilizados por Krawczyk e Rebora (2007) e Battini et al. (2009)
foram também analisados no Capítulo 4.
29
Capítulo 3
FORMULAÇÃO NUMÉRICA
3.1. INTRODUÇÃO
30
3.2. FORMULAÇÃO NUMÉRICA
x,u
u u u
θ θ
u u u
v v
y,v
31
3.2.1. Relação tensão – deformação
yv'
y
y
N
v(x)
u(x)
u N = u ( x) − yv' ( x) (3.1)
v N = v(x) (3.2)
32
Figura 3.3 Campo de deslocamentos da viga composta.
uα ( x, y) = uα0 ( x) + ( yα − y )θ ( x) α = 1, 2 (3.3)
v( x, y ) = v( x) (3.4)
s ( x) = u 2 ( x, hc ) − u1 ( x, hc ) ∴
s ( x) = u 20 ( x) − u10 ( x) + ( y 2 − hc )θ ( x) + (hc − y1 )θ ( x) ∴
(3.5)
s ( x) = u 20 ( x) − u10 ( x) + ( y 2 − y1 )θ ( x) ∴
s ( x) = u 20 ( x) − u10 ( x) + hθ ( x) ,
33
Reagrupando as equações temos:
uα ( x, y) = uα0 ( x) + ( yα − y )v' α = 1, 2
v( x, y) = v( x) (3.6)
s ( x) = u 20 ( x) − u10 ( x) + hv'
∂u 1 ∂v ∂w
2 2
εx = + + (3.7)
∂x 2 ∂x ∂x
1 2
ε x = u '+ (v') (3.8)
2
1 2
ε x,α = uα0 '+( yα − y )v' '+ (v') α = 1, 2 (3.9)
2
34
3.2.2. Formulação do problema de equilíbrio
35
δWint = ∫ ∫∫σ x1δε x1dA + ∫∫σ x 2δε x 2 dA + S bδs dx (3.15)
L A1
A2
Na Equação (3.15):
L = comprimento da viga
Para que o Método dos Elementos Finitos possa ser utilizado é necessário
subdividir a viga em m elementos de comprimento lm . Após a discretização, o trabalho
virtual interno passa a ser representado pelo somatório do trabalho virtual individual
destes elementos como mostrado na equação seguinte.
ne
δWint = ∑ ∫ ∫∫ σ x1δε x1dA + ∫∫ σ x 2δε x 2 dA + Sbδs dx (3.16)
m =1 lm A1
A2
ne
δWint = ∑ ∫ ∫∫ σ x1 (δu10 '+( y1 − y )δv' '+ v' δv')dA +
m =1 lm A1
(3.17)
∫∫ σ x 2 (δu2 '+( y2 − y )δv' '+v' δv')dA + Sb (δu2 − δu1 + hδv') dx
0 0 0
A2
ne
δWint = ∑ ∫ ∫∫ σ 1δu10 ' dA + ∫∫ σ 1 ( y1 − y )δv' ' dA + ∫∫ σ 1v' δv' dA + ∫∫ σ 2δu 20 ' dA +
m =1 lm A1 A1 A1 A2
(3.18)
∫∫A σ 2 ( y 2 − y )δv ' ' dA + ∫∫A σ 2 v ' δv ' dA +S(b δu 0
2 − δu1
0
+ h δv )
' dx
2 2
36
M M
N sentidos positivos N x
Nα = ∫∫σ α dA (3.19)
Aα
ne
δWint = ∑ ∫ [N1δu10 '+ N 2δu20 '+ N T v' δv'− M T δv' '+ Sb (δu 20 − δu10 + hδv')]dx (3.21)
m =1 lm
N T = N1 + N 2 (3.22)
M T = M1 + M 2 (3.23)
37
3.2.3. Modelo de elementos finitos – equação de equilíbrio incremental
T
∂u 0 ∂u 0 ∂u 20
δu = 1 δq = δq T 1
0
1
δu 20 = δq T
∂q ∂q ∂q
38
δWext = δqT rm (3.27)
39
A Equação (3.31) pode ser representada de forma simplificada (Equação 3.32).
Nesta equação, F é o vetor de forças internas da estrutura, P é o vetor de cargas nodais
representativo das cargas externas e λ é o valor escalar denominado fator de carga.
Ψ = F − λP = 0 (3.32)
∂v '
N T v ' (3.35)
∂q
v( x, y) = v( x) (3.37)
[
qT = qTu1 qTu2 q Tv ] (3.38)
[
q Tu1 = u10,1 u10, 2 u10,3 ]
[
q Tu2 = u 20,1 u 20, 2 u 20,3 ] (3.39)
q Tv1 = [v1 θ1 v2 θ 2 ]
41
Daí, os deslocamentos e suas respectivas derivadas em função de x podem ser
representados por
φ u φ 'u
∂u10 ∂u '10
= 0u = 0u (3.44)
∂q ∂q
0v 0v
0u 0u
∂u 20 ∂u '02
= φ u = φ 'u (3.45)
∂q ∂q
0v 0v
0u 0u
∂v ∂v '
= 0u = 0u (3.46)
∂q ∂q
φ v φ 'v
0u
∂v ' '
= 0u (3.47)
∂q
φ ' 'v
0Tu = [0 0 0] (3.48)
0Tv = [0 0 0 0] (3.49)
42
Os polinômios que interpolam os deslocamentos nodais serão definidos em
relação à um elemento finito genérico de extremidades ξ = −1 e ξ = 1 , sendo que a
2
coordenada generalizada ξ obedece à relação ξ = x − 1 . As funções de forma, como
l
são chamados estes polinômios, podem ser assim organizadas:
1
2 ξ (ξ − 1)
φ u1 = φ u 2 = φu = 1− ξ 2 (3.50)
1
2 ξ (ξ + 1)
1 3 1 3
− ξ + ξ
2 4 4
l 1 1 1 1
− ξ − ξ 2 + ξ 3
2 4 4 4 4
φv = (3.51)
1 3 1 3
+ ξ− ξ
2 4 4
l 1 1 1 2 1 3
2 − 4 − 4 ξ + 4 ξ + 4 ξ
2 1
φ 'Tu = ξ −
2
(− 2ξ ) 2 ξ + 1
l 2 l l 2
2 3 3 1 1 3 2 3 3 2 1 1 3 2
φ 'T v = − + ξ 2 − − ξ + ξ 2 − ξ − + ξ+ ξ (3.52)
l 4 4 4 2 4 l 4 4 4 2 4
4 3 2 1 3 4 3 2 1 3
φ ' 'T v = 2 ξ − + ξ − ξ + ξ
l 2 l 2 2 l2 2 l 2 2
43
∂f m
kT =
∂q
∂ ∂u10 ' ∂u 0 ' ∂v' ∂v ' '
= ∫l ∂q N1
∂q
+ N 2 2 + N T v ' − M T
∂q ∂q
∂q
+ (3.53)
m
∂u 0 ∂u 0 ∂v'
S b 2 − 1 + h dx
∂q ∂q ∂q
T
∂ ∂v' ∂ ∂v' ∂v' ∂N T
N T v' = N T v' + v'
∂q ∂q ∂q ∂q ∂q ∂q
(3.54)
T T
∂v' ∂v' ∂v' ∂N T
= NT + v'
∂q ∂q ∂q ∂q
∂u 0 ' ∂N T ∂u 0 ' ∂N T T
∂v' ∂v' ∂v' ∂N T
T
k T = ∫ 1
1
+ 2
2
+ NT + v'
lm ∂q ∂q ∂q ∂q ∂q ∂q ∂q ∂q
(3.55)
∂v' ' ∂M T
T
∂u 20 ∂u10 ∂v' ∂S
T
− + − + h b dx
∂q ∂q ∂q ∂q ∂q ∂q
44
φ 'u T 0u T 0u T 0u T
∂N1 ∂N 2 ∂v' ∂N
k T = ∫ 0 u + φ 'u + N T 0 u + v ' 0u T
lm ∂q 0 ∂q φ ' ∂q φ ' ∂q
0 v v v v
(3.56)
0u 0u φ u 0 u
∂M T
T
∂S T
− 0u + φ u − 0u + h 0 u b dx
φ ' ' ∂q ∂q
v 0 v 0 v φ 'v
φ 'u 0u 0u
f m = ∫ N1 0u + N 2 φ 'u + N T v ' 0u −
lm 0 0 φ '
v v v
(3.57)
0u 0u φ u 0u
M T 0u + S b φ u − 0u + h 0u dx
φ ' '
v 0 v 0 v φ 'v
∂N1
T
∂Sb
T
φ 'u − φ u
∂q ∂q
T T
∂N ∂S
kT = ∫ φ 'u 2 + φ u b dx (3.58)
lm
∂q ∂q
T
φ ' N ∂v' + v ' ∂N T + h ∂S b − φ ' ' ∂M T
T T T
v T ∂q ∂q ∂q v
∂q
N 1 φ 'u − S b φ u
fm = ∫ N 2 φ 'u + S b φ u dx (3.59)
lm
(N T v'+ hS b )φ 'v − M T φ ' 'v
45
3.3.2. Derivadas dos esforços internos
∂Nα ∂
= ∂σ α dA = ∂σ α ∂ε α dA = ET ∂ε α dA
∂q
=
∫∫
∂q Aα
σ α dA
∫∫ ∫∫A ∂ε α ∂q ∫∫A α ∂q α = 1,2
Aα ∂q α α
(3.60)
∂N T ∂
= ∂σ 1 dA + ∂σ 2 dA
∂q
= ∫∫
∂q A1
σ 1 dA + ∫∫ σ 2 dA
∫∫ ∫∫A ∂q
A2 A1 ∂q 2
(3.61)
∂σ ∂ε ∂σ ∂ε ∂ε ∂ε
= ∫∫ 1 1 dA + ∫∫ 2 2 dA = ∫∫ ET1 1 dA + ∫∫ ET2 2 dA
A1
∂ε 1 ∂q A2
∂ε 2 ∂q A1
∂q A2
∂q
∂Sb ∂Sb ∂s ∂s
= = ES b (3.62)
∂q ∂s ∂q ∂q
∂M ∂
∂q ∂q ∫∫ ∫∫
= σ 1 ( y − y1 )dA + σ 2 ( y − y 2 )dA
A1 A2 (3.63)
∂ε ∂ε
= ∫∫ ET1 ( y − y1 ) 1 dA + ∫∫ ET2 ( y − y2 ) 2
A1
∂q A2
∂q
que diz respeito à curva utilizada para tal: curva tensão-deformação no primeiro caso e
uma curva que relaciona a força cortante e o deslizamento do vínculo na interface aço-
concreto.
46
Derivando as equações de deformação e deslizamento dadas nas Equações (3.9)
e (3.5) em relação ao vetor de deslocamentos nodais, obtêm-se as Equações (3.64) e
(3.65) que, por sua vez, estão relacionadas às derivadas das funções de deslocamento
em relação ao vetor de deslocamentos nodais (Equações 3.44 – 3.47).
∂s ∂u 20 ∂u10 ∂v '
= − +h (3.65)
∂q ∂q ∂q ∂q
φ 'u 0u 0 u
∂N1
= ∫∫ ET1 0u + ( y1 − y ) 0u + v' 0u dA
∂q A1 0 φ ' ' φ '
v v v
(3.66)
0u 0u 0 u
∂N 2
= ∫∫ ET2 φ 'u + ( y 2 − y ) 0u + v' 0u dA
∂q A2 0 φ ' ' φ '
v v v
∂N T ∂N1 ∂N 2
= + (3.67)
∂q ∂q ∂q
0 u φ u 0u
∂S b
= E Sb φ u − 0 u + h 0u (3.68)
∂q 0 0 φ '
v v v
47
- a derivada do momento fletor
φ 'u 0u 0 u
∂M
= ∫∫ ET1 ( y − y1 ) 0u + ( y1 − y ) 0u + v' 0 u dA
∂q A1 0 φ ' ' φ '
v v v
(3.69)
0 u 0u 0 u
+ ∫∫ ET2 ( y − y2 )φ 'u + ( y2 − y ) 0u + v' 0u
A2 0 φ ' ' φ '
v v v
φ 'u ∫∫ ET1 dA
∂N1 A1
= 0u (3.70)
∂q
− φ ' 'v ∫∫ ET1 ( y − y1 )dA + φ 'v v' ∫∫ ET1 dA
A1 A1
0u
∂N 2
= φ 'u ∫∫ ET2 dA (3.71)
∂q A2
− φ ' '
v ∫∫ ET2 ( y − y 2 )dA + φ 'v v ' ∫∫ ET2 dA
A2 A2
φ 'u ∫∫ ET1 dA
A1
∂N T
= φ 'u ∫∫ ET2 dA
∂q A2
− φ ' 'v ET ( y − y1 )dA + ET ( y − y 2 )dA + φ 'v ET v'dA + ET v'dA
∫∫ 1
A1
∫∫A 2
∫∫ 1
A1
∫∫A 2
2 2
(3.72)
− φ u
∂S b
= E Sb φ u (3.73)
∂q hφ '
v
48
φ 'u ∫∫ ET1 ( y − y1 )dA
A1
∂M
= φ 'u ∫∫ ET2 ( y − y 2 )dA
∂q A2
− φ ''v ET ( y − y1 )2 dA + ET ( y − y 2 )2 dA + φ 'v v' ET ( y − y1 )dA + ET ( y − y 2 )dA
∫∫ 1
A1
∫∫A 2
∫∫ 1
A1
∫∫A 2
2 2
(3.74)
"
EA"α = ∫∫ ET dA (3.75)
Aα
"
ES "α = ∫∫ ET ydA (3.76)
Aα
2 (3.77)
"
EI "α = ∫∫ ET y dA
Aα
0u
∂N 2
= φ 'u " EA" 2 (3.79)
∂q " " " "
− φ ' 'v ES 2 + φ 'v v ' EA 2
49
− φ u
∂S b
= E Sb φ u (3.81)
∂q hφ '
v
A forma na qual esta condensação dos graus de liberdade é feita para o caso
linear é descrita à seguir. Uma vez que análise não linear é composta de sucessivas e
complementares análises lineares, o processo deve ser repetido e revertido ao início e
fim de cada iteração, respectivamente.
q = [q r qc ] ,
T
(3.83)
50
onde q c são os graus de liberdade que serão condensados condensados e q r são aqueles
que serão mantidos.
k rr q r + k rc q c = rr
(3.84)
k cr q r + k rr q c = rc
(k rc ) (
− k rc k cc−1 k cr q r = rr − k rc k cc
−1
rc ) (3.85)
−1
q c = −k cc (k cr q r − rc ) (3.86)
51
Capítulo 4
EXEMPLOS
4.1. INTRODUÇÃO
52
O efeito de membrana é investigado no terceiro caso. Para tanto, utiliza-se uma
viga submetida a carregamento distribuído transversal e variam-se as condições de
contorno referentes aos deslocamentos axiais das seções inferior e superior.
x (m)
0,3m 0,05m
a a
4,00 m
0,15m
0,05m
seção a-a
55
4.3. VIGA SUBMETIDA À CARGAS AXIAIS E TRANVERSAIS
O arquivo de entrada deste problema foi escrito de forma que as forças axiais
fossem aplicadas no centróide da seção, ou seja, admitiu-se que os respectivos eixos de
referência para cálculo das propriedades geométricas de cada seção passavam pelo
centróide das mesmas.
1kN/m
0,3m 0,05m
a
37,5kN 37,5kN
56
mostra os valores de deslocamento vertical para cada nó até o ponto central. Os valores
de deslocamento para os outros pontos obedecem à simetria da viga.
Tabela 4.1
Deslocamento v ao longo da viga.
nó v(mm) nó v(mm)
1 0,000 7 7,570
2 1,496 8 8,308
3 2,945 9 8,845
4 4,307 10 9,171
5 5,549 11 9,280
6 6,644
57
4.4. EFEITO DE MEMBRANA EM VIGA COM INTERAÇÃO PARCIAL
Para o estudo do efeito de membrana optou-se por utilizar uma viga biapoiada
sob carregamento distribuído transversal com restrição aos deslocamentos verticais nos
apoios, mas sem restrições para a ocorrência de rotações. A viga é composta de concreto
(E C ) ( )
= 8,00x103 MPa e madeira Em = 12,00 x103 MPa com rigidez na interface igual à
50 MPa . A simulação é feita variando-se as condições de restrição dos graus de
liberdade referentes aos deslocamentos axiais das seções inferior e superior.
0,3m 0,05m
concreto
0,15m
madeira
0,05m
seção a-a
58
1kN/m
4,00 m
1kN/m
4,00 m
1kN/m
4,00 m
59
4−0 2−2 1−3
Analisando a figura fica claro o efeito que a restrição dos graus de liberdade
horizontais: O caso 1-3 apresenta comportamento linear e a força necessária à
ocorrência de deslocamentos é a menor dos três casos. O caso 4-0, por sua vez,
apresenta comportamento não-linear devido aos efeitos de segunda ordem gerados pela
restrição de todos os graus de liberdade do movimento horizontal. A força necessária
para causar os mesmos deslocamentos do caso 1-3 é maior, evidenciando um
enrijecimento da viga.
60
considera-se E Sup = 7,84 x10 3 MPa , E Inf = 4,90 x10 3 MPa , P = 40 kN e K = 49 MPa ,
0,341m 0,009m
a
P
e 44mm
0,088m
a
0,038m
2,40 m
seção a-a
Para este exemplo era desejado que a carga axial não fosse aplicada diretamente
sobre o centróide da seção inferior, mas num ponto afastado de uma distância e deste
centróide. Utilizando uma malha de dez elementos o método de Newton-Raphson com
controle de carga, o deslocamento vertical da viga foi analisado para e = 11,50mm ,
13,25mm e 15,00mm .
Os resultados são apresentados nas Figuras (4.12 - 4.14). Assim como em Battini
et al. (2009), observa-se que a configuração deformada da viga muda completamente
com variações pequenas no valor deste parâmetro . Comparando-se os casos da Figuras
(4.12 e 4.14), por exemplo, verifica-se que a curvatura da viga foi invertida por uma
variação de apenas 3,50mm .
A Figura (4.15) apresenta uma comparação gráfica que deixa ainda mais clara a
mudança de comportamento da deformada da viga quando ocorre mudança no valor da
excentricidade de carga adotado.
61
Figura 4.12 Deformada da viga mista ( e = 11,50mm ).
62
Figura 4.15 Comparação gráfica entre as deformadas da viga mista.
A Figura (4.16) apresenta a geometria de uma viga com três apoios e submetida
à cargas concentradas no ponto central dos vãos. Esta viga foi analisada por Salari e
Spacone (2001) através de uma formulação baseada em forças. Devido a sua
configuração simétrica, é possível analisar somente metade desta estrutura. Assim, ao
invés de analisar uma viga com dois vão, analisa-se uma outra, biapoiada, com restrição
ao movimento vertical em um dos apoios e engastada no outro.
63
Outra consideração à ser feita diz respeito ao modelo apresentado na Figura
(4.16) e o modelo realmente analisado. Apesar de a Figura apresentar uma viga com
indicações de conectores e seus respectivos valores e também das armaduras, os
resultados obtidos demonstram que a consideração destes elementos é de pouca
influência. Assim, o modelo analisado não apresenta armaduras. No entanto, optou-se
por manter a mesma figura utilizada por Salari e Spacone (2001).
3,350 m
64
σS τB
σC
296,5MPa 440N/m
(1000ε + 240000 ε² )f
C
-47,6MPa
-0,0014 ε -0,00225 u
S
4,76MPa -0,0025
-296,5MPa -440N/m
65
Figura 4.19 Deslocamento vertical no nó central – Elemento proposto.
66
P
3,350 m
A partir dos resultados observa-se que a diferença entre o caso com força axial
nula e aqueles com N = 5 P e N = 10 P é considerável. Por exemplo, ao comparar a
força necessária para causar o deslocamento de 0,045m , verificou-se uma redução de
21% se N = 5 P e de 36 % para N = 10 P .
3,350 m
68
Capítulo 5
CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES
Para o Capítulo 2 foi feita uma revisão bibliográfica sobre métodos analíticos e
numéricos de resolução do problema de vigas. Apresentaram-se duas soluções
analíticas: a Equação de Newmark (1951) para problemas lineares e uma variante desta
equação, desenvolvida por Girhammar e Gopu (1993), que considera os efeitos de
segunda ordem. Verificou-se que estas soluções analíticas só são aplicáveis na prática
69
para casos simples como materiais com propriedades lineares e condições de contorno
também simples, sendo necessário um método numérico para o tratamento dos casos
mais gerais. Na área numérica, foram citados trabalhos que representam uma alternativa
à solução analítica de vigas mistas com interação parcial. Seus autores sugerem
formulações para o desenvolvimento de elementos com maior abrangência de casos.
Observou-se que existem poucos trabalhos abordando o problema da não-linearidade
geométrica e que a grande maioria se restringia aos problemas com não-linearidade
física. Também foram citados trabalhos que tratam de problemas ligados à simulação
numérica por meio de elementos finitos como, por exemplo, o slip locking.
70
Assim, considera-se que o elemento desenvolvido atende ao seu propósito e é
adequado à análise de vigas e colunas de seção mista com deslizamento na interface e
compostas por dois materiais.
5.2. SUGESTÕES
71
Por fim, sugere-se também a implementação de elementos baseados em forças e
ou elementos mistos que solucionem o problema da não-linearidade geométrica de vigas
e colunas mistas com interação parcial.
72
Anexo I
ELEMENTO VIGA - COLUNA
COM DESLIZAMENTO :
Formulação em termos de matrizes
deformação x deslocamento
73
v ( x, y ) = v 0 ( x )
uα ( x) = uα0 ( x) − ( y − yα )θ ( x) , (I.1)
0 0
s( x ) = u ( x) − u ( x) + hθ ( x)
2 1
ou ainda
v ( x, y ) = v ( x )
uα ( x) = uα0 ( x) − ( y − yα )v' ( x) , (I.2)
s( x) = u 20 ( x) − u10 ( x) + hv' ( x)
∂v
= v, x (I.3)
∂x
v = v0
u α = uα0 − ( y − yα )v, x (I.4)
s = u 20 − u10 + hv, x
1
ε α = uα , x + (v,x )2 (I.5)
2
1
ε α = uα0 , x − ( y − yα )v, xx + (v,x )2 (I.6)
2
74
A Equação (I.7) fornece a equação variacional da deformação.
ε α = ε α0 + ( y − yα ) χ (I.8)
δε α = δε α0 + ( y − yα ) χ , (I.9)
onde
1
(v,x )2
ε α0 = uα0 , x +
(I.10)
{ 12 23
1a
2a
δε α0 = δuα0 , x + v, xδv, x
{ 123 (I.11)
1a 2a
ε 10
0
ε
ε= 2 (I.12)
χ
s
uα0 = φ Tu u α (I.13)
v = φ Tv v (I.14)
75
Agrupando os deslocamentos num só vetor, têm-se:
u10
d = u 02 (I.15)
v
δu10
δd = δu 02 (I.16)
δv
δε = (I.18)
− δvT φ v, xx
δu 02T φ u − δu10T φ u + hδv T φ v , x )
φ Tu , xδu1 + v T φ v , x φ Tv, x δv
T
φ u , xδu 2 + v φ v , x φ v , xδv
T T
δε = − φ Tv , xxδv (I.19)
~
~
φ T (δu 0 − δu 0 ) + hφ T δv )
u 2 1 v, x
76
Matricialmente, têm-se:
δε 10 φ Tu , x 0 v T φ v , x φ Tv , x
δu 1
0
0
δε 0 φ Tu , x v T φ v , x φ Tv , x 0
δε = 2 = δu 2 (I.20)
− φ Tv , xx
δk 0 0
δv
δs − φ Tu
φ Tu hφ Tv , x
ou
δε = Bδ d = B 0δ d + B Lδ d (I.21)
De maneira análoga:
ε 10 φTu , x 0 1
v T φ v , x φTv , x 0
u1
2
0
ε 0 φTu , x 1
v T φ v , x φTv , x 0
ε= 2= 2
u 2 (I.23)
− φTv , xx
χ 0 0
v
s − φ Tu
φTu hφTv , x
ou
ε = Bd , (I.24)
ou ainda
ε = B 0 d + 12 B L d (I.25)
77
O trabalho virtual interno é obtido a partir das deformações virtuais e das tensões
reais correspondentes:
L
δWint = ∫ δε 1T σ 1 + ∫ δε 2T σ 2 + ∫ δs T Sdx (I.27)
V1 V2 0
l l l
δWint = ∫ ∫ δε 1T σ 1dAdx + ∫ ∫ δε 2T σ 2 dAdx + ∫ δs T Sdx (I.28)
0 A1 0 A2 0
l l l
δWint = ∫ ∫ {[δε + ( y − y1 ) χ ]σ 1dA}dx + ∫ ∫ {[δε + ( y − y 2 ) χ ]σ 2 dA}dx + ∫ δs T Sdx
0
1
0
2
0 A1 0 A2 0
(I.29)
.
M
l l 647 48 l l
δWint = ∫ δε N1dx + ∫ δε N 2 dx + ∫ δχ (M 1 + M 2 )dx + ∫ δs T Sdx
0
1
0
2 (I.30)
0 0 0 0
Vetorialmente:
N1
l N
δWint = ∫ [δε 10 δε 20 ]
δχ δs 2 dx (I.31)
0
M
S ,
ou ainda
l
δWint = ∫ δε T σdx (I.32)
0
Em função de B e d :
78
l l
T T
δWint = ∫ δd B σdx = δd T T
∫B σdx (I.33)
0 0
l
T
f i = ∫ B σdx (I.34)
0
∂f i ∂
l
T
kT = =
∂d ∂d 0 ∫ B σdx (I.35)
∂ T l
T ∂
kT = ∫ B σ + B σ dx (I.36)
0
d24
∂4 ∂4 d3
1 3 1
42
k 1 k 2 ,
onde
φ u,x 0 0 − φu
T
B = 0 φu,x 0 φu (I.37)
φ v , x φ v , x v φ v, x φ v , x v − φ v , xx
T T
hφ v , x
∂ T
B σ=
∂
(B1 N1 + B 2 N 2 + B 3 M + B 4 S ) = ∂B1 N1 + ∂B 2 N 2 (I.38)
d24
∂4
1 3 ∂d ∂d ∂d
k1
79
Na Equação (I.38), têm-se que:
φ u,x 0 0 − φu
B1 = 0 B 2 = φ u , x B 3 = 0~ B~4 = φ u (I.39)
φ v , x φ Tv, x v φ v, x φ Tv , x v − φ hφ v , x
v , xx
0 0 0
∂ T
B σ = 0 0 0 ( N1 + N 2 ) (I.40)
1d24
∂4 3 0 0 φ φ T
k1 v, x v , x
T ∂ T ∂τ ∂ε
B σ=B
∂d ∂ε ∂d (I.41)
1424 3
k2
∂ε
Para obter o valor de , é necessário dividir a matriz B em duas parcelas:
∂d
B = B 0 + 12 B L , (I.42)
onde
φ Tu , x 0 0
0 φ T
0
B0 = u,x
(I.43)
0 0 − φ Tv , xx
T
− φ u φ Tu hφ Tv , x
80
0 0 v T φ v , x φ Tv , x
0 0 v T φ v, x φ
BL = (I.44)
0 0 0
0 0 0
Assim sendo:
ε = B 0 d + 12 B L d (I.45)
∂ε ∂
= {B 0 d + 12 B L d}∴ (I.46)
∂d ∂d
∂ε ∂[B 0 d + 12 B L d ] ∂d
= + [B 0 + 12 B L ] ∴ (I.47)
∂d ∂d ∂d
∂ε ∂B 0 1 ∂B L
= + d + [B 0 + 12 B L ]∴ (I.48)
∂d ∂d 2 ∂d
∂ε ∂B L
= B 0 + 12 B L + d ∴ (I.49)
∂d ∂d
∂ε
= B 0 + 12 [2B L ]∴ (I.50)
∂d
∂ε
= B0 + B L = B (I.51)
∂d
Daí:
T ∂ T ∂σ T
B σ = B B = B CB
d3
∂4 ∂ε (I.52)
142
k2
81
A matriz C é apresentada na Equação (I.53).
∂N α ∂ ∂σ ∂ε
0
= 0 ∫ σ α dA = ∫ α α0 dA = ∫ Eα .1.dA = "EA"α (I.54)
∂ε α ∂ε α A A
∂ε α ∂ε α A
∂N α ∂ ∂σ α ∂ε α [
∂ ε α0 + ( y − yα ) χ ]
∂k ∫A ∫A ∂ε α ∂χ ∫A α
= σ α dA = dA = E . .dA
∂k ∂χ
(I.55)
= ∫ Eα .( y − yα ).dA= ESα " "
∂M α ∂[σ α .( y − yα )] ∂σ ∂ε
0
=∫ 0
dA = ∫ α α0 ( y − yα )dA = ∫ Eα .1.( y − yα ).dA = "ES "α
∂ε α A
∂ε α A
∂ε α ∂ε α A
(I.56)
∂M α ∂[σ α .( y − yα )] ∂σ ∂ε
=∫ dA = ∫ α α ( y − yα )dA = ∫ Eα .( y − yα ) 2 .dA= "EI α" (I.57)
∂χ A
∂χ A
∂ε α ∂χ A
82
Assim a matriz de rigidez passa a ser representada por:
0 0 0
l
T
l
k T = ∫ B CBdx + ∫ 0 0 0 ( N1 + N 2 )dx (I.59)
0 0
0 0 φ v, x φ v , x
T
~ ~
Na Equação (I.59):
T
φ u,x 0 0 − φu
B= 0 φu , x 0 φu (I.60)
~
φ v , x φ v , x v φ v , x φ v , x v − φv , xx
T T
hφ v, x
~
83
Anexo II
SOLUÇÃO DO PROBLEMA
NÃO-LINEAR
F(u) − λP = 0 (II.1)
R = λ −λ = 0 (II.5)
R = ui − u i = 0 (II.6)
1 2 1
f ( x, y ) = f (a + h, b + k ) = f (a, b) + df (a, b) + df f (a, b) + df 3 f (a, b) + ...
2! 3!
(II.7)
1
+ df n−1 f (a, b) + Fn ( x, y )
(n − 1)!
85
Na Equação (II.7):
x=a+h (II.8)
y =b+k (II.9)
n
∂ ∂
df f (a, b) = h + k f (a, b )
n
(II.10)
∂x ∂y
1 n a < ξ1 < x
Fn ( x, y ) = df f (ξ1 , ξ 2 ), (II.11)
n! b < ξ 2 < y
∂G ∂G
G (u i −1 , λi −1 ) G (u i , λi ) + ∂u ∆u + ∂λ ∆λ 0
R(u , λ ) = = (II.13)
∂R ∂R
i −1 i −1 R(u i , λi ) + ∆u + ∆λ 0
∂u ∂λ
O sistema da Equação (II.13) pode ainda ser representado da seguinte maneira:
G (u i , λi ) + K T ∆u − P∆λ 0
R (u , λ ) + R ∆u + R ∆λ = (II.14)
i i Tu Tλ 0
, onde
∂G
KT = (II.15)
∂u
∂G
R Tu = (II.16)
∂u
∂G
RTλ = (II.17)
∂λ
86
Reorganizando a Equação (II.14), obtêm-se o sistema de equações que fornece a
curva da Figura (II.1):
K T − P ∆u − G (u i , λi )
R + R = (II.18)
Tu Tλ ∆λ − R (u i , λi )
87
BIBLIOGRAFIA
Battini, J-M., Nguyen, Q-H. e Hjiaj, M. (2009). Non-linear finite element analysis of
composite beams with interlayer slips. Computer and Structures, v. 87, p. 904-912.
Dall’Asta, A. e Zona, A. (2004a). Slip locking in finite element for composite beam
with deformable shear connection. Finite Elements in Analysis and Design, v. 40, p.
1907 -1930.
Faella, C. Martinelli, E. e Nigro, E. (2002). Steel and Concrete composite beam with
flexible shear connection: “exact” analytical expression of the stiffness matrix and
applications. Computer & structures, v. 80, p. 1001 - 1009.
89