Você está na página 1de 6

BENEFICIAMENTO DE REJEITO PIRITOSO DO PROCESSAMENTO DE

CARVÃO MINERAL POR ELUTRIAÇÃO AQUOSA

Alexandre H. Englert & Jorge Rubio


Laboratório de Tecnologia Mineral e Ambiental (LTM), Departamento de Engenharia de Minas (DEMIN),
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Av. Bento Gonçalves, 9500 Prédio 75, Campus do Vale/UFRGS, Porto Alegre, RS, 91501-970.
E-mail: alexandre.englert@ufrgs.br (A.H. Englert), jrubio@ufrgs.br (J. Rubio)

RESUMO

O trabalho apresenta estudos (em bancada) de beneficiamento, via elutriação, de um rejeito piritoso proveniente do
processamento de carvão mineral. O rejeito, da jigagem da empresa Carbonífera Criciúma (SC), foi cominuído e
peneirado a seco até 100 % < 500 µm. Foram realizadas, em amostra representativa do rejeito moído, análises elementar
(via decomposição térmica, vario MACRO Elementar®), granulométrica (CILAS® 1064) e do teor de cinzas. Foi
desenvolvida uma técnica de determinação de enxofre total via fluorescência de raios-X (PANalytical® MiniPal4) com
amostras selecionadas (analisadas no vario MACRO Elementar ®). Na elutriação, foi utilizada uma coluna de vidro
(diâmetro interno de 2,1 cm e altura de 28 cm) utilizando-se diferentes velocidades superficiais. A técnica baseia-se em
maximizar o diferencial de velocidade de sedimentação das partículas causado pela diferença de densidades entre a
pirita (FeS2, mais densa) e os materiais mais leves (argilominerais e carvão residual). A amostra original apresentou 38
% de enxofre total (72 % de FeS2), diâmetro médio volumétrico de 31 µm e 65 % de teor de cinzas. Os resultados
(teores e recuperações -R% - de pirita) foram determinados para velocidades de elutriação entre 1,2 e 3,6 cm.s-1. Os
concentrados (leitos) analisaram 86 % FeS2, com 68 % R FeS2; 92 % FeS2 com 58 % R FeS2 e 96 % FeS2 com 49 % R
FeS2. Os teores de enxofre total variaram entre 46 e 51 %. Estes resultados demonstram a viabilidade de obtenção de
concentrados com elevados teores e recuperações de pirita, a partir do beneficiamento por elutriação (com água) de
rejeitos piritosos da jigagem. O desenvolvimento da técnica continua com o estudo de parâmetros químicos (agregação
com xantatos), do design do elutriador (tamanho-geometria) e operacionais (taxa de aplicação, validação em tempos
longos). Um estudo piloto será realizado nas melhores condições experimentais obtidas em nível de bancada.

PALAVRAS-CHAVE: elutriação; rejeito; pirita; carvão mineral; fluorescência de raios-X

1. INTRODUÇÃO

Aproximadamente 50-60% do carvão mineral Brasileiro (run-of-mine) é descartado, após


beneficiamento, em depósitos de rejeito, contendo diversos minerais e, particularmente, pirita
(FeS2) (Vigânico e outros, 2011; Rubio, 1988). Estes depósitos são amplamente conhecidos por
causarem sérios danos ambientais, tais como a drenagem ácida de minas (DAM) (Filho, 2009). A
DAM consiste em um efluente líquido com elevada acidez e concentração de íons de metais
dissolvidos, sendo gerada principalmente pela oxidação de minerais sulfetados (e.g. pirita) na
presença de água, oxigênio e bactérias oxidantes (Gazea e outros, 1996; Da Silveira e outros, 2009).
O beneficiamento de rejeitos do processamento de carvão mineral possui duas vantagens: (a)
minimizar a formação de depósitos (pilhas) de rejeito e, conseqüentemente, de DAM’s e (b) gerar
produtos (concentrados) com teor suficiente para comercialização. O estudo de rotas tecnológicas
para o processamento de rejeitos da etapa de jigagem, os quais podem conter significativo teor de
pirita (~ 60-70 %), visando obter concentrados de elevado teor deste mineral (> 90 %), torna-se de
extrema importância para o seu aproveitamento e utilização econômica.
De uma forma geral, a pirita pode ser convertida via processos hidrometalúrgicos e/ou
pirometalúrgicos em produtos comerciais tais como ácido sulfúrico, sais (sulfato férrico e ferroso) e
óxidos de ferro (Vigânico e outros, 2011). Como exemplo, Vigânico e outros (2011) demonstraram
a obtenção de sulfato ferroso heptahidratado a partir do processamento biohidrometalúrgico (em
conjunto com radiação UV) de um rejeito (pré-beneficiado gravimetricamente) do processamento
de carvão mineral, contendo ~ 65 % FeS2. Similarmente, Colling e outros (2011) estudaram a
obtenção de soluções concentradas de sulfato férrico, para utilização como agente coagulante em
tratamento de águas, a partir do bioprocessamento de um rejeito piritoso de carvão mineral.
Como a diferença de densidade entre a pirita (5,2) e o carvão (1,3-1,5) é bastante significativa
(Laskowski, 2001), a separação de partículas de pirita das demais partículas de carvão (e outros
minerais) contidas em um rejeito piritoso pode ser potencialmente realizada via elutriação com
água. Esta consiste na passagem de um fluxo ascendente de líquido (em uma velocidade constante)
através de uma coluna contendo partículas de diferentes tamanhos e/ou densidades. As partículas
com velocidade de sedimentação maior que a velocidade de elutriação ficam retidas no interior da
coluna (i.e. leito de partículas), enquanto que as partículas com menor velocidade de sedimentação
são arrastadas pela corrente de líquido, reportando-se ao produto elutriado (Wills e Napier-Munn,
2006). Yoon e outros (1990) estudaram um processo de coagulação seletiva combinada com
elutriação para redução do teor de cinzas de um carvão mineral (Elkhorn n°3; teor de cinzas inicial
de 12 %), na qual partículas de carvão coaguladas (agregadas) ficam retidas na coluna de separação,
enquanto partículas minerais são arrastadas na corrente elutriada. Entretanto, de acordo com o atual
conhecimento dos autores, não há relatos na literatura sobre processamento de rejeitos piritosos da
jigagem de carvão mineral utilizando a técnica proposta aqui.
O presente trabalho descreve estudos (em escala de bancada) de beneficiamento, via
elutriação aquosa, de um rejeito piritoso proveniente do processamento de carvão mineral. O
objetivo principal consiste em obter concentrados com elevados teores de pirita, permitindo o uso
comercial dos mesmos, além de reduzir o tratamento/descarte destes rejeitos ao meio ambiente.

2. EXPERIMENTAL

2.1. Materiais e reagentes

Uma amostra (~ 27 kg) de rejeito da etapa de jigagem do processamento de carvão mineral,


proveniente da empresa Carbonífera Criciúma S.A. (SC), foi utilizada no presente estudo. O
material foi inicialmente britado (britador de rolos) e peneirado até 100 % < 4 mm (#5 Mesh Tyler).
A amostra britada foi subseqüentemente moída em moinho de bolas e peneirada até 100 % < 500
µm (#32 Mesh Tyler). Todas as etapas de cominuição/peneiramento foram realizadas a seco. O
material final foi homogeneizado (pilha cônica), quarteado e armazenado em potes plásticos (2 x
7,6 L) para posterior uso.
Água de abastecimento público (Porto Alegre, RS, Brasil) foi utilizada nos diversos ensaios.
Papel filtro quantitativo (maioria dos poros: 8 µm, QUANTY®, JP42 - Faixa Azul) foi utilizado
para filtração dos sedimentos (leitos) obtidos na elutriação.

2.2. Metodologia

2.2.1. Caracterização

Uma análise da distribuição (volumétrica) de tamanho das partículas de rejeito foi realizada
em um granulômetro a laser (CILAS® 1064) em meio aquoso. Ultrasom foi aplicado no interior do
equipamento de difração de laser (durante 30 segundos) para assegurar a adequada dispersão das
partículas antes das medidas.
O teor de cinzas da amostra de rejeito foi determinado conforme procedimento descrito na
NBR 8289 "Carvão Mineral: Determinação do Teor de Cinzas" (ABNT, 1983).
O teor (i.e. percentual mássico) de enxofre total do rejeito foi obtido via decomposição
térmica (vario MACRO, Elementar Analysensysteme GmbH®).
Uma técnica de determinação de enxofre total via fluorescência de raios-X (FRX,
PANalytical® MiniPal4) foi desenvolvida a partir da construção de uma curva de calibração com
amostras de rejeito (e misturas) de concentrações conhecidas (analisadas previamente via
decomposição térmica). Uma correlação satisfatória (R2 = 0,99) foi obtida entre o número de
contagens por segundo (cps), referente à área do pico de fluorescência de raios-X do enxofre (S), e
o teor de S das amostras-padrão (2, 12, 24 e 38 %). A técnica analítica desenvolvida foi utilizada
para determinação do teor de enxofre dos concentrados (leitos) obtidos nos estudos de separação.
Para as análises via FRX, as amostras foram moídas (almofariz e pistilo) e peneiradas até 100 % <
74 µm (#200 Mesh Tyler), a fim de possibilitar uma satisfatória compactação manual do material
pulverizado (~ 8 g) no porta-amostra.

2.2.2. Elutriação

O sistema de elutriação (em bancada) consistiu basicamente de uma coluna cilíndrica de vidro
(28 cm de altura e 2,1 cm de diâmetro interno) com uma saída lateral superior (para saída do
material disperso) e placa de vidro sinterizado (“frit”) na parte inferior para retenção do material
sedimentado (leito) (Figura 1). Um rotâmetro (OMEL® 0-1500 mL.min-1), conectado diretamente à
água de abastecimento público, foi utilizado para controle da vazão.

Figura 1. Sistema de elutriação utilizado para beneficiamento do rejeito piritoso (cominuído)


proveniente da etapa de jigagem do processamento de carvão mineral.

A técnica consistiu na passagem de um fluxo ascendente de água em uma vazão definida


(velocidade de elutriação = vazão/área da seção transversal) através do leito das partículas de rejeito
(20 g). O experimento foi realizado durante o tempo necessário para obtenção de um volume
desejado (6,3 L) de produto elutriado, armazenado em um recipiente plástico. As partículas com
velocidade de sedimentação maior que a velocidade de elutriação ficam retidas no interior da coluna
(i.e. leito de partículas), enquanto que as partículas com velocidade de sedimentação menor que a
velocidade de elutriação são arrastadas pela corrente de líquido e são coletadas no produto disperso.
Todo o material remanescente na coluna (i.e. leito) após término da separação foi posteriormente
filtrado em papel filtro quantitativo, seco em estufa a 100-110°C e pesado na temperatura ambiente.
O material seco teve o teor de enxofre total determinado utilizando a técnica analítica desenvolvida
via FRX (vide seção 2.2.1). Os ensaios de elutriação foram realizados em duplicata e na
temperatura ambiente (26 ± 0 °C).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A distribuição (volumétrica) de tamanho das partículas do rejeito piritoso, obtida por difração
de laser, é apresentada na Figura 2.

100
Passante (volume), %

80

60

40

20

0
0 1 10 100
Diâmetro (mm)
Figura 2. Distribuição de tamanho de partículas da amostra de rejeito piritoso, obtida por difração
de laser (CILAS®).

A Figura 2 mostra que todas as partículas de rejeito possuem tamanho (dp) menor que 100
µm, estando dentro da faixa granulométrica referida como “finos de carvão” (< 500-590 µm) na
literatura (Laskowski, 2001; Rubio, 1988). Um diâmetro médio volumétrico de 31 ± 1 µm foi
obtido para a amostra.
O rejeito piritoso mostrou um teor de cinzas de 65 ± 0 %, demonstrando sua composição
química majoritariamente inorgânica. A amostra original apresentou 38 ± 2 % de enxofre total
(análise via decomposição térmica), correspondendo estequiometricamente (i.e. considerando todo
o enxofre presente na forma pirítica) a 72 % de pirita (FeS2).
Resultados de recuperação mássica total e de teor de enxofre para os concentrados (leitos)
obtidos na elutriação (em distintas velocidades) do rejeito piritoso são mostrados na Figura 3.

60 55
Recuperação mássica total

Leito Leito Amostra inicial


50
Enxofre total (%)

50
45
(%)

40
40
35

30 30
1,2 2,4 3,6 1,2 2,4 3,6
(a) (b)
Velocidade de elutriação (cm/s) Velocidade de elutriação (cm/s)

Figura 3. Recuperação mássica total (a) e teor de enxofre (b) dos concentrados (leitos) obtidos
na elutriação do rejeito piritoso em distintas velocidades.
A Figura 3(b) mostra que houve um aumento significativo no teor de enxofre total do
concentrado (46 a 51 %) com relação ao valor referente à amostra inicial (38 %), em todas as
velocidades de elutriação testadas. Ainda, quanto maior a velocidade, maior foi o teor de enxofre
obtido. Estes dados demonstram a eficiência da técnica em estudo em obter concentrados com alto
teor de enxofre a partir do rejeito considerado, devido aos princípios já discutidos e que definem a
separação.
Ainda, conforme esperado, a recuperação mássica total (i.e. massa total de concentrado/massa
inicial de amostra) diminui de acordo com o aumento na vazão de água. Isto pode ser explicado
pelo fato de que, quanto maior a velocidade de elutriação, maior será a quantidade de partículas
arrastadas pela corrente ascendente do fluido, permanecendo uma menor massa de material (leito)
retido na coluna.
Os resultados de teor de pirita, calculados estequiometricamente a partir dos dados de enxofre
(S) total (considerado igual ao S pirítico), e de recuperação mássica de pirita para os concentrados
obtidos nas distintas velocidades testadas, são mostrados na Figura 4Figura 3.

100 70

Recuperação mássica FeS2


Leito Leito
FeS2 calculado (%)

Amostra 60
90 inicial
(%) 50
80
40

70 30
1,2 2,4 3,6 1,2 2,4 3,6
(a) (b)
Velocidade de elutriação (cm/s) Velocidade de elutriação (cm/s)

Figura 4. Teores (a) e recuperações mássicas (b) de pirita dos concentrados (leitos) obtidos na
separação do rejeito piritoso em distintas velocidades de elutriação.

A Figura 4(a) mostra que foi possível produzir, a partir de um rejeito piritoso (72 % FeS2),
concentrados com elevado teor de pirita (86 % a 96 % FeS2) nas velocidades testadas. Entretanto,
conforme visualizado na Figura 4(b), a recuperação mássica de pirita (49 %) correspondente ao teor
máximo de FeS2 obtido (96 %) é relativamente baixa, sendo uma fração significativa (51 %) deste
mineral perdida no produto elutriado. Esta fração pode ser possivelmente recuperada via agregação
(seletiva) das partículas de pirita mais finas com o uso de xantatos. Este estudo está sendo
conduzido em escala de bancada e o desenvolvimento da técnica continuará ainda em sistemas de
elutriação com tamanho e design distintos, além da validação em ensaios de tempos longos. Um
estudo piloto também será realizado futuramente nas melhores condições experimentais obtidas em
nível de bancada.

4. CONCLUSÕES

O presente estudo demonstrou a viabilidade de obtenção de concentrados com elevados teores


de pirita (> 86 % FeS2) a partir do beneficiamento via elutriação de um rejeito piritoso (72 % FeS2)
proveniente da etapa de jigagem do processamento de carvão mineral. Um aumento significativo no
teor de enxofre total do concentrado (46 a 51 %) com relação ao valor referente à amostra de rejeito
(38 %) foi obtido em todas as velocidades de elutriação testadas (1,2 a 3,6 cm.s-1). Ainda, quanto
maior a velocidade de elutriação, maior foi o teor de enxofre (e pirita) obtido. Entretanto, a
recuperação mássica de pirita diminui com a velocidade de elutriação, obtendo-se um valor de 49 %
para o maior teor alcançado (96 % FeS2). A técnica continua em estágio de desenvolvimento, sendo
estudados o uso de xantatos (para agregação das partículas mais finas de pirita) e sistemas de
elutriação de diferente tamanho e design.

5. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao Laboratório de Estudos Ambientais para Metalurgia (LEAmet,


UFRGS) pelo fornecimento da amostra de rejeito e auxílio nas análises químicas (vario MACRO®)
e ao CNPq pelo apoio financeiro. Aos colegas do LTM, nossos reconhecimentos pela colaboração
na parte experimental.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 8289 - Carvão Mineral: Determinação do
Teor de Cinzas. 4 p., 1983.

Colling, A.V., Menezes, J.C.S.S. & Schneider, I.A.H. Bioprocessing of pyrite concentrate from coal
tailings for the production of the coagulant ferric sulphate. Minerals Engineering, In Press,
Corrected Proof, 2011.

Da Silveira, A.N., Silva, R. & Rubio, J. Treatment of acid mine drainage (AMD) in South Brazil:
Comparative active processes and water reuse. International Journal of Mineral Processing, 93:2,
p.103-109, 2009.

Filho, J.R.A. Avaliação ambiental e do potencial de aproveitamento de um módulo de rejeitos de


carvão na região carbonífera de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 79 p., 2009.

Gazea, B., Adam, K. & Kontopoulos, A. A review of passive systems for the treatment of acid mine
drainage. Minerals Engineering, 9:1, p.23-42, 1996.

Laskowski, J. Coal Flotation and Fine Coal Utilization. Elsevier Science, 384 p., 2001.

Rubio, J. Carvão Mineral: Caracterização e Beneficiamento. Vol. 1. Porto Alegre: Nova Linha
Artes Gráficas, 240 p., 1988.

Vigânico, E.M., Colling, A.V., Silva, R.A. & Schneider, I.A.H. Biohydrometallurgical/UV
production of ferrous sulphate heptahydrate crystals from pyrite present in coal tailings. Minerals
Engineering, In Press, Corrected Proof, 2011.

Wills, B.A. & Napier-Munn, T. Wills' Mineral Processing Technology: An Introduction to the
Practical Aspects of Ore Treatment and Mineral Recovery. 7a edição, Butterworth-Heinemann, 456
p., 2006.

Yoon, R.H., Luttrell, G.H. & Adel, G.T. Advanced systems for producing superclean coal. Virginia
Center for Coal and Minerals Processing, Blacksburg, VA (USA), 368 p., Technical Report, 1990.

Você também pode gostar