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EXEGESE DE HEBRAICO
VILA VELHA
2009
SEMINARIO TEOLOGICO BATISTA DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO.
CETEBES
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 05
2 TEXTO BÍBLICO EM HEBRAÍCO................................................................. 06
3 ANALISE GRAMATICAL............................................................................... 06
4 TRADUÇÃO LITERAL DO TEXTO HEBRAICO........................................... 09
5 COMPARAÇÕES ENTRE VERSÕES.......................................................... 09
6 ANALISE HISTÓRICO-CULTURAL.............................................................. 11
6.1 O Nome Salmos................................................................................................. 11
6.2 Autoria................................................................................................................ 12
6.3 Contexto social................................................................................................... 13
6.4 A presença dos Salmos na Palavra de Deus.....................................................
13
6.5 A Divisão dos Salmos.........................................................................................
14
6.6 Os Tipos de Salmos...........................................................................................
14
6.7 Data da Escrita...................................................................................................
15
6.8 Os salmos e o Cristão.................................................................................
15
7 ANÁLISE DO CONTEXTO GEOGRÁFICO.................................................. 15
7.1 O Reino do Saul................................................................................................. 15
7.2 O reino de Davi.................................................................................................. 16
7.3 O reino de Salomão........................................................................................... 17
7.4 Jerusalém...........................................................................................................
18
8 ANÁLISE DO CONTEXTO LITERÁRIO........................................................ 19
9 ANÁLISE TEOLÓGICA................................................................................. 20
10 ANÁLISE DO SIGNIFICADO DE PALAVRAS E FRASES IMPORTANTES 21
11 TRADUÇÃO DEFINITIVA.............................................................................. 22
12 COMENTÁRIO EXPLICATIVO..................................................................... 23
13 CONTEXTUALIZAÇÃO DA MENSAGEM..................................................... 23
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................. 25
01 – INTRODUÇÃO
O propósito e mensagem dos salmos devem ser analisados sob a ótica do autor e
organizador. Quanto ao propósito do autor não há unificação. No entanto, é
provável, que muitas composições tenham sido feitas para suprir necessidades
litúrgicas.
Salmo 70: 1 – 5
03 - ANÁLISE GRAMATICAL
Palavra em
Análise gramatical Significado
hebraico
Título do Salmo
l preposição; h artigo ; xcn verbo
Para o
x:Ceªn:m.l;÷ piel participo masculino singular
supervisor
absoluto
Versículo nº 01
Plural masculino comum do
~yhiîl{a/ substantivo
Deus
l preposição da partícula;
hr’z>[, pessoa singular
ytirӔz>[,l. feminino comum do sufixo da
Socorrer-me
construção do substantivo homônimo
singular comum
Verbo qal imperativo masculino
hv’(Wx singular.
Ser zeloso
Versículo nº 02
WvboåyE Qal imperfeito 3 pessoa do plural Envergonhado
Versículo nº 03
Verbo qal imperfeito 3 pessoa masculino
WbWvy plural.
Voltem eles
Em, mediante,
bq,[eä-l[; l[ preposição; bq,[ adjetivo sobretudo,
sobre, contra/
masculino singular construto
conseqüência.
Substantivo comum feminino singular
~T’_v.B’ construto sufixo, 3 pessoa masculino Vergonha.
plural.
Os que dizem /
~yrIªm.aoh’ H artigo rma verbo qal particípio os dizendos /
aqueles que
masculino, plural absoluto.
dizem
xa’îh,« Partículas de interjeição Ah!
Xa’(h, Partículas de interjeição Ah!
Versículo nº 04
Exultem /
Verbo qal imperfeito, 3ª pessoa
WfyfiÛy"¬ masculino plural.
mostrem
alegria
Versículo nº 05
6 - ANALISE HISTÓRICO-CULTURAL
A palavra salmo vem do grego psalmos que quer dizer um cântico ou um hino. A
palavra hebraica para o livro é têhillím e significa louvores. O livro contém uma
coleção de cento e cinqüenta cânticos da vida religiosa e da adoração hebraica –
cânticos do coração do povo e que refletem suas experiências pessoais. Pode-se
dizer que os salmos representam o antigo hinário do povo de Deus.
6.2 - Autoria
O livro de Salmos é um dos mais estimados e usados do AT, porém é um dos mais
problemáticos do cânon. Sua complexidade se deve na dificuldade de determinar a
autoria, composição, teologia, interpretação, aplicação e função. Dois aspectos são
relevantes quando estudamos a composição do livro de Salmos: autoria de salmos
individuais e a composição do saltério em geral. A datação parece varia de meados
do segundo século a. C. a 539 a. C.(pós-exílicos). É consenso de que a composição
do Livro de Salmos se deu após o exílio e também que se faz necessário distinguir o
organizador do autor.
Quem escreveu os salmos? Fazer esta pergunta é quase o mesmo que perguntar
quem escreveu os nossos hinários modernos. A resposta pode ser – muitas
pessoas. Muitos compositores contribuíram com a coleção de cânticos e poemas
que conhecemos como o livro de salmos. A tese mais aceita é a de que alguém
depois do cativeiro na Babilônia compilou esses salmos em um só volume, neste
caso poderia ter sido o cronista Esdras.
Um problema para se estabelecer uma autoria dos salmos se deve ao fato de que
"na maioria dos casos, o próprio texto dos salmos não indica o autor nominalmente.".
Porém, quando encontramos alguma informação nos títulos dos salmos ele nos
apresenta o "seguinte quadro tradicional: um salmo de Moisés (Sl 90); setenta e três
de Davi (a maioria de acha nos livros I e II); doze de Asafe (50, 73-83); dez dos
descendentes de Coré (42, 44-49, 87-88); um ou dois de Salomão (72 e 127); um de
Hemã, o Ezraíta (88); um de Etã, o Ezraíta (89)".
Acredita-se que esta organização foi para marcar transições de um livro para outro,
de forma que, ao examiná-los cuidadosamente, podemos distinguir o tópico principal
de cada livro, já que no final de cada livro temos os salmos de junção. Evidencias
foram encontradas nos manuscritos do mar Morto apontam que o Livro de Salmos
não foi compilado de uma só vez.
Portanto, tanto a autoria como a composição do Livro de Salmos fica muito difícil de
definição, uma vez que o mesmo é composto de autorias individuais escritos durante
o período de mil anos por várias pessoas. E que posteriormente foram organizadas
gradualmente em uma obra maior com propósitos teológicos definidos em mente.
É inútil reconstruir o contexto histórico esquivo dos salmos individuais invés disso o
interpretar deve de preferência se perguntar: como este salmo funcionava na
adoração de Israel no antigo testamento? O saltério desde muito tempo é conhecido
como hinário de Israel antigo.
Há diversas declarações diretas dos próprios poemas, que mostra a utilização dos
salmos no contexto de adoração. Os salmos refletem muitas e diversas reações à
vida: alegria, tristeza, gratidão e tranqüila meditação para nomear apenas algumas,
os israelitas tinham sempre uma oração pronta para todas as vicissitudes da vida.
6.4 - A presença dos Salmos na Palavra de Deus
Os salmos têm um lugar singular na Bíblia, por dois motivos. Primeiro, ele nos dão
uma visão de como era a adoração em Israel de maneira pessoal e congregacional.
Certos salmos eram feitos para todos os "crentes". A congregação certamente
usava, por exemplo, o salmo 136 como uma forma de leitura responsiva.
Segundo, os salmos lidam com todos os aspectos da vida hebraica. O povo louvava
a Deus por seus grandes feitos e por bênçãos especiais. Eles também agradeciam
pelo perdão dos pecados. Algumas vezes, lamentavam as circunstâncias difíceis da
vida e imploravam para que Deus amaldiçoasse os seus inimigos da fé. Os salmos
conseguem abranger de maneira satisfatória a teologia e a vida diária das pessoas.
Paul House afirma que nenhum outro livro do AT possui escopo histórico e teológico
que se vê nos salmos. Como documento teológico o livro abrange toda uma gama
de confissões bíblicas sobre o caráter, a atividade e os interesses do Senhor. Aqui
Deus é chamado de criador, sustentador, protetor, salvador, juiz, estabelecedor de
aliança e restaurador.
Aqui se revela toda uma série de ações divinas que dão sentido a esses nomes, e
aqui também se apresentam os ambientes históricos que fornecem o contexto para
a realidade e reflexão teológica. Os principais acontecimentos da história de Israel
são mencionados para dar sustentação às declarações do livro acerca do dia-a-dia
das pessoas.
Os salmos declaram as verdades de Deus em um estilo cheio de beleza que fala
tanto às nossas mentes quanto aos nossos corações.
Hino – cânticos de louvor e ação de graças a Deus por aquilo que ele é e aquilo que
ele fez;
Penitência – confissão do arrependimento pelo pecado, súplica pela graça e perdão
de Deus;
Sabedoria – observações gerais sobre a vida, especialmente, acerca de Deus e de
nosso relacionamento com ele;
Realeza – o tema principal é o rei como filho de Davi e instrumento especial de Deus
para governar o povo;
Messiânico– descreve alguns aspectos da pessoa ou do ministério do Messias;
Imprecatório – pedido a Deus por julgamento contra os inimigos de Deus e/ou os
inimigos de seu povo;
Lamento – lamento por uma situação; normalmente inclui declarações de lamento,
confiança em Deus e afirmação de louvor a ele.
6.7 - Data da Escrita
A data da escrita é muito difícil de precisar, visto que cada salmo fora escrito em
tempos e épocas diferentes. Entretanto, Gagliardi tem uma opinião coerente a cerca
da questão de data envolvendo os salmos com a qual nos ajudará a assumir uma
posição quanto a esta questão. Segundo ele a data da composição é diferente da
data da organização do livro, pois a maioria dos autores não pensava estar
compondo para uma futura coletânea que serviria à liturgia do templo. As datas de
composição são tão distantes quanto Moisés, cerca de 1440 a.C. (Sl 90) e talvez
Esdras em torno de 450 a.C. (Sl 119) ou ainda o de número 126 e 137.
Sendo assim, o melhor é afirmarmos que a data da escrita dos Salmos é incerta.
Os salmos continuam sendo uns tesouros de auxílio espiritual para os cristãos. Suas
palavras falam ao nosso coração assim como certamente falaram ao coração de
outros desde os dias eu foram escritos. Seja qual for o nosso estado de espírito, seja
qual dor nossa situação, as vozes antigas nos convidam ouvi-las. Elas também já
passaram por alegria, tristeza, luto, pecado, ira, confissão, perdão e outras
experiências que tocam tão profundamente em nossas vidas. Elas nos chamam a
aprender delas enquanto o Espírito Santo usa essas palavras para nos trazer para
mais perto do Senhor.
Saul tornou-se rei pelas mãos do Profeta Samuel, em resposta ao clamor do povo,
que pedia um rei (1Sam 8.5).
O sucesso nas campanhas militares no sul do reino preparou o caminho para que
Davi, sucessor de Saul, expandisse seu domínio. Mais a inveja de Saul o levou ao
ponto de atentar contra a vida de Davi, marca a reviravolta do seu destino. Depois
de consultar a uma bruxa em En-Dar, ele e Jônatas morreram quando os israelitas
foram derrotados pelos filisteus na batalha de Gilboa.
Davi foi obrigado a fugir do assassino de Saul e buscou refugio em vários lugares
incluindo a corte do rei filisteu. Após a morte de Saul, ele foi coroado primeiramente
Rei de Judá, e, depois de Israel, em Hebrom.
Davi pôs-se a consolidar o que Saul havia começado: unir o povo, anular o poder
filisteu e expandir as fronteiras dos reinos até os edomitas, anomitas, moabitas e
arameus. Ao capturar Jerusalém das mãos dos Jebuseus, ele completou a conquista
de Canaã. Então a arca da aliança (um baú cultual que continha as tabulas sagradas
de Moisés) foi solenemente levada para a cidade da qual Davi fez sua capital (2Sam
6).
A fonte de Giom flui do vale de Cedrom e era a principal reserva de água na antiga
Jerusalém. Acredita-se que Davi tenha capturado a cidade ao fazer um ataque de
surpresa através da fonte de Giom. Todos os “que estão dispostos a ferir os
Jebuseus suba pelo canal subterrâneo...”. A passagem vertical tem cerca de nove
metros de profundidade.
Davi estendeu seu reino e a ele anexou terra desde Dã ate o ribeiro do Egito. Seu
império avançou muito mais, para o norte, na direção de Eufrates, e para o sul, no
sentido do golfo de Acaba. Os povos de Edom, Moabe, Amom e Arã tornaram-se-lhe
estados vassalos, sujeitos ao pagamento de tributos (2 Samuel 8.2-14). Isso,
juntamente com os impostos arrecadados por causa do enorme volume de comercio
que passava pelo levante, colocou o tesouro numa situação bem sadia. Davi
comissionava construções, tais como o seu palácio em Jerusalém, para a qual
utilizou artífices dos estados vizinhos (2Samuel 5.11). Ele teve o cuidado de manter
o tratado de paz com seus aliados, os filisteus e o povo de Hamate.
Depois de vencer uma difícil luta pela sucessão, Salomão reinaria por cerca de
quarenta anos (c.970-930 a.C.).Administração e diplomacia foram seus pontos
fortes. Casou-se com filhas de reis de nações vizinhas como forma de selar relações
diplomáticas e uniu-se a Hirão , rei da cidade Fenícia de Tiro, em projetos
comerciais. Dividiu seu próprio reino em doze distritos administrativos (1Rs 4.7-19).
Isso facilitou um programa de construção de alcance nacional. Cada distrito tinha um
administrador responsável por organizar a corvéia (trabalhos forçados) necessária
pra explorar as pedreiras, a fim de produzir a alvenaria para as construções. Os
administradores das regiões baixas arrecadavam os tributos, principalmente os
cananeus.
As duas rotas comercias mais lucrativas no antigo Oriente Próximo eram o caminho
do Mar, que ligava Egito e Ásia, e a Estrada real, a principal rota de caravanas que
subiam do sul da Arábia. Ambas eram controladas por Israel no tempo do império de
Davi e de Salomão. Este também controlava o comercio marítimo em associação
com Hirão, rei de Tiro, Hirão explorava o comercio litorâneo, a partir da Ásia menor,
ligado com rotas marítimas desde Eziom-Geber ate o mar vermelho.
7.4 - Jerusalém
Cidade dos Jebuseus conquistada por Davi, Jerusalém foi edificada ao norte, sobre
o pico de uma colina. Além de estar em posição de defesa privilegiada, com
muralhas ao redor, o local foi escolhido também por causa da reserva de água, no
Pé da ladeira oriental, conhecida como fonte de Giom. O espaço era limitado e
muitas casas tiveram de ser edificadas sobre o terreno pedregoso das ladeiras.
Israel herdou uma tradição literária longa e bem desenvolvida no Antigo Oriente
Médio. A poesia hebraica datada dos séculos XIII ou XII a. C, sendo que a poesia
egípcia data de 3200 a.C. Estudiosos têm reconhecido as semelhanças entre o
salmo 104 e o hino do sol de Aquenaton, bem como os cânticos de amor egípcios do
Novo Império (c.1570 – 1085 a.C) e Cântico dos Cânticos. Os mesmos tipos de
tradições poéticas se desenvolveram simultaneamente na Mesopotâmia antiga.
09 - ANÁLISE TEOLÓGICA
Para o israelita o principio da retribuição era uma questão teológica: se Deus é justo,
por que o justo sofre ou o ímpio prospera? Hoje, não temos mais este dilema, uma
vez que nossa esperança está no céu e os ímpios enfrentarão o juízo eterno e não
escaparão ilesos, mas para os antigos israelitas era algo muito grave.
Os antigos israelitas não tinham as vantagens destas garantias. Tudo o que eles
tinham de revelação era de que a justiça de Deus se daria nesta vida. Isto fazia do
principio da retribuição uma questão muito mais séria para eles do que para nós. Os
salmos de lamento são os que mais espelham esta preocupação. A queixa do
salmista é que por ele ser justo, porque seus inimigos obtiveram vantagem. O
salmista não se considera totalmente justo, mas é mais justo que seu inimigo e não
se sente merecedor de perseguição.
-Apressar: Dar pressa a; Adiantar, fazer vir antes de tempo; Tornar rápido; Fazer
com rapidez (tem com sentido vir com urgência, sem demora).
-Exultar: Sentir grande prazer; Ter grande alegria; Manifestar grande contentamento.
-Auxílio: Ajuda que se presta àquele cujo esforço é insuficiente; Esmola; socorro.
-Libertador: Que ou aquele que liberta. Diz-se do escravo que se libertou ou que foi
libertado; Livre, solto; Desobrigado (de alguma obrigação).
Salmo 70
12 - COMENTÁRIO EXPLICATIVO
O presente salmo não tem nenhuma nota de louvor, apenas de apelo renovado. Não
obstante seu final não termina com nota de tristeza, deixando no ar e esperando a
intervenção divina.
Este é um salmo escrito por Davi, que mostra um momento de dificuldade em que
estava passando, provavelmente estava rodeado por inimigos, onde ele faz uma
oração a Deus pedindo socorro, mostra o medo que estava sentindo, e a urgência
de Deus vir ao seu auxilio.
13 - CONTEXTUALIZAÇÃO DA MENSAGEM
Aqui, apesar deste salmo ser classificado como lamentação, vemos também um
toque de imprecação, pois, como vimos, estava enraizado na mente do israelita o
principio da retribuição e a soberania de Deus. Era a revelação que eles tinham de
Deus até aquele momento.
Também nos ensina no verso quatro que o caráter de um homem pode ser avaliado
com bastante precisão se observarmos o que lhes dá alegria. O que faz um homem
se sentir feliz? Ele está afundado no materialismo e em pecados, e encontra sua
alegria em coisas vergonhosas? Ou encontra alegria na busca de satisfações
mentais e espirituais e em realizações desta categoria?
Esta passagem pode ser aplicada em diversos momentos de nossa vida, em que
precisamos da ajuda de Deus para resolver um problema em que estamos
passando, temos que ser humildes ao ponto de reconhecer que não somos nada, e
só encontramos abrigo em Deus, mostra que é preciso buscar a Deus em todos os
momentos de nossas vidas.
BIBLIOGRAFIA:
DOWLEY,Tim. Atlas vida nova da bíblia e da historia do cristianismo, editora vida nova,
são Paulo, 1º ed. 1997, reimpressão 2006.