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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Tiago Gomes de Souza

POSTURA ESTÁTICA DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL


I DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE PETROLINA-PE

Petrolina - PE
2014
2

TIAGO GOMES DE SOUZA

POSTURA ESTÁTICA DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL


I DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE PETROLINA-PE

Trabalho apresentado à Universidade


Federal do Vale do São Francisco –
UNIVASF, Campus Petrolina, como
requisito da obtenção do título de
Licenciatura em Educação Física.

Orientadora: Profª Lara Elena Gomes


Marquardt

Petrolina – PE
2014
3

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

2 REVISÃO DE LITERATURA 7

2.1 A importância de investigar a postura estática de escolares 7


2.2 Métodos para avaliar a postura estática 9
2.3 Resultados de outros estudos 12
2.4 Fechamento da revisão de literatura 15

3 MATERIAIS E MÉTODOS 16

3.1 Questões de pesquisa 16


3.2 Definição operacional das variáveis 17
3.3 Método de abordagem 18
3.5 Aspecto ético 19
3.6 Instrumento de coleta de dados 19
3.7 Coleta de dados 21
3.8 Análise de dados 22
3.9 Procedimentos estatísticos 24

4 ORÇAMENTO 25

5 CRONOGRAMA 30

REFERÊNCIAS 31

APÊNDICE A – TCLE 35
APÊNDICE B – Carta de aprovação do comitê de ética 37
APÊNDICE C – Carta de anuência da Secretaria Municipal de
Educação de Petrolina 38
4

1. INTRODUÇÃO

A postura abrange uma relação dinâmica, na qual as partes do corpo,


principalmente o sistema músculo esquelético, adaptam-se em resposta a
estímulos recebidos, refletindo na postura as experiências corporais
vivenciadas (BRACCIALI; VILARTA, 2000). Ainda, a postura pode ser definida
como a posição ou a atitude do corpo no espaço, podendo ser caracterizada
como estática ou como dinâmica (GOMES et al., 2010).
Independentemente se estática ou dinâmica, o objetivo primordial da
postura é manter o equilíbrio do corpo, para que o mesmo possa realizar
determinadas atividades, como correr, escrever, trabalhar (OSHIRO;
FERREIRA; COSTA, 2007). Para manter o equilíbrio, é preciso um controle
postural que garanta que o centro de gravidade esteja dentro da área de
estabilidade, ou seja, que o peso do corpo seja sustentado de forma segura
(MARRERO1, 2000 apud OSHIRO; FERREIRA; COSTA, 2007). Dessa forma,
quando há um alinhamento corporal adequado, as estruturas
musculoesqueléticas estão equilibradas e, consequentemente, menos
propensas a lesões ou deformidades (SANTOS et al., 2009).
Por outro lado, posturas inadequadas estão relacionadas às alterações
posturais, as quais são distúrbios anatomofisiológicos, que se manifestam
geralmente na pré-adolescência e na adolescência, pois é o período em que há
o segundo estirão de crescimento (KAVALCO2, 2000 apud OSHIRO;
FERREIRA; COSTA, 2007). No caso de crianças em idade escolar, observam-
se padrões de postura ao sentar, carregar mochilas, bem como da
permanência na posição sentada por várias horas seguidas, com pequenos
intervalos em pé, podendo levar a alterações posturais, fadiga e dores crônicas
(REGO; SCARTONI, 2008).
Apesar de que escolares são suscetíveis a desenvolver alterações
posturais, essa fase também compreende o período ideal para recuperar
alterações posturais de maneira eficaz (PENHA et al., 2008), sendo que, após

1MARRERO, R. C. M. Biomecânica, clinica del aparato locomotor. Barcelona: Masson,


2000.
2KAVALCO, T. F. A manifestação de alterações posturais em crianças de primeira a quarta

séries do ensino fundamental e sua relação coma ergonomia escolar. Revista Brasileira de
Fisioterapia, São Carlos, v. 2, n. 4, 2000.
5

isso, o prognóstico torna-se mais difícil e o tratamento mais prolongado


(OSHIRO; FERREIRA; COSTA, 2007). Desse modo, há a necessidade de
medidas preventivas no sentido de avaliar precocemente as alterações
posturais e de educar as crianças sobre as posturas adequadas ao estudar,
carregar o material escolar e para a prática de exercícios físicos orientados,
evitando-se o comprometimento do sistema musculoesquelético do corpo
(REGO; SCARTONI, 2008).
Com base nisso, vários métodos têm sido empregados para avaliar o
alinhamento dos segmentos corporais, tais como a análise visual, radiografias,
câmeras de vídeo e goniometria (SANTOS et al., 2009). Contudo, com o
avanço da tecnologia, a fotogrametria vem sendo considerada uma alternativa
para a avaliação quantitativa das assimetrias posturais na avaliação postural,
podendo ser utilizada para estimar medidas lineares e angulares (SACCO et
al., 2007).
Independente do método, tem se identificado uma alta prevalência de
alterações posturais em crianças e em adolescentes (MARTELLI; TRAEBERT,
2006; OSHIRO; FERREIRA; COSTA, 2007; REGO; SCARTONI, 2008).
Algumas dessas alterações fazem parte do desenvolvimento postural normal
(OSHIRO; FERREIRA; COSTA, 2007). No entanto, a grande maioria está
relacionada com o comportamento postural durante a fase escolar
(FERRONATTO; CANDOTTI; SILVEIRA, 1998; OSHIRO; FERREIRA; COSTA,
2007; REGO; SCARTONI, 2008), sendo que há diferenças na prevalência de
desvios posturais entre os sexos (PENHA et al., 2008) e entre faixas etárias
(PENHA et al., 2005).
Diante desse cenário, o Programa de Educação Tutorial (PET)
Biomecânica (PET-Biomecânica) do Colegiado de Educação Física (CEFIS) da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) tem como meta
principal verificar os efeitos das orientações e dos exercícios posturais em
escolares do Ensino Fundamental I provenientes de escolas públicas de
Petrolina-PE e mobilizar e conscientizar professores, alunos e responsáveis
sobre a importância de hábitos e atitudes posturais saudáveis. Assim, o
presente trabalho faz parte desse projeto maior e pretende responder o
seguinte problema de pesquisa: como se caracteriza a postura estática de
escolares do Ensino Fundamental I de uma escola municipal de Petrolina-PE?
6

Consequentemente, o presente estudo delimita-se à avaliação da


postura estática de alunos do Ensino Fundamental I de uma escola municipal
de Petrolina-PE com o intuito de contribuir com informações exploratórias sobre
a ocorrência de alterações da postura estática de escolares do Ensino
Fundamental I da cidade.
Desse modo, o objetivo geral do estudo foi avaliar a postura estática de
alunos do Ensino Fundamental I de uma escola municipal de Petrolina-PE. Os
objetivos específicos foram:

- Comparar a postura estática nas três vistas (anterior, posterior e lateral


direita) entre crianças do sexo masculino e sexo feminino;
- Comparar a postura estática nas três vistas entre as diferentes faixas etárias
dos 6 aos 10 anos de idade.
7

2. REVISÃO DE LITERATURA

Com o intuito avaliar a postura estática de escolares do Ensino


Fundamental I de uma escola municipal de Petrolina, foi elabora a presente
revisão de literatura que abrange os seguintes tópicos: (1) a importância de
investigar a postura estática de escolares, (2) métodos para avaliar a postura
estática, (3) resultados de outros estudos e (4) fechamento da revisão de
literatura.

2.1 A IMPORTÂNCIA DE INVESTIGAR A POSTURA ESTÁTICA DE


ESCOLARES

A vida moderna cada vez mais contribui para as alterações posturais,


pois os hábitos posturais associados a essa vida geram transformações e
adaptações do sistema musculoesquelético (SOUZA, 1996). Essas adaptações
podem ser funcionais ou estruturais, sendo a última uma alteração definitiva da
estrutura musculoesquelética (MARTELLI; TRAEBERT, 2006), e ambas podem
ser provocadas pelo mau posicionamento da pelve, da coluna vertebral e da
cabeça (SOUZA, 1996).
Atualmente, tem se identificado uma alta prevalência de alterações
posturais em crianças e em adolescentes (MARTELLI; TRAEBERT, 2006;
OSHIRO; FERREIRA; COSTA, 2007; REGO; SCARTONI, 2008). Algumas
dessas alterações fazem parte do desenvolvimento postural normal (OSHIRO;
FERREIRA; COSTA, 2007), como o valgismo de joelho, a rotação medial de
quadril e a hiperlordose lombar em meninas de 7 a 10 anos (PENHA et al,
2005).
Segundo Penha et al. (2008) existem diferenças especificas entre os
sexos em algumas variáveis posturais em crianças entre 7 e 10 anos, em que
os meninos mostraram uma maior incidência alguns problemas posturais como
escápula alada, desnível e protração do ombro, protração da cabeça e
hiperlordose cervical; já as meninas mostraram uma maior incidência de
inclinação da cabeça, além de um maior índice de flexibilidade que junto com
sistema músculo-esquelético podem ser os influenciadores dessas diferenças
de padrões posturais durante o crescimento desses indivíduos.
8

No entanto, a grande maioria dos desvios posturais está relacionada


com o comportamento postural durante a fase escolar. É nesse período que
crianças e adolescentes permanecem sentados por um longo tempo, utilizam
as carteiras escolares de forma inadequada e transportam o material escolar
também de forma inadequada, além de que, na maioria das vezes, o peso do
material escolar excede o peso limite tolerável de 10% do peso corporal
(FERRONATTO; CANDOTTI; SILVEIRA, 1998; OSHIRO; FERREIRA; COSTA,
2007; REGO; SCARTONI, 2008). Além disso, outros fatores que podem
contribuir para os desalinhamentos da postura podem ser a obesidade, o
sedentarismo, as tensões e a inadequação do mobiliário, entre outros (REGO;
SCARTONI, 2008).
Sabe-se que a postura da criança dos 7 aos 12 anos de idade passa por
transformações para tentar obter um equilíbrio harmônico com as novas
proporções de seu corpo (PENHA et al., 2008) e que, nessa faixa etária, em
que a mobilidade é extrema, a postura tende a adaptar-se conforme os hábitos
posturais (FERRONATTO; CANDOTTI; SILVEIRA, 1998). Desse modo, todo
comportamento postural, seja bom ou mau, terá um efeito na fase adulta
(FERRONATTO; CANDOTTI; SILVEIRA, 1998).
Por exemplo, posturas adotadas em que há protrusão de ombros,
cabeça anteriorizada e escápulas abduzidas, entre outras, podem gerar
alterações posturais (FERRONATTO; CANDOTTI; SILVEIRA, 1998). Essas
posturas inadequadas podem ser vivenciadas na própria escola, pois as
crianças não encontram mesas e cadeiras proporcionais ao seu corpo e
carregam mochilas muito pesadas que acabam contribuindo para um desvio
postural (FERRONATTO; CANDOTTI; SILVEIRA, 1998).
Mas o que é uma postura adequada? Para cada sujeito, a postura mais
adequada é aquela em que os segmentos corporais estão equilibrados em uma
posição com o menor gasto energético, mas que possibilite uma máxima
sustentação (SILVA et al., 2007). Essa sustentação é resultado do alinhamento
correto da coluna vertebral (SILVA et al., 2007).
A avaliação postural permite obter informações sobre o sistema
musculoesquelético e se existem normalidades e/ou disfunções, que podem
incidir sobre todo o organismo do indivíduo (SILVA et al., 2007). Ainda, a fase
escolar compreende o momento ideal para recuperar disfunções da coluna de
9

forma eficiente, sendo que, após esse período, o prognóstico torna-se mais
complicado e o tratamento mais prolongado, justificando a necessidade da
realização de estudos relacionados com as alterações posturais de crianças
em fase escolar (OSHIRO; FERREIRA; COSTA, 2007).

2.2 MÉTODOS PARA AVALIAR A POSTURA ESTÁTICA

A radiografia (ou raio-X) é considerado o padrão ouro para a avaliação


postural (SOUZA et al., 2008). No entanto, essa técnica expõe o avaliado a
riscos devido à exposição à radiação (COMERLATO, 2007; PENHA et al.,
2008). Cabe ressaltar também que este método possui um custo elevado
(PENHA et al., 2008) e, normalmente, não está disponível para o profissional
da área de saúde durante a sua avaliação (IUNES, 2004). Como alternativa, há
a fotogrametria.
De acordo com a American Society for Photogrammetry and Remote
Sensing (2014), a fotogrametria é a arte, a ciência e a tecnologia de obtenção
de informações confiáveis sobre algo por meio de processos de gravação,
medição e interpretação de imagens fotográficas. Segundo Ribeiro et al.
(2006), ela é definida como uma técnica relativamente simples, fácil e objetiva.
Seu baixo custo, facilidade de interpretação, alta precisão e reprodutibilidade
dos resultados, além da possibilidade de arquivamento e acesso aos registros,
são vantagens que justificam sua ampla utilização (RIBEIRO et al., 2006).
Por exemplo, Silva et al. (2007) avaliaram a postura corporal estática de
53 crianças (28 do sexo masculino e 25 do sexo feminino) entre 10 e 11 anos
de idade de uma cidade da serra gaúcha. Os autores usaram registros
fotográficos para avaliação postural das vistas lateral esquerda, anterior, lateral
direita e posterior. Foram desenhados vários pontos na parede à frente da
criança, para que durante a avaliação postural, a mesma observasse um ponto
de acordo com a altura dos seus olhos, evitando flexão ou extensão cervical
indesejada. Foram observados:

(1) A cintura pélvica na vista lateral, descrevendo-a como normal, ou em uma


posição de anteroversão ou retroversão;
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(2) A coluna lombar na vista lateral, a qual foi avaliada como normal, ou com
aumento da lordose ou diminuição da lordose;
(3) Joelhos na vista anterior que foram classificados como normal, vago ou
varo e na vista lateral que foram classificados como normal, genu recurvatum
(postura dos membros inferiores em que os joelhos se encontram posicionados
para trás em relação ao centro de gravidade do corpo, formando a perna uma
curvatura com a concavidade para diante) ou genu flexum (postura dos
membros inferiores em que os joelhos se encontram posicionados para frente
em relação ao centro de gravidade do corpo, formando a perna uma curvatura
com a concavidade para atrás).
(4) Os pés na vista lateral, os quais foram avaliados como normal, ou com
diminuição do arco plantar ou aumento do arco plantar, e na vista anterior, os
quais foram avaliados como normal, invertidos ou evertidos;
(5) O tendão de Aquiles na vista posterior, sendo descrito como normal,
medializado ou lateralizado.

Ferronatto, Candotti e Silveira (1998) avaliaram a postura estática de


forma subjetiva de 106 meninos entre 7 a 14 anos pertencentes ao Projeto
Escolinhas Integradas (P.E.I.) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos -
UNISINOS (São Leopoldo, RS). Eles usaram como instrumento o posturógrafo,
conforme ilustrado na Figura 1, com fio de prumo, goniômetro de duas hastes
móveis com um nível, régua plástica com nível e fita métrica fixa em uma haste
metálica. A criança foi colocada de perfil para o examinador, pediu-se para ela
ficar bem relaxada e de forma natural para identificar a ocorrência ou não da
protrusão de ombros, cabeça anteriorizada ou retraída, abdução de escápulas
e aumento da cifose dorsal fisiológica.
Rego e Scartoni (2008) realizaram a análise postural de 47 alunos com
idade média de 13 ± 2 anos, da 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental do
Colégio Integral de Teresina. Adotou-se o posicionamento ortostático à frente
do posturógrafo, analisando os alunos nos planos anterior, posterior e perfil
direito e esquerdo. Na vista anterior, foram analisadas a postura da cabeça,
dos ombros, das espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS) direita e esquerda e
dos joelhos. Na vista posterior, foram analisadas a postura da cabeça, dos
ombros, das escápulas, da coluna, da prega glútea, da linha poplítea e dos
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pés. Na vista lateral direita e esquerda, foram observadas a postura da cabeça,


dos ombros, das curvaturas da coluna, da pelve e do joelho. Rego e Scartoni
(2008) também realizaram o teste de Adams (flexão do tronco) para analisar a
presença de gibosidades que acusam escoliose estrutural.

Figura 1. Avaliação subjetiva da postura no posturógrafo.

Fonte: Ferronatto, Candotti e Silveira (1998).

Gomes et al. (2010) realizaram uma avaliação postural em alunos de 10


a 12 anos, da 5ª série de uma escola privada da cidade de Muriaé (MG), por
meio do software Microsoft Office Word 2007, sendo que também usaram os
seguintes instrumentos: marcadores corporais (adesivos), câmera fotográfica
digital, prancha para posicionamento dos pés e um posturógrafo. Eles
analisaram as alterações de ombro, cabeça, triângulo de tales, escápulas,
joelhos e coluna vertebral.
Santos et al. (2009) avaliaram 122 crianças saudáveis, com idades entre
7 e 10 anos submetidas a um único registro para análise postural. Os pontos
anatômicos de interesse foram marcados com adesivos coloridos sobre esferas
de isopor de 1 cm de diâmetro. Registros fotográficos foram obtidos com a
criança em posição ortostática, nas vistas frontal anterior, posterior, lateral
esquerda e direita. Cada registro fotográfico foi analisado por três
examinadores previamente treinados que usaram o Software de Avaliação
Postural (SAPo) com o objetivo de testar a repetibilidade inter-avaliadores.
12

Como resultado, houve um alto índice de concordância entre as medidas dos


três examinadores.
Martinelli et al. (2011) avaliaram 22 crianças com sobrepeso e com
obesidade com idade entre 05 e 09 anos para verificar alterações na postura
dos membros inferiores dessas crianças. Na avaliação postural, foram
utilizados a fotogrametria e o software SAPo. No participante, foram fixados,
com fita adesiva dupla-face, marcadores de isopor sobre alguns dos pontos
anatômicos pré-determinados pelo protocolo SAPo. Foi solicitado ao indivíduo
que permanecesse em posição ortostática, paralelamente a um fio de prumo
fixado ao teto, de tal modo que esse fio e o avaliado ficassem em um mesmo
plano, perpendicular ao eixo da câmera para permitir uma posterior calibração
no software. Após o posicionamento do indivíduo, foram feitas 12 imagens: três
em vista anterior, três em posterior, três laterais esquerdas e três laterais
direitas. Esse procedimento garantiu que fossem realizadas médias entre as
imagens em cada vista, evitando possíveis erros casuais.
A combinação da fotografia digital com softwares que permitem a
mensuração de ângulos e distâncias horizontais e verticais, como o Corel
Draw, AutoCAD ou ainda, outros softwares especificamente desenvolvidos
para a avaliação postural, como o SAPo difundiram seu uso (SOUZA et al,
2011).
Com respeito ao SAPo, foram encontrados diversos estudos sobre a sua
utilização. Braz, Goes e Carvalho (2008) indicaram que o SAPo é um programa
de uso relativamente simples e gratuito que fornece além das medidas
lineares, valores angulares. Ainda, segundo esses autores, é uma alternativa
confiável e válida para realizar medidas angulares nos segmentos corporais,
quando comparado à goniometria, desde que seguidas as suas exigências
técnicas.
Desse modo, o presente estudo usou como forma de coleta a
fotogrametria e o software para análise foi o SAPo, que apresenta validade
(BRAZ; GOES; CARVALHO, 2008), reprodutibilidade intra-avaliadores (BRAZ;
GOES; CARVALHO, 2008) e inter-avaliadores (BRAZ; GOES; CARVALHO,
2008; SANTOS et al., 2009; SOUZA et al., 2011).

2.3 RESULTADOS DE OUTROS ESTUDOS


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De acordo com o estudo realizado por Ferronatto, Candotti e Silveira


(1998) envolvendo uma amostra de 106 crianças do sexo masculino com faixa
etária de 7 a 14 anos de idade, os resultados demonstraram que os desvios
posturais mais incidentes foram: abdução escapular (100% das crianças),
protrusão de ombros (84,9% das crianças) e hipercifose dorsal (96,29% das
crianças que apresentaram protrusão de ombros).
No estudo realizado por Penha et al. (2005), foram avaliadas 33 meninas
para cada idade entre 7 a 10 anos, totalizando uma amostra de 132 meninas,
com objetivo de identificar os desvios posturais mais frequentes. Os principais
desvios encontrados foram: joelho valgo (64% para o grupo de 7 anos, 58%
para o grupo de 8 e 9 anos, e 45% para o grupo de 10 anos), rotação medial do
quadril (70%-7, 55%-8, 73%-9 e 76%-10), antepulsão (64%-7, 45%-8, 42%-9 e
48%-10 ), anteversão pélvica (73%-7, 58%-8, 67%-9 e 64%-10), hiperextensão
de joelho (67%-7, 64%-8, 55%-9 e 48%-10), hiperlordose lombar (55%-7, 61%-
8, 52%-9 e 61%-10), tornozelo valgo (55%-7, 76%-8, 67%- 9 e 10), desnível de
ombro (73%-7, 82%-8, 58%-9 e 70%-10), inclinação pélvica lateral (58%-7,
76%-8, 48%-9 e 61%-10), escoliose (36%-7, 45%-8, 52%-9 e 48%-10), rotação
do tronco (82%-7, 79%-8, 91%- 9 e 10), hipercifose torácica (21%-7, 27%-8,
45%-9 e 42%-10), escápula alada (70%-7 e 8, 45%-9 e 64%-10), protração de
ombros (76%-7, 58%-8, 79%-9 e 82%-10), abdução escapular (55%-7, 9 e 10 e
48%-8 ), rotação medial de ombro (55%-7 e 8 e 67%-9 e 10) e inclinação de
cabeça (58%-7, 64%-8, 45%-9 e 76%-10).
Silva et al. (2007), com o intuito de realizar avaliação postural de 53
crianças de 10 a 11 anos, de ambos os sexo, observaram quanto à pelve que
(1) 72% da amostra feminina e 50% da amostra masculina apresentam
anteroversão, (2) 50% dos meninos e 72% das meninas têm aumento da
lordose lombar, (3) 71,43% dos meninos apresentam joelhos valgos e 48% das
meninas apresentam joelhos varos, (4) 21,43% dos meninos e 16% das
meninas apresentaram genu recurvatum, (5) 3,57% dos meninos e 8% das
meninas apresentaram genu flexum. Também foi observado que 76% das
meninas e 60,71% dos meninos apresentam pés evertidos, que 76% das
meninas e 60,71% dos meninos apresentam diminuição do arco plantar e que
14

92% da amostra feminina e 50% da amostra masculina possuem o tendão


calcâneo medializado.
Penha et al. (2008), com objetivo de identificar as alterações posturais
mais frequentes em uma amostra de 191 crianças de sete a dez anos,
comparando meninos e meninas, observaram que os meninos apresentaram
uma maior incidência de escápula alada (meninos com 7 anos - 100% X
meninas – 71,8%, meninos com 8 anos – 95% X meninas 70,96%, meninos
com 9 anos – 93,75% X meninas - 66,66%), desnível de ombro (meninos com
9 anos - 87,5 X meninas – 55,55%), protração do ombro (meninos 8 anos –
85% X meninas – 54.83%), protração da cabeça (meninos com 8 anos - 80% X
meninas – 19,35%) e hiperlordose cervical (meninos – 50,64% X meninas –
23,68%), enquanto que as meninas mostraram uma maior incidência de
inclinação da cabeça (meninos com 10 anos – 47,6% X meninas – 79,16%).
Em um estudo realizado por Rego e Scartoni (2008) em 47 alunos da 5ª
e 6ª séries do Ensino Fundamental, os autores verificaram que as alterações
posturais de maior evidência foram a escoliose e o desnivelamento de espinha
ilíaca ântero superior em 51% dos alunos, os joelhos varo e valgo em 34%, a
protusão de ombros em 36%, a anteriorização da cabeça em 24% e o varismo
e valguismo dos pés em 32%.
Martinelli et al. (2011) avaliaram a postura dos membros inferiores de 22
crianças com sobrepeso e obesidade de 5 a 9 anos. Ambos os sexos
apresentaram anteroversão e leve rotação pélvica, à direita para o feminino e à
esquerda para o masculino, hiperextensão e valgismo de joelhos e valgismo de
tornozelos. O centro de gravidade apresentou 26,95% de anteriorização.
No estudo realizado por Gomes et al. (2010), no qual foram analisados
22 alunos com idades entre 10 e 12 anos, verificou-se que 77,27%
apresentaram elevação de ombro, 22,73% inclinação de cabeça e 59,09%
anteriorização da cabeça, 31,82% joelho varo, 4,54% joelho valgo, 13,64%
hiperextensão de joelho, 63,63% alteração do triângulo de tales, 54,55% de
alteração de escápula, 31,82% de escoliose, 18,18% de hiperlordose lombar e
4,54% de hipercifose torácica.
França et al. (2011) avaliaram 211 estudantes com idade entre 09 e 16
anos, e como resultado, constatou-se escoliose torácica convexa à direita em
ambos os sexos, principalmente no feminino (39,71%) que no masculino
15

(37,30%). Os autores indicaram que esse resultado diferente entre os sexos


pode ser talvez em função do maior número amostral do grupo composto por
meninas.

2.4 FECHAMENTO DA REVISÃO DE LITERATURA

Por meio da presente revisão de literatura, foi possível verificar que os


estudos apontam que as crianças avaliadas apresentam desvios posturais, tais
como alteração de escápula, protrusão e elevação de ombros, inclinação e
anteriorização de cabeça, anteroversão da pelve, joelhos valgos e varos, genu
recurvatum, genu flexum, pés evertidos, tendão calcâneo medializado,
escoliose, desnivelamento de espinha ilíaca ântero superior, entre outros.
Também foi possível observar que os estudos indicam que o software
SAPo apresenta validade e reprodutibilidade. Dessa forma, o presente estudo
usou como forma de coleta a fotogrametria e o SAPo para a análise postural.
Por fim, os estudos evidenciam um alerta, pois as alterações posturais
na infância são consideradas fatores que predispõem às condições
degenerativas da coluna no adulto, manifestada, geralmente, por um quadro
álgico (BRACCIALI; VILARTA, 2000). E, devido à grande incidência de desvios
posturais, torna-se válida uma intervenção precoce na infância como meio
profilático de distúrbios posturais (BRACCIALI; VILARTA, 2000).
16

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para guiar a realização do presente estudo, foram definidos


previamente: (1) questões de pesquisa, (2) definição operacional das variáveis,
(3) método de abordagem, (4) população e amostra, (5) aspecto ético, (6)
instrumento de coleta de dados, (7) coleta de dados, (8) análise de dados e (9)
procedimentos estatísticos.

3.1 QUESTÕES DE PESQUISA

Como Gaya et al. (2008) explicam, após a formulação do tema, do


objetivo e do problema de pesquisa, é necessário formular a hipótese.
Contudo, os autores também destacam que investigações com um caráter mais
descrito ou exploratório nem sempre podem justificar as suas hipóteses.
Consequentemente, é aconselhável elaborar questões de pesquisa para
orientar a realização do trabalho. Desse modo, foram formuladas as seguintes
questões de pesquisa:

- Como se caracteriza a postura estática de alunos do Ensino Fundamental I de


uma escola municipal de Petrolina-PE, considerando a inclinação horizontal da
cabeça, o alinhamento horizontal dos acrômios, o alinhamento horizontal das
EIAS e o ângulo entre os acrômios e as EIAS na vista anterior?

- Como se caracteriza a postura estática de alunos do Ensino Fundamental I de


uma escola municipal de Petrolina-PE, considerando o alinhamento horizontal
da cabeça, o alinhamento sagital do membro inferior, o ângulo do tornozelo, o
alinhamento sagital do corpo e o alinhamento vertical do corpo na vista lateral
direita?

- Como se caracteriza a postura estática de alunos do Ensino Fundamental I de


uma escola municipal de Petrolina-PE, considerando o alinhamento horizontal
das EIPS e o alinhamento horizontal das escápulas na vista posterior?
17

- Considerando todas as variáveis supracitadas que caracterizam a postura


estática, há diferença dessas variáveis entre os sexos feminino e masculino?

- Considerando todas as variáveis supracitadas que caracterizam a postura


estática, há diferença dessas variáveis entre as faixas etárias (dos 6 aos 11
anos de idade)?

3.2 DEFINIÇÃO OPERACIONAL DAS VARIÁVEIS

Conforme Gaya et al. (2008), as variáveis foram classificadas como


independentes e dependentes. As variáveis independentes são:

- Sexo (masculino ou feminino) dos alunos avaliados;


- Faixa etária em que a criança se enquadra: a partir da idade da criança, ela
foi enquadrada em um dos seguintes grupos etários: 6 e 7 anos; 8 anos; 9
anos; e 10 anos de idade.

Já as variáveis dependentes são as variáveis que caracterizam a


postura estática. Dessa forma, as variáveis dependentes – que foram todas
medidas em graus, usando o SAPo – considerando as vistas avaliadas, foram:

- Na vista anterior:
- Inclinação da cabeça: ângulo formado entre uma reta que liga a glabela e
o mento e uma reta horizontal;
- Alinhamento horizontal dos acrômios: ângulo formado ente uma reta que
liga os acrômios e uma reta horizontal;
- Alinhamento horizontal das EIAS: ângulo formado ente uma reta que liga
as EIASs e uma reta horizontal;
- Ângulo entre os acrômios e as EIASs: ângulo formado ente uma reta que
liga os acrômios e uma reta que liga as EIASs;

- Vista lateral (direita):


18

- Alinhamento horizontal da cabeça: ângulo formado ente uma reta que liga
o processo espinhoso da sétima vértebra cervical (C7) e o lóbulo da orelha
e uma reta horizontal;
- Alinhamento sagital do membro inferior: ângulo formado ente uma reta
que liga o trocânter maior do fêmur e a linha articular do joelho e uma reta
que liga a linha articular do joelho e o maléolo lateral;
- Ângulo do tornozelo: ângulo formado ente uma reta que liga o maléolo
lateral e a linha articular do joelho e uma reta horizontal;
- Alinhamento sagital do corpo: ângulo formado entre a reta que liga o
acrômio e o trocânter maior do fêmur e uma reta que liga o trocânter maior
do fêmur e o maléolo lateral;
- Alinhamento vertical do corpo: ângulo formado ente uma reta que liga o
acrômio e o maléolo lateral e uma reta vertical.

- Vista posterior:
- Alinhamento horizontal das EIPS: ângulo formado ente uma reta que liga
as EIPS e uma reta horizontal;
- Alinhamento horizontal das escápulas: ângulo formado ente uma reta que
liga os ângulos inferiores das escápulas e uma reta horizontal;

3.3 MÉTODO DE ABORDAGEM

O presente estudo é caracterizado como sendo um estudo de caso


institucional (GAYA et al., 2008), uma vez que o grupo analisado é proveniente
de uma única escola. Além disso, o estudo também apresenta um caráter
exploratório.

3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população foi formada por todos os alunos do Ensino Fundamental I


provenientes de uma determinada escola municipal de Petrolina-PE que
estudam no período matutino. Já a amostra foi formada pelos alunos que
tenham o termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos seus
responsáveis e que estejam presentes no dia da avaliação. É importante
19

destacar que a amostra foi intencional e não-probabilística. A Tabela 1 ilustra


as características dos participantes do presente estudo.

3.5 ASPECTO ÉTICO

A presente investigação não apresenta atividades de risco e nem


procedimentos invasivos a seus participantes. Além disso, a sua elaboração
respeita os principais documentos que estabelecem diretrizes para pesquisas
que envolvem seres humanos, em especial, crianças e adolescentes na área
da saúde. Dessa forma, este projeto está de acordo com a resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde.
Portanto, foi obtido o consentimento do responsável do menor de idade
para a participação do estudo (Apêndice A), sendo que também foi respeitada
a recusa da criança em participar da pesquisa em qualquer momento, seja qual
for o motivo, reconhecendo, que o mesmo tem dignidade independente da
idade, do grau de capacidade ou de autonomia. O presente trabalho foi
aprovado pelo Comitê de Ética da UNIVASF sob o número de protocolo
0013/270812 CEDEP/UNIVAF (Apêndice B) e recebeu autorização da
Secretaria Municipal de Educação de Petrolina (Apêndice C).

3.6 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Braz, Goes e Carvalho (2008), para testar a reprodutibilidade intra e


inter-avaliadores e a validade de medidas angulares por meio do software
SAPo, utilizaram um painel de madeira com dimensões de 120 x 100 cm,
recoberto com cartolina preta, colocado em uma parede do laboratório, entre
dois fios de prumo, os quais continham quatro marcações com bolas de isopor.
Três bolas de isopor foram colocadas em cinco goniômetros universais (no
fulcro, no centro do braço fixo e outra no centro do braço móvel). Um
profissional acostumado a manusear de goniômetro fixou no painel os
instrumentos assinalados com as bolas de isopor, em aberturas angulares
diferentes, e anotou os respectivos valores. Em seguida, foi registrada a
imagem fotográfica do quadro 1, contendo os cinco primeiros goniômetros.
Esse procedimento foi repetido mais duas vezes (quadros 2 e 3), totalizando 15
20

medidas de ângulos. Os goniômetros foram padronizados e dispostos na


seguinte ordem: goniômetro 1 no canto superior direito; goniômetro 2 no canto
inferior direito; goniômetro 3 no canto inferior esquerdo; goniômetro 4 no canto
superior direito e goniômetro 5 no centro.
As imagens captadas nos quadros foram inseridas no programa SAPo,
em que, no primeiro momento, foram mensurados, de forma cega, os ângulos
por três avaliadores (A, B e C) experientes ao uso desse sistema. Novas
avaliações dos quadros foram feitas sete dias após a primeira coleta para
verificação da reprodutibilidade intra-avaliador. As médias de cada avaliador
foram confrontadas com os valores goniométricos, considerados como
referência nesse estudo, para análise da reprodutibilidade inter-avaliadores e
validade da fotogrametria usando o SAPo. Com relação à reprodutibilidade, os
três avaliadores concordaram, seguramente, tanto na análise intra quanto na
inter-avaliador. No que se refere à análise da validade, a diferença sistemática
entre os métodos foi praticamente nula.
Sacco et al. (2007) verificaram a validade paralela da fotogrametria
computadorizada, utilizando dois softwares, o Corel Draw e o SAPo, em
relação à goniometria para quatro ângulos nos membros inferiores. Foram
avaliados 26 voluntários de ambos os sexos, assintomáticos, com idade entre
18 e 45 anos. Os ângulos tíbio-társico, do retropé e de flexo/extensão do joelho
não foram estatisticamente diferentes entre os três métodos de avaliação. Já o
ângulo Q foi significativamente diferente entre a goniometria e os dois
softwares usados, embora os valores obtidos pelos mesmos não tenham
diferido entre si. Dessa forma, a fotogrametria computadorizada apresenta
validade concorrente à goniometria, exceto para o ângulo Q. E as medidas
feitas pela fotogrametria, independente do software utilizado, foram
semelhantes, portanto não interferindo nas avaliações.
Santos et al. (2009) verificaram a reprodutibilidade inter-avaliadores na
análise postural de crianças saudáveis de 7 a 10 anos usando a técnica de
fotogrametria e o software SAPo. Pontos anatômicos específicos foram
marcados nas crianças com adesivos coloridos dispostos sobre esferas de
isopor de 1,0 cm de diâmetro e fixados com fitas adesivas dupla face. A
referência vertical foi obtida a partir de um fio de prumo marcado a cada
21

10,0 cm e fixado ao teto. O alinhamento horizontal do piso, do tripé e da


máquina foi aferido com um nível de madeira.
As fotografias foram analisadas por três examinadores diferentes, os
quais foram instruídos a calibrar a referência vertical da fotografia no programa
SAPo em 100% de visualização e adotar a medida de 50 cm sobre o fio de
prumo previamente marcada. Ao categorizar os índices de correlação
interclasse, evidenciou-se excelente concordância para 29 variáveis (87,88%) e
boa concordância para quatro (12,12%). O método testado demonstrou ser
viável e com potencial para gerar dados de referência sobre o alinhamento
postural de crianças.
Souza et al. (2011) também avaliaram a reprodutibilidade intra-avaliador
e inter-avaliadores das medidas do protocolo do SAPo. Para isso, após a
aquisição das fotografias, essas eram transferidas para o computador, sendo
posteriormente entregues cópias a três examinadores, já familiarizados com o
SAPo para a análise da postura corporal de todos os sujeitos. As orientações
eram: calibrar a imagem, marcar pontos pelo protocolo, gerar o relatório de
análise e exportar para o Excel. Tal processo deveria ser repetido com um
intervalo de uma semana, a fim de se verificar sua reprodutibilidade intra-
avaliador e inter-avaliadores. Na avaliação inter-avaliadores, dos 20 ângulos
mensurados, dois ângulos do plano sagital (alinhamento vertical do tronco e
ângulo do quadril) apresentaram nível de reprodutibilidade não aceitável. Já na
reprodutibilidade intra-avaliador, dois ângulos (alinhamento horizontal da
cabeça e alinhamento vertical da cabeça) foram diferentes para o avaliador A,
dois para o avaliador B (alinhamento horizontal dos acrômios e alinhamento
vertical da cabeça) e um para o avaliador C (alinhamento horizontal da pélvis).
Concluiu-se que, de forma geral, os ângulos propostos pelo protocolo SAPo
mostraram-se confiáveis para verificar a postura estática.

3.7 COLETA DE DADOS

A coleta foi realizada na própria escola em uma sala reservada. Para


aquisição dos dados, foi utilizada uma câmera digital Sony (DSC-W320) fixada
a um tripé a 0,81 metros de altura e 2,55 metros de distância de um fio de
22

prumo. Para verificar se o tripé encontra-se nivelado, foi utilizada a bolha de


nível do próprio tripé; e para assegurar que a câmera encontra-se em uma
posição horizontal, foi utilizada uma régua de nível bolha.
A avaliação foi realizada individualmente, sendo que, no primeiro
momento, o aluno vestiu roupas adequadas para a visualização dos pontos de
interesse (short e top para as meninas e sunga para os meninos). Após, os
marcadores foram colocados sobre os pontos anatômicos.
Para a marcação desses pontos anatômicos, foram utilizados
marcadores esféricos com diâmetro de 20 mm revestidos com fita reflexiva e
marcadores planos da marca Imprimax com 12 mm de diâmetro. Para que a
coleta seja mais dinâmica, dois avaliadores colocaram os marcadores, sendo
ambos treinados em palpação e, como forma de padronizar a avaliação de
todos os alunos, um avaliador colocou somente os marcadores esféricos,
enquanto o outro colocou somente os marcadores planos. Os marcadores
esféricos foram destinados aos pontos que necessitam ser visualizados em
mais de uma vista, sendo estes: mento, glabela, lóbulo das orelhas, acrômios,
trocânteres maiores e linha articular dos joelhos. E os marcadores planos foram
utilizados nos seguintes pontos anatômicos: ângulo inferior das escápulas,
EIPSs, EIASs, tendões calcâneos, calcâneos, maléolos laterais, centro das
patelas e tuberosidade da tíbia.
Após a colocação dos marcadores, o participante foi posicionado de tal
forma que o plano a ser analisado encontra-se perpendicular com o eixo óptico
da câmera. A partir disso, foi realizado o registro fotográfico, em que, conforme
o estudo de Santos et al. (2009), antes do aluno ser fotografado em cada vista,
ele marchou no mesmo local por alguns segundos e parar, posicionando-se de
uma maneira mais confortável. Essa estratégia foi utilizada a fim de obter uma
postura o mais natural possível. Ainda, de acordo com Sacco et al. (2007), o
participante foi fotografado com os cotovelos flexionados a 90º nas vista lateral
(direita e esquerda) e com os cotovelos estendidos nas vistas anterior e
posterior.

3.8 ANÁLISE DE DADOS


23

Após a aquisição das fotografias, essas foram transferidas para o


computador, no qual, conforme o estudo de Sacco et al. (2007), um
examinador, já familiarizado com o programa SAPo, fez a análise
fotogramétrica da postura corporal de todos os sujeitos nesse software. O
examinador foi instruído a obedecer a seguinte rotina: abrir a imagem, ajustar o
zoom em 100% da visualização, marcar os pontos anatômicos do ângulo a ser
analisado com a ferramenta de medir ângulos livremente e após obter o valor
da medida em grau (sendo positivos na direção anti-horária). Assim, foram
analisadas as variáveis em cada participante sempre na seguinte ordem:

- Vista anterior: Inclinação da cabeça, alinhamento horizontal dos acrômios,


alinhamento horizontal da EIAS, ângulo entre os dois acrômios e as duas EIAS;
- Vista lateral (direita): alinhamento horizontal da cabeça, alinhamento
sagital do membro inferior, ângulo do tornozelo, alinhamento vertical do corpo,
alinhamento sagital do corpo;
- Vista posterior: alinhamento horizontal da EIPS, alinhamento horizontal das
escápulas.

Todas as medidas angulares foram avaliadas seguindo as referências de


Ferreira et al. (2011). Assim, considerando as avaliações dos alinhamentos
horizontais dos pontos anatômicos bilaterais (direito e esquerdo) nas vistas
anterior e posterior, o vértice dos ângulos foi sempre posicionado no lado
direito da imagem. Dessa forma, nas medidas obtidas na vista anterior, uma
inclinação para a direita foi considerada como positiva (lado esquerdo do corpo
mais elevado), enquanto uma inclinação para a esquerda foi considerada como
negativa (lado direito mais elevado); já, na vista posterior, uma inclinação para
a direita foi considerada como negativa (lado direito do corpo mais elevado),
enquanto uma inclinação para a esquerda foi considerada como positiva (lado
esquerdo do corpo mais elevado). No caso do ângulo entre os dois acrômios e
as duas EIAS, a inclinação à direita foi expressa pelo sinal positivo, enquanto a
inclinação à esquerda foi expressa pelo sinal negativo. O ângulo sagital do
membro inferior representa o ângulo de extensão do joelho. Após isso, os
resultados da avaliação foram salvos em uma planilha do Excel (versão 2010).
24

3.9 PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS

No primeiro momento, foi verificada a normalidade dos dados por meio


do teste de Kolmogorov-Smirnov e a homogeneidade da variância por meio do
teste de Levene. Embora a normalidade não foi encontrada para as variáveis
alinhamento horizontal das EIAS para a faixa etária de 8 anos e alinhamento
sagital do corpo para a faixa etária de 6 e 7 anos, uma ANOVA de dois fatores
foi aplicada para comparar a postura estática entre os sexos e as faixas etárias.
Isso foi feito, porque somente duas variáveis não apresentaram a normalidade
entre 11 variáveis e também porque a ANOVA é considerada robusta o
suficiente mesmo quando a normalidade não é encontrada (CALLEGARI-
JACQUES, 2004).
Para identificar as diferenças entre as faixas etárias, quando a
homogeneidade não foi encontrada, foi realizado o post hoc de Games-Howell
como recomenda Field (2009). Nos outros casos, o post hoc de Bonferroni foi
usado. O nível de significância adotado para todos os testes foi de α<0,05.
Todos os procedimentos estatísticos foram realizados no software SPSS
(versão 17.0 for Windows) e todos os resultados estatísticos serão
apresentados conforme Field (2009).
25

4. RESULTADOS

A avaliação postural permite identificar se há disfunções no sistema


musculoesquelético (SILVA et al., 2007). No caso de escolares, é possível
reverter essas disfunções mais facilmente (OSHIRO; FERREIRA; COSTA,
2007). Assim, a postura estática de escolares foi analisada, comparando os
sexos e as faixas etárias (Tabela 2).

Tabela 1 – Resultado estatístico dos efeitos principais dos fatores sexo (n ♂ = 62; n♀ = 68) e
faixa etária (n6-7 anos =; n8 anos =; n9 anos =; n10 anos =) e da interação entre os fatores na postura
estática nas vistas anterior, lateral direita e posterior. O sinal sobrescrito indica aonde foi
encontrado um resultado significativo.
Variável Sexo Idade Sexo * Idade
Inclinação da cabeça F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 1,66,
0,43, p = 0,51 2,84, p = 0,04* p = 0,18
Alinhamento horizontal F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 1,62,
dos acrômios 1,54, p = 0,22 2,70, p = 0,049* p = 0,19
Alinhamento horizontal F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 3,77,
das EIAS 0,18, p = 0,67 0,60, p = 0,62 p = 0,01*
Ângulo entre acrômios F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 2,30,
e EIAS 0,92, p = 0,34 2,12, p = 0,10 p = 0,08
Alinhamento horizontal F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 5,61,
da cabeça 0,45, p = 0,50 3,31, p = 0,02* p = 0,001*
Alinhamento sagital do F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 3,81,
membro inferior 1,76, p = 0,19 0,73, p = 0,53 p = 0,01*
Ângulo do tornozelo F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 7,06,
8,35, p = 0,005* 0,93, p = 0,43 p < 0,001*
Alinhamento vertical F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 2,45,
do corpo 1,82, p = 0,18 0,92, p = 0,43 p = 0,07
Alinhamento sagital do F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 1,97,
corpo 1,51, p = 0,22 1,31, p = 0,27 p = 0,12
Alinhamento horizontal F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 2,11,
das EIPS 0,37, p = 0,54 1,03, p = 0,38 p = 0,10
Alinhamento horizontal F(1, 122) = F(3, 122) = F(3, 122) = 0,14,
das escápulas 0,37, p = 0,54 2,21, p = 0,09 p = 0,93
26

A Tabela 3 apresenta os resultados dos ângulos analisados para cada


sexo. É possível notar que somente foi encontrada diferença significativa no
ângulo do tornozelo entre os sexos masculino e feminino.

Tabela 2 – Média (desvio-padrão) dos ângulos analisados na vista anterior para o fator sexo
na postura estática nas vistas anterior, lateral direita e posterior. O sinal sobrescrito indica
diferença entre os sexos, em que *p = 0,005.
Variável (graus) Sexo masculino Sexo feminino
(n = 62) (n = 68)
Inclinação da cabeça 89,92 (2,86) 89,88 (3,31)
Alinhamento horizontal dos acrômios -0,65 (2,32) -0,34 (2,12)
Alinhamento horizontal das EIAS -0,52 (2,13) -0,65 (2,17)
Ângulo entre acrômios e EIAS 0,01 (2,95) 0,35 (3,42)
Alinhamento horizontal da cabeça 44,43 (5,53) 45,71 (6,63)
Alinhamento sagital do membro inferior 188,27 (6,76) 187,02 (5,27)
Ângulo do tornozelo 80,06 (3,64)* 81,38 (2,55)*
Alinhamento vertical do corpo -1,99 (1,54) -1,67 (1,49)
Alinhamento sagital do corpo 190,20 (4,30) 189,62 (3,59)
Alinhamento horizontal das EIPS -1,04 (2,84) -0,83 (2,20)
Alinhamento horizontal das escápulas -1,10 (3,21) -0,93 (2,83)

A Tabela 4 ilustra os resultados dos ângulos analisados para cada faixa


etária. O desdobramento, isto é, a análise das diferenças entre as faixas
etárias, foi somente realizado para aquelas variáveis em que foi encontrado um
efeito principal significativo conforme a Tabela 2. Dessa forma, é possível notar
que foi encontrada diferença significativa no alinhamento horizontal dos
acrômios entre as faixas etárias de 6 e 7 anos e 9 anos de idade e no
alinhamento horizontal da cabeça entre as faixas etárias de 6 e 7 anos e 9
anos de idade (Tabela 4).
27

Tabela 3 – Média (desvio-padrão) dos ângulos analisados na vista anterior para o fator faixa
etária na postura estática nas vistas anterior, lateral direita e posterior. O sinal sobrescrito
indica diferença entre as faixas etárias, em que *p = 0,037, †p = 0,016.
6-7 anos 8 anos 9 anos 10 anos
Variável (graus)
(n = 33) (n = 22) (n = 37) (n = 38)
Inclinação da cabeça 90,58 88,69 89,35 90,55
(2,87) (3,57) (3,03) (2,83)
Alinhamento horizontal dos 0,30 -0,69 -1,15 -0,41
acrômios (2,95)* (2,04) (1,91)* (1,62)
Alinhamento horizontal das EIAS -0,97 -0,44 -0,53 -0,40
(2,64) (1,80) (1,97) (2,04)
Ângulo entre acrômios e EIAS 1,25 -0,12 -0,59 0,21
(4,10) (2,55) (3,13) (2,49)
Alinhamento horizontal da cabeça 42,79 45,89 47,04 44,76
(5,20)† (6,16) (6,94)† (5,55)
Alinhamento sagital do membro 187,65 188,47 187,97 186,76
inferior (5,81) (5,86) (7,22) (5,14)
Ângulo do tornozelo 80,57 80,14 80,76 81,25
(2,94) (3,66) (3,66) (2,58)
Alinhamento vertical do corpo -1,47 -2,14 -1,86 -1,90
(1,63) (1,32) (1,47) (1,56)
Alinhamento sagital do corpo 190,92 189,50 189,86 189,27
(3,89) (5,49) (3,56) (3,20)
Alinhamento horizontal das EIPS -0,89 -1,47 -0,45 -1,12
(2,56) (2,44) (2,78) (2,26)
Alinhamento horizontal das -0,88 0,26 -1,09 -1,78
escápulas (3,66) (2,07) (2,85) (2,85)

As Figuras 2 a 5 ilustram os resultados das variáveis que apresentaram


um efeito de interação significativo conforme a Tabela 2. Isto é, para essas
variáveis, a análise deve ser feita considerando ambos os fatores, sexo e faixa
etária.
28

Figura 2 – Gráfico da interação do alinhamento horizontal das EIAS.

Figura 3 – Gráfico da interação do alinhamento horizontal da cabeça.


29

Figura 4 – Gráfico da Interação do alinhamento sagital do membro inferior.

Figura 5 – Gráfico da interação do ângulo do tornozelo.


30

5. DISCUSSÃO

O presente estudo utilizou do método quantitativo ou objetivo para


analise dos desvios posturais, dificultando assim uma comparação com a
grande maioria dos estudos que usaram métodos subjetivos ou qualitativos em
suas analise de postura.
Para uma possível comparação o presente estudo considera como
característica de desvio postural os valores acima ou abaixo de 5 (graus) em
relação ao um valor padrão para cada variável. Por exemplo, para variável
inclinação da cabeça o valor padrão é 90 (grau) caracterizando uma
normalidade na postura, caso a criança apresente um valor acima ou igual de
95 (grau), ou ainda, um valor abaixo ou igual a 85 (grau) será detectado um
desvio na inclinação da cabeça dessa criança.
Como resultado dessa consideração obteve as seguintes porcentagens:
9% apresentaram inclinação da cabeça; 2% para direita e 2% para esquerda
no desnível de ombro; 3% inclinação pélvica para esquerda; 6% de escoliose
para direita e 6% para esquerda; 22% anteriorização da cabeça e 24%
retificação da cervical; 62% joelho flexo e 2% joelho estendido; 92% apresenta
ângulo do tornozelo abaixo de 85 (grau); 2% inclinação do corpo para frente;
89% em antepulsão; 1% inclinação pélvica para esquerda e 5% para direita na
vista posterior; 2% de desnível da escapula para esquerda e 8% para direita.
31

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
32

REFERÊNCIAS

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35

APÊNDICE A - TCLE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


(TERMINOLOGIA OBRIGATÓRIO EM ATENDIMENTO A RESOLUÇÃO 196/96-CNS-MS)

Convite e Objetivo
Venho através do presente termo, convidar seu filho (a) a participar da
pesquisa intitulada “PET-Biomecânica: Avaliação, Educação e Intervenção na
postura corporal de crianças de escolas públicas de Petrolina-PE”, na condição
de voluntário. O objetivo do presente estudo é avaliar os efeitos de uma
intervenção de aulas de educação física escolar para melhorar a postura
corporal.

Procedimentos
Seu filho (a) passará pelas seguintes avaliações: (1) avaliação postural
sendo fotografado, com roupas de banho, de perfil, de costas e de frente; (2)
medição da estatura, da massa corporal e do peso do material escolar; (3)
fotografia de como transporta o material escolar e (4) preenchimento de
questionário de dor e percepção postural. Seu filho (a) também participará de
oito aulas de educação física com ênfase em consciência da postura corporal.

Confiabilidade dos Dados


Estes procedimentos são gratuitos, as informações são sigilosas e
utilizadas apenas com fins de estudo. Os resultados obtidos serão
apresentados tanto ao participante quanto à comunidade científica e, no caso
desta última, sempre foi resguardada a identidade dos voluntários.

Riscos e Benefícios
Os riscos relacionados à coleta são praticamente inexistentes conforme
a literatura existente. Caso ocorra alguma lesão, serão prestados os primeiros
socorros pela equipe de pesquisadores envolvidos e será acionado o serviço
móvel de saúde (SAMU – telefone: 192) e o corpo de bombeiro (telefone: 193).
O presente trabalho trará benefícios diretos para os voluntários da
pesquisa, como melhorar a consciência corporal, principalmente em relação à
postura corporal.
Eu li e compreendi todos os procedimentos que envolvem esta pesquisa
e tive tempo suficiente para considerar a participação. Eu perguntei e obtive as
respostas para todas as minhas dúvidas. Eu sei que posso me recusar a
participar deste estudo ou que posso abandoná-lo a qualquer momento sem
qualquer tipo de constrangimento, bem como do meu filho (a). Eu também
compreendo que o pesquisador pode decidir a minha exclusão ou de meu filho
(a) do estudo por razões científicas, sobre as quais eu serei devidamente
informado.

Consentimento
Concordo com tudo o que foi exposto acima e, voluntariamente, forneço
o meu consentimento para que meu filho (a) participe do estudo intitulado:
36

“PET-Biomecânica: Avaliação, Educação e Intervenção na postura corporal de


crianças de escolas públicas de Petrolina-PE”.
O presente termo de consentimento é feito de livre e espontânea
vontade, sendo que o mesmo é assinado nesta data, em duas vias (sendo uma
via minha) para que produza seus efeitos éticos, jurídicos e legais.

Petrolina, ___ de _______________ de 20____.

Nome da criança:

Nome do responsável da criança:

_______________________________________
Assinatura do Responsável da criança

Declaro que expliquei os objetivos desse estudo para o voluntário,


dentro dos limites dos meus conhecimentos científicos.

_______________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Pesquisador: Rodrigo Gustavo da Silva Carvalho
Endereço: Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro – Petrolina/PE
Telefones: (87) 2101 - 6856
E-mail: rodrigo.carvalho@univasf.edu.br

Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisas - CEDEP


Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro – Petrolina/PE
CEP: 56304-205
Tel: (87) 2101-6797
37

APÊNDICE B – Carta de aprovação do comitê de ética


38

APÊNDICE C – Carta de anuência da Secretaria Municipal de Educação de


Petrolina

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