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Civil (Abastecimento Publico de Água) 2017

CAPITULO I. INTRODUÇÃO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

1.1. Introdução
Abastecimento de água é função fornecer água para consumo humano em quantidade e
qualidade adequadas. Quantidade e qualidade adequadas de abastecimento de água é
aqueles que satisfazem as experiencia quantitativas são estabelecidas em normas com
um sistema abastecimento de água e composto pelos seguintes oragãos: captação,
estação, elevatória,audutora, reservatoria e rede de distribuição.

De acordo com SOUSA (2001) Um sistema de abastecimento e distribuição água pode


considerar-se constituído por um conjunto de partes. A cada uma destas partes
correspondem-lhe órgãos, constituídos por obras de construção civil, equipamentos
eléctricos e electromecânicos, acessórios, instrumentação e equipamentos de
automação e controle. Cada órgão num sistema de abastecimento e distribuição de
água tem um objectivo/função.

1.2. Sistema de abastecimento público de água


Por sistema de abastecimento público de água entende-se o conjunto de obras,
equipamentos e servicos postos a disposicao de uma comunidade e destinados ao
consumo domestico, servicos publicos, utilizacoes industriais e outros usos.

Sistema de abastecimento público de água,também um sistema de solução encontrada para


controlar e prevenir doenças quando uma comunidade cresce e a densidade demográfica da
área aumenta. Por exemplo, a lavagem das mãos, o banho e a limpeza dos utensílios, etc.

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CAPITULO II. ELEMENTOS DE UM SISTE


Um sistema de abastecimento publico de agua engloba diversas unidas interdependentes que
em seguida explicações:

a) Captação
De acordo com Paixao (1993), As captacoes sao partes fundamentais dos abastecimentos
de água. O tipo de obra executar depende da situacao em que a água se encontra no ciclo
hidrologia e dis caudais requeridos.

Segundo Paixao (1999), as captacoes sao a componente base de uma rede de


abastecimento de agua e fazem-se a partir de mananciais naturais de agua, passiveis de
aproveitamento com aquela finalidade.

As captacoes sao partes fundamentais dos abastecimentos de água. O tipo de obra


executar depende da situacao em que a água se encontra no ciclo hidrologia e dis caudais
requeridos.

Os principais tipos de captacoes, independentemente de qualquer outro tipo solucao, sao:


 Por torre
 Por poco
 Mista poco-torre
 Atraves do corpo da barragem

Os mananciais naturais de agua podem ser classificados em:


 Manancial subterraneo: constituido por águas provinientes do subsolo podendo
aflorar a superficie (nacentes ou pontes) ou ser elevada por meios mecanicos (pocos,
drenos, etc.).
A água subterreanea, consequência da infiltracao da água da chuva, acumula-se em
quantidades apreciaveis gerando reservas.

 Manancial superficial: constituido por água superficial que se escoa no terreno sob
accao da gravidade (rios e ribeiras) ou que permanece estagnada em depressoes
naturais do terreno (logos e lagoas) ou artificial (albufeiras).
As águas superficiais existem em maior quantidade, permitindo a obtencao de
maiores caudais do que as aguas subterraneas mas tem desvantagens de piores
qualidades.

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b) Adução
 De água bruta
 De água tratada

c) Reserva (Armazenagem)
 Reservatorio enterado
 Reservatorio semi enterado
 Reservatorio apoiado
 Rservatorio elevado ou torre de pressão
d) Distribuicao redes distribuicao

e) Estacoes elevatorias ou de pressurizacao


 De água bruta
 De água tratada

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2.1. Usos da água


De acordo com Guimarães, Carvalho e Silve (2007) São os seguintes os principais usos da
água:
 Abastecimento doméstico;
 Abastecimento industrial;
 Irrigação;
 Dessedentação de animais;
 Agricultura;
 Preservação da flora e da fauna;
 Recreação;
 Harmonia paisagística;
 Geração de energia eléctrica;
 Navegação; e
 Etc.

Água para uso doméstico:


 Bebida;
 Higiene pessoal;
 Preparo de alimentos;
 Lavagem de roupa;
 Lavagem de utensílios domésticos e limpeza em geral;
 Rega de jardim.

Destes usos, os quatro primeiros (abastecimento doméstico, abastecimentoindustrial, irrigação


e possivelmente dessedentação de animais) implicam na retiradasignificativa de água das
fontes onde se encontram (uso consuntivo).

Figura 2.1 - Ciclo artificial do uso da água.

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Tabela 2.1. EXEMPLO SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA


Parte Órgãos Objectivo / função
Captação Obras de captação Captar água bruta nas origens (superficiais e
subterrâ-neas), de acordo com as disponibilidades
e as necessi-dades.
Elevação Estações elevatórias e Bombar água (bruta ou tratada) entre um ponto de
sobrepressoras cota mais baixa e um ou mais pontos de cota mais
elevada.
Transporte ou Adutores, aquedutos e Conjunto de obras destinadas a transportar a água
adução canais des-de a origem à distribuição. O transporte pode
ser:
 em pressão (por gravidade e por
bombagem);
 com superfície livre (aquedutos e canais).

Tratamento Estações de tratamento Produzir a água potável a partir de água bruta,


de água (ETA) obede-cendo às normas de qualidade.
Armazenamen Reservatórios Servir de volante de regularização, compensando
to as flu-tuações de consumo face à adução.
Constituir reservas de emergência (combate a
incêndios ou em casos de interrupção voluntária ou
acidental do sistema de montante).
Equilibrar as pressões na rede de distribuição.
Regularizar o funcionamento das bombagens.
Distribuição Rede geral pública de Conjunto de tubagens e elementos acessórios,
distribuição de água como sejam juntas, válvulas de seccionamento e
de descarga, redutores de pressão, ventosas,
bocas de rega e lava-gem, hidrantes e
instrumentação (medição de caudal, por exemplo),
destinado a transportar água para distri-buição
Ligação Ramais de ligação Asseguram o abastecimento predial de água,
domiciliária desde a rede pública até ao limite da propriedade a
servir, em boas condições de caudal e pressão
Distribuição Redes interiores dos Conjunto de tubagens e elementos acessórios para
interior edifícios dis-tribuição de água no interior dos edifícios
Eduardo Ribeiro de Sousa (2001)

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Em função dos diversos usos da água, alguns conceitos devem serapresentados:

 Água bruta:inicialmente, a água é retirada do rio, lago ou lençolsubterrâneo, possuindo


uma determinada qualidade;
 Água tratada:após a captação, a água sofre transformações durante o seutratamento
para se adequar aos usos previstos (ex.: abastecimento públicoou industrial);
 Água usada (esgoto bruto):com a utilização da água, a mesma sofrenovas
transformações na sua qualidade, vindo a constituir-se em um despejolíquido;
 Esgoto tratado:visando remover os seus principais poluentes, os despejossofrem um
tratamento antes de serem lançados ao corpo receptor. Otratamento dos esgotos é
responsável por uma nova alteração na qualidade do líquido;

2.2. Quantidade de água

De acordo com Silva (2007),o homem precisa de água com qualidade satisfatória e quantidade
suficiente,para satisfazer suas necessidades de alimentação, higiene e outras, sendo
umprincípio considerar a quantidade de água, do ponto de vista sanitário, de
grandeimportância no controle e na prevenção de doenças.

O volume de água necessário para abastecer uma população é obtido levandoem consideração
os seguintes aspectos:

a) Doméstico:
 Bebida;
 Cozinha;
 Banho;
 Lavagem de roupas;
 Limpeza da casa;
 Irrigação de jardins;
 Lavagem dos veículos.

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b) Comercial:
 Hotéis;

 Pensões;

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 Restaurantes;

 Estabelecimento de ensinos particulares;


 Postos de abastecimento de combustível;
 Padarias;

c) Industrial:
 Transformação de matéria-prima;
 Entra na composição do produto;
 Fins agropecuários;
 Clubes recreativos.
 Etc.

d) Público:
 Irrigação de jardins públicos;
 Limpeza pública;
 Edifícios públicos.
 Etc.

e) Segurança:
 Combate de incêndio.

Independente do uso da água, o desperdício nas unidades de consumo deve serevitado, sendo
necessário o desenvolvimento de estratégias para redução de perdasfísicas de água nas
unidades de adução, tratamento, reservação, rede de distribuição eramais prediais.

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CAPITULO III. CAPITULO III MEDIÇÃO DE VAZÕES

3.1. Como medir vazões

a. Processo directo ou sistema Volumétrico


Baseia-se no tempo gasto para que um determinado fluxo de água ocupe um recipiente
com volume conhecido.Mede-se o tempo, obtendo-se:

𝑽𝒐𝒍
𝐐= 
𝒕

Onde: Q ( L/s ) ; Vol ( L ) ; t ( s )

Este processo só é aplicável nos casos de pequenas descargas que muito favoráveis.

Importante: Realizar 3 repetições e obter a média

𝑸𝟏 + 𝑸𝟐 + 𝑸𝟑
𝐐𝐦𝐞𝐝𝐢𝐚 =
𝟑

b. Vertedores
A vazão de rios pode ser medida através de um vertedor, que uma obstrução que faz com que a
água retorne e escoe sobre a mesma. Determina-se a vazão medindo-se a altura da superfície
de água a montante e aplicando-a na fórmula do vertedor utilizado.

 Vertedor Retangular:

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Q = 1.838 (𝐿 − 2𝐻/10)𝐻3/2

 Vertedor triangular

Q = 1.4. 𝐻 5/2

Onde:
Q = vazão
L = largura do vertedor
H = altura da lâmina líquida acima do vertedor

c. Fórmulas do escoamento
Em hidráulica ou em mecânica dos fluidos, define-se vazão como a relação entre o volume
e o tempo.
A vazão pode ser determinada a partir do escoamento de um fluido através de
determinada seção transversal de um conduto livre (canal, rio ou tubulação aberta) ou de
um conduto forçado (tubulação com pressão positiva ou negativa).

Em 1889, o engenheiro irlandês Robert Manning apresentou uma fórmula que relacionava
a inclinação da linha de energia, o caudal, a área da secção transversal e a rugosidade.
A expressão matemática para a fórmula de Manning-Strickler, em unidades do sistema
internacional, é a seguinte:

2 1
1
Q = 𝑛 𝐴𝑅 3 𝐽2

Ou

2
1
V= 𝑅 3 𝐽1/2
𝑛

Sendo:
Q - caudal (m3/s)
V - velocidade média (m/s)
n - coeficiente de rugosidade de Manning-Strickler (m-1/3 s)
A - área da secção transversal do escoamento (m2)
R - raio hidráulico (m)
J - inclinação da linha de energia (m/m).

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 Formula Chezy Chezy

V = C.R2/3J1/2 V= C√𝑅. 𝑆

 Formula Manning
V = 1/n. R2/3.S1/2

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d. Formula área da secção do tubo (m2)

e. Molinetes

A construção de um vertedor para medir vazão em grandes rios não é praticável. Nestes casos
pode-se medir a vazão do rio através da determinação da velocidade da água.
Os molinetes são aparelhos constituídos de palhetas ou conchas móveis, as quais
impulsionadas pelo líquido, dão um número de rotações proporcional a velocidade da corrente.

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O princípio do método é o seguinte (VILLELA, 1975):


1. Divide-se a seção do rio em um certo número de posições para levantamento do perfil de
velocidade.
2. Levanta-se o perfil de velocidades.
3. Acha-se a velocidade média de cada perfil.
4. A vazão será a somatória do produto de cada velocidade média por sua área de influência.

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Molinetes (Fonte: AZEVEDO NETO, 1973).

Medida de Vazão com molinete. (Fonte: VILLELA, 1975).

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Prinsip pengukuran dan hitungan debit suatu saluran

Medidas sistemáticas de vazões são possíveis através da instalação de estações hidrométricas.


Uma estação hidrométrica é uma seção do rio, com dispositivos de medição do nível da água
(réguas linimétricas ou linígrafas, devidamente referidos a uma cota conhecida e materializada
no terreno), facilidades para medição de vazão (botes, pontes) e estruturas artificiais de
controle(se for o caso).

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Linígrafo (Fonte: SOUZA PINTO et allii, 1976).

Escolha do local para instalação de uma estação.


1. Próximo a um ponto de possível interesse para aproveitamento das águas.
2. Seção estável, que não apresente modificações significativas em seu leito.
3. Facilidade de acesso e condições para medições de vazões.
4. Relação unívoca cota x vazão.
Após escolhida a seção do rio, instala-se neste local uma régua linimétrica ou um linígrafo.

Régua linimétrica (Fonte: LINSLEY, 1975).

CAPITULO IV CONSUMOS E CAUDAIS DE PROJETO

4.1. Consumo médio de água por pessoa por dia

O consumo percapita de uma comunidade é obtido dividindo-se o total de seuconsumo de água


por dia pelo número total da população servida. A quantidade deágua consumida por uma
população varia conforme a existência ou não deabastecimento público, a proximidade de água

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do domicílio, o clima, os hábitos dapopulação. Havendo abastecimento público, o consumo


médio varia ainda com aexistência de indústria e de comércio, a qualidade da água e o seu
custo.

Nos projetos de abastecimento público de água, o consumo percapitaadotado varia de acordo


com a natureza da cidade e o tamanho da população. Normalmenteadota-se as seguintes
estimativas de consumo:

a) População abastecida sem ligações domiciliares


Adota-se os seguintes consumos percapita:
- Abastecidasomente com torneiras públicas depende normas de SAS (habitante/dia);
- Além detorneiras públicas, lavanderias públicas e sanitário ou banheiro público,
(habitante/dia).

b) Fatores que afetam o consumo de água em uma cidade


 De caráter geral
 Tamanho da cidade;
 Crescimento da população;
 Características da cidade (turística, comercial, industrial);
 Tipos e quantidades de indústrias;
 Clima; e
 Hábitos e situação socio-econômica da população.

 Fatores específicos
 Qualidade de água (sabor, odor, cor);
 Custo da água: valor da tarifa;
 A disponibilidade de água;
 A pressão na rede de distribuição;
 Etc.

4.2. Estimativas de população


Para o projeto do sistema de abastecimento de água, é necessário oconhecimento da
população final de plano, bem como da sua evolução ao longo do tempo, para o estudo das
etapas de implantação.
Os principais métodos utilizados paraas projeções populacionais na Europra e no Brasil são:

P = P0 + (N – M) + (I – E)

P: População no ano plano (proximo periodo)

P0: População na data inicial

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N: nascimentos no período

M: óbitos;

I: imigrantes

E: emigrantes no período

P = P0 (1 + r %) n

P =População no ano plano (próximo período)


P0= População na data inicial
1 = Numero constante
.r= Factór media cresimento da população
.n= Ano de final de projeto

Os principais métodos utilizados para as projeções populacionais na Indonesia são:

Exemplo data de população de uma cidade de ano 2008 – 2012 e projeções ppopulacionais para
15 anos futuro.

Data população na tabela seguinte:

No Ano População
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1 2008 234063
2 2009 234253
3 2010 234442
4 2011 234676
5 2012 234698

Metode Arithmatica
𝑃𝑜 − 𝑃𝑡 234698
𝐼= = = 127
𝑡 5
Pn = Pt + I (n)

Pn = 234063 + 127 (15)

Pn = 235968 pessoas

Metode Geometrica

Pn = Po (1 + r )ⁿ
1
𝑃𝑜 1/5 234698 5
r=[ ] −1= [ ] − 1 = 0.00054
𝑃𝑡 234063

Seguida projeções ppopulacionais para 15 anos futuro:

Pn = Po (1 + r )ⁿ
𝑃𝑛 = 234698 ( 1 + 0.0005415

Pn = 236613 pessoas

4.3. Caudais para satisfazer os consumos domésticos


De acordo com Sousa (2001), Para a avaliação dos caudais para satisfazer os consumos
domésticos, é indispensável conhecer, por um lado, a situação demográfica actualizada da zona
a servir, em termos de população residente e flutuante, esta última se aplicável, e avaliar a sua
evolução previsível para o ano horizonte de projecto e, por outro, os consumos de água
domésticos.

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Nestas condições, o caudal diário médio para satisfazer os consumos domésticos é dado por:

Q ma = P x C / 86 400

Sendo:

Q ma - caudal médio anual para satisfazer os consumos domésticos (L/s)


P - população servida (residente e flutuante) (hab)
C - capitação (L/(hab.dia)

4.4. Análise de Redes

Ganem Jean Tebcharani (2007), Um sistema de distribuição de água é o conjunto de


tubulações, acessórios,reservatórios, bombas, etc., que tem a finalidade de atender, dentro de
condições sanitárias, devazão e pressão convenientes, a cada um dos diversos pontos de
consumo de uma cidade.

SOUZA (1994) define um sistema de distribuição de água ou uma redehidráulica, como


qualquer arranjo de tubos para o propósito de transportar água ao consumidor.
Esse sistema é considerado como uma coleção de vários tipos de componentesque são
interligados em uma pré-determinada maneira.
A rede hidráulica é composta de umnúmero qualquer de nós e trechos dispostos de acordo
com a configuração desejada.
Fontesou reservatórios podem ser introduzidos em qualquer nó e cada trecho pode incluir
bombas,turbinas, válvulas e outros elementos hidráulicos onde a relação energia-vazão é
conhecida.
As variáveis a serem determinadas na fase de projeto de uma rede dedistribuição de água são
as cargas hidráulicas e consumos dos nós e as vazões e diâmetros dostrechos.
Cada elemento hidráulico é associado a uma lei física que descreve o seu comportamento.
Nas tubulações, o escoamento se dá sob pressão, sendo uniforme em cadatrecho. Para fins de
projeto, o escoamento pode ser considerado permanente e incompressível(LOPES, 2002).

SHAMIR e HOWARD (1968) enunciaram que uma rede hidráulica éconsiderada resolvida
quando as energias e os consumos em todos os nós e as vazões emtodos os trechos são
conhecidos.

A análise em regime permanente de sistemas de distribuição de água é umproblema de grande


importância na engenharia. As equações hidráulicas, que descrevem ocomportamento do

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sistema, são equações algébricas não lineares e que não podem serresolvidas algebricamente
(SOUZA,1994).

4.4.1. Tipos principais de redes em geral, podem ser definidos três tipos principais de redes
de distribuição, conforme a disposição dos seus condutos principais.

a) Rede em “espinha de peixe”  em que os condutos principais são traçados, a partir


de um conduto principal central, com uma disposição ramificada que faz jus aquela
denominação. É um sistema típico de cidades que apresentam desenvolvimento
linear pronunciado.

R R

b) Rede em “grelha”  em que os condutos principais são sensivelmente paralelos,


ligam-se em uma extremidade a um conduto principal e têm os seus diâmetros
decrescendo para a outra extremidade.

c) Rede em anel (malhada)  em que os condutos principais formam circuitos


fechados nas zonas principais a serem abastecidas: resulta a rede de distribuição
tipicamente malhada. É um tipo de rede que geralmente apresenta uma eficiência
superior aos dois anteriores.

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4.4.2. VAZÕES DE DIMENSIONAMENTO DAS PARTES PRINCIPAIS DE UM SISTEMA DE


ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Um sistema de abastecimento de água é geralmente constituído pelos seguintes componentes:

 Captação;

 Estação Elevatória;

 Adutora;

 Estação de Tratamento de Água;

 Reservatório;

 Rede de Distribuição.

O dimensionamento dessas diversas partes deve ser feito para as condições de demanda
máxima, para que o sistema não funcione com deficiência durante algumas horas do dia ou do
ano.

Seguida são exemplos dos sistemas de abastecimento:

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Caudais de dimensionamento para os diferentes órgãos de um sistema de abastecimento de água


em quatro situações típicas (Sousa, 2001)

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4.5. Materiais que utiliza nos sistemas de abastecimento de água e


saneamento
Relativamente aos materiais das condutas adutoras e distribuidoras das infraestruturas de
abastecimento de água, destacam-se:
 Polietileno de alta densidade (PEAD);
 Policloreto de vinilo (PVC);
 Ferro fundido (FF);
 Ferro fundido dúctil (FFD);
 Aço (AC);
 Fibrocimento (FC);
 Ferro galvanizado (FG).

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Outras informações de materiais utilizadas


De acordo com Leite (2008),No mercado existem várias soluções de materiais aceites para
redes prediais de abastecimento de água.

Os principais materiais utilizados são os seguintes:


 Tubos de parede tricomposta ou multi-camada (plástico - alumínio - plástico)
 Tubos em Polietileno reticulado (Pe-x)
 Tubos em Polipropileno (PP-R)
 Tubos em Poli cloreto de vinil (PVC)
 Tubos em Polietileno de alta densidade (PEAD)
 Tubos em Aço galvanizado (Ag)
 Tubos em Aço inox (Al)
 Tubos em Cobre (Cu)

4.5.1. TUBO EM POLI CLORETO DE VINIL (PVC)


O PVC (poli cloreto de vinil) é umplástico não 100% originário do petróleo. É constituído por
cloro e etileno. O PVC é feito a partir de repetidos processos de polimerização que convertem
hidrocarbonetos, contidos em materiais como o petróleo, em um único composto chamado
polímero.
Este dá ao PVC duas vantagens, a de não ser tão susceptível às mudanças de preço no mercado
de petróleo e de não ser um bom combustível como os derivados de petróleo.
Por uma reacção química, o etileno e o cloro, que se encontram em estado gasoso, combinam-
se formando o dicloreto de etileno.

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O PVC irá ser manipulado e sofrerá transformações adequadas, de forma a obter-se uma
variedade de produtos, tais como tubos e acessórios para serem utilizados para transporte de
água potável em canalizações domésticas sob pressão, esgotos para saneamento básico.

Tubo em Poli cloreto de vinil

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Os diâmetros nominais destes tubos vão desde os 16 mm até os 125 mm, podendo atingir os
800 mm.
Os tubos em PVC apresentam várias características que permitem o sucesso técnico e
económico destes tubos, mas também apresentam algumas desvantagens.

VANTAGENS:
 Resistência a agentes químicos
 Propriedades eléctricas
 Material termoplástico
 Fácil montagem
 Baixa rugosidade
 Atoxicidade

Resistência a agentes químicos


Os tubos em PVC resistem à corrosão da maior parte dos agentes químicos, mantendo-se
inalteráveis face à acção exterior de ambientes ou à interior pelo tipo, concentração e
temperatura do fluido conduzido.

Propriedades eléctricas
Por ser uma material de natureza plástica, o PVC é um péssimo condutor eléctrico, pelo que os
tubos e acessórios feitos neste material não irão sofrer dos fenómenos causados pelas
correntes vagantes ao contrário dos tubos de natureza metálica, tais como a formação de
perfurações e outros tipos de corrosão por fenómenos eléctricos.

Material Termoplástico

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Pelo facto de os tubos em PVC serem termoplásticos, permite que estes possam ser manejados
e manipulados sob o efeito de focos de calor.

Fácil montagem
Graças ao facto de o PVC ser um material leve, os tubos e acessórios feitos com este material
são leves, facilitando o transporte e instalação dos materiais, permitindo também uma
montagem mais rápida e fácil.

Baixa rugosidade
Os tubos em PVC apresentam uma rugosidade interior baixa, dando origem a perdas de carga
reduzidas comparativamente às que se verificam em outros materiais não plásticos.
Por possuir uma superfície interior muito lisa, a formação de incrustações é evitada e não
apresenta fenómenos de corrosão, pelo que os tubos mantêm constante a sua secção e o
coeficiente de perda de carga com o tempo.
A baixa rugosidade dos tubos irá também permitir um melhor aproveitamento do caudal, um
menor consumo de energia das estações de bombagem e um melhor aproveitamento da
pressão nas instalações de circulação por gravidade.

Atoxicidade
A matéria-prima utilizada nos tubos em PVC, é atóxica o que permite a utilização em redes de
distribuição onde circulam fluidos para uso alimentar, mostrando uma boa aptidão para o
transporte de água potável.

DESVANTAGENS:
 Dilatações térmicas
 Resistência ao choque
 Raios Ultravioleta
 Permeabilidade aos gases

Dilatações Térmicas
Os tubos em PVC apresentam um coeficiente de dilatação térmica igual a 0.08 mm/m ºC, o que
pode originar grandes deformações na tubagem. O tubo pode fracturar-se quando o fluido que
circula nele se encontra perto da congelação, ou pode sofrer dilatações com o aumento da
temperatura.

Na instalação das tubagens em PVC é então necessário alguns cuidados a ter para evitar
problemas com as dilatações térmicas, tais como nas instalações à vista não fixar rigidamente à
parede para que o tubo possa sofrer dilatações, nas instalações embebidas os tubos devem ser
envolvidos em materiais macios, e nas secções onde ocorrem as diferenças de temperatura,
deve haver roços alargados a fim de os tubos poderem contrair e dilatar em segurança.

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Resistência ao choque
Tal como outros materiais plásticos, os tubos em PVC não possuem uma resistência ao choque
elevada, devendo assim ser evitado os choques violentos, o contacto com arestas vivas de
corpos duros e outras operações que possam danificar o material.

Raios Ultravioleta
Pela natureza plástica do material, os tubos em PVC não são muito resistentes à acção das
radiações ultravioleta, que podem levar a um envelhecimento do material e perda das
características físico-químicas que possuía, pelo que se deve evitar o armazenamento e a
instalação em locais onde possa estar expostos a luz solar e a radiação ultravioleta.
Caso seja necessário instalar os tubos em locais onde vão sofrer acção das radiações UV, deve-
se proteger o material com uma pintura própria para protecção do material.

Permeabilidade aos gases


Os tubos em PVC possuem uma certa permeabilidade ao vapor de água e a gases, sendo que
énecessário conhecer os coeficientes de permeabilidade específica do material em função dos
gases, que circulam nele.

4.5.2. TUBO EM POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE (PEAD)


O polietileno é um plástico, incolor, translúcido, termoplástico, flexível em pequenas
espessuras, inodoro e não tóxico, decompondo-se a uma temperatura de aproximadamente
300 ºC e é menos denso que á agua.
O Polietileno é obtido através da polimerização do gás etileno. Os diferentes processos de
polimerização para a produção industrial de Polietileno requerem determinadas condições de
pressão e temperatura, e a presença de catalisadores. A variação destas condições durante a
polimerização permite a obtenção de produtos de características diferentes.

Os tubos em Polietileno são utilizados para a condução de fluidos sob pressão, para condução
decombustíveis gasosos, trabalhos de rega, drenagem de terrenos agrícolas e zonas de
intervenção daconstrução civil, entre outras utilizações.

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Tubos em Polietileno de alta densidade

Os tubos em PEAD apresentam várias características que permitem o sucesso técnico e


económicodestes tubos, mas também existem algumas desvantagens associadas ao material.

VANTAGENS:
 Baixa densidade
 Maior flexibilidade
 Resistência a agentes químicos
 Baixo coeficiente de fricção
 Baixo módulo de elasticidade
 Características eléctricas
 Inalterável com o tempo
 Atoxicidade

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Baixa densidade
A baixa densidade do material permite uma maior facilidade no transporte e na manipulação
dostubos, permitindo também o fabrico de maiores comprimentos de tubos.

Maior flexibilidade
Por possuir um módulo de elasticidade baixo, compreendido entre 850 a 1200 MPa, o tubo
pode serapresentado em bobines de grande comprimento. Além disso permite realizar a frio
curvaturasimportantes sem necessidade de utilizar acessórios.

Resistência a agentes químicos


O Polietileno apresenta uma resistência elevada aos agentes químicos habituais. É pouco
sensível àágua, mesmo quando está a ferver, e à humidade. Apresenta uma resistência à
corrosão muito elevada.

Baixo coeficiente de fricção


Os tubos em PEAD apresentam uma rugosidade interior muito pequena, o que conduz a perdas
decarga inferiores às que se verificam em outros materiais não plásticos.
Para além disso, pelo facto de a superfície interior ser muito lisa, impede a formação de
incrustações enão apresenta fenómenos de corrosão, pelo que os tubos mantêm constante a
sua secção e ocoeficiente de fricção ao longo do tempo.
A baixa rugosidade dos tubos irá permitir, tal como nos outros materiais plásticos, um
melhoraproveitamento do caudal e uma utilização mais eficiente da energia gasta na
bombagem pela estaçãoelevatória ou um melhor aproveitamento da pressão no caso de
circulação por gravidade.

Baixo módulo de elasticidade


O facto de os tubos possuírem um baixo módulo de elasticidade permite que resistam a
tensões edeformações elevadas com cargas instantâneas, e permite que a celeridade seja
muito menor emcomparação com outros materiais, atenuando as cargas por choque hidráulico.

Características eléctricas
O Polietileno é um material não condutor de corrente eléctrica, pelo que os tubos não
necessitam deprotecções contra correntes galvânicas.

Inalterável com o tempo


Os tubos em PEAD apresentam uma longevidade bastante elevada, mantendo as
característicasinalteráveis e dentro das margens de segurança do projecto.

Atoxicidade
Os tubos em PEAD são completamente atóxicos, conservando assim a qualidade da água
transportada.

DESVANTAGENS:

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O Polietileno de alta densidade, tal como as restantes tubagens plásticas apresenta algumas
desvantagens, nomeadamente:
 Raios Ultravioleta
 Permeabilidade aos gases
 Dilatação térmica

Raios Ultravioleta
Os tubos em PEAD não são muito resistentes à acção dos raios ultravioletas. Para evitar isto o
Polietileno pode ser aditivado com o negro de carbono e outros estabilizadores durante o
processo de fabrico para o proteger contra os efeitos da radiação UV e contra o seu
envelhecimento.

Permeabilidade aos gases


Os tubos em PEAD possuem uma certa permeabilidade ao vapor de água e a gases, sendo que é
necessário conhecer os coeficientes de permeabilidade específica do material em função dos
gases, que circulam nele.

Dilatação térmica
Os tubos em PEAD apresentam um grande coeficiente de dilatação, α = 0,13 mm/m ºC, o que
pode levar a grandes dilatações dependendo da variação da temperatura, devendo se ter o
cuidado de, quando se projectar as instalações, evitar sobretensões térmicas que encurtariam a
vida do tubo. Os aumentos de temperatura vão diminuir as propriedades mecânicas,
acelerando o envelhecimento do material.

4.5.3. TUBO EM AÇO GALVANIZADO


O processo de galvanização consiste em submergir um metal, neste caso o aço, em um
substrato, geralmente em zinco, transferindo assim iões do estrato para a superfície do aço
através da electrólise.
Para que as reacções possam acontecer, é necessário fornecer energia eléctrica para que possa
ocorrer a electrólise. O aço irá sofrer redução e deve estar ligado ao pólo negativo, o cátodo, de
uma fonte de energia, enquanto o metal que sofre a oxidação deve ser ligado a um pólo
positivo, o ânodo.
A galvanização com zinco (zincagem) é o processo mais utilizado na protecção de objectos
feitos com ferro ou aço, pois a temperatura da solução de zinco ronda os 430 a 460 ºC, o que
vai levar à aceleração da reacção entre o aço e o zinco.
Este processo vai garantir ao aço uma maior durabilidade e uma menor corrosão, oferecendo
uma protecção anti-corrosiva a longo prazo.
Os tubos em aço galvanizado podem ser utilizados em instalações de água sanitária fria e
quente paraconsumo humano e uso geral, instalações de rega, redes de segurança contra
incêndios, redes de arcomprimido, instalações de ar condicionado, redes de distribuição de gás,
entre outras utilizações.

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Os tubos em aço galvanizado apresentam uma gama de diâmetros nominais que vão desde os 6
mm aos 150 mm de diâmetro.

Tubo em aço galvanizado

Os tubos em aço galvanizado apresentam várias características diferenciadoras que permitem o


sucesso técnico e económico de um sistema com este material como solução, mas também
existem algumas desvantagens associadas ao material.

VANTAGENS:
 Resistência mecânica
 Resistência ao fogo
 Salubridade
 Longa duração
 Normalização
 Flexibilidade / versatilidade
 Protecção do meio ambiente
 Resistência a acções ambientais

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Resistência mecânica
O aço galvanizado apresenta uma óptima performance perante vários tipos de solicitações, tais
como o desgaste por abrasão, deformação por impacto, perfuração, pressão, tracção,
compressão, flexão, torção, etc.

Resistência ao fogo
O aço galvanizado apresenta um baixo coeficiente de dilatação linear e um ponto de fusão
elevado, pelo que apresenta um óptimo funcionamento em situações de incêndios.

Salubridade
Os tubos em aço galvanizado cumprem os requisitos da Organização Mundial de Saúde
(O.M.S.), pelo que pressupõe a idoneidade dos tubos para a condução de água potável fria e
quente.

Longa duração
Conhecido o nível de agressividade da água e em particular o nível de agressividade com vista a
dotar a rede das medidas correctivas adequadas, consegue-se garantir uma longa vida da
instalação.

Normalização
Os tubos de aço galvanizado estão concebidos e são fabricados com base em normas técnicas
aplicáveis de âmbito europeu e mundial, que fixam vários requisitos para os tubos, de forma a
assegurar um elevado nível de qualidade e compatibilidade aquando da sua utilização.

Flexibilidade / versatilidade
A vasta gama de acessórios (geralmente em ferro fundido maleável roscados) com as diferentes
dimensões dos tubos em aço, aliada à grande facilidade de manuseamento dos tubos em
termos de corte, dobragem ou roscagem, permite materializar de uma forma eficaz qualquer
projecto de instalação.

Protecção do meio ambiente


Os tubos de aço galvanizado e os respectivos acessórios são produtos recicláveis e não
agressores do meio ambiente.

Resistência a acções ambientais


Os tubos de aço inoxidável não são afectados pela acção de raios Ultravioleta, são resistentes a
corrosão provocada pela maioria dos solos e apresentam um baixo coeficiente de dilatação
térmica, ao contrário dos tubos plásticos, apresentando assim um melhor funcionamento face
às variações de temperatura.

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DESVANTAGENS:
 Corrosão e rugosidade
 Peso elevado
 Preço

Corrosão e rugosidade
A maior parte dos fenómenos de corrosão metálica são de natureza electroquímica. Este tipo
de corrosão surge quando os metais se encontram em contacto com meios que possuem
condutividadeelectrolítica, como são as dissoluções salinas, a água ou a humidade ambiental.
A consequência destes processos é a progressiva destruição do metal com a formação de
produtos de corrosão, que frequentemente são hidróxidos ou hidratos do metal em causa.
No caso do ferro e do aço, os produtos da corrosão que se formam em meios aquosos mais ou
menos neutros, são óxidos ferrosos hidratados, sendo produtos porosos que não constituem
uma barreira isolante eficaz para a humidade nem para o oxigénio do ar, pelo que o processo
de corrosão do ferro ou do aço pode progredir, enquanto as condições ambientais causadoras
da corrosão permanecerem, ate à destruição completa do material.
A corrosão nos tubos em aço galvanizado pode aparecer sob diferentes formas. Pode ser
uniforme, corroendo uniformemente toda a superfície exposta, levando a eventual diminuição
da espessura da secção; pode ser corrosão por picadas, actuando em pequenos pontos da
superfície do metal, escavando-a, eventualmente até à perfuração completa, sendo este tipo de
corrosão associado à presença de cloretos ou de microrganismos no meio; corrosão intersticial,
actuando de forma localizada que se desenvolve em interstícios onde se podem formar
pequenos volumes de água estagnada (fendas, uniões de peças), no interior dos quais se dá
corrosão por arejamento diferencial.
Esta corrosão leva ao aparecimento de rugosidade nos tubos que origina perdas de carga
elevadas, comparativamente com materiais de natureza plástica, podendo também originar
roturas ou entupimentos.
Para evitar estes problemas de corrosão nos tubos procede-se à utilização de revestimentos
galvanizados com zinco. A corrosão provocada pela água neste revestimento leva à formação
de produtos da corrosão do zinco, normalmente carbonatos básicos de zinco hidratados que,
sendo insolúveis, aderentes e pouco porosos, formam uma capa de passivação que isola
eficazmente o revestimento galvanizado do contacto com o meio ambiente agressivo,
enquanto existir zinco no revestimento.

Peso elevado
Os tubos de aço galvanizado, por ser um material de natureza metálica, possuem um peso
elevado, pelo que dificulta a sua instalação na rede de abastecimento de água.

Preço
Outra desvantagem dos materiais de natureza metálica refere-se ao preço de uma solução em
tubos de aço galvanizado, pois comparativamente a matérias plásticos este tipo de materiais são mais
caros.

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4.6. DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO


De acordo com Leite (2008), “Os caudais de cálculo na rede predial de água fria e de água
quente devem basear-se nos caudais instantâneos atribuídos aos dispositivos de utilização e
nos coeficientes de simultaneidade.”

Segundo Leite (2008), o dimensionamento hidráulico da rede predial de água fria e quente é
efectuado de acordo com os seguintes elementos:
a) Caudais de cálculo;
b) Velocidade, que devem situar-se entre os 0.5 m/s e os 2.0 m/s;
c) Rugosidade do material.”
O diâmetro interior do tubo irá então ser determinado através da expressão

Q
𝑉=
A

onde V representa a velocidade (m/s), Q o caudal (m3/s) e A a secção do tubo (m2). Isto
corresponde a:

√400 ∗ Q
𝐷=
𝜋∗V

onde D é o diâmetro interior do tubo (mm), Q o caudal (l/s) e V a velocidade (m/s). Para o
prédimensionamentodos tubos foi admitida uma velocidade V = 1.5 m/s.

4.7. PERDAS DE CARGA


PERDAS DE CARGA CONTÍNUAS
Para a perdas de carga contínuas podem ser calculadas por três vias:
 Fórmula de Hazen-Williams

J : perda de carga unitária (m/m)


Q : vazão de água (m³/s)
D : diâmetro interno da tubulação (m)
C : coeficiente que depende do material da tubulação

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 Fórmula de Darcy-Weisbach

𝑓𝐶 2
J=
2𝑔𝐷

J : perda de carga unitária (m/m)


.f : coeficiente de atrito para o escoamento
C : velocidade do escoamento (m/s)
.g : aceleração da gravidade (m/s²)
D :diâmetro interno da tubulação (m)

A fórmula de Hazen-Williams é uma das mais utilizadas, mas tem um elevado grau de
empirismo.

A equação de Darcy-Weisbach é teoricamente a mais correcta, aplicável a todos os regimes de


escoamento e a todos os líquidos.

𝑙V²
hf= 𝑓
D2g

Onde:
hf= perda de carga unitária (m/m)
f= coeficiente de atrito para o escoamento ou factor fricção (diagrama Moody)
D = diâmetro interno da tubulação (m)
L = comprimento da tubula
V = velocidade (m/s).
g = aceleração da gravidade (m/s²)

Metodo de Hardy-Cross e continuação pelo Bambang, 1993:

Hf = k . Q²
8 𝑓𝐿
𝑘=
𝑔 π²D⁵

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ΔQ = hf - 2KQ

ΣkQo²
ΔQ=
Σ2kQ

CAPITULO V METODE DISTRIBUICAO DA AGUA


5.1. Distribuição Direta: a água vem diretamente da rede pública de abastecimento para o
sistema predial, sem o uso de reservatório. Este sistema é mais econômico, porém a edificação
corre o risco de ficar sem água nas eventuais faltas de abastecimento público. Deve ser
utilizado apenas onde a concessionária garanta o abastecimento contínuo.

5.2. Distribuição Indireta com Bombeamento: utiliza-se uma cisterna, de onde a água é
elevada até o reservatório superior, através de um conjunto motobombas acoplado às
canalizações de recalque e sucção. Normalmente é utilizado em prédios com mais de três
pavimentos.

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5.3. Distribuição Mista: parte da alimentação da rede de distribuição é feita diretamente pela
rede pública de abastecimento e parte pelo reservatório superior da edificação.

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5.4. Consumo de água

5.4.1. Introdução
A elaboração de um projeto de abastecimento de água exige o conhecimento das vazões de
dimensionamento das diversas partes constitutivas do sistema. Por sua vez, a determinação
dessas vazões implica no conhecimento da demanda de água na cidade, que é função:
 do número de habitantes a ser abastecido;
 da quantidade de água necessária a cada indivíduo.

Os problemas de dimensionamento das canalizações, estruturas e equipamentos, implicam em


estudos diversos que incluem a verificação do consumo médio por pessoa, a estimativa do
número de habitantes a ser beneficiado e as variações de demanda, que ocorrem por motivos
vários.

5.4.2. Usos da água

A água conduzida para uma cidade enquadra-se numa das seguintes classes de consumo ou de
destino:
 doméstico;
 comercial ou industrial;
 público;
 perdas e fugas.

a. Água para uso doméstico

É a água consumida nas habitações e compreende as parcelas destinadas a fins higiênicos,


potáveis e alimentares, e à lavagem em geral.
Diversos autores efetuaram estudos sobre a quantidade necessária para esse fim. No Brasil,
destaca-se o que foi elaborado por Francisco Bicalho, conforme citação de F. Saturnino R. de
Brito, na obra “Abastecimento de águas”, publicada em 1905. Segundo o mesmo, cada
indivíduo consome, em média, de 50 a 90 litros por dia, assim divididos:
Exemplo Tabela Previsão de consumo de água segundo Franscisco Bicalho.
Distribuição Consumo (L/hab dia)
Bebida 2
Preparo de alimentos 6
Lavagem de utensílios 2-9
Abluções 5
Banho 10-30
Lavagem de roupas 10-15
Limpeza de bacias sanitárias 9-10
Eventuais perdas 6-13

TOTAL 50-90

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Estudos mais recentes apontam como representativos para as condições atuais os seguintes
valores:

Exemplo Tabela Previsão de consumo de água (mais recente)


Distribuição Consumo (L/hab dia)
Bebida e cozinha 10-20
Lavagem de roupa 10-20
Banhos e lavagens de mãos 25-55
Instalações sanitárias 15-25
Outros usos 15-30
Perdas e desperdícios 25-50

TOTAL 100-200

As vazões destinadas ao uso doméstico variam com o nível de vida da população, sendo tanto
maiores, quanto mais elevado esse padrão.

Nos Estados Unidos, costuma-se incluir nessa classificação a água utilizada para irrigação de
jardins e gramados particulares, muito comuns naquele país. Essa parcela pode atingir uma
quantidade apreciável, a ponto de ser admitida uma classificação especial.
A lavagem de automóveis em casa, com o emprego de esguicho, é uma prática que está se
ampliando e merece um estudo, devido à influência que exerce no consumo doméstico.
a) Água para uso comercial ou industrial

Com relação à água para uso comercial, destaca-se a parcela utilizada pelos restaurantes, bares,
hotéis, pensões, postos de gasolina e garagens, onde se manifesta um consumo muito superior
ao das residências.

Quanto às indústrias, aquelas que utilizam a água como matéria-prima ou para lavagens e
refrigeração apresentam consumos mais elevados.

Conhecem-se valores médios de consumo relacionados a cada tipo de atividade, em função de


unidades de produção ou de outros dados tomados como referência. A Tabela 14 indica alguns
valores que poderão ser utilizados na previsão de consumo de estabelecimentos comerciais e
industriais.

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Exemplo Tabela Consumo de água em alguns tipos de estabelecimentos comerciais e


industriais.
Estabelecimentos Consumo
Escritórios comerciais 50 L/pessoa/dia
Restaurantes 25 L/refeição
Hotéis, pensões (sem cozinha e sem lavanderia) 120 L/hóspede/dia
Lavanderia 30 L/kg/roupa
Hospitais 250 L/lei./dia
Garagens 50 L/automóvel/dia
Postos de serviço para veículos 150 L/veículo/dia
Indústrias (uso sanitário) 70 L/operário/dia
Matadouro – animais de grande porte 300 L/cabeça abatida
Matadouro – animais de pequeno porte 150 L/cabeça abatida
Laticínios 1–5 L/kg de produto
Curtumes 50–60 L/kg de couro
Fábrica de papel 100– 400 L/kg de papel
Tecelagem (sem alvejamento) 10–20 L/kg de tecido

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