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Resumo
Artigo
Daí podermos ler, em Vigiar e punir, que o corpo, além de ser objeto de
estudos de cunho demográfico e fisiológico, “também está diretamente imerso
num campo político; as relações de poder operam sobre ele uma posse
imediata; elas o investem, o marcam, o adestram, o supliciam, o obrigam a
trabalhar, o obrigam a cerimônias, exigem-lhe signos” (Surveiller et punir, p.
34). Já surgiram, certamente, diversas maneiras de martirizar o corpo. É o caso
da execução e do espetáculo sombrio de esquartejamento e redução dos
restos mortais a cinzas, da apropriação violenta e unilateral pela qual se impõe
a escravidão, da submissão do servo aos caprichos do patrão, dos rituais e
códigos de obediência aos quais o vassalo deve se manter fiel, das renúncias
voluntárias daquele que abraça uma vida ascética. Todos esses procedimentos
marcam profundamente, sem dúvida, os corpos, a ponto mesmo de, no limite,
por em risco sua própria integridade física.
BIBLIOGRAFIA CITADA