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DISPLASIA COXOFEMORAL

A displasia coxofemoral é uma anormalidade do desenvolvimento ou

crescimento da articulação coxofemoral, caracterizada por instabilidade, arrasamento


do acetábulo e alterações na cabeça e colo do fêmur, as quais se desenvolveram ao

longo do primeiro ano de vida, conduzindo a fenômenos de deficiência funcional ao


final de um período variável.

A displasia é uma síndrome bastante observada em cães, e de

importância questionável em gatos. Ela ocorre com mais freqüência em raças de maior
porte e de crescimento rápido. Embora a displasia coxofemoral tenha sido assinalada

em raças pequenas e em gatos, suas articulações coxofemorais instáveis não

produzem as mesmas alterações ósseas comparadas aos cães mais pesados.

A etiologia é de origem genética, multifatorial e poligênica, e pode ser

influenciada por inúmeras variáveis entre elas fatores nutricionais, de biomecânica, de

criação etc.

A patofisiologia inicia-se com o desenvolvimento de uma subluxação da

articulação coxal e de níveis de instabilidade articular, que progridem acarretando uma


série de alterações anatômico funcionais nas estruturas ósseas que compõem a

articulação. Em casos mais avançados ocorre a formação da doença articular

degenerativa secundária.
Clinicamente o cão apresenta claudicação, redução da atividade
associada a uma notável sensibilidade nos membros pélvicos, alteração no andar,

correr, subir escadas, sinais estes que podem ser exacerbados após exercícios
vigorosos ou traumas relativamente pequenos. O cão prefere sentar-se em vez de

posicionar-se em estação e levanta-se lentamente com grande dificuldade. Também


podemos observar protrusão do(s) trocânter(es) maior(es) em indivíduos com
articulações luxadas ou subluxadas, crepitação na articulação coxal e sinal de Ortolani

positivo.
O grau de displasia coxofemoral de um animal não tem relação com os

sintomas clínicos exibidos por este. Um cão displásico pode ser assintomático ou não.
O diagnóstico é baseado na anamnese apresentação e sintomas e

confirmado pelo estudo radiológico. O estudo radiológico deve ser feito


conclusivamente a partir do vigésimo quarto mês completo de idade, para todas as

raças. Esta condição poderá ser precedida de avaliações preliminares, que fornecerão
dados precoces de normalidade ou não das articulações coxofemorais. Esta avaliação

poderá ser realizada em torno e a partir dos 7 meses de idade e/ou conforme

sintomatologia clínica.

A radiografia deve ser de excelente qualidade e feita com o animal

anestesiado, a fim de determinar o perfeito relaxamento e obter o posicionamento

correto. A exposição radiográfica deve incluir toda a pelve e as articulações fêmoro-

tíbio-patelares, sendo que o foco central do raio-x será direcionado nas articulações

coxofemorais.

Para se efetuar o posicionamento, o cão é colocado em decúbito dorsal

com os membros posteriores estendidos caudalmente e rotacionados medialmente, de

tal forma que as patelas se sobreponham aos sulcos trocleares. Os fêmures devem
estar paralelos entre si, com o eixo da coluna vertebral, e com a superfície da mesa. A

pelve deve ser posicionada paralela à mesa, sem inclinação, onde o canal pélvico
aparece redondo ou simetricamente ovalado, as asas ilíacas da mesma largura, os

forâmes obturadores simétricos entre si e as articulações sacro-ilíacas semelhantes. A


cabeça alinhada com o eixo da coluna vertebral e os membros anteriores estendidos

cranialmente de forma simétrica. Deve se evitar ao máximo que o peito do animal


esteja inclinado lateralmente.
Após realizar a radiografia verifica-se se está de acordo com os padrões

de técnica e posicionamento, para à partir dai proceder ao diagnóstico.


Qualquer erro de posicionamento é considerado pouco satisfatório para

o diagnóstico radiográfico, especialmente em cães jovens que não tem alterações


ósseas secundárias, e a alteração radiográfica de maior interesse, indicativa de

displasia, é a subluxação.
A interpretação diagnóstica das articulações coxofemorais é feita

associando-se a medição do ângulo de Norberg, com a avaliação de toda a


conformação articular, ou seja, da forma e profundidade do acetábulo e seus bordos,

da congruência articular (espaço entre a cabeça femoral e acetábulo), da forma,

contorno e posição da cabeça e colo femorais, identificando a presença de qualquer

processo articular degenerativo.

A classificação final é:

A HD- sem sinais de displasia coxofemoral

B HD+/- articulações coxofemorais próximas do normal

C HD+ displasia coxofemoral de grau leve

D HD++ displasia coxofemoral de grau moderado

E HD+++ displasia coxofemoral de grau severo


Posicionamento Correto:

Articulação A (HD-), sem sinais de displasia coxofemoral:


Articulação B (HD+/-), articulações próximas do normal:

Articulação C (HD+), displasia coxofemoral de grau leve:


Articulação D (HD++), displasia coxofemoral de grau moderado:
Articulação E (HD+++), displasia coxofemoral de grau severo:

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