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DIREITO CONSTITUCIONAL

Direitos Fundamentais
Teoria geral dos direitos fundamentais

TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Conceito
Os Direitos e garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no
decorrer do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas protetivas que
formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição humana.
A Constituição Federal, quando se refere aos direitos fundamentais, classifica-os em
cinco grupos:
1. Direitos e deveres individuais e coletivos
2. Direitos sociais
3. Direitos de nacionalidade
4. Direitos Políticos
5. Partidos políticos

Para o § 2º do artigo 5º da CF o rol de direitos fundamentais é exemplificativo.

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros


decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Força normativa dos tratados internacionais

Uma regra muito importante para sua prova é a que está prevista no parágrafo 3º
do artigo 5º:
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

Este dispositivo constitucional apresenta a chamada Força Normativa dos


Tratados Internacionais.
Segundo o texto constitucional é possível que um tratado internacional possua força
normativa de emenda constitucional, desde que preencha os seguintes requisitos:
1. Tem que falar de direitos humanos;
2. Tem que ser aprovado nas duas casas legislativas do Congresso Nacional,
ou seja, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal;
3. Tem que ser aprovado em dois turnos em cada casa;

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4. Tem que ser aprovado por 3/5 dos membros em cada turno de votação,
em cada casa.

Segundo o STF, caso o Tratado Internacional fale de direitos humanos, mas não
preencha os requisitos do § 3º do Art. 5º da CF, ele terá força normativa de Norma
Supralegal.
Ainda temos os tratados internacionais que não falam de direitos humanos. São
tratados que falam de outros temas, como por exemplo, comércio. Estes tratados possuem
força normativa de Lei Ordinária.

Características

1. Historicidade – esta característica revela que os Direitos Fundamentais são


frutos da evolução histórica da humanidade. Significa que eles evoluem com o
passar do tempo;
2. Universalidade – os direitos fundamentais pertencem a todas as pessoas,
independente da sua condição.
3. Inalienabilidade – os direitos fundamentais não podem alienados, não
podem ser negociados, não podem ser transigidos.
4. Irrenunciabilidade – os direitos fundamentais não podem ser renunciados.
5. Imprescritibilidade – os direitos fundamentais não se sujeitam a prazos
prescricionais. Não se perde um direito fundamental pelo decorrer do tempo.
Essa é a regra. É possível encontrar uma exceção a esta regra quando se fala
do direito á propriedade. Este direito, se não for cuidado, é possível perdê-lo
por meio da chamada Ação de Usucapião.
6. Não-taxatividade – esta característica, já tratada anteriormente, diz que o
rol de direitos fundamentais é apenas exemplificativo tendo em vista a
possibilidade de inserção de novos direitos.
7. Limitabilidade – não existe direito fundamental absoluto. São direitos
relativos.
8. Proibição do retrocesso – esta característica proíbe que os direitos já
conquistados sejam perdidos.
9. Máxima efetividade – esta característica é mais uma imposição ao Estado
que está coagido a garantir a máxima efetividade dos direitos fundamentais.
Estes direitos não podem ser ofertados de qualquer forma. É necessário que
eles sejam garantidos da melhor forma possível.
10. Concorrência – os direitos fundamentais podem ser utilizados em
conjunto com outros direitos. Não é necessário abandonar um para usufruir
outro direito.
11. Complementariedade – um direito fundamental não pode ser
interpretado sozinho. Cada direito deve ser analisado juntamente com outros
direitos fundamentais, bem como com outros institutos jurídicos.

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