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OAB 2010.2
O professor Francisco Penante Jr. elaborou o recurso muito bem concebido para a questão que trata do
regime de comunhão de bens e sociedade simples.
Além disso, o professor Francisco será o responsável pelo curso de 2ª fase em Direito Empresarial do
Portal Exame de Ordem. Cliquem no link para saberem os detalhes do curso - Direito Empresarial
2010.2
QUESTÃO: Antonio e Joana casaram-se pelo regime de comunhão parcial de bens. Após o
casamento, Antonio tornou-se sócio de sociedade simples com 1000 quotas representativas
de 20% do capital da sociedade. Passados alguns anos o casal veio a se separar
judicialmente.
Assinale a alternativa que indique o que Joana pode fazer em relação às quotas de seu ex-
cônjuge:
O gabarito oficial considera correta a alternativa “C”, a qual, encontrando fundamento no artigo 1.027 do
Código Civil, mostra-se coerente com o teor do mencionado dispositivo.
Sem embargo, não se pode ignorar que a alternativa “B”, também encontra sustentação legal, inclusive,
mostrando-se mais adequada ao caso concreto, senão vejamos:
A dissolução parcial da sociedade simples, além de possível (conforme artigo 1.031 do Código Civil),
respeita ao princípio da conservação da sociedade, considerando a necessária preocupação com sua função
social e o respeito à affectio societatis.
Além disso, não se pode ignorar a possibilidade de que disposição contratual apresente alternativa à
liquidação (nos termos do artigo 1.031 do Código Civil), devendo esta, portanto, ser entendida como uma
das possíveis iniciativas diante do suposto apresentado, e não uma via única, haja vista a possibilidade de
dissolução parcial.
Nesse sentido Maria Helena Diniz: “A dissolução parcial da sociedade funda-se no princípio conservativo
da societas e no instituto da apuração de haveres ou liquidação da quota (...)”. Logo, à dissolução parcial da
sociedade seguir-se-á a apuração de haveres, no sentido de determinar-se o valor a ser pago a Joana.
Sendo assim e considerando que o enunciado da questão pede que seja assinalada a alternativa que indique
o que Joana pode fazer em relação às quotas de seu ex-cônjuge, não se pode desconsiderar que ela, sim,
pode requerer a dissolução parcial, nos termos da alternativa “B”.
Portanto, diante da existência de duas alternativas corretas para a questão mencionada, rogamos pela
análise e anulação da mesma.
Outrossim, a questão fala que “o casal veio a se separar judicialmente”, terminologia que parece
inadequada uma vez que a Emenda Constitucional nº 66, de 13 de julho de 2010, suprime o requisito de
prévia separação judicial, dispondo pela dissolubilidade do casamento civil pelo divórcio. Logo,
considerando que o edital de abertura do certame 2010.2 data de 20.08.2010 (data posterior a vigência da
Emenda Constitucional 66), não se justifica a utilização da referida terminologia na questão, razão pela
qual deverá a questão ser anulada.
(C) os honorários de sucumbência podem, ao alvedrio das partes, sofrer desconto dos honorários
pactuados contratualmente.
Acontece que a alternativa “B” (“os honorários contratuais devem ser sempre em valo fixo”), também é
correta, em razão de haver na doutrina entendimento nesse sentido.
A propósito Paulo Luiz Neto Lôbo, ilustre autor do livro “Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB”
e que também foi coordenador e relator da Comissão de Sistematização da OAB, que elaborou o
Anteprojeto da Lei nº 8.906/94, entende em relação ao tema da alternativa A propósito Paulo Luiz Neto
Lôbo, ilustre autor do livro “Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB” e que também foi
coordenador e relator da Comissão de Sistematização da OAB, que elaborou o Anteprojeto da Lei nº
8.906/94, entende em relação ao tema da alternativa B, o seguinte: ”Dessa, forma os honorários
convencionados tornam-se inquestionáveis e permitem, em situação extrema, a execução judicial. Devem
ser utilizados parâmetros seguros, tais como: valor fixo na moeda de curso forçado,
atualização mediante indexador determinado, quando for o caso, percentual sobre o valor
da causa, desde já determinado.( grifos nossos).
Importante lembrar que os honorários convencionados são também nominados pela doutrina como
pactuados ou contratuais (como foi utilizado na alternativa B).
Frise-se que o renomado professor Paulo Lôbo enfatiza a necessidade de se ter um parâmetro seguro para a
contratação dos honorários.
Embora, na prática, há advogados que contratam mediante percentual a receber do valor da condenação, a
Ética Profissional da Advocacia repudia esse tipo de contrato, sob o risco de o advogado receber um
percentual sobre o quantum que o juiz quiser determinar como condenação.
Veja que cobrar sobre o valor da causa é diferente do que cobrar sobre o valor da condenação. Nesse ultimo
caso, o advogado corre o risco de trabalhar até de graça.
O advogado deve velar pela importância do seu mister não cobrando valores irrisórios ou até correndo o
risco de trabalhar de graça. Para isso existe a Defensoria Pública: para prestar assistência jurídica aos
necessitados.
Não se trata in casu de pacto (ou cláusula) quota litis. Aqui a situação também é diferente, conforme
preceitua o artigo 38 do Código de Ética e Disciplina.
Diante do exposto, o candidato requer a anulação pela existência de duas alternativas corr
Esta questão é da prova 4, número 17. Serve para todas as demais provas, bastando para isso achar a
respectiva assertiva correlata. O recurso foi elaborado pelo professor Matheus Carvalho, expert em Direito
Administrativo que ministrará o curso preparatório para a 2ª fase do Exame de Ordem 2010.2
em Direito Administrativo, claro!
Acerca do tombamento, como uma das formas de o Estado intervir na propriedade privada,
os proprietários passam a ter obrigações negativas que estão relacionadas nas alternativas
a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
Ao considerar falsa a assertiva “a”, foi, conseqüentemente, considerada verdaeira a assertiva de que
estabelece que os proprietários de bens tombados não podem aliená-los, senão vejamos:
(D) Os proprietários não podem alienar os bens, ressalvada a possibilidade de transferência para uma
entidade pública.
Ocorre que é pacífica a possibilidade de alienação de bens tomabos, desde que respeitada a preferência ao
poder público.
Por exemplo, Marçal Justen Filho estabelece que “o tombamento não afeta o direito de disposição da coisa
(ainda que assegure um direito de preferência em prol do poder público”. O José dos Santos Carvalho
Filho, por sua vez, assevera: “o proprietário, antes de alienar o bem tombado, deve notificar a União, o
Estado e o Município onde se situem, para exercerem, em trinta dias, o seu direito de preferência”
Portanto, resta claro o direito de alienação do bem tombado, restando falsa também a assertiva “d” e
portanto passível de marcação.
O professor Matheus Carvalho elaborou as razões recursais para a questão 11. Confiram:
Questão 11
(A) quando esti ver diante de conceitos legais e jurídicos parcialmente indeterminados, que
se tornam determinados à luz do caso concreto e à luz das circunstâncias de fato.
(B) quando esti ver diante de conceitos legais e jurídicos técnico-científicos, sendo, neste
caso, limitado às escolhas técnicas, por óbvio possíveis.
(C) quando esti ver diante de conceitos valorati vos estabelecidos pela lei, que dependem de
concreti zação pelas escolhas do agente, considerados o momento histórico e social.
A questão trata de matéria ainda não consolidada na doutrina nacional e pede para que o candidato defina
até onde o conceito de discricionariedade está presente. Ocorre que, para alguns doutrinadores de renome,
todas as assertivas podem d[ser consideradas como situações de discricionariedade, como é o caso do Celso
Antônio Bandeira de Mello que vislumbra atuação discricionária ao se analisar lei com conteúdo
ultrapassado. A acepção mulher honesta, indiscutivelmente ultrapassada deverá ser analisado caso a caso,
por exemplo.
Por outro lado, parte considerável da doutrina não aceita nenhuma das assertivas como situação de
discricionariedade. Somente a título de ilustração, o José dos Santos Carvalho Filho estabelece, in litteris:
“a discricionariedade não pressupõe imprecisão de sentido como ocorre nos conceitos jurídicos
indeterminados, mas, ao contrário, espelha a situação jurídica diante da qual o administrador pode optar
por uma dentre várias condutas lícitas e possíveis”.
Ou seja, com base na doutrina colacionada, as assertivas “a” e “c” também não seriam consideradas
discricionariedade, assim como a assertiva “b”. de fato, teríamos entendimento doutrinário para embasar
qualquer das respostas, pelo que todas seriam verdadeiras e, ao mesmo tempo, para outros estudiosos,
todas seriam falsas.
Desta forma, a questão versa sobre matéria controversa que não deve ser simplificada em uma prova
objetiva, por meio da aceitação de um único entendimento doutrinário, em detrimento dos demais. Merece
anulação, porque impossível saber a qual doutrina a banca se filia em discussão tão acirrada e sem
entendimento majoritário.
O professor Frederico Amado teceu considerações sobre possibilidade de anulação da questão 98.
Confiram:
(A) Deverá ser editada lei ordinária com as normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios para o exercício da competência comum de defesa do meio ambiente.
(C) Legislar sobre proteção do meio ambiente e controle da poluição é de competência concorrente da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com fundamento no artigo 24 da Constituição
Federal.
(D) A competência executiva em matéria ambiental não alcança a aplicação de sanções administrativas por
infração à legislação de meio ambiente.
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Entende-se que a questão de número 98 deve ser anulada, pois o item "C" também é verdadeiro ao lado do
item "B" (prova 4), conquanto a competência municipal para legislar sobre proteção do meio ambiente e
controle da poluição não esteja prevista expressamente no Artigo 24, VI, da Constituição, e sim decorrer de
interpretação do Art. 30, I e II, da Constituição, entende-se que o fato de o enunciado não ter citado o Art.
30 não o tornou falso, tendo em contato que este dispositivo apenas complementa a competência
legislativa concorrente ambiental.