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CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA


NACIONAL

(Aprovado na 68ª Sessão Ordinária do CAPÍTULO II II - de abster-se de emitir opinião sobre


Conselho Nacional de Justiça, do dia 06 INDEPENDÊNCIA processo pendente de julgamento, seu
de agosto de 2008, nos autos do Processo ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre
nº 200820000007337) Art. 4º Exige-se do magistrado que se- despachos, votos, sentenças ou acórdãos,
ja eticamente independente e que não de órgãos judiciais, ressalvada a crítica
O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no
interfira, de qualquer modo, na atuação nos autos, doutrinária ou no exercício do
exercício da competência que lhe atribuí-
jurisdicional de outro colega, exceto em magistério.
ram a Constituição Federal (art. 103-B, § 4º, I
respeito às normas legais.
e II), a Lei Orgânica da Magistratura Nacional Art. 13. O magistrado deve evitar com-
(art. 60 da LC nº 35/79) e seu Regimento Art. 5º Impõe-se ao magistrado pautar- portamentos que impliquem a busca
Interno (art. 19, incisos I e II); -se no desempenho de suas atividades injustificada e desmesurada por reconhe-
Considerando que a adoção de Código sem receber indevidas influências externas cimento social, mormente a autopromoção
de Ética da Magistratura é instrumento e estranhas à justa convicção que deve em publicação de qualquer natureza.
essencial para os juízes incrementarem a formar para a solução dos casos que lhe
sejam submetidos. Art. 14. Cumpre ao magistrado ostentar
confiança da sociedade em sua autoridade conduta positiva e de colaboração para
moral; Art. 6º É dever do magistrado denunciar com os órgãos de controle e de aferição
Considerando que o Código de Ética da qualquer interferência que vise a limitar de seu desempenho profissional.
Magistratura traduz compromisso institu- sua independência.
cional com a excelência na prestação do CAPÍTULO V
Art. 7º A independência judicial implica INTEGRIDADE PESSOAL E
serviço público de distribuir Justiça e, assim, que ao magistrado é vedado participar de PROFISSIONAL
mecanismo para fortalecer a legitimidade atividade político-partidária.
do Poder Judiciário; Art. 15. A integridade de conduta do ma-
CAPÍTULO III
Considerando que é fundamental para a IMPARCIALIDADE gistrado fora do âmbito estrito da atividade
magistratura brasileira cultivar princípios jurisdicional contribui para uma fundada
éticos, pois lhe cabe também função edu- Art. 8º O magistrado imparcial é aquele confiança dos cidadãos na judicatura.
cativa e exemplar de cidadania em face dos que busca nas provas a verdade dos fatos, Art. 16. O magistrado deve comportar-
demais grupos sociais; com objetividade e fundamento, mantendo -se na vida privada de modo a dignificar
Considerando que a Lei veda ao magis- ao longo de todo o processo uma distân- a função, cônscio de que o exercício da
trado “procedimento incompatível com cia equivalente das partes, e evita todo o atividade jurisdicional impõe restrições e
a dignidade, a honra e o decoro de suas tipo de comportamento que possa refletir exigências pessoais distintas das acometi-
funções” e comete-lhe o dever de “manter favoritismo, predisposição ou preconceito. das aos cidadãos em geral.
conduta irrepreensível na vida pública e Art. 9º Ao magistrado, no desempenho de Art. 17. É dever do magistrado recusar
particular” (LC nº 35/79, arts. 35, inciso VIII, sua atividade, cumpre dispensar às partes benefícios ou vantagens de ente público,
e 56, inciso II); e igualdade de tratamento, vedada qualquer de empresa privada ou de pessoa física que
Considerando a necessidade de minuden- espécie de injustificada discriminação. possam comprometer sua independência
ciar os princípios erigidos nas aludidas Parágrafo único. Não se considera trata- funcional.
normas jurídicas; mento discriminatório injustificado:
RESOLVE aprovar e editar o presente CÓDI-
Art. 18. Ao magistrado é vedado usar para
I - a audiência concedida a apenas uma fins privados, sem autorização, os bens
GO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA NACIO- das partes ou seu advogado, contanto que públicos ou os meios disponibilizados para
NAL, exortando todos os juízes brasileiros se assegure igual direito à parte contrária, o exercício de suas funções.
à sua fiel observância. caso seja solicitado;
II - o tratamento diferenciado resultante
Art. 19. Cumpre ao magistrado adotar as
CAPÍTULO I medidas necessárias para evitar que pos-
DISPOSIÇÕES GERAIS de lei.
sa surgir qualquer dúvida razoável sobre
CAPÍTULO IV a legitimidade de suas receitas e de sua
Art. 1º O exercício da magistratura exi- TRANSPARÊNCIA situação econômico-patrimonial.
ge conduta compatível com os preceitos
deste Código e do Estatuto da Magistra- CAPÍTULO VI
Art. 10. A atuação do magistrado deve ser DILIGÊNCIA E DEDICAÇÃO
tura, norteando-se pelos princípios da transparente, documentando-se seus atos,
independência, da imparcialidade, do co- sempre que possível, mesmo quando não
nhecimento e capacitação, da cortesia, da Art. 20. Cumpre ao magistrado velar pa-
legalmente previsto, de modo a favorecer ra que os atos processuais se celebrem
transparência, do segredo profissional, da sua publicidade, exceto nos casos de sigilo com a máxima pontualidade e para que os
prudência, da diligência, da integridade contemplado em lei. processos a seu cargo sejam solucionados
profissional e pessoal, da dignidade, da
honra e do decoro.
Art. 11. O magistrado, obedecido o segre- em um prazo razoável, reprimindo toda e
do de justiça, tem o dever de informar ou qualquer iniciativa dilatória ou atentatória
Art. 2º Ao magistrado impõe-se primar mandar informar aos interessados acerca à boa-fé processual.
pelo respeito à Constituição da República dos processos sob sua responsabilidade, de Art. 21. O magistrado não deve assu-
e às leis do País, buscando o fortalecimento forma útil, compreensível e clara. mir encargos ou contrair obrigações que
das instituições e a plena realização dos
Art. 12. Cumpre ao magistrado, na sua perturbem ou impeçam o cumprimento
valores democráticos. apropriado de suas funções específicas,
relação com os meios de comunicação
Art. 3º A atividade judicial deve desen- social, comportar-se de forma prudente e ressalvadas as acumulações permitidas
volver-se de modo a garantir e fomentar a equitativa, e cuidar especialmente: constitucionalmente.
dignidade da pessoa humana, objetivando I - para que não sejam prejudicados direi- § 1º O magistrado que acumular, de con-
assegurar e promover a solidariedade e a tos e interesses legítimos de partes e seus formidade com a Constituição Federal, o
justiça na relação entre as pessoas. procuradores; exercício da judicatura com o magistério

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Art. 22 CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA NACIONAL
deve sempre priorizar a atividade judicial, CAPÍTULO IX Art. 35. O magistrado deve esforçar-se
dispensando-lhe efetiva disponibilidade SIGILO PROFISSIONAL para contribuir com os seus conhecimentos
e dedicação. teóricos e práticos ao melhor desenvol-
§ 2º O magistrado, no exercício do magis- Art. 27. O magistrado tem o dever de vimento do Direito e à administração da
guardar absoluta reserva, na vida pública
tério, deve observar conduta adequada Justiça.
e privada, sobre dados ou fatos pessoais
à sua condição de juiz, tendo em vista Art. 36. É dever do magistrado atuar no
de que haja tomado conhecimento no
que, aos olhos de alunos e da sociedade, sentido de que a instituição de que faz parte
exercício de sua atividade.
o magistério e a magistratura são indisso- ofereça os meios para que sua formação
ciáveis, e faltas éticas na área do ensino Art. 28. Aos juízes integrantes de órgãos
colegiados impõe-se preservar o sigilo de seja permanente.
refletirão necessariamente no respeito à
função judicial. votos que ainda não hajam sido proferidos e CAPÍTULO XI
daqueles de cujo teor tomem conhecimen- DIGNIDADE, HONRA E DECORO
CAPÍTULO VII to, eventualmente, antes do julgamento.
CORTESIA Art. 37. Ao magistrado é vedado proce-
CAPÍTULO X
CONHECIMENTO E CAPACITAÇÃO dimento incompatível com a dignidade, a
Art. 22. O magistrado tem o dever de honra e o decoro de suas funções.
cortesia para com os colegas, os membros
do Ministério Público, os advogados, os
Art. 29. A exigência de conhecimento e Art. 38. O magistrado não deve exercer
de capacitação permanente dos magistra- atividade empresarial, exceto na condição
servidores, as partes, as testemunhas e
dos tem como fundamento o direito dos de acionista ou cotista e desde que não
todos quantos se relacionem com a admi-
jurisdicionados e da sociedade em geral à exerça o controle ou gerência.
nistração da Justiça. obtenção de um serviço de qualidade na
Parágrafo único. Impõe-se ao magistrado administração de Justiça. Art. 39. É atentatório à dignidade do car-
a utilização de linguagem escorreita, poli- go qualquer ato ou comportamento do
da, respeitosa e compreensível. Art. 30. O magistrado bem formado é
magistrado, no exercício profissional, que
o que conhece o Direito vigente e de-
Art. 23. A atividade disciplinar, de correi- senvolveu as capacidades técnicas e as implique discriminação injusta ou arbitrária
ção e de fiscalização serão exercidas sem atitudes éticas adequadas para aplicá-lo de qualquer pessoa ou instituição.
infringência ao devido respeito e conside- corretamente. CAPÍTULO XII
ração pelos correicionados. DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 31. A obrigação de formação contí-
CAPÍTULO VIII nua dos magistrados estende-se tanto às
PRUDÊNCIA matérias especificamente jurídicas quan- Art. 40. Os preceitos do presente Código
to no que se refere aos conhecimentos e complementam os deveres funcionais dos
Art. 24. O magistrado prudente é o que técnicas que possam favorecer o melhor juízes que emanam da Constituição Federal,
busca adotar comportamentos e decisões cumprimento das funções judiciais. do Estatuto da Magistratura e das demais
que sejam o resultado de juízo justificado disposições legais.
Art. 32. O conhecimento e a capacitação
racionalmente, após haver meditado e va- dos magistrados adquirem uma intensi- Art. 41. Os Tribunais brasileiros, por
lorado os argumentos e contra-argumentos dade especial no que se relaciona com ocasião da posse de todo Juiz, entregar-
disponíveis, à luz do Direito aplicável. as matérias, as técnicas e as atitudes que -lhe-ão um exemplar do Código de Ética
Art. 25. Especialmente ao proferir de- levem à máxima proteção dos direitos hu- da Magistratura Nacional, para fiel obser-
cisões, incumbe ao magistrado atuar de manos e ao desenvolvimento dos valores vância durante todo o tempo de exercício
forma cautelosa, atento às consequências constitucionais. da judicatura.
que pode provocar. Art. 33. O magistrado deve facilitar e pro- Art. 42. Este Código entra em vigor, em
Art. 26. O magistrado deve manter atitude mover, na medida do possível, a formação todo o território nacional, na data de sua
aberta e paciente para receber argumen- dos outros membros do órgão judicial. publicação, cabendo ao Conselho Nacional
tos ou críticas lançados de forma cortês e Art. 34. O magistrado deve manter uma de Justiça promover-lhe ampla divulgação.
respeitosa, podendo confirmar ou retificar atitude de colaboração ativa em todas Brasília, 26 de agosto de 2008.
posições anteriormente assumidas nos pro- as atividades que conduzem à formação (Publicado no DJ, páginas 1 e 2, do dia 18
cessos em que atua. judicial. de setembro de 2008)

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legislação complementar Art. 1º

LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996

Estabelece as diretrizes e bases da educação na- TÍTULO III constituída e, ainda, o Ministério Público,
cional. DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO acionar o poder público para exigi-lo. (Re-
O Presidente da República DEVER DE EDUCAR dação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
Faço saber que o Congresso Nacional de- § 1º O poder público, na esfera de sua
creta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 4º O dever do Estado com educação competência federativa, deverá: (Redação
escolar pública será efetivado mediante dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
a garantia de: I - recensear anualmente as crianças e
TÍTULO I adolescentes em idade escolar, bem como
I - educação básica obrigatória e gratuita
DA EDUCAÇÃO dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de os jovens e adultos que não concluíram a
idade, organizada da seguinte forma: (Re- educação básica; (Redação dada pela Lei
Art. 1º A educação abrange os processos dação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) nº 12.796, de 2013)
formativos que se desenvolvem na vida fa- II - fazer-lhes a chamada pública;
a) pré-escola; (Incluído pela Lei nº 12.796,
miliar, na convivência humana, no trabalho, III - zelar, junto aos pais ou responsáveis,
de 2013)
nas instituições de ensino e pesquisa, nos pela freqüência à escola.
b) ensino fundamental; (Incluído pela Lei
movimentos sociais e organizações da so- nº 12.796, de 2013) § 2º Em todas as esferas administrativas, o
ciedade civil e nas manifestações culturais. c) ensino médio; (Incluído pela Lei nº 12.796, Poder Público assegurará em primeiro lugar
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, de 2013) o acesso ao ensino obrigatório, nos termos
que se desenvolve, predominantemen- II - educação infantil gratuita às crianças deste artigo, contemplando em seguida os
te, por meio do ensino, em instituições de até 5 (cinco) anos de idade; (Redação demais níveis e modalidades de ensino,
próprias. dada pela Lei nº 12.796, de 2013) conforme as prioridades constitucionais
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se III - atendimento educacional espe- e legais.
ao mundo do trabalho e à prática social. cializado gratuito aos educandos com § 3º Qualquer das partes mencionadas no
deficiência, transtornos globais do de- caput deste artigo tem legitimidade para
TÍTULO II senvolvimento e altas habilidades ou su- peticionar no Poder Judiciário, na hipótese
DOS PRINCÍPIOS E FINS DA perdotação, transversal a todos os níveis, do § 2º do art. 208 da Constituição Federal,
etapas e modalidades, preferencialmente sendo gratuita e de rito sumário a ação
EDUCAÇÃO NACIONAL
na rede regular de ensino; (Redação dada judicial correspondente.
pela Lei nº 12.796, de 2013) § 4º Comprovada a negligência da autori-
Art. 2º A educação, dever da família e do dade competente para garantir o ofereci-
Estado, inspirada nos princípios de liberda- IV - acesso público e gratuito aos ensinos
fundamental e médio para todos os que mento do ensino obrigatório, poderá ela ser
de e nos ideais de solidariedade humana, imputada por crime de responsabilidade.
tem por finalidade o pleno desenvolvi- não os concluíram na idade própria; (Re-
dação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) § 5º Para garantir o cumprimento da obriga-
mento do educando, seu preparo para o toriedade de ensino, o Poder Público criará
exercício da cidadania e sua qualificação V - acesso aos níveis mais elevados do
formas alternativas de acesso aos diferentes
para o trabalho. ensino, da pesquisa e da criação artística,
níveis de ensino, independentemente da
segundo a capacidade de cada um; escolarização anterior.
Art. 3º O ensino será ministrado com base VI - oferta de ensino noturno regular, ade-
nos seguintes princípios: quado às condições do educando; Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis
I - igualdade de condições para o acesso e efetuar a matrícula das crianças na educa-
VII - oferta de educação escolar regular ção básica a partir dos 4 (quatro) anos de
permanência na escola; para jovens e adultos, com características idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796,
II - liberdade de aprender, ensinar, pesqui- e modalidades adequadas às suas neces- de 2013)
sar e divulgar a cultura, o pensamento, a sidades e disponibilidades, garantindo-se
arte e o saber; aos que forem trabalhadores as condições Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada,
de acesso e permanência na escola; atendidas as seguintes condições:
III - pluralismo de idéias e de concepções
I - cumprimento das normas gerais da
pedagógicas; VIII - atendimento ao educando, em todas
educação nacional e do respectivo siste-
IV - respeito à liberdade e apreço à tole- as etapas da educação básica, por meio
ma de ensino;
rância; de programas suplementares de material
didático-escolar, transporte, alimentação II - autorização de funcionamento e ava-
V - coexistência de instituições públicas e e assistência à saúde; (Redação dada pela liação de qualidade pelo Poder Público;
privadas de ensino; Lei nº 12.796, de 2013) III - capacidade de autofinanciamento,
VI - gratuidade do ensino público em esta- ressalvado o previsto no art. 213 da Cons-
IX - padrões mínimos de qualidade de en-
belecimentos oficiais; tituição Federal.
sino, definidos como a variedade e quan-
VII - valorização do profissional da educa- tidade mínimas, por aluno, de insumos
ção escolar; indispensáveis ao desenvolvimento do TÍTULO IV
processo de ensino-aprendizagem. DA ORGANIZAÇÃO DA
VIII - gestão democrática do ensino públi- EDUCAÇÃO NACIONAL
co, na forma desta Lei e da legislação dos X - vaga na escola pública de educação
sistemas de ensino; infantil ou de ensino fundamental mais
próxima de sua residência a toda criança a
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito
IX - garantia de padrão de qualidade; Federal e os Municípios organizarão, em
partir do dia em que completar 4 (quatro)
X - valorização da experiência extra-es- regime de colaboração, os respectivos
anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700,
colar; sistemas de ensino.
de 2008).
§ 1º Caberá à União a coordenação da
XI - vinculação entre a educação escolar, o
Art. 5º O acesso à educação básica obriga- política nacional de educação, articulan-
trabalho e as práticas sociais. tória é direito público subjetivo, podendo do os diferentes níveis e sistemas e exer-
XII - consideração com a diversidade qualquer cidadão, grupo de cidadãos, as- cendo função normativa, redistributiva e
étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, sociação comunitária, organização sindical, supletiva em relação às demais instâncias
de 2013) entidade de classe ou outra legalmente educacionais.

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Art. 9º legislação complementar
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade ser atendida e os recursos financeiros dis- VI - articular-se com as famílias e a comu-
de organização nos termos desta Lei. poníveis em cada uma dessas esferas do nidade, criando processos de integração
Art. 9º A União incumbir-se-á de: Poder Público; da sociedade com a escola;
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, III - elaborar e executar políticas e planos VII - informar pai e mãe, conviventes ou
em colaboração com os Estados, o Distrito educacionais, em consonância com as di- não com seus filhos, e, se for o caso, os
Federal e os Municípios; retrizes e planos nacionais de educação, responsáveis legais, sobre a frequência e
II - organizar, manter e desenvolver os integrando e coordenando as suas ações rendimento dos alunos, bem como sobre
órgãos e instituições oficiais do sistema e as dos seus Municípios; a execução da proposta pedagógica da
federal de ensino e o dos Territórios; IV - autorizar, reconhecer, credenciar, su- escola; (Redação dada pela Lei nº 12.013,
III - prestar assistência técnica e financeira pervisionar e avaliar, respectivamente, os de 2009)
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu- cursos das instituições de educação supe- VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Mu-
nicípios para o desenvolvimento de seus rior e os estabelecimentos do seu sistema nicípio, ao juiz competente da Comarca e
sistemas de ensino e o atendimento prio- de ensino; ao respectivo representante do Ministério
ritário à escolaridade obrigatória, exercen- V - baixar normas complementares para o Público a relação dos alunos que apre-
do sua função redistributiva e supletiva; seu sistema de ensino; sentem quantidade de faltas acima de
IV - estabelecer, em colaboração com os VI - assegurar o ensino fundamental e cinqüenta por cento do percentual per-
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, oferecer, com prioridade, o ensino médio mitido em lei. (Incluído pela Lei nº 10.287,
competências e diretrizes para a educação a todos que o demandarem, respeitado de 2001)
infantil, o ensino fundamental e o ensino o disposto no art. 38 desta Lei; (Redação
médio, que nortearão os currículos e seus dada pela Lei nº 12.061, de 2009)
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
conteúdos mínimos, de modo a assegurar I - participar da elaboração da proposta
VII - assumir o transporte escolar dos alu- pedagógica do estabelecimento de ensi-
formação básica comum; nos da rede estadual. (Incluído pela Lei nº
IV-A - estabelecer, em colaboração com os no;
10.709, de 31.7.2003)
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, II - elaborar e cumprir plano de trabalho,
Parágrafo único. Ao Distrito Federal segundo a proposta pedagógica do esta-
diretrizes e procedimentos para identifi-
aplicar-se-ão as competências referentes belecimento de ensino;
cação, cadastramento e atendimento, na
aos Estados e aos Municípios.
educação básica e na educação superior, III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
de alunos com altas habilidades ou super- Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: IV - estabelecer estratégias de recupera-
dotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de I - organizar, manter e desenvolver os
ção para os alunos de menor rendimento;
2015) órgãos e instituições oficiais dos seus sis-
temas de ensino, integrando-os às políti- V - ministrar os dias letivos e horas-aula
V - coletar, analisar e disseminar informa-
cas e planos educacionais da União e dos estabelecidos, além de participar integral-
ções sobre a educação;
Estados; mente dos períodos dedicados ao plane-
VI - assegurar processo nacional de ava- jamento, à avaliação e ao desenvolvimen-
liação do rendimento escolar no ensino II - exercer ação redistributiva em relação
to profissional;
fundamental, médio e superior, em cola- às suas escolas;
boração com os sistemas de ensino, ob- VI - colaborar com as atividades de articu-
III - baixar normas complementares para o
jetivando a definição de prioridades e a seu sistema de ensino; lação da escola com as famílias e a comu-
melhoria da qualidade do ensino; nidade.
IV - autorizar, credenciar e supervisionar
VII - baixar normas gerais sobre cursos de os estabelecimentos do seu sistema de Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as
graduação e pós-graduação; ensino; normas da gestão democrática do ensino
VIII - assegurar processo nacional de ava- V - oferecer a educação infantil em cre- público na educação básica, de acordo
liação das instituições de educação supe- ches e pré-escolas, e, com prioridade, o com as suas peculiaridades e conforme os
rior, com a cooperação dos sistemas que ensino fundamental, permitida a atua- seguintes princípios:
tiverem responsabilidade sobre este nível ção em outros níveis de ensino somente I - participação dos profissionais da edu-
de ensino; quando estiverem atendidas plenamente cação na elaboração do projeto pedagó-
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, su- as necessidades de sua área de competên- gico da escola;
pervisionar e avaliar, respectivamente, os cia e com recursos acima dos percentuais II - participação das comunidades escolar
cursos das instituições de educação supe- mínimos vinculados pela Constituição e local em conselhos escolares ou equiva-
rior e os estabelecimentos do seu sistema Federal à manutenção e desenvolvimento lentes.
de ensino. do ensino.
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um VI - assumir o transporte escolar dos alu-
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão
Conselho Nacional de Educação, com fun- às unidades escolares públicas de educação
nos da rede municipal. (Incluído pela Lei
ções normativas e de supervisão e atividade nº 10.709, de 31.7.2003) básica que os integram progressivos graus
permanente, criado por lei. de autonomia pedagógica e administrativa
Parágrafo único. Os Municípios poderão e de gestão financeira, observadas as nor-
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos optar, ainda, por se integrar ao sistema
incisos V a IX, a União terá acesso a todos os mas gerais de direito financeiro público.
estadual de ensino ou compor com ele um
dados e informações necessários de todos sistema único de educação básica. Art. 16. O sistema federal de ensino com-
os estabelecimentos e órgãos educacionais. preende:
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, I - as instituições de ensino mantidas pela
poderão ser delegadas aos Estados e ao respeitadas as normas comuns e as do seu
União;
Distrito Federal, desde que mantenham sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta peda- II - as instituições de educação superior
instituições de educação superior. criadas e mantidas pela iniciativa privada;
gógica;
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: III - os órgãos federais de educação.
II - administrar seu pessoal e seus recursos
I - organizar, manter e desenvolver os ór-
materiais e financeiros; Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados
gãos e instituições oficiais dos seus siste-
mas de ensino; III - assegurar o cumprimento dos dias leti- e do Distrito Federal compreendem:
II - definir, com os Municípios, formas vos e horas-aula estabelecidas; I - as instituições de ensino mantidas, res-
de colaboração na oferta do ensino fun- IV - velar pelo cumprimento do plano de pectivamente, pelo Poder Público estadu-
damental, as quais devem assegurar a trabalho de cada docente; al e pelo Distrito Federal;
distribuição proporcional das responsa- V - prover meios para a recuperação dos II - as instituições de educação superior
bilidades, de acordo com a população a alunos de menor rendimento; mantidas pelo Poder Público municipal;

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legislação complementar Art. 18
III - as instituições de ensino fundamental CAPÍTULO II a) avaliação contínua e cumulativa do de-
e médio criadas e mantidas pela iniciativa DA EDUCAÇÃO BÁSICA sempenho do aluno, com prevalência dos
privada; aspectos qualitativos sobre os quantitativos
IV - os órgãos de educação estaduais e do e dos resultados ao longo do período sobre
SEÇÃO I
os de eventuais provas finais;
Distrito Federal, respectivamente. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
b) possibilidade de aceleração de estudos
Parágrafo único. No Distrito Federal, as para alunos com atraso escolar;
instituições de educação infantil, criadas e Art. 22. A educação básica tem por
c) possibilidade de avanço nos cursos e
mantidas pela iniciativa privada, integram finalidades desenvolver o educando, asse-
nas séries mediante verificação do apren-
gurar-lhe a formação comum indispensável
seu sistema de ensino. dizado;
para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino meios para progredir no trabalho e em d) aproveitamento de estudos concluídos
compreendem: estudos posteriores. com êxito;
I - as instituições do ensino fundamental, e) obrigatoriedade de estudos de recupe-
Art. 23. A educação básica poderá ração, de preferência paralelos ao período
médio e de educação infantil mantidas organizar-se em séries anuais, períodos letivo, para os casos de baixo rendimento
pelo Poder Público municipal; semestrais, ciclos, alternância regular de escolar, a serem disciplinados pelas ins-
II - as instituições de educação infantil períodos de estudos, grupos não-seriados, tituições de ensino em seus regimentos;
criadas e mantidas pela iniciativa privada; com base na idade, na competência e em VI - o controle de frequência fica a cargo
III – os órgãos municipais de educação. outros critérios, ou por forma diversa de da escola, conforme o disposto no seu
organização, sempre que o interesse do regimento e nas normas do respectivo sis-
Art. 19. As instituições de ensino dos di- processo de aprendizagem assim o reco- tema de ensino, exigida a frequência míni-
ferentes níveis classificam-se nas seguintes mendar. ma de setenta e cinco por cento do total
categorias administrativas: (Regulamento) § 1º A escola poderá reclassificar os alunos, de horas letivas para aprovação;
(Regulamento) inclusive quando se tratar de transferências VII - cabe a cada instituição de ensino
I - públicas, assim entendidas as criadas ou entre estabelecimentos situados no País e expedir históricos escolares, declarações
incorporadas, mantidas e administradas no exterior, tendo como base as normas de conclusão de série e diplomas ou cer-
pelo Poder Público; curriculares gerais. tificados de conclusão de cursos, com as
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se especificações cabíveis.
II - privadas, assim entendidas as mantidas
às peculiaridades locais, inclusive climáti-
e administradas por pessoas físicas ou jurí- § 1º A carga horária mínima anual de que
cas e econômicas, a critério do respectivo
dicas de direito privado. trata o inciso I do caput deverá ser ampliada
sistema de ensino, sem com isso reduzir o de forma progressiva, no ensino médio,
Art. 20. As instituições privadas de ensino número de horas letivas previsto nesta Lei. para mil e quatrocentas horas, devendo
se enquadrarão nas seguintes categorias: Art. 24. A educação básica, nos níveis os sistemas de ensino oferecer, no prazo
I - particulares em sentido estrito, assim fundamental e médio, será organizada de máximo de cinco anos, pelo menos mil
entendidas as que são instituídas e man- acordo com as seguintes regras comuns: horas anuais de carga horária, a partir de
tidas por uma ou mais pessoas físicas I - a carga horária mínima anual será de 2 de março de 2017. (Incluído pela Lei nº
ou jurídicas de direito privado que não oitocentas horas para o ensino fundamen- 13.415, de 2017)
apresentem as características dos incisos tal e para o ensino médio, distribuídas por § 2o Os sistemas de ensino disporão sobre
abaixo; um mínimo de duzentos dias de efetivo a oferta de educação de jovens e adultos
trabalho escolar, excluído o tempo reser- e de ensino noturno regular, adequado
II - comunitárias, assim entendidas as que vado aos exames finais, quando houver;
são instituídas por grupos de pessoas físi- às condições do educando, conforme o
(Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) inciso VI do art. 4º. (Incluído pela Lei nº
cas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, II - a classificação em qualquer série ou 13.415, de 2017)
inclusive cooperativas educacionais, sem etapa, exceto a primeira do ensino funda-
fins lucrativos, que incluam na sua entida- Art. 25. Será objetivo permanente das
mental, pode ser feita:
de mantenedora representantes da comu- autoridades responsáveis alcançar relação
a) por promoção, para alunos que cursa- adequada entre o número de alunos e o
nidade; (Redação dada pela Lei nº 12.020, ram, com aproveitamento, a série ou fase professor, a carga horária e as condições
de 2009) anterior, na própria escola; materiais do estabelecimento.
III - confessionais, assim entendidas as b) por transferência, para candidatos pro- Parágrafo único. Cabe ao respectivo
que são instituídas por grupos de pessoas cedentes de outras escolas; sistema de ensino, à vista das condições
físicas ou por uma ou mais pessoas jurídi- c) independentemente de escolarização disponíveis e das características regionais
cas que atendem a orientação confessio- anterior, mediante avaliação feita pela es- e locais, estabelecer parâmetro para aten-
nal e ideologia específicas e ao disposto cola, que defina o grau de desenvolvimento dimento do disposto neste artigo.
no inciso anterior; e experiência do candidato e permita sua Art. 26. Os currículos da educação infantil,
IV - filantrópicas, na forma da lei. inscrição na série ou etapa adequada, do ensino fundamental e do ensino médio
conforme regulamentação do respectivo devem ter base nacional comum, a ser com-
sistema de ensino; plementada, em cada sistema de ensino e
TÍTULO V III - nos estabelecimentos que adotam a em cada estabelecimento escolar, por uma
DOS NÍVEIS E DAS MODALIDADES progressão regular por série, o regimento parte diversificada, exigida pelas caracte-
DE EDUCAÇÃO E ENSINO escolar pode admitir formas de progres- rísticas regionais e locais da sociedade, da
são parcial, desde que preservada a sequ- cultura, da economia e dos educandos.
ência do currículo, observadas as normas (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
CAPÍTULO I do respectivo sistema de ensino;
DA COMPOSIÇÃO DOS § 1º Os currículos a que se refere o caput
IV - poderão organizar-se classes, ou tur- devem abranger, obrigatoriamente, o estu-
NÍVEIS ESCOLARES mas, com alunos de séries distintas, com do da língua portuguesa e da matemática,
níveis equivalentes de adiantamento na o conhecimento do mundo físico e natural e
Art. 21. A educação escolar compõe-se de: matéria, para o ensino de línguas estran- da realidade social e política, especialmente
I - educação básica, formada pela educa- geiras, artes, ou outros componentes cur- do Brasil.
ção infantil, ensino fundamental e ensino riculares; § 2º O ensino da arte, especialmente em
médio; V - a verificação do rendimento escolar suas expressões regionais, constituirá com-
II - educação superior. observará os seguintes critérios: ponente curricular obrigatório da educação

5
Art. 26-A legislação complementar
básica. (Redação dada pela Lei nº 13.415, indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, I - creches, ou entidades equivalentes, pa-
de 2017) de 2008). ra crianças de até três anos de idade;
§ 3º A educação física, integrada à proposta § 1º O conteúdo programático a que se II - pré-escolas, para as crianças de 4 (qua-
pedagógica da escola, é componente curri- refere este artigo incluirá diversos aspectos tro) a 5 (cinco) anos de idade. (Redação
cular obrigatório da educação básica, sendo da história e da cultura que caracterizam a dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
sua prática facultativa ao aluno: (Redação formação da população brasileira, a partir
dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) desses dois grupos étnicos, tais como o Art. 31. A educação infantil será organi-
I – que cumpra jornada de trabalho igual estudo da história da África e dos africanos, zada de acordo com as seguintes regras
ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei a luta dos negros e dos povos indígenas comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796,
nº 10.793, de 1º.12.2003) no Brasil, a cultura negra e indígena bra- de 2013)
sileira e o negro e o índio na formação da I - avaliação mediante acompanhamento
II – maior de trinta anos de idade; (Incluído
sociedade nacional, resgatando as suas e registro do desenvolvimento das crian-
pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
contribuições nas áreas social, econômica ças, sem o objetivo de promoção, mesmo
III – que estiver prestando serviço militar para o acesso ao ensino fundamental; (In-
inicial ou que, em situação similar, estiver e política, pertinentes à história do Brasil.
(Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). cluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
obrigado à prática da educação física; (In-
cluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) § 2º Os conteúdos referentes à história e II - carga horária mínima anual de 800
cultura afro-brasileira e dos povos indíge- (oitocentas) horas, distribuída por um mí-
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, nimo de 200 (duzentos) dias de trabalho
nas brasileiros serão ministrados no âmbito
de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela
de todo o currículo escolar, em especial nas educacional; (Incluído pela Lei nº 12.796,
Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
áreas de educação artística e de literatura de 2013)
V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, e história brasileiras. (Redação dada pela III - atendimento à criança de, no mínimo,
de 1º.12.2003) Lei nº 11.645, de 2008). 4 (quatro) horas diárias para o turno par-
VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº cial e de 7 (sete) horas para a jornada inte-
Art. 27. Os conteúdos curriculares da
10.793, de 1º.12.2003) gral; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
educação básica observarão, ainda, as se-
§ 4º O ensino da História do Brasil levará guintes diretrizes: IV - controle de frequência pela institui-
em conta as contribuições das diferentes I - a difusão de valores fundamentais ao ção de educação pré-escolar, exigida a
culturas e etnias para a formação do povo interesse social, aos direitos e deveres dos frequência mínima de 60% (sessenta por
brasileiro, especialmente das matrizes in- cidadãos, de respeito ao bem comum e à cento) do total de horas; (Incluído pela Lei
dígena, africana e europeia. ordem democrática; nº 12.796, de 2013)
§ 5º No currículo do ensino fundamental, a II - consideração das condições de esco- V - expedição de documentação que per-
partir do sexto ano, será ofertada a língua laridade dos alunos em cada estabeleci- mita atestar os processos de desenvolvi-
inglesa. (Redação dada pela Lei nº 13.415, mento; mento e aprendizagem da criança. (Incluí-
de 2017) III - orientação para o trabalho; do pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 6º As artes visuais, a dança, a música e o
IV - promoção do desporto educacional e
teatro são as linguagens que constituirão SEÇÃO III
apoio às práticas desportivas não-formais.
o componente curricular de que trata o § DO ENSINO FUNDAMENTAL
2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº Art. 28. Na oferta de educação básica para
13.278, de 2016) a população rural, os sistemas de ensino Art. 32. O ensino fundamental obrigató-
§ 7º A integralização curricular poderá promoverão as adaptações necessárias à rio, com duração de 9 (nove) anos, gratuito
incluir, a critério dos sistemas de ensino, sua adequação às peculiaridades da vida na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis)
projetos e pesquisas envolvendo os temas rural e de cada região, especialmente: anos de idade, terá por objetivo a formação
transversais de que trata o caput. (Redação I - conteúdos curriculares e metodologias
básica do cidadão, mediante: (Redação
dada pela Lei nº 13.415, de 2017) apropriadas às reais necessidades e inte-
dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
§ 8º A exibição de filmes de produção resses dos alunos da zona rural;
I - o desenvolvimento da capacidade de
nacional constituirá componente curricu- II - organização escolar própria, incluindo aprender, tendo como meios básicos o
lar complementar integrado à proposta adequação do calendário escolar às fases pleno domínio da leitura, da escrita e do
pedagógica da escola, sendo a sua exibição do ciclo agrícola e às condições climáticas; cálculo;
obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas III - adequação à natureza do trabalho na II - a compreensão do ambiente natural e
mensais. (Incluído pela Lei nº 13.006, de zona rural. social, do sistema político, da tecnologia,
2014) Parágrafo único. O fechamento de es- das artes e dos valores em que se funda-
§ 9º Conteúdos relativos aos direitos hu- colas do campo, indígenas e quilombolas menta a sociedade;
manos e à prevenção de todas as formas de será precedido de manifestação do órgão
violência contra a criança e o adolescente III - o desenvolvimento da capacidade de
normativo do respectivo sistema de ensino, aprendizagem, tendo em vista a aquisição
serão incluídos, como temas transversais, que considerará a justificativa apresentada
nos currículos escolares de que trata o caput de conhecimentos e habilidades e a for-
pela Secretaria de Educação, a análise do mação de atitudes e valores;
deste artigo, tendo como diretriz a Lei nº diagnóstico do impacto da ação e a mani-
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto IV - o fortalecimento dos vínculos de famí-
festação da comunidade escolar. (Incluído
da Criança e do Adolescente), observa- pela Lei nº 12.960, de 2014) lia, dos laços de solidariedade humana e
da a produção e distribuição de material de tolerância recíproca em que se assenta
didático adequado. (Incluído pela Lei nº SEÇÃO II a vida social.
13.010, de 2014) DA EDUCAÇÃO INFANTIL § 1º É facultado aos sistemas de ensino
§ 10. A inclusão de novos componentes desdobrar o ensino fundamental em ciclos.
curriculares de caráter obrigatório na Base Art. 29. A educação infantil, primeira § 2º Os estabelecimentos que utilizam pro-
Nacional Comum Curricular dependerá etapa da educação básica, tem como fi- gressão regular por série podem adotar no
de aprovação do Conselho Nacional de nalidade o desenvolvimento integral da ensino fundamental o regime de progres-
Educação e de homologação pelo Ministro criança de até 5 (cinco) anos, em seus são continuada, sem prejuízo da avaliação
de Estado da Educação. (Incluído pela Lei aspectos físico, psicológico, intelectual e do processo de ensino-aprendizagem, ob-
nº 13.415, de 2017) social, complementando a ação da família servadas as normas do respectivo sistema
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de e da comunidade. (Redação dada pela Lei de ensino.
ensino fundamental e de ensino médio, nº 12.796, de 2013) § 3º O ensino fundamental regular será mi-
públicos e privados, torna-se obrigatório o Art. 30. A educação infantil será ofere- nistrado em língua portuguesa, assegurada
estudo da história e cultura afro-brasileira e cida em: às comunidades indígenas a utilização de

6
legislação complementar Art. 33
suas línguas maternas e processos próprios IV - a compreensão dos fundamentos do ensino médio o educando demonstre:
de aprendizagem. científico-tecnológicos dos processos (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 4º O ensino fundamental será presen- produtivos, relacionando a teoria com a I - domínio dos princípios científicos e tec-
cial, sendo o ensino a distância utilizado prática, no ensino de cada disciplina. nológicos que presidem a produção mo-
como complementação da aprendizagem derna; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
ou em situações emergenciais.
Art. 35-A. A Base Nacional Comum
Curricular definirá direitos e objetivos de II - conhecimento das formas contempo-
§ 5º O currículo do ensino fundamental aprendizagem do ensino médio, conforme râneas de linguagem. (Incluído pela Lei nº
incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que 13.415, de 2017)
diretrizes do Conselho Nacional de Educa-
trate dos direitos das crianças e dos ado- ção, nas seguintes áreas do conhecimento: Art. 36. O currículo do ensino médio se-
lescentes, tendo como diretriz a Lei nº (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) rá composto pela Base Nacional Comum
8.069, de 13 de julho de 1990, que institui I - linguagens e suas tecnologias; (Incluído Curricular e por itinerários formativos, que
o Estatuto da Criança e do Adolescente, pela Lei nº 13.415, de 2017) deverão ser organizados por meio da oferta
observada a produção e distribuição de de diferentes arranjos curriculares, con-
II - matemática e suas tecnologias; (Incluí-
material didático adequado. (Incluído pela forme a relevância para o contexto local
do pela Lei nº 13.415, de 2017)
Lei nº 11.525, de 2007). e a possibilidade dos sistemas de ensino,
III - ciências da natureza e suas tecnolo-
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais a saber: (Redação dada pela Lei nº 13.415,
gias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
será incluído como tema transversal nos de 2017)
currículos do ensino fundamental. (Inclu- IV - ciências humanas e sociais aplicadas.
I - linguagens e suas tecnologias; (Redação
ído pela Lei nº 12.472, de 2011). (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 1º A parte diversificada dos currículos II - matemática e suas tecnologias; (Reda-
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula de que trata o caput do art. 26, definida
facultativa, é parte integrante da formação ção dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
em cada sistema de ensino, deverá estar
básica do cidadão e constitui disciplina III - ciências da natureza e suas tecnolo-
harmonizada à Base Nacional Comum Cur-
dos horários normais das escolas públi- gias; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de
ricular e ser articulada a partir do contexto
cas de ensino fundamental, assegurado 2017)
histórico, econômico, social, ambiental e
o respeito à diversidade cultural religiosa cultural. (Incluído pela Lei nº 13.415, de IV - ciências humanas e sociais aplicadas;
do Brasil, vedadas quaisquer formas de 2017) (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
proselitismo. (Redação dada pela Lei nº V - formação técnica e profissional. (Inclu-
§ 2º A Base Nacional Comum Curricular
9.475, de 22.7.1997) ído pela Lei nº 13.415, de 2017)
referente ao ensino médio incluirá obriga-
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão toriamente estudos e práticas de educação § 1º A organização das áreas de que trata o
os procedimentos para a definição dos con- física, arte, sociologia e filosofia. (Incluído caput e das respectivas competências e ha-
teúdos do ensino religioso e estabelecerão pela Lei nº 13.415, de 2017) bilidades será feita de acordo com critérios
as normas para a habilitação e admissão estabelecidos em cada sistema de ensino.
§ 3º O ensino da língua portuguesa e da
dos professores. (Incluído pela Lei nº 9.475, (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
matemática será obrigatório nos três anos
de 22.7.1997) I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
do ensino médio, assegurada às comuni-
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade dades indígenas, também, a utilização das 13.415, de 2017)
civil, constituída pelas diferentes deno- respectivas línguas maternas. (Incluído pela II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
minações religiosas, para a definição dos Lei nº 13.415, de 2017) 13.415, de 2017)
conteúdos do ensino religioso. (Incluído III – (revogado). (Redação dada pela Lei nº
§ 4º Os currículos do ensino médio inclui-
pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997) 11.684, de 2008)
rão, obrigatoriamente, o estudo da língua
Art. 34. A jornada escolar no ensino fun- inglesa e poderão ofertar outras línguas § 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
damental incluirá pelo menos quatro horas estrangeiras, em caráter optativo, prefe- § 3º A critério dos sistemas de ensino,
de trabalho efetivo em sala de aula, sendo rencialmente o espanhol, de acordo com a poderá ser composto itinerário formativo
progressivamente ampliado o período de disponibilidade de oferta, locais e horários integrado, que se traduz na composição de
permanência na escola. definidos pelos sistemas de ensino. (Inclu- componentes curriculares da Base Nacional
§ 1º São ressalvados os casos do ensino ído pela Lei nº 13.415, de 2017) Comum Curricular - BNCC e dos itinerários
noturno e das formas alternativas de or- § 5º A carga horária destinada ao cumpri- formativos, considerando os incisos I a V do
ganização autorizadas nesta Lei. mento da Base Nacional Comum Curricular caput. (Redação dada pela Lei nº 13.415,
§ 2º O ensino fundamental será ministrado não poderá ser superior a mil e oitocentas de 2017)
progressivamente em tempo integral, a horas do total da carga horária do ensino § 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
critério dos sistemas de ensino. médio, de acordo com a definição dos § 5º Os sistemas de ensino, mediante dispo-
sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº nibilidade de vagas na rede, possibilitarão
SEÇÃO IV 13.415, de 2017) ao aluno concluinte do ensino médio cursar
DO ENSINO MÉDIO § 6º A União estabelecerá os padrões de mais um itinerário formativo de que trata o
desempenho esperados para o ensino mé- caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Art. 35. O ensino médio, etapa final da dio, que serão referência nos processos § 6º A critério dos sistemas de ensino, a
educação básica, com duração mínima de nacionais de avaliação, a partir da Base oferta de formação com ênfase técnica e
três anos, terá como finalidades: Nacional Comum Curricular. (Incluído pela profissional considerará: (Incluído pela Lei
I - a consolidação e o aprofundamento Lei nº 13.415, de 2017) nº 13.415, de 2017)
dos conhecimentos adquiridos no ensino § 7º Os currículos do ensino médio deverão I - a inclusão de vivências práticas de tra-
fundamental, possibilitando o prossegui- considerar a formação integral do aluno, balho no setor produtivo ou em ambien-
mento de estudos; de maneira a adotar um trabalho voltado tes de simulação, estabelecendo parcerias
II - a preparação básica para o trabalho e para a construção de seu projeto de vida e fazendo uso, quando aplicável, de ins-
a cidadania do educando, para continuar e para sua formação nos aspectos físicos, trumentos estabelecidos pela legislação
aprendendo, de modo a ser capaz de se cognitivos e socioemocionais. (Incluído sobre aprendizagem profissional; (Incluí-
adaptar com flexibilidade a novas condi- pela Lei nº 13.415, de 2017) do pela Lei nº 13.415, de 2017)
ções de ocupação ou aperfeiçoamento § 8º Os conteúdos, as metodologias e as II - a possibilidade de concessão de cer-
posteriores; formas de avaliação processual e formativa tificados intermediários de qualificação
III - o aprimoramento do educando como serão organizados nas redes de ensino por para o trabalho, quando a formação for
pessoa humana, incluindo a formação meio de atividades teóricas e práticas, pro- estruturada e organizada em etapas com
ética e o desenvolvimento da autonomia vas orais e escritas, seminários, projetos e terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415,
intelectual e do pensamento crítico; atividades on-line, de tal forma que ao final de 2017)

7
Art. 36-A legislação complementar
§ 7º A oferta de formações experimentais Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na nacional e habilitarão ao prosseguimento
relacionadas ao inciso V do caput, em áreas Seção IV deste Capítulo, o ensino médio, de estudos na educação superior. (Incluído
que não constem do Catálogo Nacional atendida a formação geral do educando, pela Lei nº 11.741, de 2008)
dos Cursos Técnicos, dependerá, para sua poderá prepará-lo para o exercício de Parágrafo único. Os cursos de educação
continuidade, do reconhecimento pelo profissões técnicas. (Incluído pela Lei nº profissional técnica de nível médio, nas for-
respectivo Conselho Estadual de Educação, 11.741, de 2008) mas articulada concomitante e subseqüen-
no prazo de três anos, e da inserção no Parágrafo único. A preparação geral para te, quando estruturados e organizados em
Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no o trabalho e, facultativamente, a habilitação etapas com terminalidade, possibilitarão a
prazo de cinco anos, contados da data de profissional poderão ser desenvolvidas obtenção de certificados de qualificação
oferta inicial da formação. (Incluído pela nos próprios estabelecimentos de ensino para o trabalho após a conclusão, com apro-
Lei nº 13.415, de 2017) médio ou em cooperação com instituições veitamento, de cada etapa que caracterize
§ 8º A oferta de formação técnica e profis- especializadas em educação profissional. uma qualificação para o trabalho. (Incluído
sional a que se refere o inciso V do caput, (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) pela Lei nº 11.741, de 2008)
realizada na própria instituição ou em Art. 36-B. A educação profissional técnica
parceria com outras instituições, deverá SEÇÃO V
de nível médio será desenvolvida nas se- DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ser aprovada previamente pelo Conselho guintes formas: (Incluído pela Lei nº 11.741,
Estadual de Educação, homologada pelo de 2008)
Secretário Estadual de Educação e certi- Art. 37. A educação de jovens e adultos
I - articulada com o ensino médio; (Incluí- será destinada àqueles que não tiveram
ficada pelos sistemas de ensino. (Incluído do pela Lei nº 11.741, de 2008)
pela Lei nº 13.415, de 2017) acesso ou continuidade de estudos no ensi-
II - subsequente, em cursos destinados a no fundamental e médio na idade própria.
§ 9º As instituições de ensino emitirão
quem já tenha concluído o ensino médio. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão
certificado com validade nacional, que
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) gratuitamente aos jovens e aos adultos, que
habilitará o concluinte do ensino médio
ao prosseguimento dos estudos em nível Parágrafo único. A educação profissional não puderam efetuar os estudos na idade
superior ou em outros cursos ou formações técnica de nível médio deverá observar: regular, oportunidades educacionais apro-
para os quais a conclusão do ensino médio (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) priadas, consideradas as características do
seja etapa obrigatória. (Incluído pela Lei nº I - os objetivos e definições contidos nas alunado, seus interesses, condições de vida
13.415, de 2017) diretrizes curriculares nacionais estabele- e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 10. Além das formas de organização pre- cidas pelo Conselho Nacional de Educa- § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará
vistas no art. 23, o ensino médio poderá ser ção; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) o acesso e a permanência do trabalhador
organizado em módulos e adotar o sistema II - as normas complementares dos res- na escola, mediante ações integradas e
de créditos com terminalidade específica. pectivos sistemas de ensino; (Incluído pe- complementares entre si.
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) la Lei nº 11.741, de 2008) § 3º A educação de jovens e adultos deve-
III - as exigências de cada instituição de rá articular-se, preferencialmente, com a
§ 11. Para efeito de cumprimento das exi-
ensino, nos termos de seu projeto pe- educação profissional, na forma do regula-
gências curriculares do ensino médio, os
dagógico. (Incluído pela Lei nº 11.741, de mento. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
sistemas de ensino poderão reconhecer
competências e firmar convênios com 2008) Art. 38. Os sistemas de ensino manterão
instituições de educação a distância com cursos e exames supletivos, que compreen-
Art. 36-C. A educação profissional técnica derão a base nacional comum do currículo,
notório reconhecimento, mediante as se- de nível médio articulada, prevista no in-
guintes formas de comprovação: (Incluído habilitando ao prosseguimento de estudos
ciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será
pela Lei nº 13.415, de 2017) em caráter regular.
desenvolvida de forma: (Incluído pela Lei
I - demonstração prática; (Incluído pela Lei § 1º Os exames a que se refere este artigo
nº 11.741, de 2008)
nº 13.415, de 2017) realizar-se-ão:
I - integrada, oferecida somente a quem
II - experiência de trabalho supervisiona- I - no nível de conclusão do ensino funda-
já tenha concluído o ensino fundamental,
do ou outra experiência adquirida fora mental, para os maiores de quinze anos;
sendo o curso planejado de modo a con-
do ambiente escolar; (Incluído pela Lei nº duzir o aluno à habilitação profissional II - no nível de conclusão do ensino médio,
13.415, de 2017) técnica de nível médio, na mesma insti- para os maiores de dezoito anos.
III - atividades de educação técnica ofe- tuição de ensino, efetuando-se matrícula § 2º Os conhecimentos e habilidades
recidas em outras instituições de ensino única para cada aluno; (Incluído pela Lei nº adquiridos pelos educandos por meios
credenciadas; (Incluído pela Lei nº 13.415, 11.741, de 2008) informais serão aferidos e reconhecidos
de 2017) II - concomitante, oferecida a quem in- mediante exames.
IV - cursos oferecidos por centros ou pro- gresse no ensino médio ou já o esteja cur-
gramas ocupacionais; (Incluído pela Lei nº sando, efetuando-se matrículas distintas CAPÍTULO III
13.415, de 2017) para cada curso, e podendo ocorrer: (In- DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
V - estudos realizados em instituições de cluído pela Lei nº 11.741, de 2008) DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA
ensino nacionais ou estrangeiras; (Incluí- a) na mesma instituição de ensino, aprovei-
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº
do pela Lei nº 13.415, de 2017) tando-se as oportunidades educacionais
11.741, DE 2008)
VI - cursos realizados por meio de edu- disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741,
cação a distância ou educação presencial de 2008)
Art. 39. A educação profissional e tec-
mediada por tecnologias. (Incluído pela b) em instituições de ensino distintas,
nológica, no cumprimento dos objetivos
Lei nº 13.415, de 2017) aproveitando-se as oportunidades edu- da educação nacional, integra-se aos dife-
§ 12. As escolas deverão orientar os alu- cacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº rentes níveis e modalidades de educação
nos no processo de escolha das áreas de 11.741, de 2008) e às dimensões do trabalho, da ciência e
conhecimento ou de atuação profissional c) em instituições de ensino distintas, da tecnologia. (Redação dada pela Lei nº
previstas no caput. (Incluído pela Lei nº mediante convênios de intercomplemen- 11.741, de 2008)
13.415, de 2017) taridade, visando ao planejamento e ao § 1º Os cursos de educação profissional
desenvolvimento de projeto pedagógico e tecnológica poderão ser organizados
SEÇÃO IV-A unificado. (Incluído pela Lei nº 11.741, de por eixos tecnológicos, possibilitando a
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 2008) construção de diferentes itinerários forma-
TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO Art. 36-D. Os diplomas de cursos de tivos, observadas as normas do respectivo
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.741, educação profissional técnica de nível sistema e nível de ensino. (Incluído pela Lei
DE 2008) médio, quando registrados, terão validade nº 11.741, de 2008)

8
legislação complementar Art. 40
§ 2º A educação profissional e tecnológica integrando os conhecimentos que vão de abrangência ou especialização. (Regu-
abrangerá os seguintes cursos: (Incluído sendo adquiridos numa estrutura intelec- lamento) (Regulamento)
pela Lei nº 11.741, de 2008) tual sistematizadora do conhecimento de Art. 46. A autorização e o reconhecimento
I – de formação inicial e continuada ou cada geração; de cursos, bem como o credenciamento
qualificação profissional; (Incluído pela VI - estimular o conhecimento dos proble- de instituições de educação superior, te-
Lei nº 11.741, de 2008) mas do mundo presente, em particular os rão prazos limitados, sendo renovados,
II – de educação profissional técnica de nacionais e regionais, prestar serviços es- periodicamente, após processo regular
nível médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, pecializados à comunidade e estabelecer de avaliação.
de 2008) com esta uma relação de reciprocidade;
§ 1º Após um prazo para saneamento de de-
III – de educação profissional tecnológica VII - promover a extensão, aberta à parti- ficiências eventualmente identificadas pela
de graduação e pós-graduação. (Incluído cipação da população, visando à difusão avaliação a que se refere este artigo, haverá
pela Lei nº 11.741, de 2008) das conquistas e benefícios resultantes da reavaliação, que poderá resultar, conforme
§ 3º Os cursos de educação profissional criação cultural e da pesquisa científica e o caso, em desativação de cursos e habili-
tecnológica de graduação e pós-graduação tecnológica geradas na instituição. tações, em intervenção na instituição, em
organizar-se-ão, no que concerne a obje- VIII - atuar em favor da universalização e suspensão temporária de prerrogativas
tivos, características e duração, de acordo do aprimoramento da educação básica, da autonomia, ou em descredenciamento.
com as diretrizes curriculares nacionais mediante a formação e a capacitação de § 2º No caso de instituição pública, o Poder
estabelecidas pelo Conselho Nacional de profissionais, a realização de pesquisas Executivo responsável por sua manutenção
Educação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de pedagógicas e o desenvolvimento de ati-
acompanhará o processo de saneamento
2008) vidades de extensão que aproximem os
e fornecerá recursos adicionais, se neces-
dois níveis escolares. (Incluído pela Lei nº
Art. 40. A educação profissional será de- sários, para a superação das deficiências.
13.174, de 2015)
senvolvida em articulação com o ensino § 3º No caso de instituição privada, além
regular ou por diferentes estratégias de Art. 44. A educação superior abrangerá das sanções previstas no § 1o deste artigo,
educação continuada, em instituições es- os seguintes cursos e programas: o processo de reavaliação poderá resultar
pecializadas ou no ambiente de trabalho. I - cursos sequenciais por campo de sa- em redução de vagas autorizadas e em
(Regulamento)(Regulamento) ber, de diferentes níveis de abrangência, suspensão temporária de novos ingressos
abertos a candidatos que atendam aos e de oferta de cursos. (Incluído pela Lei nº
Art. 41. O conhecimento adquirido na requisitos estabelecidos pelas instituições
educação profissional e tecnológica, in- 13.530, de 2017)
de ensino, desde que tenham concluído o § 4º É facultado ao Ministério da Educação,
clusive no trabalho, poderá ser objeto de ensino médio ou equivalente; (Redação
avaliação, reconhecimento e certificação mediante procedimento específico e com
dada pela Lei nº 11.632, de 2007). aquiescência da instituição de ensino, com
para prosseguimento ou conclusão de es-
II - de graduação, abertos a candidatos vistas a resguardar os interesses dos estu-
tudos. (Redação dada pela Lei nº 11.741,
que tenham concluído o ensino médio ou dantes, comutar as penalidades previstas
de 2008)
equivalente e tenham sido classificados nos §§ 1º e 3º deste artigo por outras medi-
Art. 42. As instituições de educação em processo seletivo; das, desde que adequadas para superação
profissional e tecnológica, além dos seus III - de pós-graduação, compreendendo das deficiências e irregularidades constata-
cursos regulares, oferecerão cursos espe- programas de mestrado e doutorado, cur- das. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)
ciais, abertos à comunidade, condicionada sos de especialização, aperfeiçoamento e
a matrícula à capacidade de aproveita- § 5º Para fins de regulação, os Estados e o
outros, abertos a candidatos diplomados Distrito Federal deverão adotar os critérios
mento e não necessariamente ao nível de em cursos de graduação e que atendam às
escolaridade. (Redação dada pela Lei nº definidos pela União para autorização de
exigências das instituições de ensino; funcionamento de curso de graduação
11.741, de 2008) IV - de extensão, abertos a candidatos que em Medicina. (Incluído pela Lei nº 13.530,
atendam aos requisitos estabelecidos em de 2017)
CAPÍTULO IV cada caso pelas instituições de ensino.
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR Art. 47. Na educação superior, o ano letivo
§ 1º Os resultados do processo seletivo regular, independente do ano civil, tem, no
referido no inciso II do caput deste artigo
Art. 43. A educação superior tem por serão tornados públicos pelas instituições
mínimo, duzentos dias de trabalho acadê-
finalidade: mico efetivo, excluído o tempo reservado
de ensino superior, sendo obrigatória a
I - estimular a criação cultural e o desen- aos exames finais, quando houver.
divulgação da relação nominal dos classifi-
volvimento do espírito científico e do pen- § 1º As instituições informarão aos interes-
cados, a respectiva ordem de classificação,
samento reflexivo; sados, antes de cada período letivo, os pro-
bem como do cronograma das chamadas
II - formar diplomados nas diferentes áre- para matrícula, de acordo com os critérios gramas dos cursos e demais componentes
as de conhecimento, aptos para a inserção para preenchimento das vagas constantes curriculares, sua duração, requisitos, qualifi-
em setores profissionais e para a partici- do respectivo edital. (Incluído pela Lei nº cação dos professores, recursos disponíveis
pação no desenvolvimento da sociedade 11.331, de 2006) (Renumerado do parágrafo e critérios de avaliação, obrigando-se a
brasileira, e colaborar na sua formação único para § 1º pela Lei nº 13.184, de 2015) cumprir as respectivas condições, e a pu-
contínua; § 2º No caso de empate no processo se- blicação deve ser feita, sendo as 3 (três)
III - incentivar o trabalho de pesquisa e letivo, as instituições públicas de ensino primeiras formas concomitantemente:
investigação científica, visando o desen- superior darão prioridade de matrícula ao (Redação dada pela lei nº 13.168, de 2015)
volvimento da ciência e da tecnologia e candidato que comprove ter renda fami- I - em página específica na internet no
da criação e difusão da cultura, e, desse liar inferior a dez salários mínimos, ou ao sítio eletrônico oficial da instituição de
modo, desenvolver o entendimento do de menor renda familiar, quando mais de ensino superior, obedecido o seguinte:
homem e do meio em que vive; um candidato preencher o critério inicial. (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015)
IV - promover a divulgação de conheci- (Incluído pela Lei nº 13.184, de 2015) a) toda publicação a que se refere esta Lei
mentos culturais, científicos e técnicos § 3o O processo seletivo referido no in- deve ter como título “Grade e Corpo Do-
que constituem patrimônio da humanida- ciso II considerará as competências e as cente”; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
de e comunicar o saber através do ensino, habilidades definidas na Base Nacional b) a página principal da instituição de
de publicações ou de outras formas de Comum Curricular. (Incluído pela lei nº ensino superior, bem como a página da
comunicação; 13.415, de 2017) oferta de seus cursos aos ingressantes sob
V - suscitar o desejo permanente de aper- Art. 45. A educação superior será minis- a forma de vestibulares, processo seletivo e
feiçoamento cultural e profissional e pos- trada em instituições de ensino superior, outras com a mesma finalidade, deve conter
sibilitar a correspondente concretização, públicas ou privadas, com variados graus a ligação desta com a página específica

9
Art. 48 legislação complementar
prevista neste inciso; (Incluída pela lei nº validade nacional como prova da formação II - fixar os currículos dos seus cursos e
13.168, de 2015) recebida por seu titular. programas, observadas as diretrizes ge-
c) caso a instituição de ensino superior não § 1º Os diplomas expedidos pelas univer- rais pertinentes;
possua sítio eletrônico, deve criar página sidades serão por elas próprias registra- III - estabelecer planos, programas e pro-
específica para divulgação das informações dos, e aqueles conferidos por instituições jetos de pesquisa científica, produção ar-
de que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº não-universitárias serão registrados em tística e atividades de extensão;
13.168, de 2015) universidades indicadas pelo Conselho IV - fixar o número de vagas de acordo
d) a página específica deve conter a data Nacional de Educação. com a capacidade institucional e as exi-
completa de sua última atualização; (Inclu- § 2º Os diplomas de graduação expedi- gências do seu meio;
ída pela lei nº 13.168, de 2015) dos por universidades estrangeiras serão V - elaborar e reformar os seus estatutos
II - em toda propaganda eletrônica da ins- revalidados por universidades públicas e regimentos em consonância com as nor-
tituição de ensino superior, por meio de que tenham curso do mesmo nível e área mas gerais atinentes;
ligação para a página referida no inciso I; ou equivalente, respeitando-se os acor- VI - conferir graus, diplomas e outros tí-
(Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) dos internacionais de reciprocidade ou tulos;
III - em local visível da instituição de en- equiparação. VII - firmar contratos, acordos e convênios;
sino superior e de fácil acesso ao público; § 3º Os diplomas de Mestrado e de Dou- VIII - aprovar e executar planos, progra-
(Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) torado expedidos por universidades es- mas e projetos de investimentos referen-
IV - deve ser atualizada semestralmente trangeiras só poderão ser reconhecidos tes a obras, serviços e aquisições em geral,
ou anualmente, de acordo com a duração por universidades que possuam cursos de bem como administrar rendimentos con-
das disciplinas de cada curso oferecido, pós-graduação reconhecidos e avaliados, forme dispositivos institucionais;
observando o seguinte: (Incluído pela lei na mesma área de conhecimento e em nível IX - administrar os rendimentos e deles
nº 13.168, de 2015) equivalente ou superior. dispor na forma prevista no ato de consti-
a) caso o curso mantenha disciplinas com Art. 49. As instituições de educação su- tuição, nas leis e nos respectivos estatutos;
duração diferenciada, a publicação deve perior aceitarão a transferência de alunos X - receber subvenções, doações, he-
ser semestral; (Incluída pela lei nº 13.168, regulares, para cursos afins, na hipótese de ranças, legados e cooperação financeira
de 2015) existência de vagas, e mediante processo resultante de convênios com entidades
b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês seletivo. públicas e privadas.
antes do início das aulas; (Incluída pela lei Parágrafo único. As transferências ex § 1º Para garantir a autonomia didático-
nº 13.168, de 2015) officio dar-se-ão na forma da lei. -científica das universidades, caberá aos
c) caso haja mudança na grade do curso seus colegiados de ensino e pesquisa de-
ou no corpo docente até o início das aulas, Art. 50. As instituições de educação supe-
cidir, dentro dos recursos orçamentários
os alunos devem ser comunicados sobre rior, quando da ocorrência de vagas, abrirão
disponíveis, sobre: (Redação dada pela Lei
as alterações; (Incluída pela lei nº 13.168, matrícula nas disciplinas de seus cursos a nº 13.490, de 2017)
de 2015) alunos não regulares que demonstrarem I - criação, expansão, modificação e extin-
V - deve conter as seguintes informações: capacidade de cursá-las com proveito, me- ção de cursos; (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) diante processo seletivo prévio. 13.490, de 2017)
a) a lista de todos os cursos oferecidos pela Art. 51. As instituições de educação su- II - ampliação e diminuição de vagas; (Re-
instituição de ensino superior; (Incluída perior credenciadas como universidades, dação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
pela lei nº 13.168, de 2015) ao deliberar sobre critérios e normas de III - elaboração da programação dos cur-
b) a lista das disciplinas que compõem a seleção e admissão de estudantes, levarão sos; (Redação dada pela Lei nº 13.490, de
grade curricular de cada curso e as res- em conta os efeitos desses critérios sobre a 2017)
pectivas cargas horárias; (Incluída pela lei orientação do ensino médio, articulando-se IV - programação das pesquisas e das ati-
nº 13.168, de 2015) com os órgãos normativos dos sistemas vidades de extensão; (Redação dada pela
c) a identificação dos docentes que minis- de ensino. Lei nº 13.490, de 2017)
trarão as aulas em cada curso, as discipli- Art. 52. As universidades são instituições V - contratação e dispensa de professores;
nas que efetivamente ministrará naquele pluridisciplinares de formação dos quadros (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
curso ou cursos, sua titulação, abrangendo profissionais de nível superior, de pesquisa, VI - planos de carreira docente. (Redação
a qualificação profissional do docente e o de extensão e de domínio e cultivo do saber dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
tempo de casa do docente, de forma total, humano, que se caracterizam por: § 2º As doações, inclusive monetárias,
contínua ou intermitente. (Incluída pela lei I - produção intelectual institucionalizada podem ser dirigidas a setores ou projetos
nº 13.168, de 2015) mediante o estudo sistemático dos temas específicos, conforme acordo entre doa-
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário e problemas mais relevantes, tanto do dores e universidades. (Incluído pela Lei
aproveitamento nos estudos, demonstrado ponto de vista científico e cultural, quanto nº 13.490, de 2017)
por meio de provas e outros instrumentos regional e nacional; § 3º No caso das universidades públicas,
de avaliação específicos, aplicados por os recursos das doações devem ser diri-
II - um terço do corpo docente, pelo me-
banca examinadora especial, poderão ter gidos ao caixa único da instituição, com
nos, com titulação acadêmica de mestra-
abreviada a duração dos seus cursos, de destinação garantida às unidades a serem
do ou doutorado;
acordo com as normas dos sistemas de beneficiadas. (Incluído pela Lei nº 13.490,
ensino. III - um terço do corpo docente em regime
de tempo integral. de 2017)
§ 3º É obrigatória a frequência de alunos
e professores, salvo nos programas de Parágrafo único. É facultada a criação de Art. 54. As universidades mantidas pelo
universidades especializadas por campo Poder Público gozarão, na forma da lei, de
educação a distância.
do saber. estatuto jurídico especial para atender às
§ 4º As instituições de educação superior peculiaridades de sua estrutura, organiza-
oferecerão, no período noturno, cursos Art. 53. No exercício de sua autonomia, ção e financiamento pelo Poder Público,
de graduação nos mesmos padrões de são asseguradas às universidades, sem pre- assim como dos seus planos de carreira e
qualidade mantidos no período diurno, juízo de outras, as seguintes atribuições: do regime jurídico do seu pessoal.
sendo obrigatória a oferta noturna nas I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, § 1º No exercício da sua autonomia, além
instituições públicas, garantida a necessária cursos e programas de educação superior das atribuições asseguradas pelo artigo an-
previsão orçamentária. previstos nesta Lei, obedecendo às nor- terior, as universidades públicas poderão:
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores mas gerais da União e, quando for o caso, I - propor o seu quadro de pessoal docen-
reconhecidos, quando registrados, terão do respectivo sistema de ensino; te, técnico e administrativo, assim como

10
legislação complementar Art. 55
um plano de cargos e salários, atendidas a sua integração nas classes comuns de ções previstas neste artigo. (Redação dada
as normas gerais pertinentes e os recursos ensino regular. pela Lei nº 12.796, de 2013)
disponíveis; § 3º A oferta de educação especial, dever
II - elaborar o regulamento de seu pessoal constitucional do Estado, tem início na TÍTULO VI
em conformidade com as normas gerais faixa etária de zero a seis anos, durante a DOS PROFISSIONAIS DA
concernentes; educação infantil. EDUCAÇÃO
III - aprovar e executar planos, programas Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão
e projetos de investimentos referentes a aos educandos com deficiência, transtor- Art. 61. Consideram-se profissionais da
obras, serviços e aquisições em geral, de nos globais do desenvolvimento e altas educação escolar básica os que, nela es-
acordo com os recursos alocados pelo res- habilidades ou superdotação: (Redação tando em efetivo exercício e tendo sido
pectivo Poder mantenedor; dada pela Lei nº 12.796, de 2013) formados em cursos reconhecidos, são:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
IV - elaborar seus orçamentos anuais e
educativos e organização específicos, pa- I – professores habilitados em nível médio
plurianuais;
ra atender às suas necessidades; ou superior para a docência na educação
V - adotar regime financeiro e contábil infantil e nos ensinos fundamental e mé-
que atenda às suas peculiaridades de or- II - terminalidade específica para aqueles
dio; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de
ganização e funcionamento; que não puderem atingir o nível exigido
2009)
VI - realizar operações de crédito ou de para a conclusão do ensino fundamental,
em virtude de suas deficiências, e acele- II – trabalhadores em educação portado-
financiamento, com aprovação do Poder res de diploma de pedagogia, com habi-
competente, para aquisição de bens imó- ração para concluir em menor tempo o
programa escolar para os superdotados; litação em administração, planejamento,
veis, instalações e equipamentos; supervisão, inspeção e orientação edu-
VII - efetuar transferências, quitações e III - professores com especialização ade-
cacional, bem como com títulos de mes-
tomar outras providências de ordem orça- quada em nível médio ou superior, para
trado ou doutorado nas mesmas áreas;
mentária, financeira e patrimonial neces- atendimento especializado, bem como
(Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
sárias ao seu bom desempenho. professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educandos nas III – trabalhadores em educação, portado-
§ 2º Atribuições de autonomia universitária classes comuns; res de diploma de curso técnico ou supe-
poderão ser estendidas a instituições que rior em área pedagógica ou afim. (Incluído
IV - educação especial para o trabalho,
comprovem alta qualificação para o ensino pela Lei nº 12.014, de 2009)
visando a sua efetiva integração na vida
ou para a pesquisa, com base em avaliação IV – profissionais com notório saber re-
em sociedade, inclusive condições ade-
realizada pelo Poder Público. conhecido pelos respectivos sistemas de
quadas para os que não revelarem capa-
Art. 55. Caberá à União assegurar, anual- cidade de inserção no trabalho competi- ensino, para ministrar conteúdos de áreas
mente, em seu Orçamento Geral, recursos tivo, mediante articulação com os órgãos afins à sua formação ou experiência pro-
suficientes para manutenção e desen- oficiais afins, bem como para aqueles que fissional, atestados por titulação específi-
volvimento das instituições de educação apresentam uma habilidade superior nas ca ou prática de ensino em unidades edu-
superior por ela mantidas. áreas artística, intelectual ou psicomotora; cacionais da rede pública ou privada ou
das corporações privadas em que tenham
Art. 56. As instituições públicas de edu- V - acesso igualitário aos benefícios dos
programas sociais suplementares dispo- atuado, exclusivamente para atender ao
cação superior obedecerão ao princípio da
níveis para o respectivo nível do ensino inciso V do caput do art. 36; (Incluído pela
gestão democrática, assegurada a existên-
regular. lei nº 13.415, de 2017)
cia de órgãos colegiados deliberativos, de
que participarão os segmentos da comuni- V - profissionais graduados que tenham
Art. 59-A. O poder público deverá insti- feito complementação pedagógica, con-
dade institucional, local e regional. tuir cadastro nacional de alunos com altas forme disposto pelo Conselho Nacional
Parágrafo único. Em qualquer caso, os habilidades ou superdotação matriculados de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415,
docentes ocuparão setenta por cento na educação básica e na educação superior, de 2017)
dos assentos em cada órgão colegiado e a fim de fomentar a execução de políticas
comissão, inclusive nos que tratarem da Parágrafo único. A formação dos profis-
públicas destinadas ao desenvolvimento
elaboração e modificações estatutárias sionais da educação, de modo a atender
pleno das potencialidades desse alunado.
e regimentais, bem como da escolha de às especificidades do exercício de suas
(Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
dirigentes. atividades, bem como aos objetivos das di-
Parágrafo único. A identificação precoce
ferentes etapas e modalidades da educação
Art. 57. Nas instituições públicas de edu- de alunos com altas habilidades ou super-
básica, terá como fundamentos: (Incluído
cação superior, o professor ficará obrigado dotação, os critérios e procedimentos para
pela Lei nº 12.014, de 2009)
ao mínimo de oito horas semanais de aulas. inclusão no cadastro referido no caput
I – a presença de sólida formação básica,
deste artigo, as entidades responsáveis
que propicie o conhecimento dos funda-
CAPÍTULO V pelo cadastramento, os mecanismos de
mentos científicos e sociais de suas com-
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL acesso aos dados do cadastro e as políticas
petências de trabalho; (Incluído pela Lei nº
de desenvolvimento das potencialidades
12.014, de 2009)
Art. 58. Entende-se por educação espe- do alunado de que trata o caput serão
definidos em regulamento. II – a associação entre teorias e práticas,
cial, para os efeitos desta Lei, a modalidade
mediante estágios supervisionados e ca-
de educação escolar oferecida preferen- Art. 60. Os órgãos normativos dos siste- pacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº
cialmente na rede regular de ensino, para mas de ensino estabelecerão critérios de 12.014, de 2009)
educandos com deficiência, transtornos caracterização das instituições privadas
globais do desenvolvimento e altas habi- III – o aproveitamento da formação e ex-
sem fins lucrativos, especializadas e com
lidades ou superdotação. (Redação dada periências anteriores, em instituições de
atuação exclusiva em educação especial,
pela Lei nº 12.796, de 2013) ensino e em outras atividades. (Incluído
para fins de apoio técnico e financeiro pelo
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços pela Lei nº 12.014, de 2009)
Poder Público.
de apoio especializado, na escola regular, Parágrafo único. O poder público adotará, Art. 62. A formação de docentes para
para atender às peculiaridades da clientela como alternativa preferencial, a ampliação atuar na educação básica far-se-á em nível
de educação especial. do atendimento aos educandos com defi- superior, em curso de licenciatura plena,
§ 2º O atendimento educacional será feito ciência, transtornos globais do desenvolvi- admitida, como formação mínima para o
em classes, escolas ou serviços especializa- mento e altas habilidades ou superdotação exercício do magistério na educação in-
dos, sempre que, em função das condições na própria rede pública regular de ensino, fantil e nos cinco primeiros anos do ensino
específicas dos alunos, não for possível independentemente do apoio às institui- fundamental, a oferecida em nível médio,

11
Art. 62 legislação complementar
na modalidade normal. (Redação dada pela público, tenham pelo menos três anos de § 1º A experiência docente é pré-requisito
lei nº 13.415, de 2017) exercício da profissão e não sejam porta- para o exercício profissional de quaisquer
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados dores de diploma de graduação. (Incluído outras funções de magistério, nos termos
e os Municípios, em regime de colaboração, pela Lei nº 13.478, de 2017) das normas de cada sistema de ensino.
deverão promover a formação inicial, a § 2º As instituições de ensino responsáveis (Renumerado pela Lei nº 11.301, de 2006)
continuada e a capacitação dos profissio- pela oferta de cursos de pedagogia e outras § 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do
nais de magistério. (Incluído pela Lei nº licenciaturas definirão critérios adicionais art. 40 e no § 8º do art. 201 da Constitui-
12.056, de 2009). de seleção sempre que acorrerem aos cer- ção Federal, são consideradas funções de
§ 2º A formação continuada e a capacitação tames interessados em número superior ao magistério as exercidas por professores e
dos profissionais de magistério poderão de vagas disponíveis para os respectivos especialistas em educação no desempenho
utilizar recursos e tecnologias de educação cursos. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017) de atividades educativas, quando exercidas
a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, § 3º Sem prejuízo dos concursos seletivos em estabelecimento de educação básica
de 2009). a serem definidos em regulamento pelas em seus diversos níveis e modalidades,
§ 3º A formação inicial de profissionais universidades, terão prioridade de ingresso incluídas, além do exercício da docência,
de magistério dará preferência ao ensino os professores que optarem por cursos de as de direção de unidade escolar e as de
presencial, subsidiariamente fazendo uso licenciatura em matemática, física, química, coordenação e assessoramento pedagó-
de recursos e tecnologias de educação biologia e língua portuguesa. (Incluído pela gico. (Incluído pela Lei nº 11.301, de 2006)
a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, Lei nº 13.478, de 2017) § 3º A União prestará assistência técni-
de 2009). ca aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Art. 63. Os institutos superiores de edu-
§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e Municípios na elaboração de concursos
cação manterão:
os Municípios adotarão mecanismos facili- públicos para provimento de cargos dos
I - cursos formadores de profissionais para
tadores de acesso e permanência em cursos profissionais da educação. (Incluído pela
a educação básica, inclusive o curso nor-
de formação de docentes em nível superior Lei nº 12.796, de 2013)
mal superior, destinado à formação de do-
para atuar na educação básica pública.
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) centes para a educação infantil e para as
TÍTULO VII
primeiras séries do ensino fundamental;
§ 5º A União, o Distrito Federal, os Estados DOS RECURSOS FINANCEIROS
e os Municípios incentivarão a formação II - programas de formação pedagógica
de profissionais do magistério para atuar para portadores de diplomas de educação Art. 68. Serão recursos públicos destina-
na educação básica pública mediante pro- superior que queiram se dedicar à educa- dos à educação os originários de:
grama institucional de bolsa de iniciação ção básica; I - receita de impostos próprios da União,
à docência a estudantes matriculados em III - programas de educação continuada dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
cursos de licenciatura, de graduação plena, para os profissionais de educação dos di- nicípios;
nas instituições de educação superior. (In- versos níveis. II - receita de transferências constitucio-
cluído pela Lei nº 12.796, de 2013) nais e outras transferências;
Art. 64. A formação de profissionais de
§ 6º O Ministério da Educação poderá es-
educação para administração, planeja- III - receita do salário-educação e de ou-
tabelecer nota mínima em exame nacional
mento, inspeção, supervisão e orientação tras contribuições sociais;
aplicado aos concluintes do ensino médio
educacional para a educação básica, será IV - receita de incentivos fiscais;
como pré-requisito para o ingresso em
feita em cursos de graduação em pedago- V - outros recursos previstos em lei.
cursos de graduação para formação de
gia ou em nível de pós-graduação, a critério
docentes, ouvido o Conselho Nacional Art. 69. A União aplicará, anualmente,
da instituição de ensino, garantida, nesta
de Educação - CNE. (Incluído pela Lei nº nunca menos de dezoito, e os Estados,
formação, a base comum nacional.
12.796, de 2013) o Distrito Federal e os Municípios, vinte
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.796, Art. 65. A formação docente, exceto para e cinco por cento, ou o que consta nas
de 2013) a educação superior, incluirá prática de
respectivas Constituições ou Leis Orgâ-
§ 8º Os currículos dos cursos de formação ensino de, no mínimo, trezentas horas.
nicas, da receita resultante de impostos,
de docentes terão por referência a Base Art. 66. A preparação para o exercício compreendidas as transferências constitu-
Nacional Comum Curricular. (Incluído pela do magistério superior far-se-á em nível cionais, na manutenção e desenvolvimento
lei nº 13.415, de 2017) de pós-graduação, prioritariamente em do ensino público.
Art. 62-A. A formação dos profissionais a programas de mestrado e doutorado. § 1º A parcela da arrecadação de impos-
que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á Parágrafo único. O notório saber, reco- tos transferida pela União aos Estados, ao
por meio de cursos de conteúdo técnico- nhecido por universidade com curso de Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos
-pedagógico, em nível médio ou superior, doutorado em área afim, poderá suprir a Estados aos respectivos Municípios, não
incluindo habilitações tecnológicas. (Inclu- exigência de título acadêmico. será considerada, para efeito do cálculo
ído pela Lei nº 12.796, de 2013) Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão previsto neste artigo, receita do governo
Parágrafo único. Garantir-se-á formação a valorização dos profissionais da educa- que a transferir.
continuada para os profissionais a que se ção, assegurando-lhes, inclusive nos termos § 2º Serão consideradas excluídas das recei-
refere o caput, no local de trabalho ou em dos estatutos e dos planos de carreira do tas de impostos mencionadas neste artigo
instituições de educação básica e superior, magistério público: as operações de crédito por antecipação de
incluindo cursos de educação profissional, I - ingresso exclusivamente por concurso receita orçamentária de impostos.
cursos superiores de graduação plena ou público de provas e títulos; § 3º Para fixação inicial dos valores corres-
tecnológicos e de pós-graduação. (Incluído pondentes aos mínimos estatuídos neste
II - aperfeiçoamento profissional continu-
pela Lei nº 12.796, de 2013) artigo, será considerada a receita estima-
ado, inclusive com licenciamento periódi-
Art. 62-B. O acesso de professores das co remunerado para esse fim; da na lei do orçamento anual, ajustada,
redes públicas de educação básica a cursos quando for o caso, por lei que autorizar a
III - piso salarial profissional;
superiores de pedagogia e licenciatura será abertura de créditos adicionais, com base
efetivado por meio de processo seletivo IV - progressão funcional baseada na ti- no eventual excesso de arrecadação.
diferenciado. (Incluído pela Lei nº 13.478, tulação ou habilitação, e na avaliação do § 4º As diferenças entre a receita e a des-
de 2017) desempenho; pesa previstas e as efetivamente realizadas,
§ 1º Terão direito de pleitear o acesso pre- V - período reservado a estudos, planeja- que resultem no não atendimento dos
visto no caput deste artigo os professores mento e avaliação, incluído na carga de percentuais mínimos obrigatórios, serão
das redes públicas municipais, estaduais trabalho; apuradas e corrigidas a cada trimestre do
e federal que ingressaram por concurso VI - condições adequadas de trabalho. exercício financeiro.

12
legislação complementar Art. 70
§ 5º O repasse dos valores referidos neste função ou em atividade alheia à manuten- I - comprovem finalidade não-lucrativa e
artigo do caixa da União, dos Estados, do ção e desenvolvimento do ensino. não distribuam resultados, dividendos,
Distrito Federal e dos Municípios ocorrerá bonificações, participações ou parcela de
imediatamente ao órgão responsável pela
Art. 72. As receitas e despesas com ma-
seu patrimônio sob nenhuma forma ou
nutenção e desenvolvimento do ensino
educação, observados os seguintes prazos: pretexto;
I - recursos arrecadados do primeiro ao serão apuradas e publicadas nos balanços
do Poder Público, assim como nos relató- II - apliquem seus excedentes financeiros
décimo dia de cada mês, até o vigésimo em educação;
dia; rios a que se refere o § 3º do art. 165 da
Constituição Federal. III - assegurem a destinação de seu pa-
II - recursos arrecadados do décimo pri- trimônio a outra escola comunitária, fi-
meiro ao vigésimo dia de cada mês, até o Art. 73. Os órgãos fiscalizadores exami-
lantrópica ou confessional, ou ao Poder
trigésimo dia; narão, prioritariamente, na prestação de
Público, no caso de encerramento de suas
III - recursos arrecadados do vigésimo pri- contas de recursos públicos, o cumprimen-
atividades;
meiro dia ao final de cada mês, até o déci- to do disposto no art. 212 da Constituição
Federal, no art. 60 do Ato das Disposições IV - prestem contas ao Poder Público dos
mo dia do mês subsequente.
Constitucionais Transitórias e na legislação recursos recebidos.
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os
concernente. § 1º Os recursos de que trata este artigo
recursos a correção monetária e à respon-
Art. 74. A União, em colaboração com poderão ser destinados a bolsas de estudo
sabilização civil e criminal das autoridades
os Estados, o Distrito Federal e os Muni- para a educação básica, na forma da lei,
competentes.
cípios, estabelecerá padrão mínimo de para os que demonstrarem insuficiência
Art. 70. Considerar-se-ão como de ma- oportunidades educacionais para o ensino de recursos, quando houver falta de va-
nutenção e desenvolvimento do ensino as gas e cursos regulares da rede pública de
fundamental, baseado no cálculo do cus-
despesas realizadas com vistas à consecu- domicílio do educando, ficando o Poder
to mínimo por aluno, capaz de assegurar
ção dos objetivos básicos das instituições Público obrigado a investir prioritariamente
ensino de qualidade.
educacionais de todos os níveis, compre- na expansão da sua rede local.
endendo as que se destinam a: Parágrafo único. O custo mínimo de que
trata este artigo será calculado pela União § 2º As atividades universitárias de pes-
I - remuneração e aperfeiçoamento do quisa e extensão poderão receber apoio
pessoal docente e demais profissionais da ao final de cada ano, com validade para o
ano subsequente, considerando variações financeiro do Poder Público, inclusive
educação;
regionais no custo dos insumos e as diver- mediante bolsas de estudo.
II - aquisição, manutenção, construção e
sas modalidades de ensino.
conservação de instalações e equipamen- TÍTULO VIII
tos necessários ao ensino; Art. 75. A ação supletiva e redistributiva DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
III – uso e manutenção de bens e serviços da União e dos Estados será exercida de
vinculados ao ensino; modo a corrigir, progressivamente, as dis-
paridades de acesso e garantir o padrão
Art. 78. O Sistema de Ensino da União,
IV - levantamentos estatísticos, estudos e com a colaboração das agências federais
pesquisas visando precipuamente ao apri- mínimo de qualidade de ensino.
de fomento à cultura e de assistência aos
moramento da qualidade e à expansão do § 1º A ação a que se refere este artigo
índios, desenvolverá programas integra-
ensino; obedecerá a fórmula de domínio público
dos de ensino e pesquisa, para oferta de
que inclua a capacidade de atendimento
V - realização de atividades-meio neces- educação escolar bilíngue e intercultural
e a medida do esforço fiscal do respectivo
sárias ao funcionamento dos sistemas de aos povos indígenas, com os seguintes
Estado, do Distrito Federal ou do Município
ensino; objetivos:
em favor da manutenção e do desenvolvi-
VI - concessão de bolsas de estudo a alu- I - proporcionar aos índios, suas comuni-
mento do ensino.
nos de escolas públicas e privadas; dades e povos, a recuperação de suas me-
§ 2º A capacidade de atendimento de cada
VII - amortização e custeio de operações mórias históricas; a reafirmação de suas
governo será definida pela razão entre os
de crédito destinadas a atender ao dispos- identidades étnicas; a valorização de suas
recursos de uso constitucionalmente obri-
to nos incisos deste artigo; línguas e ciências;
gatório na manutenção e desenvolvimento
VIII - aquisição de material didático-esco- do ensino e o custo anual do aluno, relativo II - garantir aos índios, suas comunidades
lar e manutenção de programas de trans- ao padrão mínimo de qualidade. e povos, o acesso às informações, conhe-
porte escolar. cimentos técnicos e científicos da socie-
§ 3º Com base nos critérios estabeleci-
dade nacional e demais sociedades indí-
Art. 71. Não constituirão despesas de dos nos §§ 1º e 2º, a União poderá fazer
a transferência direta de recursos a cada genas e não-índias.
manutenção e desenvolvimento do ensino
aquelas realizadas com: estabelecimento de ensino, considerado Art. 79. A União apoiará técnica e fi-
I - pesquisa, quando não vinculada às ins- o número de alunos que efetivamente nanceiramente os sistemas de ensino no
tituições de ensino, ou, quando efetivada frequentam a escola. provimento da educação intercultural às
fora dos sistemas de ensino, que não vise, § 4º A ação supletiva e redistributiva não comunidades indígenas, desenvolvendo
precipuamente, ao aprimoramento de sua poderá ser exercida em favor do Distrito programas integrados de ensino e pes-
qualidade ou à sua expansão; Federal, dos Estados e dos Municípios se quisa.
II - subvenção a instituições públicas ou estes oferecerem vagas, na área de ensino § 1º Os programas serão planejados com
privadas de caráter assistencial, desporti- de sua responsabilidade, conforme o inciso audiência das comunidades indígenas.
vo ou cultural; VI do art. 10 e o inciso V do art. 11 desta § 2º Os programas a que se refere este
III - formação de quadros especiais para a Lei, em número inferior à sua capacidade artigo, incluídos nos Planos Nacionais de
administração pública, sejam militares ou de atendimento. Educação, terão os seguintes objetivos:
civis, inclusive diplomáticos; Art. 76. A ação supletiva e redistributiva I - fortalecer as práticas socioculturais e a
IV - programas suplementares de alimen- prevista no artigo anterior ficará condi- língua materna de cada comunidade indí-
tação, assistência médico-odontológica, cionada ao efetivo cumprimento pelos gena;
farmacêutica e psicológica, e outras for- Estados, Distrito Federal e Municípios do II - manter programas de formação de
mas de assistência social; disposto nesta Lei, sem prejuízo de outras pessoal especializado, destinado à edu-
V - obras de infraestrutura, ainda que rea- prescrições legais. cação escolar nas comunidades indígenas;
lizadas para beneficiar direta ou indireta- Art. 77. Os recursos públicos serão des- III - desenvolver currículos e programas
mente a rede escolar; tinados às escolas públicas, podendo ser específicos, neles incluindo os conteúdos
VI - pessoal docente e demais trabalha- dirigidos a escolas comunitárias, confes- culturais correspondentes às respectivas
dores da educação, quando em desvio de sionais ou filantrópicas que: comunidades;

13
Art. 79-A legislação complementar
IV - elaborar e publicar sistematicamente Art. 83. O ensino militar é regulado em IV - integrar todos os estabelecimentos
material didático específico e diferencia- lei específica, admitida a equivalência de de ensino fundamental do seu território
do. estudos, de acordo com as normas fixadas ao sistema nacional de avaliação do ren-
§ 3º No que se refere à educação superior, pelos sistemas de ensino. dimento escolar.
sem prejuízo de outras ações, o atendimen- Art. 84. Os discentes da educação superior § 4º (Revogado). (Redação dada pela lei
to aos povos indígenas efetivar-se-á, nas poderão ser aproveitados em tarefas de nº 12.796, de 2013)
universidades públicas e privadas, median- ensino e pesquisa pelas respectivas insti- § 5º Serão conjugados todos os esforços ob-
te a oferta de ensino e de assistência estu- tuições, exercendo funções de monitoria, jetivando a progressão das redes escolares
dantil, assim como de estímulo à pesquisa públicas urbanas de ensino fundamental
de acordo com seu rendimento e seu plano
e desenvolvimento de programas especiais. para o regime de escolas de tempo integral.
de estudos.
(Incluído pela Lei nº 12.416, de 2011) § 6º A assistência financeira da União
Art. 79-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com
aos Estados, ao Distrito Federal e aos
a titulação própria poderá exigir a abertura
10.639, de 9.1.2003) Municípios, bem como a dos Estados aos
de concurso público de provas e títulos para
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá seus Municípios, ficam condicionadas ao
cargo de docente de instituição pública
o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional cumprimento do art. 212 da Constituição
de ensino que estiver sendo ocupado por
da Consciência Negra’. (Incluído pela Lei nº Federal e dispositivos legais pertinentes
professor não concursado, por mais de seis
10.639, de 9.1.2003) pelos governos beneficiados.
anos, ressalvados os direitos assegurados
Art. 80. O Poder Público incentivará o pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 Art. 87-A. (VETADO). (Incluído pela lei nº
desenvolvimento e a veiculação de pro- do Ato das Disposições Constitucionais 12.796, de 2013)
gramas de ensino a distância, em todos Transitórias. Art. 88. A União, os Estados, o Distrito
os níveis e modalidades de ensino, e de Federal e os Municípios adaptarão sua
Art. 86. As instituições de educação su-
educação continuada. legislação educacional e de ensino às dis-
perior constituídas como universidades
§ 1º A educação a distância, organizada posições desta Lei no prazo máximo de
integrar-se-ão, também, na sua condição
com abertura e regime especiais, será ofe- um ano, a partir da data de sua publicação.
de instituições de pesquisa, ao Sistema Na-
recida por instituições especificamente § 1º As instituições educacionais adaptarão
cional de Ciência e Tecnologia, nos termos
credenciadas pela União. seus estatutos e regimentos aos dispositi-
da legislação específica.
§ 2º A União regulamentará os requisitos vos desta Lei e às normas dos respectivos
para a realização de exames e registro de sistemas de ensino, nos prazos por estes
TÍTULO IX
diploma relativos a cursos de educação estabelecidos.
a distância. DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
§ 2º O prazo para que as universidades
§ 3º As normas para produção, controle cumpram o disposto nos incisos II e III do
e avaliação de programas de educação a Art. 87. É instituída a Década da Educação,
a iniciar-se um ano a partir da publicação art. 52 é de oito anos.
distância e a autorização para sua imple-
mentação, caberão aos respectivos siste- desta Lei. Art. 89. As creches e pré-escolas existen-
mas de ensino, podendo haver cooperação § 1º A União, no prazo de um ano a partir tes ou que venham a ser criadas deverão, no
e integração entre os diferentes sistemas. da publicação desta Lei, encaminhará, ao prazo de três anos, a contar da publicação
§ 4º A educação a distância gozará de tra- Congresso Nacional, o Plano Nacional de desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema
tamento diferenciado, que incluirá: Educação, com diretrizes e metas para os de ensino.
I - custos de transmissão reduzidos em ca- dez anos seguintes, em sintonia com a Art. 90. As questões suscitadas na tran-
nais comerciais de radiodifusão sonora e Declaração Mundial sobre Educação para sição entre o regime anterior e o que se
de sons e imagens e em outros meios de Todos. institui nesta Lei serão resolvidas pelo Con-
comunicação que sejam explorados me- § 2º (Revogado). (Redação dada pela lei nº selho Nacional de Educação ou, mediante
diante autorização, concessão ou permis- 12.796, de 2013) delegação deste, pelos órgãos normativos
são do poder público; (Redação dada pela § 3º O Distrito Federal, cada Estado e Mu- dos sistemas de ensino, preservada a auto-
Lei nº 12.603, de 2012) nicípio, e, supletivamente, a União, devem: nomia universitária.
II - concessão de canais com finalidades (Redação dada pela Lei nº 11.330, de 2006) Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data
exclusivamente educativas; I - (revogado); (Redação dada pela lei nº de sua publicação.
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus 12.796, de 2013)
para o Poder Público, pelos concessioná- Art. 92. Revogam-se as disposições das
a) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº
rios de canais comerciais. Leis nºs 4.024, de 20 de dezembro de 1961,
11.274, de 2006)
e 5.540, de 28 de novembro de 1968, não
Art. 81. É permitida a organização de b) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de no-
cursos ou instituições de ensino experimen- 11.274, de 2006) vembro de 1995 e 9.192, de 21 de dezembro
tais, desde que obedecidas as disposições c) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº de 1995 e, ainda, as Leis nºs 5.692, de 11 de
desta Lei. 11.274, de 2006) agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro
Art. 82. Os sistemas de ensino estabele- II - prover cursos presenciais ou a distân- de 1982, e as demais leis e decretos-lei
cerão as normas de realização de estágio cia aos jovens e adultos insuficientemente que as modificaram e quaisquer outras
em sua jurisdição, observada a lei federal escolarizados; disposições em contrário.
sobre a matéria. (Redação dada pela Lei nº III - realizar programas de capacitação Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º da
11.788, de 2008) para todos os professores em exercício, Independência e 108º da República.
Parágrafo único. (Revogado). (Redação utilizando também, para isto, os recursos FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
dada pela Lei nº 11.788, de 2008) da educação a distância; DOU de 23.12.1996

14
legislação complementar Art. 1°

LEI Nº 9.472, DE 16 DE JULHO DE 1997

Dispõe sobre a organização dos serviços de tele- diretamente decorrente de sua utilização ções que, na celebração de contratos de
comunicações, a criação e funcionamento de um ou por descumprimento de condições fornecimento de bens e serviços, adotar
órgão regulador e outros aspectos institucionais, contratuais; práticas que possam limitar, falsear ou, de
nos termos da Emenda Constitucional nº 8, de 1995.
VIII - ao prévio conhecimento das condi- qualquer forma, prejudicar a livre concor-
O Presidente da República ções de suspensão do serviço; rência ou a livre iniciativa.
Faço saber que o Congresso Nacional de- IX - ao respeito de sua privacidade nos
creta e eu sanciono a seguinte Lei: documentos de cobrança e na utilização LIVRO II
de seus dados pessoais pela prestadora DO ÓRGÃO REGULADOR E DAS
LIVRO I do serviço; POLÍTICAS SETORIAIS
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
X - de resposta às suas reclamações pela
prestadora do serviço; TÍTULO I
Art. 1° Compete à União, por intermédio
do órgão regulador e nos termos das políti- XI - de peticionar contra a prestadora do DA CRIAÇÃO DO ÓRGÃO
cas estabelecidas pelos Poderes Executivo serviço perante o órgão regulador e os or- REGULADOR
e Legislativo, organizar a exploração dos ganismos de defesa do consumidor;
serviços de telecomunicações. XII - à reparação dos danos causados pela Art. 8° Fica criada a Agência Nacional de
violação de seus direitos. Telecomunicações, entidade integrante
Parágrafo único. A organização inclui, da Administração Pública Federal indireta,
entre outros aspectos, o disciplinamento e Art. 4° O usuário de serviços de teleco- submetida a regime autárquico especial
a fiscalização da execução, comercialização municações tem o dever de: e vinculada ao Ministério das Comunica-
e uso dos serviços e da implantação e fun- I - utilizar adequadamente os serviços, ções, com a função de órgão regulador das
cionamento de redes de telecomunicações, equipamentos e redes de telecomunica- telecomunicações, com sede no Distrito
bem como da utilização dos recursos de ções; Federal, podendo estabelecer unidades
órbita e espectro de radiofrequências. II - respeitar os bens públicos e aqueles regionais.
Art. 2° O Poder Público tem o dever de: voltados à utilização do público em geral; § 1º A Agência terá como órgão máximo o
I - garantir, a toda a população, o acesso às III - comunicar às autoridades irregulari- Conselho Diretor, devendo contar, também,
telecomunicações, a tarifas e preços razo- dades ocorridas e atos ilícitos cometidos com um Conselho Consultivo, uma Procura-
áveis, em condições adequadas; por prestadora de serviço de telecomu- doria, uma Corregedoria, uma Biblioteca e
II - estimular a expansão do uso de redes nicações. uma Ouvidoria, além das unidades especia-
e serviços de telecomunicações pelos ser- lizadas incumbidas de diferentes funções.
Art. 5º Na disciplina das relações eco-
viços de interesse público em benefício da nômicas no setor de telecomunicações § 2º A natureza de autarquia especial
população brasileira; observar-se-ão, em especial, os princípios conferida à Agência é caracterizada por
III - adotar medidas que promovam a constitucionais da soberania nacional, independência administrativa, ausência
competição e a diversidade dos serviços, função social da propriedade, liberdade de subordinação hierárquica, mandato
incrementem sua oferta e propiciem pa- fixo e estabilidade de seus dirigentes e
de iniciativa, livre concorrência, defesa do
drões de qualidade compatíveis com a autonomia financeira.
consumidor, redução das desigualdades
exigência dos usuários; regionais e sociais, repressão ao abuso Art. 9° A Agência atuará como autori­
IV - fortalecer o papel regulador do Esta- do poder econômico e continuidade do dade administrativa independente,
do; serviço prestado no regime público. assegurando-se-lhe, nos termos desta Lei,
V - criar oportunidades de investimento e as prerrogativas necessárias ao exercício
Art. 6° Os serviços de telecomunicações
estimular o desenvolvimento tecnológico adequado de sua competência.
serão organizados com base no princípio da
e industrial, em ambiente competitivo; livre, ampla e justa competição entre todas Art. 10. Caberá ao Poder Executivo instalar
VI - criar condições para que o desenvol- as prestadoras, devendo o Poder Público a Agência, devendo o seu regulamento,
vimento do setor seja harmônico com as atuar para propiciá-la, bem como para cor- aprovado por decreto do Presidente da
metas de desenvolvimento social do País. rigir os efeitos da competição imperfeita e República, fixar-lhe a estrutura organiza-
reprimir as infrações da ordem econômica. cional.
Art. 3° O usuário de serviços de teleco- Parágrafo único. A edição do regula-
municações tem direito: Art. 7° As normas gerais de proteção à
mento marcará a instalação da Agência,
I - de acesso aos serviços de telecomuni- ordem econômica são aplicáveis ao setor de
investindo-a automaticamente no exercício
cações, com padrões de qualidade e re- telecomunicações, quando não conflitarem
de suas atribuições.
gularidade adequados à sua natureza, em com o disposto nesta Lei.
qualquer ponto do território nacional; § 1º Os atos envolvendo prestadora de Art. 11. O Poder Executivo encaminhará
serviço de telecomunicações, no regime ao Congresso Nacional, no prazo de até
II - à liberdade de escolha de sua presta-
público ou privado, que visem a qualquer noventa dias, a partir da publicação desta
dora de serviço;
forma de concentração econômica, inclu- Lei, mensagem criando o quadro efetivo
III - de não ser discriminado quanto às de pessoal da Agência, podendo rema-
sive mediante fusão ou incorporação de
condições de acesso e fruição do serviço; nejar cargos disponíveis na estrutura do
empresas, constituição de sociedade para
IV - à informação adequada sobre as con- exercer o controle de empresas ou qualquer Ministério das Comunicações.
dições de prestação dos serviços, suas ta- forma de agrupamento societário, ficam Art. 12. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
rifas e preços; submetidos aos controles, procedimentos 18.7.2000)
V - à inviolabilidade e ao segredo de sua e condicionamentos previstos nas normas
comunicação, salvo nas hipóteses e con- Art. 13. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
gerais de proteção à ordem econômica.
dições constitucional e legalmente pre- 18.7.2000)
§ 2° Os atos de que trata o parágrafo an-
vistas; terior serão submetidos à apreciação do Art. 14. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
VI - à não divulgação, caso o requeira, de Conselho Administrativo de Defesa Econô- 18.7.2000)
seu código de acesso; mica - CADE, por meio do órgão regulador. Art. 15. A fixação das dotações orçamen-
VII - à não suspensão de serviço presta- § 3º Praticará infração da ordem econômica tárias da Agência na Lei de Orçamento
do em regime público, salvo por débito a prestadora de serviço de telecomunica- Anual e sua programação orçamentária e

15
Art. 15 legislação complementar
financeira de execução não sofrerão limites V - editar atos de outorga e extinção de di- XXIV - adquirir, administrar e alienar seus
nos seus valores para movimentação e reito de exploração do serviço no regime bens;
empenho. público; XXV - decidir em último grau sobre as
Art. 16. Fica o Poder Executivo autorizado VI - celebrar e gerenciar contratos de con- matérias de sua alçada, sempre admitido
a realizar as despesas e os investimentos cessão e fiscalizar a prestação do serviço recurso ao Conselho Diretor;
necessários à instalação da Agência, po- no regime público, aplicando sanções e XXVI - formular ao Ministério das Comuni-
dendo remanejar, transferir ou utilizar realizando intervenções; cações proposta de orçamento;
saldos orçamentários, empregando como VII - controlar, acompanhar e proceder à XXVII - aprovar o seu regimento interno;
recursos dotações destinadas a atividades revisão de tarifas dos serviços prestados XXVIII - elaborar relatório anual de suas
finalísticas e administrativas do Ministério no regime público, podendo fixá-las nas atividades, nele destacando o cumpri-
das Comunicações, inclusive do Fundo de condições previstas nesta Lei, bem como mento da política do setor definida nos
Fiscalização das Telecomunicações - FISTEL. homologar reajustes; termos do artigo anterior;
Parágrafo único. Serão transferidos à VIII - administrar o espectro de radiofre- XXIX - enviar o relatório anual de suas ati-
Agência os acervos técnico e patrimonial, quências e o uso de órbitas, expedindo as
vidades ao Ministério das Comunicações
bem como as obrigações e direitos do respectivas normas;
e, por intermédio da Presidência da Repú-
Ministério das Comunicações, correspon- IX - editar atos de outorga e extinção do blica, ao Congresso Nacional;
dentes às atividades a ela atribuídas por direito de uso de radiofrequência e de ór-
XXX - rever, periodicamente, os planos
esta Lei. bita, fiscalizando e aplicando sanções;
enumerados nos incisos II e III do artigo
Art. 17. A extinção da Agência somente X - expedir normas sobre prestação de anterior, submetendo-os, por intermédio
ocorrerá por lei específica. serviços de telecomunicações no regime do Ministro de Estado das Comunicações,
privado; ao Presidente da República, para aprova-
TÍTULO II XI - expedir e extinguir autorização para ção;
DAS COMPETÊNCIAS prestação de serviço no regime privado, XXXI - promover interação com adminis-
fiscalizando e aplicando sanções; trações de telecomunicações dos países
Art. 18. Cabe ao Poder Executivo, obser- XII - expedir normas e padrões a serem do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL,
vadas as disposições desta Lei, por meio cumpridos pelas prestadoras de serviços com vistas à consecução de objetivos de
de decreto: de telecomunicações quanto aos equipa- interesse comum.
I - instituir ou eliminar a prestação de mo- mentos que utilizarem;
dalidade de serviço no regime público, XIII - expedir ou reconhecer a certificação TÍTULO III
concomitantemente ou não com sua pres- de produtos, observados os padrões e DOS ÓRGÃOS SUPERIORES
tação no regime privado; normas por ela estabelecidos;
II - aprovar o plano geral de outorgas de XIV - expedir normas e padrões que as-
serviço prestado no regime público; segurem a compatibilidade, a operação CAPÍTULO I
III - aprovar o plano geral de metas para integrada e a interconexão entre as redes, DO CONSELHO DIRETOR
a progressiva universalização de serviço abrangendo inclusive os equipamentos
prestado no regime público; terminais; Art. 20. O Conselho Diretor será compos-
IV - autorizar a participação de empresa XV - realizar busca e apreensão de bens no to por cinco conselheiros e decidirá por
brasileira em organizações ou consórcios âmbito de sua competência; maioria absoluta.
intergovernamentais destinados ao provi- XVI - deliberar na esfera administrativa Parágrafo único. Cada conselheiro votará
mento de meios ou à prestação de servi- quanto à interpretação da legislação de com independência, fundamentando seu
ços de telecomunicações. telecomunicações e sobre os casos omis- voto.
Parágrafo único. O Poder Executivo, le- sos; Art. 21. As sessões do Conselho Diretor
vando em conta os interesses do País no XVII - compor administrativamente con- serão registradas em atas, que ficarão ar-
contexto de suas relações com os demais flitos de interesses entre prestadoras de quivadas na Biblioteca, disponíveis para
países, poderá estabelecer limites à partici- serviço de telecomunicações; conhecimento geral.
pação estrangeira no capital de prestadora XVIII - reprimir infrações dos direitos dos § 1º Quando a publicidade puder colocar
de serviços de telecomunicações. usuários; em risco a segurança do País, ou violar
Art. 19. À Agência compete adotar as XIX - exercer, relativamente às telecomu- segredo protegido ou a intimidade de al-
medidas necessárias para o atendimento do nicações, as competências legais em ma- guém, os registros correspondentes serão
interesse público e para o desenvolvimento téria de controle, prevenção e repressão mantidos em sigilo.
das telecomunicações brasileiras, atuando das infrações da ordem econômica, res- § 2º As sessões deliberativas do Conselho
com independência, imparcialidade, lega- salvadas as pertencentes ao Conselho Ad- Diretor que se destinem a resolver pen-
lidade, impessoalidade e publicidade, e ministrativo de Defesa Econômica - CADE; dências entre agentes econômicos e entre
especialmente: estes e consumidores e usuários de bens
XX - propor ao Presidente da República,
I - implementar, em sua esfera de atribui- e serviços de telecomunicações serão pú-
por intermédio do Ministério das Comuni-
ções, a política nacional de telecomunica- blicas, permitida a sua gravação por meios
cações, a declaração de utilidade pública,
ções; eletrônicos e assegurado aos interessados o
para fins de desapropriação ou instituição
de servidão administrativa, dos bens ne- direito de delas obter transcrições.
II - representar o Brasil nos organismos
internacionais de telecomunicações, sob cessários à implantação ou manutenção Art. 22. Compete ao Conselho Diretor:
a coordenação do Poder Executivo; de serviço no regime público; I - submeter ao Presidente da República,
III - elaborar e propor ao Presidente da XXI - arrecadar e aplicar suas receitas; por intermédio do Ministro de Estado das
República, por intermédio do Ministro de XXII - resolver quanto à celebração, alte- Comunicações, as modificações do regu-
Estado das Comunicações, a adoção das ração ou extinção de seus contratos, bem lamento da Agência;
medidas a que se referem os incisos I a IV como quanto à nomeação, exoneração II - aprovar normas próprias de licitação e
do artigo anterior, submetendo previa- e demissão de servidores, realizando os contratação;
mente a consulta pública as relativas aos procedimentos necessários, na forma em III - propor o estabelecimento e alteração
incisos I a III; que dispuser o regulamento; das políticas governamentais de teleco-
IV - expedir normas quanto à outorga, XXIII - contratar pessoal por prazo deter- municações;
prestação e fruição dos serviços de teleco- minado, de acordo com o disposto na Lei IV - editar normas sobre matérias de com-
municações no regime público; nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993; petência da Agência;

16
legislação complementar Art. 23
V - aprovar editais de licitação, homolo- cargo exercido, sob pena de incorrer em Art. 39. Ressalvados os documentos e
gar adjudicações, bem como decidir pela improbidade administrativa. os autos cuja divulgação possa violar a
prorrogação, transferência, intervenção Art. 31. (Revogado pela Lei nº 9.986, de segurança do País, segredo protegido ou
e extinção, em relação às outorgas para 18.7.2000) a intimidade de alguém, todos os demais
prestação de serviço no regime público, permanecerão abertos à consulta do públi-
obedecendo ao plano aprovado pelo Po- Art. 32. Cabe ao Presidente a represen- co, sem formalidades, na Biblioteca.
der Executivo; tação da Agência, o comando hierárquico
Parágrafo único. A Agência deverá garan-
sobre o pessoal e o serviço, exercendo todas
VI - aprovar o plano geral de autorizações tir o tratamento confidencial das informa-
as competências administrativas corres-
de serviço prestado no regime privado; ções técnicas, operacionais, econômico-
pondentes, bem como a presidência das
VII - aprovar editais de licitação, homolo- sessões do Conselho Diretor. -financeiras e contábeis que solicitar às
gar adjudicações, bem como decidir pela empresas prestadoras dos serviços de tele-
Parágrafo único. A representação judicial
prorrogação, transferência e extinção, em comunicações, nos termos do regulamento.
da Agência, com prerrogativas processu-
relação às autorizações para prestação de ais de Fazenda Pública, será exercida pela Art. 40. Os atos da Agência deverão ser
serviço no regime privado, na forma do Procuradoria. sempre acompanhados da exposição for-
regimento interno; mal dos motivos que os justifiquem.
VIII - aprovar o plano de destinação de CAPÍTULO II Art. 41. Os atos normativos somente pro-
faixas de radiofrequência e de ocupação DO CONSELHO CONSULTIVO duzirão efeito após publicação no Diário
de órbitas; Oficial da União, e aqueles de alcance par-
IX - aprovar os planos estruturais das re- Art. 33. O Conselho Consultivo é o órgão ticular, após a correspondente notificação.
des de telecomunicações, na forma em de participação institucionalizada da socie-
dade na Agência.
Art. 42. As minutas de atos normativos
que dispuser o regimento interno; serão submetidas à consulta pública, for-
X - aprovar o regimento interno; Art. 34. O Conselho será integrado por malizada por publicação no Diário Oficial
XI - resolver sobre a aquisição e a aliena- representantes indicados pelo Senado Fe- da União, devendo as críticas e sugestões
ção de bens; deral, pela Câmara dos Deputados, pelo merecer exame e permanecer à disposição
Poder Executivo, pelas entidades de classe do público na Biblioteca.
XII - autorizar a contratação de serviços de
das prestadoras de serviços de telecomuni-
terceiros, na forma da legislação em vigor.
cações, por entidades representativas dos Art. 43. Na invalidação de atos e contratos,
Parágrafo único. Fica vedada a realização usuários e por entidades representativas será garantida previamente a manifestação
por terceiros da fiscalização de competên- da sociedade, nos termos do regulamento. dos interessados.
cia da Agência, ressalvadas as atividades Parágrafo único. O Presidente do Con- Art. 44. Qualquer pessoa terá o direito
de apoio. selho Consultivo será eleito pelos seus de peticionar ou de recorrer contra ato da
Art. 23. Os conselheiros serão brasileiros, membros e terá mandato de um ano. Agência no prazo máximo de trinta dias,
de reputação ilibada, formação universi- Art. 35. Cabe ao Conselho Consultivo: devendo a decisão da Agência ser conhe-
tária e elevado conceito no campo de sua I - opinar, antes de seu encaminhamento cida em até noventa dias.
especialidade, devendo ser escolhidos pelo ao Ministério das Comunicações, sobre o Art. 45. O Ouvidor será nomeado pelo
Presidente da República e por ele nomea- plano geral de outorgas, o plano geral de Presidente da República para mandato
dos, após aprovação pelo Senado Federal, metas para universalização de serviços de dois anos, admitida uma recondução.
nos termos da alínea f do inciso III do art. prestados no regime público e demais Parágrafo único. O Ouvidor terá aces-
52 da Constituição Federal. políticas governamentais de telecomuni- so a todos os assuntos e contará com o
Art. 24. O mandato dos membros do cações; apoio administrativo de que necessitar,
Conselho Diretor será de cinco anos. (Re- II - aconselhar quanto à instituição ou eli- competindo-lhe produzir, semestralmente
dação dada pela Lei nº 9.986, de 18 de minação da prestação de serviço no regi- ou quando oportuno, apreciações críticas
julho de 2000) me público; sobre a atuação da Agência, encaminhan-
Parágrafo único. Em caso de vaga no curso III - apreciar os relatórios anuais do Con- do-as ao Conselho Diretor, ao Conselho
do mandato, este será completado por selho Diretor; Consultivo, ao Ministério das Comunica-
sucessor investido na forma prevista no IV - requerer informação e fazer proposi- ções, a outros órgãos do Poder Executivo e
artigo anterior, que o exercerá pelo prazo ção a respeito das ações referidas no art. ao Congresso Nacional, fazendo publicá-las
remanescente. 22. para conhecimento geral.

Art. 25. Os mandatos dos primeiros mem- Art. 46. A Corregedoria acompanhará
Art. 36. Os membros do Conselho Con-
bros do Conselho Diretor serão de três, permanentemente o desempenho dos ser-
sultivo, que não serão remunerados, terão
quatro, cinco, seis e sete anos, a serem vidores da Agência, avaliando sua eficiência
mandato de três anos, vedada a recon-
e o cumprimento dos deveres funcionais
estabelecidos no decreto de nomeação. dução.
e realizando os processos disciplinares.
Art. 26. (Revogado pela Lei nº 9.986, de § 1° Os mandatos dos primeiros mem-
18.7.2000) bros do Conselho serão de um, dois e três TÍTULO V
Art. 27. O regulamento disciplinará a anos, na proporção de um terço para cada DAS RECEITAS
substituição dos conselheiros em seus im- período.
pedimentos, bem como durante a vacância. § 2° O Conselho será renovado anualmente Art. 47. O produto da arrecadação das
em um terço. taxas de fiscalização de instalação e de
Art. 28. (Revogado pela Lei nº 9.986, de
Art. 37. O regulamento disporá sobre o funcionamento a que se refere a Lei nº
18.7.2000)
funcionamento do Conselho Consultivo. 5.070, de 7 de julho de 1966, será destinado
Art. 29. Caberá também aos conselheiros ao Fundo de Fiscalização das Telecomuni-
a direção dos órgãos administrativos da cações - FISTEL, por ela criado.
TÍTULO IV
Agência.
DA ATIVIDADE E DO CONTROLE Art. 48. A concessão, permissão ou auto-
Art. 30. Até um ano após deixar o cargo, rização para a exploração de serviços de
é vedado ao ex-conselheiro representar Art. 38. A atividade da Agência será juridi- telecomunicações e de uso de radiofrequ-
qualquer pessoa ou interesse perante a camente condicionada pelos princípios da ência, para qualquer serviço, será sempre
Agência. legalidade, celeridade, finalidade, razoabi- feita a título oneroso, ficando autoriza-
Parágrafo único. É vedado, ainda, ao lidade, proporcionalidade, impessoalidade, da a cobrança do respectivo preço nas
ex-conselheiro utilizar informações pri- igualdade, devido processo legal, publici- condições estabelecidas nesta Lei e na
vilegiadas obtidas em decorrência do dade e moralidade. regulamentação, constituindo o produto

17
Art. 48 legislação complementar
da arrecadação receita do Fundo de Fis- b) o produto das operações de crédito que sessenta dias após a notificação da Agência
calização das Telecomunicações - FISTEL. contratar, no País e no exterior, e rendimen- determinará a caducidade da concessão,
§ 1º Conforme dispuser a Agência, o tos de operações financeiras que realizar; permissão ou autorização, sem que caiba
pagamento devido pela concessionária, c) relativas ao exercício do poder conce- ao interessado o direito a qualquer inde-
permissionária ou autorizada poderá ser dente dos serviços de telecomunicações, nização.
feito na forma de quantia certa, em uma no regime público, inclusive pagamentos ...........................................................................
ou várias parcelas, ou de parcelas anuais, pela outorga, multas e indenizações; .........."
sendo seu valor, alternativamente: d) relativas ao exercício da atividade orde- "Art. 13. São isentos do pagamento das
I - determinado pela regulamentação; nadora da exploração de serviços de tele- taxas do FISTEL a Agência Nacional de
II - determinado no edital de licitação; comunicações, no regime privado, inclusive Telecomunicações, as Forças Armadas, a
III - fixado em função da proposta ven- pagamentos pela expedição de autorização Polícia Federal, as Polícias Militares, a Polícia
cedora, quando constituir fator de julga- de serviço, multas e indenizações; Rodoviária Federal, as Polícias Civis e os
mento; e) relativas ao exercício do poder de ou- Corpos de Bombeiros Militares."
torga do direito de uso de radiofreqüên-
IV - fixado no contrato de concessão ou no Art. 52. Os valores das taxas de fiscali-
cia para qualquer fim, inclusive multas e
ato de permissão, nos casos de inexigibili- zação de instalação e de funcionamento,
indenizações;
dade de licitação. constantes do Anexo I da Lei n° 5.070, de 7
f) taxas de fiscalização; de julho de 1966, passam a ser os da Tabela
§ 2º Após a criação do fundo de universa- g) recursos provenientes de convênios,
lização dos serviços de telecomunicações do Anexo III desta Lei.
acordos e contratos celebrados com enti- Parágrafo único. A nomenclatura dos
mencionado no inciso II do art. 81, parte do dades, organismos e empresas, públicas ou
produto da arrecadação a que se refere o serviços relacionados na Tabela vigorará
privadas, nacionais ou estrangeiras;
caput deste artigo será a ele destinada, nos até que nova regulamentação seja editada,
h) doações, legados, subvenções e outros com base nesta Lei.
termos da lei correspondente. recursos que lhe forem destinados;
Art. 49. A Agência submeterá anualmente i) o produto dos emolumentos, preços ou Art. 53. Os valores de que tratam as alíneas
ao Ministério das Comunicações a sua pro- multas, os valores apurados na venda ou i e j do art. 2° da Lei n° 5.070, de 7 de julho
posta de orçamento, bem como a do FISTEL, locação de bens, bem assim os decorren- de 1966, com a redação dada por esta Lei,
que serão encaminhadas ao Ministério do tes de publicações, dados e informações serão estabelecidos pela Agência.
Planejamento e Orçamento para inclusão técnicas, inclusive para fins de licitação;
no projeto de lei orçamentária anual a que j) decorrentes de quantias recebidas pela TÍTULO VI
se refere o § 5º do art. 165 da Constituição aprovação de laudos de ensaio de produtos DAS CONTRATAÇÕES
Federal. e pela prestação de serviços técnicos por
§ 1º A Agência fará acompanhar as órgãos da Agência Nacional de Teleco- Art. 54. A contratação de obras e serviços
municações; de engenharia civil está sujeita ao procedi-
propostas orçamentárias de um quadro
l) rendas eventuais." mento das licitações previsto em lei geral
demonstrativo do planejamento plurianual
"Art. 3° Além das transferências para o para a Administração Pública.
das receitas e despesas, visando ao seu
equilíbrio orçamentário e financeiro nos Tesouro Nacional e para o fundo de uni- Parágrafo único. Para os casos não pre-
cinco exercícios subsequentes. versalização das telecomunicações, os vistos no caput, a Agência poderá utilizar
recursos do Fundo de Fiscalização das Tele- procedimentos próprios de contratação,
§ 2º O planejamento plurianual preverá comunicações - FISTEL serão aplicados pela nas modalidades de consulta e pregão.
o montante a ser transferido ao fundo de
Agência Nacional de Telecomunicações Art. 55. A consulta e o pregão serão dis-
universalização a que se refere o inciso II
exclusivamente: ciplinados pela Agência, observadas as
do art. 81 desta Lei, e os saldos a serem
........................................................................... disposições desta Lei e, especialmente:
transferidos ao Tesouro Nacional.
........ I - a finalidade do procedimento licitatório
§ 3º A lei orçamentária anual consignará d) no atendimento de outras despesas é, por meio de disputa justa entre interes-
as dotações para as despesas de custeio correntes e de capital por ela realizadas sados, obter um contrato econômico, sa-
e capital da Agência, bem como o valor no exercício de sua competência." tisfatório e seguro para a Agência;
das transferências de recursos do FISTEL "Art. 6° As taxas de fiscalização a que se II - o instrumento convocatório identifi-
ao Tesouro Nacional e ao fundo de uni- refere a alínea f do art. 2° são a de instalação cará o objeto do certame, circunscreverá
versalização, relativos ao exercício a que e a de funcionamento. o universo de proponentes, estabelecerá
ela se referir.
§ 1° Taxa de Fiscalização de Instalação é critérios para aceitação e julgamento de
§ 4º As transferências a que se refere o a devida pelas concessionárias, permis­ propostas, regulará o procedimento, indi-
parágrafo anterior serão formalmente feitas sionárias e autorizadas de serviços de cará as sanções aplicáveis e fixará as cláu-
pela Agência ao final de cada mês. telecomunicações e de uso de radiofre- sulas do contrato;
Art. 50. O Fundo de Fiscalização das Te- qüência, no momento da emissão do III - o objeto será determinado de forma
lecomunicações - FISTEL, criado pela Lei certificado de licença para o funciona- precisa, suficiente e clara, sem especifica-
n° 5.070, de 7 de julho de 1966, passará mento das estações. ções que, por excessivas, irrelevantes ou
à administração exclusiva da Agência, a § 2° Taxa de Fiscalização de Funciona- desnecessárias, limitem a competição;
partir da data de sua instalação, com os mento é a devida pelas concessionárias, IV - a qualificação, exigida indistintamente
saldos nele existentes, incluídas as receitas permissionárias e autorizadas de serviços dos proponentes, deverá ser compatível e
que sejam produto da cobrança a que se de telecomunicações e de uso de radiofre- proporcional ao objeto, visando à garantia
refere o art. 14 da Lei nº 9.295, de 19 de qüência, anualmente, pela fiscalização do do cumprimento das futuras obrigações;
julho de 1996. funcionamento das estações." V - como condição de aceitação da pro-
Art. 51. Os arts. 2°, 3°, 6° e seus parágrafos, "Art. 8° A Taxa de Fiscalização de Funcio- posta, o interessado declarará estar em
o art. 8° e seu § 2°, e o art. 13, da Lei n° namento será paga, anualmente, até o situação regular perante as Fazendas Pú-
5.070, de 7 de julho de 1966, passam a ter dia 31 de março, e seus valores serão os blicas e a Seguridade Social, fornecendo
a seguinte redação: correspondentes a cinqüenta por cento seus códigos de inscrição, exigida a com-
"Art. 2° O Fundo de Fiscalização das Tele- dos fixados para a Taxa de Fiscalização provação como condição indispensável à
comunicações - FISTEL é constituído das de Instalação. assinatura do contrato;
seguintes fontes: ........................................................................... VI - o julgamento observará os princípios
a) dotações consignadas no Orçamento ............ de vinculação ao instrumento convoca-
Geral da União, créditos especiais, transfe- § 2° O não-pagamento da Taxa de Fisca- tório, comparação objetiva e justo preço,
rências e repasses que lhe forem conferidos; lização de Funcionamento no prazo de sendo o empate resolvido por sorteio;

18
legislação complementar Art. 56
VII - as regras procedimentais assegura- LIVRO III cuja existência, universalização e conti-
rão adequada divulgação do instrumento DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS nuidade a própria União comprometa-se
DE TELECOMUNICAÇÕES a assegurar.
convocatório, prazos razoáveis para o pre-
Parágrafo único. Incluem-se neste caso as
paro de propostas, os direitos ao contra-
diversas modalidades do serviço telefônico
ditório e ao recurso, bem como a transpa- TÍTULO I fixo comutado, de qualquer âmbito, desti-
rência e fiscalização; DISPOSIÇÕES GERAIS nado ao uso do público em geral.
VIII - a habilitação e o julgamento das pro- Art. 65. Cada modalidade de serviço será
postas poderão ser decididos em uma úni- CAPÍTULO I destinada à prestação:
DAS DEFINIÇÕES I - exclusivamente no regime público;
ca fase, podendo a habilitação, no caso de
II - exclusivamente no regime privado; ou
pregão, ser verificada apenas em relação Art. 60. Serviço de telecomunicações é III - concomitantemente nos regimes pú-
ao licitante vencedor; o conjunto de atividades que possibilita a blico e privado.
IX - quando o vencedor não celebrar o oferta de telecomunicação.
§ 1° Não serão deixadas à exploração ape-
contrato, serão chamados os demais parti- § 1° Telecomunicação é a transmissão,
nas em regime privado as modalidades de
emissão ou recepção, por fio, radioeletri-
cipantes na ordem de classificação; serviço de interesse coletivo que, sendo
cidade, meios ópticos ou qualquer outro
essenciais, estejam sujeitas a deveres de
X - somente serão aceitos certificados de processo eletromagnético, de símbolos,
universalização.
registro cadastral expedidos pela Agên- caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou
informações de qualquer natureza. § 2° A exclusividade ou concomitância a
cia, que terão validade por dois anos, de- que se refere o caput poderá ocorrer em
§ 2° Estação de telecomunicações é o
vendo o cadastro estar sempre aberto à conjunto de equipamentos ou aparelhos, âmbito nacional, regional, local ou em áreas
inscrição dos interessados. dispositivos e demais meios necessários determinadas.
à realização de telecomunicação, seus Art. 66. Quando um serviço for, ao mesmo
Art. 56. A disputa pelo fornecimento de acessórios e periféricos, e, quando for o tempo, explorado nos regimes público
bens e serviços comuns poderá ser feita caso, as instalações que os abrigam e com- e privado, serão adotadas medidas que
em licitação na modalidade de pregão, plementam, inclusive terminais portáteis. impeçam a inviabilidade econômica de sua
restrita aos previamente cadastrados, que Art. 61. Serviço de valor adicionado é a prestação no regime público.
serão chamados a formular lances em ses- atividade que acrescenta, a um serviço de Art. 67. Não comportarão prestação no
são pública. telecomunicações que lhe dá suporte e com regime público os serviços de telecomu-
o qual não se confunde, novas utilidades nicações de interesse restrito.
Parágrafo único. Encerrada a etapa com- relacionadas ao acesso, armazenamento, Art. 68. É vedada, a uma mesma pessoa
petitiva, a Comissão examinará a melhor apresentação, movimentação ou recupe- jurídica, a exploração, de forma direta ou
oferta quanto ao objeto, forma e valor. ração de informações. indireta, de uma mesma modalidade de
§ 1º Serviço de valor adicionado não serviço nos regimes público e privado, salvo
Art. 57. Nas seguintes hipóteses, o pre- constitui serviço de telecomunicações, em regiões, localidades ou áreas distintas.
gão será aberto a quaisquer interessados, classificando-se seu provedor como usu-
independentemente de cadastramento, ário do serviço de telecomunicações que CAPÍTULO III
verificando-se a um só tempo, após a etapa lhe dá suporte, com os direitos e deveres DAS REGRAS COMUNS
inerentes a essa condição.
competitiva, a qualificação subjetiva e a
§ 2° É assegurado aos interessados o uso Art. 69. As modalidades de serviço serão
aceitabilidade da proposta: das redes de serviços de telecomunicações definidas pela Agência em função de sua fi-
I - para a contratação de bens e serviços para prestação de serviços de valor adicio- nalidade, âmbito de prestação, forma, meio
comuns de alto valor, na forma do regula- nado, cabendo à Agência, para assegurar de transmissão, tecnologia empregada ou
mento; esse direito, regular os condicionamen- de outros atributos.
tos, assim como o relacionamento entre
II - quando o número de cadastrados na Parágrafo único. Forma de telecomuni-
aqueles e as prestadoras de serviço de
cação é o modo específico de transmitir
classe for inferior a cinco; telecomunicações.
informação, decorrente de características
III - para o registro de preços, que terá va- particulares de transdução, de transmissão,
CAPÍTULO II
lidade por até dois anos; de apresentação da informação ou de com-
DA CLASSIFICAÇÃO
binação destas, considerando-se formas de
IV - quando o Conselho Diretor assim o
telecomunicação, entre outras, a telefonia,
decidir. Art. 62. Quanto à abrangência dos in- a telegrafia, a comunicação de dados e a
teresses a que atendem, os serviços de
transmissão de imagens.
Art. 58. A licitação na modalidade de telecomunicações classificam-se em ser-
consulta tem por objeto o fornecimento viços de interesse coletivo e serviços de Art. 70. Serão coibidos os comportamen-
interesse restrito. tos prejudiciais à competição livre, ampla
de bens e serviços não compreendidos e justa entre as prestadoras do serviço, no
Parágrafo único. Os serviços de interesse
nos arts. 56 e 57. restrito estarão sujeitos aos condiciona- regime público ou privado, em especial:
Parágrafo único. A decisão ponderará o mentos necessários para que sua explo- I - a prática de subsídios para redução arti-
ração não prejudique o interesse coletivo. ficial de preços;
custo e o benefício de cada proposta, con-
Art. 63. Quanto ao regime jurídico de sua II - o uso, objetivando vantagens na com-
siderando a qualificação do proponente. petição, de informações obtidas dos con-
prestação, os serviços de telecomunicações
Art. 59. A Agência poderá utilizar, me- classificam-se em públicos e privados. correntes, em virtude de acordos de pres-
diante contrato, técnicos ou empresas Parágrafo único. Serviço de telecomu- tação de serviço;
nicações em regime público é o prestado III - a omissão de informações técnicas e
especializadas, inclusive consultores in-
mediante concessão ou permissão, com comerciais relevantes à prestação de ser-
dependentes e auditores externos, para viços por outrem.
atribuição a sua prestadora de obrigações
executar atividades de sua competência, de universalização e de continuidade. Art. 71. Visando a propiciar competição
vedada a contratação para as atividades de
Art. 64. Comportarão prestação no regi- efetiva e a impedir a concentração eco-
fiscalização, salvo para as correspondentes me público as modalidades de serviço de nômica no mercado, a Agência poderá
atividades de apoio. telecomunicações de interesse coletivo, estabelecer restrições, limites ou condições

19
Art. 71 legislação complementar
a empresas ou grupos empresariais quanto TÍTULO II I - subsídio entre modalidades de serviços
à obtenção e transferência de concessões, DOS SERVIÇOS PRESTADOS de telecomunicações ou entre segmentos
permissões e autorizações. EM REGIME PÚBLICO de usuários;
II - pagamento de adicional ao valor de
Art. 72. Apenas na execução de sua ati- interconexão.
vidade, a prestadora poderá valer-se de CAPÍTULO I
informações relativas à utilização individual DAS OBRIGAÇÕES DE Art. 82. O descumprimento das obriga-
do serviço pelo usuário. UNIVERSALIZAÇÃO E DE ções relacionadas à universalização e à
CONTINUIDADE continuidade ensejará a aplicação de san-
§ 1° A divulgação das informações indivi-
ções de multa, caducidade ou decretação
duais dependerá da anuência expressa e
Art. 79. A Agência regulará as obriga- de intervenção, conforme o caso.
específica do usuário. ções de universalização e de continuidade
§ 2° A prestadora poderá divulgar a tercei- atribuídas às prestadoras de serviço no CAPÍTULO II
ros informações agregadas sobre o uso de regime público. DA CONCESSÃO
seus serviços, desde que elas não permi- § 1° Obrigações de universalização são
tam a identificação, direta ou indireta, do as que objetivam possibilitar o acesso de SEÇÃO I
usuário, ou a violação de sua intimidade. qualquer pessoa ou instituição de interesse DA OUTORGA
público a serviço de telecomunicações,
Art. 73. As prestadoras de serviços de independentemente de sua localização
telecomunicações de interesse coletivo Art. 83. A exploração do serviço no regime
e condição socioeconômica, bem como público dependerá de prévia outorga, pela
terão direito à utilização de postes, dutos, as destinadas a permitir a utilização das Agência, mediante concessão, implicando
condutos e servidões pertencentes ou con- telecomunicações em serviços essenciais esta o direito de uso das radiofrequências
trolados por prestadora de serviços de de interesse público. necessárias, conforme regulamentação.
telecomunicações ou de outros serviços § 2° Obrigações de continuidade são as Parágrafo único. Concessão de serviço
de interesse público, de forma não discri- que objetivam possibilitar aos usuários dos de telecomunicações é a delegação de
minatória e a preços e condições justos serviços sua fruição de forma ininterrupta, sua prestação, mediante contrato, por
e razoáveis. sem paralisações injustificadas, devendo os prazo determinado, no regime público,
serviços estar à disposição dos usuários, em sujeitando-se a concessionária aos ris-
Parágrafo único. Caberá ao órgão regu-
condições adequadas de uso. cos empresariais, remunerando-se pela
lador do cessionário dos meios a serem
utilizados definir as condições para ade- Art. 80. As obrigações de universalização cobrança de tarifas dos usuários ou por
serão objeto de metas periódicas, conforme outras receitas alternativas e respondendo
quado atendimento do disposto no caput.
plano específico elaborado pela Agência e diretamente pelas suas obrigações e pelos
Art. 74. A concessão, permissão ou au- aprovado pelo Poder Executivo, que deverá prejuízos que causar.
torização de serviço de telecomunicações referir-se, entre outros aspectos, à disponi- Art. 84. As concessões não terão caráter
não isenta a prestadora do atendimento bilidade de instalações de uso coletivo ou de exclusividade, devendo obedecer ao
às normas de engenharia e às leis muni- individual, ao atendimento de deficientes plano geral de outorgas, com definição
cipais, estaduais ou distritais relativas à físicos, de instituições de caráter público quanto à divisão do País em áreas, ao nú-
ou social, bem como de áreas rurais ou de mero de prestadoras para cada uma delas,
construção civil. (Redação dada pela Lei
urbanização precária e de regiões remotas. seus prazos de vigência e os prazos para
nº 13.116, de 2015)
§ 1º O plano detalhará as fontes de financia- admissão de novas prestadoras.
Art. 75. Independerá de concessão, mento das obrigações de universalização, § 1° As áreas de exploração, o número de
permissão ou autorização a atividade de que serão neutras em relação à competição, prestadoras, os prazos de vigência das con-
telecomunicações restrita aos limites de no mercado nacional, entre prestadoras. cessões e os prazos para admissão de novas
uma mesma edificação ou propriedade mó- § 2º Os recursos do fundo de universaliza- prestadoras serão definidos considerando-
vel ou imóvel, conforme dispuser a Agência. ção de que trata o inciso II do art. 81 não -se o ambiente de competição, observados
poderão ser destinados à cobertura de o princípio do maior benefício ao usuário e
Art. 76. As empresas prestadoras de custos com universalização dos serviços o interesse social e econômico do País, de
serviços e os fabricantes de produtos de que, nos termos do contrato de concessão, modo a propiciar a justa remuneração da
telecomunicações que investirem em pro- a própria prestadora deva suportar. prestadora do serviço no regime público.
jetos de pesquisa e desenvolvimento no Art. 81. Os recursos complementares § 2° A oportunidade e o prazo das outorgas
Brasil, na área de telecomunicações, obte- destinados a cobrir a parcela do custo ex- serão determinados de modo a evitar o
rão incentivos nas condições fixadas em lei. clusivamente atribuível ao cumprimento vencimento concomitante das concessões
das obrigações de universalização de pres- de uma mesma área.
Art. 77. O Poder Executivo encaminhará
ao Congresso Nacional, no prazo de cen- tadora de serviço de telecomunicações, que Art. 85. Cada modalidade de serviço será
não possa ser recuperada com a exploração objeto de concessão distinta, com clara
to e vinte dias da publicação desta Lei,
eficiente do serviço, poderão ser oriundos determinação dos direitos e deveres da
mensagem de criação de um fundo para o das seguintes fontes: concessionária, dos usuários e da Agência.
desenvolvimento tecnológico das teleco- I - Orçamento Geral da União, dos Estados,
municações brasileiras, com o objetivo de Art. 86. A concessão somente poderá ser
do Distrito Federal e dos Municípios;
outorgada a empresa constituída segundo
estimular a pesquisa e o desenvolvimento II - fundo especificamente constituído pa- as leis brasileiras, com sede e administração
de novas tecnologias, incentivar a capaci- ra essa finalidade, para o qual contribuirão no País, criada para explorar exclusivamen-
tação dos recursos humanos, fomentar a prestadoras de serviço de telecomunica- te serviços de telecomunicações. (Redação
geração de empregos e promover o acesso ções nos regimes público e privado, nos dada pela Lei nº 12.485, de 2011)
de pequenas e médias empresas a recursos termos da lei, cuja mensagem de criação Parágrafo único. Os critérios e condi-
de capital, de modo a ampliar a competição deverá ser enviada ao Congresso Nacio- ções para a prestação de outros serviços
na indústria de telecomunicações. nal, pelo Poder Executivo, no prazo de de telecomunicações diretamente pela
cento e vinte dias após a publicação desta concessionária obedecerão, entre outros,
Art. 78. A fabricação e o desenvolvimento Lei. aos seguintes princípios, de acordo com
no País de produtos de telecomunicações Parágrafo único. Enquanto não for cons- regulamentação da Anatel: (Redação dada
serão estimulados mediante adoção de tituído o fundo a que se refere o inciso II pela Lei nº 12.485, de 2011)
instrumentos de política creditícia, fiscal do caput, poderão ser adotadas também I - garantia dos interesses dos usuários,
e aduaneira. as seguintes fontes: nos mecanismos de reajuste e revisão das

20
legislação complementar Art. 87
tarifas, mediante o compartilhamento dos menor tarifa, maior oferta pela outorga, como as provenientes de projetos asso-
ganhos econômicos advindos da raciona- melhor qualidade dos serviços e melhor ciados;
lização decorrente da prestação de outros atendimento da demanda, respeitado IX - os direitos, as garantias e as obriga-
serviços de telecomunicações, ou ainda sempre o princípio da objetividade; ções dos usuários, da Agência e da con-
mediante a transferência integral dos ga- IX - o empate será resolvido por sorteio; cessionária;
nhos econômicos que não decorram da X - as regras procedimentais assegurarão X - a forma da prestação de contas e da
eficiência ou iniciativa empresarial, ob- a adequada divulgação do instrumento fiscalização;
servados os termos dos §§ 2o e 3o do art. convocatório, prazos compatíveis com o XI - os bens reversíveis, se houver;
108 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.485, preparo de propostas e os direitos ao con-
de 2011) XII - as condições gerais para intercone-
traditório, ao recurso e à ampla defesa. xão;
II - atuação do poder público para pro-
piciar a livre, ampla e justa competição, Art. 90. Não poderá participar da licitação XIII - a obrigação de manter, durante a
reprimidas as infrações da ordem econô- ou receber outorga de concessão a empresa execução do contrato, todas as condições
mica, nos termos do art. 6o desta Lei; (In- proibida de licitar ou contratar com o Po- de habilitação exigidas na licitação;
cluído pela Lei nº 12.485, de 2011) der Público ou que tenha sido declarada XIV - as sanções;
inidônea, bem como aquela que tenha
III - existência de mecanismos que assegu- XV - o foro e o modo para solução extraju-
sido punida nos dois anos anteriores com
rem o adequado controle público no que dicial das divergências contratuais.
a decretação de caducidade de concessão,
tange aos bens reversíveis. (Incluído pela Parágrafo único. O contrato será publi-
permissão ou autorização de serviço de
Lei nº 12.485, de 2011) cado resumidamente no Diário Oficial da
telecomunicações, ou da caducidade de
Art. 87. A outorga a empresa ou grupo em- direito de uso de radiofrequência. União, como condição de sua eficácia.
presarial que, na mesma região, localidade Art. 91. A licitação será inexigível quando, Art. 94. No cumprimento de seus deve-
ou área, já preste a mesma modalidade de mediante processo administrativo conduzi- res, a concessionária poderá, observadas
serviço, será condicionada à assunção do do pela Agência, a disputa for considerada as condições e limites estabelecidos pela
compromisso de, no prazo máximo de de- inviável ou desnecessária. Agência:
zoito meses, contado da data de assinatura § 1° Considera-se inviável a disputa quando I - empregar, na execução dos serviços,
do contrato, transferir a outrem o serviço apenas um interessado puder realizar o equipamentos e infraestrutura que não
anteriormente explorado, sob pena de sua serviço, nas condições estipuladas. lhe pertençam;
caducidade e de outras sanções previstas II - contratar com terceiros o desenvolvi-
§ 2° Considera-se desnecessária a disputa
no processo de outorga. nos casos em que se admita a exploração mento de atividades inerentes, acessórias
Art. 88. As concessões serão outorgadas do serviço por todos os interessados que ou complementares ao serviço, bem como
mediante licitação. atendam às condições requeridas. a implementação de projetos associados.
Art. 89. A licitação será disciplinada § 3° O procedimento para verificação da § 1° Em qualquer caso, a concessionária
pela Agência, observados os princípios inexigibilidade compreenderá chama- continuará sempre responsável perante a
constitucionais, as disposições desta Lei mento público para apurar o número de Agência e os usuários.
e, especialmente: interessados. § 2° Serão regidas pelo direito comum as
I - a finalidade do certame é, por meio de Art. 92. Nas hipóteses de inexigibilida- relações da concessionária com os terceiros,
disputa entre os interessados, escolher de de licitação, a outorga de concessão que não terão direitos frente à Agência,
quem possa executar, expandir e univer- dependerá de procedimento administra- observado o disposto no art. 117 desta Lei.
salizar o serviço no regime público com tivo sujeito aos princípios da publicidade, Art. 95. A Agência concederá prazos
eficiência, segurança e a tarifas razoáveis; moralidade, impessoalidade e contra- adequados para adaptação da concessio-
II - a minuta de instrumento convocatório ditório, para verificar o preenchimento nária às novas obrigações que lhe sejam
será submetida a consulta pública prévia; das condições relativas às qualificações impostas.
III - o instrumento convocatório identi- técnico-operacional ou profissional e eco-
nômico-financeira, à regularidade fiscal e
Art. 96. A concessionária deverá:
ficará o serviço objeto do certame e as I - prestar informações de natureza téc-
condições de sua prestação, expansão às garantias do contrato.
nica, operacional, econômico-financeira
e universalização, definirá o universo Parágrafo único. As condições deverão ser
e contábil, ou outras pertinentes que a
de proponentes, estabelecerá fatores e compatíveis com o objeto e proporcionais
Agência solicitar;
critérios para aceitação e julgamento de a sua natureza e dimensão.
II - manter registros contábeis separados
propostas, regulará o procedimento, de-
SEÇÃO II por serviço, caso explore mais de uma mo-
terminará a quantidade de fases e seus
DO CONTRATO dalidade de serviço de telecomunicações;
objetivos, indicará as sanções aplicáveis
e fixará as cláusulas do contrato de con- III - submeter à aprovação da Agência a
cessão; Art. 93. O contrato de concessão indicará: minuta de contrato-padrão a ser celebra-
I - objeto, área e prazo da concessão; do com os usuários, bem como os acordos
IV - as qualificações técnico-operacional
II - modo, forma e condições da prestação operacionais que pretenda firmar com
ou profissional e econômico-financeira,
do serviço; prestadoras estrangeiras;
bem como as garantias da proposta e do
contrato, exigidas indistintamente dos III - regras, critérios, indicadores, fórmulas IV - divulgar relação de assinantes, obser-
proponentes, deverão ser compatíveis e parâmetros definidores da implantação, vado o disposto nos incisos VI e IX do art.
com o objeto e proporcionais a sua natu- expansão, alteração e modernização do 3°, bem como o art. 213, desta Lei;
reza e dimensão; serviço, bem como de sua qualidade; V - submeter-se à regulamentação do ser-
V - o interessado deverá comprovar situa- IV - deveres relativos à universalização e à viço e à sua fiscalização;
ção regular perante as Fazendas Públicas e continuidade do serviço; VI - apresentar relatórios periódicos sobre
a Seguridade Social; V - o valor devido pela outorga, a forma e o atendimento das metas de universaliza-
VI - a participação de consórcio, que se as condições de pagamento; ção constantes do contrato de concessão.
constituirá em empresa antes da outorga VI - as condições de prorrogação, incluin- Art. 97. Dependerão de prévia aprovação
da concessão, será sempre admitida; do os critérios para fixação do valor; da Agência a cisão, a fusão, a transformação,
VII - o julgamento atenderá aos princípios VII - as tarifas a serem cobradas dos usu- a incorporação, a redução do capital da
de vinculação ao instrumento convocató- ários e os critérios para seu reajuste e re- empresa ou a transferência de seu controle
rio e comparação objetiva; visão; societário.
VIII - os fatores de julgamento poderão VIII - as possíveis receitas alternativas, Parágrafo único. A aprovação será con-
ser, isolada ou conjugadamente, os de complementares ou acessórias, bem cedida se a medida não for prejudicial à

21
Art. 98 legislação complementar
competição e não colocar em risco a exe- Art. 103. Compete à Agência estabelecer de tributos ou encargos legais e de novas
cução do contrato, observado o disposto a estrutura tarifária para cada modalidade regras sobre os serviços.
no art. 7° desta Lei. de serviço. § 4º A oneração causada por novas regras
Art. 98. O contrato de concessão poderá § 1° A fixação, o reajuste e a revisão das sobre os serviços, pela álea econômica
ser transferido após a aprovação da Agência tarifas poderão basear-se em valor que extraordinária, bem como pelo aumento
desde que, cumulativamente: corresponda à média ponderada dos va- dos encargos legais ou tributos, salvo o
I - o serviço esteja em operação, há pelo lores dos itens tarifários. imposto sobre a renda, implicará a revisão
§ 2° São vedados os subsídios entre modali- do contrato.
menos três anos, com o cumprimento re-
gular das obrigações; dades de serviços e segmentos de usuários, Art. 109. A Agência estabelecerá:
ressalvado o disposto no parágrafo único I - os mecanismos para acompanhamento
II - o cessionário preencha todos os re-
do art. 81 desta Lei. das tarifas praticadas pela concessionária,
quisitos da outorga, inclusive quanto às
§ 3° As tarifas serão fixadas no contrato de inclusive a antecedência a ser observada
garantias, à regularidade jurídica e fiscal
concessão, consoante edital ou proposta na comunicação de suas alterações;
e à qualificação técnica e econômico-
apresentada na licitação. II - os casos de serviço gratuito, como os
-financeira;
§ 4° Em caso de outorga sem licitação, as de emergência;
III - a medida não prejudique a competi- tarifas serão fixadas pela Agência e cons-
ção e não coloque em risco a execução do III - os mecanismos para garantir a publici-
tarão do contrato de concessão. dade das tarifas.
contrato, observado o disposto no art. 7°
desta Lei. Art. 104. Transcorridos ao menos três
anos da celebração do contrato, a Agência SEÇÃO V
Art. 99. O prazo máximo da concessão poderá, se existir ampla e efetiva com- DA INTERVENÇÃO
será de vinte anos, podendo ser prorro- petição entre as prestadoras do serviço,
gado, uma única vez, por igual período, submeter a concessionária ao regime de Art. 110. Poderá ser decretada interven-
desde que a concessionária tenha cumprido liberdade tarifária. ção na concessionária, por ato da Agência,
as condições da concessão e manifeste § 1° No regime a que se refere o caput, em caso de:
expresso interesse na prorrogação, pelo a concessionária poderá determinar suas I - paralisação injustificada dos serviços;
menos, trinta meses antes de sua expiração. próprias tarifas, devendo comunicá-las à II - inadequação ou insuficiência dos ser-
§ 1° A prorrogação do prazo da concessão Agência com antecedência de sete dias viços prestados, não resolvidas em prazo
implicará pagamento, pela concessionária, de sua vigência. razoável;
pelo direito de exploração do serviço e § 2° Ocorrendo aumento arbitrário dos lu- III - desequilíbrio econômico-financeiro
pelo direito de uso das radiofrequências cros ou práticas prejudiciais à competição, decorrente de má administração que co-
associadas, e poderá, a critério da Agência, a Agência restabelecerá o regime tarifário loque em risco a continuidade dos servi-
incluir novos condicionamentos, tendo em anterior, sem prejuízo das sanções cabíveis. ços;
vista as condições vigentes à época. Art. 105. Quando da implantação de IV - prática de infrações graves;
§ 2° A desistência do pedido de prorroga- novas prestações, utilidades ou comodi- V - inobservância de atendimento das me-
ção sem justa causa, após seu deferimento, dades relativas ao objeto da concessão, tas de universalização;
sujeitará a concessionária à pena de multa. suas tarifas serão previamente levadas à VI - recusa injustificada de interconexão;
§ 3° Em caso de comprovada necessidade Agência, para aprovação, com os estudos
VII - infração da ordem econômica nos
de reorganização do objeto ou da área da correspondentes.
termos da legislação própria.
concessão para ajustamento ao plano geral Parágrafo único. Considerados os interes-
de outorgas ou à regulamentação vigente, ses dos usuários, a Agência poderá decidir Art. 111. O ato de intervenção indicará
poderá a Agência indeferir o pedido de por fixar as tarifas ou por submetê-las ao seu prazo, seus objetivos e limites, que
prorrogação. regime de liberdade tarifária, sendo ve- serão determinados em função das razões
dada qualquer cobrança antes da referida que a ensejaram, e designará o interventor.
SEÇÃO III aprovação. § 1° A decretação da intervenção não afe-
DOS BENS Art. 106. A concessionária poderá cobrar tará o curso regular dos negócios da con-
tarifa inferior à fixada desde que a redução cessionária nem seu normal funcionamento
Art. 100. Poderá ser declarada a utilidade se baseie em critério objetivo e favoreça e produzirá, de imediato, o afastamento de
pública, para fins de desapropriação ou indistintamente todos os usuários, vedado seus administradores.
instituição de servidão, de bens imóveis ou o abuso do poder econômico. § 2° A intervenção será precedida de
móveis, necessários à execução do serviço, procedimento administrativo instaurado
Art. 107. Os descontos de tarifa somen- pela Agência, em que se assegure a ampla
cabendo à concessionária a implementação
te serão admitidos quando extensíveis a
da medida e o pagamento da indenização defesa da concessionária, salvo quando
todos os usuários que se enquadrem nas
e das demais despesas envolvidas. decretada cautelarmente, hipótese em que
condições, precisas e isonômicas, para sua
o procedimento será instaurado na data
Art. 101. A alienação, oneração ou subs- fruição.
da intervenção e concluído em até cento
tituição de bens reversíveis dependerá de Art. 108. Os mecanismos para reajuste e oitenta dias.
prévia aprovação da Agência. e revisão das tarifas serão previstos nos § 3° A intervenção poderá ser exercida por
Art. 102. A extinção da concessão trans- contratos de concessão, observando-se, no um colegiado ou por uma empresa, cuja
mitirá automaticamente à União a posse que couber, a legislação específica. remuneração será paga com recursos da
dos bens reversíveis. § 1° A redução ou o desconto de tarifas concessionária.
Parágrafo único. A reversão dos bens, não ensejará revisão tarifária. § 4° Dos atos do interventor caberá recurso
antes de expirado o prazo contratual, im- § 2° Serão compartilhados com os usuários, à Agência.
portará pagamento de indenização pelas nos termos regulados pela Agência, os § 5° Para os atos de alienação e disposição
parcelas de investimentos a eles vinculados, ganhos econômicos decorrentes da mo- do patrimônio da concessionária, o inter-
ainda não amortizados ou depreciados, que dernização, expansão ou racionalização ventor necessitará de prévia autorização
tenham sido realizados com o objetivo de dos serviços, bem como de novas receitas da Agência.
garantir a continuidade e atualidade do alternativas. § 6° O interventor prestará contas e res-
serviço concedido. § 3° Serão transferidos integralmente aos ponderá pelos atos que praticar.
usuários os ganhos econômicos que não
SEÇÃO IV decorram diretamente da eficiência em- SEÇÃO VI
DAS TARIFAS presarial, em casos como os de diminuição DA EXTINÇÃO

22
legislação complementar Art. 112
Art. 112. A concessão extinguir-se-á por concessionária ou mediante outorga de TÍTULO III
advento do termo contratual, encampação, nova concessão. DOS SERVIÇOS PRESTADOS EM
caducidade, rescisão e anulação. Parágrafo único. Permissão de serviço de REGIME PRIVADO
Parágrafo único. A extinção devolve à telecomunicações é o ato administrativo
União os direitos e deveres relativos à pelo qual se atribui a alguém o dever de
CAPÍTULO I
prestação do serviço. prestar serviço de telecomunicações no DO REGIME GERAL DA
Art. 113. Considera-se encampação a regime público e em caráter transitório, até EXPLORAÇÃO
retomada do serviço pela União durante que seja normalizada a situação excepcio-
o prazo da concessão, em face de razão nal que a tenha ensejado. Art. 126. A exploração de serviço de te-
extraordinária de interesse público, me- Art. 119. A permissão será precedida de lecomunicações no regime privado será
diante lei autorizativa específica e após o procedimento licitatório simplificado, ins- baseada nos princípios constitucionais da
pagamento de prévia indenização. taurado pela Agência, nos termos por ela atividade econômica.
Art. 114. A caducidade da concessão será regulados, ressalvados os casos de inexi- Art. 127. A disciplina da exploração dos
decretada pela Agência nas hipóteses: gibilidade previstos no art. 91, observado serviços no regime privado terá por obje-
I - de infração do disposto no art. 97 desta o disposto no art. 92, desta Lei. tivo viabilizar o cumprimento das leis, em
Lei ou de dissolução ou falência da con- especial das relativas às telecomunicações,
cessionária; Art. 120. A permissão será formalizada
à ordem econômica e aos direitos dos con-
mediante assinatura de termo, que indicará:
II - de transferência irregular do contrato; sumidores, destinando-se a garantir:
I - o objeto e a área da permissão, bem co-
III - de não-cumprimento do compromis- I - a diversidade de serviços, o incremento
mo os prazos mínimo e máximo de vigên-
so de transferência a que se refere o art. de sua oferta e sua qualidade;
cia estimados;
87 desta Lei; II - a competição livre, ampla e justa;
II - modo, forma e condições da prestação
IV - em que a intervenção seria cabível, III - o respeito aos direitos dos usuários;
do serviço;
mas sua decretação for inconveniente, IV - a convivência entre as modalidades de
inócua, injustamente benéfica ao conces- III - as tarifas a serem cobradas dos usuá-
serviço e entre prestadoras em regime pri-
sionário ou desnecessária. rios, critérios para seu reajuste e revisão e vado e público, observada a prevalência
as possíveis fontes de receitas alternativas; do interesse público;
§ 1° Será desnecessária a intervenção
quando a demanda pelos serviços objeto IV - os direitos, as garantias e as obriga- V - o equilíbrio das relações entre presta-
da concessão puder ser atendida por outras ções dos usuários, do permitente e do doras e usuários dos serviços;
prestadoras de modo regular e imediato. permissionário; VI - a isonomia de tratamento às presta-
§ 2° A decretação da caducidade será V - as condições gerais de interconexão; doras;
precedida de procedimento administra- VI - a forma da prestação de contas e da VII - o uso eficiente do espectro de radio-
tivo instaurado pela Agência, em que se fiscalização; frequências;
assegure a ampla defesa da concessionária.
VII - os bens entregues pelo permitente à VIII - o cumprimento da função social do
Art. 115. A concessionária terá direito à administração do permissionário; serviço de interesse coletivo, bem como
rescisão quando, por ação ou omissão do VIII - as sanções; dos encargos dela decorrentes;
Poder Público, a execução do contrato se IX - o desenvolvimento tecnológico e in-
tornar excessivamente onerosa. IX - os bens reversíveis, se houver;
dustrial do setor;
Parágrafo único. A rescisão poderá ser X - o foro e o modo para solução extrajudi-
X - a permanente fiscalização.
realizada amigável ou judicialmente. cial das divergências.
Parágrafo único. O termo de permissão Art. 128. Ao impor condicionamentos
Art. 116. A anulação será decretada pela administrativos ao direito de exploração
Agência em caso de irregularidade insa- será publicado resumidamente no Diário
Oficial da União, como condição de sua das diversas modalidades de serviço no
nável e grave do contrato de concessão.
eficácia. regime privado, sejam eles limites, encar-
Art. 117. Extinta a concessão antes do gos ou sujeições, a Agência observará a
termo contratual, a Agência, sem prejuízo Art. 121. Outorgada permissão em decor- exigência de mínima intervenção na vida
de outras medidas cabíveis, poderá: rência de procedimento licitatório, a recusa privada, assegurando que:
I - ocupar, provisoriamente, bens móveis e injustificada pelo outorgado em assinar o I - a liberdade será a regra, constituindo
imóveis e valer-se de pessoal empregado respectivo termo sujeitá-lo-á às sanções exceção as proibições, restrições e interfe-
na prestação dos serviços, necessários a previstas no instrumento convocatório. rências do Poder Público;
sua continuidade; II - nenhuma autorização será negada, sal-
Art. 122. A permissão extinguir-se-á pe-
II - manter contratos firmados pela con- lo decurso do prazo máximo de vigência vo por motivo relevante;
cessionária com terceiros, com funda- estimado, observado o disposto no art. III - os condicionamentos deverão ter
mento nos incisos I e II do art. 94 desta Lei, 124 desta Lei, bem como por revogação, vínculos, tanto de necessidade como de
pelo prazo e nas condições inicialmente adequação, com finalidades públicas es-
caducidade e anulação.
ajustadas. pecíficas e relevantes;
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II Art. 123. A revogação deverá basear-se
IV - o proveito coletivo gerado pelo con-
deste artigo, os terceiros que não cumpri- em razões de conveniência e oportunidade
dicionamento deverá ser proporcional à
rem com as obrigações assumidas respon- relevantes e supervenientes à permissão. privação que ele impuser;
derão pelo inadimplemento. § 1° A revogação, que poderá ser feita
V - haverá relação de equilíbrio entre os
a qualquer momento, não dará direito a deveres impostos às prestadoras e os di-
CAPÍTULO III indenização. reitos a elas reconhecidos.
DA PERMISSÃO § 2° O ato revocatório fixará o prazo para
o permissionário devolver o serviço, que Art. 129. O preço dos serviços será livre,
Art. 118. Será outorgada permissão, não será inferior a sessenta dias. ressalvado o disposto no § 2° do art. 136
pela Agência, para prestação de serviço desta Lei, reprimindo-se toda prática pre-
Art. 124. A permissão poderá ser mantida, judicial à competição, bem como o abuso
de telecomunicações em face de situação
mesmo vencido seu prazo máximo, se per- do poder econômico, nos termos da legis-
excepcional comprometedora do funciona-
sistir a situação excepcional que a motivou. lação própria.
mento do serviço que, em virtude de suas
peculiaridades, não possa ser atendida, Art. 125. A Agência disporá sobre o regi- Art. 130. A prestadora de serviço em re-
de forma conveniente ou em prazo ade- me da permissão, observados os princípios gime privado não terá direito adquirido
quado, mediante intervenção na empresa e objetivos desta Lei. à permanência das condições vigentes

23
Art. 130 legislação complementar
quando da expedição da autorização ou IV - não ser, na mesma região, localidade de atividade objeto da autorização ou a
do início das atividades, devendo observar ou área, encarregada de prestar a mesma suprimir a exploração no regime privado.
os novos condicionamentos impostos por modalidade de serviço. § 1° A edição das normas de que trata o
lei e pela regulamentação. caput não justificará o decaimento senão
Art. 134. A Agência disporá sobre as
Parágrafo único. As normas concederão quando a preservação das autorizações já
condições subjetivas para obtenção de
prazos suficientes para adaptação aos no- expedidas for efetivamente incompatível
autorização de serviço de interesse restrito.
vos condicionamentos. com o interesse público.
Art. 135. A Agência poderá, excepcional- § 2° Decretado o decaimento, a prestado-
Art. 130-A. É facultado às prestadoras mente, em face de relevantes razões de
de serviço em regime privado o aluguel ra terá o direito de manter suas próprias
caráter coletivo, condicionar a expedição atividades regulares por prazo mínimo de
de suas redes para implantação de sistema de autorização à aceitação, pelo interes-
de localização de pessoas desaparecidas. cinco anos, salvo desapropriação.
sado, de compromissos de interesse da
(Incluído pela Lei nº 12.841, de 2013) coletividade. Art. 142. Renúncia é o ato formal unila-
Parágrafo único. O sistema a que se refere Parágrafo único. Os compromissos a que teral, irrevogável e irretratável, pelo qual
o caput deste artigo está sujeito às regras se refere o caput serão objeto de regula- a prestadora manifesta seu desinteresse
de mercado, nos termos do art. 129 desta mentação, pela Agência, observados os pela autorização.
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.841, de 2013) princípios da razoabilidade, proporciona- Parágrafo único. A renúncia não será causa
lidade e igualdade. para punição do autorizado, nem o deso-
CAPÍTULO II nerará de suas obrigações com terceiros.
DA AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO DE Art. 136. Não haverá limite ao número de
TELECOMUNICAÇÕES autorizações de serviço, salvo em caso de Art. 143. A anulação da autorização será
impossibilidade técnica ou, excepcional- decretada, judicial ou administrativamente,
mente, quando o excesso de competidores em caso de irregularidade insanável do ato
SEÇÃO I puder comprometer a prestação de uma que a expediu.
DA OBTENÇÃO modalidade de serviço de interesse co- Art. 144. A extinção da autorização me-
letivo. diante ato administrativo dependerá de
Art. 131. A exploração de serviço no § 1° A Agência determinará as regiões, procedimento prévio, garantidos o con-
regime privado dependerá de prévia au- localidades ou áreas abrangidas pela limi- traditório e a ampla defesa do interessado.
torização da Agência, que acarretará direito tação e disporá sobre a possibilidade de a
de uso das radiofrequências necessárias. prestadora atuar em mais de uma delas. TÍTULO IV
§ 1° Autorização de serviço de telecomuni- § 2° As prestadoras serão selecionadas me- DAS REDES DE
cações é o ato administrativo vinculado que diante procedimento licitatório, na forma TELECOMUNICAÇÕES
faculta a exploração, no regime privado, estabelecida nos arts. 88 a 92, sujeitando-se
de modalidade de serviço de telecomuni- a transferência da autorização às mesmas Art. 145. A implantação e o funciona-
cações, quando preenchidas as condições condições estabelecidas no art. 98, desta mento de redes de telecomunicações
objetivas e subjetivas necessárias. Lei. destinadas a dar suporte à prestação de
§ 2° A Agência definirá os casos que inde- § 3° Dos vencedores da licitação será exigi- serviços de interesse coletivo, no regime
penderão de autorização. da contrapartida proporcional à vantagem público ou privado, observarão o disposto
§ 3° A prestadora de serviço que independa econômica que usufruírem, na forma de neste Título.
de autorização comunicará previamente à compromissos de interesse dos usuários. Parágrafo único. As redes de telecomuni-
Agência o início de suas atividades, salvo
Art. 137. O descumprimento de condições cações destinadas à prestação de serviço
nos casos previstos nas normas corres-
ou de compromissos assumidos, associados em regime privado poderão ser dispen-
pondentes.
à autorização, sujeitará a prestadora às sadas do disposto no caput, no todo ou
§ 4° A eficácia da autorização dependerá sanções de multa, suspensão temporária em parte, na forma da regulamentação
da publicação de extrato no Diário Oficial ou caducidade. expedida pela Agência.
da União.
SEÇÃO II Art. 146. As redes serão organizadas co-
Art. 132. São condições objetivas para mo vias integradas de livre circulação, nos
obtenção de autorização de serviço: DA EXTINÇÃO
termos seguintes:
I - disponibilidade de radiofrequência
I - é obrigatória a interconexão entre as re-
necessária, no caso de serviços que a uti- Art. 138. A autorização de serviço de tele-
comunicações não terá sua vigência sujeita des, na forma da regulamentação;
lizem;
a termo final, extinguindo-se somente por II - deverá ser assegurada a operação in-
II - apresentação de projeto viável tec-
cassação, caducidade, decaimento, renún- tegrada das redes, em âmbito nacional e
nicamente e compatível com as normas
cia ou anulação. internacional;
aplicáveis.
Art. 139. Quando houver perda das III - o direito de propriedade sobre as re-
Art. 133. São condições subjetivas para des é condicionado pelo dever de cumpri-
obtenção de autorização de serviço de condições indispensáveis à expedição ou
manutenção da autorização, a Agência po- mento de sua função social.
interesse coletivo pela empresa:
derá extingui-la mediante ato de cassação. Parágrafo único. Interconexão é a ligação
I - estar constituída segundo as leis brasi-
Parágrafo único. Importará em cassação entre redes de telecomunicações funcional-
leiras, com sede e administração no País;
da autorização do serviço a extinção da mente compatíveis, de modo que os usuá-
II - não estar proibida de licitar ou contra- rios de serviços de uma das redes possam
autorização de uso da radiofrequência
tar com o Poder Público, não ter sido de- comunicar-se com usuários de serviços de
respectiva.
clarada inidônea ou não ter sido punida, outra ou acessar serviços nela disponíveis.
nos dois anos anteriores, com a decreta- Art. 140. Em caso de prática de infrações
ção da caducidade de concessão, permis- graves, de transferência irregular da auto- Art. 147. É obrigatória a interconexão às
são ou autorização de serviço de teleco- rização ou de descumprimento reiterado redes de telecomunicações a que se refere o
municações, ou da caducidade de direito de compromissos assumidos, a Agência art. 145 desta Lei, solicitada por prestadora
de uso de radiofrequência; poderá extinguir a autorização decretando- de serviço no regime privado, nos termos
III - dispor de qualificação técnica para -lhe a caducidade. da regulamentação.
bem prestar o serviço, capacidade eco- Art. 141. O decaimento será decretado Art. 148. É livre a interconexão entre
nômico-financeira, regularidade fiscal e pela Agência, por ato administrativo, se, em redes de suporte à prestação de serviços
estar em situação regular com a Segurida- face de razões de excepcional relevância de telecomunicações no regime privado,
de Social; pública, as normas vierem a vedar o tipo observada a regulamentação.

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legislação complementar Art. 149
Art. 149. A regulamentação estabelecerá TÍTULO V § 1° Radiocomunicação é a telecomunica-
as hipóteses e condições de interconexão DO ESPECTRO E DA ÓRBITA ção que utiliza frequências radioelétricas
a redes internacionais. não confinadas a fios, cabos ou outros
meios físicos.
Art. 150. A implantação, o funcionamento CAPÍTULO I
e a interconexão das redes obedecerão § 2° É vedada a utilização de equipamentos
DO ESPECTRO DE emissores de radiofrequência sem certifi-
à regulamentação editada pela Agência, RADIOFREQUÊNCIAS
assegurando a compatibilidade das redes cação expedida ou aceita pela Agência.
das diferentes prestadoras, visando à sua § 3° A emissão ou extinção da licença relati-
Art. 157. O espectro de radiofrequências va à estação de apoio à navegação marítima
harmonização em âmbito nacional e in- é um recurso limitado, constituindo-se em
ternacional. ou aeronáutica, bem como à estação de
bem público, administrado pela Agência. radiocomunicação marítima ou aeronáu-
Art. 151. A Agência disporá sobre os Art. 158. Observadas as atribuições de tica, dependerá de parecer favorável dos
planos de numeração dos serviços, as- faixas segundo tratados e acordos inter- órgãos competentes para a vistoria de
segurando sua administração de forma nacionais, a Agência manterá plano com embarcações e aeronaves.
não discriminatória e em estímulo à com- a atribuição, distribuição e destinação de
petição, garantindo o atendimento aos radiofrequências, e detalhamento necessá- CAPÍTULO II
compromissos internacionais. rio ao uso das radiofrequências associadas DA AUTORIZAÇÃO DE USO
Parágrafo único. A Agência disporá sobre aos diversos serviços e atividades de teleco- DE RADIOFREQUÊNCIA
as circunstâncias e as condições em que a municações, atendidas suas necessidades
prestadora de serviço de telecomunica- específicas e as de suas expansões. Art. 163. O uso de radiofrequência, tendo
ções cujo usuário transferir-se para outra § 1° O plano destinará faixas de radiofre- ou não caráter de exclusividade, dependerá
prestadora será obrigada a, sem ônus, quência para: de prévia outorga da Agência, mediante au-
interceptar as ligações dirigidas ao antigo I - fins exclusivamente militares; torização, nos termos da regulamentação.
código de acesso do usuário e informar o II - serviços de telecomunicações a serem § 1° Autorização de uso de radiofrequência
seu novo código. prestados em regime público e em regime é o ato administrativo vinculado, associado
Art. 152. O provimento da interconexão privado; à concessão, permissão ou autorização
será realizado em termos não discrimina- III - serviços de radiodifusão; para prestação de serviço de telecomu-
tórios, sob condições técnicas adequadas, IV - serviços de emergência e de seguran- nicações, que atribui a interessado, por
garantindo preços isonômicos e justos, ça pública; prazo determinado, o direito de uso de
atendendo ao estritamente necessário à V - outras atividades de telecomunica- radiofrequência, nas condições legais e
prestação do serviço. ções. regulamentares.
Art. 153. As condições para a inter- § 2° Independerão de outorga:
§ 2° A destinação de faixas de radiofrequên-
conexão de redes serão objeto de livre I - o uso de radiofrequência por meio de
cia para fins exclusivamente militares será
equipamentos de radiação restrita defini-
negociação entre os interessados, median- feita em articulação com as Forças Armadas.
dos pela Agência;
te acordo, observado o disposto nesta Lei Art. 159. Na destinação de faixas de radio-
e nos termos da regulamentação. II - o uso, pelas Forças Armadas, de radio-
frequência serão considerados o emprego frequências nas faixas destinadas a fins
§ 1° O acordo será formalizado por contrato, racional e econômico do espectro, bem
cuja eficácia dependerá de homologação exclusivamente militares.
como as atribuições, distribuições e con-
pela Agência, arquivando-se uma de suas signações existentes, objetivando evitar § 3° A eficácia da autorização de uso de
vias na Biblioteca para consulta por qual- interferências prejudiciais. radiofrequência dependerá de publicação
quer interessado. de extrato no Diário Oficial da União.
Parágrafo único. Considera-se inter-
§ 2° Não havendo acordo entre os inte-
ferência prejudicial qualquer emissão, Art. 164. Havendo limitação técnica
ressados, a Agência, por provocação de ao uso de radiofrequência e ocorrendo
irradiação ou indução que obstrua, degrade
um deles, arbitrará as condições para a o interesse na sua utilização, por parte
seriamente ou interrompa repetidamente
interconexão. de mais de um interessado, para fins de
a telecomunicação.
Art. 154. As redes de telecomunicações expansão de serviço e, havendo ou não,
Art. 160. A Agência regulará a utilização concomitantemente, outros interessados
poderão ser, secundariamente, utilizadas eficiente e adequada do espectro, poden-
como suporte de serviço a ser prestado por em prestar a mesma modalidade de serviço,
do restringir o emprego de determinadas observar-se-á:
outrem, de interesse coletivo ou restrito. radiofrequências ou faixas, considerado o I - a autorização de uso de radiofrequência
Art. 155. Para desenvolver a competição, interesse público. dependerá de licitação, na forma e condi-
as empresas prestadoras de serviços de Parágrafo único. O uso da radiofrequência ções estabelecidas nos arts. 88 a 90 desta
telecomunicações de interesse coletivo será condicionado à sua compatibilidade Lei e será sempre onerosa;
deverão, nos casos e condições fixados pela com a atividade ou o serviço a ser prestado, II - o vencedor da licitação receberá, con-
Agência, disponibilizar suas redes a outras particularmente no tocante à potência, à
forme o caso, a autorização para uso da
prestadoras de serviços de telecomunica- faixa de transmissão e à técnica empregada.
radiofrequência, para fins de expansão do
ções de interesse coletivo. Art. 161. A qualquer tempo, poderá ser serviço, ou a autorização para a prestação
Art. 156. Poderá ser vedada a conexão de modificada a destinação de radiofrequ- do serviço.
equipamentos terminais sem certificação, ências ou faixas, bem como ordenada a
expedida ou aceita pela Agência, no caso alteração de potências ou de outras carac- Art. 165. Para fins de verificação da ne-
das redes referidas no art. 145 desta Lei. terísticas técnicas, desde que o interesse cessidade de abertura ou não da licitação
público ou o cumprimento de convenções prevista no artigo anterior, observar-se-á o
§ 1° Terminal de telecomunicações é o
ou tratados internacionais assim o deter- disposto nos arts. 91 e 92 desta Lei.
equipamento ou aparelho que possibilita
o acesso do usuário a serviço de telecomu- mine. Art. 166. A autorização de uso de radio-
nicações, podendo incorporar estágio de Parágrafo único. Será fixado prazo ade- frequência terá o mesmo prazo de vigência
transdução, estar incorporado a equipa- quado e razoável para a efetivação da da concessão ou permissão de prestação
mento destinado a exercer outras funções mudança. de serviço de telecomunicações à qual
ou, ainda, incorporar funções secundárias. Art. 162. A operação de estação trans- esteja vinculada.
§ 2° Certificação é o reconhecimento da missora de radiocomunicação está sujeita Art. 167. No caso de serviços autoriza-
compatibilidade das especificações de de- à licença de funcionamento prévia e à dos, o prazo de vigência será de até vinte
terminado produto com as características fiscalização permanente, nos termos da anos, prorrogável uma única vez por igual
técnicas do serviço a que se destina. regulamentação. período.

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Art. 168 legislação complementar
§ 1° A prorrogação, sempre onerosa, po- § 2° Se inexigível a licitação, conforme § 1° Na aplicação de multa serão conside-
derá ser requerida até três anos antes do disposto nos arts. 91 e 92 desta Lei, o direito rados a condição econômica do infrator
vencimento do prazo original, devendo o de exploração será conferido mediante e o princípio da proporcionalidade entre
requerimento ser decidido em, no máximo, processo administrativo estabelecido pela a gravidade da falta e a intensidade da
doze meses. Agência. sanção.
§ 2° O indeferimento somente ocorrerá § 3° Havendo necessidade de licitação, § 2° A imposição, a prestadora de serviço
se o interessado não estiver fazendo uso observar-se-á o procedimento estabeleci- de telecomunicações, de multa decorrente
racional e adequado da radiofrequência, do nos arts. 88 a 90 desta Lei, aplicando-se, de infração da ordem econômica, observará
se houver cometido infrações reiteradas no que couber, o disposto neste artigo. os limites previstos na legislação especifica.
em suas atividades ou se for necessária § 4º O direito será conferido a título one- Art. 180. A suspensão temporária será
a modificação de destinação do uso da roso, podendo o pagamento, conforme imposta, em relação à autorização de ser-
radiofrequência. dispuser a Agência, fazer-se na forma de viço ou de uso de radiofrequência, em caso
quantia certa, em uma ou várias parcelas, de infração grave cujas circunstâncias não
Art. 168. É intransferível a autorização bem como de parcelas anuais ou, comple-
de uso de radiofrequências sem a cor- justifiquem a decretação de caducidade.
mentarmente, de cessão de capacidade, Parágrafo único. O prazo da suspensão
respondente transferência da concessão,
conforme dispuser a regulamentação. não será superior a trinta dias.
permissão ou autorização de prestação do
serviço a elas vinculada.
TÍTULO VI Art. 181. A caducidade importará na extin-
Art. 169. A autorização de uso de radio- DAS SANÇÕES ção de concessão, permissão, autorização
frequências extinguir-se-á pelo advento de de serviço ou autorização de uso de radio-
seu termo final ou no caso de sua transfe- frequência, nos casos previstos nesta Lei.
rência irregular, bem como por caducidade, CAPÍTULO I Art. 182. A declaração de inidoneida-
decaimento, renúncia ou anulação da au- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS de será aplicada a quem tenha praticado
torização para prestação do serviço de atos ilícitos visando frustrar os objetivos
telecomunicações que dela se utiliza. Art. 173. A infração desta Lei ou das de licitação.
demais normas aplicáveis, bem como a Parágrafo único. O prazo de vigência
CAPÍTULO III inobservância dos deveres decorrentes da declaração de inidoneidade não será
DA ÓRBITA E DOS SATÉLITES dos contratos de concessão ou dos atos superior a cinco anos.
de permissão, autorização de serviço ou
Art. 170. A Agência disporá sobre os requi- autorização de uso de radiofrequência, CAPÍTULO II
sitos e critérios específicos para execução sujeitará os infratores às seguintes sanções, DAS SANÇÕES PENAIS
de serviço de telecomunicações que utilize aplicáveis pela Agência, sem prejuízo das
satélite, geoestacionário ou não, indepen- de natureza civil e penal: Art. 183. Desenvolver clandestinamente
I - advertência; atividades de telecomunicação:
dentemente de o acesso a ele ocorrer a
partir do território nacional ou do exterior. II - multa; Pena - detenção de dois a quatro anos,
III - suspensão temporária; aumentada da metade se houver dano a
Art. 171. Para a execução de serviço de terceiro, e multa de R$ 10.000,00 (dez mil
telecomunicações via satélite regulado IV - caducidade;
V - declaração de inidoneidade. reais).
por esta Lei, deverá ser dada preferência
ao emprego de satélite brasileiro, quando Parágrafo único. Incorre na mesma pena
Art. 174. Toda acusação será circunstan- quem, direta ou indiretamente, concorrer
este propiciar condições equivalentes às ciada, permanecendo em sigilo até sua
de terceiros. para o crime.
completa apuração.
§ 1° O emprego de satélite estrangeiro Art. 184. São efeitos da condenação penal
somente será admitido quando sua con-
Art. 175. Nenhuma sanção será aplicada transitada em julgado:
sem a oportunidade de prévia e ampla I - tornar certa a obrigação de indenizar o
tratação for feita com empresa constituída
defesa. dano causado pelo crime;
segundo as leis brasileiras e com sede e
Parágrafo único. Apenas medidas caute-
administração no País, na condição de re- II - a perda, em favor da Agência, ressalva-
lares urgentes poderão ser tomadas antes
presentante legal do operador estrangeiro. do o direito do lesado ou de terceiros de
da defesa.
§ 2° Satélite brasileiro é o que utiliza re- boa-fé, dos bens empregados na ativida-
cursos de órbita e espectro radioelétrico Art. 176. Na aplicação de sanções, serão de clandestina, sem prejuízo de sua apre-
notificados pelo País, ou a ele distribuídos considerados a natureza e a gravidade da ensão cautelar.
ou consignados, e cuja estação de controle infração, os danos dela resultantes para Parágrafo único. Considera-se clandestina
e monitoração seja instalada no território o serviço e para os usuários, a vantagem a atividade desenvolvida sem a competente
brasileiro. auferida pelo infrator, as circunstâncias concessão, permissão ou autorização de
agravantes, os antecedentes do infrator e serviço, de uso de radiofrequência e de
Art. 172. O direito de exploração de saté- a reincidência específica.
lite brasileiro para transporte de sinais de exploração de satélite.
Parágrafo único. Entende-se por rein-
telecomunicações assegura a ocupação da cidência específica a repetição de falta Art. 185. O crime definido nesta Lei é
órbita e o uso das radiofrequências destina- de igual natureza após o recebimento de de ação penal pública, incondicionada,
das ao controle e monitoração do satélite notificação anterior. cabendo ao Ministério Público promovê-la.
e à telecomunicação via satélite, por prazo
de até quinze anos, podendo esse prazo ser Art. 177. Nas infrações praticadas por LIVRO IV
prorrogado, uma única vez, nos termos da pessoa jurídica, também serão punidos DA REESTRUTURAÇÃO E DA
regulamentação. com a sanção de multa seus administra- DESESTATIZAÇÃO
dores ou controladores, quando tiverem DAS EMPRESAS FEDERAIS DE
§ 1º Imediatamente após um pedido para
agido de má-fé. TELECOMUNICAÇÕES
exploração de satélite que implique uti-
lização de novos recursos de órbita ou Art. 178. A existência de sanção anterior
espectro, a Agência avaliará as informa- será considerada como agravante na apli- Art. 186. A reestruturação e a deses­
ções e, considerando-as em conformidade cação de outra sanção. tatização das empresas federais de
com a regulamentação, encaminhará à Art. 179. A multa poderá ser imposta telecomunicações têm como objetivo
União Internacional de Telecomunicações isoladamente ou em conjunto com ou- conduzir ao cumprimento dos deveres
a correspondente notificação, sem que tra sanção, não devendo ser superior a constantes do art. 2º desta Lei.
isso caracterize compromisso de outorga R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de Art. 187. Fica o Poder Executivo auto-
ao requerente. reais) para cada infração cometida. rizado a promover a reestruturação e a

26
legislação complementar Art. 187
desestatização das seguintes empresas Art. 188. A reestruturação e a desestati- pública, será aprovado pelo Presidente da
controladas, direta ou indiretamente, pela zação deverão compatibilizar as áreas de República, ficando a coordenação e o acom-
União, e supervisionadas pelo Ministério atuação das empresas com o plano geral panhamento dos atos e procedimentos
das Comunicações: de outorgas, o qual deverá ser previamente decorrentes a cargo de Comissão Especial
I - Telecomunicações Brasileiras S.A. - TE- editado, na forma do art. 84 desta Lei, bem de Supervisão, a ser instituída pelo Ministro
LEBRÁS; como observar as restrições, limites ou con- de Estado das Comunicações.
II - Empresa Brasileira de Telecomunica- dições estabelecidas com base no art. 71. § 1° A execução de procedimentos opera-
ções - EMBRATEL; Art. 189. Para a reestruturação das em- cionais necessários à desestatização poderá
III - Telecomunicações do Maranhão S.A. presas enumeradas no art. 187, fica o Poder ser cometida, mediante contrato, a institui-
Executivo autorizado a adotar as seguintes ção financeira integrante da Administração
- TELMA;
medidas: Federal, de notória experiência no assunto.
IV - Telecomunicações do Piauí S.A. - TE-
I - cisão, fusão e incorporação; § 2° A remuneração da contratada será
LEPISA;
II - dissolução de sociedade ou desativa- paga com parte do valor líquido apurado
V - Telecomunicações do Ceará - TELECE- nas alienações.
ARÁ; ção parcial de seus empreendimentos;
III - redução de capital social. Art. 196. Na reestruturação e na deses-
VI - Telecomunicações do Rio Grande do tatização poderão ser utilizados serviços
Norte S.A. - TELERN; Art. 190. Na reestruturação e desesta- especializados de terceiros, contratados
VII - Telecomunicações da Paraíba S.A. - tização da Telecomunicações Brasileiras mediante procedimento licitatório de rito
TELPA; S.A. - TELEBRÁS deverão ser previstos me- próprio, nos termos seguintes:
VIII - Telecomunicações de Pernambuco canismos que assegurem a preservação I - o Ministério das Comunicações manterá
S.A. - TELPE; da capacidade em pesquisa e desenvolvi- cadastro organizado por especialidade,
mento tecnológico existente na empresa. aberto a empresas e instituições nacio-
IX - Telecomunicações de Alagoas S.A. -
Parágrafo único. Para o cumprimento do nais ou internacionais, de notória espe-
TELASA;
disposto no caput, fica o Poder Executivo cialização na área de telecomunicações e
X - Telecomunicações de Sergipe S.A. - TE- autorizado a criar entidade, que incorporará na avaliação e auditoria de empresas, no
LERGIPE; o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da planejamento e execução de venda de
XI - Telecomunicações da Bahia S.A. - TE- TELEBRÁS, sob uma das seguintes formas: bens e valores mobiliários e nas questões
LEBAHIA; I - empresa estatal de economia mista ou jurídicas relacionadas;
XII - Telecomunicações de Mato Grosso do não, inclusive por meio da cisão a que se II - para inscrição no cadastro, os inte-
Sul S.A. - TELEMS; refere o inciso I do artigo anterior; ressados deverão atender aos requisitos
XIII - Telecomunicações de Mato Grosso II - fundação governamental, pública ou definidos pela Comissão Especial de Su-
S.A. - TELEMAT; privada. pervisão, com a aprovação do Ministro de
XIV - Telecomunicações de Goiás S.A. - TE- Art. 191. A desestatização caracteriza-se Estado das Comunicações;
LEGOIÁS; pela alienação onerosa de direitos que as- III - poderão participar das licitações ape-
XV - Telecomunicações de Brasília S.A. - seguram à União, direta ou indiretamente, nas os cadastrados, que serão convocados
TELEBRASÍLIA; preponderância nas deliberações sociais e mediante carta, com a especificação dos
XVI - Telecomunicações de Rondônia S.A. o poder de eleger a maioria dos administra- serviços objeto do certame;
- TELERON; dores da sociedade, podendo ser realizada IV - os convocados, isoladamente ou em
mediante o emprego das seguintes moda- consórcio, apresentarão suas propostas
XVII - Telecomunicações do Acre S.A. - TE- lidades operacionais: em trinta dias, contados da convocação;
LEACRE; I - alienação de ações; V - além de outros requisitos previstos na
XVIII - Telecomunicações de Roraima S.A. II - cessão do direito de preferência à subs- convocação, as propostas deverão conter
- TELAIMA; crição de ações em aumento de capital. o detalhamento dos serviços, a metodo-
XIX - Telecomunicações do Amapá S.A. - Parágrafo único. A desestatização não logia de execução, a indicação do pessoal
TELEAMAPÁ; afetará as concessões, permissões e auto- técnico a ser empregado e o preço preten-
XX - Telecomunicações do Amazonas S.A. rizações detidas pela empresa. dido;
- TELAMAZON; VI - o julgamento das propostas será reali-
Art. 192. Na desestatização das empresas
XXI - Telecomunicações do Pará S.A. - TE- a que se refere o art. 187, parte das ações zado pelo critério de técnica e preço;
LEPARÁ; poderá ser reservada a seus empregados VII - o contratado, sob sua exclusiva res-
XXII - Telecomunicações do Rio de Janeiro e ex-empregados aposentados, a preços ponsabilidade e com a aprovação do con-
S.A. - TELERJ; e condições privilegiados, inclusive com a tratante, poderá subcontratar parcialmen-
XXIII - Telecomunicações de Minas Gerais utilização do Fundo de Garantia por Tempo te os serviços objeto do contrato;
S.A. - TELEMIG; de Serviço - FGTS. VIII - o contratado será obrigado a acei-
XXIV - Telecomunicações do Espírito San- Art. 193. A desestatização de empresas ou tar, nas mesmas condições contratuais,
to S.A. - TELEST; grupo de empresas citadas no art. 187 im- os acréscimos ou reduções que se fizerem
plicará a imediata abertura à competição, necessários nos serviços, de até vinte e
XXV - Telecomunicações de São Paulo S.A.
na respectiva área, dos serviços prestados cinco por cento do valor inicial do ajuste.
- TELESP;
no regime público. Art. 197. O processo especial de deses-
XXVI - Companhia Telefônica da Borda do
Campo - CTBC; Art. 194. Poderão ser objeto de alienação tatização obedecerá aos princípios de
XXVII - Telecomunicações do Paraná S.A. conjunta o controle acionário de empresas legalidade, impessoalidade, moralidade e
- TELEPAR; prestadoras de serviço telefônico fixo co- publicidade, podendo adotar a forma de
mutado e o de empresas prestadoras do leilão ou concorrência ou, ainda, de venda
XXVIII - Telecomunicações de Santa Cata- de ações em oferta pública, de acordo com
serviço móvel celular.
rina S.A. - TELESC; o estabelecido pela Comissão Especial de
Parágrafo único. Fica vedado ao novo
XXIX - Companhia Telefônica Melhora- controlador promover a incorporação ou Supervisão.
mento e Resistência - CTMR. fusão de empresa prestadora do serviço Parágrafo único. O processo poderá
Parágrafo único. Incluem-se na autori- telefônico fixo comutado com empresa comportar uma etapa de pré-qualificação,
zação a que se refere o caput as empresas prestadora do serviço móvel celular. ficando restrita aos qualificados a partici-
subsidiárias exploradoras do serviço móvel Art. 195. O modelo de reestruturação pação em etapas subsequentes.
celular, constituídas nos termos do art. 5° e desestatização das empresas enumera- Art. 198. O processo especial de deses-
da Lei n° 9.295, de 19 de julho de 1996. das no art. 187, após submetido a consulta tatização será iniciado com a publicação,

27
Art. 198 legislação complementar
no Diário Oficial da União e em jornais não poderá ser efetuada enquanto tal im- Art. 208. As concessões das empresas
de grande circulação nacional, de avisos pedimento for considerado, pela Agência, prestadoras de serviço móvel celular abran-
referentes ao edital, do qual constarão, necessário ao cumprimento do plano. gidas pelo art. 4º da Lei nº 9.295, de 19 de
obrigatoriamente: § 2° A restrição à transferência da conces- julho de 1996, serão outorgadas na forma
I - as condições para qualificação dos pre- são não se aplica quando efetuada entre e condições determinadas pelo referido
tendentes; empresas atuantes em uma mesma área artigo e seu parágrafo único.
II - as condições para aceitação das pro- do plano geral de outorgas. Art. 209. Ficam autorizadas as transferên-
postas;
Art. 203. Os preços de aquisição serão cias de concessão, parciais ou totais, que
III - os critérios de julgamento; pagos exclusivamente em moeda corren- forem necessárias para compatibilizar as
IV - minuta do contrato de concessão; te, admitido o parcelamento, nos termos áreas de atuação das atuais prestadoras
V - informações relativas às empresas do edital. com o plano geral de outorgas.
objeto do processo, tais como seu passi- Art. 204. Em até trinta dias após o encerra- Art. 210. As concessões, permissões e au-
vo de curto e longo prazo e sua situação mento de cada processo de desestatização, torizações de serviço de telecomunicações
econômica e financeira, especificando-se e de uso de radiofrequência e as respectivas
a Comissão Especial de Supervisão publi-
lucros, prejuízos e endividamento interno licitações regem-se exclusivamente por
cará relatório circunstanciado a respeito.
e externo, no último exercício; esta Lei, a elas não se aplicando as Leis n°
VI - sumário dos estudos de avaliação; Art. 205. Entre as obrigações da institui- 8.666, de 21 de junho de 1993, n° 8.987, de
ção financeira contratada para a execução
VII - critério de fixação do valor mínimo 13 de fevereiro de 1995, n° 9.074, de 7 de
de alienação, com base nos estudos de de atos e procedimentos da desestatização,
julho de l995, e suas alterações.
avaliação; poderá ser incluído o fornecimento de as-
sistência jurídica integral aos membros Art. 211. A outorga dos serviços de ra-
VIII - indicação, se for o caso, de que será diodifusão sonora e de sons e imagens
da Comissão Especial de Supervisão e aos
criada, no capital social da empresa objeto fica excluída da jurisdição da Agência, per-
demais responsáveis pela condução da
da desestatização, ação de classe especial, manecendo no âmbito de competências
desestatização, na hipótese de serem de-
a ser subscrita pela União, e dos poderes do Poder Executivo, devendo a Agência
especiais que lhe serão conferidos, os mandados pela prática de atos decorrentes
do exercício de suas funções. elaborar e manter os respectivos planos de
quais deverão ser incorporados ao esta- distribuição de canais, levando em conta,
tuto social. Art. 206. Os administradores das em- inclusive, os aspectos concernentes à evo-
§ 1° O acesso à integralidade dos estu- presas sujeitas à desestatização são lução tecnológica.
dos de avaliação e a outras informações responsáveis pelo fornecimento, no Parágrafo único. Caberá à Agência a fis-
confidenciais poderá ser restrito aos qua- prazo fixado pela Comissão Especial de calização, quanto aos aspectos técnicos,
lificados, que assumirão compromisso de Supervisão ou pela instituição financeira das respectivas estações.
confidencialidade. contratada, das informações necessárias à
§ 2° A alienação do controle acionário, se instrução dos respectivos processos. Art. 212. O serviço de TV a Cabo, inclusive
quanto aos atos, condições e procedimen-
realizada mediante venda de ações em
oferta pública, dispensará a inclusão, no DISPOSIÇÕES FINAIS E tos de outorga, continuará regido pela Lei
edital, das informações relacionadas nos TRANSITÓRIAS n° 8.977, de 6 de janeiro de 1995, ficando
incisos I a III deste artigo. transferidas à Agência as competências atri-
Art. 207. No prazo máximo de sessenta buídas pela referida Lei ao Poder Executivo.
Art. 199. Visando à universalização dos
serviços de telecomunicações, os editais de dias a contar da publicação desta Lei, as atu- Art. 213. Será livre a qualquer interessado
desestatização deverão conter cláusulas de ais prestadoras do serviço telefônico fixo a divulgação, por qualquer meio, de listas
compromisso de expansão do atendimento comutado destinado ao uso do público em de assinantes do serviço telefônico fixo
à população, consoantes com o disposto geral, inclusive as referidas no art. 187 desta comutado destinado ao uso do público
no art. 80. Lei, bem como do serviço dos troncos e suas em geral.
conexões internacionais, deverão pleitear a § 1º Observado o disposto nos incisos VI
Art. 200. Para qualificação, será exigida e IX do art. 3° desta Lei, as prestadoras
celebração de contrato de concessão, que
dos pretendentes comprovação de capa-
será efetivada em até vinte e quatro meses do serviço serão obrigadas a fornecer, em
cidade técnica, econômica e financeira,
a contar da publicação desta Lei. prazos e a preços razoáveis e de forma não
podendo ainda haver exigências quanto
§ 1° A concessão, cujo objeto será determi- discriminatória, a relação de seus assinantes
a experiência na prestação de serviços de
nado em função do plano geral de outor- a quem queira divulgá-la.
telecomunicações, guardada sempre a ne-
cessária compatibilidade com o porte das gas, será feita a título gratuito, com termo § 2º É obrigatório e gratuito o fornecimen-
empresas objeto do processo. final fixado para o dia 31 de dezembro de to, pela prestadora, de listas telefônicas
Parágrafo único. Será admitida a partici- 2005, assegurado o direito à prorrogação aos assinantes dos serviços, diretamente
pação de consórcios, nos termos do edital. única por vinte anos, a título oneroso, desde ou por meio de terceiros, nos termos em
que observado o disposto no Título II do que dispuser a Agência.
Art. 201. Fica vedada, no decurso do Livro III desta Lei.
processo de desestatização, a aquisição, Art. 214. Na aplicação desta Lei, serão
por um mesmo acionista ou grupo de acio- § 2° À prestadora que não atender ao dis- observadas as seguintes disposições:
nistas, do controle, direto ou indireto, de posto no caput deste artigo aplicar-se-ão I - os regulamentos, normas e demais re-
empresas atuantes em áreas distintas do as seguintes disposições: gras em vigor serão gradativamente subs-
plano geral de outorgas. I - se concessionária, continuará sujeita ao tituídos por regulamentação a ser editada
contrato de concessão atualmente em vi- pela Agência, em cumprimento a esta Lei;
Art. 202. A transferência do controle gor, o qual não poderá ser transferido ou
acionário ou da concessão, após a de- II - enquanto não for editada a nova regu-
prorrogado; lamentação, as concessões, permissões e
sestatização, somente poderá efetuar-se
quando transcorrido o prazo de cinco anos, II - se não for concessionária, o seu direito autorizações continuarão regidas pelos
observado o disposto nos incisos II e III do à exploração do serviço extinguir-se-á em atuais regulamentos, normas e regras;
art. 98 desta Lei. 31 de dezembro de 1999. III - até a edição da regulamentação de-
§ 1° Vencido o prazo referido no caput, a § 3° Em relação aos demais serviços pres- corrente desta Lei, continuarão regidos
transferência de controle ou de concessão tados pelas entidades a que se refere o pela Lei nº 9.295, de 19 de julho de 1996, os
que resulte no controle, direto ou indire- caput, serão expedidas as respectivas au- serviços por ela disciplinados e os respec-
to, por um mesmo acionista ou grupo de torizações ou, se for o caso, concessões, tivos atos e procedimentos de outorga;
acionistas, de concessionárias atuantes em observado o disposto neste artigo, no que IV - as concessões, permissões e autoriza-
áreas distintas do plano geral de outorgas, couber, e no art. 208 desta Lei. ções feitas anteriormente a esta Lei, não

28
legislação complementar Art. 215
reguladas no seu art. 207, permanecerão ser feita quando tiver havido a adaptação IV - os arts. 1°, 2°, 3°, 7°, 9°, 10, 12 e 14, bem
válidas pelos prazos nelas previstos; prevista no inciso anterior. como o caput e os §§ 1° e 4° do art. 8°, da
Lei n° 9.295, de 19 de julho de 1996;
V - com a aquiescência do interessado, Art. 215. Ficam revogados:
I - a Lei n° 4.117, de 27 de agosto de 1962, V - o inciso I do art. 16 da Lei nº 8.029, de 12
poderá ser realizada a adaptação dos ins-
salvo quanto a matéria penal não tratada de abril de 1990.
trumentos de concessão, permissão e au-
nesta Lei e quanto aos preceitos relativos Art. 216. Esta Lei entra em vigor na data
torização a que se referem os incisos III e IV
à radiodifusão; de sua publicação.
deste artigo aos preceitos desta Lei;
II - a Lei n°. 6.874, de 3 de dezembro de Brasília, 16 de julho de 1997; 176º da
VI - a renovação ou prorrogação, quando 1980; Independência e 109º da República.
prevista nos atos a que se referem os in- III - a Lei n°. 8.367, de 30 de dezembro de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
cisos III e IV deste artigo, somente poderá 1991; DOU de 17.7.1997

29
Art. 1º legislação complementar

LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000

Estabelece normas gerais e critérios básicos para a plena e efetiva na sociedade em igualda- necessidade de adaptação ou de projeto
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de de condições com as demais pessoas; específico, incluindo os recursos de tecno-
de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) logia assistiva. (Incluído pela Lei nº 13.146,
outras providências.
IV - pessoa com mobilidade reduzida: de 2015)
O Presidente da República aquela que tenha, por qualquer motivo,
Faço saber que o Congresso Nacional de- dificuldade de movimentação, perma- CAPÍTULO II
creta e eu sanciono a seguinte Lei: nente ou temporária, gerando redução DOS ELEMENTOS DA
efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da URBANIZAÇÃO
CAPÍTULO I coordenação motora ou da percepção, in-
DISPOSIÇÕES GERAIS cluindo idoso, gestante, lactante, pessoa Art. 3º O planejamento e a urbanização
com criança de colo e obeso; (Redação das vias públicas, dos parques e dos demais
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais dada pela Lei nº 13.146, de 2015) espaços de uso público deverão ser conce-
e critérios básicos para a promoção da V - acompanhante: aquele que acompa- bidos e executados de forma a torná-los
acessibilidade das pessoas portadoras de nha a pessoa com deficiência, podendo acessíveis para todas as pessoas, inclusive
deficiência ou com mobilidade reduzida, ou não desempenhar as funções de aten- para aquelas com deficiência ou com mo-
mediante a supressão de barreiras e de dente pessoal; (Redação dada pela Lei nº bilidade reduzida. (Redação dada pela Lei
obstáculos nas vias e espaços públicos, no 13.146, de 2015) nº 13.146, de 2015)
mobiliário urbano, na construção e reforma VI - elemento de urbanização: quaisquer Parágrafo único. O passeio público, ele-
de edifícios e nos meios de transporte e de componentes de obras de urbanização, mento obrigatório de urbanização e parte
comunicação. tais como os referentes a pavimentação, da via pública, normalmente segregado e
Art. 2º Para os fins desta Lei são estabe- saneamento, encanamento para esgotos, em nível diferente, destina-se somente à
lecidas as seguintes definições: distribuição de energia elétrica e de gás, circulação de pedestres e, quando possível,
I - acessibilidade: possibilidade e condição iluminação pública, serviços de comuni- à implantação de mobiliário urbano e de
de alcance para utilização, com seguran- cação, abastecimento e distribuição de vegetação. (Incluído pela Lei nº 13.146,
ça e autonomia, de espaços, mobiliários, água, paisagismo e os que materializam as de 2015)
equipamentos urbanos, edificações, indicações do planejamento urbanístico; Art. 4º As vias públicas, os parques e os
transportes, informação e comunicação, (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) demais espaços de uso público existentes,
inclusive seus sistemas e tecnologias, VII - mobiliário urbano: conjunto de ob- assim como as respectivas instalações de
bem como de outros serviços e instala- jetos existentes nas vias e nos espaços serviços e mobiliários urbanos deverão
ções abertos ao público, de uso público públicos, superpostos ou adicionados ser adaptados, obedecendo-se ordem de
ou privados de uso coletivo, tanto na zo- aos elementos de urbanização ou de edi- prioridade que vise à maior eficiência das
na urbana como na rural, por pessoa com ficação, de forma que sua modificação modificações, no sentido de promover mais
deficiência ou com mobilidade reduzida; ou seu traslado não provoque alterações ampla acessibilidade às pessoas portadoras
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) substanciais nesses elementos, tais como de deficiência ou com mobilidade reduzida.
II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, semáforos, postes de sinalização e simila- Parágrafo único. No mínimo 5% (cinco por
atitude ou comportamento que limite ou res, terminais e pontos de acesso coletivo cento) de cada brinquedo e equipamento
impeça a participação social da pessoa, às telecomunicações, fontes de água, lixei- de lazer existentes nos locais referidos no
bem como o gozo, a fruição e o exercício ras, toldos, marquises, bancos, quiosques caput devem ser adaptados e identificados,
de seus direitos à acessibilidade, à liberda- e quaisquer outros de natureza análoga; tanto quanto tecnicamente possível, para
de de movimento e de expressão, à comu- (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) possibilitar sua utilização por pessoas com
nicação, ao acesso à informação, à com- VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técni- deficiência, inclusive visual, ou com mobi-
preensão, à circulação com segurança, ca: produtos, equipamentos, dispositivos, lidade reduzida. (Redação dada pela Lei nº
entre outros, classificadas em: (Redação recursos, metodologias, estratégias, práti- 13.443, de 2017)
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) cas e serviços que objetivem promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e
Art. 5º O projeto e o traçado dos elemen-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas
tos de urbanização públicos e privados de
vias e nos espaços públicos e privados aber- à participação da pessoa com deficiência
uso comunitário, nestes compreendidos os
tos ao público ou de uso coletivo; (Redação ou com mobilidade reduzida, visando à
itinerários e as passagens de pedestres, os
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) sua autonomia, independência, qualidade
percursos de entrada e de saída de veículos,
b) barreiras arquitetônicas: as existentes de vida e inclusão social; (Incluído pela Lei
as escadas e rampas, deverão observar os
nos edifícios públicos e privados; (Redação nº 13.146, de 2015)
parâmetros estabelecidos pelas normas
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) IX - comunicação: forma de interação técnicas de acessibilidade da Associação
c) barreiras nos transportes: as existentes dos cidadãos que abrange, entre outras Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
nos sistemas e meios de transportes; (Re- opções, as línguas, inclusive a Língua Bra-
dação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) sileira de Sinais (Libras), a visualização de Art. 6º Os banheiros de uso público exis-
d) barreiras nas comunicações e na in- textos, o Braille, o sistema de sinalização tentes ou a construir em parques, praças,
formação: qualquer entrave, obstáculo, ou de comunicação tátil, os caracteres jardins e espaços livres públicos deverão
atitude ou comportamento que dificulte ampliados, os dispositivos multimídia, ser acessíveis e dispor, pelo menos, de um
ou impossibilite a expressão ou o recebi- assim como a linguagem simples, escrita sanitário e um lavatório que atendam às es-
mento de mensagens e de informações por e oral, os sistemas auditivos e os meios pecificações das normas técnicas da ABNT.
intermédio de sistemas de comunicação de voz digitalizados e os modos, meios e Art. 7º Em todas as áreas de estacionamen-
e de tecnologia da informação; (Redação formatos aumentativos e alternativos de to de veículos, localizadas em vias ou em
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) comunicação, incluindo as tecnologias da espaços públicos, deverão ser reservadas
III - pessoa com deficiência: aquela que informação e das comunicações; (Incluído vagas próximas dos acessos de circulação
tem impedimento de longo prazo de na- pela Lei nº 13.146, de 2015) de pedestres, devidamente sinalizadas,
tureza física, mental, intelectual ou senso- X - desenho universal: concepção de pro- para veículos que transportem pessoas
rial, o qual, em interação com uma ou mais dutos, ambientes, programas e serviços a portadoras de deficiência com dificuldade
barreiras, pode obstruir sua participação serem usados por todas as pessoas, sem de locomoção.

30
legislação complementar Art. 8º
Parágrafo único. As vagas a que se refere o sinalizadas, para veículos que transpor- percentual mínimo do total das habitações,
caput deste artigo deverão ser em número tem pessoas portadoras de deficiência conforme a característica da população
equivalente a dois por cento do total, garan- com dificuldade de locomoção perma- local, para o atendimento da demanda de
tida, no mínimo, uma vaga, devidamente nente; pessoas portadoras de deficiência ou com
sinalizada e com as especificações técnicas II – pelo menos um dos acessos ao interior mobilidade reduzida.
de desenho e traçado de acordo com as da edificação deverá estar livre de barrei-
normas técnicas vigentes. ras arquitetônicas e de obstáculos que im- CAPÍTULO VI
peçam ou dificultem a acessibilidade de DA ACESSIBILIDADE NOS VEÍCULOS
CAPÍTULO III pessoa portadora de deficiência ou com DE TRANSPORTE COLETIVO
DO DESENHO E DA LOCALIZAÇÃO mobilidade reduzida;
DO MOBILIÁRIO URBANO III – pelo menos um dos itinerários que Art. 16. Os veículos de transporte coletivo
comuniquem horizontal e verticalmente deverão cumprir os requisitos de acessibi-
Art. 8º Os sinais de tráfego, semáforos, todas as dependências e serviços do edifí- lidade estabelecidos nas normas técnicas
postes de iluminação ou quaisquer outros cio, entre si e com o exterior, deverá cum- específicas.
elementos verticais de sinalização que de- prir os requisitos de acessibilidade de que
vam ser instalados em itinerário ou espaço trata esta Lei; e CAPÍTULO VII
de acesso para pedestres deverão ser dis- IV – os edifícios deverão dispor, pelo me- DA ACESSIBILIDADE NOS SISTEMAS
postos de forma a não dificultar ou impedir nos, de um banheiro acessível, distribuin- DE COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO
a circulação, e de modo que possam ser do-se seus equipamentos e acessórios de
utilizados com a máxima comodidade. maneira que possam ser utilizados por Art. 17. O Poder Público promoverá a
Art. 9º Os semáforos para pedestres ins- pessoa portadora de deficiência ou com eliminação de barreiras na comunicação
talados nas vias públicas deverão estar mobilidade reduzida. e estabelecerá mecanismos e alternativas
equipados com mecanismo que emita sinal técnicas que tornem acessíveis os sistemas
Art. 12. Os locais de espetáculos, confe- de comunicação e sinalização às pessoas
sonoro suave, intermitente e sem estridên-
rências, aulas e outros de natureza similar portadoras de deficiência sensorial e com
cia, ou com mecanismo alternativo, que
deverão dispor de espaços reservados para dificuldade de comunicação, para garantir-
sirva de guia ou orientação para a travessia
pessoas que utilizam cadeira de rodas, e -lhes o direito de acesso à informação, à
de pessoas portadoras de deficiência visual,
de lugares específicos para pessoas com comunicação, ao trabalho, à educação, ao
se a intensidade do fluxo de veículos e a
deficiência auditiva e visual, inclusive transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer.
periculosidade da via assim determinarem.
acompanhante, de acordo com a ABNT, Art. 18. O Poder Público implementará
Parágrafo único. Os semáforos para de modo a facilitar-lhes as condições de
pedestres instalados em vias públicas de a formação de profissionais intérpretes
acesso, circulação e comunicação. de escrita em braile, linguagem de sinais
grande circulação, ou que deem acesso
aos serviços de reabilitação, devem obri- Art. 12-A. Os centros comerciais e os esta- e de guias-intérpretes, para facilitar qual-
gatoriamente estar equipados com meca- belecimentos congêneres devem fornecer quer tipo de comunicação direta à pessoa
nismo que emita sinal sonoro suave para carros e cadeiras de rodas, motorizados ou portadora de deficiência sensorial e com
orientação do pedestre. (Incluído pela Lei não, para o atendimento da pessoa com dificuldade de comunicação.
nº 13.146, de 2015) deficiência ou com mobilidade reduzida. Art. 19. Os serviços de radiodifusão so-
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) nora e de sons e imagens adotarão plano
Art. 10. Os elementos do mobiliário urba-
no deverão ser projetados e instalados em de medidas técnicas com o objetivo de
CAPÍTULO V permitir o uso da linguagem de sinais ou
locais que permitam sejam eles utilizados DA ACESSIBILIDADE NOS
pelas pessoas portadoras de deficiência ou outra subtitulação, para garantir o direito
EDIFÍCIOS DE USO PRIVADO de acesso à informação às pessoas porta-
com mobilidade reduzida.
doras de deficiência auditiva, na forma e no
Art. 10-A. A instalação de qualquer Art. 13. Os edifícios de uso privado em que prazo previstos em regulamento.
mobiliário urbano em área de circulação seja obrigatória a instalação de elevadores
comum para pedestre que ofereça risco de deverão ser construídos atendendo aos CAPÍTULO VIII
acidente à pessoa com deficiência deverá seguintes requisitos mínimos de acessi- DISPOSIÇÕES SOBRE
ser indicada mediante sinalização tátil de bilidade: AJUDAS TÉCNICAS
alerta no piso, de acordo com as normas I – percurso acessível que una as unidades
técnicas pertinentes. (Incluído pela Lei nº habitacionais com o exterior e com as de- Art. 20. O Poder Público promoverá a
13.146, de 2015) pendências de uso comum; supressão de barreiras urbanísticas, arqui-
II – percurso acessível que una a edifica- tetônicas, de transporte e de comunicação,
CAPÍTULO IV ção à via pública, às edificações e aos ser- mediante ajudas técnicas.
DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS viços anexos de uso comum e aos edifícios
PÚBLICOS OU DE USO COLETIVO Art. 21. O Poder Público, por meio dos
vizinhos;
organismos de apoio à pesquisa e das
III – cabine do elevador e respectiva porta agências de financiamento, fomentará
Art. 11. A construção, ampliação ou re- de entrada acessíveis para pessoas porta-
forma de edifícios públicos ou privados programas destinados:
doras de deficiência ou com mobilidade I – à promoção de pesquisas científicas
destinados ao uso coletivo deverão ser reduzida. voltadas ao tratamento e prevenção de
executadas de modo que sejam ou se tor-
Art. 14. Os edifícios a serem construídos deficiências;
nem acessíveis às pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida. com mais de um pavimento além do pavi- II – ao desenvolvimento tecnológico
Parágrafo único. Para os fins do disposto mento de acesso, à exceção das habitações orientado à produção de ajudas técnicas
neste artigo, na construção, ampliação ou unifamiliares, e que não estejam obrigados para as pessoas portadoras de deficiência;
reforma de edifícios públicos ou privados à instalação de elevador, deverão dispor III – à especialização de recursos humanos
destinados ao uso coletivo deverão ser de especificações técnicas e de projeto em acessibilidade.
observados, pelo menos, os seguintes que facilitem a instalação de um elevador
requisitos de acessibilidade: adaptado, devendo os demais elementos CAPÍTULO IX
I – nas áreas externas ou internas da edi- de uso comum destes edifícios atender aos DAS MEDIDAS DE FOMENTO À
ficação, destinadas a garagem e a esta- requisitos de acessibilidade. ELIMINAÇÃO DE BARREIRAS
cionamento de uso público, deverão ser Art. 15. Caberá ao órgão federal res-
reservadas vagas próximas dos acessos ponsável pela coordenação da política Art. 22. É instituído, no âmbito da Se-
de circulação de pedestres, devidamente habitacional regulamentar a reserva de um cretaria de Estado de Direitos Humanos

31
Art. 22 legislação complementar
do Ministério da Justiça, o Programa Na- Parágrafo único. A implementação das histórico-artístico, desde que as modifi-
cional de Acessibilidade, com dotação adaptações, eliminações e supressões de cações necessárias observem as normas
orçamentária específica, cuja execução barreiras arquitetônicas referidas no caput específicas reguladoras destes bens.
será disciplinada em regulamento. deste artigo deverá ser iniciada a partir do
primeiro ano de vigência desta Lei. Art. 26. As organizações representativas
de pessoas portadoras de deficiência terão
CAPÍTULO X Art. 24. O Poder Público promoverá cam- legitimidade para acompanhar o cumpri-
DISPOSIÇÕES FINAIS panhas informativas e educativas dirigidas
mento dos requisitos de acessibilidade
à população em geral, com a finalidade
estabelecidos nesta Lei.
Art. 23. A Administração Pública federal de conscientizá-la e sensibilizá-la quanto
direta e indireta destinará, anualmente, à acessibilidade e à integração social da Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data
dotação orçamentária para as adaptações, pessoa portadora de deficiência ou com de sua publicação.
eliminações e supressões de barreiras ar- mobilidade reduzida. Brasília, 19 de dezembro de 2000; 179º da
quitetônicas existentes nos edifícios de Art. 25. As disposições desta Lei aplicam- Independência e 112º da República.
uso público de sua propriedade e naqueles -se aos edifícios ou imóveis declarados FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
que estejam sob sua administração ou uso. bens de interesse cultural ou de valor DOU de 20.12.2000

32
legislação complementar Art. 1º

DECRETO Nº 9.094, DE 17 DE JULHO DE 2017

Dispõe sobre a simplificação do atendimento pres- expressa do usuário, exceto nas situações Art. 9º Exceto se existir dúvida fundada
tado aos usuários dos serviços públicos, ratifica a previstas em lei. quanto à autenticidade ou previsão legal,
dispensa do reconhecimento de firma e da autenti- fica dispensado o reconhecimento de firma
cação em documentos produzidos no País e institui
Parágrafo único. Quando não for possível
a Carta de Serviços ao Usuário. a obtenção dos documentos a que a que se e a autenticação de cópia dos documentos
refere o art. 2º diretamente do órgão ou da expedidos no País e destinados a fazer
O Presidente da República, no uso da atri- entidade responsável pela base de dados prova junto a órgãos e entidades do Poder
buição que lhe confere o art. 84, caput, oficial, a comprovação necessária poderá Executivo federal.
inciso VI, alínea “a”, da Constituição, decreta: ser feita por meio de declaração escrita e Art. 10. A apresentação de documentos
Art. 1º Os órgãos e as entidades do Poder assinada pelo usuário dos serviços públicos, por usuários dos serviços públicos poderá
Executivo federal observarão as seguintes que, na hipótese de declaração falsa, ficará ser feita por meio de cópia autenticada,
diretrizes nas relações entre si e com os sujeito às sanções administrativas, civis e dispensada nova conferência com o do-
usuários dos serviços públicos: penais aplicáveis. cumento original.
I - presunção de boa-fé; Art. 4º Os órgãos e as entidades res- § 1º A autenticação de cópia de documen-
II - compartilhamento de informações, ponsáveis por bases de dados oficiais da tos poderá ser feita, por meio de cotejo
nos termos da lei; administração pública federal prestarão da cópia com o documento original, pelo
III - atuação integrada e sistêmica na ex- orientações aos órgãos e às entidades servidor público a quem o documento deva
pedição de atestados, certidões e docu- públicos interessados para o acesso às in- ser apresentado.
mentos comprobatórios de regularidade; formações constantes das bases de dados, § 2º Constatada, a qualquer tempo, a falsi-
IV - racionalização de métodos e procedi- observadas as disposições legais aplicáveis. ficação de firma ou de cópia de documento
mentos de controle; público ou particular, o órgão ou a entidade
Art. 5º No atendimento aos usuários dos do Poder Executivo federal considerará
V - eliminação de formalidades e exigên- serviços públicos, os órgãos e as entidades não satisfeita a exigência documental
cias cujo custo econômico ou social seja do Poder Executivo federal observarão as respectiva e, no prazo de até cinco dias,
superior ao risco envolvido; seguintes práticas: dará conhecimento do fato à autoridade
VI - aplicação de soluções tecnológicas I - gratuidade dos atos necessários ao competente para adoção das providências
que visem a simplificar processos e pro- exercício da cidadania, nos termos da Lei administrativas, civis e penais cabíveis.
cedimentos de atendimento aos usuários nº 9.265, de 12 de fevereiro de 1996;
dos serviços públicos e a propiciar melho- CAPÍTULO II
II - padronização de procedimentos refe-
res condições para o compartilhamento DA CARTA DE SERVIÇOS AO USUÁRIO
rentes à utilização de formulários, guias e
das informações; outros documentos congêneres; e Art. 11. Os órgãos e as entidades do Poder
VII - utilização de linguagem clara, que III - vedação de recusa de recebimento de Executivo federal que prestam atendi-
evite o uso de siglas, jargões e estrangei- requerimentos pelos serviços de protoco- mento aos usuários dos serviços públicos,
rismos; e lo, exceto quando o órgão ou a entidade direta ou indiretamente, deverão elaborar
VIII - articulação com os Estados, o Distrito for manifestamente incompetente. e divulgar Carta de Serviços ao Usuário,
Federal, os Municípios e os outros Poderes § 1º Na hipótese referida no inciso III do no âmbito de sua esfera de competência.
para a integração, racionalização, dispo- caput, os serviços de protocolo deverão § 1º A Carta de Serviços ao Usuário tem por
nibilização e simplificação de serviços prover as informações e as orientações objetivo informar aos usuários dos serviços
públicos. necessárias para que o interessado possa prestados pelo órgão ou pela entidade
Parágrafo único. Usuários dos serviços dar andamento ao requerimento. do Poder Executivo federal as formas de
públicos são as pessoas físicas e jurídicas, § 2º Após a protocolização de requerimen- acesso a esses serviços e os compromissos
de direito público ou privado, diretamente to, caso o agente público verifique que o e padrões de qualidade do atendimento
atendidas por serviço público. órgão ou a entidade do Poder Executivo ao público.
federal é incompetente para o exame ou § 2º Da Carta de Serviços ao Usuário, de-
CAPÍTULO I
DA RACIONALIZAÇÃO DE EXIGÊNCIAS a decisão da matéria, deverá providenciar verão constar informações claras e precisas
E DA TROCA DE INFORMAÇÕES a remessa imediata do requerimento ao sobre cada um dos serviços prestados, es-
órgão ou à entidade do Poder Executivo pecialmente as relativas:
Art. 2º Salvo disposição legal em contrário, federal competente. I - ao serviço oferecido;
os órgãos e as entidades do Poder Executivo § 3º Quando a remessa referida no § 2º II - aos requisitos e aos documentos neces-
federal que necessitarem de documentos não for possível, o interessado deverá ser sários para acessar o serviço;
comprobatórios da regularidade da situa- comunicado imediatamente do fato para III - às etapas para processamento do ser-
ção de usuários dos serviços públicos, de adoção das providências necessárias. viço;
atestados, de certidões ou de outros docu- IV - ao prazo para a prestação do serviço;
mentos comprobatórios que constem em
Art. 6º As exigências necessárias para o
requerimento serão feitas desde logo e de V - à forma de prestação do serviço;
base de dados oficial da administração pú-
blica federal deverão obtê-los diretamente uma só vez ao interessado, justificando-se VI - à forma de comunicação com o solici-
do órgão ou da entidade responsável pela exigência posterior apenas em caso de tante do serviço; e
base de dados, nos termos do Decreto nº dúvida superveniente. VII - aos locais e às formas de acessar o
8.789, de 29 de junho de 2016, e não po- Art. 7º Não será exigida prova de fato já serviço.
derão exigi-los dos usuários dos serviços comprovado pela apresentação de docu- § 3º Além das informações referidas no §
públicos. mento ou informação válida. 2º, a Carta de Serviços ao Usuário deverá,
Art. 3º Na hipótese dos documentos a que Art. 8º Para complementar informações para detalhar o padrão de qualidade do
se refere o art. 2º conterem informações ou solicitar esclarecimentos, a comunica- atendimento, estabelecer:
sigilosas sobre os usuários dos serviços ção entre o órgão ou a entidade do Poder I - os usuários que farão jus à prioridade no
públicos, o fornecimento pelo órgão ou Executivo federal e o interessado poderá atendimento;
pela entidade responsável pela base de da- ser feita por qualquer meio, preferencial- II - o tempo de espera para o atendimento;
dos oficial fica condicionado à autorização mente eletrônico. III - o prazo para a realização dos serviços;

33
Art. 12 legislação complementar
IV - os mecanismos de comunicação com II - a especificação do serviço objeto da CAPÍTULO VII
os usuários; simplificação; DA AVALIAÇÃO E DA MELHORIA DOS
III - o nome do órgão ou da entidade pe- SERVIÇOS PÚBLICOS
V - os procedimentos para receber, aten-
der, gerir e responder às sugestões e re- rante o qual o serviço foi solicitado;
Art. 20. Os órgãos e as entidades do Poder
clamações; IV - a descrição dos atos ou fatos; e Executivo federal deverão utilizar ferramen-
VI - as etapas, presentes e futuras, espera- V - facultativamente, a proposta de me- ta de pesquisa de satisfação dos usuários
das para a realização dos serviços, incluí- lhoria. dos seus serviços, constante do Portal de
das a estimativas de prazos; Serviços do Governo federal, e do Sistema
Art. 15. Ato conjunto dos Ministros de
VII - os mecanismos para a consulta pelos Estado da Transparência e Controlado- de Ouvidoria do Poder Executivo federal, e
usuários acerca das etapas, cumpridas e ria-Geral da União e do Planejamento, utilizar os dados como subsídio relevante
pendentes, para a realização do serviço Desenvolvimento e Gestão disciplinará o para reorientar e ajustar a prestação dos
solicitado; procedimento aplicável à Solicitação de serviços.
VIII - o tratamento a ser dispensado aos Simplificação. § 1º Os canais de ouvidoria e as pesquisas
usuários quando do atendimento; de satisfação objetivam assegurar a efeti-
CAPÍTULO V va participação dos usuários dos serviços
IX - os elementos básicos para o sistema DAS SANÇÕES PELO
de sinalização visual das unidades de públicos na avaliação e identificar lacunas
DESCUMPRIMENTO
atendimento; e deficiências na prestação dos serviços.
X - as condições mínimas a serem obser- Art. 16. O servidor público ou o militar § 2º Os órgãos e as entidades do Poder
que descumprir o disposto neste Decreto Executivo federal deverão dar ampla di-
vadas pelas unidades de atendimento, em
estará sujeito às penalidades previstas, vulgação aos resultados das pesquisas de
especial no que se refere à acessibilidade,
respectivamente, na Lei nº 8.112, de 11 de satisfação.
à limpeza e ao conforto;
XI - os procedimentos para atendimento dezembro de 1990, e na Lei nº 6.880, de 9 CAPÍTULO VIII
de dezembro de 1980. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
quando o sistema informatizado se en-
contrar indisponível; e Parágrafo único. Os usuários dos serviços
públicos que tiverem os direitos garantidos Art. 21. O Ministério da Transparência e
XII - outras informações julgadas de inte- neste Decreto desrespeitados poderão re- Controladoria-Geral da União terá prazo
resse dos usuários. presentar ao Ministério da Transparência e de cento e oitenta dias, contado da data
CAPÍTULO III Controladoria-Geral da União. de publicação deste Decreto, para dispo-
DA RACIONALIZAÇÃO DAS NORMAS Art. 17. Cabe ao Ministério da Transpa- nibilizar os meios de acesso à Solicitação
rência e Controladoria-Geral da União e de Simplificação e ao Simplifique!.
Art. 12. A edição e a alteração das normas aos órgãos integrantes do sistema de con- Art. 22. Os Ministros de Estado da Transpa-
relativas ao atendimento dos usuários dos trole interno do Poder Executivo federal rência e Controladoria-Geral da União e do
serviços públicos observarão os princípios zelar pelo cumprimento do disposto neste Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
da eficiência e da economicidade e con- Decreto e adotar as providências para a poderão expedir normas complementares
siderarão os efeitos práticos tanto para a responsabilização dos servidores públicos ao disposto neste Decreto.
administração pública federal quanto para e dos militares, e de seus superiores hierár-
os usuários.
Art. 23. O Decreto nº 8.936, de 2016, passa
quicos, que praticarem atos em desacordo vigorar com as seguintes alterações:
CAPÍTULO IV com suas disposições.
“Art. 3º ............................................................
DA SOLICITAÇÃO DE SIMPLIFICAÇÃO CAPÍTULO VI ...........................................................................
DA DIVULGAÇÃO AOS USUÁRIOS ..................
Art. 13. Os usuários dos serviços públicos DOS SERVIÇOS PÚBLICOS V - .....................................................................
poderão apresentar Solicitação de Simpli- ...........................................................................
ficação, por meio de formulário próprio Art. 18. A Carta de Serviços ao Usuário, a ...................
denominado Simplifique!, aos órgãos e forma de acesso, as orientações de uso e
b) tempo médio de atendimento;
às entidades do Poder Executivo federal, as informações do formulário Simplifique!
deverão ser objeto de permanente divul- c) grau de satisfação dos usuários; e
quando a prestação de serviço público não
observar o disposto neste Decreto. gação aos usuários dos serviços públicos, d) número de Solicitações de Simplificação
e mantidos visíveis e acessíveis ao público: relativas ao serviço.”
§ 1º A Solicitação de Simplificação deverá
ser apresentada, preferencialmente, por I - nos locais de atendimento; Art. 24. Este Decreto entra em vigor na
meio eletrônico, em canal único oferecido II - nos portais institucionais e de presta- data de sua publicação.
pela Ouvidoria-Geral da União, do Ministé- ção de serviços na internet; e Art. 25. Ficam revogados:
rio da Transparência e Controladoria-Geral III - no Portal de Serviços do Governo fe- I - o Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de
da União. deral, disponível em www.servicos.gov.br. 2009; e
§ 2º Sempre que recebida por meio físico, II - o Decreto nº 5.378, de 23 de fevereiro
Art. 19. As informações do formulário
os órgãos e as entidades deverão digitalizar de 2005.
Simplifique!, de que trata o art. 14, serão
a Solicitação de Simplificação e promover a divulgadas no painel de monitoramento do Brasília, 17 de julho de 2017;
sua inserção no canal a que se refere o § 1º. desempenho dos serviços públicos pres- 196º da Independência e 129º da Repú-
Art. 14. Do formulário Simplifique! deverá tados a que se refere o inciso V do caput blica.
constar: do art. 3º do Decreto nº 8.936, de 19 de MICHEL TEMER
I - a identificação do solicitante; dezembro de 2016. DOU de 18.7.2017

34
LEI Nº 13.432, DE 11 DE ABRIL DE 2017 Art. 1º

LEI Nº 13.432, DE 11 DE ABRIL DE 2017

Dispõe sobre o exercício da profissão de detetive III - natureza do serviço; I - preservar o sigilo das fontes de infor-
particular. mação;
IV - relação de documentos e dados forne-
O Presidente da República. Faço saber que cidos pelo contratante; II - respeitar o direito à intimidade, à priva-
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono V - local em que será prestado o serviço; cidade, à honra e à imagem das pessoas;
a seguinte Lei: VI - estipulação dos honorários e sua for- III - exercer a profissão com zelo e probi-
Art. 1º (VETADO). ma de pagamento. dade;
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera- Parágrafo único. É facultada às partes a IV - defender, com isenção, os direitos e as
-se detetive particular o profissional que, estipulação de seguro de vida em favor prerrogativas profissionais, zelando pela
do detetive particular, que indicará os be- própria reputação e a da classe;
habitualmente, por conta própria ou na
forma de sociedade civil ou empresarial, neficiários, quando a atividade envolver V - zelar pela conservação e proteção de
planeje e execute coleta de dados e in- risco de morte. documentos, objetos, dados ou informa-
formações de natureza não criminal, com Art. 9º Ao final do prazo pactuado para a ções que lhe forem confiados pelo cliente;
conhecimento técnico e utilizando recursos execução dos serviços profissionais, o dete- VI - restituir, íntegro, ao cliente, findo o
e meios tecnológicos permitidos, visando tive particular entregará ao contratante ou contrato ou a pedido, documento ou ob-
ao esclarecimento de assuntos de interesse a seu representante legal, mediante recibo, jeto que lhe tenha sido confiado;
privado do contratante. relatório circunstanciado sobre os dados e VII - prestar contas ao cliente.
§ 1º Consideram-se sinônimas, para efeito informações coletados, que conterá:
I - os procedimentos técnicos adotados;
Art. 12. São direitos do detetive particular:
desta Lei, as expressões “detetive particu- I - exercer a profissão em todo o território
lar”, “detetive profissional” e outras que II - a conclusão em face do resultado dos nacional na defesa dos direitos ou inte-
tenham ou venham a ter o mesmo objeto. trabalhos executados e, se for o caso, a in- resses que lhe forem confiados, na forma
§ 2º (VETADO). dicação das providências legais a adotar; desta Lei;
Art. 3º (VETADO). III - data, identificação completa do dete- II - recusar serviço que considere imoral,
tive particular e sua assinatura. discriminatório ou ilícito;
Art. 4º (VETADO).
Art. 10. É vedado ao detetive particular: III - renunciar ao serviço contratado, caso
Art. 5º O detetive particular pode cola- I - aceitar ou captar serviço que configure gere risco à sua integridade física ou mo-
borar com investigação policial em curso, ou contribua para a prática de infração pe- ral;
desde que expressamente autorizado pelo nal ou tenha caráter discriminatório;
contratante. IV - compensar o montante dos honorá-
II - aceitar contrato de quem já tenha dete- rios recebidos ou recebê-lo proporcional-
Parágrafo único. O aceite da colaboração tive particular constituído, salvo: mente, de acordo com o período trabalha-
ficará a critério do delegado de polícia, que
a) com autorização prévia daquele com o do, conforme pactuado;
poderá admiti-la ou rejeitá-la a qualquer
tempo. qual irá colaborar ou a quem substituirá; V - (VETADO);
b) na hipótese de dissídio entre o contra- VI - reclamar, verbalmente ou por escrito,
Art. 6º Em razão da natureza reservada tante e o profissional precedente ou de perante qualquer autoridade, contra a
de suas atividades, o detetive particular, no omissão deste que possa causar dano ao inobservância de preceito de lei, regula-
desempenho da profissão, deve agir com contratante; mento ou regimento;
técnica, legalidade, honestidade, discrição, III - divulgar os meios e os resultados da VII - ser publicamente desagravado,
zelo e apreço pela verdade. coleta de dados e informações a que tiver quando injustamente ofendido no exercí-
Art. 7º O detetive particular é obrigado acesso no exercício da profissão, salvo em cio da profissão.
a registrar em instrumento escrito a pres- defesa própria;
tação de seus serviços. IV - participar diretamente de diligências Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data
policiais; de sua publicação.
Art. 8º O contrato de prestação de serviços Brasília, 11 de abril de 2017;
do detetive particular conterá: V - utilizar, em demanda contra o contra-
196º da Independência e
I - qualificação completa das partes con- tante, os dados, documentos e informa-
129º da República.
tratantes; ções coletados na execução do contrato.
MICHEL TEMER
II - prazo de vigência; Art. 11. São deveres do detetive particular: DOU de 12.4.2017

35
Art. 1º legislação complementar

RESOLUÇÃO Nº 459, DE 5 DE OUTUBRO DE 2017

Dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos a data da decisão homologatória da auto- e) Valor de exercícios anteriores
relativos à expedição de ofícios requisitórios pelos composição; X - órgão a que estiver vinculado o ser-
Centros Judiciais de Solução de Conflitos e Cidadania
II - se a Fazenda Pública tiver expressa- vidor público civil ou militar da adminis-
- CEJUSCONs e pelas demais unidades de conciliação,
em procedimentos pré-processuais, no âmbito da mente renunciado à oposição da impug- tração direta, quando se tratar de pro-
Justiça Federal de primeiro e segundo graus. nação, será considerada a data da decisão cedimento de natureza salarial, com a
homologatória da autocomposição como indicação da condição de ativo, inativo ou
A Presidente do Conselho da Justiça Fede-
do decurso de prazo para impugnação à pensionista;
ral, no uso das atribuições legais, e
execução; XI - valor da contribuição para o Plano de
CONSIDERANDO as diretrizes da Política Ju-
diciária Nacional de tratamento adequado III - nos casos de inexistência de renúncia Seguridade Social do Servidor Público Ci-
dos conflitos de interesses, estabelecidas expressa ao prazo recursal ou de inexis- vil - PSS, quando couber.
pelo Conselho Nacional de Justiça por tência de renúncia expressa à oposição
Art. 5º Havendo verba de natureza tri-
meio da Resolução CNJ n. 125, de 29 de da impugnação, deverá ser observado o
butária e não tributária em uma mesma
novembro de 2010; transcurso dos prazos processuais previs-
autocomposição homologada pelo juízo da
CONSIDERANDO as atribuições conferidas tos em lei;
conciliação, deverão ser expedidas requi-
às unidades de conciliação e mediação para Art. 4º Para expedição de ofício re- sições de pagamento distintas, que serão
expedição de requisições de pagamento, quisitório em processo decorrente de somadas para definição da modalidade do
nos termos do § 4º do art. 7º da Resolu- procedimentos pré-processuais, a auto- requisitório (precatório ou RPV).
ção n. CJF-RES-2016/00398, que define a composição homologada pelo juízo da
política judiciária de solução consensual
Art. 6º O juízo da conciliação deverá dis-
conciliação deverá conter as seguintes ponibilizar o teor do ofício requisitório
dos conflitos de interesses no âmbito da informações:
Justiça Federal; às partes antes do encaminhamento ao
I - nome das partes e do procurador da tribunal. Parágrafo único. Até que haja a
CONSIDERANDO o reconhecimento da parte autora (se houver), bem como o res- comunicação pela entidade financeira res-
natureza de título executivo judicial das pectivo número de inscrição no CPF ou no
ponsável sobre o depósito correspondente,
decisões homologatórias judiciais ou ex- CNPJ;
o processo ficará suspenso.
trajudiciais em casos de autocomposição, II - nome dos beneficiários do ofício requi-
previsto nos incisos II e III, respectivamente, sitório e respectivos números de inscrição Art. 7º Havendo incidentes processuais
do caput do art. 515 da Lei n. 13.105, de no CPF ou no CNPJ, inclusive quando fo- após a expedição do ofício requisitório,
16 de março de 2015 (Código de Processo rem advogados, incapazes, espólios, mas- o juízo da conciliação deverá encaminhar
Civil - CPC); sas falidas, menores e outros; o processo judicial de homologação da
CONSIDERANDO os procedimentos admi- transação extrajudicial à livre distribuição.
III - natureza do crédito (comum ou ali-
nistrativos em uso nos tribunais regionais mentar); § 1º Distribuído o processo, o juízo com-
federais para a realização de pagamentos petente processará e decidirá os incidentes
de quantia certa decorrente de condena- IV - sendo o crédito de natureza alimentar,
apresentados.
ção da Fazenda Pública, consolidados na a data de nascimento do beneficiário e a
§ 2º É também considerado incidente pro-
Resolução n. CJF-RES-2017/00458; informação sobre eventual doença grave,
cessual, a justificar a remessa do processo
na forma da lei;
CONSIDERANDO o decidido no Processo n. à livre distribuição, qualquer ocorrência
CJF-PPN2013/00069, na sessão realizada no V - nas autocomposições de natureza não que gere a necessidade de bloqueio da
dia 18 de setembro de 2017, resolve: tributária, o valor total a ser requisitado e, requisição de pagamento e posterior ex-
se for o caso, o valor do principal corrigido
Art. 1º A expedição de ofício requisitório pedição de alvará.
e dos juros, individualizado por benefici-
ao tribunal regional federal decorrente de ário; Art. 8º Havendo acordo homologado pelo
homologação de autocomposição realiza- juízo da conciliação, em processo judicial
VI - nas autocomposições de natureza tri-
da em procedimentos pré-processuais de remetido por vara federal à unidade de
butária, o valor total a ser requisitado e, se
responsabilidade dos Centros Judiciários conciliação, o tribunal poderá estabelecer
for o caso, o valor do principal, juntamen-
de Solução de Conflitos e Cidadania - CE- a competência para expedição do ofício
te com as demais verbas tributárias, e o va-
JUSCONs ou de unidade de conciliação requisitório à vara de origem.
lor SELIC, individualizado por beneficiário;
equivalente, no âmbito da Justiça Federal Parágrafo único. No caso de expedição de
de primeiro e segundo graus, deve obser- VII - data-base considerada para a atuali-
zação monetária dos valores; ofício requisitório pelo juízo da conciliação,
var os procedimentos estabelecidos nesta após a realização deste ato processual, o
resolução. VIII - caso seja necessário expedir preca-
processo será devolvido à vara de origem,
Art. 2º Após formalizada a autocompo- tório cujos valores estejam submetidos à
que decidirá qualquer incidente processual.
sição em procedimento pré-processual, o tributação na forma de rendimentos rece-
bidos acumuladamente (RRA), prevista no Art. 9º Para os fins desta resolução, os
juízo da conciliação deverá providenciar
art. 12-A da Lei n. 7.713, de 22 de dezembro Centros Judiciários de Solução de Conflitos
a alteração da classe Pré-Processual para
de 1988: a) Número de meses (NM); b) Va- e Cidadania - CEJUSCONs e demais unida-
Processual com a adoção do código da
lor das deduções da base de cálculo. des de conciliação ou de autocomposição
Classe da Tabela de Assuntos do Conselho
IX - em se tratando de RPV cujos valores equivalentes são considerados juízos da
Nacional de Justiça relativa à homologação
estejam submetidos à tributação na forma conciliação e equiparados a vara federal
de transação extrajudicial.
de rendimentos recebidos acumulada- para efeito de cadastro junto ao Sistema
Art. 3º Exarada a decisão de homologação mente (RRA), prevista no art. 12-A da Lei Integrado de Administração Financeira do
da autocomposição, no processo judicial Governo Federal - SIAFI.
n. 7.713/1988:
resultante da alteração de classe, o juízo
da conciliação expedirá o ofício requisitório a) Número de meses (NM) do exercício Art. 10. Comunicada, pela instituição
dos valores devidos pela Fazenda Pública, corrente; financeira, a realização do depósito dos
observando: b) Número de meses (NM) de exercícios valores requisitados, o processo será ar-
I - se as partes expressamente tiverem anteriores; quivado.
renunciado ao prazo recursal, será consi- c) Valor das deduções da base de cálculo; Art. 11. Os ofícios requisitórios expedi-
derada como data do trânsito em julgado d) Valor do exercício corrente; dos com base nesta resolução seguem

36
legislação complementar Art. 11
as regras estabelecidas na Resolução n.
CJF-RES2017/00458.

Art. 12. Esta resolução entra em vigor na


data de sua publicação.
Min. LAURITA VAZ
DOU de 09.10.2017

37
Estatuto da Terra Art. 1º

ESTATUTO DA TERRA
Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964

Dispõe sobre o Estatuto da Terra, e dá outras pro­ direito à propriedade da terra em condomínio, como realizar os demais objetivos previstos na
vidências. quer sob a forma de cooperativas quer como legislação vigente;
sociedades abertas constituídas na forma da IX – “Colonização”, toda a atividade oficial
TÍTULO I. legislação em vigor. ou particular, que se destine a promover o
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Parágrafo único. Os estatutos das cooperati- aproveitamento econômico da terra, pela sua
vas e demais sociedades, que se organizarem divisão em propriedade familiar ou através de
CAPÍTULO I. na forma prevista neste artigo, deverão ser Cooperativas […] (Vetado) […]
PRINCÍPIOS E DEFINIÇÕES aprovados pelo Instituto Brasileiro de Reforma Parágrafo único. Não se considera latifúndio:
Agrária (I.B.R.A.) que estabelecerá condições a) o imóvel rural, qualquer que seja a sua di-
Art. 1º. Esta Lei regula os direitos e obrigações
mínimas para a democratização dessas so- mensão, cujas características recomendem,
concernentes aos bens imóveis rurais, para
os fins de execução da Reforma Agrária e ciedades. sob o ponto de vista técnico e econômico, a
promoção da Política Agrícola. Art. 4º. Para os efeitos desta Lei, definem-se: exploração florestal racionalmente realizada,
I – “Imóvel Rural”, o prédio rústico, de área mediante planejamento adequado;
§ 1º. Considera-se Reforma Agrária o conjunto
de medidas que visem a promover melhor contínua qualquer que seja a sua localização b) o imóvel rural, ainda que de domínio particu-
distribuição da terra, mediante modificações que se destina à exploração extrativa agrícola, lar, cujo objeto de preservação florestal ou de
no regime de sua posse e uso, a fim de atender pecuária ou agroindustrial, quer através de outros recursos naturais haja sido reconhecido
aos princípios de justiça social e ao aumento planos públicos de valorização, quer através para fins de tombamento, pelo órgão compe-
de produtividade. de iniciativa privada; tente da administração pública.
§ 2º. Entende-se por Política Agrícola o con- II – “Propriedade Familiar”, o imóvel rural que, Art. 5º. A dimensão da área dos módulos de
junto de providências de amparo à proprie- direta e pessoalmente explorado pelo agri- propriedade rural será fixada para cada zona
dade da terra, que se destinem a orientar, de características econômicas e ecológicas
cultor e sua família, lhes absorva toda a força
no interesse da economia rural, as atividades homogêneas, distintamente, por tipos de
de trabalho, garantindo-lhes a subsistência
agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhes exploração rural que nela possam ocorrer.
e o progresso social e econômico, com área
o pleno emprego, seja no de harmonizá-las máxima fixada para cada região e tipo de Parágrafo único. No caso de exploração mis-
com o processo de industrialização do país. ta, o módulo será fixado pela média ponderada
exploração, e eventualmente trabalho com a
Art. 2º. É assegurada a todos a oportunidade das partes do imóvel destinadas a cada um dos
ajuda de terceiros;
de acesso à propriedade da terra, condiciona- tipos de exploração considerados.
III – “Módulo Rural”, a área fixada nos termos
da pela sua função social, na forma prevista do inciso anterior; CAPÍTULO II.
nesta Lei. DOS ACORDOS E CONVÊNIOS
IV – “Minifúndio”, o imóvel rural de área e possi-
§ 1º. A propriedade da terra desempenha bilidades inferiores às da propriedade familiar;
integralmente a sua função social quando, Art. 6º. A União, os Estados, o Distrito Federal
V – “Latifúndio”, o imóvel rural que: e os Municípios poderão unir seus esforços
simultaneamente:
a) favorece o bem-estar dos proprietários e a) exceda a dimensão máxima fixada na forma e recursos, mediante acordos, convênios ou
dos trabalhadores que nela labutam, assim do artigo 46, § 1º, alínea b, desta Lei, tendo-se contratos para a solução de problemas de
como de suas famílias; em vista as condições ecológicas, sistemas interesse rural, principalmente os relacionados
agrícolas regionais e o fim a que se destine; com a aplicação da presente Lei, visando a
b) mantém níveis satisfatórios de produti-
b) não excedendo o limite referido na alí- implantação da Reforma Agrária e à unidade
vidade;
nea anterior, e tendo área igual ou superior de critérios na execução desta.
c) assegura a conservação dos recursos na-
à dimensão do módulo de propriedade ru- § 1º. Para os efeitos da Reforma Agrária, o
turais;
ral, seja mantido inexplorado em relação às Instituto Nacional de Colonização e Reforma
d) observa as disposições legais que regulam Agrária – INCRA representará a União nos
possibilidades físicas, econômicas e sociais
as justas relações de trabalho entre os que a acordos, convênios ou contratos multilaterais
possuem e a cultivem. do meio, com fins especulativos, ou seja, de-
ficiente ou inadequadamente explorado, de referidos neste artigo. (Incluído pela Medida
§ 2º. É dever do Poder Público: Provisória nº 2.183-56, de 2001)
modo a vedar-lhe a inclusão no conceito de
a) promover e criar as condições de acesso empresa rural; § 2º. A União, mediante convênio, poderá
do trabalhador rural à propriedade da terra delegar aos Estados, ao Distrito Federal e aos
economicamente útil, de preferência nas VI – “Empresa Rural” é o empreendimento de
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, Municípios o cadastramento, as vistorias e
regiões onde habita, ou, quando as circuns- avaliações de propriedades rurais situadas no
tâncias regionais, o aconselhem em zonas que explore econômica e racionalmente imó-
vel rural, dentro de condição de rendimento seu território, bem como outras atribuições
previamente ajustadas na forma do disposto relativas à execução do Programa Nacional de
na regulamentação desta Lei; econômico […] (Vetado) […] da região em que
Reforma Agrária, observados os parâmetros
b) zelar para que a propriedade da terra desem- se situe e que explore área mínima agricultável
e critérios estabelecidos nas leis e nos atos
penhe sua função social, estimulando planos do imóvel segundo padrões fixados, pública
normativos federais. (Incluído pela Medida
para a sua racional utilização, promovendo a e previamente, pelo Poder Executivo. Para
Provisória nº 2.183-56, de 2001)
justa remuneração e o acesso do trabalhador esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as
§ 3º. O convênio de que trata o caput será
aos benefícios do aumento da produtividade pastagens, as matas naturais e artificiais e as
celebrado com os Estados, com o Distrito
e ao bem-estar coletivo. áreas ocupadas com benfeitorias;
Federal e com os Municípios que tenham ins-
§ 3º. A todo agricultor assiste o direito de VII – “Parceleiro”, aquele que venha a adquirir tituído órgão colegiado, com a participação
permanecer na terra que cultive, dentro dos lotes ou parcelas em área destinada à Reforma das organizações dos agricultores familiares
termos e limitações desta Lei, observadas Agrária ou à colonização pública ou privada; e trabalhadores rurais sem terra, mantida a
sempre que for o caso, as normas dos contratos VIII – “Cooperativa Integral de Reforma Agrária paridade de representação entre o poder
de trabalho. (C.I.R.A.)”, toda sociedade cooperativa mista, público e a sociedade civil organizada, com
§ 4º. É assegurado às populações indígenas de natureza civil, […] (Vetado) […] criada nas a finalidade de formular propostas para a
o direito à posse das terras que ocupam ou áreas prioritárias de Reforma Agrária, con- adequada implementação da política agrária.
que lhes sejam atribuídas de acordo com a tando temporariamente com a contribuição (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56,
legislação especial que disciplina o regime financeira e técnica do Poder Público, através de 2001)
tutelar a que estão sujeitas. do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, com § 4º. Para a realização da vistoria e avaliação
Art. 3º. O Poder Público reconhece às enti- a finalidade de industrializar, beneficiar, prepa- do imóvel rural para fins de reforma agrária,
dades privadas, nacionais ou estrangeiras, o rar e padronizar a produção agropecuária, bem poderá o Estado utilizar-se de força policial.

1
Art. 7º Estatuto da Terra
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, legítimas manifestadas através de cultura Art. 17. O acesso à propriedade rural será
de 2001) efetiva e morada habitual, bem como para promovido mediante a distribuição ou a redis-
§ 5º. O convênio de que trata o caput deverá incorporar ao patrimônio público as terras tribuição de terras, pela execução de qualquer
prever que a União poderá utilizar servidores devolutas federais ilegalmente ocupadas e as das seguintes medidas:
integrantes dos quadros de pessoal dos órgãos que se encontrarem desocupadas. a) desapropriação por interesse social;
e das entidades da Administração Pública dos § 1º. Através de convênios, celebrados com b) doação;
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, os Estados e Municípios, iguais poderes po- c) compra e venda;
para a execução das atividades referidas neste derão ser atribuídos ao Instituto Brasileiro de d) arrecadação dos bens vagos;
artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº Reforma Agrária, quanto às terras devolutas e) reversão à posse (Vetado) do Poder Público
2.183-56, de 2001) estaduais e municipais, respeitada a legislação de terras de sua propriedade, indevidamente
Art. 7º. Mediante acordo com a União, os Esta- local, o regime jurídico próprio das terras situ- ocupadas e exploradas, a qualquer título, por
dos poderão encarregar funcionários federais adas na faixa da fronteira nacional bem como terceiros;
da execução de Leis e serviços estaduais ou de a atividade dos órgãos de valorização regional.
f) herança ou legado.
atos e decisões das suas autoridades, pertinen- § 2º. Tanto quanto possível, o Instituto Brasi-
tes aos problemas rurais, e, reciprocamente, a leiro de Reforma Agrária imprimirá ao instituto Art. 18. À desapropriação por interesse social
União poderá, em matéria de sua competência, das terras devolutas orientação tendente a tem por fim:
cometer a funcionários estaduais, encargos harmonizar as peculiaridades regionais com a) condicionar o uso da terra à sua função
análogos, provendo às necessárias despesas os altos interesses do desbravamento através social;
de conformidade com o disposto no parágrafo da colonização racional visando a erradicar os b) promover a justa e adequada distribuição
terceiro do artigo 18 da Constituição Federal. males do minifúndio e do latifúndio. da propriedade;
Art. 8º. Os acordos, convênios ou contratos c) obrigar a exploração racional da terra;
SEÇÃO II. d) permitir a recuperação social e econômica
poderão conter cláusula que permita ex-
pressamente a adesão de outras pessoas de DAS TERRAS PARTICULARES de regiões;
direito público, interno ou externo, bem como Art. 12. À propriedade privada da terra cabe e) estimular pesquisas pioneiras, experimen-
de pessoas físicas nacionais ou estrangeiras, intrinsecamente uma função social e seu uso tação, demonstração e assistência técnica;
não participantes direta dos atos jurídicos é condicionado ao bem-estar coletivo pre- f) efetuar obras de renovação, melhoria e
celebrados. visto na Constituição Federal e caracterizado valorização dos recursos naturais;
Parágrafo único. A adesão efetivar-se-á com nesta Lei. g) incrementar a eletrificação e a industriali-
a só notificação oficial às partes contratantes, zação no meio rural;
Art. 13. O Poder Público promoverá a gra-
independentemente de condição ou termo. h) facultar a criação de áreas de proteção à
dativa extinção das formas de ocupação e
CAPÍTULO III. de exploração da terra que contrariem sua fauna, à flora ou a outros recursos naturais, a
DAS TERRAS PÚBLICAS E função social. fim de preservá-los de atividades predatórias.
PARTICULARES Art. 14. O Poder Público facilitará e prestigia- Art. 19. A desapropriação far-se-á na forma
rá a criação e a expansão de associações de prevista na Constituição Federal, obedecidas
SEÇÃO I. pessoas físicas e jurídicas que tenham por fi- as normas constantes da presente Lei.
DAS TERRAS PÚBLICAS nalidade o racional desenvolvimento extrativo § 1º. Se for intentada desapropriação parcial, o
agrícola, pecuário ou agroindustrial, e promo- proprietário poderá optar pela desapropriação
Art. 9º. Dentre as terras públicas, terão prio- verá a ampliação do sistema cooperativo, bem de todo o imóvel que lhe pertence, quando
ridade, subordinando-se aos itens previstos como de outras modalidades associativas e a área agricultável remanescente, inferior a
nesta Lei, as seguintes: societárias que objetivem a democratização cinquenta por cento da área original, ficar:
I – as de propriedade da União, que não te- do capital. (Redação dada Medida Provisória a) reduzida a superfície inferior a três vezes
nham outra destinação específica; nº 2.183-56, 2001) a dimensão do módulo de propriedade; ou
II – as reservadas pelo Poder Público para servi- § 1º. Para a implementação dos objetivos b) prejudicada substancialmente em suas con-
ços ou obras de qualquer natureza, ressalvadas referidos neste artigo, os agricultores e traba- dições de exploração econômica, caso seja o
as pertinentes à segurança nacional, desde lhadores rurais poderão constituir entidades seu valor inferior ao da parte desapropriada.
que o órgão competente considere sua utili- societárias por cotas, em forma consorcial ou § 2º. Para efeito de desapropriação observar-
zação econômica compatível com a atividade condominial, com a denominação de “consór- -se-ão os seguintes princípios:
principal, sob a forma de exploração agrícola; cio” ou “condomínio”, nos termos dos arts. 3º e a) para a fixação da justa indenização, na forma
III – as devolutas da União, dos Estados e dos 6º desta Lei. (Incluído pela Medida Provisória do artigo 147, § 1º., da Constituição Federal,
Municípios. nº 2.183-56, de 2001) levar-se-ão em conta o valor declarado do
Art. 10. O Poder Público poderá explorar direta § 2º. Os atos constitutivos dessas sociedades imóvel para efeito do Imposto Territorial Ru-
ou indiretamente, qualquer imóvel rural de sua deverão ser arquivados na Junta Comercial, ral, o valor constante do cadastro acrescido
propriedade, unicamente para fins de pesqui- quando elas praticarem atos de comércio, e das benfeitorias com a correção monetária
sa, experimentação, demonstração e fomento, no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas, porventura cabível, apurada na forma da le-
visando ao desenvolvimento da agricultura, a quando não envolver essa atividade. (Incluído gislação específica, e o valor venal do mesmo;
programas de colonização ou fins educativos pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001) b) o poder expropriante não será obrigado
de assistência técnica e de readaptação. Art. 15. A implantação da Reforma Agrária a consignar, para fins de imissão de posse
§ 1º. Somente se admitirá a existência de em terras particulares será feita em caráter dos bens, quantia superior à que lhes tiver
imóveis rurais de propriedade pública, com prioritário, quando se tratar de zonas críticas sido atribuída pelo proprietário na sua última
objetivos diversos dos previstos neste artigo, ou de tensão social. declaração, exigida pela Lei do Imposto de
em caráter transitório, desde que não haja Renda, a partir de 1965, se se tratar de pessoa
TÍTULO II.
viabilidade de transferi-los para a propriedade física ou o valor constante do ativo, se se tratar
DA REFORMA AGRÁRIA
privada. de pessoa jurídica, num e noutro caso com a
§ 2º. Executados os projetos de colonização correção monetária cabível;
CAPÍTULO I. c) efetuada a imissão de posse, fica assegurado
nos imóveis rurais de propriedade pública, DOS OBJETIVOS E DOS MEIOS DE
com objetivos diversos dos previstos neste ao expropriado o levantamento de oitenta por
ACESSO À PROPRIEDADE RURAL cento da quantia depositada para obtenção
artigo, em caráter transitório.
§ 3º. Os imóveis rurais pertencentes à União, Art. 16. A Reforma Agrária visa a estabelecer da medida possessória.
cuja utilização não se enquadre nos termos um sistema de relações entre o homem, a § 3º. Salvo por motivo de necessidade ou utili-
deste artigo, poderão ser transferidos ao Ins- propriedade rural e o uso da terra, capaz de dade pública, estão isentos da desapropriação:
tituto Brasileiro de Reforma Agrária, ou com promover a justiça social, o progresso e o a) os imóveis rurais que, em cada zona, não
ele permutados por ato do Poder Executivo. bem-estar do trabalhador rural e o desenvol- excederem de três vezes o módulo de produto
Art. 11. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrá- vimento econômico do país, com a gradual de propriedade, fixado nos termos do artigo
ria fica investido de poderes de representação extinção do minifúndio e do latifúndio. 4º., inciso III;
da União, para promover a discriminação Parágrafo único. O Instituto Brasileiro de b) os imóveis que satisfizerem os requisitos
das terras devolutas federais, restabelecida Reforma Agrária será o órgão competente pertinentes à empresa rural, enunciados no
a instância administrativa disciplinada pelo para promover e coordenar a execução des- artigo 4º., inciso VI;
Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, sa reforma, observadas as normas gerais da c) os imóveis que, embora não classificados
e com autoridade para reconhecer as posses presente Lei e do seu regulamento. como empresas rurais, situados fora da área

2
Estatuto da Terra Art. 20
prioritária de Reforma Agrária, tiverem apro- II – a agricultores cujos imóveis rurais sejam Art. 28. O Fundo Nacional de Reforma Agrária
vados pelo Instituto Brasileiro de Reforma comprovadamente insuficientes para o sus- será constituído:
Agrária, e em execução projetos que em prazo tento próprio e o de sua família; I – do produto da arrecadação da Contribuição
determinado, os elevem àquela categoria. III – para a formação de glebas destinadas à de Melhoria cobrada pela União de acordo
§ 4º. O foro competente para desapropriação exploração extrativa, agrícola, pecuária ou com a legislação vigente;
é o da situação do imóvel. agroindustrial, por associações de agricultores II – da destinação específica de 3% (três por
§ 5º. De toda decisão que fixar o preço em organizadas sob regime cooperativo; cento) da receita tributária da União;
quantia superior à oferta formulada pelo ór- IV – para fins de realização, a cargo do Po- III – dos recursos destinados em lei à Su-
gão expropriante, haverá, obrigatoriamente, der Público, de atividades de demonstração perintendência de Política Agrária (SUPRA),
recurso de ofício para o Tribunal Federal de educativa, de pesquisa, experimentação, ressalvado o disposto no artigo 117;
Recursos. Verificado, em ação expropriató- assistência técnica e de organização de co-
rio, ter o imóvel valor superior ao declarado lônias-escolas; IV – dos recursos oriundos das verbas de ór-
pelo expropriado, e apurada a má-fé ou o gãos e de entidades vinculados por convênios
V – para fins de reflorestamento ou de conser- ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrária;
dolo deste, poderá a sentença condená-lo à vação de reservas florestais a cargo da União,
penalidade prevista no artigo 49, § 3º., desta dos Estados ou dos Municípios. V – de doações recebidas;
Lei, deduzindo-se do valor da indenização o Art. 25. As terras adquiridas pelo Poder VI – da receita do Instituto Brasileiro de Re-
montante da penalidade. Público, nos termos desta Lei, deverão ser forma Agrária.
Art. 20. As desapropriações a serem realiza- vendidas, atendidas as condições de maiori- § 1º. Os recursos de que tratam os incisos I e
das pelo Poder Público, nas áreas prioritárias, dade, sanidade e de bons antecedentes, ou de II, deste artigo, bem como os provenientes
recairão sobre: reabilitação, de acordo com a seguinte ordem de quaisquer créditos adicionais destinados à
I – os minifúndios e latifúndios; de preferência: execução dos planos nacional e regionais de
I – ao proprietário do imóvel desapropriado, Reforma Agrária, não poderão ser suprimidos,
II – as áreas já beneficiadas ou a serem por
desde que venha a explorar a parcela, dire- nem aplicados em outros fins.
obras públicas de vulto;
tamente ou por intermédio de sua família; § 2º. Os saldos dessas dotações em poder do
III – as áreas cujos proprietários desenvolve-
II – aos que trabalhem no imóvel desapropria- Instituto Brasileiro de Reforma Agrária ou a seu
rem atividades predatórias, recusando-se a
do como posseiros, assalariados, parceiros ou favor, verificados no final de cada exercício,
pôr em prática normas de conservação dos
arrendatários; não prescrevem, e serão aplicados, na sua
recursos naturais;
totalidade, em consonância com os objetivos
IV – as áreas destinadas a empreendimentos III – aos agricultores cujas propriedades não
da presente Lei.
de colonização, quando estes não tiverem alcancem a dimensão da propriedade familiar
da região; § 3º. Os tributos, dotações e recursos referidos
logrado atingir seus objetivos; nos incisos deste artigo terão a destinação,
V – as áreas que apresentem elevada incidência IV – aos agricultores cujas propriedades se-
durante vinte anos, vinculada à execução dos
de arrendatários, parceiros e posseiros; jam comprovadamente insuficientes para o
programas da Reforma Agrária.
sustento próprio e o de sua família;
VI – as terras cujo uso atual, estudos levados § 4º. Os atos relativos à receita do Instituto
a efeito pelo Instituto Brasileiro de Reforma V – aos tecnicamente habilitados na forma dá
Brasileiro de Reforma Agrária constituída
Agrária comprovem não ser o adequado à legislação em vigor, ou que tenham comprova-
pelos recursos previstos no inciso II, e pelos
sua vocação de uso econômico. da competência para a prática das atividades
resultados apurados no exercício anterior, nas
agrícolas.
Art. 21. Em áreas de minifúndio, o Poder hipóteses dos incisos I, III e IV, considerar-se-ão
§ 1º. Na ordem de preferência de que trata este
Público tomará as medidas necessárias à orga- registrados, pelo Tribunal de Contas, a 1º. de ja-
artigo, terão prioridade os chefes de família
nização de unidades econômicas adequadas, neiro, e os respectivos recursos distribuídos ao
numerosas cujos membros se proponham
desapropriando, aglutinando e redistribuindo Tesouro Nacional, que os depositará no Banco
a exercer atividade agrícola na área a ser
as áreas. do Brasil, à disposição do referido Instituto, em
distribuída.
Art. 22. É o Instituto Brasileiro de Reforma quatro parcelas, até 31 de janeiro, 30 de abril,
§ 2º. Só poderão adquirir lotes os trabalha-
Agrária autorizado, para todos os efeitos legais, 31 de julho e 31 de outubro, respectivamente.
dores sem terra, salvo as exceções previstas
a promover as desapropriações necessárias ao nesta Lei. Art. 29. Além dos recursos do Fundo Nacional
cumprimento da presente Lei. § 3º. Não poderá ser beneficiário da distri- de Reforma Agrária, a execução dos proje-
Parágrafo único. A União poderá desapro- buição de terras a que se refere este artigo o tos regionais contará com as contribuições
priar, por interesse social, bens do domínio proprietário rural, salvo nos casos dos incisos financeiras dos órgãos e entidades vincula-
dos Estados, Municípios, Distrito Federal e I, III e IV, nem quem exerça função pública, das por convênios ao Instituto Brasileiro de
Territórios, precedido o ato, em qualquer caso, autárquica ou em órgão paraestatal, ou se ache Reforma Agrária, notadamente os de valori-
de autorização legislativa. investido de atribuições parafiscais. zação regional, como a Superintendência do
Art. 23. Os bens desapropriados por sen- § 4º. Sob pena de nulidade, qualquer alienação Desenvolvimento Econômico do Nordeste
tença definitiva, uma vez incorporados ao ou concessão de terras públicas, nas regiões (SUDENE), a Superintendência do Plano de
patrimônio público, não podem ser objeto de prioritárias, definidas na forma do artigo 43, Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA)
reivindicação, ainda que fundada em nulidade será precedida de consulta ao Instituto Brasi- a Comissão do Vale do São Francisco (CVSF)
do processo de desapropriação. Qualquer leiro de Reforma Agrária, que se pronunciará e a Superintendência do Plano de Valorização
ação julgada procedente, resolver-se-á em obrigatoriamente no prazo de sessenta dias. Econômica da Região da Fronteira Sudoeste
perdas e danos. do País (SUDOESTE), os quais deverão destinar,
Art. 26. Na distribuição de terras regulada
Parágrafo único. A regra deste artigo aplica- para este fim, vinte por cento, no mínimo de
por este Capítulo, ressalvar-se-á sempre a
-se aos imóveis rurais incorporados ao domínio prioridade pública dos terrenos de marinha suas dotações globais.
da União, em consequência de ações por mo- e seus acrescidos na orla oceânica e na faixa Parágrafo único. Os recursos referidos neste
tivo de enriquecimento ilícito em prejuízo do marginal dos rios federais, até onde se faça artigo, depois de aprovados os planos para
Patrimônio Federal, os quais transferidos ao sentir a influência das marés, bem como a as respectivas regiões, serão entregues ao
Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, serão reserva à margem dos rios navegáveis e dos Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, que,
aplicados aos objetivos desta Lei. que formam os navegáveis. para a execução destes, contribuirá com igual
quantia.
CAPÍTULO II. CAPÍTULO III. Art. 30. Para fins da presente Lei, é o Poder
DA DISTRIBUIÇÃO DE TERRAS DO FINANCIAMENTO DA REFORMA Executivo autorizado a receber doações, bem
AGRÁRIA
Art. 24. As terras desapropriadas para os fins como a contrair empréstimos no país e no
da Reforma Agrária que, a qualquer título, exterior, até o limite fixado no artigo 105.
SEÇÃO I. Art. 31. É o Instituto Brasileiro de Reforma
vierem a ser incorporadas ao patrimônio do DO FUNDO NACIONAL DE REFORMA
Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, respei- Agrária autorizado a:
AGRÁRIA
tada a ocupação de terras devolutas federais I – firmar convênios com os Estados, Muni-
manifestada em cultura efetiva e moradia Art. 27. É criado o Fundo Nacional de Refor- cípios, entidades públicas e privadas, para
habitual, só poderão ser distribuídas: ma Agrária, destinado a fornecer os meios financiamento, execução ou administração
I – sob a forma de propriedade familiar, nos necessários para o financiamento da Refor- dos planos regionais de Reforma Agrária;
termos das normas aprovadas pelo Instituto ma Agrária e dos órgãos incumbidos da sua II – colocar os títulos da Dívida Agrária Nacional
Brasileiro de Reforma Agrária; execução. para os fins desta Lei;

3
Art. 32 Estatuto da Terra
III – realizar operações financeiras ou de com- que possam ser tratados em comum, deverão Art. 42. A Comissão Agrária, constituída de
pra e venda para os objetivos desta Lei; consignar: um representante do Instituto Brasileiro de
IV – praticar atos, tanto no contencioso co- I – o levantamento sócio-econômico da área; Reforma Agrária, que a presidirá, de três repre-
mo no administrativo, inclusive os relativos II – os tipos e as unidades de exploração sentantes dos trabalhadores rurais, eleitos ou
à desapropriação por interesse social ou por econômica perfeitamente determinados e indicados pelos órgãos de classe respectivos,
utilidade ou necessidade públicas. caracterizados; de três representantes dos proprietários rurais
eleitos ou indicados pelos órgãos de classe
SEÇÃO II. III – as obras de infra-estrutura e os órgãos de
respectivos, um representante categorizado
DO PATRIMÔNIO DO ÓRGÃO DE REFORMA defesa econômica dos parceleiros necessários
à implementação do projeto; de entidade pública vinculada à agricultura
AGRÁRIA e um representante dos estabelecimentos de
IV – o custo dos investimentos e o seu esquema ensino agrícola, é o órgão competente para:
Art. 32. O Patrimônio do Instituto Brasileiro de aplicação;
de Reforma Agrária será constituído: I – instruir e encaminhar os pedidos de aqui-
V – os serviços essenciais a serem instalados
sição e de desapropriação de terras;
I – do Fundo Nacional de Reforma Agrária; no centro da comunidade;
II – manifestar-se sobre a lista de candidatos
II – dos bens das entidades públicas incorpora- VI – a renda familiar que se pretende alcançar;
selecionados para a adjudicação de lotes;
das ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrária; VII – a colaboração a ser recebida dos órgãos
III – das terras e demais bens adquiridos a III – oferecer sugestões à Delegacia Regional
públicos ou privados que celebrarem convê-
qualquer título. na elaboração e execução dos programas
nios ou acordos para a execução do projeto.
regionais de Reforma Agrária;
CAPÍTULO IV. SEÇÃO II. IV – acompanhar, até sua implantação, os
DA EXECUÇÃO E DA ADMINISTRAÇÃO DOS ÓRGÃOS ESPECÍFICOS programas de reformas nas áreas escolhidas,
DA REFORMA AGRÁRIA mantendo a Delegacia Regional informada
Art. 37. São órgãos específicos para a execu- sobre o andamento dos trabalhos.
SEÇÃO I. ção da Reforma Agrária: (Redação dada pela § 1º. A Comissão Agrária será constituída
DOS PLANOS NACIONAL E REGIONAIS DE Decreto Lei nº 582, de 1969) quando estiver definida a área prioritária
REFORMA AGRÁRIA I – O Grupo Executivo da Reforma Agrária regional de reforma agrária e terá vigência
(GERA); (Redação dada pela Decreto Lei nº até a implantação dos respectivos projetos.
Art. 33. A Reforma Agrária será realizada por 582, de 1969) § 2º. Vetado.
meio de planos periódicos, nacionais e regio- Il – O Instituto Brasileiro de Reforma Agrária
nais, com prazos e objetivos determinados, de (IBRA), diretamente, ou através de suas Dele- SEÇÃO III.
acordo com projetos específicos. gacias Regionais; (Redação dada pela Decreto DO ZONEAMENTO E DOS CADASTROS
Art. 34. O Plano Nacional de Reforma Agrária, Lei nº 582, de 1969)
elaborado pelo Instituto Brasileiro de Reforma III – as Comissões Agrárias. (Redação dada Art. 43. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrá-
Agrária e aprovado pelo Presidente da Repú- pela Decreto Lei nº 582, de 1969) ria promoverá a realização de estudos para o
blica, consignará necessariamente: zoneamento do país em regiões homogêne-
Art. 38. O IBRA será dirigido por um Presidente
I – a delimitação de áreas regionais prioritárias; as do ponto de vista socioeconômico e das
nomeado pelo Presidente da República. (Re-
II – a especificação dos órgãos regionais, zonas características da estrutura agrária, visando
dação dada pela Decreto Lei nº 582, de 1969)
e locais, que vierem a ser criados para a exe- a definir:
§ 1º. O Presidente do IBRA terá a remunera-
cução e a administração da Reforma Agrária; ção correspondente a 75% (setenta e cinco I – as regiões críticas que estão exigindo re-
III – a determinação dos objetivos que de- por cento) do que percebem os Ministros de forma agrária com progressiva eliminação dos
verão condicionar a elaboração dos Planos Estado. (Redação dada pela Decreto Lei nº minifúndios e dos latifúndios;
Regionais; 582, de 1969) II – as regiões em estágio mais avançado de
IV – a hierarquização das medidas a serem § 2º. Integrarão, ainda, a Administração Su- desenvolvimento social e econômico, em que
programadas pelos órgãos públicos, nas áreas perior do IBRA Diretores, até o máximo de não ocorram tenções nas estruturas demográ-
prioritárias, nos setores de obras de saneamen- seis, de nomeação do Presidente do IBRA, ficas e agrárias;
to, educação e assistência técnica; mediante aprovação do GERA. (Redação dada III – as regiões já economicamente ocupadas
V – a fixação dos limites das dotações destina- pela Decreto Lei nº 582, de 1969) em que predomine economia de subsistência
das à execução do Plano Nacional e de cada Art. 39. Ao Conselho Técnico competirá discu- e cujos lavradores e pecuaristas careçam de
um dos planos regionais. tir e propor as diretrizes dos planos nacional e assistência adequada;
§ 1º. Uma vez aprovados, os Planos terão regionais de Reforma Agrária, estudar e sugerir IV – as regiões ainda em fase de ocupação
prioridade absoluta para atuação dos órgãos medidas de caráter legislativo e administrativo, econômica, carentes de programa de des-
e serviços federais já existentes nas áreas necessárias à boa execução da Reforma. bravamento, povoamento e colonização de
escolhidas. Art. 40. À Secretaria Executiva competirá áreas pioneiras.
§ 2º. As entidades públicas e privadas que elaborar e promover a execução do plano § 1º. Para a elaboração do zoneamento e
firmarem acordos, convênios ou tratados com nacional de Reforma Agrária, assessorar as caracterização das áreas prioritárias, serão
o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, nos Delegacias Regionais, analisar os projetos levados em conta, essencialmente, os seguin-
termos desta Lei, assumirão, igualmente regionais e dirigir a vida administrativa do tes elementos:
compromisso expresso, quanto à prioridade Instituto Brasileiro de Reforma Agrária. a) a posição geográfica das áreas, em relação
aludida no parágrafo anterior, relativamente Art. 41. As Delegacias Regionais do Instituto aos centros econômicos de várias ordens,
aos assuntos e serviços de sua alçada nas Brasileiro de Reforma Agrária (I.B.R.A.), cada existentes no país;
respectivas áreas. qual dirigida por um Delegado Regional, no- b) o grau de intensidade de ocorrência de
Art. 35. Os Planos Regionais de Reforma meado pelo Presidente do Instituto Brasileiro áreas em imóveis rurais acima de mil hectares
Agrária antecederão, sempre, qualquer de- de Reforma Agrária dentre técnicos de com- e abaixo de cinquenta hectares;
sapropriação por interesse social, e serão provada experiência em problemas agrários c) o número médio de hectares por pessoa
elaborados pelas Delegacias Regionais do Ins- e reconhecida idoneidade, são órgãos exe- ocupada;
tituto Brasileiro de Reforma Agrária (I.B.R.A.), cutores da Reforma nas regiões do país, com
obedecidos os seguintes requisitos mínimos: d) as populações rurais, seu incremento anual e
áreas de jurisdição, competência e funções que
a densidade específica da população agrícola;
I – delimitação da área de ação; serão fixadas na regulamentação da presente
Lei, compreendendo a elaboração do cadastro, e) a relação entre o número de proprietários e o
II – determinação dos objetivos específicos da número de rendeiros, parceiros e assalariados
Reforma Agrária na região respectiva; classificação das terras, formas e condições de
uso atual e potencial da propriedade, preparo em cada área.
III – fixação das prioridades regionais; § 2º. A declaração de áreas prioritárias será
das propostas de desapropriação, e seleção
IV – extensão e localização das áreas desa- dos candidatos à aquisição das parcelas. feita por decreto do Presidente da República,
propriáveis; mencionando:
Parágrafo único. Dentro de cento e oitenta
V – previsão das obras de melhoria; dias, após a publicação do decreto que a criar, a a) a criação da Delegacia Regional do Instituto
VI – estimativa das inversões necessárias e Delegacia Regional apresentará ao Presidente Brasileiro de Reforma Agrária com a exata
dos custos. do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária o delimitação de sua área de jurisdição;
Art. 36. Os projetos elaborados para regiões plano regional de Reforma Agrária, na forma b) a duração do período de intervenção go-
geo-econômicas ou grupos de imóveis rurais, prevista nesta Lei. vernamental na área;

4
Estatuto da Terra Art. 44
c) os objetivos a alcançar, principalmente o elaboradas para atender às finalidades fiscais, TÍTULO III.
número de unidades familiares e cooperativas com dados relativos ao relevo, às pendentes, à DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO
a serem criadas; drenagem, aos solos e a outras características RURAL
d) outras medidas destinadas a atender a ecológicas que permitam avaliar a capacidade
peculiaridades regionais. do uso atual e potencial, e fixar uma classifi- CAPÍTULO I.
Art. 44. São objetivos dos zoneamentos de- cação das terras para os fins de realização de DA TRIBUTAÇÃO DA TERRA
finidos no artigo anterior: estudos microeconômicos, visando, essencial-
I – estabelecer as diretrizes da política agrária mente, à determinação por amostragem para SEÇÃO I.
a ser adotada em cada tipo de região; cada zona e forma de exploração: CRITÉRIOS BÁSICOS
II – programar a ação dos órgãos governamen- a) das áreas mínimas ou módulos de pro-
tais, para desenvolvimento do setor rural, nas priedade rural determinados de acordo com Art. 47. Para incentivar a política de desenvol-
regiões delimitadas como de maior significa- vimento rural, o Poder Público se utilizará da
elementos enumerados neste parágrafo e,
ção econômica e social. tributação progressiva da terra, do Imposto
mais a força de trabalho do conjunto familiar
Art. 45. A fim de completar os trabalhos de de Renda, da colonização pública e parti-
médio, o nível tecnológico predominante e a
zoneamento serão elaborados pelo Instituto cular, da assistência e proteção à economia
renda familiar a ser obtida; rural e ao cooperativismo e, finalmente, da
Brasileiro de Reforma Agrária levantamentos
e análises para: b) dos limites máximos permitidos de áreas regulamentação do uso e posse temporários
dos imóveis rurais, os quais não excederão da terra, objetivando:
I – orientar as disponibilidades agropecuárias
nas áreas sob o controle do Instituto Brasileiro a seiscentas vezes o módulo médio da pro- I – desestimular os que exercem o direito de
de Reforma Agrária quanto à melhor destina- priedade rural nem a seiscentas vezes a área propriedade sem observância da função social
ção econômica das terras, adoção de práticas média dos imóveis rurais, na respectiva zona; e econômica da terra;
adequadas segundo as condições ecológicas, c) das dimensões ótimas do imóvel rural do II – estimular a racionalização da atividade
capacidade potencial de uso e mercados in- ponto de vista do rendimento econômico; agropecuária dentro dos princípios de con-
terno e externo; d) do valor das terras em função das carac- servação dos recursos naturais renováveis;
II – recuperar, diretamente, mediante projetos terísticas do imóvel rural, da classificação da III – proporcionar recursos à União, aos Estados
especiais, as áreas degradadas em virtude capacidade potencial de uso e da vocação e Municípios para financiar os projetos de
de uso predatório e ausência de medidas de agrícola das terras; Reforma Agrária;
proteção dos recursos naturais renováveis e
e) dos limites mínimos de produtividade agrí- IV – aperfeiçoar os sistemas de controle da
que se situem em regiões de elevado valor
econômico. cola para confronto com os mesmos índices arrecadação dos impostos.
obtidos em cada imóvel nas áreas prioritárias
Art. 46. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrá- SEÇÃO II.
ria promoverá levantamentos, com utilização, de reforma agrária.
§ 2º. Os cadastros serão organizados de acordo DO IMPOSTO TERRITORIAL RURAL
nos casos indicados, dos meios previstos no
Capítulo II do Título I, para a elaboração do com normas e fichas aprovadas pelo Insti- Art. 48. Observar-se-ão, quanto ao Imposto
cadastro dos imóveis rurais em todo o país, tuto Brasileiro de Reforma Agrária na forma Territorial Rural, os seguintes princípios:
mencionando: indicada no regulamento, e poderão ser exe-
I – a União poderá atribuir, por convênio, aos
I – dados para caracterização dos imóveis cutados centralizadamente pelos órgãos de
Estados e Municípios, o lançamento, tendo por
rurais com indicação: valorização regional, pelos Estados ou pelos base os levantamentos cadastrais executados
a) do proprietário e de sua família; Municípios, caso em que o Instituto Brasileiro e periodicamente atualizados;
b) dos títulos de domínio, da natureza da posse de Reforma Agrária lhes prestará assistência
II – a União também poderá atribuir, por con-
e da forma de administração; técnica e financeira com o objetivo de ace-
vênio, aos Municípios, a arrecadação, ficando
c) da localização geográfica; lerar sua realização em áreas prioritárias de a eles garantida a utilização da importância
d) da área com descrição das linhas de divisas Reforma Agrária. arrecadada;
e nome dos respectivos confrontantes; § 3º. Os cadastros terão em vista a possibilida- III – quando a arrecadação for atribuída, por
e) das dimensões das testadas para vias pú- de de garantir a classificação, a identificação
blicas; convênio, ao Município, à União caberá o con-
e o grupamento dos vários imóveis rurais que trole da cobrança;
f) do valor das terras, das benfeitorias, dos pertençam a um único proprietário, ainda
equipamentos e das instalações existentes IV – as épocas de cobrança deverão ser fixadas
que situados em municípios distintos, sendo em regulamento, de tal forma que, em cada
discriminadamente;
fornecido ao proprietário o certificado de região, se ajustem, o mais possível, aos perío-
II – natureza e condições das vias de acesso e cadastro na forma indicada na regulamen-
respectivas distâncias dos centros demográfi- dos normais de comercialização da produção;
tação desta Lei.
cos mais próximos com população: V – o imposto arrecadado será contabilizado
§ 4º. Os cadastros serão continuamente atua- diariamente como depósito à ordem, exclu-
a) até 5.000 habitantes;
lizados para inclusão das novas propriedades sivamente, do Município, a que pertencer e a
b) de mais de 5.000 a 10.000 habitantes;
que forem sendo constituídas e, no mínimo, de ele entregue diretamente pelas repartições
c) de mais de 10.000 a 20.000 habitantes;
cinco em cinco anos serão feitas revisões gerais arrecadadoras, no último dia útil de cada mês;
d) de mais de 20.000 a 50.000 habitantes;
para atualização das fichas já levantadas. VI – o imposto não incidirá sobre sítios de área
e) de mais de 50.000 a 100.000 habitantes;
f) de mais de 100.000 habitantes; § 5º. Poderão os proprietários requerer a atu- não excedente a vinte hectares, quando os cul-
alização de suas fichas, dentro de um ano da tive só ou com sua família, o proprietário que
III – condições da exploração e do uso da
terra, indicando: data das modificações substanciais relativas não possua outro imóvel (artigo 29, parágrafo
aos respectivos imóveis rurais, desde que com- único, da Constituição Federal).
a) as percentagens da superfície total em
cerrados, matas, pastagens, glebas de cultivo provadas as alterações, a critério do Instituto Art. 49. As normas gerais para a fixação do
(especificadamente em exploração e inexplo- Brasileiro de Reforma Agrária. imposto sobre a propriedade territorial rural
rados) e em áreas inaproveitáveis; § 6º. No caso de imóvel rural em comum por obedecerão a critérios de progressividade e
b) os tipos de cultivo e de criação, as formas força de herança, as partes ideais, para os fins regressividade, levando-se em conta os se-
de proteção e comercialização dos produtos; desta Lei, serão consideradas como se divisão guintes fatores: (Redação dada pela Lei nº
houvesse, devendo ser cadastrada a área que, 6.746, de 1979)
c) os sistemas de contrato de trabalho, com
discriminação de arrendatários, parceiros e na partilha, tocaria a cada herdeiro e admitidos I – o valor da terra nua; (Redação dada pela
trabalhadores rurais; os demais dados médios verificados na área Lei nº 6.746, de 1979)
d) as práticas conservacionistas empregadas total do imóvel rural. II – a área do imóvel rural; (Redação dada pela
e o grau de mecanização; § 7º. O cadastro inscreverá o valor de cada Lei nº 6.746, de 1979)
e) os volumes e os índices médios relativos à imóvel de acordo com os elementos enume- III – o grau de utilização da terra na exploração
produção obtida; rados neste artigo, com base na declaração agrícola, pecuária e florestal; (Redação dada
f) as condições para o beneficiamento dos do proprietário relativa ao valor da terra nua, pela Lei nº 6.746, de 1979)
produtos agropecuários. quando não impugnado pelo Instituto Brasilei- IV – o grau de eficiência obtido nas diferentes
§ 1º. Nas áreas prioritárias de reforma agrária ro de Reforma Agrária, ou o valor que resultar explorações; (Redação dada pela Lei nº 6.746,
serão complementadas as fichas cadastrais da avaliação cadastral. de 1979)

5
Art. 50 Estatuto da Terra
V – a área total, no País, do conjunto de imóveis no artigo 151 do Código Tributário Nacional.
NÚMERO DE Alíquo-
rurais de um mesmo proprietário. (Redação (Redação dada pela Lei nº 6.746, de 1979)
dada pela Lei nº 6.746, de 1979) MÓDULOS FISCAIS tas
§ 7º. O Poder Executivo poderá, mantido o
§ 1º. Os fatores mencionados neste artigo Acima de 60 até 70 2,8% limite máximo de 90% (noventa por cento),
serão estabelecidos com base nas informações alterar a distribuição percentual prevista nas
apresentadas pelos proprietários, titulares Acima de 70 até 80 3,0% alíneas a e b do § 5º deste artigo, ajustando-a
do domínio útil ou possuidores, a qualquer à política agrícola adotada para as diversas
título, de imóveis rurais, obrigados a prestar Acima de 80 até 90 3,2% regiões do País. (Redação dada pela Lei nº
declaração para cadastro, nos prazos e segun- Acima de 90 até 100 3,4% 6.746, de 1979)
do normas fixadas na regulamentação desta § 8º. Nos casos de intempérie ou calamidade
Lei. (Redação dada pela Lei nº 6.746, de 1979) Acima de 100 3,5% de que resulte frustração de safras ou mesmo
§ 2º. O órgão responsável pelo lançamento destruição de pastos, para o cálculo da redução
do imposto poderá efetuar o levantamento prevista nas alíneas “a” e “b” do § 5º deste arti-
§ 1º. O imposto não incidirá sobre o imóvel
e a revisão das declarações prestadas pelos go, poderão ser utilizados os dados do período
rural, ou conjunto de imóveis rurais, de área
proprietários, titulares do domínio útil ou anterior ao da ocorrência, podendo ainda o
igual ou inferior a um módulo fiscal, desde
possuidores, a qualquer título, de imóveis Ministro da Agricultura fixar as percentagens
que seu proprietário, titular do domínio útil
rurais, procedendo-se a verificações “in loco” de redução do imposto que serão utilizadas.
ou possuidor, a qualquer título, o cultive só
se necessário. (Redação dada pela Lei nº 6.746, ou com sua família, admitida a ajuda eventual (Redação dada pela Lei nº 6.746, de 1979)
de 1979) de terceiros. (Redação dada pela Lei nº 6.746, § 9º. Para os imóveis rurais que apresentarem
§ 3º. As declarações previstas no parágrafo de 1979) grau de utilização da terra, calculado na forma
primeiro serão apresentadas sob inteira res- § 2º. O módulo fiscal de cada Município, da alínea a § 5º. deste artigo, inferior aos limites
ponsabilidade dos proprietários, titulares do expresso em hectares, será determinado fixados no § 11, a alíquota a ser aplicada será
domínio útil ou possuidores, a qualquer título, levando-se em conta os seguintes fatores: multiplicada pelos seguintes coeficientes:
de imóvel rural, e, no caso de dolo ou má-fé, (Redação dada pela Lei nº 6.746, de 1979) (Incluído pela Lei nº 6.746, de 1979)
os obrigará ao pagamento em dobro dos tri- a) o tipo de exploração predominante no a) no primeiro ano: 2,0 (dois);
butos devidos, além das multas decorrentes e Município: b) no segundo ano: 3,0 (três);
das despesas com as verificações necessárias. I – hortifrutigranjeira; c) no terceiro ano e seguintes: 4,0 (quatro).
(Redação dada pela Lei nº 6.746, de 1979) § 10. Em qualquer hipótese, a aplicação do
Il – cultura permanente;
§ 4º. Fica facultado ao órgão responsável disposto no § 9º não resultará em alíquotas
pelo lançamento, quando houver omissão III – cultura temporária;
inferiores a: (Incluído pela Lei nº 6.746, de 1979)
dos proprietários, titulares do domínio útil IV – pecuária;
a) no primeiro ano: 2% (dois por cento);
ou possuidores, a qualquer título, de imóvel V – florestal;
b) no segundo ano: 3% (três por cento);
rural, na prestação da declaração para ca- b) a renda obtida no tipo de exploração pre-
c) no terceiro ano e seguintes: 4% (quatro
dastro, proceder ao lançamento do imposto dominante;
por cento).
com a utilização de dados indiciários, além da c) outras explorações existentes no Municí-
pio que, embora não predominantes, sejam § 11. Os limites referidos no § 9º são fixados
cobrança de multas e despesas necessárias à
expressivas em função da renda ou da área segundo o tamanho do módulo fiscal do
apuração dos referidos dados. (Incluído pela
utilizada; Município de localização do imóvel rural, da
Lei nº 6.746, de 1979)
seguinte forma: (Incluído pela Lei nº 6.746,
Art. 50. Para cálculo do imposto, aplicar-se- d) o conceito de “propriedade familiar”, defi-
nido no item II do artigo 4º desta Lei. de 1979)
-á sobre o valor da terra nua, constante da
declaração para cadastro, e não impugnado § 3º. O número de módulos fiscais de um GRAU DE
pelo órgão competente, ou resultante de ava- imóvel rural será obtido dividindo-se sua área ÁREA DO
UTILIZAÇÃO
liação, a alíquota correspondente ao número aproveitável total pelo modulo fiscal do Muni- MÓDULO FISCAL
DA TERRA
de módulos fiscais do imóvel, de acordo com cípio. (Redação dada pela Lei nº 6.746, de 1979)
a tabela adiante: (Redação dada pela Lei nº § 4º. Para os efeitos desta Lei; constitui área Até 25 hectares 30%
6.746, de 1979) aproveitável do imóvel rural a que for passível
de exploração agrícola, pecuária ou florestal. Acima de 25 hectares até
25%
NÚMERO DE Alíquo- Não se considera aproveitável: (Redação dada 50 hectares
MÓDULOS FISCAIS tas pela Lei nº 6.746, de 1979)
a) a área ocupada por benfeitoria; Acima de 50 hectares até
18%
Até 2 0,2% b) a área ocupada por floresta ou mata de efe- 80 hectares
tiva preservação permanente, ou reflorestada Acima de 80 hectares 10%
Acima de 2 até 3 0,3%
com essências nativas;
Acima de 3 até 4 0,4% c) a área comprovadamente imprestável para
§ 12. Nos casos de projetos agropecuários, a
qualquer exploração agrícola, pecuária ou
Acima de 4 até 5 0,5% florestal. suspensão da aplicação do disposto nos §§
9º. 10 e 11 deste artigo, poderá ser requerida
§ 5º. O imposto calculado na forma do caput
Acima de 5 até 6 0,6% por um período de até 3 (três) anos. (Incluído
deste artigo poderá ser objeto de redução
pela Lei nº 6.746, de 1979)
Acima de 6 até 7 0,7% de até 90% (noventa por cento) a título de
estímulo fiscal, segundo o grau de utilização Art. 51. Vetado.
Acima de 7 até 8 0,8% econômica do imóvel rural, da forma seguinte: Art. 52. (Revogado pela Lei nº 6.746, de 1979)
(Redação dada pela Lei nº 6.746, de 1979)
Acima de 8 até 9 0,9% a) redução de até 45% (quarenta e cinco por SEÇÃO III.
cento), pelo grau de utilização da terra, medido DO RENDIMENTO DA EXPLORAÇÃO
Acima de 9 até 10 1,0% AGRÍCOLA E PASTORIL E DAS
pela relação entre a área efetivamente utiliza-
Acima de 10 até 15 1,2% da e a área aproveitável total do imóvel rural; INDÚSTRIAS EXTRATIVAS, VEGETAL E
b) redução de até 45% (quarenta e cinco por ANIMAL
Acima de 15 até 20 1,4% cento), pelo grau de eficiência na exploração,
medido pela relação entre o rendimento obti- Art. 53. Na determinação, para efeitos do
Acima de 20 até 25 1,6% do por hectare para cada produto explorado e Imposto de Renda, do rendimento líquido da
os correspondentes índices regionais fixados exploração agrícola ou pastoril, das indústrias
Acima de 25 até 30 1,8% extrativas, vegetal e animal, e de transfor-
pelo Poder Executivo e multiplicado pelo grau
Acima de 30 até 35 2,0% de utilização da terra, referido na alínea “a” mação de produtos agrícolas e pecuários
deste parágrafo. feita pelo próprio agricultor ou criador, com
Acima de 35 até 40 2,2% § 6º. A redução do imposto de que trata o § matéria-prima da propriedade explorada,
5º deste artigo não se aplicará para o imóvel aplicar-se-á o coeficiente de três por cento
Acima de 40 até 50 2,4% que, na data do lançamento, não esteja com o sobre o valor referido no inciso I do artigo 49
imposto de exercícios anteriores devidamente desta Lei, constante da declaração de bens ou
Acima de 50 até 60 2,6%
quitado, ressalvadas as hipóteses previstas do balanço patrimonial.

6
Estatuto da Terra Art. 54
§ 1º. As construções e benfeitorias serão de- de seu transporte, recepção, hospedagem Art. 61. Os projetos de colonização particular,
duzidas do valor do imposto, sobre elas não e encaminhamento, até a sua colocação e quanto à metodologia, deverão ser previa-
recaindo a tributação de que trata este artigo. integração nos respectivos núcleos. mente examinados pelo Instituto Brasileiro de
§ 2º. No caso de não ser possível apurar o valor Art. 56. A colonização oficial deverá ser reali- Reforma Agrária, que inscreverá a entidade e
exato das construções e benfeitorias existen- zada em terras já incorporadas ao Patrimônio o respectivo projeto em registro próprio. Tais
tes, será ele arbitrado em trinta por cento do Público ou que venham a sê-lo. Ela será efetu- projetos serão aprovados pelo Ministério da
valor da terra nua, conforme declaração para ada, preferencialmente, nas áreas: Agricultura, cujo órgão próprio coordenará a
efeito do pagamento do imposto territorial. I – ociosas ou de aproveitamento inadequado; respectiva execução.
§ 3º. Igualmente será deduzido o valor do II – próximas a grandes centros urbanos e de § 1º. Sem prévio registro da entidade co-
gado, das máquinas agrícolas e das culturas mercados de fácil acesso, tendo em vista os lonizadora e do projeto e sem a aprovação
permanentes, sobre ele aplicando-se o coefi- problemas de abastecimento; deste, nenhuma parcela poderá ser vendida
ciente da um por cento para a determinação em programas particulares de colonização.
III – de êxodo, em locais de fácil acesso e co-
da renda tributável. § 2º. O proprietário de terras próprias para a
municação, de acordo com os planos nacionais
§ 4º. No caso de imóvel rural explorado por e regionais de vias de transporte; lavoura ou pecuária, interessados em loteá-las
arrendatário, o valor anual do arrendamento para fins de urbanização ou formação de sítios
poderá ser deduzido da importância tribu- IV – de colonização predominantemente es-
de recreio, deverá submeter o respectivo pro-
tável, calculado nos termos deste artigo e trangeira, tendo em mira facilitar o processo
jeto à prévia aprovação e fiscalização do órgão
de interculturação;
§§ 1º., 2º. e 3º.. Admitir-se-á essa dedução competente do Ministério da Agricultura ou
dentro do limite de cinquenta por cento do V – de desbravamento ao longo dos eixos do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária,
respectivo valor, desde que se comuniquem viários, para ampliar a fronteira econômica conforme o caso.
à repartição arrecadadora o nome e endereço do país.
§ 3º. A fim de possibilitar o cadastro, o controle
do proprietário, e o valor do pagamento que Art. 57. Os programas de colonização têm e a fiscalização dos loteamentos rurais, os Car-
lhe houver sido feito. em vista, além dos objetivos especificados tórios de Registro de Imóveis são obrigados a
§ 5º. Poderá também ser deduzida do valor no artigo 56: comunicar aos órgãos competentes, referidos
tributável, referido no parágrafo anterior, a I – a integração e o progresso social e econô- no parágrafo anterior, os registros efetuados
importância paga pelo contribuinte no último mico do parceleiro; nas respectivas circunscrições, nos termos da
exercício, a título de Imposto Territorial Rural. II – o levantamento do nível de vida do tra- legislação em vigor, informando o nome do
§ 6º. Não serão permitidas quaisquer outras balhador rural; proprietário, a denominação do imóvel e sua
deduções do rendimento líquido calculado III – a conservação dos recursos naturais e localização, bem como a área, o número de
na forma deste artigo, ressalvado o disposto a recuperação social e econômica de deter- lotes, e a data do registro nos citados órgãos.
nos §§ 4º. e 5º. minadas áreas; § 4º. Nenhum projeto de colonização particu-
§ 7º. Ao proprietário do imóvel rural, total IV – o aumento da produção e da produtivi- lar será aprovado para gozar das vantagens
ou parcialmente arrendado, conceder-se-á o dade no setor primário. desta Lei, se não consignar para a empresa co-
direito de excluir o valor dos bens arrendados, lonizadora as seguintes obrigações mínimas:
Art. 58. Nas regiões prioritárias definidas pelo
desde que declarado e comprovado o valor do a) abertura de estradas de acesso e de pene-
zoneamento e na fixação de suas popula-
arrendamento e identificado o arrendatário. tração à área a ser colonizada;
ções em outras regiões, caberão ao Instituto
§ 8º. Às pessoas físicas é facultado reajustar Brasileiro de Reforma Agrária as atividades b) divisão dos lotes e respectivo piquetea-
o valor dos imóveis rurais em suas declara- colonizadoras. mento, obedecendo a divisão, tanto quanto
ções de renda e de bens, a partir do exercício possível, ao critério de acompanhar as ver-
§ 1º. Nas demais regiões, a colonização ofi-
financeiro de 1965, independentemente de tentes, partindo a sua orientação no sentido
cial obedecerá à metodologia observada nos
qualquer comprovação, sem que seja tributá- projetos realizados nas áreas prioritárias, e do espigão para as águas, de modo a todos
vel o aumento de patrimônio resultante desse será coordenada pelo Órgão do Ministério da os lotes possuírem água própria ou comum;
reajustamento. Às empresas rurais, organi- Agricultura referido no artigo 74, e executada c) manutenção de uma reserva florestal nos
zadas sob a forma de sociedade civil, serão por este, pelos Governos Estaduais ou por vértices dos espigões e nas nascentes;
outorgados idênticos benefícios quanto ao entidades de valorização regional, mediante d) prestação de assistência médica e técnica
registro contábil e ao aumento do ativo líquido. convênios. aos adquirentes de lotes e aos membros de
§ 9º. À falta de integralização do capital das § 2º. As atribuições referentes à seleção de suas famílias;
empresas rurais, referidas no parágrafo ante- imigrantes são da competência do Ministério e) fomento da produção de uma determinada
rior, não impede a correção do ativo, prevista das Relações Exteriores, conforme diretrizes cultura agrícola já predominante na região ou
neste artigo. O aumento do ativo líquido e do fixadas pelo Ministério da Agricultura, em ecologicamente aconselhada pelos técnicos
capital resultante dessa correção não poderá articulação com o Ministério do Trabalho e do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária ou
ser aplicado na integralização de ações ou Previdência Social, cabendo ao órgão referido do Ministério da Agricultura;
quotas. no artigo 74 a recepção e o encaminhamento f) entrega de documentação legalizada e em
§ 10. Os aumentos de capital das pessoas jurí- dos imigrantes.
dicas resultantes da incorporação, a seu ativo, ordem aos adquirentes de lotes.
Art. 59. O órgão competente do Ministério §§ 5º a 8º. – Vetados.
de ações distribuídas em virtude da correção da Agricultura referido no artigo 74, poderá
monetária realizada por empresas rurais, de Art. 62. Os interessados em projetos de colo-
criar núcleos de colonização, visando a fins
que sejam acionistas ou sócias nos termos nização destinados à ocupação e valorização
especiais, e deverá igualmente entrar em en-
deste artigo, não sofrerão qualquer tributação. econômica da terra, em que predominem o
tendimentos com o Ministério da Guerra para
Idêntica isenção vigorará relativamente às trabalho assalariado ou contratos de arrenda-
o estabelecimento de colônias, com assistência
ações resultantes daquele aumento de capital. mento e parceria, não gozarão dos benefícios
militar, na fronteira continental.
§ 11. Os valores de que tratam os §§ 8º. e 10, previstos nesta Lei.
deste artigo, não poderão ser inferiores ao SEÇÃO II.
SEÇÃO III.
preço de aquisição do imóvel e das inversões DA COLONIZAÇÃO PARTICULAR
em benfeitorias, atualizadas de acordo com os DA ORGANIZAÇÃO DA COLONIZAÇÃO
coeficientes de correção monetária, fixados Art. 60. Para os efeitos desta Lei, consideram-
-se empresas particulares de colonização as Art. 63. Para atender aos objetivos da presente
pelo Conselho Nacional de Economia. Lei e garantir as melhores condições de fixação
Art. 54. Vetado. pessoas físicas, nacionais ou estrangeiras,
residentes ou domiciliadas no Brasil, ou ju- do homem à terra e seu progresso social e
CAPÍTULO II. rídicas, constituídas e sediadas no País, que econômico, os programas de colonização se-
DA COLONIZAÇÃO tiverem por finalidade executar programa de rão elaborados prevendo-se os grupamentos
valorização de área ou distribuição de terras. de lotes em núcleos de colonização, e destes
(Redação dada pela Lei nº 5.709, de 19/01/71) em distritos, e associação dos parceleiros em
SEÇÃO I. cooperativas.
DA COLONIZAÇÃO OFICIAL § 1º. É dever do Estado estimular, pelos meios
enumerados no artigo 73, as iniciativas parti- Art. 64. Os lotes de colonização podem ser:
Art. 55. Na colonização oficial, o Poder Público culares de colonização. I – parcelas, quando se destinem ao trabalho
tomará a iniciativa de recrutar e selecionar § 2º. A empresa rural, definida no inciso VI do agrícola do parceleiro e de sua família cuja
pessoas ou famílias, dentro ou fora do território artigo 4º., desde que incluída em projeto de moradia, quando não for no próprio local, há
nacional, reunindo-as em núcleos agrícolas colonização, deverá permitir a livre participa- de ser no centro da comunidade a que elas
ou agroindustriais, podendo encarregar-se ção em seu capital dos respectivos parceleiros. correspondam;

7
Art. 65 Estatuto da Terra
II – urbanos, quando se destinem a consti- prova de que o requerente não possui recursos e devam ser considerados para a eficácia dos
tuir o centro da comunidade, incluindo as para adquirir o respectivo lote. programas.
residências dos trabalhadores dos vários § 5º Não se aplica o disposto no caput deste
CAPÍTULO III.
serviços implantados no núcleo ou distritos, artigo aos parcelamentos de imóveis rurais em
DA ASSISTÊNCIA E PROTEÇÃO À
eventualmente às dos próprios parceleiros, e dimensão inferior à do módulo, fixada pelo
ECONOMIA RURAL
as instalações necessárias à localização dos órgão fundiário federal, quando promovidos
serviços administrativos assistenciais, bem pelo Poder Público, em programas oficiais de Art. 73. Dentro das diretrizes fixadas para a
como das atividades cooperativas, comerciais, apoio à atividade agrícola familiar, cujos bene- política de desenvolvimento rural, com o fim
artesanais e industriais. ficiários sejam agricultores que não possuam de prestar assistência social, técnica e fomen-
§ 1º. Sempre que o órgão competente do Mi- outro imóvel rural ou urbano. (Incluído pela tista e de estimular a produção agropecuária,
nistério da Agricultura ou o Instituto Brasileiro Lei nº 11.446, de 2007). de forma a que ela atenda não só ao consu-
de Reforma Agrária não manifestarem, dentro § 6º. Nenhum imóvel rural adquirido na forma mo nacional, mas também à possibilidade de
de noventa dias da consulta, a preferência do § 5º deste artigo poderá ser desmembrado obtenção de excedentes exportáveis, serão
a que terão direito, os lotes de colonização ou dividido. (Incluído pela Lei nº 11.446, de mobilizados, entre outros, os seguintes meios:
poderão ser alienados: 2007). I – assistência técnica;
a) a pessoas que se enquadrem nas condições Art. 66. Os compradores e promitentes II – produção e distribuição de sementes e
e ordem de preferência, previstas no artigo compradores de parcelas resultantes de co- mudas;
25; ou lonização oficial ou particular, ficam isentos do
III – criação, venda e distribuição de reprodu-
b) livremente, após cinco anos, contados da pagamento dos tributos federais que incidam
tores e uso da inseminação artificial;
data de sua transcrição. diretamente sobre o imóvel durante o período
de cinco anos, a contar da data da compra ou IV – mecanização agrícola;
§ 2º. No caso em que o adquirente ou seu
compromisso. V – cooperativismo;
sucessor venha a desistir da exploração direta,
os imóveis rurais, vendidos nos termos desta Parágrafo único. O órgão competente firmará VI – assistência financeira e creditícia;
Lei, reverterão ao patrimônio do alienante, convênios com o fim de obter, para os compra- VII – assistência à comercialização;
podendo o regulamento prever as condições dores e promitentes compradores, idênticas VIII – industrialização e beneficiamento dos
isenções de tributos estaduais e municipais. produtos;
em que se dará essa reversão, resguardada a
restituição da quantia já paga pelo adquirente, Art. 67. O Núcleo de Colonização, como uni- IX – eletrificação rural e obras de infraestru-
com a correção monetária de acordo com os dade básica, caracteriza-se por um conjunto tura;
índices do Conselho Nacional de Economia, de parcelas integradas por uma sede adminis-
trativa e serviços comunitários. X – seguro agrícola;
apurados entre a data do pagamento e da
Parágrafo único. O número de parcelas de XI – educação, através de estabelecimentos
restituição, se tal cláusula constar do contrato agrícolas de orientação profissional;
de venda respectivo. um núcleo será condicionado essencialmente
pela possibilidade de conhecimento mútuo XII – garantia de preços mínimos à produção
§ 3º. Se os adquirentes mantiverem inexplo-
entre os parceleiros e de sua identificação agrícola.
radas áreas suscetíveis de aproveitamento,
pelo administrador, em função das dimensões § 1º. Todos os meios enumerados neste artigo
desde que à sua disposição existam condições
adequadas a cada região. serão utilizados para dar plena capacitação ao
objetivas para explorá-las, perderão o direito
Art. 68. A emancipação do núcleo ocorrerá agricultor e sua família e visam, especialmente,
a essas áreas, que reverterão ao patrimônio
quando este tiver condições de vida autô- ao preparo educacional, à formação empresa-
do alienante, com a simples devolução das
noma, e será declarada por ato do órgão rial e técnico-profissional:
despesas feitas.
competente, observados os preceitos legais a) garantindo sua integração social e ativa
§ 4º. Na regulamentação das matérias de que participação no processo de desenvolvimento
e regulamentares.
trata este capítulo, com a observância das rural;
primazias já codificadas, se estipularão: Art. 69. O custo operacional do núcleo de
colonização será progressivamente transfe- b) estabelecendo, no meio rural, clima de
a) as exigências quanto aos títulos de domínio cooperação entre o homem e o Estado, no
rido aos proprietários das parcelas, através
e à demarcação de divisas; aproveitamento da terra.
de cooperativas ou outras entidades que os
b) os critérios para fixação das áreas-limites congreguem. O prazo para essa transferência, § 2º. No que tange aos campos de ação dos
de parcelas, lotes urbanos e glebas de uso nunca superior a cinco anos, contar-se-á: órgãos incumbidos de orientar, normalizar ou
comum, bem como dos preços, condições de executar a política de desenvolvimento rural,
a) a partir de sua emancipação;
financiamento e pagamento; através dos meios enumerados neste artigo,
b) desde quando a maioria dos parceleiros já
c) o sistema de seleção dos parceleiros e tenha recebido os títulos definitivos, embora observar-se-á o seguinte:
artesãos; o núcleo não tenha adquirido condições de a) nas áreas abrangidas pelas regiões prioritá-
d) as limitações para distribuição, desmem- vida autônoma. rias e incluídas nos planos nacional e regionais
bramentos, alienação e transmissão dos lotes; de Reforma Agrária, a atuação competirá sem-
Art. 70. O Distrito de Colonização caracteriza-
e) as sanções pelo inadimplemento das cláu- -se como unidade constituída por três ou mais pre ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrária;
sulas contratuais; núcleos interligados, subordinados a uma b) nas demais áreas do país, esses meios de
f) os serviços que devam ser assegurados única chefia, integrado por serviços gerais assistência e proteção serão utilizados sob
aos promitentes compradores, bem como administrativos e comunitários. coordenação do Ministério da Agricultura;
os encargos e isenções tributárias que, nos no âmbito de atuação dos órgãos federais,
Art. 71. Nos casos de regiões muito afastadas
termos da lei, lhes sejam conferidos. pelas repartições e entidades subordinadas
dos centros urbanos e dos mercados consumi-
Art. 65. O imóvel rural não é divisível em áreas ou vinculadas àquele Ministério; nas áreas
dores, só se permitirá a organização de Distrito
de dimensão inferior à constitutiva do módulo de jurisdição dos Estados, pelas respectivas
de Colonização.
de propriedade rural. Secretarias de Agricultura e entidades de
Art. 72. A regulamentação deste capítulo economia mista, criadas e adequadamente
§ 1º. Em caso de sucessão causa mortis e nas estabelecerá, para os projetos de colonização organizadas com a finalidade de promover o
partilhas judiciais ou amigáveis, não se pode- que venham a gozar dos benefícios desta Lei: desenvolvimento rural;
rão dividir imóveis em áreas inferiores às da a) a forma de administração, a composição, a c) nas regiões em que atuem órgãos de valo-
dimensão do módulo de propriedade rural. área de jurisdição e os critérios de vinculação, rização econômica, tais como a Superinten-
§ 2º. Os herdeiros ou os legatários, que adquiri- desmembramento e incorporação dos núcleos dência do Desenvolvimento Econômico do
rem por sucessão o domínio de imóveis rurais, aos Distritos de Colonização; Nordeste (SUDENE), a Superintendência do
não poderão dividi-los em outros de dimensão b) os serviços gerais administrativos e comu- Plano de Valorização Econômica da Amazônia
inferior ao módulo de propriedade rural. nitários indispensáveis para a implantação de (SPVEA), a Comissão do Vale do São Francis-
§ 3º. No caso de um ou mais herdeiros ou núcleos e Distrito de Colonizações; co (CVSF), a Fundação Brasil Central (FBC), a
legatários desejar explorar as terras assim ha- c) os serviços complementares de assistên- Superintendência do Plano de Valorização
vidas, o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária cia educacional, sanitária, social, técnica e Econômica da Região Fronteira Sudoeste do
poderá prover no sentido de o requerente ou creditícia; País (SUDOESTE), a utilização desses meios
requerentes obterem financiamentos que d) os serviços de produção, de beneficiamento poderá ser, no todo ou em parte, exercida
lhes facultem o numerário para indenizar os e de industrialização e de eletrificação rural, Por esses órgãos.
demais condôminos. de comercialização e transportes; § 3º. Os projetos de Reforma Agrária receberão
§ 4º. O financiamento referido no parágrafo e) os serviços de planejamento e execução de assistência integral, assim compreendido o
anterior só poderá ser concedido mediante obras que, em cada caso, sejam aconselháveis emprego de todos os meios enumerados neste

8
Estatuto da Terra Art. 74
artigo, ficando a cargo dos organismos criados o) desempenhar as atribuições constantes do Art. 76. Os órgãos referidos no artigo 73, §
pela presente Lei e daqueles já existentes, artigo 162 da Constituição Federal, observado 2º., alínea b, deverão expandir suas ativida-
sob coordenação do Instituto Brasileiro de o disposto no § 2º. do artigo 58, desta Lei, des no setor de produção e distribuição e
Reforma Agrária. coordenadas as suas atividades com as do de material de plantio, inclusive o básico, de
§ 4º. Nas regiões prioritárias de Reforma Agrá- Banco Nacional de Crédito Cooperativo; modo a atender tanto aos parceleiros como
ria, será essa assistência prestada, também, p) firmar convênios com os Estados, Municípios aos agricultores em geral.
pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, e entidades privadas para execução dos pro- Parágrafo único. A produção e distribuição
em colaboração com os órgãos estaduais per- gramas de desenvolvimento rural nos setores de sementes e mudas, inclusive de novas
tinentes, aos proprietários rurais aí existentes, da colonização, extensão rural, cooperativis- variedades, poderão também ser feitas por
desde que se constituam em cooperativas, mo e demais atividades de sua atribuição; organizações particulares, dentro do sistema
requeiram os benefícios aqui mencionados VI – a organização do Instituto Nacional do de certificação de material de plantio, sob
e se comprometam a observar as normas Desenvolvimento Agrário e de seus sistemas a fiscalização, controle e amparo do Poder
estabelecidas. de funcionamento será estabelecida em regu- Público.
Art. 74. É criado, para atender às atividades lamento, com competência idêntica à fixada SEÇÃO III.
atribuídas por esta Lei ao Ministério da Agricul- para o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária,
tura, o Instituto Nacional do Desenvolvimento DA CRIAÇÃO, VENDA, DISTRIBUIÇÃO DE
no artigo 104 e seus parágrafos.
Agrário (INDA), entidade autárquica vinculada REPRODUTORES E USO DA INSEMINAÇÃO
ao mesmo Ministério, com personalidade jurí- SEÇÃO I. ARTIFICIAL
dica e autonomia financeira, de acordo com o DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Art. 77. A melhoria dos rebanhos e plantéis
prescrito nos dispositivos seguintes:
Art. 75. A assistência técnica, nas modalidades será feita através de criação, venda de reprodu-
I – o Instituto Nacional do Desenvolvimento tores e uso da inseminação artificial, devendo
Agrário tem por finalidade promover o desen- e com os objetivos definidos nos parágrafos
seguintes, será prestada por todos os órgãos os órgãos referidos no artigo 73, § 2º, alínea
volvimento rural nos setores da colonização, b, ampliar para esse fim, a sua rede de postos
da extensão rural e do cooperativismo; referidos no artigo 73, § 2º, alíneas a, b e c.
§ 1º. Nas áreas dos projetos de reforma agrá- especializados.
II – o Instituto Nacional do Desenvolvimento Parágrafo único. A criação de reprodutores e
ria, a prestação de assistência técnica será
Agrário terá os recursos e o patrimônio defi- o emprego da inseminação artificial poderão
feita através do Administrador do Projeto, dos
nidos na presente Lei; ser feitos por entidades privadas, sob fiscali-
agentes de extensão rural e das equipes de
III – o Instituto Nacional do Desenvolvimento especialistas. O Administrador residirá obri- zação, controle e amparo do Poder Público.
Agrário será dirigido por um Presidente e um gatoriamente, na área do projeto. Os agentes
Conselho Diretor, composto de três membros, SEÇÃO IV.
de extensão rural e as equipes de especialistas DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA
de nomeação do Presidente da República, atuarão ao nível da Delegacia Regional do Ins-
mediante indicação do Ministro da Agricultura; tituto Brasileiro de Reforma Agrária e deverão Art. 78. Os planos de mecanização agrícola,
IV – Presidente do Instituto Nacional do De- residir na sua área de jurisdição, e durante a elaborados pelos órgãos referidos no artigo
senvolvimento Agrário integrará a Comissão fase da implantação, se necessário, na própria 73, § 2º, alínea b, levarão em conta o mercado
de Planejamento da Política Agrícola; área do projeto. de mão-de-obra regional, as necessidades de
V – além das atribuições que esta Lei lhe § 2º. Nas demais áreas, fora das regiões preparação e capacitação de pessoal, para
confere, cabe ao Instituto Nacional do De- prioritárias, este tipo de assistência técnica utilização e manutenção de maquinaria.
senvolvimento Agrário: será prestado na forma indicada no artigo 73, § 1º. Esses planos serão dimensionados em
a) vetado; parágrafo 2º, alínea b. função do grau de produtividade que se
b) planejar, programar, orientar, promover e § 3º. Os estabelecimentos rurais isolados pretende alcançar em cada uma das áreas
fiscalizar as atividades relativas ao cooperati- continuarão a ser atendidos pelos órgãos de geoeconômica do país, e deverão ser condi-
vismo e associativismo rural; assistência técnica do Ministério da Agricultura cionados ao nível tecnológico já existente e
c) colaborar em programas de colonização e e das Secretarias Estaduais, na forma atual ou à composição da força de trabalho ocorrente.
de recolonização; através de técnicos e sistemas que vierem a ser § 2º. Nos mesmos planos poderão ser incluí-
d) planejar, programar, promover e controlar adotados por aqueles organismos. dos serviços adequados de manutenção e de
as atividades relativas à extensão rural e co- § 4º. As atividades de assistência técnica tanto orientação técnica para o uso econômico das
operar com outros órgãos ou entidades que nas áreas prioritárias de Reforma Agrária como máquinas e implementos, os quais, sempre
a executem; nas previstas no § 3º deste artigo, terão, entre que possível deverão ser realizados por enti-
e) planejar, programar e promover medidas outros, os seguintes objetivos: dades privadas especializadas.
visando à implantação e desenvolvimento da a) a planificação de empreendimentos e ati-
eletrificação rural; SEÇÃO V.
vidades agrícolas;
f) proceder à avaliação do desenvolvimento DO COOPERATIVISMO
b) a elevação do nível sanitário, através de
das atividades de extensão rural. Vetado; serviços próprios de saúde e saneamento Art. 79. A Cooperativa Integral de Reforma
g) realizar estudos e pesquisas sobre a or- rural, melhoria de habitação e de capacitação Agrária (CIRA) contará com a contribuição fi-
ganização rural e propor as medidas deles de lavradores e criadores, bem como de suas nanceira do Poder Público, através do Instituto
decorrentes; famílias; Brasileiro de Reforma Agrária, durante o perí-
h) vetado; c) a criação do espírito empresarial e a for- odo de implantação dos respectivos projetos.
i) atuar, em colaboração com os órgãos do mação adequada em economia doméstica, § 1º. A contribuição financeira referida neste
Ministério do Trabalho incumbidos da sin- indispensável à gerência dos pequenos es- artigo será feita de acordo com o vulto do
dicalização rural visando a harmonizar as tabelecimentos rurais e à administração da empreendimento, a possibilidade de obtenção
atribuições legais com os propósitos sociais, própria vida familiar; de crédito, empréstimo ou financiamento
econômicos e técnicos da agricultura; d) a transmissão de conhecimentos e acesso externo e outras facilidades.
j) estabelecer normas, proceder ao registro a meios técnicos concernentes a métodos e § 2º. A Cooperativa Integral de Reforma Agrária
e promover a fiscalização do funcionamento práticas agropecuárias e extrativas, visando terá um Delegado indicado pelo Instituto
das cooperativas e de outras entidades de a escolha econômica das culturas e criações, Brasileiro de Reforma Agrária, integrante do
associativismo rural; a racional implantação e desenvolvimento, e Conselho de Administração, sem direito a voto,
k) planejar e promover a aquisição e revenda ao emprego de medidas de defesa sanitária, com a função de prestar assistência técnico-
de materiais agropecuários, reprodutores, vegetal e animal; -administrativa à Diretoria e de orientar e fis-
sementes e mudas; e) o auxílio e a assistência para o uso racional calizar a aplicação de recursos que o Instituto
l) controlar os estoques e as operações finan- do solo, a execução de planos de refloresta- Brasileiro de Reforma Agrária tiver destinado
ceiras de revenda; mento, a obtenção de crédito e financiamento, à entidade cooperativa.
m) centralizar a movimentação de recursos a defesa e preservação dos recursos naturais; § 3º. Às cooperativas assim constituídas será
financeiros destinados à aquisição e revenda f) a promoção, entre os agricultores, do espírito permitida a contratação de gerentes não-
de materiais agropecuários, de acordo com de liderança e de associativismo. -cooperados na forma de lei.
o plano geral aprovado pela Comissão de § 4º. A participação direta do Instituto Bra-
Planejamento da Política Agrícola; SEÇÃO II. sileiro de Reforma Agrária na constituição,
n) exercer as atribuições de que trata o artigo DA PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE instalação e desenvolvimento da Cooperativa
88, desta Lei, no âmbito federal; SEMENTES E MUDAS Integral de Reforma Agrária, quando constituir

9
Art. 80 Estatuto da Terra
contribuição financeira, será feita com recursos ciamento que permita assegurar proteção ao SEÇÃO VIII.
do Fundo Nacional de Reforma Agrária, na for- agricultor, desde a fase do preparo da terra, DA INDUSTRIALIZAÇÃO E
ma de investimentos sem recuperação direta, até a venda de suas safras, ou entrega das BENEFICIAMENTO DOS PRODUTOS
considerada a finalidade social e econômica mesmas à cooperativa para comercialização AGRÍCOLAS
desses investimentos. Quando se tratar de ou industrialização.
assistência creditícia, tal participação será feita § 2º. O mesmo organismo deverá prover à Art. 87. Nas áreas prioritárias da Reforma Agrá-
por intermédio do Banco Nacional de Crédito forma de desconto de títulos oriundos de ria, a industrialização e o beneficiamento dos
Cooperativo, de acordo com normas traçadas operações de financiamento a agricultores produtos agrícolas serão promovidos pelas
pela entidade coordenadora do crédito rural. ou de venda de produtos, máquinas, imple- Cooperativas Integrais de Reforma Agrária.
§ 5º. A Contribuição do Estado será feita pe- mentos e utilidades agrícolas necessários ao Art. 88. O Poder Público, através dos órgãos
la Cooperativa Integral de Reforma Agrária, custeio de safras, construção de benfeitorias referidos no artigo 73, § 2º., alínea b, exercerá
levada à conta de um Fundo de Implantação e melhoramentos fundiários. atividades de orientação, planificação, execu-
da própria cooperativa. § 3º. A Superintendência da Moeda e do Cré- ção e controle, com o objetivo de promover
§ 6º. Quando o empreendimento resultante do dito poderá determinar que dos depósitos o incentivo da industrialização, do benefi-
projeto de Reforma Agrária tiver condições de compulsórios dos Bancos particulares, à sua ciamento dos produtos agropecuários e dos
vida autônoma, sua emancipação será declara- ordem, sejam deduzidas as quantias a serem meios indispensáveis ao aumento da produção
da pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, utilizadas em operações de crédito rural, na e da produtividade agrícola, especialmente os
cessando as funções do Delegado de que forma por ela regulamentada. referidos no artigo 86.
trata o § 2º deste artigo e incorporando-se ao Parágrafo único. Vetado.
patrimônio da cooperativa o Fundo requerido SEÇÃO VII.
no parágrafo anterior. DA ASSISTÊNCIA À COMERCIALIZAÇÃO SEÇÃO IX.
§ 7º. O Estatuto da Cooperativa integral de DA ELETRIFICAÇÃO RURAL E OBRAS DE
Art. 84. Os planos de armazenamento e pro-
Reforma Agrária deverá determinar a incor- INFRAESTRUTURA
teção dos produtos agropecuários levarão em
poração ao Banco Nacional de Crédito Co-
conta o zoneamento de que trata o artigo 43, Art. 89. Os planos nacional e regional de Re-
operativo do remanescente patrimonial, no
a fim de condicionar aos objetivos desta Lei, forma Agrária incluirão, obrigatoriamente,
caso de dissolução da sociedade.
as atividades da Superintendência Nacional as providências de valorização, relativas a
§ 8º. Além da sua designação qualitativa, a de Abastecimento (SUNAB) e de outros órgãos
Cooperativa Integral de Reforma Agrária ado- eletrificação rural e outras obras de melhoria
federais e estaduais com atividades que obje- de infraestrutura, tais como reflorestamento,
tará a denominação que o respectivo Estatuto tivem o desenvolvimento rural.
estabelecer. regularização dos deflúvios dos cursos d’água,
§ 1º. Os órgãos referidos neste artigo, se ne- açudagem, barragens submersas, drenagem,
§ 9º. As cooperativas já existentes nas áreas cessário, deverão instalar em convênio com o irrigação, abertura de poços, saneamento,
prioritárias poderão transformar-se em Co- Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, arma- obras de conservação do solo, além do sistema
operativas Integradas de Reforma Agrária, zéns, silos, frigoríficos, postos ou agências de viário indispensável à realização do projeto.
a critério do Instituto Brasileiro de Reforma compra, visando a dar segurança à produção
Agrária. Art. 90. Os órgãos públicos federais ou esta-
agrícola. duais referidos no artigo 73, § 2º, alíneas a, b
§ 10. O disposto nesta seção aplica-se, no que § 2º. Os planos deverão também levar em con-
couber, às demais cooperativas, inclusive às e c, bem como o Banco Nacional de Crédito
ta a classificação dos produtos e o adequado Cooperativo, na medida de suas disponibi-
destinadas a atividades extrativas. e oportuno escoamento das safras. lidades técnicas e financeiras, promoverão
Art. 80. O órgão referido no artigo 74 deverá Art. 85. A fixação dos preços mínimos, de a difusão das atividades de reflorestamento
promover a expansão do sistema cooperativis- acordo com a essencialidade dos produtos e de eletrificação rural, estas essencialmen-
ta, prestando, quando necessário, assistência agropecuários, visando aos mercados interno te através de cooperativas de eletrificação
técnica, financeira e comercial às cooperativas e externo, deverá ser feita, no mínimo, sessenta e industrialização rural, organizadas pelos
visando à capacidade e ao treinamento dos dias antes da época do plantio em cada região lavradores e pecuaristas da região.
cooperados para garantir a implantação dos e reajustados, na época da venda, de acordo § 1º. Os mesmos órgãos especialmente as
serviços administrativos, técnicos, comerciais com os índices de correção fixados pelo Con- entidades de economia mista destinadas a
e industriais. selho Nacional de Economia. promover o desenvolvimento rural, deverão
SEÇÃO VI. § 1º. Para fixação do preço mínimo se to- manter serviços para atender à orientação,
DA ASSISTÊNCIA FINANCEIRA E mará por base o custo efetivo da produção, planificação, execução e fiscalização das obras
CREDITÍCIA acrescido das despesas de transporte para o de melhoria e outras de infraestrutura, referi-
mercado mais próximo e da margem de lucro das neste artigo.
Art. 81. Para aquisição de terra destinada a seu do produtor, que não poderá ser inferior a § 2º. Os consumidores rurais de energia elétri-
trabalho e de sua família, o trabalhador rural trinta por cento. ca distribuída através de cooperativa de eletri-
terá direito a um empréstimo correspondente § 2º. As despesas do armazenamento, expur- ficação e industrialização rural ficarão isentos
ao valor do salário-mínimo anual da região, go, conservação e embalagem dos produtos do respectivo empréstimo compulsório.
pelo Fundo Nacional de Reforma Agrária, prazo agrícolas correrão por conta do órgão executor § 3º. Os projetos de eletrificação rural feitos
de vinte anos, ao juro de seis por cento ao ano. da política de garantia de preços mínimos, pelas cooperativas rurais terão prioridade nos
Parágrafo único. Poderão acumular o em- não sendo dedutíveis do total a ser pago ao financiamentos e poderão receber auxílio do
préstimo de que trata este artigo, dois ou mais produtor. Governo federal, estadual e municipal.
trabalhadores rurais que se entenderem para Art. 86. Os órgãos referidos no artigo 73, §
aquisição de propriedade de área superior à 2º, alínea b, deverão, se necessário e quan-
SEÇÃO X.
que estabelece o número 2 do artigo 4º., desta do a rede comercial se mostrar insuficiente, DO SEGURO AGRÍCOLA
Lei, sob a administração comum ou em forma promover a expansão desta ou expandir seus Art. 91. A Companhia Nacional de Seguro Agrí-
de cooperativa. postos de revenda para atender aos interesses cola (C.N.S.A.), em convênio com o Instituto
Art. 82. Nas áreas prioritárias de Reforma de lavradores e de criadores na obtenção de Brasileiro de Reforma Agrária, atuará nas áreas
Agrária, a assistência creditícia aos parceleiros mercadorias e utilidades necessárias às suas do projeto de Reforma Agrária, garantindo
e demais cooperados será prestada, preferen- atividades rurais, de forma oportuna e eco- culturas, safras, colheitas, rebanhos e plantéis.
cialmente, através das cooperativas. nômica, visando à melhoria da produção e
§ 1º. O estabelecimento das tabelas dos
Parágrafo único. Nas demais regiões, sempre ao aumento da produtividade, através, entre
prêmios de seguro para os vários tipos de
que possível, far-se-á o mesmo com referência outros, de serviços locais, para distribuição de
atividade agropecuária nas diversas regiões
aos pequenos e médios proprietários. produção própria ou revenda de:
do pais será feito tendo-se em vista a neces-
Art. 83. O Instituto Brasileiro de Reforma I – tratores, implementos agrícolas, conjuntos sidade de sua aplicação, não somente nas
Agrária, em colaboração com o Ministério da de irrigação e perfuração de poços, aparelhos áreas prioritárias de Reforma Agrária, como
Agricultura, a Superintendência da Moeda e e utensílios para pequenas indústrias de be- também nas outras regiões selecionadas pela
do Crédito (SUMOC) e a Coordenação Nacio- neficiamento da produção; Companhia Nacional de Seguro Agrícola, nas
nal do Crédito Rural, promoverá as medidas II – arames, herbicidas, inseticidas, fungicidas, quais a produção agropecuária represente
legais necessárias para a institucionalização rações, misturas, soros, vacinas e medicamen- fator essencial de desenvolvimento.
do crédito rural, tecnificado. tos para animais; § 2º. Os contratos de financiamento e emprés-
§ 1º. A Coordenação Nacional do Crédito Rural III – corretivo de solo, fertilizantes e adubos, timo e os contratos agropecuários, de qualquer
fixará as normas do contrato padrão de finan- sementes e mudas. natureza, realizados através dos órgãos oficiais

10
Estatuto da Terra Art. 92
de crédito, deverão ser segurados na Compa- Parágrafo único. Ao proprietário que houver for indenizado das benfeitorias necessárias e
nhia Nacional de Seguro Agrícola. financiado o arrendatário ou parceiro, por úteis, poderá permanecer no imóvel, no uso
inexistência de financiamento direto, será e gozo das vantagens por ele oferecidas, nos
CAPÍTULO IV. facultado exigir a venda da colheita até o limite termos do contrato de arrendamento e das
DO USO OU DA POSSE TEMPORÁRIA do financiamento concedido, observados os disposições do inciso I deste artigo; (Redação
DA TERRA níveis de preços do mercado local. dada pela Lei nº 11.443, de 2007).
Art. 94. É vedado contrato de arrendamento IX – constando do contrato de arrendamento
SEÇÃO I. ou parceria na exploração de terras de pro- animais de cria, de corte ou de trabalho, cuja
DAS NORMAS GERAIS priedade pública, ressalvado o disposto no forma de restituição não tenha sido expres-
parágrafo único deste artigo. samente regulada, o arrendatário é obrigado,
Art. 92. A posse ou uso temporário da terra
Parágrafo único. Excepcionalmente, poderão findo ou rescindido o contrato, a restituí-los
serão exercidos em virtude de contrato expres-
ser arrendadas ou dadas em parceria terras de em igual número, espécie e valor;
so ou tácito, estabelecido entre o proprietário
e os que nela exercem atividade agrícola ou propriedade púbica, quando: X – o arrendatário não responderá por qual-
pecuária, sob forma de arrendamento rural, a) razões de segurança nacional o determi- quer deterioração ou prejuízo a que não tiver
de parceria agrícola, pecuária, agro-industrial narem; dado causa;
e extrativa, nos termos desta Lei. b) áreas de núcleos de colonização pioneira, XI – na regulamentação desta Lei, serão com-
§ 1º. O proprietário garantirá ao arrendatário na sua fase de implantação, forem organizadas plementadas as seguintes condições que,
ou parceiro o uso e gozo do imóvel arrendado para fins de demonstração; obrigatoriamente, constarão dos contratos
ou cedido em parceria. c) forem motivo de posse pacífica e a justo de arrendamento:
§ 2º. Os preços de arrendamento e de parce- título, reconhecida pelo Poder Público, antes a) limites da remuneração e formas de paga-
ria fixados em contrato […] (Vetado). serão da vigência desta Lei. mento em dinheiro ou no seu equivalente em
reajustados periodicamente, de acordo com produtos; (Redação dada pela Lei nº 11.443,
SEÇÃO II. de 2007).
os índices aprovados pelo Conselho Nacional
DO ARRENDAMENTO RURAL b) prazos mínimos de arrendamento e limites
de Economia. Nos casos em que ocorra explo-
ração de produtos com preço oficialmente Art. 95. Quanto ao arrendamento rural, ob- de vigência para os vários tipos de atividades
fixado, a relação entre os preços reajustados servar-se-ão os seguintes princípios: agrícolas; (Redação dada pela Lei nº 11.443,
e os iniciais não pode ultrapassar a relação de 2007).
I – os prazos de arrendamento terminarão
entre o novo preço fixado para os produtos e c) bases para as renovações convencionadas;
sempre depois de ultimada a colheita, inclusive
o respectivo preço na época do contrato, obe- d) formas de extinção ou rescisão;
a de plantas forrageiras temporárias cultivá-
decidas as normas do Regulamento desta Lei. e) direito e formas de indenização ajustadas
veis. No caso de retardamento da colheita por
§ 3º. No caso de alienação do imóvel arren- motivo de força maior, considerar-se-ão esses quanto às benfeitorias realizadas;
dado, o arrendatário terá preferência para prazos prorrogados nas mesmas condições, XII – a remuneração do arrendamento, sob
adquiri-lo em igualdade de condições, de- até sua ultimação; qualquer forma de pagamento, não poderá
vendo o proprietário dar-lhe conhecimento da ser superior a 15% (quinze por cento) do valor
II – presume-se feito, no prazo mínimo de três
venda, a fim de que possa exercitar o direito cadastral do imóvel, incluídas as benfeitorias
anos, o arrendamento por tempo indetermi-
de perempção dentro de trinta dias, a contar que entrarem na composição do contrato,
nado, observada a regra do item anterior;
da notificação judicial ou comprovadamente salvo se o arrendamento for parcial e recair
efetuada, mediante recibo. III – o arrendatário, para iniciar qualquer cul-
apenas em glebas selecionadas para fins de
§ 4º. O arrendatário a quem não se notificar tura cujos frutos não possam ser recolhidos
exploração intensiva de alta rentabilidade,
a venda poderá, depositando o preço, haver antes de terminado o prazo de arrendamento,
caso em que a remuneração poderá ir até o
para si o imóvel arrendado, se o requerer no deverá ajustar, previamente, com o arrendador
limite de 30% (trinta por cento) (Redação dada
prazo de seis meses, a contar da transcrição a forma de pagamento do uso da terra por
pela Lei nº 11.443, de 2007).
do ato de alienação no Registro de Imóveis. esse prazo excedente; (Redação dada pela
Lei nº 11.443, de 2007). XIII – a todo aquele que ocupar, sob qualquer
§ 5º. A alienação ou a imposição de ônus forma de arrendamento, por mais de cinco
real ao imóvel não interrompe a vigência dos IV – em igualdade de condições com estranhos,
anos, um imóvel rural desapropriado, em área
contratos de arrendamento ou de parceria o arrendatário terá preferência à renovação
prioritária de Reforma Agrária, é assegurado
ficando o adquirente sub-rogado nos direitos do arrendamento, devendo o proprietário,
o direito preferencial de acesso à terra […]
e obrigações do alienante. até 6 (seis) meses antes do vencimento do
Vetado […]
§ 6º. O inadimplemento das obrigações as- contrato, fazer-lhe a competente notificação
extrajudicial das propostas existentes. Não Art. 95-A. Fica instituído o Programa de Ar-
sumidas por qualquer das partes dará lugar, rendamento Rural, destinado ao atendimento
facultativamente, à rescisão do contrato de se verificando a notificação extrajudicial, o
contrato considera-se automaticamente reno- complementar de acesso à terra por parte
arrendamento ou de parceria observado o dos trabalhadores rurais qualificados para
disposto em lei. vado, desde que o arrendador, nos 30 (trinta)
dias seguintes, não manifeste sua desistência participar do Programa Nacional de Reforma
§ 7º. Qualquer simulação ou fraude do pro- Agrária, na forma estabelecida em regula-
ou formule nova proposta, tudo mediante
prietário nos contratos de arrendamento ou mento. (Incluído pela Medida Provisória nº
de parceria, em que o preço seja satisfeito simples registro de suas declarações no com-
petente Registro de Títulos e Documentos; 2.183-56, de 2001)
em produtos agrícolas, dará ao arrendatário Parágrafo único. Os imóveis que integrarem
ou ao parceiro o direito de pagar pelas taxas (Redação dada pela Lei nº 11.443, de 2007).
V – os direitos assegurados no inciso IV do o Programa de Arrendamento Rural não serão
mínimas vigorantes na região para cada tipo objeto de desapropriação para fins de reforma
de contrato. caput deste artigo não prevalecerão se, no
prazo de 6 (seis) meses antes do vencimento do agrária enquanto se mantiverem arrendados,
§ 8º. Para prova dos contratos previstos neste desde que atendam aos requisitos estabele-
artigo, será permitida a produção de teste- contrato, o proprietário, por via de notificação
extrajudicial, declarar sua intenção de retomar cidos em regulamento. (Incluído pela Medida
munhas. A ausência de contrato não poderá Provisória nº 2.183-56, de 2001)
elidir a aplicação dos princípios estabelecidos o imóvel para explorá-lo diretamente ou por
neste Capítulo e nas normas regulamentares. intermédio de descendente seu; (Redação SEÇÃO III.
§ 9º. Para solução dos casos omissos na presen- dada pela Lei nº 11.443, de 2007). DA PARCERIA AGRÍCOLA, PECUÁRIA,
te Lei, prevalecerá o disposto no Código Civil. VI – sem expresso consentimento do proprie- AGROINDUSTRIAL E EXTRATIVA
Art. 93. Ao proprietário é vedado exigir do tário é vedado o subarrendamento;
arrendatário ou do parceiro: VII – poderá ser acertada, entre o proprietário Art. 96. Na parceria agrícola, pecuária,
e arrendatário, cláusula que permita a substi- agroindustrial e extrativa, observar-se-ão os
I – prestação de serviço gratuito; seguintes princípios:
tuição de área arrendada por outra equivalente
II – exclusividade da venda da colheita; no mesmo imóvel rural, desde que respeitadas I – o prazo dos contratos de parceria, desde
III – obrigatoriedade do beneficiamento da as condições de arrendamento e os direitos que não convencionados pelas partes, será no
produção em seu estabelecimento; do arrendatário; mínimo de três anos, assegurado ao parceiro
IV – obrigatoriedade da aquisição de gêneros VIII – o arrendatário, ao termo do contrato, tem o direito à conclusão da colheita, pendente,
e utilidades em seus armazéns ou barracões; direito à indenização das benfeitorias neces- observada a norma constante do inciso I, do
V – aceitação de pagamento em “ordens”, sárias e úteis; será indenizado das benfeitorias artigo 95;
“vales”, “borós” ou outras formas regionais voluptuárias quando autorizadas pelo proprie- II – expirado o prazo, se o proprietário não
substitutivas da moeda. tário do solo; e, enquanto o arrendatário não quiser explorar diretamente a terra por conta

11
Art. 97 Estatuto da Terra
própria, o parceiro em igualdade de condições normas pertinentes ao arrendamento rural, no providenciando, nos casos e condições previs-
com estranhos, terá preferência para firmar que couber, bem como as regras do contrato tos nesta Lei, a emissão dos títulos de domínio;
novo contrato de parceria; de sociedade, no que não estiver regulado II – todo o trabalhador agrícola que, à data da
III – as despesas com o tratamento e criação pela presente Lei. presente Lei, tiver ocupado, por um ano, terras
dos animais, não havendo acordo em contrá- VIII – o proprietário poderá sempre cobrar devolutas, terá preferência para adquirir um
rio, correrão por conta do parceiro tratador do parceiro, pelo seu preço de custo, o valor lote da dimensão do módulo de propriedade
e criador; de fertilizantes e inseticidas fornecidos no rural, que for estabelecido para a região, obe-
IV – o proprietário assegurará ao parceiro que percentual que corresponder à participação decidas as prescrições da lei.
residir no imóvel rural, e para atender ao uso deste, em qualquer das modalidades previstas Art. 98. Todo aquele que, não sendo pro-
exclusivo da família deste, casa de moradia nas alíneas do inciso VI do caput deste artigo; prietário rural nem urbano, ocupar por dez
higiênica e área suficiente para horta e criação (Incluído pela Lei nº 11.443, de 2007). anos ininterruptos, sem oposição nem reco-
de animais de pequeno porte; IX – nos casos não previstos nas alíneas do nhecimento de domínio alheio, tornando-o
V – no Regulamento desta Lei, serão com- inciso VI do caput deste artigo, a quota adicio- produtivo por seu trabalho, e tendo nele sua
plementadas, conforme o caso, as seguintes nal do proprietário será fixada com base em morada, trecho de terra com área caracterizada
condições, que constarão, obrigatoriamente, percentagem máxima de 10% (dez por cento) como suficiente para, por seu cultivo direto
dos contratos de parceria agrícola, pecuária, do valor das benfeitorias ou dos bens postos pelo lavrador e sua família, garantir-lhes a
agroindustrial ou extrativa: à disposição do parceiro. (Incluído pela Lei nº subsistência, o progresso social e econômico,
a) quota-limite do proprietário na participação 11.443, de 2007). nas dimensões fixadas por esta Lei, para o mó-
dos frutos, segundo a natureza de ativida- § 1º. Parceria rural é o contrato agrário pelo dulo de propriedade, adquirir-lhe-á o domínio,
de agropecuária e facilidades oferecidas ao qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por mediante sentença declaratória devidamente
parceiro; tempo determinado ou não, o uso específico transcrita.
b) prazos mínimos de duração e os limites de de imóvel rural, de parte ou partes dele, in- Art. 99. A transferência do domínio ao pos-
vigência segundo os vários tipos de atividade cluindo, ou não, benfeitorias, outros bens e/ou seiro de terras devolutas federais efetivar-se-á
agrícola; facilidades, com o objetivo de nele ser exercida no competente processo administrativo de
c) bases para as renovações convencionadas; atividade de exploração agrícola, pecuária, legitimação de posse, cujos atos e termos
agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e/ou obedecerão às normas do Regulamento da
d) formas de extinção ou rescisão;
lhe entrega animais para cria, recria, inverna- presente Lei.
e) direitos e obrigações quanto às indenizações gem, engorda ou extração de matérias-primas
por benfeitorias levantadas com consentimen- Art. 100. O título de domínio expedido pelo
de origem animal, mediante partilha, isolada Instituto Brasileiro de Reforma Agrária será,
to do proprietário e aos danos substanciais ou cumulativamente, dos seguintes riscos:
causados pelo parceiro, por práticas predató- dentro do prazo que o Regulamento esta-
(Incluído pela Lei nº 11.443, de 2007). belecer, transcrito no competente Registro
rias na área de exploração ou nas benfeitorias,
nos equipamentos, ferramentas e implemen- I – caso fortuito e de força maior do empre- Geral de Imóveis.
tos agrícolas a ele cedidos; endimento rural; (Incluído pela Lei nº 11.443, Art. 101. As taxas devidas pelo legitimante
de 2007). de posse em terras devolutas federais, cons-
f) direito e oportunidade de dispor sobre os
frutos repartidos; II – dos frutos, produtos ou lucros havidos nas tarão de tabela a ser periodicamente expedida
proporções que estipularem, observados os pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária,
VI – na participação dos frutos da parceria,
limites percentuais estabelecidos no inciso atendendo-se à ancianidade da posse, bem
a quota do proprietário não poderá ser su-
VI do caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº como às diversificações das regiões em que se
perior a:
11.443, de 2007). verificar a respectiva discriminação.
a) 20% (vinte por cento), quando concorrer
apenas com a terra nua; (Redação dada pela III – variações de preço dos frutos obtidos na Art. 102. Os direitos dos legítimos possui-
Lei nº 11.443, de 2007). exploração do empreendimento rural. (Inclu- dores de terras devolutas federais estão
ído pela Lei nº 11.443, de 2007). condicionados ao implemento dos requisi-
b) 25% (vinte e cinco por cento), quando con-
correr com a terra preparada; (Redação dada § 2º. As partes contratantes poderão estabe- tos absolutamente indispensáveis da cultura
pela Lei nº 11.443, de 2007). lecer a prefixação, em quantidade ou volume, efetiva e da morada habitual.
do montante da participação do proprietário,
c) 30% (trinta por cento), quando concorrer TÍTULO IV.
desde que, ao final do contrato, seja realizado
com a terra preparada e moradia; (Redação DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E
o ajustamento do percentual pertencente
dada pela Lei nº 11.443, de 2007). TRANSITÓRIAS
ao proprietário, de acordo com a produção.
d) 40% (quarenta por cento), caso concorra (Incluído pela Lei nº 11.443, de 2007).
com o conjunto básico de benfeitorias, cons- Art. 103. A aplicação da presente Lei deverá
§ 3º Eventual adiantamento do montante objetivar, antes e acima de tudo, a perfeita or-
tituído especialmente de casa de moradia,
prefixado não descaracteriza o contrato de denação do sistema agrário do país, de acordo
galpões, banheiro para gado, cercas, valas ou
parceria. (Incluído pela Lei nº 11.443, de 2007).
currais, conforme o caso; (Redação dada pela com os princípios da justiça social, conciliando
Lei nº 11.443, de 2007). § 4º Os contratos que prevejam o pagamento a liberdade de iniciativa com a valorização do
do trabalhador, parte em dinheiro e parte em trabalho humano.
e) 50% (cinquenta por cento), caso concorra
percentual na lavoura cultivada ou em gado
com a terra preparada e o conjunto básico de § 1º. Para a plena execução do disposto neste
tratado, são considerados simples locação de
benfeitorias enumeradas na alínea d deste artigo, o Poder Executivo, através dos órgãos
serviço, regulada pela legislação trabalhista,
inciso e mais o fornecimento de máquinas e da sua administração centralizada e descen-
sempre que a direção dos trabalhos seja de
implementos agrícolas, para atender aos tratos tralizada, deverá prover no sentido de facultar
inteira e exclusiva responsabilidade do pro-
culturais, bem como as sementes e animais e garantir todas as atividades extrativas, agrí-
prietário, locatário do serviço a quem cabe
de tração, e, no caso de parceria pecuária, colas, pecuárias e agro-industriais, de modo
todo o risco, assegurando-se ao locador, pelo
com animais de cria em proporção superior a não prejudicar, direta ou indiretamente, o
menos, a percepção do salário mínimo no
a 50% (cinquenta por cento) do número total harmônico desenvolvimento da vida rural.
cômputo das 2 (duas) parcelas. (Incluído pela
de cabeças objeto de parceria; (Redação dada § 2º. Dentro dessa orientação, a implantação
Lei nº 11.443, de 2007).
pela Lei nº 11.443, de 2007). dos serviços e trabalhos previstos nesta Lei
§ 5º. O disposto neste artigo não se aplica aos
f) 75% (setenta e cinco por cento), nas zonas processar-se-á progressivamente, seguindo-
contratos de parceria agroindustrial, de aves e
de pecuária ultra-extensiva em que forem os -se os critérios, as condições técnicas e as
suínos, que serão regulados por lei específica.
animais de cria em proporção superior a 25% prioridades fixados pelas mesmas, a fim de
(Incluído pela Lei nº 11.443, de 2007).
(vinte e cinco por cento) do rebanho e onde que a política de desenvolvimento rural de
se adotarem a meação do leite e a comissão SEÇÃO IV. nenhum modo tenha solução de continuidade.
mínima de 5% (cinco por cento) por animal DOS OCUPANTES DE TERRAS PÚBLICAS § 3º. De acordo com os princípios normativos
vendido; (Redação dada pela Lei nº 11.443, FEDERAIS deste artigo e dos parágrafos anteriores, será
de 2007). dada prioridade à elaboração do zoneamento
g) nos casos não previstos nas alíneas ante- Art. 97. Quanto aos legítimos possuidores e do cadastro, previstos no Título II, Capítulo
riores, a quota adicional do proprietário será de terras devolutas federais, observar-se-á IV, Seção III, desta Lei.
fixada com base em percentagem máxima de o seguinte: Art. 104. O Quadro de servidores do Instituto
dez por cento do valor das benfeitorias ou dos I – o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária Brasileiro de Reforma Agrária será constituí-
bens postos à disposição do parceiro; promoverá a discriminação das áreas ocupadas do de pessoal dos órgãos e repartições a ele
VII – aplicam-se à parceria agrícola, pecuária, por posseiros, para a progressiva regularização incorporados, ou para ele transferidos, e de
agropecuária, agroindustrial ou extrativa as de suas condições de uso e posse da terra, pessoal admitido na forma da lei.

12
Estatuto da Terra Art. 105
§ 1º. O disposto neste artigo não se aplica aos as quais serão distribuídas automaticamente Imóveis averbarão, à margem das respectivas
cargos ou funções cujos ocupantes estejam em ao Tesouro Nacional. instruções, as correções de valor determinadas
exercício como requisitados, nos mencionados § 5º. O Poder Executivo, de acordo com auto- por esta Lei, com indicação do novo valor do
órgãos incorporados ou transferidos, bem rização e as normas constantes deste artigo preço ou da dívida e do saldo respectivo, bem
como aos funcionários públicos civis ou mili- e dos parágrafos anteriores, regulamentará a como da nova prestação contratual.
tares, assim definidos pela legislação especial. expedição, condições e colocação dos Títulos § 2º. Se o promitente comprador ou mutuário
§ 2º. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrária da Dívida Agrária. se recusar a assinar o requerimento de aver-
poderá admitir, mediante portaria ou contra- Art. 106. A lei que for baixada para institu- bação das correções verificadas, ficará, não
to, em regime especial de trabalho e salário, cionalização do crédito rural tecnificado nos obstante, obrigado ao pagamento da nova
dentro das dotações orçamentárias próprias, termos do artigo 83 fixará as normas gerais a prestação, podendo a entidade financiado-
especialistas necessários ao desempenho de que devem satisfazer os fundos de garantia e as ra, se lhe convier, rescindir o contrato com
atividades técnicas e científicas para cuja exe- formas permitidas para aplicação dos recursos notificação prévia no prazo de noventa dias.
cução não dispuser de servidores habilitados. provenientes da colocação, relativamente aos Art. 112. Passa a ter a seguinte redação o artigo
§ 3º. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrária Títulos da Dívida Agrária ou de Bônus Rurais, 38, alínea b, do Decreto nº 22.239, de 19 de
poderá requisitar servidores da administração emitidos pelos Governos Estaduais, para que dezembro de 1932, revigorado pelo Decreto-
centralizada ou descentralizada, sem prejuízo estes possam ter direito à coobrigação da -Lei nº 8.401, de 19 de dezembro de 1945:
dos seus vencimentos, direitos e vantagens. União Federal.
“b) do beneficiamento, industrialização
§ 4º. Nenhuma admissão de pessoal, com Art. 107. Os litígios judiciais entre proprietá- e venda em comum de produtos de ori-
exceção do parágrafo segundo, poderá ser rios e arrendatários rurais obedecerão ao rito gem extrativa, agrícola ou de criação de
feita senão mediante prestação de concurso processual previsto pelo artigo 685, do Código animais”.
de provas ou de títulos e provas. do Processo Civil.
Art. 113. O Estabelecimento Rural do Tapajós,
§ 5º. Os servidores da Superintendência da § 1º. Não terão efeito suspensivo os recursos
interpostos contra as decisões proferidas nos incorporado à Superintendência de Política
Política Agrária (SUPRA), pertencentes aos Agrária pela Lei Delegada nº 11, de 11 de ou-
quadros do extinto Instituto Nacional de Imi- processos de que trata o presente artigo.
tubro de 1962, fica, para todos os efeitos legais
gração e Colonização (I.N.I.C.), e do Serviço § 2º. Os litígios relativos às relações de trabalho
rural em geral, inclusive as reclamações de e patrimoniais, transferido para o Ministério
Social Rural (S.S.R.) poderão optar pela sua da Agricultura.
lotação em qualquer órgão onde existirem trabalhadores agrícolas, pecuários, agroin-
dustriais ou extrativos, são de competência da Art. 114. Para fins de regularização, os núcleos
cargos ou funções por eles ocupados.
Justiça do Trabalho, regendo-se o seu processo coloniais e as terras pertencentes ao antigo
Art. 105. Fica o Poder Executivo autorizado a pelo rito processual trabalhista. Instituto Nacional de Imigração e Colonização,
emitir títulos, denominados Títulos da Dívida incorporados à Superintendência de Política
Agrária, distribuídos em séries autônomas, Art. 108. Para fins de enquadramento serão
revistos, a partir da data da publicação desta Agrária pela Lei Delegada referida no artigo
respeitado o limite máximo de circulação equi- anterior, serão transferidos:
Lei, os regulamentos, portarias, instruções,
valente a 500.000.000 de OTN (quinhentos a) ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrária,
circulares e outras disposições administrati-
milhões de Obrigações do Tesouro Nacional). os localizados nas áreas prioritárias de reforma
vas ou técnicas expedidas pelos Ministérios
(Redação dada pela Lei nº 7.647, de 19/01/88) agrária;
e Repartições.
§ 1º. Os títulos de que trata este artigo vence- b) ao patrimônio do Instituto Nacional de
Art. 109. Observado o disposto nesta Lei, será
rão juros de seis por cento a doze por cento ao Desenvolvimento Agrário, os situados nas
permitido o reajustamento das prestações
ano, terão cláusula de garantia contra eventu- demais áreas do país.
mensais de amortizações e juros e dos saldos
al desvalorização da moeda, em função dos
devedores nos contratos de venda a prazo de: Art. 115. As atribuições conferidas à Superin-
índices fixados pelo Conselho Nacional de
Economia, e poderão ser utilizados: I – lotes de terra com ou sem benfeitorias, em tendência de Política Agrária pela Lei Delegada
projetos de Reforma Agrária e em núcleos de nº 11, de 11 de outubro de 1962, e que não são
a) em pagamento de até cinquenta por cento
colonização; transferidas para o Instituto Brasileiro de Re-
do Imposto Territorial Rural;
II – máquinas, equipamentos e implementos forma Agrária, ficam distribuídas pelos órgãos
b) em pagamento de preço de terras públicas; federais, na forma dos seguintes dispositivos:
agrícolas, a cooperativas agrícolas ou entida-
c) em caução para garantia de quaisquer des especializadas em prestação de serviço e I – para os órgãos próprios do Ministério da
contratos, obras e serviços celebrados com assistência à mecanização; Agricultura, transferem-se as atribuições, de:
a União;
III instalação de indústrias de beneficiamen- a) planejar e executar, direta ou indiretamente,
d) como fiança em geral; to, para cooperativas agrícolas ou empresas programas de colonização visando à fixação
e) em caução como garantia de empréstimos rurais. e ao acesso à terra própria de agricultores e
ou financiamentos em estabelecimentos da § 1º. O reajustamento de que trata este artigo trabalhadores sem terra nacionais ou estran-
União, autarquias federais e sociedades de será feito em intervalos não inferiores a um geiros, radicados no país, mediante a formação
economia mista, em entidades ou fundos de ano, proporcionalmente aos índices gerais de unidades familiares reunidas em coopera-
aplicação às atividades rurais criadas para de preços, fixados pelo Conselho Nacional tivas nas áreas de ocupação pioneira e, nos
este fim; de Economia. vazios demográficos e econômicos;
f) em depósito, para assegurar a execução em § 2º. Os contratos relativos às operações b) promover, supletivamente, a entrada de
ações judiciais ou administrativas. referidas no inciso I, serão limitados ao pra- imigrantes necessários ao aperfeiçoamento e à
§ 2º. Esses títulos serão nominativos ou ao zo máximo de vinte anos; os relativos às do difusão de métodos agrícolas mais avançados;
portador e de valor nominal de referência inciso II ao prazo máximo de cinco anos; e as c) fixar diretrizes para o serviço de imigração e
equivalente ao de 5 (cinco), 10 (dez), 20 (vinte), referentes às do inciso III ao prazo máximo seleção de imigrantes, exercido pelo Ministério
50 (cinquenta) e 100 (cem) Obrigações do Te- de quinze anos. das Relações Exteriores, através de seus órgãos
souro Nacional, ou outra unidade de correção § 3º. A correção monetária […] (Vetado) […] próprios de representação;
monetária plena que venha a substituí-las, de não constituirá rendimento tributável dos
acordo com o que estabelecer a regulamen- d) administrar, direta ou indiretamente, os nú-
seus beneficiários.
tação desta Lei. (Redação dada pela Lei nº cleos de colonização fora das áreas prioritárias
Art. 110. Será permitida a negociação nas de Reforma Agrária;
7.647, de 19/01/88) Bolsas de Valores do País, warrants forneci-
§ 3º. Os títulos de cada série autônoma serão dos pelos armazéns-gerais, silos e frigoríficos. II – para os órgãos próprios de representação
resgatados a partir do segundo ano de sua do Ministério das Relações Exteriores, as ativi-
Art. 111. Os oficiais do Registro de Imóveis dades concernentes à seleção de imigrantes;
efetiva colocação em prazos variáveis de cinco, inscreverão obrigatoriamente os contratos de
dez, quinze e vinte anos, de conformidade com promessa de venda ou de hipoteca celebrados III – para os órgãos próprios do Ministério
o que estabelecer a regulamentação desta Lei. de acordo com a presente Lei, declarando ex- da Justiça e Negócios Interiores, os assuntos
Dentro de uma mesma série não se poderá pressamente que os valores deles constantes pertinentes à legalização de permanência,
fazer diferenciação de juros e de prazo. são meramente estimativos, estando sujeitos, prorrogação e retificação de nacionalidade de
§ 4º. Os orçamentos da União, a partir do como as prestações mensais, às correções de estrangeiros, no território nacional;
relativo ao exercício de 1966, consignarão valor determinadas nesta Lei. IV – para a Divisão de Turismo e Certames,
verbas específicas destinadas ao serviço de § 1º. Mediante simples requerimento, firmado do Departamento Nacional de Comércio, do
juros e amortização decorrentes desta Lei, por qualquer das partes contratantes, acom- Ministério da Indústria e do Comércio, o regis-
inclusive as dotações necessárias para cum- panhado da publicação oficial do índice de tro e a fiscalização de empresas de turismo e
primento da cláusula de correção monetária, correção aplicado, os oficiais do Registro de venda de passagens;

13
Art. 116 Estatuto da Terra
V – para os órgãos próprios do Ministério do § 1º. Os órgãos competentes do Instituto ros anos de aplicação desta Lei, as seguintes
Trabalho e Previdência Social: Brasileiro de Reforma Agrária e do Ministério deduções:
a) a assistência e o encaminhamento dos da Agricultura, poderão acordar com o proprie- a) no primeiro ano, setenta e cinco por cento
trabalhadores rurais migrantes de uma para tário, a forma e o prazo de enquadramento do do acréscimo verificado entre o valor apurado
outra região, à vista das necessidades do de- imóvel nos objetivos desta Lei, dando deste e o imposto pago no último exercício anterior
senvolvimento harmônico do país; fato ciência aos estabelecimentos de crédito à aplicação da Lei;
b) a recepção dos imigrantes selecionados de economia mista. b) no segundo ano, cinquenta por cento do
pelo Ministério das Relações Exteriores, enca- § 2º. Vetado. acréscimo verificado entre o valor apurado
minhando-os para áreas predeterminadas de Art. 120. É instituído o Fundo Agro-Industrial naquele ano e o imposto pago no último
acordo com as normas gerais convencionadas de Reconversão, com a finalidade de financiar exercício anterior à aplicação da Lei, com a
com o Ministério da Agricultura. projetos apresentados por proprietários cujos correção monetária pelos índices do Conselho
Art. 116. Fica revogada a Lei Delegada nº imóveis rurais tiverem sido desapropriados Nacional de Economia;
11, de 11 de outubro de 1962, extinta a Su- contra pagamento por meio de Títulos da c) no terceiro ano, vinte e cinco por cento do
perintendência de Política Agrária (SUPRA) Dívida Agrária. acréscimo verificado para o respectivo ano, na
e incorporados ao Instituto Brasileiro de Re- forma do disposto na alínea anterior.
§ 1º. O Fundo, administrado pelo Banco Nacio-
forma Agrária, ao Ministério da Agricultura, nal do Desenvolvimento Econômico (B.N.D.E.), Art. 124. A aplicação do disposto no artigo 19,
ao Instituto Nacional do Desenvolvimento terá as seguintes fontes: § 2º., a e b, só terá a vigência respectivamente
Agrário e aos demais Ministérios, na forma a partir das datas de encerramento da inscrição
do artigo 115, para todos os efeitos legais, ju- I – dez por cento do Fundo Nacional de Re- do cadastro das propriedades agrícolas e da
rídicos e patrimoniais, os serviços, atribuições forma Agrária; de declaração do Imposto de Renda relativa
e bens patrimoniais, na forma do disposto II – recursos provenientes de empréstimos ao ano-base de 1964.
nesta Lei. contraídos no país e no exterior; Art. 125. Dentro de dez anos contados da
Parágrafo único. São transferidos para o III – resultado de suas operações; publicação da presente Lei ficam isentas do
Instituto Brasileiro de Reforma Agrária e para IV – recursos próprios do Banco Nacional de pagamento do imposto sobre lucro imobiliário
o Instituto Nacional do Desenvolvimento Agrá- Desenvolvimento Econômico ou de outras as transmissões de imóveis rurais realizadas
rio, quando for o caso, os saldos das dotações entidades governamentais que venham a ser com o objetivo imediato de eliminar latifúndio
orçamentárias e dos créditos especiais desti- atribuídos ao Fundo. ou efetuar reagrupamentos de glebas, no
nados à Superintendência de Política Agrária, § 2º. O Fundo somente financiará projetos de propósito de corrigir minifúndios, desde que
inclusive os recursos financeiro arrecadados tais objetivos sejam verificados pelo Instituto
desenvolvimento econômico agropecuário ou
e os que forem a ela devidos até a data da Brasileiro de Reforma Agrária.
industrial, que satisfaçam as condições técni-
promulgação da presente Lei. Art. 126. A Carteira de Colonização do Banco
cas e econômicas estabelecidas pelo Banco
Art. 117. As atividades do Serviço Social Rural, Nacional de Desenvolvimento Econômico e do Brasil, sem prejuízo de suas atribuições
incorporados à Superintendência de Políti- que se enquadrem dentro dos critérios de legais, atuará como entidade financiadora
ca Agrária pela Lei Delegada nº 11, de 11 de propriedade fixados pelo Ministério Extraor- nas operações de venda de lotes rurais […]
outubro de 1962, bem como o produto da dinário para o Planejamento e Coordenação (Vetado) […]
arrecadação das contribuições criadas pela Econômica. § 1º. As Letras Hipotecárias que o Banco do
Lei nº 2.613, de 23 de setembro de 1955, serão Brasil está autorizado a emitir, em provimento
transferidas, de acordo com o disposto nos § 3º. Os encargos resultantes do financia-
de recursos e em empréstimos da sua Carteira
seguintes incisos: mento, inclusive amortização e juros, serão
de Colonização, poderão conter cláusula de
liquidados em Títulos da Dívida Agrária.
I – ao Instituto Nacional do Desenvolvimen- garantia contra eventual desvalorização de
§ 4º. Dentro dos recursos do Fundo, o financia- moeda, de acordo com índices que forem su-
to Agrário caberão as atribuições relativas
à extensão rural e cinqüenta por cento da mento será concedido em total nunca superior geridos pelo Conselho Nacional de Economia,
arrecadação; a cinqüenta por cento do montante dos Títulos assegurando ao mesmo Banco o ressarcimento
da Dívida Agrária que tiverem entrado na de prejuízos já previstos no artigo 4º. da Lei
II – ao órgão do Serviço Social da Previdência
composição do preço da desapropriação. nº 2.237, de 19 de junho de 1954.
que atenderá aos trabalhos rurais, […] (Vetado)
[…] caberão as demais atribuições e cinqüenta Art. 121. É o Poder Executivo autorizado a § 2º. Caberá à Diretoria do Banco do Brasil
por cento da arrecadação. Enquanto não for abrir, pelo Ministério da Agricultura, o crédito fixar o limite do valor dos empréstimos que o
criado esse órgão, suas atribuições e arreca- especial de CR$ 100.000.000,00 (cem milhões Banco fica autorizado a realizar no país ou no
dações serão da competência da autarquia de cruzeiros) para atender às despesas de estrangeiro para aplicação, pela sua Carteira
referida no inciso I; qualquer natureza com a instalação, organi- de Colonização, revogado, portanto o limite
III – Vetado. zação e funcionamento do Instituto Brasileiro estabelecido no parágrafo único do artigo 8º
de Reforma Agrária, bem como as relativas ao da Lei nº 2.237, de 19 de junho de 1954, e as
Art. 118. São extensivos ao Instituto Brasi- disposições em contrário.
cumprimento do disposto nesta Lei.
leiro de Reforma Agrária os privilégios da
Fazenda Pública no tocante à cobrança dos Art. 122. O Poder Executivo, dentro do prazo Art. 127. Vetado.
seus créditos e processos em geral, custas, de cento e oitenta dias, a partir da publicação Art. 128. Esta Lei entrará em vigor na data
prazos de prescrição, imunidades tributárias da presente Lei, deverá baixar a regulamenta- de sua publicação, revogadas as disposições
e isenções fiscais. ção necessária à sua execução. em contrário.
Art. 119. Não poderão gozar dos benefícios Art. 123. O critério da tributação constante do Brasília, 30 de novembro de 1964;
desta Lei, inclusive a obtenção de financia- Título III, Capítulo I, passará a vigorar a partir 143º da Independência e 76º da República.
mentos, empréstimos e outras facilidades de 1º. de janeiro de 1965. H. CASTELLO BRANCO
financeiras, os proprietários de imóveis rurais, Parágrafo único. Do Imposto Territorial Rural, Presidente da República
cujos certificados de cadastro os classifiquem calculado na forma do disposto no artigo 50 e DOU de 30.11.1964, retificado em 17.12.1964
na forma prevista no artigo 4º, inciso V. seus parágrafos serão feitas, nos três primei- e retificado em 6.4.1965

14
ESTATUTO DOS REFUGIADOS Art. 1º

ESTATUTO DOS REFUGIADOS


Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997

``DOU, 23.07.1997. sujeitará seu beneficiário ao preceituado nesta ``OMinistério da Justiça foi transformado em
Define mecanismos para a implementação do Es­ Lei, sem prejuízo do disposto em instrumentos Ministério da Justiça e Cidadania pela Lei
tatuto dos Refugiados de 1951, e determina outras internacionais de que o Governo brasileiro seja 13.341/2016.
providências. parte, ratifique ou venha a aderir.
CAPÍTULO I
O Presidente da República. Faço saber que o Art. 5º O refugiado gozará de direitos e estará DA COMPETÊNCIA
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a sujeito aos deveres dos estrangeiros no Brasil,
seguinte Lei: ao disposto nesta Lei, na Convenção sobre o Art. 12. Compete ao CONARE, em consonân-
Estatuto dos Refugiados de 1951 e no Proto- cia com a Convenção sobre o Estatuto dos
TÍTULO I colo sobre o Estatuto dos Refugiados de 1967, Refugiados de 1951, com o Protocolo sobre
DOS ASPECTOS CARACTERIZADORES cabendo‑lhe a obrigação de acatar as leis, o Estatuto dos Refugiados de 1967 e com as
regulamentos e providências destinados à demais fontes de direito internacional dos
CAPÍTULO I manutenção da ordem pública. refugiados:
DO CONCEITO, DA EXTENSÃO E DA Art. 6º O refugiado terá direito, nos termos da I ‑ analisar o pedido e declarar o reconheci-
EXCLUSÃO Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de mento, em primeira instância, da condição
1951, a cédula de identidade comprobatória de refugiado;
SEÇÃO I de sua condição jurídica, carteira de trabalho II ‑ decidir a cessação, em primeira instância, ex
DO CONCEITO e documento de viagem. officio ou mediante requerimento das autori-
TÍTULO II dades competentes, da condição de refugiado;
Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo
indivíduo que: DO INGRESSO NO TERRITÓRIO III ‑ determinar a perda, em primeira instância,
NACIONAL E DO PEDIDO DE REFÚGIO da condição de refugiado;
I ‑ devido a fundados temores de perseguição
por motivos de raça, religião, nacionalidade, IV ‑ orientar e coordenar as ações necessárias
Art. 7º O estrangeiro que chegar ao território à eficácia da proteção, assistência e apoio
grupo social ou opiniões políticas encontre‑se nacional poderá expressar sua vontade de
fora de seu país de nacionalidade e não possa jurídico aos refugiados;
solicitar reconhecimento como refugiado a
ou não queira acolher‑se à proteção de tal país; qualquer autoridade migratória que se en- V ‑ aprovar instruções normativas esclarece-
II ‑ não tendo nacionalidade e estando fora do contre na fronteira, a qual lhe proporcionará doras à execução desta lei.
país onde antes teve sua residência habitual, as informações necessárias quanto ao proce- Art. 13. O regimento interno do CONARE será
não possa ou não queira regressar a ele, em dimento cabível. aprovado pelo Ministro de Estado da Justiça.
função das circunstâncias descritas no inciso § 1º Em hipótese alguma será efetuada sua Parágrafo único. O regimento interno de-
anterior; deportação para fronteira de território em terminará a periodicidade das reuniões do
III ‑ devido a grave e generalizada violação que sua vida ou liberdade esteja ameaçada, CONARE.
de direitos humanos, é obrigado a deixar seu em virtude de raça, religião, nacionalidade, CAPÍTULO II
país de nacionalidade para buscar refúgio grupo social ou opinião política. DA ESTRUTURA E DO
em outro país. § 2º O benefício previsto neste artigo não po- FUNCIONAMENTO
derá ser invocado por refugiado considerado
SEÇÃO II perigoso para a segurança do Brasil. Art. 14. O CONARE será constituído por:
DA EXTENSÃO
Art. 8º O ingresso irregular no território I ‑ um representante do Ministério da Justiça,
Art. 2º Os efeitos da condição dos refugiados nacional não constitui impedimento para o que o presidirá;
serão extensivos ao cônjuge, aos ascenden- estrangeiro solicitar refúgio às autoridades ``OMinistério da Justiça foi transformado em
tes e descendentes, assim como aos demais competentes. Ministério da Justiça e Cidadania pela Lei
membros do grupo familiar que do refugiado Art. 9º A autoridade a quem for apresentada a 13.341/2016.
dependerem economicamente, desde que se solicitação deverá ouvir o interessado e prepa- II ‑ um representante do Ministério das Rela-
encontrem em território nacional. rar termo de declaração, que deverá conter as ções Exteriores;
circunstâncias relativas à entrada no Brasil e às III ‑ um representante do Ministério do Tra-
SEÇÃO III razões que o fizeram deixar o país de origem. balho;
DA EXCLUSÃO Art. 10. A solicitação, apresentada nas IV ‑ um representante do Ministério da Saúde;
Art. 3º Não se beneficiarão da condição de condições previstas nos artigos anteriores,
V ‑ um representante do Ministério da Educa-
refugiado os indivíduos que: suspenderá qualquer procedimento admi-
ção e do Desporto;
nistrativo ou criminal pela entrada irregular,
I ‑ já desfrutem de proteção ou assistência instaurado contra o peticionário e pessoas VI ‑ um representante do Departamento de
por parte de organismo ou instituição das Na- de seu grupo familiar que o acompanhem. Polícia Federal;
ções Unidas que não o Alto Comissariado das VII ‑ um representante de organização não
§ 1º Se a condição de refugiado for reconheci-
Nações Unidas para os Refugiados ‑ ACNUR; governamental, que se dedique a atividades de
da, o procedimento será arquivado, desde que
II ‑ sejam residentes no território nacional e demonstrado que a infração correspondente assistência e proteção de refugiados no país.
tenham direitos e obrigações relacionados foi determinada pelos mesmos fatos que jus- § 1º O Alto Comissariado das Nações Unidas
com a condição de nacional brasileiro; tificaram o dito reconhecimento. para Refugiados ‑ ACNUR será sempre membro
III ‑ tenham cometido crime contra a paz, crime § 2º Para efeito do disposto no parágrafo convidado para as reuniões do CONARE, com
de guerra, crime contra a humanidade, crime anterior, a solicitação de refúgio e a decisão direito a voz, sem voto.
hediondo, participado de atos terroristas ou sobre a mesma deverão ser comunicadas à § 2º Os membros do CONARE serão designa-
tráfico de drogas; Polícia Federal, que as transmitirá ao órgão dos pelo Presidente da República, mediante
IV ‑ sejam considerados culpados de atos con- onde tramitar o procedimento administrativo indicações dos órgãos e da entidade que o
trários aos fins e princípios das Nações Unidas. ou criminal. compõem.
§ 3º O CONARE terá um Coordenador‑Geral,
CAPÍTULO II TÍTULO III
com a atribuição de preparar os processos de
DA CONDIÇÃO JURÍDICA DE DO CONARE
requerimento de refúgio e a pauta de reunião.
REFUGIADO
Art. 11. Fica criado o Comitê Nacional para os Art. 15. A participação no CONARE será con-
Art. 4º O reconhecimento da condição de re- Refugiados ‑ CONARE, órgão de deliberação siderada serviço relevante e não implicará
fugiado, nos termos das definições anteriores, coletiva, no âmbito do Ministério da Justiça. remuneração de qualquer natureza ou espécie.

1
Art. 16 ESTATUTO DOS REFUGIADOS
Art. 16. O CONARE reunir‑se‑á com quórum Art. 25. Os intervenientes nos processos relati- Art. 37. A expulsão de refugiado do território
de quatro membros com direito a voto, deli- vos às solicitações de refúgio deverão guardar nacional não resultará em sua retirada para
berando por maioria simples. segredo profissional quanto às informações a país onde sua vida, liberdade ou integridade
Parágrafo único. Em caso de empate, será que terão acesso no exercício de suas funções. física possam estar em risco, e apenas será
considerado voto decisivo o do Presidente efetivada quando da certeza de sua admissão
CAPÍTULO IV em país onde não haja riscos de perseguição.
do CONARE.
DA DECISÃO, DA COMUNICAÇÃO E DO
TÍTULO IV REGISTRO TÍTULO VI
DO PROCESSO DE REFÚGIO DA CESSAÇÃO E DA PERDA DA
Art. 26. A decisão pelo reconhecimento da CONDIÇÃO DE REFUGIADO
CAPÍTULO I condição de refugiado será considerada ato
declaratório e deverá estar devidamente fun- CAPÍTULO I
DO PROCEDIMENTO DA CESSAÇÃO DA CONDIÇÃO DE
damentada.
REFUGIADO
Art. 17. O estrangeiro deverá apresentar‑se à Art. 27. Proferida a decisão, o CONARE no-
autoridade competente e externar vontade tificará o solicitante e o Departamento de Art. 38. Cessará a condição de refugiado nas
de solicitar o reconhecimento da condição Polícia Federal, para as medidas administra- hipóteses em que o estrangeiro:
de refugiado. tivas cabíveis. I ‑ voltar a valer‑se da proteção do país de
Art. 18. A autoridade competente notificará Art. 28. No caso de decisão positiva, o refu- que é nacional;
o solicitante para prestar declarações, ato giado será registrado junto ao Departamento II ‑ recuperar voluntariamente a nacionalidade
que marcará a data de abertura dos proce- de Polícia Federal, devendo assinar termo de outrora perdida;
dimentos. responsabilidade e solicitar cédula de identi- III ‑ adquirir nova nacionalidade e gozar da
Parágrafo único. A autoridade competente dade pertinente. proteção do país cuja nacionalidade adquiriu;
informará o Alto Comissariado das Nações IV ‑ estabelecer‑se novamente, de maneira
Unidas para Refugiados ‑ ACNUR sobre a exis- CAPÍTULO V
DO RECURSO voluntária, no país que abandonou ou fora do
tência do processo de solicitação de refúgio qual permaneceu por medo de ser perseguido;
e facultará a esse organismo a possibilidade Art. 29. No caso de decisão negativa, esta
de oferecer sugestões que facilitem seu an- V ‑ não puder mais continuar a recusar a pro-
deverá ser fundamentada na notificação ao teção do país de que é nacional por terem
damento. solicitante, cabendo direito de recurso ao Mi- deixado de existir as circunstâncias em con-
Art. 19. Além das declarações, prestadas se nistro de Estado da Justiça, no prazo de quinze sequência das quais foi reconhecido como
necessário com ajuda de intérprete, deverá o dias, contados do recebimento da notificação. refugiado;
estrangeiro preencher a solicitação de reco-
Art. 30. Durante a avaliação do recurso, será VI ‑ sendo apátrida, estiver em condições de
nhecimento como refugiado, a qual deverá
permitido ao solicitante de refúgio e aos seus voltar ao país no qual tinha sua residência
conter identificação completa, qualificação
familiares permanecer no território nacional, habitual, uma vez que tenham deixado de
profissional, grau de escolaridade do solici-
sendo observado o disposto nos §§ 1º e 2º do existir as circunstâncias em consequência das
tante e membros do seu grupo familiar, bem
art. 21 desta lei. quais foi reconhecido como refugiado.
como relato das circunstâncias e fatos que
fundamentem o pedido de refúgio, indicando Art. 31. A decisão do Ministro de Estado da CAPÍTULO II
os elementos de prova pertinentes. Justiça não será passível de recurso, devendo DA PERDA DA CONDIÇÃO DE
ser notificada ao CONARE, para ciência do soli- REFUGIADO
Art. 20. O registro de declaração e a supervisão
citante, e ao Departamento de Polícia Federal,
do preenchimento da solicitação do refúgio Art. 39. Implicará perda da condição de re-
para as providências devidas.
devem ser efetuados por funcionários quali- fugiado:
ficados e em condições que garantam o sigilo Art. 32. No caso de recusa definitiva de re-
fúgio, ficará o solicitante sujeito à legislação I ‑ a renúncia;
das informações.
de estrangeiros, não devendo ocorrer sua II ‑ a prova da falsidade dos fundamentos
CAPÍTULO II transferência para o seu país de nacionalidade invocados para o reconhecimento da condição
DA AUTORIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA ou de residência habitual, enquanto perma- de refugiado ou a existência de fatos que, se
PROVISÓRIA necerem as circunstâncias que põem em risco fossem conhecidos quando do reconhecimen-
sua vida, integridade física e liberdade, salvo to, teriam ensejado uma decisão negativa;
Art. 21. Recebida a solicitação de refúgio, o III ‑ o exercício de atividades contrárias à se-
nas situações determinadas nos incisos III e IV
Departamento de Polícia Federal emitirá pro- gurança nacional ou à ordem pública;
do art. 3º desta lei.
tocolo em favor do solicitante e de seu grupo
IV ‑ a saída do território nacional sem prévia
familiar que se encontre no território nacional, TÍTULO V
autorização do Governo brasileiro.
o qual autorizará a estada até a decisão final DOS EFEITOS DO ESTATUTO DE
do processo. REFUGIADOS SOBRE A EXTRADIÇÃO E Parágrafo único. Os refugiados que perderem
essa condição com fundamento nos incisos I
§ 1º O protocolo permitirá ao Ministério do A EXPULSÃO
e IV deste artigo serão enquadrados no regi-
Trabalho expedir carteira de trabalho provisó-
me geral de permanência de estrangeiros no
ria, para o exercício de atividade remunerada CAPÍTULO I território nacional, e os que a perderem com
no país. DA EXTRADIÇÃO fundamento nos incisos II e III estarão sujeitos
§ 2º No protocolo do solicitante de refúgio às medidas compulsórias previstas na Lei n.
serão mencionados, por averbamento, os Art. 33. O reconhecimento da condição de
6.815, de 19 de agosto de 1980.
menores de quatorze anos. refugiado obstará o seguimento de qualquer
``A Lei 6.815/1980 foi revogada pela Lei
Art. 22. Enquanto estiver pendente o pro- pedido de extradição baseado nos fatos que
13.445/2017 (Institui a Lei de Migração).
cesso relativo à solicitação de refúgio, ao fundamentaram a concessão de refúgio.
peticionário será aplicável a legislação sobre Art. 34. A solicitação de refúgio suspenderá, CAPÍTULO III
estrangeiros, respeitadas as disposições espe- até decisão definitiva, qualquer processo de DA AUTORIDADE COMPETENTE E DO
cíficas contidas nesta Lei. extradição pendente, em fase administrativa RECURSO
ou judicial, baseado nos fatos que fundamen-
CAPÍTULO III taram a concessão de refúgio. Art. 40. Compete ao CONARE decidir em
DA INSTRUÇÃO E DO RELATÓRIO primeira instância sobre cessação ou perda
Art. 35. Para efeito do cumprimento do dis- da condição de refugiado, cabendo, dessa
Art. 23. A autoridade competente procederá posto nos arts. 33 e 34 desta lei, a solicitação decisão, recurso ao Ministro de Estado da
a eventuais diligências requeridas pelo CO- de reconhecimento como refugiado será co- Justiça, no prazo de quinze dias, contados do
NARE, devendo averiguar todos os fatos cujo municada ao órgão onde tramitar o processo recebimento da notificação.
conhecimento seja conveniente para uma de extradição. § 1º A notificação conterá breve relato dos
justa e rápida decisão, respeitando sempre o CAPÍTULO II fatos e fundamentos que ensejaram a deci-
princípio da confidencialidade. DA EXPULSÃO são e cientificará o refugiado do prazo para
Art. 24. Finda a instrução, a autoridade com- interposição do recurso.
petente elaborará, de imediato, relatório, que Art. 36. Não será expulso do território nacional § 2º Não sendo localizado o estrangeiro para a
será enviado ao Secretário do CONARE, para o refugiado que esteja regularmente registra- notificação prevista neste artigo, a decisão será
inclusão na pauta da próxima reunião daquele do, salvo por motivos de segurança nacional publicada no Diário Oficial da União, para fins de
Colegiado. ou de ordem pública. contagem do prazo de interposição de recurso.

2
ESTATUTO DOS REFUGIADOS Art. 41
Art. 41. A decisão do Ministro de Estado da considerada quando da necessidade da apre- TÍTULO VIII
Justiça é irrecorrível e deverá ser notificada sentação de documentos emitidos por seus DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ao CONARE, que a informará ao estrangeiro países de origem ou por suas representações
e ao Departamento de Polícia Federal, para diplomáticas e consulares. Art. 47. Os processos de reconhecimento da
as providências cabíveis. Art. 44. O reconhecimento de certificados condição de refugiado serão gratuitos e terão
e diplomas, os requisitos para a obtenção caráter urgente.
TÍTULO VII da condição de residente e o ingresso em
DAS SOLUÇÕES DURÁVEIS instituições acadêmicas de todos os níveis Art. 48. Os preceitos desta lei deverão ser
deverão ser facilitados, levando‑se em con- interpretados em harmonia com a Declaração
CAPÍTULO I sideração a situação desfavorável vivenciada Universal dos Direitos do Homem de 1948, com
DA REPATRIAÇÃO pelos refugiados. a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados
Art. 42. A repatriação de refugiados aos seus CAPÍTULO III de 1951, com o Protocolo sobre o Estatuto dos
países de origem deve ser caracterizada pelo DO REASSENTAMENTO Refugiados de 1967 e com todo dispositivo
caráter voluntário do retorno, salvo nos casos pertinente de instrumento internacional de
Art. 45. O reassentamento de refugiados em
em que não possam recusar a proteção do país proteção de direitos humanos com o qual
outros países deve ser caracterizado, sempre
de que são nacionais, por não mais subsistirem que possível, pelo caráter voluntário. o Governo brasileiro estiver comprometido.
as circunstâncias que determinaram o refúgio.
Art. 46. O reassentamento de refugiados no Art. 49. Esta Lei entra em vigor na data de
CAPÍTULO II Brasil se efetuará de forma planificada e com a sua publicação.
DA INTEGRAÇÃO LOCAL participação coordenada dos órgãos estatais e,
Brasília, 22 de julho de 1997; 176º da Inde-
quando possível, de organizações não gover-
Art. 43. No exercício de seus direitos e deveres, namentais, identificando áreas de cooperação pendência e 109º da República.
a condição atípica dos refugiados deverá ser e de determinação de responsabilidades. Fernando Henrique Cardoso

3
Estatuto Geral das Guardas Municipais Art. 1o

ESTATUTO GERAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS


Lei nº 13.022, de 8 de agosto de 2014

Dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Mu­ convênio celebrado com órgão de trânsito Art. 7o As guardas municipais não poderão
nicipais. estadual ou municipal; ter efetivo superior a:
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con­ VII - proteger o patrimônio ecológico, his- I - 0,4% (quatro décimos por cento) da popula-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: tórico, cultural, arquitetônico e ambiental ção, em Municípios com até 50.000 (cinquenta
do Município, inclusive adotando medidas mil) habitantes;
CAPÍTULO I educativas e preventivas; II - 0,3% (três décimos por cento) da população,
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES VIII - cooperar com os demais órgãos de defesa em Municípios com mais de 50.000 (cinquenta
civil em suas atividades; mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) ha-
Art. 1o Esta Lei institui normas gerais para as
IX - interagir com a sociedade civil para dis- bitantes, desde que o efetivo não seja inferior
guardas municipais, disciplinando o § 8o do
cussão de soluções de problemas e projetos ao disposto no inciso I;
art. 144 da Constituição Federal.
locais voltados à melhoria das condições de III - 0,2% (dois décimos por cento) da popu-
Art. 2 o Incumbe às guardas municipais, lação, em Municípios com mais de 500.000
segurança das comunidades;
instituições de caráter civil, uniformizadas e (quinhentos mil) habitantes, desde que o efe-
armadas conforme previsto em lei, a função X - estabelecer parcerias com os órgãos esta-
duais e da União, ou de Municípios vizinhos, tivo não seja inferior ao disposto no inciso II.
de proteção municipal preventiva, ressalvadas
por meio da celebração de convênios ou con- Parágrafo único. Se houver redução da po-
as competências da União, dos Estados e do
sórcios, com vistas ao desenvolvimento de pulação referida em censo ou estimativa oficial
Distrito Federal.
ações preventivas integradas; da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
CAPÍTULO II e Estatística (IBGE), é garantida a preservação
XI - articular-se com os órgãos municipais de
DOS PRINCÍPIOS do efetivo existente, o qual deverá ser ajustado
políticas sociais, visando à adoção de ações
à variação populacional, nos termos de lei
Art. 3o São princípios mínimos de atuação interdisciplinares de segurança no Município;
municipal.
das guardas municipais: XII - integrar-se com os demais órgãos de
Art. 8o Municípios limítrofes podem, mediante
I - proteção dos direitos humanos fundamen- poder de polícia administrativa, visando a con-
consórcio público, utilizar, reciprocamente,
tais, do exercício da cidadania e das liberdades tribuir para a normatização e a fiscalização das
os serviços da guarda municipal de maneira
públicas; posturas e ordenamento urbano municipal; compartilhada.
II - preservação da vida, redução do sofrimento XIII - garantir o atendimento de ocorrências Art. 9 o A guarda municipal é formada por
e diminuição das perdas; emergenciais, ou prestá-lo direta e imediata- servidores públicos integrantes de carreira
mente quando deparar-se com elas; única e plano de cargos e salários, conforme
III - patrulhamento preventivo;
XIV - encaminhar ao delegado de polícia, dian- disposto em lei municipal.
IV - compromisso com a evolução social da
te de flagrante delito, o autor da infração,
comunidade; e CAPÍTULO V
preservando o local do crime, quando possível
V - uso progressivo da força. e sempre que necessário; DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA
CAPÍTULO III XV - contribuir no estudo de impacto na segu- Art. 10. São requisitos básicos para investidura
DAS COMPETÊNCIAS rança local, conforme plano diretor municipal, em cargo público na guarda municipal:
por ocasião da construção de empreendimen-
Art. 4 o É competência geral das guardas I - nacionalidade brasileira;
tos de grande porte;
municipais a proteção de bens, serviços, lo- II - gozo dos direitos políticos;
XVI - desenvolver ações de prevenção primária
gradouros públicos municipais e instalações à violência, isoladamente ou em conjunto com III - quitação com as obrigações militares e
do Município. os demais órgãos da própria municipalidade, eleitorais;
Parágrafo único. Os bens mencionados no de outros Municípios ou das esferas estadual IV - nível médio completo de escolaridade;
caput abrangem os de uso comum, os de uso e federal; V - idade mínima de 18 (dezoito) anos;
especial e os dominiais.
XVII - auxiliar na segurança de grandes eventos VI - aptidão física, mental e psicológica; e
Art. 5o São competências específicas das guar- e na proteção de autoridades e dignatários; e VII - idoneidade moral comprovada por inves-
das municipais, respeitadas as competências
XVIII - atuar mediante ações preventivas na tigação social e certidões expedidas perante
dos órgãos federais e estaduais:
segurança escolar, zelando pelo entorno e o Poder Judiciário estadual, federal e distrital.
I - zelar pelos bens, equipamentos e prédios participando de ações educativas com o corpo Parágrafo único. Outros requisitos poderão
públicos do Município; discente e docente das unidades de ensino ser estabelecidos em lei municipal.
II - prevenir e inibir, pela presença e vigilância, municipal, de forma a colaborar com a implan-
bem como coibir, infrações penais ou adminis- CAPÍTULO VI
tação da cultura de paz na comunidade local.
trativas e atos infracionais que atentem contra DA CAPACITAÇÃO
Parágrafo único. No exercício de suas
os bens, serviços e instalações municipais; competências, a guarda municipal poderá Art. 11. O exercício das atribuições dos car-
III - atuar, preventiva e permanentemente, colaborar ou atuar conjuntamente com órgãos gos da guarda municipal requer capacitação
no território do Município, para a proteção de segurança pública da União, dos Estados específica, com matriz curricular compatível
sistêmica da população que utiliza os bens, e do Distrito Federal ou de congêneres de com suas atividades.
serviços e instalações municipais; Municípios vizinhos e, nas hipóteses previstas Parágrafo único. Para fins do disposto no
IV - colaborar, de forma integrada com os nos incisos XIII e XIV deste artigo, diante do caput, poderá ser adaptada a matriz curricular
órgãos de segurança pública, em ações con- comparecimento de órgão descrito nos incisos nacional para formação em segurança pública,
juntas que contribuam com a paz social; do caput do art. 144 da Constituição Federal, elaborada pela Secretaria Nacional de Segu-
V - colaborar com a pacificação de conflitos deverá a guarda municipal prestar todo o apoio rança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça.
que seus integrantes presenciarem, atentando à continuidade do atendimento. Art. 12. É facultada ao Município a criação de
para o respeito aos direitos fundamentais CAPÍTULO IV órgão de formação, treinamento e aperfeiço-
das pessoas; DA CRIAÇÃO amento dos integrantes da guarda municipal,
VI - exercer as competências de trânsito que tendo como princípios norteadores os men-
lhes forem conferidas, nas vias e logradouros Art. 6 o O Município pode criar, por lei, sua cionados no art. 3o.
municipais, nos termos da Lei n o 9.503, de guarda municipal. § 1o Os Municípios poderão firmar convênios
23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Parágrafo único. A guarda municipal é subor- ou consorciar-se, visando ao atendimento do
Brasileiro), ou de forma concorrente, mediante dinada ao chefe do Poder Executivo municipal. disposto no caput deste artigo.

1
Art. 13 Estatuto Geral das Guardas Municipais
§ 2o O Estado poderá, mediante convênio com § 2o Os corregedores e ouvidores terão man- Art. 18. É assegurado ao guarda municipal o
os Municípios interessados, manter órgão de dato cuja perda será decidida pela maioria recolhimento à cela, isoladamente dos demais
formação e aperfeiçoamento centralizado, absoluta da Câmara Municipal, fundada em presos, quando sujeito à prisão antes de con-
em cujo conselho gestor seja assegurada a razão relevante e específica prevista em lei denação definitiva.
participação dos Municípios conveniados. municipal.
CAPÍTULO IX
§ 3o O órgão referido no § 2o não pode ser o Art. 14. Para efeito do disposto no inciso I
DAS VEDAÇÕES
mesmo destinado a formação, treinamento ou do caput do art. 13, a guarda municipal terá
aperfeiçoamento de forças militares. código de conduta próprio, conforme dispuser Art. 19. A estrutura hierárquica da guarda
lei municipal. municipal não pode utilizar denominação
CAPÍTULO VII Parágrafo único. As guardas municipais não idêntica à das forças militares, quanto aos
DO CONTROLE podem ficar sujeitas a regulamentos discipli- postos e graduações, títulos, uniformes, dis-
nares de natureza militar. tintivos e condecorações.
Art. 13. O funcionamento das guardas muni-
cipais será acompanhado por órgãos próprios, CAPÍTULO VIII CAPÍTULO X
permanentes, autônomos e com atribuições DAS PRERROGATIVAS DA REPRESENTATIVIDADE
de fiscalização, investigação e auditoria, me-
diante: Art. 15. Os cargos em comissão das guardas Art. 20. É reconhecida a representatividade
municipais deverão ser providos por membros das guardas municipais no Conselho Nacional
I - controle interno, exercido por corregedoria, efetivos do quadro de carreira do órgão ou
naquelas com efetivo superior a 50 (cinquenta) de Segurança Pública, no Conselho Nacional
entidade. das Guardas Municipais e, no interesse dos Mu-
servidores da guarda e em todas as que uti-
§ 1o Nos primeiros 4 (quatro) anos de fun- nicípios, no Conselho Nacional de Secretários
lizam arma de fogo, para apurar as infrações cionamento, a guarda municipal poderá ser
disciplinares atribuídas aos integrantes de e Gestores Municipais de Segurança Pública.
dirigida por profissional estranho a seus
seu quadro; e quadros, preferencialmente com experiência CAPÍTULO XI
II - controle externo, exercido por ouvidoria, ou formação na área de segurança ou defesa DISPOSIÇÕES DIVERSAS E
independente em relação à direção da respec- social, atendido o disposto no caput. TRANSITÓRIAS
tiva guarda, qualquer que seja o número de § 2o Para ocupação dos cargos em todos os
servidores da guarda municipal, para receber, níveis da carreira da guarda municipal, deverá Art. 21. As guardas municipais utilizarão
examinar e encaminhar reclamações, suges- ser observado o percentual mínimo para o sexo uniforme e equipamentos padronizados,
tões, elogios e denúncias acerca da conduta feminino, definido em lei municipal. preferencialmente, na cor azul-marinho.
de seus dirigentes e integrantes e das ativi- § 3o Deverá ser garantida a progressão fun- Art. 22. Aplica-se esta Lei a todas as guardas
dades do órgão, propor soluções, oferecer cional da carreira em todos os níveis. municipais existentes na data de sua publica-
recomendações e informar os resultados aos ção, a cujas disposições devem adaptar-se no
Art. 16. Aos guardas municipais é autorizado
interessados, garantindo-lhes orientação, in- o porte de arma de fogo, conforme previsto prazo de 2 (dois) anos.
formação e resposta. em lei. Parágrafo único. É assegurada a utilização de
§ 1o O Poder Executivo municipal poderá criar Parágrafo único. Suspende-se o direito ao outras denominações consagradas pelo uso,
órgão colegiado para exercer o controle social porte de arma de fogo em razão de restrição como guarda civil, guarda civil municipal, guar-
das atividades de segurança do Município, médica, decisão judicial ou justificativa da da metropolitana e guarda civil metropolitana.
analisar a alocação e aplicação dos recursos adoção da medida pelo respectivo dirigente. Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de
públicos e monitorar os objetivos e metas da Art. 17. A Agência Nacional de Telecomuni- sua publicação.
política municipal de segurança e, posterior- cações (Anatel) destinará linha telefônica de Brasília, 8 de agosto de 2014; 193o da
mente, a adequação e eventual necessidade número 153 e faixa exclusiva de frequência Independência e 126o da República.
de adaptação das medidas adotadas face aos de rádio aos Municípios que possuam guarda DILMA ROUSSEFF
resultados obtidos. municipal. DOU de 11.8.2014 - Edição extra

2
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 6.938/1981

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 6.938, necessariamente assegurado e protegido, União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
DE 31 DE AGOSTO DE 1981 tendo em vista o uso coletivo; Territórios e dos Municípios;
``CF/88: art. 225, § 1º, VII.
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, III – ao estabelecimento de critérios e padrões
``Lei 12.651/2012: art. 1º-A
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, da qualidade ambiental e de normas relativas
``Decreto 99.274/1990: art. 1º.
e dá outras providências. ao uso e manejo de recursos ambientais;
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, ``Decreto 5.975/2006 – Regulamenta o inciso III
``Lei 12.651/2012 – Dispõe sobre a proteção da da água e do ar; do art. 4º da Lei 6.938/1981.
vegetação nativa; altera as Leis 6.938/1981,
9.393/1996, e 11.428/2006; revoga as Leis III – planejamento e fiscalização do uso dos IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de
4.771/1965, e 7.754/1989, e a MP 2.166-67/2001. recursos ambientais; tecnologias nacionais orientadas para o uso
(Novo Código Florestal) IV – proteção dos ecossistemas, com a preser- racional de recursos ambientais;
``Lei 11.105/2005 – Regulamenta os incisos II, IV vação de áreas representativas; V – à difusão de tecnologias de manejo do
e V do § 1º do art. 225 da CF. meio ambiente, à divulgação de dados e in-
``Lei 9.985/2000 – Regulamenta o art. 225, § 1º,
V – controle e zoneamento das atividades
potencial ou efetivamente poluidoras; formações ambientais e à formação de uma
incisos I, II, III e VII da CF, institui o Sistema Na- consciência pública sobre a necessidade de
cional de Unidades de Conservação da Natureza. VI – incentivos ao estudo e à pesquisa de
``Lei 9.605/1998 – Dispõe sobre as sanções pe- tecnologias orientadas para o uso racional e preservação da qualidade ambiental e do
nais e administrativas derivadas de condutas a proteção dos recursos ambientais; equilíbrio ecológico;
e atividades lesivas ao meio ambiente. (Lei de VII – acompanhamento do estado da quali- VI – à preservação e restauração dos recursos
crimes ambientais) ambientais com vistas à sua utilização racional
``Decreto 7.830/2012 – Dispõe sobre o Sistema de
dade ambiental;
e disponibilidade permanente, concorrendo
Cadastro Ambiental Rural, o Cadastro Ambien- VIII – recuperação de áreas degradadas; para a manutenção do equilíbrio ecológico
tal Rural, estabelece normas de caráter geral aos ``Decreto 97.632/1989 – Regulamenta o inciso propício à vida;
Programas de Regularização Ambiental, de que VIII do art. 2º da Lei 6.938/1981.
trata a Lei 12.651/2012.. VII – à imposição, ao poluidor e ao predador,
IX – proteção de áreas ameaçadas de degra-
``Decreto de 15 de setembro de 2010 – Institui o da obrigação de recuperar e/ou indenizar os
dação;
Plano de Ação para Prevenção e Controle do danos causados e, ao usuário, da contribuição
Desmatamento e das Queimadas no Bioma X – educação ambiental a todos os níveis do pela utilização de recursos ambientais com
Cerrado (PP Cerrado). ensino, inclusive a educação da comuni­dade, fins econômicos.
``Decreto 6.514/2008 – Dispõe sobre as infrações objetivando capacitá-la para participação ati-
ART. 5º. As diretrizes da Política Nacional do
e sanções administrativas ao meio ambiente, va na defesa do meio ambiente.
Meio Ambiente serão formuladas em normas
estabelece o processo administrativo federal ART. 3º. Para os fins previstos nesta Lei,
para apuração destas infrações. e planos, destinados a orientar a ação dos
entende-se por: governos da União, dos Estados, do Distrito
``Decreto 6.321/2007 – Dispõe sobre ações relati-
``Lei 12.651/2012: art. 3º.
vas à prevenção, monitoramento e controle de Federal, dos Territórios e dos Municípios no
desmatamento no Bioma Amazônia. I – meio ambiente, o conjunto de condições, que se relaciona com a preservação da quali-
``Decreto 5.092/2004 – Define regras para identi- leis, influências e interações de ordem física, dade ambiental e manutenção do equilíbrio
ficação de áreas prioritárias para a conservação, química e biológica, que permite, abriga e rege ecológico, observados os princípios estabe-
utilização sustentável e repartição dos benefícios a vida em todas as suas formas; lecidos no art. 2º desta Lei.
da biodiversidade, no âmbito das atribuições do II – degradação da qualidade ambiental, a ``Decreto5.098/2004 – Plano Nacional de Pre-
Ministério do Meio Ambiente. venção, Preparação e Resposta Rápida a Emer-
alteração adversa das características do meio
``Decreto 4.339/2002 – Institui princípios e diretri- gências Ambientais com Produtos Químicos
ambiente;
zes para a implementação da Política Nacional Perigosos (P2R2).
da Biodiversidade. III – poluição, a degradação da qualidade
Parágrafo único. As atividades empresariais
``Decreto 99.274/1990 – Regulamenta a Lei nº ambiental resultante de atividades que direta
públicas ou privadas serão exercidas em con-
6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 ou indiretamente:
de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sonância com as diretrizes da Política Nacional
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem- do Meio Ambiente.
sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de -estar da população;
Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional
b) criem condições adversas às atividades DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO
do Meio Ambiente.
sociais e econômicas; AMBIENTE
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono c) afetem desfavoravelmente a biota;
ART. 6º. Os órgãos e entidades da União, dos
a seguinte Lei: d) afetem as condições estéticas ou sanitárias
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios
do meio ambiente;
ART. 1º. Esta Lei, com fundamento nos incisos e dos Municípios, bem como as fundações
VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição, e) lancem matérias ou energia em desacordo instituídas pelo Poder Público, responsáveis
estabelece a Política Nacional do Meio Am- com os padrões ambientais estabelecidos; pela proteção e melhoria da qualidade am-
biente, seus fins e mecanismos de formulação IV – poluidor, a pessoa física ou jurídica, de biental, constituirão o Sistema Nacional do
e aplicação, constitui o Sistema Nacional do direito público ou privado, responsável, direta Meio Ambiente – Sisnama, assim estruturado:
Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro ou indiretamente, por atividade causadora de I – órgão superior: o Conselho de Governo,
de Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei degradação ambiental; com a função de assessorar o Presidente da
nº 8.028, de 1990) V – recursos ambientais: a atmosfera, as águas República na formulação da política nacional
``Consta conforme publicação oficial. Onde se lê interiores, superficiais e subterrâneas, os es- e nas diretrizes governamentais para o meio
“art. 235”; leia-se “art. 225”. tuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, ambiente e os recursos ambientais; (Redação
DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO os elementos da biosfera, a fauna e a flora. dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
AMBIENTE (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) II – órgão consultivo e deliberativo: o Conselho
DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA Nacional do Meio Ambiente – Conama, com a
ART. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente NACIONAL DO MEIO AMBIENTE finalidade de assessorar, estudar e propor ao
tem por objetivo a preservação, melhoria e Conselho de Governo, diretrizes de políticas
recuperação da qualidade ambiental propícia ART. 4º. A Política Nacional do Meio Ambiente governamentais para o meio ambiente e os
à vida, visando assegurar, no País, condições visará: recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua
ao desenvolvimento socioeconômico, aos I – à compatibilização do desenvolvimen- competência, sobre normas e padrões compa-
interesses da segurança nacional e à proteção to econômico-social com a preservação da tíveis com o meio ambiente ecologicamente
da dignidade da vida humana, atendidos os qualidade do meio ambiente e do equilíbrio equilibrado e essencial à sadia qualidade de
seguintes princípios: ecológico; vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
I – ação governamental na manutenção do II – à definição de áreas prioritárias de ação III – órgão central: a Secretaria do Meio
equilíbrio ecológico, considerando o meio governamental relativa à qualidade e ao equi- Ambiente da Presidência da República,
ambiente como um patrimônio público a ser líbrio ecológico, atendendo aos interesses da com a finalidade de planejar, coordenar,

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Lei 6.938/1981 LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
supervisionar e controlar, como órgão federal, de participação em linhas de financiamento instrumento público ou particular ou por termo
a política nacional e as diretrizes governamen- em estabelecimentos oficiais de crédito; administrativo firmado perante órgão integrante
tais fixadas para o meio ambiente; (Redação VI – estabelecer, privativamente, normas e do Sisnama, limitar o uso de toda a sua proprie-
dada pela Lei nº 8.028, de 1990) padrões nacionais de controle da poluição dade ou de parte dela para preservar, conservar
IV – órgãos executores: o Instituto Brasileiro por veículos automotores, aeronaves e em- ou recuperar os recursos ambientais existentes,
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais barcações, mediante audiência dos Ministérios instituindo servidão ambiental. (Redação dada
Renováveis – IBAMA e o Instituto Chico Mendes competentes; pela Lei nº 12.651, de 2012)
``CC: art. 1.378 e ss.
de Conservação da Biodiversidade – Instituto V – determinar, mediante representação do
Chico Mendes, com a finalidade de executar IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fis- § 1º. O instrumento ou termo de instituição da
e fazer executar a política e as diretrizes go- cais concedidos pelo Poder Público, em caráter servidão ambiental deve incluir, no mínimo,
vernamentais fixadas para o meio ambiente, geral ou condicional, e a perda ou suspensão os seguintes itens: (Redação dada pela Lei nº
de acordo com as respectivas competências; de participação em linhas de financiamento 12.651, de 2012)
(Redação dada pela Lei nº 12.856, de 2013) em estabelecimentos oficiais de crédito; (Re- I – memorial descritivo da área da servidão
V – órgãos seccionais: os órgãos ou entida- dação dada pela Vide Lei nº 7.804, de 1989) ambiental, contendo pelo menos um ponto de
des estaduais responsáveis pela execução de ``Lei9.433/1997 – Institui a Política Nacional amarração georreferenciado; (Incluído pela Lei
programas, projetos e pelo controle e fisca- de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional nº 12.651, de 2012).
de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regu- II – objeto da servidão ambiental; (Incluído pela
lização de atividades capazes de provocar a
lamenta o inciso XIX do art. 21 da CF, e altera Lei nº 12.651, de 2012).
degradação ambiental; (Redação dada pela o art. 1º da Lei 8.001/1990, que modificou a
Lei nº 7.804, de 1989) Lei 7.990/1989. III – direitos e deveres do proprietário ou pos-
VI – órgãos locais: os órgãos ou entidades Parágrafo único. O Secretário do Meio Am- suidor instituidor; (Incluído pela Lei nº 12.651,
municipais, responsáveis pelo controle e fisca- biente é, sem prejuízo de suas funções, o de 2012).
lização dessas atividades, nas suas respectivas Presidente do Conama. (Incluído pela Lei nº IV – prazo durante o qual a área permanecerá
jurisdições. (Redação dada pela Lei nº 7.804, 8.028, de 1990) como servidão ambiental. (Incluído pela Lei nº
de 1989) 12.651, de 2012).
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA § 2º. A servidão ambiental não se aplica às
§ 1º. Os Estados, na esfera de suas competên-
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Áreas de Preservação Permanente e à Reserva
cias e nas áreas de sua jurisdição, elaborarão
normas supletivas e complementares e pa- ART. 9º. São instrumentos da Política Nacional Legal mínima exigida. (Redação dada pela Lei
drões relacionados com o meio ambiente, do Meio Ambiente: nº 12.651, de 2012)
``Lei 12.651/2012: art. 44, I.
observados os que forem estabelecidos pelo
I – o estabelecimento de padrões de qualidade
Conama. § 3º. A restrição ao uso ou à exploração da vege-
ambiental;
§ 2º. Os Municípios, observadas as normas tação da área sob servidão ambiental deve ser,
II – o zoneamento ambiental; no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva
e os padrões federais e estaduais, também ``Decreto 4.297/2002 – Regulamenta o inc. II do
poderão elaborar as normas mencionadas no Legal. (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012)
art. 9º da Lei 6.938/1981.
parágrafo anterior. ``Decreto 7.378/2010 – Macrozoneamento Ecológico- § 4º. Devem ser objeto de averbação na matrícula
§ 3º. Os órgãos central, setoriais, seccionais -Econômico da Amazônia Legal (MacroZEE) da do imóvel no registro de imóveis competente:
e locais mencionados neste artigo deverão Amazônia Legal. (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012)
fornecer os resultados das análises efetuadas III – a avaliação de impactos ambientais; I – o instrumento ou termo de instituição da
e sua fundamentação, quando solicitados por IV – o licenciamento e a revisão de atividades servidão ambiental; (Incluído pela Lei nº 12.651,
pessoa legitimamente interessada. efetiva ou potencialmente poluidoras; de 2012)
§ 4º De acordo com a legislação em vigor, V – os incentivos à produção e instalação de II – o contrato de alienação, cessão ou transfe-
é o Poder Executivo autorizado a criar uma equipamentos e a criação ou absorção de tec- rência da servidão ambiental. (Incluído pela Lei
Fundação de apoio técnico científico às ati- nologia, voltados para a melhoria da qualidade nº 12.651, de 2012)
vidades do IBAMA. (Redação dada pela Lei ambiental; § 5º. Na hipótese de compensação de Reserva
nº 7.804, de 1989) VI – a criação de espaços territoriais especial- Legal, a servidão ambiental deve ser averbada
mente protegidos pelo Poder Público federal, na matrícula de todos os imóveis envolvidos.
DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO (Redação dada pela Lei nº 12.651, de 2012)
AMBIENTE estadual e municipal, tais como áreas de prote-
ção ambiental, de relevante interesse ecológico § 6º. É vedada, durante o prazo de vigência da
ART. 7º. (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990). e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei servidão ambiental, a alteração da destinação
nº 7.804, de 1989) da área, nos casos de transmissão do imóvel
ART. 8º. Compete ao Conama: (Redação dada
``Lei 9.985/2000: art. 18, caput. a qualquer título, de desmembramento ou de
pela Lei nº 8.028, de 1990)
VII – o sistema nacional de informações sobre retificação dos limites do imóvel. (Incluído pela
I – estabelecer, mediante proposta do IBAMA, Lei nº 12.651, de 2012)
normas e critérios para o licenciamento de ati- o meio ambiente;
VIII – o Cadastro Técnico Federal de Atividades § 7º. As áreas que tenham sido instituídas na
vidades efetiva ou potencialmente poluidoras, forma de servidão florestal, nos termos do art.
a ser concedido pelos Estados e supervisio- e Instrumentos de Defesa Ambiental;
44-A da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,
nado pelo IBAMA; (Redação dada pela Lei nº IX – as penalidades disciplinares ou compen- passam a ser consideradas, pelo efeito desta Lei,
7.804, de 1989) satórias ao não cumprimento das medidas como de servidão ambiental. (Incluído pela Lei
II – determinar, quando julgar necessário, a necessárias à preservação ou correção da de- nº 12.651, de 2012)
realização de estudos das alternativas e das gradação ambiental; ``Lei 12.651/2012 revogou a Lei 4.771/1965.
possíveis consequências ambientais de pro- X – a instituição do Relatório de Qualidade do ART. 9º-B. A servidão ambiental poderá ser
jetos públicos ou privados, requisitando aos Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo onerosa ou gratuita, temporária ou perpétua.
órgãos federais, estaduais e municipais, bem Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012)
assim a entidades privadas, as informações Naturais Renováveis – Ibama; (Incluído pela Lei
§ 1º. O prazo mínimo da servidão ambiental
indispensáveis para apreciação dos estudos nº 7.804, de 1989)
temporária é de 15 (quinze) anos. (Incluído pela
de impacto ambiental, e respectivos relatórios, XI – a garantia da prestação de informações Lei nº 12.651, de 2012)
no caso de obras ou atividades de significativa relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o
§ 2º. A servidão ambiental perpétua equivale,
degradação ambiental, especialmente nas áre- Poder Público a produzi-las, quando inexistentes;
para fins creditícios, tributários e de acesso aos
as consideradas patrimônio nacional; (Redação (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
recursos de fundos públicos, à Reserva Particular
dada pela Lei nº 8.028, de 1990) XII – o Cadastro Técnico Federal de atividades do Patrimônio Natural – RPPN, definida no art. 21
III – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009). potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. (Incluído
IV – homologar acordos visando à transforma- dos recursos ambientais. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.651, de 2012)
ção de penalidades pecuniárias na obrigação 7.804, de 1989) § 3º. O detentor da servidão ambiental poderá
de executar medidas de interesse para a pro- XIII – instrumentos econômicos, como con- aliená-la, cedê-la ou transferi-la, total ou parcial-
teção ambiental; (vetado); cessão florestal, servidão ambiental, seguro mente, por prazo determinado ou em caráter
V – determinar, mediante representação do ambiental e outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, definitivo, em favor de outro proprietário ou de
Ibama, a perda ou restrição de benefícios fis- de 2006) entidade pública ou privada que tenha a con-
cais concedidos pelo Poder Público, em caráter ART. 9º-A. O proprietário ou possuidor de servação ambiental como fim social. (Incluído
geral ou condicional, e a perda ou suspensão imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por pela Lei nº 12.651, de 2012)

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LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 6.938/1981
ART. 9º-C. O contrato de alienação, cessão ou ART. 11. Compete ao Ibama propor ao Conama administrativa ou financeira que concedeu os
transferência da servidão ambiental deve ser normas e padrões para implantação, acom- benefícios, incentivos ou financiamento, cum-
averbado na matrícula do imóvel. (Incluído pela panhamento e fiscalização do licenciamento prindo resolução do Conama.
Lei nº 12.651, de 2012) previsto no artigo anterior, além das que forem § 4º. (Revogado pela Lei nº 9.966, de 2000).
§ 1º. O contrato referido no caput deve conter, oriundas do próprio Conama. (Redação dada § 5º. A execução das garantias exigidas do po-
no mínimo, os seguintes itens: (Incluído pela Lei pela Lei nº 7.804, de 1989) luidor não impede a aplicação das obrigações
nº 12.651, de 2012) § 1º. (Revogado pela Lei Complementar nº 140, de indenização e reparação de danos previstas
I – a delimitação da área submetida a preser- de 2011). no § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.284,
vação, conservação ou recuperação ambiental; § 2º. Inclui-se na competência da fiscalização de 2006)
(Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) e controle a análise de projetos de entidades, ART. 15. O poluidor que expuser a perigo a
II – o objeto da servidão ambiental; (Incluído públicas ou privadas, objetivando a preservação incolumidade humana, animal ou vegetal, ou
pela Lei nº 12.651, de 2012) ou a recuperação de recursos ambientais, afe- estiver tornando mais grave situação de pe-
III – os direitos e deveres do proprietário insti- tados por processos de exploração predatórios rigo existente, fica sujeito à pena de reclusão
tuidor e dos futuros adquirentes ou sucessores; ou poluidores. de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem)
(Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) ART. 12. As entidades e órgãos de financiamento a 1.000 (mil) MVR. (Redação dada pela Lei nº
IV – os direitos e deveres do detentor da servidão e incentivos governamentais condicionarão 7.804, de 1989)
ambiental; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) a aprovação de projetos habilitados a esses § 1º. A pena é aumentada até o dobro se: (Reda-
benefícios ao licenciamento, na forma desta Lei, ção dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
V – os benefícios de ordem econômica do ins- e ao cumprimento das normas, dos critérios e
tituidor e do detentor da servidão ambiental; dos padrões expedidos pelo Conama. I – resultar: (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
(Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio
Parágrafo único. As entidades e órgãos referi-
VI – a previsão legal para garantir o seu cumpri- ambiente; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
dos no caput deste artigo deverão fazer constar
mento, inclusive medidas judiciais necessárias, b) lesão corporal grave; (Incluído pela Lei nº
dos projetos a realização de obras e aquisição
em caso de ser descumprido. (Incluído pela Lei 7.804, de 1989)
de equipamentos destinados ao controle de
nº 12.651, de 2012) II – a poluição é decorrente de atividade in-
degradação ambiental e à melhoria da qualidade
§ 2º. São deveres do proprietário do imóvel do meio ambiente. dustrial ou de transporte; (Incluído pela Lei nº
serviente, entre outras obrigações estipuladas 7.804, de 1989)
ART. 13. O Poder Executivo incentivará as ati-
no contrato: (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) III – o crime é praticado durante a noite, em
vidades voltadas ao meio ambiente, vi­sando:
I – manter a área sob servidão ambiental; (Inclu- domingo ou em feriado. (Incluído pela Lei nº
I – ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e
ído pela Lei nº 12.651, de 2012) 7.804, de 1989)
processos tecnológicos destinados a reduzir a
II – prestar contas ao detentor da servidão am- degradação da qualidade ambiental; § 2º. Incorre no mesmo crime a autoridade com-
biental sobre as condições dos recursos naturais petente que deixar de promover as medidas
II – à fabricação de equipamentos antipolui-
ou artificiais; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) tendentes a impedir a prática das condutas acima
dores;
III – permitir a inspeção e a fiscalização da área descritas. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
III – a outras iniciativas que propiciem a raciona-
pelo detentor da servidão ambiental; (Incluído ART. 16. (Revogado pela Lei nº 7.804, de 1989).
lização do uso de recursos ambientais.
pela Lei nº 12.651, de 2012) ART. 17. Fica instituído, sob a administração do
Parágrafo único. Os órgãos, entidades, e
IV – defender a posse da área serviente, por Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
programas do Poder Público, destinados ao in-
todos os meios em direito admitidos. (Incluído Naturais Renováveis – Ibama: (Redação dada pela
centivo das pesquisas científicas e tecnológicas,
pela Lei nº 12.651, de 2012) Lei nº 7.804, de 1989)
``CC:
considerarão, entre as suas metas prioritárias,
art. 1.210, § 1º.
o apoio aos projetos que visem a adquirir e I – Cadastro Técnico Federal de Atividades e
§ 3º. São deveres do detentor da servidão am- desenvolver conhecimentos básicos e aplicáveis Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro
biental, entre outras obrigações estipuladas no na área ambiental e ecológica. obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se
contrato: (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) dedicam à consultoria técnica sobre problemas
ART. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas
I – documentar as características ambientais da pela legislação federal, estadual e municipal, o ecológicos e ambientais e à indústria e comércio
propriedade; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) não cumprimento das medidas necessárias à de equipamentos, aparelhos e instrumentos
II – monitorar periodicamente a propriedade preservação ou correção dos inconvenientes e destinados ao controle de atividades efetiva
para verificar se a servidão ambiental está sendo danos causados pela degradação da qualidade ou potencialmente poluidoras; (Incluído pela
mantida; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) ambiental sujeitará os transgressores: Lei nº 7.804, de 1989)
III – prestar informações necessárias a quaisquer ``Decreto 6.514/2008: art. 76.
I – à multa simples ou diária, nos valores corres-
interessados na aquisição ou aos sucessores da pondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, II – Cadastro Técnico Federal de Atividades
propriedade; (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) a 1.000 (mil) Obrigações do Tesouro Nacional Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
IV – manter relatórios e arquivos atualizados – OTNs, agravada em casos de reincidência Recursos Ambientais, para registro obrigatório
com as atividades da área objeto da servidão; específica, conforme dispuser o regulamento, de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam
(Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido a atividades potencialmente poluidoras e/ou
V – defender judicialmente a servidão ambiental. aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios à extração, produção, transporte e comercia-
(Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012) ou pelos Municípios; lização de produtos potencialmente perigosos
II – à perda ou restrição de incentivos e benefícios ao meio ambiente, assim como de produtos e
ART. 10. A construção, instalação, ampliação
fiscais concedidos pelo Poder Público; subprodutos da fauna e flora. (Incluído pela Lei
e funcionamento de estabelecimentos e ati-
III – à perda ou suspensão de participação em nº 7.804, de 1989)
vidades utilizadores de recursos ambientais,
efetiva ou potencialmente poluidores ou capa- linhas de financiamento em estabelecimentos ART. 17-A. São estabelecidos os preços dos
zes, sob qualquer forma, de causar degradação oficiais de crédito; serviços e produtos do Instituto Brasileiro do
ambiental dependerão de prévio licenciamento IV – à suspensão de sua atividade. Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-
ambiental. (Redação dada pela Lei Complemen- váveis – Ibama, a serem aplicados em âmbito
§ 1º. Sem obstar a aplicação das penalidades
tar nº 140, de 2011) nacional, conforme Anexo a esta Lei. (Incluído
previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,
``Lei 12.651/2012: art. 11-A, § 3º. pela Lei nº 9.960, de 2000)
independentemente da existência de culpa,
§ 1º. Os pedidos de licenciamento, sua renova- a indenizar ou reparar os danos causados ao ART. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e
ção e a respectiva concessão serão publicados no meio ambiente e a terceiros, afetados por sua Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador
jornal oficial, bem como em periódico regional atividade. O Ministério Público da União e dos é o exercício regular do poder de polícia confe-
ou local de grande circulação, ou em meio ele- Estados terá legitimidade para propor ação de rido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
trônico de comunicação mantido pelo órgão responsabilidade civil e criminal, por danos cau- dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama para
ambiental competente. (Redação dada pela Lei sados ao meio ambiente. controle e fiscalização das atividades potencial-
Complementar nº 140, de 2011) mente poluidoras e utilizadoras de recursos
§ 2º. No caso de omissão da autoridade estadual
§ 2º. (Revogado pela Lei Complementar nº 140, ou municipal, caberá ao Secretário do Meio Am- naturais. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de
de 2011) biente a aplicação das penalidades pecuniárias 2000)
§ 3º. (Revogado pela Lei Complementar nº 140, previstas neste artigo. § 1º. (Revogado pela Lei nº 10.165, de 2000).
de 2011) § 3º. Nos casos previstos nos incisos II e III deste § 2º. (Revogado pela Lei nº 10.165, de 2000).
§ 4º. (Revogado pela Lei Complementar nº 140, artigo, o ato declaratório da perda, restrição ART. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo aquele
de 2011) ou suspensão será atribuição da autoridade que exerça as atividades constantes do Anexo

3
Lei 6.938/1981 LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
VIII desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.165, II – multa de mora de 20% (vinte por cento), proporcionada pelo ADA. (Incluído pela Lei nº
de 2000) reduzida a 10% (dez por cento) se o pagamento 10.165, de 2000)
§ 1º. O sujeito passivo do TCFA é obrigado a for efetuado até o último dia útil do mês subse- ``Consta conforme publicação oficial.
entregar até o dia 31 de março de cada ano quente ao do vencimento; (Redação dada pela § 1º. A utilização do ADA para efeito de redução
relatório das atividades exercidas no ano an- Lei nº 10.165, de 2000)
do valor a pagar do ITR é obrigatória. (Redação
terior, cujo modelo será definido pelo Ibama, III – encargo de 20% (vinte por cento), substitu- dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
para o fim de colaborar com os procedimentos tivo da condenação do devedor em honorários ``Consta conforme publicação oficial.
de controle e fiscalização. (Redação dada pela de advogado, calculado sobre o total do débito
Lei nº 10.165, de 2000) inscrito como Dívida Ativa, reduzido para 10% § 2º. O pagamento de que trata o caput deste
§ 2º. O descumprimento da providência determi- (dez por cento) se o pagamento for efetuado artigo poderá ser efetivado em cota única ou
nada no § 1º sujeita o infrator a multa equivalente antes do ajuizamento da execução. (Incluído em parcelas, nos mesmos moldes escolhidos
a 20% (vinte por cento) da TCFA devida, sem pela Lei nº 10.165, de 2000) pelo contribuinte para o pagamento do ITR, em
prejuízo da exigência desta. (Redação dada pela § 1º-A. Os juros de mora não incidem sobre o documento próprio de arrecadação do Ibama.
Lei nº 10.165, de 2000) valor da multa de mora. (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
§ 3º. (Revogado pela Lei nº 10.165, de 2000). 10.165, de 2000) § 3º. Para efeito de pagamento parcelado, ne-
``Consta conforme publicação oficial.
ART. 17-D. A TCFA é devida por estabelecimento nhuma parcela poderá ser inferior a R$ 50,00
e os seus valores são os fixados no Anexo IX desta § 1º. Os débitos relativos à TCFA poderão ser (cinquenta reais). (Redação dada pela Lei nº
Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) parcelados de acordo com os critérios fixados 10.165, de 2000)
§ 1º. Para os fins desta Lei, consideram-se: (In- na legislação tributária, conforme dispuser o
regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei § 4º. O inadimplemento de qualquer parcela
cluído pela Lei nº 10.165, de 2000) ensejará a cobrança de juros e multa nos termos
nº 10.165, de 2000)
I – microempresa e empresa de pequeno porte, ``Consta conforme publicação oficial. dos incisos I e II do caput e §§ 1º-A e 1º, todos
as pessoas jurídicas que se enquadrem, respecti- do art. 17-H desta Lei. (Redação dada pela Lei
vamente, nas descrições dos incisos I e II do caput ART. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas que exer-
çam as atividades mencionadas nos incisos I e nº 10.165, de 2000)
do art. 2º da Lei 9.841, de 5 de outubro de 1999;
(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) II do art. 17 e que não estiverem inscritas nos § 5º. Após a vistoria, realizada por amostragem,
``LC 123/2006 revogou a citada lei. respectivos cadastros até o último dia útil do caso os dados constantes do ADA não coincidam
terceiro mês que se seguir ao da publicação desta com os efetivamente levantados pelos técnicos
II – empresa de médio porte, a pessoa jurídi-
Lei incorrerão em infração punível com multa do Ibama, estes lavrarão, de ofício, novo ADA,
ca que tiver receita bruta anual superior a R$
de: (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e contendo os dados reais, o qual será encami-
igual ou inferior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões I – R$ 50,00 (cinquenta reais), se pessoa física; nhado à Secretaria da Receita Federal, para as
de reais); (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
providências cabíveis. (Redação dada pela Lei
III – empresa de grande porte, a pessoa jurídi- II – R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), se micro- nº 10.165, de 2000)
ca que tiver receita bruta anual superior a R$ empresa; (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
ART. 17-P. Constitui crédito para compensação
12.000.000,00 (doze milhões de reais). (Incluído III – R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa
com o valor devido a título de TCFA, até o limite
pela Lei nº 10.165, de 2000) de pequeno porte; (Incluído pela Lei nº 10.165,
de 2000) de 60% (sessenta por cento) e relativamente ao
§ 2º. O potencial de poluição (PP) e o grau de mesmo ano, o montante efetivamente pago pelo
utilização (GU) de recursos naturais de cada uma IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se
empresa de médio porte; (Incluído pela Lei nº estabelecimento ao Estado, ao Município e ao
das atividades sujeitas à fiscalização encontram-
10.165, de 2000) Distrito Federal em razão de taxa de fiscalização
-se definidos no Anexo VIII desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 10.165, de 2000) V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa ambiental. (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
§ 3º. Caso o estabelecimento exerça mais de uma de grande porte. (Incluído pela Lei nº 10.165, § 1º. Valores recolhidos ao Estado, ao Município
atividade sujeita à fiscalização, pagará a taxa re- de 2000) e ao Distrito Federal a qualquer outro título, tais
lativamente a apenas uma delas, pelo valor mais Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 10.165, como taxas ou preços públicos de licenciamento
elevado. (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) de 2000) e venda de produtos, não constituem crédito
ART. 17-E. É o Ibama autorizado a cancelar dé- ART. 17-J. (Revogado pela Lei nº 10.165, de 2000). para compensação com a TCFA. (Incluído pela
bitos de valores inferiores a R$ 40,00 (quarenta ART. 17-L. As ações de licenciamento, registro, Lei nº 10.165, de 2000)
reais), existentes até 31 de dezembro de 1999. autorizações, concessões e permissões relacio- § 2º. A restituição, administrativa ou judicial,
(Incluído pela Lei nº 9.960, de 2000) nadas à fauna, à flora, e ao controle ambiental qualquer que seja a causa que a determine, da
ART. 17-F. São isentas do pagamento da TCFA as são de competência exclusiva dos órgãos inte- taxa de fiscalização ambiental estadual ou dis-
entidades públicas federais, distritais, estaduais grantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente. trital compensada com a TCFA restaura o direito
e municipais, as entidades filantrópicas, aqueles (Incluído pela Lei nº 9.960, de 2000) de crédito do Ibama contra o estabelecimento,
que praticam agricultura de subsistência e as ART. 17-M. Os preços dos serviços administrati- relativamente ao valor compensado. (Incluído
populações tradicionais. (Redação dada pela vos prestados pelo Ibama, inclusive os referentes
Lei nº 10.165, de 2000) pela Lei nº 10.165, de 2000)
à venda de impressos e publicações, assim como
ART. 17-G. A TCFA será devida no último dia os de entrada, permanência e utilização de áreas ART. 17-Q. É o Ibama autorizado a celebrar con-
útil de cada trimestre do ano civil, nos valores ou instalações nas unidades de conservação, vênios com os Estados, os Municípios e o Distrito
fixados no Anexo IX desta Lei, e o recolhimento serão definidos em portaria do Ministro de Es- Federal para desempenharem atividades de
será efetuado em conta bancária vinculada ao tado do Meio Ambiente, mediante proposta do fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes
Ibama, por intermédio de documento próprio Presidente daquele Instituto. (Incluído pela Lei parcela da receita obtida com a TCFA. (Incluído
de arrecadação, até o quinto dia útil do mês nº 9.960, de 2000) pela Lei nº 10.165, de 2000)
subsequente. (Redação dada pela Lei nº 10.165, ART. 17-N. Os preços dos serviços técnicos do La- ART. 18. (Revogado pela Lei nº 9.985, de 2000).
de 2000) boratório de Produtos Florestais do Ibama, assim ART. 19. Ressalvado o disposto nas Leis nºs 5.357,
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 10.165, como os para venda de produtos da flora, serão,
de 2000). de 17 de novembro de 1967, e 7.661, de 16 de maio
também, definidos em portaria do Ministro de
``Consta conforme publicação oficial. Estado do Meio Ambiente, mediante proposta de 1988, a receita proveniente da aplicação desta
§ 2º. Os recursos arrecadados com a TCFA terão do Presidente daquele Instituto. (Incluído pela Lei será recolhida de acordo com o disposto no
utilização restrita em atividades de controle Lei nº 9.960, de 2000) art. 4º da Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989.
e fiscalização ambiental. (Incluído pela Lei nº ART. 17-O. Os proprietários rurais que se benefi- (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
11.284, de 2006) ``Lei 9.966/2000 revogou a Lei 5.357/1967.
ciarem com redução do valor do Imposto sobre
``Consta conforme publicação oficial. a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base ART. 20. Esta Lei entrará em vigor na data de
ART. 17-H. A TCFA não recolhida nos prazos e nas em Ato Declaratório Ambiental – ADA, deverão sua publicação.
condições estabelecidas no artigo anterior será recolher ao Ibama a importância prevista no item ART. 21. Revogam-se as disposições em con-
cobrada com os seguintes acréscimos: (Redação 3.11 do Anexo VII da Lei nº 9.960, de 29 de janeiro
trário.
dada pela Lei nº 10.165, de 2000) de 2000, a título de Taxa de Vistoria. (Redação
dada pela Lei nº 10.165, de 2000) Brasília, em 31 de agosto de 1981; 160º da
I – juros de mora, na via administrativa ou judicial,
Independência e 93º da República.
contados do mês seguinte ao do vencimento, à § 1º-A. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput
razão de 1% (um por cento); (Redação dada pela deste artigo não poderá exceder a 10% (dez JOÃO FIGUEIREDO
Lei nº 10.165, de 2000) por cento) do valor da redução do imposto D.O.U. de 2.9.1981

4
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 6.938/1981
ANEXO VII. NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA
TABELA DE PREÇOS DOS SERVIÇOS (INCLUÍDO PELA LEI Nº 9.960, DE 2000)
E PRODUTOS COBRADOS PELO
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO ``Numeração do anexo consta conforme publica-
AMBIENTE E DOS RECURSOS ção oficial na Lei 9.960/2000.

Descrição Valor (R$)

I – FAUNA
1. LICENÇA E RENOVAÇÃO
1.1. Licença ou renovação para transporte nacional de fauna silvestre, partes, produtos e derivados para criadouros científicos
ISENTO
ligados a instituições públicas de pesquisa, pesquisadores ligados a instituições públicas de pesquisa e zoológicos públicos
1.2. Licença ou renovação para transporte nacional de fauna silvestre, partes, produtos e derivados da fauna exótica constante do
21,00
Anexo I da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora em perigo de extinção – Cites (por formulário)
1.3. Licença ou renovação para exposição ou concurso de animais silvestres (por formulário) 32,00
1.4. Licença para importação, exportação ou reexportação de animais vivos, partes, produtos e derivados da fauna para criadouros
ISENTO
científicos e pesquisadores ligados a instituições públicas de pesquisa e zoológicos públicos
1.5. Licença para importação, exportação ou reexportação de animais vivos, partes, produtos e derivados da fauna:
1.5.1. Por formulário de até 14 itens 37,00
1.5.2. Por formulário adicional 6,00
2. LICENCIAMENTO AMBIENTAL
2.1. Criadouro de espécimes da fauna exótica para fins comerciais:
2.1.1. Pessoa física 600,00
2.1.2. Microempresa 800,00
2.1.3. Demais empresas 1.200,00
2.2. Mantenedor de fauna exótica:

2.2.1. Pessoa física 300,00

2.2.2. Microempresa 400,00

2.2.3. Demais empresas 500,00

2.3. Importador de animais vivos, abatidos, partes, produtos e subprodutos da fauna silvestre brasileira e exótica:

2.3.1. Microempresa 500,00

2.3.2. Demais empresas 600,00

2.4. Circo:

2.4.1. Microempresa 300,00

2.4.2. Demais empresas


600,00
Obs.: O licenciamento ambiental da fauna será renovável a cada dois anos
3. REGISTRO
3.1. Criadouros de espécies da fauna brasileira para fins científicos:
3.1.1. Vinculados a instituições públicas de pesquisas ISENTO
3.1.2. Não vinculados 100,00
3.2. Criadouros de espécies da fauna brasileira para fins comerciais:
3.2.1. Categoria A – Pessoa Física 400,00
3.2.2. Categoria B – Pessoa Jurídica 300,00
3.3. Indústria de beneficiamento de peles, partes, produtos e derivados da fauna brasileira 400,00
3.4. Zoológico Público – Categorias A, B e C ISENTO
3.5. Zoológico privado:
3.5.1. Categorias A 300,00
3.5.2. Categorias B 350,00
3.5.3. Categorias C 400,00
3.6. Exportador de animais vivos, abatidos, partes, produtos e derivados da fauna 300,00
3.7. Importador de animais vivos, abatidos, partes, produtos e derivados da fauna 400,00
4. CAÇA AMADORISTA
4.1. Liberação de armas e demais petrechos de caça 373,00
4.2. Autorização anual de caça amadorista de campo e licença de transporte das peças abatidas 300,00
4.3. Autorização anual de caça amadorista de banhado e licença de transporte das peças abatidas 300,00

5
Lei 6.938/1981 LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

Descrição Valor (R$)

4.4. Autorização de ingresso de caça abatida no exterior (por formulário) 319,00


5. VENDA DE PRODUTOS
5.1. Selo de lacre de segurança para peles, partes, produtos e derivados da fauna 1,10
6. SERVIÇOS DIVERSOS
6.1. Expedição ou renovação anual de carteira da fauna para sócios de clubes agrupados à Federação Ornitófila 30,00
6.2. Identificação ou marcação de espécimes da fauna (por unidade por ano) 16,00
II – FLORA
1. LICENÇA E RENOVAÇÃO
1.1. Licença ou renovação para exposição ou concurso de plantas ornamentais 53,00
1.2. Licença ou renovação para transporte nacional de flora brasileira, partes, produtos e derivados para jardins botânicos públicos
ISENTO
e pesquisadores ligados a instituições públicas de pesquisa
1.3. Licença ou renovação para transporte nacional de flora exótica constante do Anexo I da Cites (por formulário) 21,00
1.4. Licença ou renovação para importação, exportação ou reexportação de plantas vivas, partes, produtos e derivados da flora
ISENTO
para jardins botânicos públicos e pesquisadores ligados a instituições públicas de pesquisa
1.5. Licença ou renovação para importação, exportação ou reexportação de plantas vivas, partes, produtos e derivados da flora:
1.5.1. Por formulário de 14 itens 37,00
1.5.2. Por formulário adicional 6,00
1.6. Licença para porte e uso de motosserra - anual 30,00
2. AUTORIZAÇÃO
2.1. Autorização para uso do fogo em queimada controlada:
2.1.1. Sem vistoria ISENTO
2.1.2. Com vistoria:
2.1.2.1. Queimada Comunitária:
• Área até 13 hectares 3,50
• De 14 a 35 hectares 7,00
• De 36 a 60 hectares 10,50
• De 61 a 85 hectares 14,00
• De 86 a 110 hectares 17,50
• De 111 a 135 hectares 21,50
• De 136 a 150 hectares 25,50
2.1.2.2. Demais Queimadas Controladas:
• Área até 13 hectares 3,50
• Acima de 13 hectares – por hectare autorizado 3,50
2.2. Autorização de Transporte para Produtos Florestais – ATPF
2.2.1. Para lenha, rachas e lascas, palanques roliços, escoramentos, xaxim, óleos essenciais e carvão vegetal 5,00
2.2.2. Para demais produtos 10,00
2.3. Autorização para Consumo de Matéria-Prima Florestal – mº consumido/ano vide fórmula
Até 1.000 = (125,00 + Q x 0,0020) Reais
1.001 a 10.000 = (374,50 + Q x 0,0030) Reais
10.001 a 25.000 = (623,80 + Q x 0,0035) Reais
25.001 a 50.000 = (873,80 + Q x 0,0040) Reais
50.001 a 100.000 = (1.248,30 + Q x 0,0045) Reais
100.001 a 1.000.000 = (1.373,30 + Q x 0,0050) Reais
1.000.001 a 2.500.000 = (1.550,00 + Q x 0,0055) Reais
Acima de 2.500.000 = 22.500,00 Reais
Q = quantidade consumida em metros cúbicos
3. VISTORIA
3.1. Vistorias para fins de loteamento urbano 532,00
3.2. Vistoria prévia para implantação de Plano de Manejo Florestal Sustentado (área projetada):
• Até 250 há 289,00
• Acima de 250 ha. - Valor = R$ 289,00 + R$ 0,55 por ha. excedente vide fórmula
3.3. Vistoria de acompanhamento de Plano de Manejo Florestal Sustentado (área explorada):
• Até 250 ha 289,00
• Acima de 250 ha. - Valor R$ 289,00 + R$ 0,55 por ha excedente vide fórmula

6
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 6.938/1981

Descrição Valor (R$)


3.4. Vistoria técnica para coleta de plantas ornamentais e medicinais (área a ser explorada):
• Até 20 ha/ano ISENTO
• De 21 a 50 ha/ano 160,00
• De 51 a 100 ha/ano 289,00
• Acima de 100 ha/ano - Valor = R$ 289,00 + R$ 0,55 por ha vide fórmula
3.5. Vistoria para limpeza de área (área solicitada) 289,00
3.6. Vistoria técnica de desmatamento para uso alternativo do solo de projetos enquadrados no Programa Nacional de Agricultura
Familiar - Pronaf ou no Programa de Financiamento à Conservação e Controle do Meio Ambiente - FNE VERDE (área a ser explorada):
• Até Módulo Incra por ano ISENTO
• Acima de Módulo Incra por ano - Valor = R$ 128,00 + R$ 0,55 por ha excedente vide fórmula
3.7. Vistorias de implantação, acompanhamento e exploração de florestas plantadas, enriquecimento (palmito e outras frutíferas)
e cancelamentos de projetos (por área a ser vistoriada):
• Até 50 ha/ano 64,00
• De 51 a 100 ha/ano 117,00
• Acima de 100 ha/ano - Valor = R$ 289,00 + R$ 0,55 por ha excedente vide fórmula
3.8. Vistoria técnica para desmatamento para uso alternativo do solo e utilização de sua matéria-prima florestal:
• Até 20 ha ISENTO
• De 21 a 50 ha/ano 160,00
• De 51 a 100 ha/ano 289,00
• Acima de 100 ha/ano - Valor = R$ 289,00 + R$ 0,55 por ha excedente vide fórmula
3.9. Vistoria para fins de averbação de área de Reserva Legal (sobre a área total da propriedade):
• Até 100 ha/ano ISENTO
• De 101 a 300 ha/ano 75,00
• De 301 a 500 ha/ano 122,00
• De 501 a 750 ha/ano 160,00
• Acima de 750 ha/ano - Valor = R$ 160,00 + R$ 0,21 por ha excedente vide fórmula
Obs.: Quando a solicitação de vistoria para averbação de reserva legal for concomitante a outras vistorias (desmatamento, plano
de manejo etc.), cobra-se pelo maior valor
3.10. Vistoria de áreas degradadas em recuperação, de avaliação de danos ambientais em áreas antropizadas e em empreendi-
mentos cujas áreas estão sujeitas a impacto ambiental – EIA/Rima:
• até 250 ha/ano 289,00
• acima de 250 ha/ano – Valor = R$ 289,00 + R$ 0,55 por ha excedente vide fórmula
3.11. Demais Vistorias Técnicas Florestais:
• Até 250 ha/ano 289,00
• acima de 250 ha/ano – Valor = R$ 289,00 + R$ 0,55 por ha excedente vide fórmula
4. INSPEÇÃO DE PRODUTOS E SUBPRODUTOS DA FLORA PARA EXPORTAÇÃO OU IMPORTAÇÃO
4.1. Inspeção de espécies contingenciadas ISENTO
4.2. Levantamento circunstanciado de áreas vinculados à reposição florestal e ao Plano Integrado Florestal, Plano de Corte e
Resinagem (projetos vinculados e projetos de reflorestamento para implantação ou cancelamento):
• até 250 ha/ano 289,00
• acima de 250 ha/ano - Valor = R$ 289,00 + R$ 0,55 por ha excedente vide fórmula
5. OPTANTES DE REPOSIÇÃO FLORESTAL
5.1. Valor por árvore 1,10
III - CONTROLE AMBIENTAL
1. LICENÇA E RENOVAÇÃO
1.1. Licença Ambiental ou Renovação vide tabela
EMPRESA DE PEQUENO PORTE
Impacto Ambiental Pequeno Médio Alto
Licença Prévia 2.000,00 4.000,00 8.000,00
Licença de Instalação 5.600,00 11.200,00 22.400,00
Licença de Operação 2.800,00 5.600,00 11.200,00
EMPRESA DE PORTE MÉDIO
Impacto Ambiental Pequeno Médio Alto
Licença Prévia 2.800,00 5.600,00 11.200,00
Licença de Instalação 7.800,00 15.600,00 31,200,00
Licença de Operação 3.600,00 7.800,00 15.600,00
EMPRESA DE GRANDE PORTE
Impacto Ambiental Pequeno Médio Alto
Licença Prévia 4.000,00 8.000,00 16.000,00
Licença de Instalação 11.200,00 22.400,00 44.800,00
Licença de Operação 5.600,00 11.200,00 22.400,00

7
Lei 6.938/1981 LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

Descrição Valor (R$)


1.2. Licença para uso da configuração de veículo ou motor vide fórmula
Valor = R$ 266,00 + N x R$ 1,00
N = número de veículos comercializados no mercado interno – pagamento até o último dia do mês subsequente à comercialização
1.3. Licença de uso do Selo Ruído 266,00
1.4. Certidão de dispensa de Licença para uso da configuração de veículo ou motor por unidade. 266,00
1.5. Declaração de atendimento aos limites de ruídos 266,00
2. AVALIAÇÃO E ANÁLISE
2.1. Análise de documentação técnica que subsidie a emissão de: Registros, Autorizações, Licenças, inclusive para supressão de vide fórmula
vegetação em Áreas de Preservação Permanente e respectivas renovações:
Valor = {K + [(A x B x C) + (D x A x E)]}
A – Nº de Técnicos envolvidos na análise
B – Nº de horas/homem necessárias para análise
C – Valor em Reais da hora/homem dos técnicos envolvidos na análise + total de obrigações sociais
(OS) = 84,71% sobre o valor da hora/homem
D – Despesas com viagem
E – Nº de viagens necessárias
K – Despesas administrativas = 5% do somatório de (A x B x C) + (D x A x E)
2.2. Avaliação e classificação do Potencial de Periculosidade Ambiental - PPA:
2.2.1. Produto Técnico 22.363,00
2.2.2. Produto formulado 11.714,00
2.2.3. Produto Atípico 6.389,00
2.2.4. PPA complementar 2.130,00
2.2.5. Pequenas alterações 319,00
2.3. Conferência de documentação técnica para avaliação e registro de agrotóxicos e afins 319,00
2.4. Avaliação de eficiência de agrotóxicos e afins para registro 2.130,00
2.5. Reavaliação técnica de agrotóxicos (inclusão de novos usos) 3.195,00
2.6. Avaliação Ambiental Preliminar de Agrotóxicos, seus componentes e afins, com ou sem emissão de Certidão de Registro
Especial Temporário:
2.6.1. Fase 2 532,00
2.6.2. Fase 3 2.130,00
2.6.3. Fase 4 4.260,00
2.7. Avaliação/Classificação Ambiental de Produtos Biotecnológicos para fins de registro 6.389,00
2.8. Avaliação Ambiental de Preservativos de Madeira 4.260,00
2.9. Avaliação Ambiental de Organismos Geneticamente Modificados 22.363,00
3. AUTORIZAÇÃO
3.1. Autorizações para supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente:
• Até 50 há
• Acima de 50 há 133,00
Valor = R$ 6.250,00 + (25,00 x Área que excede 50 ha) vide fórmula
3.2. Autorização para importação, produção, comercialização e uso de mercúrio vide fórmula
Valor = R$ 125,00 + (125,00 x 0,003 x QM)
QM = quantidade de Mercúrio Metálico (medido em quilograma) importado, comercializado ou produzido por ano
4. REGISTRO
4.1. Proprietário e comerciante de motosserra ISENTO
4.2. Registro de agrotóxicos, seus componentes e afins 1.278,00
4.3. Manutenção de registro ou da classificação do PPA (Classe I e II) 7.454,00
4.4. Manutenção de registro ou da classificação do PPA (Classe III e IV) 3.195,00
4.5. Registro ou renovação de produto preservativo de madeira 1.278,00
4.6. Registro de produtos que contenham organismos geneticamente modificados 1.278,00
4.7. Manutenção de registro de produtos que contenham organismos geneticamente modificados 5.325,00

8
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 6.938/1981
ANEXO VIII.
ATIVIDADES POTENCIALMENTE
POLUIDORAS E UTILIZADORAS DE
RECURSOS AMBIENTAIS
``(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)

Código Categoria Descrição Pp/gu

01 Extração e Tratamento de – pesquisa mineral com guia de utilização; lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com AAlto
Minerais ou sem beneficiamento; lavra subterrânea com ou sem beneficiamento, lavra garimpeira,
perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural.

02 Indústria de Produtos Mi- – beneficiamento de minerais não metálicos, não associados a extração; fabricação e MMédio
nerais Não Metálicos elaboração de produtos minerais não metálicos tais como produção de material cerâmico,
cimento, gesso, amianto, vidro e similares.

03 Indústria Metalúrgica – fabricação de aço e de produtos siderúrgicos, produção de fundidos de ferro e aço, for- AAlto
jados, arames, relaminados com ou sem tratamento; de superfície, inclusive galvanoplastia,
metalurgia dos metais não ferrosos, em formas primárias e secundárias, inclusive ouro;
produção de laminados, ligas, artefatos de metais não ferrosos com ou sem tratamento
de superfície, inclusive galvanoplastia; relaminação de metais não ferrosos, inclusive
ligas, produção de soldas e anodos; metalurgia de metais preciosos; metalurgia do pó,
inclusive peças moldadas; fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento
de superfície, inclusive; galvanoplastia, fabricação de artefatos de ferro, aço e de metais
não ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia, têmpera e
cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de superfície.

04 Indústria Mecânica – fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e sem tratamento MMédio
térmico ou de superfície.

05 Indúst ria de material – fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores, fabricação de material elétrico, MMédio
Elétrico, Eletrônico e Co- eletrônico e equipamentos para telecomunicação e informática; fabricação de aparelhos
municações elétricos e eletrodomésticos.

06 Indústria de Material de – fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e acessórios; MMédio
Transporte fabricação e montagem de aeronaves; fabricação e reparo de embarcações e estruturas
flutuantes.

07 Indústria de Madeira – serraria e desdobramento de madeira; preservação de madeira; fabricação de chapas, Médio
placas de madeira aglomerada, prensada e compensada; fabricação de estruturas de
madeira e de móveis.

08 Indústria de Papel e Ce- – fabricação de celulose e pasta mecânica; fabricação de papel e papelão; fabricação Alto
lulose de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada.

09 Indústria de Borracha – beneficiamento de borracha natural, fabricação de câmara de ar, fabricação e recondi- Pequeno
cionamento de pneumáticos; fabricação de laminados e fios de borracha; fabricação de
espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha, inclusive látex.

10 Indústria de Couros e Peles – secagem e salga de couros e peles, curtimento e outras preparações de couros e peles; Alto
fabricação de artefatos diversos de couros e peles; fabricação de cola animal.

11 Indústria Têxtil, de Vestu- – beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos; fabricação Médio
ário, Calçados e Artefatos e acabamento de fios e tecidos; tingimento, estamparia e outros acabamentos em pe-
de Tecidos ças do vestuário e artigos diversos de tecidos; fabricação de calçados e componentes
para calçados.

12 Indústria de Produtos de Pequeno


– fabricação de laminados plásticos, fabricação de artefatos de material plástico.
Matéria Plástica

13 Indústria do Fumo – fabricação de cigarros, charutos, cigarrilhas e outras atividades de beneficiamento Médio
do fumo.

14 Indústrias Diversas – usinas de produção de concreto e de asfalto. Pequeno

15 Indústria Química – produção de substâncias e fabricação de produtos químicos, fabricação de produtos Alto
derivados do processamento de petróleo, de rochas betuminosas e da madeira; fabricação
de combustíveis não derivados de petróleo, produção de óleos, gorduras, ceras, vegetais
e animais, óleos essenciais, vegetais e produtos similares, da destilação da madeira, fabri-
cação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de borracha e látex sintéticos,
fabricação de pólvora, explosivos, detonantes, munição para caça e desporto, fósforo
de segurança e artigos pirotécnicos; recuperação e refino de solventes, óleos minerais,
vegetais e animais; fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos;
fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas
e fungicidas; fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, solventes
e secantes; fabricação de fertilizantes e agroquímicos; fabricação de produtos farmacêu-
ticos e veterinários; fabricação de sabões, detergentes e velas; fabricação de perfumarias
e cosméticos; produção de álcool etílico, metanol e similares.

9
Lei 6.938/1981 LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

Código Categoria Descrição Pp/gu


16 Indústria de Produtos Ali- – beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares; matadouros, Médio
mentares e Bebidas abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de origem animal; fabricação de con-
servas; preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados; beneficiamento e
industrialização de leite e derivados; fabricação e refinação de açúcar; refino e preparação
de óleo e gorduras vegetais; produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal
para alimentação; fabricação de fermentos e leveduras; fabricação de rações balanceadas
e de alimentos preparados para animais; fabricação de vinhos e vinagre; fabricação de
cervejas, chopes e maltes; fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento
e gaseificação e águas minerais; fabricação de bebidas alcoólicas.
17 Serviços de Utilidade – produção de energia termoelétrica; tratamento e destinação de resíduos industriais Médio
líquidos e sólidos; disposição de resíduos especiais tais como: de agroquímicos e suas
embalagens; usadas e de serviço de saúde e similares; destinação de resíduos de esgotos
sanitários e de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas; dragagem
e derrocamentos em corpos d’água; recuperação de áreas contaminadas ou degradadas.
18 Transporte, Terminais, De- – transporte de cargas perigosas, transporte por dutos; marinas, portos e aeroportos; Alto
pósitos e Comércio terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos; depósitos de produtos
químicos e produtos perigosos; comércio de combustíveis, derivados de petróleo e produtos
químicos e produtos perigosos.
19 Turismo – complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos. Pequeno
20 Uso de Recursos Naturais Silvicultura; exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais; impor- Médio
tação ou exportação da fauna e flora nativas brasileiras; atividade de criação e exploração
econômica de fauna exótica e de fauna silvestre; utilização do patrimônio genético natural;
exploração de recursos aquáticos vivos; introdução de espécies exóticas, exceto para me-
lhoramento genético vegetal e uso na agricultura; introdução de espécies geneticamente
modificadas previamente identificadas pela CTNBio como potencialmente causadoras de
significativa degradação do meio ambiente; uso da diversidade biológica pela biotecnologia
em atividades previamente identificadas pela CTNBio como potencialmente causadoras
de significativa degradação do meio ambiente.
21 (Vetado) x x
22 (Vetado) x x
``(Redação dada pela Lei nº 11.105, de 2005) ANEXO IX.
VALORES, EM REAIS, DEVIDOS
A TÍTULOS DE TCFA POR
ESTABELECIMENTO POR TRIMESTRE
``(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
Potencial de Poluição, Grau de Pessoa Empresa de Empresa de Empresa de
Microempresa
Utilização de Recursos Naturais Física Pequeno Porte Médio Porte Grande Porte
Pequeno - - 112,50 225,00 450,00
Médio - - 180,00 360,00 900,00
Alto - 50,00 225,00 450,00 2.250,00

10
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 12.790/2013

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 12.790, ART. 2º. Na Carteira de Trabalho e Previdência ART. 4º. O piso salarial será fixado em conven-
DE 14 DE MARÇO DE 2013 Social (CTPS), a atividade ou função desem- ção ou acordo coletivo de trabalho, nos termos
penhada pelos empregados do comércio do inciso V do art. 7º da Constituição Federal.
Dispõe sobre a regulamentação do exercício da ART. 5º. (VETADO).
profissão de comerciário. deverá ser especificada, desde que inexista a
possibilidade de classificação por similaridade. ART. 6º. As entidades representativas das ca-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber tegorias econômica e profissional poderão, no
ART. 3º. A jornada normal de trabalho dos âmbito da negociação coletiva, negociar a in-
que o Congresso Nacional decreta e eu san-
empregados no comércio é de 8 (oito) horas clusão, no instrumento normativo, de cláusulas
ciono a seguinte Lei:
diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais. que instituam programas e ações de educação,
ART. 1º. Aos comerciários, integrantes da formação e qualificação profissional.
§ 1º. Somente mediante convenção coletiva ou
categoria profissional de empregados no ART. 7º. É instituído o Dia do Comerciário, a
comércio, conforme o quadro de atividades acordo coletivo de trabalho poderá ser altera-
ser comemorado no dia 30 de outubro de
e profissões do art. 577, combinado com o da a jornada normal de trabalho estabelecida
cada ano.
art. 511, ambos da Consolidação das Leis do no caput deste artigo.
ART. 8º. Esta Lei entra em vigor na data de
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei § 2º. É admitida jornada de 6 (seis) horas para o sua publicação.
nº 5.452, de 1º de maio de 1943, aplicam-se trabalho realizado em turnos de revezamento, Brasília, 14 de março de 2013; 192º da
os dispositivos da presente Lei, sem prejuízo sendo vedada a utilização do mesmo emprega- Independência e 125º da República.
das demais normas trabalhistas que lhes do em mais de 1 (um) turno de trabalho, salvo DILMA ROUSSEFF
sejam aplicáveis. negociação coletiva de trabalho. Publicado no D.O.U. de 15.3.2013

1
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 12.441/2011

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 12.441, Especial e altera o parágrafo único do art. 1.033, Art. 3º Esta Lei entra em vigor 180 (cento e
DE 11 DE JULHO DE 2011 todos da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 oitenta) dias após a data de sua publicação.
(Código Civil), de modo a instituir a empresa Brasília, 11 de julho de 2011; 190º da Inde-
Altera a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Có­
individual de responsabilidade limitada, nas pendência e 123º da República.
digo Civil), para permitir a constituição de empresa
condições que especifica. Dilma Rousseff
individual de responsabilidade limitada.
ART. 2º. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de Publicação no D.O.U. de 12.7.2011
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con­ 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: seguintes alterações:
ART. 1º. Esta Lei acrescenta inciso VI ao art. ``Alteração incorporada ao texto do Código Civil.

44, acrescenta art. 980-A ao Livro II da Parte

1
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 12.790/2013

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 12.790, deverá ser especificada, desde que inexista a ART. 6º. As entidades representativas das ca-
DE 14 DE MARÇO DE 2013 possibilidade de classificação por similaridade. tegorias econômica e profissional poderão, no
Dispõe sobre a regulamentação do exercício da ART. 3º. A jornada normal de trabalho dos âmbito da negociação coletiva, negociar a in-
profissão de comerciário. empregados no comércio é de 8 (oito) horas
clusão, no instrumento normativo, de cláusulas
diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con­ que instituam programas e ações de educação,
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: § 1º. Somente mediante convenção coletiva
ou acordo coletivo de trabalho poderá ser formação e qualificação profissional.
ART. 1º. Aos comerciários, integrantes da cate- alterada a jornada normal de trabalho esta- ART. 7º. É instituído o Dia do Comerciário,
goria profissional de empregados no comércio, belecida no caput deste artigo.
conforme o quadro de atividades e profissões a ser comemorado no dia 30 de outubro de
§ 2º. É admitida jornada de 6 (seis) horas para o
do art. 577, combinado com o art. 511, ambos cada ano.
trabalho realizado em turnos de revezamento,
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
sendo vedada a utilização do mesmo emprega- ART. 8º. Esta Lei entra em vigor na data de
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943, aplicam-se os dispositivos da do em mais de 1 (um) turno de trabalho, salvo sua publicação.
presente Lei, sem prejuízo das demais normas negociação coletiva de trabalho.
Brasília, 14 de março de 2013; 192º da
trabalhistas que lhes sejam aplicáveis. ART. 4º. O piso salarial será fixado em conven-
Independência e 125º da República.
ART. 2º. Na Carteira de Trabalho e Previdência ção ou acordo coletivo de trabalho, nos termos
Social (CTPS), a atividade ou função desem- do inciso V do art. 7º da Constituição Federal. DILMA ROUSSEFF
penhada pelos empregados do comércio ART. 5º. (VETADO). Publicado no D.O.U. de 15.3.2013

1
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 13.052/2014

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 13.052, ART. 1º. Esta Lei determina que os animais ART. 3º. O art. 25 da Lei nº 9.605, de 12 de
DE 8 DE DEZEMBRO DE 2014 apreendidos em decorrência de condutas e fevereiro de 1998, passa a vigorar acrescido
Altera o art. 25 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de atividades lesivas ao meio ambiente sejam do seguinte § 2º, renumerando-se os demais:
1998, que dispõe sobre as sanções penais e adminis­ libertados prioritariamente em seu habitat ``Alteração incorporada ao texto da referida lei.
trativas derivadas de condutas e atividades lesivas e estabelece condições necessárias ao bem- ART. 4º. Esta Lei entra em vigor na data de
ao meio ambiente e dá outras providências, para -estar desses animais. sua publicação.
determinar que animais apreendidos sejam liber­
tados prioritariamente em seu habitat e estabelecer ART. 2º. O § 1º do art. 25 da Lei nº 9.605, de Brasília, 8 de dezembro de 2014; 193º da
condições necessárias ao bem-estar desses animais. 12 de fevereiro de 1998, passa a vigorar com Independência e 126º da República.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con­ a seguinte redação: DILMA ROUSSEFF
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ``Alteração incorporada ao texto da referida lei. Publicado no D.O.U. de 9.12.2014

1
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 13.104/2015

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 13.104, A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con­ ART. 2º. O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de
DE 9 DE MARÇO DE 2015 gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: julho de 1990, passa a vigorar com a seguinte
ART. 1º. O art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de alteração:
Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de ``Alteração incorporada ao texto da referida lei.
dezembro de 1940 – Código Penal, para prever o 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa
feminicídio como circunstância qualificadora do a vigorar com a seguinte redação: ART. 3º. Esta Lei entra em vigor na data da
crime de homicídio, e o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 ``Alteração incorporada ao texto do referido sua publicação.
de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol Decreto-Lei. Brasília, 9 de março de 2015; 194º da Inde-
dos crimes hediondos. pendência e 127º da República.
DILMA ROUSSEFF
Publicado no D.O.U. de 10.3.2015

1
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 13.106/2015

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 13.106, ART. 1º. O art. 243 da Lei nº 8.069, de 13 de julho ART. 3º. Revoga-se o inciso I do art. 63 do
DE 17 DE MARÇO DE 2015 de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescen- Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941
Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto te, passa a vigorar com a seguinte redação: – Lei das Contravenções Penais.
da Criança e do Adolescente, para tornar crime ART. 4º. Esta Lei entra em vigor na data de
``Alteração incorporada ao texto da referida lei.
vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar bebida
sua publicação.
alcoólica a criança ou a adolescente; e revoga o inciso ART. 2º. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de
I do art. 63 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro Brasília, 17 de março de 2015; 194º da
de 1941 – Lei das Contravenções Penais. 1990, passa a vigorar acrescida do seguinte Independência e 127º da República.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con­ art. 258-C: DILMA ROUSSEFF
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ``Alteração incorporada ao texto da referida lei. Publicado no D.O.U. de 18.03.2015

1
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 13.245/2016

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 13.245,
DE 12 DE JANEIRO DE 2016
Altera o art. 7º da Lei nº 8.906, de 4 de julho de
1994 (Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil).
``Alteração incorporada ao texto da referida lei.
D.O.U. de 13.1.2016

1
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 13.247/2016

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 13.247, ART. 1º. Esta Lei altera a Lei nº 8.906, de 4 de ART. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de
DE 12 DE JANEIRO DE 2016 julho de 1994 – Estatuto da Advocacia. sua publicação.
Altera a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994 – Estatuto ART. 2º. Os arts. 15, 16 e 17 da Lei nº 8.906, de Brasília, 12 de janeiro de 2016; 195º da
da Advocacia. 4 de julho de 1994 – Estatuto da Advocacia, Independência e 128º da República.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con­ passam a vigorar com as seguintes alterações: DILMA ROUSSEFF
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ``Alteração incorporada ao texto da referida lei. Publicado no D.O.U. de 13.1.2016

1
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 13.285/2016

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 13.285, 1941 – Código de Processo Penal, a fim de ``Alteração incorporada ao texto do referido
DE 10 DE MAIO DE 2016 dispor sobre a preferência de julgamento dos Decreto-lei.
processos concernentes a crimes hediondos. ART. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de
Acrescenta o art. 394-A ao Decreto-Lei nº 3.689, de
``v.Lei 8.072/1990 – Dispõe sobre os crimes he-
3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal. sua publicação.
diondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII,
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con­ da CF. Brasília, 10 de maio de 2016; 195º da Inde-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
ART. 2º. O Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outu- pendência e 128º da República.
ART. 1º. Esta Lei acrescenta o art. 394-A ao bro de 1941 – Código de Processo Penal, passa DILMA ROUSSEFF
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de a vigorar acrescido do seguinte art. 394-A: Publicado no D.O.U. de 11.5.2016

1
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR Lei 12.681/2012

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 12.681, § 1º. A composição, a organização, o funciona- Parágrafo único. O apoio da União poderá
DE 4 DE JULHO DE 2012 mento e as competências do Conselho Gestor se estender aos participantes de que trata
serão definidos em regulamento. o art. 4º, quando estes não dispuserem de
Institui o Sistema Nacional de Informações de Segu­
§ 2º. Na composição do Conselho Gestor, será condições técnicas e operacionais necessárias
rança Pública, Prisionais e sobre Drogas – SINESP;
assegurada a representação dos integrantes à implementação do Sinesp.
altera as Leis nºs 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, e
11.530, de 24 de outubro de 2007, a Lei Complementar do Sinesp. ART. 9º. A Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro
nº 79, de 7 de janeiro de 1994, e o Decreto-Lei nº § 3º. O Conselho Gestor definirá os parâmetros de 2001, passa a vigorar com as seguintes
3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo de acesso aos dados e informações do Sinesp, alterações:
Penal; e revoga dispositivo da Lei nº 10.201, de 14 de observadas as regras de sigilo previstas na “Art. 3º (...)
fevereiro de 2001. legislação específica. II – (...);
§ 4º. O Conselho Gestor publicará, no mínimo d) (revogada);
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con­
1 (uma) vez por ano, relatório de âmbito na- e) Secretaria de Direitos Humanos da Presi-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
cional que contemple estatísticas, indicadores dência da República.
ART. 1º. É instituído o Sistema Nacional de e outras informações produzidas no âmbito
(...).”
Informações de Segurança Pública, Prisionais e do Sinesp.
sobre Drogas – SINESP, com a finalidade de ar- “Art. 4º (...)
ART. 6º. Constarão do Sinesp, sem prejuízo de
mazenar, tratar e integrar dados e informações outros a serem definidos pelo Conselho Gestor, § 3º (...)
para auxiliar na formulação, implementação, dados e informações relativos a: I – o ente federado que tenha instituído, em seu
execução, acompanhamento e avaliação das I – ocorrências criminais registradas e respec- âmbito, plano de segurança pública;
políticas relacionadas com: tivas comunicações legais; II – os integrantes do Sistema Nacional de
I – segurança pública; II – registro de armas de fogo; Informações de Segurança Pública, Prisionais
II – sistema prisional e execução penal; e III – entrada e saída de estrangeiros; e sobre Drogas – SINESP que cumprirem os
II – enfrentamento do tráfico de crack e outras prazos estabelecidos pelo órgão competente
IV – pessoas desaparecidas;
drogas ilícitas. para o fornecimento de dados e informações
V – execução penal e sistema prisional; ao Sistema; e
ART. 2º. O Sinesp tem por objetivos: VI – recursos humanos e materiais dos órgãos III – o Município que mantenha guarda
I – proceder à coleta, análise, atualização, e entidades de segurança pública; municipal ou realize ações de policiamento
sistematização, integração e interpretação VII – condenações, penas, mandados de prisão comunitário ou, ainda, institua Conselho de
de dados e informações relativos às políticas e contramandados de prisão; e Segurança Pública, visando à obtenção dos
de que trata o art. 1º; VIII – repressão à produção, fabricação e resultados a que se refere o § 2º.
II – disponibilizar estudos, estatísticas, indi- tráfico de crack e outras drogas ilícitas e a (...)
cadores e outras informações para auxiliar na crimes conexos, bem como apreensão de § 6º Não se aplica o disposto no inciso I do §
formulação, implementação, execução, moni- drogas ilícitas. 3º ao Estado, ou Distrito Federal, que deixar
toramento e avaliação de políticas públicas; § 1º. Na divulgação dos dados e informações, de fornecer ou atualizar seus dados e infor-
III – promover a integração das redes e sis- deverá ser preservada a identificação pessoal mações no Sinesp.
temas de dados e informações de segurança dos envolvidos. § 7º Os gastos anuais com projetos que não
pública, criminais, do sistema prisional e sobre § 2º. Os dados e informações referentes à se enquadrem especificamente nos incisos
drogas; e prevenção, tratamento e reinserção social I a V do caput ficam limitados a 10% (dez
IV – garantir a interoperabilidade dos sistemas de usuários e dependentes de crack e outras por cento) do total de recursos despendidos
de dados e informações, conforme os padrões drogas ilícitas serão fornecidos, armazenados com os projetos atendidos com fundamento
definidos pelo Conselho Gestor. e tratados de forma agregada, de modo a nesses incisos.
Parágrafo único. O Sinesp adotará os padrões preservar o sigilo, a confidencialidade e a § 8º Os gastos anuais com construção, aqui-
identidade de usuários e dependentes, obser- sição, reforma e adaptação de imóveis de
de integridade, disponibilidade, confiden-
vada a natureza multidisciplinar e intersetorial propriedade da União, dos Estados, do Dis-
cialidade, confiabilidade e tempestividade
prevista na legislação.
estabelecidos para os sistemas informatizados trito Federal e dos Municípios são limitados a
do Governo Federal. ART. 7º. Caberá ao Ministério da Justiça: 10% (dez por cento) do montante de recursos
``Lei13.341/2016: art. 2º, IV, transformou o
ART. 3º. Integram o Sinesp os Poderes Executi- alocados no exercício para atendimento dos
Ministério da Justiça em Ministério da Justiça
vos da União, dos Estados e do Distrito Federal. projetos enquadrados nos incisos I a V do
e Cidadania.
caput.”
§ 1º. Os dados e informações de que trata I – disponibilizar sistema padronizado, infor-
esta Lei serão fornecidos e atualizados pelos “Art. 6º (...)
matizado e seguro que permita o intercâmbio
integrantes do Sinesp, na forma disciplinada de informações entre os integrantes do Sinesp, Parágrafo único. O descumprimento do dis-
pelo Conselho Gestor. observado o disposto no § 2º do art. 6º; posto no inciso II do § 3º do art. 4º pelos entes
§ 2º. O integrante que deixar de fornecer ou II – auditar periodicamente a infraestrutura federados integrantes do Sinesp implicará ve-
tecnológica e a segurança dos processos, redes dação da transferência voluntária de recursos
atualizar seus dados e informações no Sinesp
e sistemas; e da União previstos no caput deste artigo.”
não poderá receber recursos nem celebrar
parcerias com a União para financiamento de III – estabelecer cronograma para adequação ART. 10. O art. 9º da Lei nº 11.530, de 24 de
programas, projetos ou ações de segurança dos integrantes do Sinesp às normas e pro- outubro de 2007, passa a vigorar com as se-
pública e do sistema prisional, na forma do cedimentos de funcionamento do Sistema. guintes alterações:
regulamento. Parágrafo único. O integrante que fornecer “Art. 9º (...)
ART. 4º. Os Municípios, o Poder Judiciário, a dados e informações atualizados no Sinesp § 1º Observadas as dotações orçamentárias,
Defensoria Pública e o Ministério Público po- antes do término dos prazos do cronograma o Poder Executivo federal deverá, progres-
derão participar do Sinesp mediante adesão, previsto no inciso III do caput e de acordo com sivamente, até o ano de 2012, estender os
na forma estabelecida pelo Conselho Gestor. os parâmetros estabelecidos pelo Conselho projetos referidos no art. 8º-A para as regiões
ART. 5º. O Sinesp contará com um Conselho Gestor poderá ter preferência no recebimento metropolitanas de todos os Estados.
Gestor, responsável pela administração, coor- dos recursos e na celebração de parcerias com § 2º Os entes federados integrantes do Sis-
denação e formulação de diretrizes do Sistema. a União relacionados com os programas, proje- tema Nacional de Informações de Segurança
``Decreto 8.075/2013 – Dispõe sobre o Conselho
tos ou ações de segurança pública e prisionais, Pública, Prisionais e sobre Drogas – SINESP
Gestor do Sistema Nacional de Informações de na forma do regulamento. que deixarem de fornecer ou atualizar seus
Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas, ART. 8º. A União poderá apoiar os Estados e o dados e informações no Sistema não poderão
instituído pela Lei 12.681/2012. Distrito Federal na implementação do Sinesp. receber recursos do Pronasci.”

1
Lei 12.681/2012 LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
ART. 11. O art. 3º da Lei Complementar nº no Sistema não poderão receber recursos ART. 13. Revoga-se a alínea d do inciso II do
79, de 7 de janeiro de 1994, passa a vigorar do Funpen.” caput do art. 3º da Lei nº 10.201, de 14 de
acrescido do seguinte § 4º: fevereiro de 2001.
ART. 12. O parágrafo único do art. 20 do De-
ART. 14. Esta Lei entra em vigor na data de
“Art. 3º (...) creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 sua publicação.
§ 4º Os entes federados integrantes do Sis- – Código de Processo Penal, passa a vigorar Brasília, 4 de julho de 2012;
tema Nacional de Informações de Segurança com a seguinte redação: 191º da Independência e 124º da República.
Pública, Prisionais e sobre Drogas – SINESP que ``Alteração incorporada ao texto do referido DILMA ROUSSEFF
deixarem de fornecer ou atualizar seus dados Decreto-lei. Publicado no D.O.U. de 29.6.2012

2
TURMA NAC. DE UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS Súmulas

TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DA


JURISPRUDÊNCIA DOS JUIZADOS
ESPECIAIS FEDERAIS
Súmulas

1.  A conversão dos benefícios previdenci- havido ou não levantamento do saldo, 11.10.1996, e até o advento da Lei n. 9.527,
ários em URV, em março/1994, obedece às parcial ou integralmente. de 10.12.1997, quando iguais ou inferiores
disposições do art. 20, incisos I e II, da Lei a trinta dias, não geram direito à remune-
8.880/94 (MP n. 434/1994). 13.  O reajuste concedido pelas Leis n. ração correspondente ao cargo ou função
8.622/1993 e 8.627/1993 (28,86%) consti- substituída.
2.  Os benefícios previdenciários, em maio tuiu revisão geral dos vencimentos e, por
de 1996, deverão ser reajustados na forma isso, é devido também aos militares que 24.  O tempo de serviço do segurado
da Medida Provisória 1.415, de 29 de abril não o receberam em sua integralidade, trabalhador rural anterior ao advento
de 1996, convertida na Lei 9.711, de 20 de compensado o índice então concedido, da Lei n. 8.213/91, sem o recolhimento
novembro de 1998. sendo limite temporal desse reajuste o de contribuições previdenciárias, pode
advento da MP n. 2.131 de 28.12.2000. ser considerado para a concessão de
3.  Os benefícios de prestação continuada, benefício previdenciário do Regime Geral
no regime geral da Previdência Social, 14.  Para a concessão de aposentadoria de Previdência Social (RGPS), exceto para
devem ser reajustados com base no IGP‑DI rural por idade, não se exige que o início efeito de carência, conforme a regra do
nos anos de 1997, 1999, 2000 e 2001. (Can- de prova material, corresponda a todo art. 55, § 2º, da Lei n. 8.213/1991.
celada em 09.05.2003. DOU, 30.09.2003.) o período equivalente à carência do
benefício. 25.  A revisão dos valores dos benefícios
4.  Não há direito adquirido à condição previdenciários, prevista no art. 58 do
de dependente de pessoa designada, 15.  O valor mensal da pensão por morte ADCT, deve ser feita com base no número
quando o falecimento do segurado concedida antes da Lei n. 9.032, de 28 de de salários mínimos apurado na data da
deu‑se após o advento da Lei 9.032/1995. abril de 1995, deve ser revisado de acordo concessão, e não no mês de recolhimento
com a nova redação dada ao art. 75 da Lei da última contribuição.
5.  A prestação de serviço rural por menor n. 8.213, de 24 de julho de 1991. (Cance-
de 12 a 14 anos, até o advento da Lei 8.213, lada em 26.03.2007. DOU, 08.05.2007). 26.  A atividade de vigilante enquadra‑se
de 24 de julho de 1991, devidamente como especial, equiparando‑se à de
comprovada, pode ser reconhecida para 16.  A conversão em tempo de serviço guarda, elencada no item 2.5.7. do Anexo
fins previdenciários. comum, do período trabalhado em III do Decreto n. 53.831/1964.
condições especiais, somente é possível
6.  A certidão de casamento ou outro relativamente à atividade exercida até 27.  A ausência de registro em órgão do
documento idôneo que evidencie a 28 de maio de 1998 (art. 28 da Lei n. Ministério do Trabalho não impede a
condição de trabalhador rural do cônjuge 9.711/1998). (Cancelada em 27.03.2009. comprovação do desemprego por outros
constitui início razoável de prova material DOU, 24.04.2009). meios admitidos em Direito.
da atividade rurícola.
17.  Não há renúncia tácita no Juizado 28.  Encontra‑se prescrita a pretensão
7.  Descabe incidente de uniformi- Especial Federal, para fins de competência. de ressarcimento de perdas sofridas na
zação versando sobre honorários atualização monetária da conta do Plano
advocatícios por se tratar de questão de 18.  Provado que o aluno aprendiz de de Integração Social ‑ PIS‑, em virtude
direito processual. Escola Técnica Federal recebia remune- de expurgos ocorridos por ocasião dos
ração, mesmo que indireta, à conta do Planos Econômicos Verão e Collor I.
8.  Os benefícios de prestação continuada, orçamento da União, o respectivo tempo
no regime geral da Previdência Social, não de serviço pode ser computado para fins 29.  Para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei
serão reajustados com base no IGP‑DI nos de aposentadoria previdenciária. n. 8.742, de 1993, incapacidade para a vida
anos de 1997, 1999, 2000 e 2001. independente não é só aquela que impede
19.  Para o cálculo da renda mensal inicial as atividades mais elementares da pessoa,
9.  O uso de Equipamento de Proteção do benefício previdenciário, deve ser con-
Individual (EPI), ainda que elimine a insa- mas também a impossibilita de prover ao
siderada, na atualização dos salários de próprio sustento.
lubridade, no caso de exposição a ruído, contribuição anteriores a março de 1994, a
não descaracteriza o tempo de serviço variação integral do IRSM de fevereiro de 30.  Tratando‑se de demanda previden-
especial prestado. 1994, na ordem de 39,67% (art. 21, § 1º, da ciária, o fato de o imóvel ser superior ao
10.  O tempo de serviço rural anterior
Lei n. 8.880/1994). módulo rural não afasta, por si só, a qualifi-
à vigência da Lei n. 8.213/91 pode ser cação de seu proprietário como segurado
20.  A Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de especial, desde que comprovada, nos
utilizado para fins de contagem recíproca, 1990, não modificou a situação do servi- autos, a sua exploração em regime de
assim entendida aquela que soma tempo dor celetista anteriormente aposentado economia familiar.
de atividade privada, rural ou urbana, ao pela Previdência Social Urbana.
de serviço público estatutário, desde que 31.  A anotação na CTPS decorrente de
sejam recolhidas as respectivas contribui- 21.  Não há direito adquirido a reajuste sentença trabalhista homologatória
ções previdenciárias. de benefícios previdenciários com base constitui início de prova material para fins
na variação do IPC (Índice de Preço ao previdenciários.
11.  A renda mensal, per capita, Consumidor), de janeiro de 1989 (42,72%)
familiar, superior a ¼ (um quarto) do e abril de 1990 (44,80%). 32.  O tempo de trabalho laborado com
salário‑mínimo não impede a concessão exposição a ruído é considerado especial,
do benefício assistencial previsto no art. 22.  Se a prova pericial realizada em para fins de conversão em comum, nos
20, § 3º, da Lei n. 8.742 de 1993, desde juízo dá conta de que a incapacidade já seguintes níveis: superior a 80 decibéis,
que comprovada, por outros meios, a existia na data do requerimento adminis- na vigência do Decreto n. 53.831/64 e, a
miserabilidade do postulante. (Cancelada trativo, esta é o termo inicial do benefício contar de 5 de março de 1997, superior
em 24.04.2006. DOU, 12.05.2006). assistencial. a 85 decibéis, por força da edição do
12.  Os juros moratórios são devidos pelo 23.  As substituições de cargos ou funções
Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de
gestor do FGTS e incidem a partir da de direção ou chefia ou de cargo de 2003, quando a Administração Pública
citação nas ações em que se reclamam natureza especial ocorridas a partir da reconheceu e declarou a nocividade à
diferenças de correção monetária, tenha vigência da Medida Provisória n. 1.522, de saúde de tal índice de ruído. (Cancelada
em 09.05.2003. DOU, 30.09.2003.)

1
Súmulas TURMA NAC. DE UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS
33.  Quando o segurado houver preen- a exposição a agentes nocivos à saúde ou agentes nocivos à saúde ou à integridade
chido os requisitos legais para concessão à integridade física não precisa ocorrer de física.
da aposentadoria por tempo de serviço na forma permanente.
data do requerimento administrativo, esta 63. A comprovação de união estável para
data será o termo inicial da concessão do 50. É possível a conversão do tempo de efeito de concessão de pensão por morte
benefício. serviço especial em comum do trabalho prescinde de início de prova material
prestado em qualquer período. (DOU 23.08.2012).
34.  Para fins de comprovação do tempo
de labor rural, o início de prova material 51. Os valores recebidos por força de 64. O direito à revisão do ato de inde-
deve ser contemporâneo à época dos antecipação dos efeitos de tutela, ferimento de benefício previdenciário
fatos a provar. posteriormente revogada em demanda ou assistencial sujeita-se ao prazo deca-
previdenciária, são irrepetíveis em razão dencial de dez anos (DOU, 23.08.2012).
35.  A Taxa Selic, composta por juros de da natureza alimentar e da boa-fé no seu (Cancelada em 18.06.2015. DOU,
mora e correção monetária, incide nas recebimento. 24.06.2015.)
repetições de indébito tributário. 65. Os benefícios de auxílio-doença, auxí-
52. Para fins de concessão de pensão
36.  Não há vedação legal à cumulação por morte, é incabível a regularização do lio-acidente e aposentadoria por invalidez
da pensão por morte de trabalhador rural recolhimento de contribuições de segurado concedidos no período de 28.03.2005 a
com o benefício da aposentadoria por contribuinte individual posteriormente a 20.07.2005 devem ser calculados nos ter-
invalidez, por apresentarem pressupostos seu óbito, exceto quando as contribuições mos da Lei n. 8.213/1991, em sua redação
fáticos e fatos geradores distintos. devam ser arrecadadas por empresa toma- anterior à vigência da Medida Provisória
n. 242/2005. (Cancelada em 18.06.2015.
dora de serviços. DOU, 24.06.2015.)
37.  A pensão por morte, devida ao filho
até os 21 anos de idade, não se prorroga 53. Não há direito a auxílio-doença ou
pela pendência do curso universitário. 66. O servidor público ex-celetista que
a aposentadoria por invalidez quando trabalhava sob condições especiais antes
a incapacidade para o trabalho é pree- de migrar para o regime estatutário tem
38.  Aplica‑se subsidiariamente a Tabela xistente ao reingresso do segurado no
de Cálculos de Santa Catarina aos pedidos direito adquirido à conversão do tempo
Regime Geral de Previdência Social. de atividade especial em tempo comum
de revisão de RMI ‑ OTN/ORTN, na atuali-
zação dos salários de contribuição. 54. Para a concessão de aposentadoria
com o devido acréscimo legal, para efeito
por idade de trabalhador rural, o tempo de contagem recíproca no regime previ-
39. Nas ações contra a Fazenda Pública, denciário próprio dos servidores públicos.
de exercício de atividade equivalente
que versem sobre pagamento de à carência deve ser aferido no período
diferenças decorrentes de reajuste nos 67. O auxílio-alimentação recebido em
imediatamente anterior ao requerimento pecúnia por segurado filiado ao Regime
vencimentos de servidores públicos, administrativo ou à data do implemento
ajuizadas após 24.08.2001, os juros de Geral da Previdência Social integra o
da idade mínima. salário de contribuição e sujeita-se à
mora devem ser fixados em 6% (seis por incidência de contribuição previdenciária.
cento) ao ano (art. 1º‑F da Lei 9.494/97). 55. A conversão do tempo de atividade
especial em comum deve ocorrer com 68. O laudo pericial não contemporâneo
40. Nenhuma diferença é devida a título aplicação do fator multiplicativo em vigor ao período trabalhado é apto à compro-
de correção monetária dos depósitos na data da concessão da aposentadoria. vação da atividade especial do segurado.
do FGTS relativos ao mês de fevereiro de
1989. 56. O prazo de trinta anos para prescrição 69. O tempo de serviço prestado em
da pretensão à cobrança de juros progres- empresa pública ou em sociedade de eco-
41. A circunstância de um dos integran- sivos sobre saldo de conta vinculada ao nomia mista por servidor público federal
tes do núcleo familiar desempenhar FGTS tem início na data em que deixou somente pode ser contado para efeitos de
atividade urbana não implica, por si só, de ser feito o crédito e incide sobre cada aposentadoria e disponibilidade. (DOU,
a descaracterização do trabalhador rural prestação mensal. 13.03.2013.)
como segurado especial, condição que
``Lei13.303/2016 (Dispõe sobre o estatuto jurí-
deve ser analisada no caso concreto. 57. O auxílio-doença e a aposentadoria
dico da empresa pública, da sociedade de eco-
por invalidez não precedida de auxílio-
42. Não se conhece de incidente de unifor- -doença, quando concedidos na vigência nomia mista e de suas subsidiárias, no âmbito
mização que implique reexame de matéria da Lei n. 9.876/1999, devem ter o salário da União, dos Estados, do Distrito Federal e
de fato. de benefício apurado com base na média dos Municípios).
43. Não cabe incidente de uniformização aritmética simples dos maiores salários 70. A atividade de tratorista pode ser
que verse sobre matéria processual. de contribuição correspondentes a 80% equiparada à de motorista de caminhão
do período contributivo, independente- para fins de reconhecimento de atividade
44. Para efeito de aposentadoria urbana mente da data de filiação do segurado ou especial mediante enquadramento por
por idade, a tabela progressiva de carên- do número de contribuições mensais no categoria profissional. (DOU, 13.03.2013.)
cia prevista no art. 142 da Lei n. 8.213/1991 período contributivo.
deve ser 71. O mero contato do pedreiro com o
58. Não é devido o reajuste na indenização cimento não caracteriza condição espe-
aplicada em função do ano em que o de campo por força da alteração trazida cial de trabalho para fins previdenciários.
segurado completa a idade mínima pa- pelo Decreto n. 5.554/2005. (DOU, 13.03.2013.)
ra concessão do benefício, ainda que o
período de carência só seja preenchido 59. A ausência de declaração do objeto 72. É possível o recebimento de benefício
posteriormente. postado não impede a condenação da por incapacidade durante período em que
ECT a indenizar danos decorrentes do houve exercício de atividade remunerada
45. Incide correção monetária sobre o extravio, desde que o conteúdo da posta- quando comprovado que o segurado
salário‑maternidade desde a época do gem seja demonstrado por outros meios estava incapaz para as atividades habi-
parto, independentemente da data do de prova admitidos em direito. tuais na época em que trabalhou. (DOU,
requerimento administrativo. 13.03.2013.)
60. O décimo terceiro salário não integra o
46. O exercício de atividade urbana salário de contribuição para fins de cálculo 73. O tempo de gozo de auxílio-doença ou
intercalada não impede a concessão de do salário de benefício, independente- de aposentadoria por invalidez não decor-
benefício previdenciário de trabalhador mente da data da concessão do benefício rentes de acidente de trabalho só pode ser
rural, condição que deve ser analisada no previdenciário. computado como tempo de contribuição
caso concreto. ou para fins de carência quando inter-
61. As alterações promovidas pela Lei n. calado entre períodos nos quais houve
47. Uma vez reconhecida a incapacidade 11.960/2009 têm aplicação imediata na recolhimento de contribuições para a
parcial para o trabalho, o juiz deve analisar regulação dos juros de mora em conde- previdência social. (DOU, 13.03.2013.)
as condições pessoais e sociais do segu- nações contra a Fazenda Pública, inclusive
rado para a concessão de aposentadoria em matéria previdenciária, independen- 74. O prazo de prescrição fica suspenso pela
por invalidez. temente da data do ajuizamento da ação formulação de requerimento administrativo
ou do trânsito em julgado. (Cancelada em e volta a correr pelo saldo remanescente
48. A incapacidade não precisa ser perma- 11.10.2013. DOU, 11.10.2013.) após a ciência da decisão administrativa
nente para fins de concessão do benefício final. (DOU, 22.05.2013.)
assistencial de prestação continuada. 62. O segurado contribuinte individual
pode obter reconhecimento de atividade 75. A Carteira de Trabalho e Previdência
49. Para reconhecimento de condição especial para fins previdenciários, desde Social (CTPS) em relação à qual não se
especial de trabalho antes de 29.04.1995, que consiga comprovar exposição a aponta defeito formal que lhe comprometa

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TURMA NAC. DE UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS Súmulas
a fidedignidade goza de presunção relativa sociais, econômicas e culturais, de forma a efetiva condição vivida no meio social
de veracidade, formando prova suficiente analisar a incapacidade em sentido amplo, pelo requerente. (DOU, 24.04.2015.)
de tempo de serviço para fins previdenci- em face da elevada estigmatização social
ários, ainda que a anotação de vínculo de da doença. (DOU, 17.09.2014.) 81. Não incide o prazo decadencial pre-
emprego não conste no Cadastro Nacional visto no art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91,
``Enunciado 141, FONAJEF. nos casos de indeferimento e cessação de
de Informações Sociais (CNIS). (DOU,
13.06.2013). 79. Nas ações em que se postula benefício benefícios, bem como em relação às ques-
assistencial, é necessária a comprovação tões não apreciadas pela Administração
76. A averbação de tempo de serviço rural das condições socioeconômicas do autor no ato da concessão. (DOU, 24.06.2015.)
não contributivo não permite majorar o por laudo de assistente social, por auto de
coeficiente de cálculo da renda mensal constatação lavrado por oficial de justiça 82. O código 1.3.2 do quadro anexo ao
inicial de aposentadoria por idade pre- ou, sendo inviabilizados os referidos Decreto n. 53.831/64, além dos profis-
visto no art. 50 da Lei n. 8.213/91 (DOU, meios, por prova testemunhal. (DOU, sionais da área da saúde, contempla os
14.08.2013). 24.04.2015.) trabalhadores que exercem atividades
de serviços gerais em limpeza e higieni-
77. O julgador não é obrigado a analisar 80. Nos pedidos de benefício de presta-
zação de ambientes hospitalares. (DOU,
as condições pessoais e sociais quando ção continuada (LOAS), tendo em vista o
advento da Lei 12.470/11, para adequada 30.11.2015.)
não reconhecer a incapacidade do reque-
rente para a sua atividade habitual (DOU, valoração dos fatores ambientais, sociais, 83. A partir da entrada em vigor da Lei n.
06.09.2013). econômicos e pessoais que impactam na
participação da pessoa com deficiência 8.870/94, o décimo terceiro salário não
78. Comprovado que o requerente de na sociedade, é necessária a realização integra o salário-de-contribuição para fins
benefício é portador do vírus HIV, cabe ao de avaliação social por assistente social de cálculo do salário-de-benefício. DOU,
julgador verificar as condições pessoais, ou outras providências aptas a revelar a 21.03.2016.)

3
FONAJE ‑ FÓRUM NACIONAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS Enunciados

FONAJE ‑ FÓRUM NACIONAL DOS


JUIZADOS ESPECIAIS
Enunciados atualizados até o XL Forúm Nacional de Juizados Especiais
16 a 18 de novembro de 2016 - Brasília/DF

ENUNCIADOS CÍVEIS dos artigos 544 e 557 do CPC. (Modificado 33. É dispensável a expedição de carta
no XXI Encontro ‑ Vitória/ ES). precatória nos Juizados Especiais Cíveis,
1. O exercício do direito de ação no cumprindo‑se os atos nas demais comar-
Juizado Especial Cível é facultativo para 16. Cancelado. cas, mediante via postal, por ofício do
o autor. 17. É vedada a acumulação das condições Juiz, fax, telefone ou qualquer outro meio
de preposto e advogado, na mesma pessoa idôneo de comunicação.
2. Substituído pelo Enunciado 58.
(arts. 35, I e 36, II, da Lei 8.906/1994, c/c art. 34. Cancelado.
3. Lei local não poderá ampliar a compe- 23 do Código de Ética e disciplina da OAB)
tência do Juizado Especial. (Substituído pelo Enunciado 98 no XIX 35. Finda a instrução, não são obrigatórios
Encontro ‑ Aracaju/SE). os debates orais.
4. Nos Juizados Especiais só se admite a
ação de despejo prevista no art. 47, inciso 18. Cancelado. 36. A assistência obrigatória prevista no
III, da Lei 8.245/1991. art. 9º da Lei 9.099/1995 tem lugar a partir
19. (Cancelado no XXI Encontro Vitória/ da fase instrutória, não se aplicando para
5. A correspondência ou contrafé recebida ES). a formulação do pedido e a sessão de
no endereço da parte é eficaz para efeito conciliação.
de citação, desde que identificado o seu 20. O comparecimento pessoal da parte às
recebedor. audiências é obrigatório. A pessoa jurídica 37. Em exegese ao art. 53, § 4º, da Lei
poderá ser representada por preposto. 9.099/1995, não se aplica ao processo de
6. Não é necessária a presença do juiz execução o disposto no art. 18, § 2º, da
togado ou leigo na Sessão de Conciliação, 21. (Cancelado no XXI Encontro ‑ Vitória/
referida lei, sendo autorizados o arresto e
nem a do juiz togado na audiência de ES)
a citação editalícia quando não encontrado
instrução conduzida por juiz leigo. (nova 22. A multa cominatória é cabível desde o devedor, observados, no que couber, os
redação - XXXVII Encontro Florianópolis/ o descumprimento da tutela antecipada, arts. 653 e 654 do Código de Processo Civil
SC). nos casos dos incisos V e VI do art. 52 da (nova redação aprovada no XXI Encontro
Lei 9.099/1995. Vitória/ES).
7. A sentença que homologa o laudo
``Refere-se ao CPC/1973. art. 830, NCPC.
arbitral é irrecorrível. 23. (Cancelado no XXI Encontro ‑Vitória/
ES) 38. A análise do art. 52, IV, da Lei
8. As ações cíveis sujeitas aos procedi-
9.099/1995, determina que, desde logo,
mentos especiais não são admissíveis nos 24. (Cancelado no XXI Encontro ‑ Vitória/ expeça‑se o mandado de penhora,
Juizados Especiais. ES) depósito, avaliação e intimação, inclusive
9. O condomínio residencial poderá da eventual audiência de conciliação
25. (Substituído pelo Enunciado 144, no
propor ação no Juizado Especial, nas designada, considerando‑se o executado
XXVIII FONAJE ‑ BA, 24 a 26 de novembro
hipóteses do art. 275, inciso II, item b, do intimado com a simples entrega de cópia
de 2010).
Código de Processo Civil. do referido mandado em seu endereço,
26. São cabíveis a tutela acautelatória e a devendo, nesse caso, ser certificado
``Refere-se ao CPC/1973.
antecipatória nos Juizados Especiais Cíveis circunstanciadamente.
10. A contestação poderá ser apresentada (nova redação no FONAJE Florianópolis/
até a audiência de Instrução e Julgamento. 39. Em observância ao art. 2º da Lei
SC). 9.099/1995, o valor da causa correspon-
11. Nas causas de valor superior a vinte 27. Na hipótese de pedido de valor até 20 derá à pretensão econômica objeto do
salários‑mínimos, a ausência de contesta- salários‑mínimos, é admitido pedido con- pedido.
ção, escrita ou oral, ainda que presente o traposto no valor superior ao da inicial,
réu, implica revelia. 40. O conciliador ou juiz leigo não está
até o limite de 40 salários‑mínimos, sendo incompatibilizado nem impedido de exer-
12. A perícia informal é admissível na hipó- obrigatória à assistência de advogados às cer a advocacia, exceto perante o próprio
tese do art. 35 da Lei 9.099/1995. partes. Juizado Especial em que atue ou se per-
28. Havendo extinção do processo com tencer aos quadros do Poder Judiciário.
13. Nos Juizados Especiais Cíveis, os
prazos processuais contam-se da data da base no inciso I do art. 5 da Lei 9.099/1995, 41. A correspondência ou contrafé rece-
intimação ou da ciência do ato respectivo, é necessária a condenação em custas. bida no endereço do advogado é eficaz
e não da juntada do comprovante da 29. Cancelado. para efeito de intimação, desde que iden-
intimação (nova redação - XXXIX Encontro tificado o seu recebedor (nova redação
- Maceió-AL). 30. É taxativo o elenco das causas previs- aprovada no XXI Encontro Vitória/ES).
tas na o art. 3º da Lei 9.099/1995.
14. Os bens que guarnecem a residência 42. (Substituído pelo Enunciado 99 no XIX
do devedor, desde que não essenciais a 31. É admissível pedido contraposto no Encontro ‑ Aracaju/SE).
habitabilidade, são penhoráveis. caso de ser a parte ré pessoa jurídica.
43. Na execução do título judicial
15. Nos Juizados Especiais não é cabível o 32. (Substituído pelo Enunciado 139 no definitivo, ainda que não localizado o
recurso de agravo, exceto nas hipóteses XXVIII FONAJE ‑ BA). executado, admite‑se a penhora de seus

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Enunciados FONAJE ‑ FÓRUM NACIONAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS
bens, dispensado o arresto. A intimação na fase de execução. (Redação alterada no o recurso (Aprovado no XI Encontro ‑ em
de penhora observará ao disposto no XIII Encontro ‑ Campo Grande/MS). Brasília‑DF).
artigo 19, § 2º, da Lei 9.099/1995.
61. (Cancelado em razão da redação do 78. O oferecimento de resposta, oral ou
44. No âmbito dos Juizados Especiais, não Enunciado 76 ‑ XIII Encontro/MS). escrita, não dispensa o comparecimento
são devidas despesas para efeito do cum- pessoal da parte, ensejando, pois, os efei-
primento de diligências, inclusive, quando 62. Cabe exclusivamente às Turmas tos da revelia (Aprovado no XI Encontro
Recursais conhecer e julgar o mandado de ‑ em Brasília‑DF).
da expedição de cartas precatórias.
segurança e o habeas corpus impetrados em
79. Designar‑se‑á hasta pública única, se o
45. Substituído pelo Enunciado 75. face de atos judiciais oriundos dos Juizados
Especiais. bem penhorado não atingir valor superior
46. A fundamentação da sentença ou do a sessenta salários‑mínimos (Aprovado
acórdão poderá ser feita oralmente, com 63. Contra decisões das Turmas Recursais no XI Encontro ‑ em Brasília‑DF. Alteração
gravação por qualquer meio, eletrônico são cabíveis somente os embargos decla- aprovada no XXI Encontro ‑ Vitória/ES).
ou digital, consignando‑se apenas o dis- ratórios e o Recurso Extraordinário.
80. O recurso Inominado será julgado
positivo na ata. (Redação Alterada no XIV
64. (Cancelado no XVI Encontro ‑ Rio de deserto quando não houver o reco-
Encontro São Luis/MA).
Janeiro/RJ). lhimento integral do preparo e sua
47. Substituído pelo Enunciado 135. (Apro- respectiva comprovação pela parte, no
65. (Cancelado no XVI Encontro ‑ Rio de
vado no XXVII FONAJE ‑ Palmas/TO ‑ 26 a prazo de 48 horas, não admitida a com-
Janeiro/RJ).
28 de maio de 2010). plementação intempestiva (art. 42, § 1º, da
66. (Cancelado no XXI Encontro ‑ Vitória/ Lei 9.099/1995). (Aprovado no XI Encontro
48. O disposto no § 1º do art. 9º da Lei ‑ em Brasília‑DF ‑ Alteração aprovada no
ES em razão do artigo 685‑A do CPC e pela
9.099/1995 é aplicável às microempresas XII Encontro ‑ Maceió‑AL).
revogação dos arts. 714 e 715 do CPC).
e às empresas de pequeno porte (nova
redação aprovada no XXI Encontro 67. (Substituído pelo Enunciado 91 apro- 81. A arrematação e a adjudicação podem
Vitória/ES). vado no XVI Encontro ‑ Rio de Janeiro/RJ). ser impugnadas, no prazo de cinco dias do
ato, por simples pedido. (Aprovado no XII
49. (Cancelado no XXI Encontro Vitória/ 68. Somente se admite conexão em Encontro ‑ Maceió‑AL‑ Alteração aprovada
ES). Juizado Especial Cível quando as ações
no XXI Encontro ‑ Vitória/ES).
puderem submeter‑se à sistemática da Lei
50. Para efeito de alçada, em sede de 9.099/1995. 82. Nas ações derivadas de acidentes de
Juizados Especiais, tomar‑se‑á como base trânsito a demanda poderá ser ajuizada
o salário‑mínimo nacional. 69. As ações envolvendo danos morais não
contra a seguradora, isolada ou conjun-
constituem, por si só, matéria complexa.
tamente com os demais coobrigados.
51. Os processos de conhecimento contra (Aprovado no XIII Encontro ‑ Campo
70. As ações nas quais se discute a ilega-
empresas sob liquidação extrajudicial, lidade de juros não são complexas para Grande/MS).
concordata ou recuperação judicial devem o fim de fixação da competência dos Jui-
prosseguir até a sentença de mérito, para 83. (Cancelado no XIX Encontro ‑ Aracaju/
zados Especiais, exceto quando exigirem SE)
constituição do título executivo judicial, perícia contábil (Nova Redação. Aprovada
possibilitando a parte habilitar o seu no XXX FONAJE ‑ SP 16 a 18 de novembro 84. (nova redação). Compete ao Presidente
crédito, no momento oportuno, pela via de 2011). da Turma Recursal o juízo de admissibi-
própria (nova redação no XXI Encontro lidade do Recurso Extraordinário, salvo
71. É cabível a designação de audiência de disposição em contrário. (Aprovado no
Vitória/ES). conciliação em execução de título judicial. XIV Encontro ‑ São Luis/MA, nova redação
52. Os embargos à execução poderão ser aprovada no XXII Encontro ‑ Manaus/AM).
72. Substituído pelo Enunciado 148 (XXIX
decididos pelo juiz leigo, observado o art. Encontro - Bonito/MS). 85. O prazo para recorrer da decisão de
40 da Lei n. 9.099/1995.
Turma Recursal fluirá da data do julga-
73. As causas de competência dos Jui-
53. Deverá constar da citação a advertên- mento. (Aprovado no XIV Encontro ‑ São
zados Especiais em que forem comuns Luis/MA).
cia, em termos claros, da possibilidade de o objeto ou a causa de pedir poderão
inversão do ônus da prova. ser reunidas para efeito de instrução, se 86. Os prazos processuais nos proce-
necessária, e julgamento. dimentos sujeitos ao rito especial dos
54. A menor complexidade da causa para Juizados Especiais não se suspendem e
a fixação da competência é aferida pelo 74. A prerrogativa de foro na esfera penal nem se interrompem. (Aprovado no XV
objeto da prova e não em face do direito não afasta a competência dos Juizados Encontro ‑ Florianópolis/SC. Nova redação
material. Especiais Cíveis. aprovada no XXI Encontro ‑ Vitória/ES).
75. (Substitui o Enunciado 45.) A hipótese 87. A Lei 10.259/2001 não altera o limite
55. Substituído pelo Enunciado 76.
do § 4º, do 53, da Lei 9.099/1995, também da alçada previsto no artigo 3º, inciso I, da
56. Cancelado. se aplica às execuções de título judicial, Lei 9.099/1995 (Aprovado no XV Encontro
entregando‑se ao exequente, no caso, ‑ Florianópolis/SC).
57. Cancelado. certidão do seu crédito, como título para
futura execução, sem prejuízo da manu- 88. Não cabe recurso adesivo em sede de
58. (Substitui o Enunciado 2). As causas tenção do nome do executado no Cartório Juizado Especial, por falta de expressa
cíveis enumeradas no art. 275, II, do CPC Distribuidor (nova redação aprovada no previsão legal (Aprovado no XV Encontro
admitem condenação superior a 40 salá- XXI Encontro ‑ Vitória/ES) ‑ Florianópolis/SC).
rios‑mínimos e sua respectiva execução,
76. (Substitui o Enunciado 55.) No pro- 89. A incompetência territorial pode ser
no próprio Juizado.
cesso de execução, esgotados os meios reconhecida de ofício no sistema de Jui-
59. Admite‑se o pagamento do débito por de defesa e inexistindo bens para a zados Especiais Cíveis (Aprovado no XVI
meio de desconto em folha de pagamento, garantia do débito, expede‑se a pedido
Encontro ‑ Rio de Janeiro/RJ).
do exequente certidão de dívida para
após anuência expressa do devedor e em
fins de inscrição no serviço de Proteção 90. A desistência da ação, mesmo sem
percentual que reconheça não afetar sua ao Crédito. SPC e SERASA, sob pena de
subsistência e a de sua família, atendendo a anuência do réu já citado, implicará
responsabilidade. a extinção do processo sem resolução
sua comodidade e conveniência pessoal.
77. O advogado cujo nome constar do do mérito, ainda que tal ato se dê em
60. É cabível a aplicação da desconside- termo de audiência estará habilitado para audiência de instrução e julgamento,
ração da personalidade jurídica, inclusive todos os atos do processo, inclusive para salvo quando houver indícios de litigância

2
FONAJE ‑ FÓRUM NACIONAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS Enunciados
de má-fé ou lide temerária. (Alterado no 102. O relator, nas Turmas Recursais Cíveis, litigância de má‑fé. (Aprovado no XX
XXXVIII FONAGE.) em decisão monocrática, poderá negar Encontro ‑ São Paulo/SP).
seguimento a recurso manifestamente
91. (Substitui o Enunciado 67) O conflito inadmissível, improcedente, prejudicado 115. Indeferida a concessão do benefício
de competência entre juízes de Juizados ou em desacordo com Súmula ou jurispru- da gratuidade da justiça requerido em
Especiais vinculados à mesma Turma dência dominante das Turmas Recursais sede de recurso, conceder‑se‑á o prazo de
Recursal será decidido por esta. Inexis- ou da Turma de Uniformização ou ainda 48 horas para o preparo. (Aprovado no XX
de Tribunal Superior, cabendo recurso Encontro ‑ São Paulo/SP).
tindo tal vinculação, será decidido pela interno para a Turma Recursal, no prazo
Turma Recursal para a qual for distribuído de cinco dias (Alterado no XXXVI Encontro 116. O Juiz poderá, de ofício, exigir que a
(Aprovado no XVI Encontro ‑ Rio de - Belém/PA) parte comprove a insuficiência de recur-
Janeiro/RJ, nova redação aprovado no sos para obter a concessão do benefício
XXII Encontro ‑ Manaus/ AM). 103. O relator, nas Turmas Recursais Cíveis,
em decisão monocrática, poderá dar da gratuidade da justiça (art. 5º, LXXIV, da
92. Nos termos do art. 46 da Lei n. provimento a recurso se a decisão estiver CF), uma vez que a afirmação da pobreza
9.099/1995, é dispensável o relatório nos em manifesto confronto com Súmula goza apenas de presunção relativa de
do Tribunal Superior ou Jurisprudência veracidade. (Aprovado no XX Encontro ‑
julgamentos proferidos pelas Turmas dominante do próprio juizado, cabendo
Recursais (Aprovado no XVI Encontro ‑ Rio São Paulo/SP).
recurso interno para a Turma Recursal,
de Janeiro/RJ). no prazo de 5 dias. (Alterado no XXXVI 117. É obrigatória a segurança do Juízo
Encontro - Belém/PA). pela penhora para apresentação de
93. (Substituído pelo Enunciado 140 no
104. (Substituído pelo Enunciado 142 no
embargos à execução de título judicial ou
XXVIII FONAJE‑BA).
XXVIII Encontro ‑ Bahia). extrajudicial perante o Juizado Especial.
94. É cabível, em Juizados Especiais Cíveis, (Aprovado no XXI Encontro ‑ Vitória/ES).
a propositura de ação de revisão de con- 105. Cancelado (XXXIII Encontro - Cuiabá/
MT) 118. Quando manifestamente inadmis-
trato, inclusive quando o autor pretenda sível ou infundado o recurso interposto,
o parcelamento de dívida, observado 106. Havendo dificuldade de pagamento a turma recursal ou o relator em decisão
o valor de alçada, exceto quando exigir direto ao credor, ou resistência deste, o monocrática condenará o recorrente a
perícia contábil (Aprovado no XVIII Encon- devedor, a fim de evitar a multa de 10%, pagar multa de 1% e indenizar o recorrido
tro ‑ Goiânia/GO. Nova Redação. Aprovada deverá efetuar depósito perante o juízo no percentual de até 20% do valor da
no XXX FONAJE ‑ SP 16 a 18 de novembro singular de origem, ainda que os autos causa, ficando a interposição de qualquer
de 2011). estejam na instância recursal (aprovado no
outro recurso condicionada ao depósito
XIX Encontro ‑ Aracaju/SE).
95. Finda a audiência de instrução, do respectivo valor. (Aprovado no XXI
conduzida por Juiz Leigo, deverá ser 107. (Nova redação): Nos acidentes ocor- Encontro ‑ Vitória/ES).
apresentada a proposta de sentença ao ridos antes da MP 340/06, convertida na
Juiz Togado em até dez dias, intimadas as Lei n. 11.482/07, o valor devido do seguro 119. (Substituído pelo Enunciado 147, por
partes no próprio termo da audiência para obrigatório é de 40 (quarenta) salários‑míni- maioria, no XXIX FONAJE ‑ MS 25 a 27 de
a data da leitura da sentença. (Aprovado mos, não sendo possível modificá‑lo por maio de 2011).
no XVIII Encontro ‑ Goiânia/GO). Resolução do CNSP e/ou Susep (aprovado
no XXVI Encontro ‑ Fortaleza/CE ‑ 25 a 27 de 120. A multa derivada de descumpri-
96. A condenação do recorrente vencido, novembro de 2009). mento de antecipação de tutela é passível
em honorários advocatícios, independe de execução mesmo antes do trânsito em
da apresentação de contrarrazões. (Apro- 108. A mera recusa ao pagamento de
vado no XVIII Encontro ‑ Goiânia/GO). julgado da sentença. (Aprovado no XXI
indenização decorrente de seguro obriga- Encontro ‑ Vitória/ES).
97. A multa prevista no art. 523, § 1º, do tório não configura dano moral (aprovado
CPC/2015 aplica-se aos Juizados Especiais no XIX Encontro ‑ Aracaju/SE). 121. Os fundamentos admitidos para
Cíveis, ainda que o valor desta, somado ao embargar a execução da sentença estão
da execução, ultrapasse o limite de alçada; 109. (Cancelado no XXIX FONAJE ‑ MS, 25 a disciplinados no art. 52, inciso IX, da Lei
a segunda parte do referido dispositivo 27 de maio de 2011). 9.099/95 e não no artigo 475‑L do CPC,
não é aplicável, sendo, portanto, indevidos introduzido pela Lei 11.232/05. (Aprovado
110. (Substituído pelo Enunciado 141 no no XXI Encontro ‑ Vitória/ES).
honorários advocatícios de dez por cento.
(Alterado no XXXVIII FONAGE.) XXVIII FONAJE‑BA).
122. É cabível a condenação em custas e
98. (Substitui o Enunciado 17.) É vedada a 111. O condomínio, se admitido como honorários advocatícios na hipótese de
acumulação simultânea das condições de autor, deve ser representado em audi- não conhecimento do recurso inominado.
preposto e advogado na mesma pessoa ência pelo síndico, ressalvado o disposto (Aprovado no XXI Encontro ‑ Vitória/ES).
(art. 35, I e 36, II da Lei 8.906/1994 com- no § 2º do art. 1.348 do Código Civil.
binado com o art. 23 do Código de Ética 123. O art. 191 do CPC não se aplica aos
e Disciplina da OAB) (aprovado no XIX (Aprovado no XIX Encontro ‑ São Paulo/SP. processos cíveis que tramitam perante
Encontro ‑ Aracaju/SE). Nova redação aprovada no XXI Encontro o Juizado Especial. (Aprovado no XXI
‑ Vitória/ES). Encontro ‑ Vitória/ES).
99. (Substitui o Enunciado 42.) O preposto
que comparece sem carta de preposição, 112. A intimação da penhora e avaliação 124. Das decisões proferidas pelas Turmas
obriga‑se a apresentá‑la no prazo que realizada na pessoa do executado dis- Recursais em mandado de segurança não
for assinado, para validade de eventual pensa a intimação do advogado. Sempre cabe recurso ordinário. (Aprovado no XXI
acordo, sob as penas dos artigos 20 e 51, Encontro ‑ Vitória/ES).
I, da Lei n. 9.099/1995, conforme o caso que possível o oficial de Justiça deve
(aprovado no XIX Encontro ‑ Aracaju/SE). proceder a intimação do executado no 125. Nos Juizados Especiais, não são
mesmo momento da constrição judicial cabíveis embargos declaratórios contra
100. A penhora de valores depositados (art. 475, § 1º, CPC). (Aprovado no XX
em banco poderá ser feita independen- acórdão ou súmula na hipótese do art.
Encontro ‑ São Paulo/SP).
temente de a agência situar‑se no Juízo 46 da Lei n. 9.099/1995, com finalidade
da execução (aprovado no XIX Encontro 113. As Turmas Recursais reunidas pode- exclusiva de prequestionamento, para
‑ Aracaju/SE). rão, mediante decisão de dois terços fins de interposição de recurso extra-
dos seus membros, salvo disposição ordinário (Aprovado no XXI Encontro
101. O art. 332 do CPC/2015 aplica-se regimental em contrário, aprovar súmulas. ‑ Vitória/ES).
ao Sistema dos Juizados Especiais; e o (Aprovado no XIX Encontro ‑ São Paulo/
disposto no respectivo inc. IV também 126. Em execução eletrônica de título
SP).
abrange os enunciados e súmulas de seus extrajudicial, o título de crédito será
órgãos colegiados. (Alterado no XXXVIII 114. A gratuidade da justiça não abrange digitalizado e o original apresentado até a
FONAGE.) o valor devido em condenação por sessão de conciliação ou prazo assinado, a

3
Enunciados FONAJE ‑ FÓRUM NACIONAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS
fim de ser carimbado ou retido pela secre- no XXXII FONAJE - RJ - 5 a 7 de dezembro (Aprovado no XXIX FONAJE ‑ MS 25 a 27
taria (Aprovado no FONAJE Florianópolis/ de 2012). de maio de 2011).
SC). 138. Enunciado renumerado como n. 9 da 148. (Substitui o Enunciado 72.) Inexis-
127. O cadastro de que trata o art. 1º, § 2º, III, Fazenda Pública. (Renumeração aprovada tindo interesse de incapazes, o Espólio
no XXXII FONAJE - RJ - 5 a 7 de dezembro pode ser parte nos Juizados Especiais
“b”, da Lei 11.419/2006 deverá ser presencial de 2012). Cíveis. (Aprovado no XXIX FONAJE ‑ MS 25
e não poderá se dar mediante procuração, a 27 de maio de 2011).
ainda que por instrumento público e com 139. (Substitui o Enunciado 32) A exclusão
poderes especiais (Aprovado no FONAJE da competência do Sistema dos Juizados 149. Aprovado e transformado em 02,
Florianópolis/SC). Especiais quanto às demandas sobre da Fazenda Pública. (Aprovado no XXIX
direitos ou interesses difusos ou coletivos, FONAJE. MS 25 a 27 de maio de 2011).
128. Além dos casos de segredo de justiça dentre eles os individuais homogêneos,
aplica-se tanto para as demandas indivi- 150. Aprovado e transformado em 03,
e sigilo judicial, os documentos digitaliza-
duais de natureza multitudinária quanto da Fazenda Pública. (Aprovado no XXIX
dos em processo eletrônico somente serão
para as ações coletivas. Se, no exercício de FONAJE. MS 25 a 27 de maio de 2011).
disponibilizados aos sujeitos processuais, suas funções, os juízes e tribunais tiverem
vedado o acesso a consulta pública fora conhecimento de fatos que possam 151. Cancelado no XXIX FONAJE. MS 25 a
da secretaria do juízado (Aprovado no ensejar a propositura da ação civil coletiva, 27 de maio de 2011).
FONAJE Florianópolis/SC). remeterão peças ao Ministério Público e/ 152. Aprovado e transformado em 05,
ou à Defensoria Pública para as providên- da Fazenda Pública. (Aprovado no XXIX
129. Nos juizados especiais que atuem cias cabíveis (Alterado no XXXVI Encontro FONAJE. MS 25 a 27 de maio de 2011).
com processo eletrônico, ultimado o pro- - Belém/PA).
cesso de conhecimento em meio físico, a 153. Aprovado e transformado em 06,
140. (Substitui o Enunciado 93.) O bloqueio da Fazenda Pública. (Aprovado no XXIX
execução dar‑se‑á de forma eletrônica, on‑line de numerário será considerado FONAJE. MS 25 a 27 de maio de 2011).
digitalizando as peças necessárias (Apro- para todos os efeitos como penhora,
vado no FONAJE Florianópolis/SC). dispensando‑se a lavratura do termo e 154. Aprovado e transformado em 01,
intimando‑se o devedor da constrição. da Fazenda Pública. (Aprovado no XXIX
130. Os documentos digitais que impli- (Aprovado no XXVIII FONAJE ‑ BA ‑ 24 a 26 FONAJE. MS 25 a 27 de maio de 2011).
quem efeitos no meio não digital, uma de novembro de 2010). 155. Admitem‑se embargos de terceiro,
vez materializados, terão a autenticidade no sistema dos juizados, mesmo pelas
certificada pelo Diretor de Secretaria ou 141. (Substitui o Enunciado 110). A micro- pessoas excluídas pelo § 1º do art. 8º da
empresa e a empresa de pequeno porte, Lei 9.099/95.(Aprovado no XXIX FONAJE.
Escrivão (Aprovado FONAJE Florianópolis/ quando autoras, devem ser representadas,
SC). MS 25 a 27 de maio de 2011).
inclusive em audiência, pelo empresário
individual ou pelo sócio dirigente. (Apro- 156. Na execução de título judicial, o prazo
131. As empresas públicas e sociedades para oposição de embargos flui da data
vado no XXVIII FONAJE ‑ BA ‑ 24 a 26 de
de economia mista dos Estados, do novembro de 2010). do depósito espontâneo, valendo este
Distrito Federal e dos Municípios podem como termo inicial, ficando dispensada a
ser demandadas nos Juizados Especiais. 142. (Substitui o Enunciado 104): Na lavratura de termo de penhora (Aprovado
(Incluído no XXV no FONAJE ‑ São Luís). execução por título judicial o prazo para no XXX FONAJE ‑ SP 16 a 18 de novembro
oferecimento de embargos será de quinze de 2011).
132. (Substituído pelo Enunciado 144, no dias e fluirá da intimação da penhora.
(Aprovado no XXVIII FONAJE ‑ BA ‑ 24 a 26 157. Nos Juizados Especiais Cíveis, o autor
XXVIII FONAJE ‑ BA, 24 a 26 de novembro
de novembro de 2010). poderá aditar o pedido até o momento da
de 2010).
audiência de instrução e julgamento, ou
143. A decisão que põe fim aos embargos até a fase instrutória, resguardado ao réu o
133. O valor de alçada de 60 salários‑míni- à execução de título judicial ou extrajudi-
mos previsto no artigo 2º da Lei 12.153/09, respectivo direito de defesa (nova redação
cial é sentença, contra a qual cabe apenas
não se aplica aos Juizados Especiais recurso inominado. (Aprovado no XXVIII - XXXIX Encontro - Maceió-AL).
Cíveis, cujo limite permanece em 40 FONAJE ‑ BA, 24 a 26 de novembro de 158. Cancelado (XXXIII Encontro - Cuiabá/
salários‑mínimos. (Aprovado no XXVII 2010). MT).
FONAJE ‑ Palmas/TO ‑ 26 a 28 de maio de 144. (Substitui o Enunciado 132): A
2010). 159. Não existe omissão a sanar por meio
multa cominatória não fica limitada ao de embargos de declaração quando o
valor de 40 salários‑mínimos, embora
134. As inovações introduzidas pelo artigo acórdão não enfrenta todas as questões
deva ser razoavelmente fixada pelo
5º da Lei 12.153/09 não são aplicáveis aos Juiz, obedecendo ao valor da obrigação arguidas pelas partes, desde que uma
Juizados Especiais Cíveis (Lei 9.099/95). principal, mais perdas e danos, atendidas delas tenha sido suficiente para o jul-
(Aprovado no XXVII FONAJE ‑ Palmas/ as condições econômicas do devedor. gamento do recurso (Aprovado no XXX
TO ‑ 26 a 28 de maio de 2010). (Aprovado no XXVIII FONAJE ‑ BA, 24 a 26 FONAJE ‑ SP 16 a 18 de novembro de 2011).
de novembro de 2010).
135. (Substitui o Enunciado 47) O acesso da 160. Nas hipóteses do artigo 515, § 3º, do
micro-empresa ou empresa de pequeno 145. A penhora não é requisito para a CPC, e quando reconhecida a prescrição
porte no sistema dos Juizados Especiais designação de audiência de conciliação na sentença, a turma recursal, dando
depende da comprovação de sua qualifi- na execução fundada em título extrajudi- provimento ao recurso, poderá julgar de
cação tributária atualizada e documento cial. (Aprovado no XXIX FONAJE ‑ MS 25 a imediato o mérito, independentemente
fiscal referente ao negócio jurídico objeto 27 de maio de 2011). de requerimento expresso do recorrente.
da demanda. (Aprovado no XXVII FONAJE (Aprovado no XXXIV FONAJE - Recife.)
‑ Palmas/TO ‑ 26 a 28 de maio de 2010). 146. A pessoa jurídica que exerça atividade
de factoring e de gestão de créditos e ati- 161. Considerado o princípio da especiali-
136. O reconhecimento da litigância de vos financeiros, excetuando as entidades dade, o CPC/2015 somente terá aplicação
má‑fé poderá implicar em condenação descritas no art. 8º, § 1º, inciso IV, da Lei n. ao Sistema dos Juizados Especiais nos casos
ao pagamento de custas, honorários de 9.099/95, não será admitida a propor ação de expressa e específica remissão ou
advogado, multa e indenização nos ter- perante o Sistema dos Juizados Especiais na hipótese de compatibilidade com os
mos dos artigos 55, caput, da Lei 9.099/95 (art. 3º, § 4º, VIII, da Lei Complementar n. critérios previstos no art. 2º da Lei 9.099/95.
e 18 do Código de Processo Civil”. (Apro- 123, de 14 de dezembro de 2006). (Apro- (Aprovado no XXXVIII FONAGE.)
vado no XXVII FONAJE ‑ Palmas/TO ‑ 26 a vado no XXIX FONAJE ‑ MS 25 a 27 de maio
28 de maio de 2010). de 2011). 162. Não se aplica ao Sistema dos Juizados
Especiais a regra do art. 489 do CPC/2015
``Refere-se ao CPC/1973. ♣art. 81, NCPC. 147. (Substitui o Enunciado 119.) A cons- diante da expressa previsão contida no art.
137. Enunciado renumerado como n. 8 da trição eletrônica de bens e valores poderá 38, caput, da Lei 9.099/95. (Aprovado no
Fazenda Pública. (Renumeração aprovada ser determinada de ofício pelo juiz. XXXVIII FONAGE.)

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FONAJE ‑ FÓRUM NACIONAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS Enunciados
163. Os procedimentos de tutela de ``Refere-se ao CPC/1973. ♣art. 85, NCPC. 6. (Substituído no XXI Encontro Vitória/ES
urgência requeridos em caráter antece- 7. O sequestro previsto no § 1º do artigo pelo Enunciado 86).
dente, na forma prevista nos arts. 303 a 13 da Lei n. 12.153/09 também poderá ser
310 do CPC/2015, são incompatíveis com feito por meio do Bacenjud, ressalvada a 7. Cancelado.
o Sistema dos Juizados Especiais. (Apro- hipótese de precatório (Aprovado no XXX
vado no XXXVIII FONAGE.) 8. A multa deve ser fixada em dias‑multa,
FONAJE ‑ SP 16 a 18 de novembro de 2011). tendo em vista o art. 92 da Lei 9.099/95,
164. O art. 229, caput, do CPC/2015 não se 8. De acordo com a decisão proferida pela que determina a aplicação subsidiária dos
aplica ao Sistema de Juizados Especiais. 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça Códigos Penal e de Processo Penal.
(Aprovado no XXXVIII FONAGE.) no Conflito de Competência 35.420, e
considerando que o inciso II do art. 5º 9. A intimação do autor do fato para a audi-
165. Nos Juizados Especiais Cíveis, todos ência preliminar deve conter a advertência
da Lei 12.153/09 é taxativo e não inclui
os prazos serão contados de forma contí- ente da Administração Federal entre da necessidade de acompanhamento de
nua (XXXIX Encontro - Maceió-AL). os legitimados passivos, não cabe, no advogado e de que, na sua falta, ser‑lhe‑á
Juizado Especial da Fazenda Pública ou nomeado Defensor Público.
166. Nos Juizados Especiais Cíveis, o juízo
no Juizado Estadual Cível, ação contra a
prévio de admissibilidade do recurso será 10. Havendo conexão entre crimes da
União, suas empresas públicas e autar-
feito em primeiro grau (XXXIX Encontro quias, nem contra o INSS. (Aprovado no competência do Juizado Especial e do
- Maceió-AL). XXVIII FONAJE - BA - 24 a 26 de novembro Juízo Penal Comum, prevalece a compe-
de 2010)(Renumeração aprovada no XXXII tência deste.
167. Não se aplica aos Juizados Especiais FONAJE - RJ - 5 a 7 de dezembro de 2012)
a necessidade de publicação no Diário 11. (Substituído no XIX Encontro ‑ Aracaju/
Eletrônico quando o réu for revel - art. 346 9. Nas comarcas onde não houver Juizado SE pelo Enunciado 80).
do CPC (XL Encontro - Brasília-DF). Especial da Fazenda Pública ou juizados
12. (Substituído no XV Encontro ‑ Florianó-
adjuntos instalados, as ações serão
168. Não se aplica aos recursos dos Juiza- propostas perante as Varas comuns que polis/SC pelo Enunciado 64).
dos Especiais o disposto no artigo 1.007 detêm competência para processar os 13. É cabível o encaminhamento de pro-
do CPC 2015 (XL Encontro - Brasília-DF). feitos de interesse da Fazenda Pública ou posta de transação por carta precatória
perante aquelas designadas pelo Tribunal (Nova redação aprovada no XXI Encontro
169. O disposto nos §§ 1º e 5º do art. 272 de Justiça, observando-se o procedimento ‑ Vitória/ES).
do CPC/2015 não se aplica aos Juizados previsto na Lei 12.153/09. (Aprovado no
Especiais (XLI Encontro – Porto Velho/RO). XXVIII FONAJE - BA - 24 a 26 de novembro 14. (Substituído no XIX Encontro ‑ Aracaju/
de 2010) (Renumeração aprovada no XXXII SE, pelo Enunciado 79)
170. No Sistema dos Juizados Especiais, FONAJE - RJ - 5 a 7 de dezembro de 2012)
não se aplica o disposto no inc. V do art. 15. (Substituído no XXI Encontro Vitória/
292 do CPC/2015 especificamente quanto 10. É admitido no Juizado da Fazenda ES pelo Enunciado 87).
Pública o julgamento em lote/lista,
ao pedido de dano moral; caso o autor
quando a material for exclusivamente de 16. Nas hipóteses em que a condenação
opte por atribuir um valor específico, este direito e repetitivo. (Aprovado no XXXII anterior não gera reincidência, é cabível a
deverá ser computado conjuntamente FONAJE - RJ - 5 a 7 de dezembro de 2012) suspensão condicional do processo.
com o valor da pretensão do dano mate-
rial para efeito de alçada e pagamento de 11. As causas de maior complexidade 17. É cabível, quando necessário, interro-
custas (XLI Encontro - Porto Velho-RO). probatória, por imporem dificuldades gatório por carta precatória, por não ferir
para assegurar o contraditório e a ampla os princípios que regem a Lei 9.099/95
ENUNCIADOS DA FAZENDA defesa, afastam a competência do Juizado (Nova redação aprovada no XXI Encontro
PÚBLICA da Fazenda Pública. (Aprovado no XXXII Vitória/ES).
FONAJE - RJ - 5 a 7 de dezembro de 2012).
1. Aplicam‑se aos Juizados Especiais da 18. Na hipótese de fato complexo, as peças
Fazenda Pública, no que couber, os enuncia- 12. Na hipótese de realização de de informação deverão ser encaminhadas
dos dos Juizados Especiais Cíveis. (Aprovado exame técnico previsto no art. 10 da
à Delegacia Policial para as diligências
no XXIX FONAJE ‑ MS 25 a 27 de maio de Lei 12.153/2009, em persistindo dúvida
técnica, poderá o juiz extinguir o processo necessárias. Retornando ao Juizado e
2011). sendo o caso do artigo 77, § 2º, da Lei n.
pela complexidade da causa. (Aprovado
2. É cabível, nos Juizados Especiais da no XXXVIII FONAGE.) 9.099/95, as peças serão encaminhadas ao
Fazenda Pública, o litisconsórcio ativo, Juízo Comum.
ficando definido, para fins de fixação da 13. A contagem dos prazos processuais
competência, o valor individualmente 19. (Substituído no XII Encontro ‑ Maceió/
nos Juizados da Fazenda Pública será
considerado de até 60 salários‑mínimos. AL pelo Enunciado 48).
feita de forma contínua, observando-se,
(Aprovado no XXIX FONAJE ‑ MS 25 a 27 inclusive, a regra especial de que não há 20. A proposta de transação de pena
de maio de 2011).
prazo diferenciado para a Fazenda Pública restritiva de direitos é cabível, mesmo
3. Não há prazo diferenciado para a Defen- - art. 7º da Lei 12.153/09 (XXXIX Encontro quando o tipo em abstrato só comporta
soria Pública no âmbito dos Juizados - Maceió-AL). pena de multa.
Especiais da Fazenda Pública. (Aprovado
no XXIX FONAJE ‑ MS 25 a 27 de maio de ENUNCIADOS CRIMINAIS 21. Cancelado.
2011).
1. A ausência injustificada do autor do fato 22. Na vigência do sursis, decorrente de
4. (Cancelado pela aprovação do 01 no à audiência preliminar implicará em vista condenação por contravenção penal, não
XXIX FONAJE ‑ MS 25 a 27 de maio de dos autos ao Ministério Público para o perderá o autor do fato o direito à suspen-
2011). são condicional do processo por prática
procedimento cabível.
5. É de 10 dias o prazo de recurso contra de crime posterior.
decisão que deferir tutela antecipada em 2. O Ministério Público, oferecida a represen-
tação em Juízo, poderá propor diretamente 23. Cancelado.
face da Fazenda Pública (Aprovado no
XXIX FONAJE ‑ MS 25 a 27 de maio de 2011. a transação penal, independentemente 24. (Substituído pelo Enunciado 54).
Nova Redação. Aprovada no XXX FONAJE do comparecimento da vítima à audiência
‑ SP 16 a 18 de novembro de 2011). preliminar (Nova redação aprovada no XXI 25. O início do prazo para o exercício da
Encontro ‑ Vitória/ES). representação do ofendido começa a con-
6. Vencida a Fazenda Pública, quando
recorrente, a fixação de honorários tar do dia do conhecimento da autoria do
3. (Cancelado no XXI Encontro Vitória/ES. fato, observado o disposto no Código de
advocatícios deve ser estabelecida de disposição temporária).
acordo com o § 4º, do art. 20, do Código Processo Penal ou legislação específica.
de Processo Civil, de forma equitativa pelo 4. (Substituído pelo Enunciado 38). Qualquer manifestação da vítima que
juiz. (Aprovado no XXIX FONAJE ‑ MS 25 a denote intenção de representar vale como
27 de maio de 2011). 5. (Substituído pelo Enunciado 46). tal para os fins do art. 88 da Lei 9.099/95.

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Enunciados FONAJE ‑ FÓRUM NACIONAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS
26. Cancelado. 48. O recurso em sentido estrito é oferecimento desta (Nova redação apro-
incabível em sede de Juizados Especiais vada no XXI Encontro ‑ Vitória/ES).
27. Em regra não devem ser expedidos Criminais.
ofícios para órgãos públicos, objetivando 65. Alterado pelo Enunciado 109 (Apro-
a localização de partes e testemunhas nos 49. (Substituído pelo Enunciado 90 no XXI vado no XXV FONAJE ‑ São Luís, 27 a 29 de
Juizados Criminais. Encontro Vitória/ES) maio de 2009).
28. (Cancelado ‑ XVII Encontro ‑ Curitiba/PR) 50. (Cancelado no XI Encontro Brasília‑DF).
66. É direito do réu assistir à inquirição das
29. (Substituído no XXI Encontro Vitória/ 51. A remessa dos autos ao juízo comum, testemunhas, antes de seu interrogatório,
ES pelo Enunciado 88). na hipótese do art. 66, parágrafo único, da ressalvado o disposto no artigo 217 do
Lei 9.099/95 (64), exaure a competência Código de Processo Penal. No caso excep-
30. (Cancelado ‑ Incorporado pela Lei n. do Juizado Especial Criminal, que não se cional de o interrogatório ser realizado
10.455/02) restabelecerá com localização do acusado por precatória, ela deverá ser instruída
31. O conciliador ou juiz leigo não está (Nova Redação aprovada no XXI Encontro com cópia de todos os depoimentos, de
incompatibilizado nem impedido de exer- Vitória/ES). que terá ciência o réu (Aprovado no XV
cer a advocacia, exceto perante o próprio 52. A remessa dos autos ao juízo comum, Encontro ‑ Florianópolis/SC).
Juizado Especial em que atue ou se per- na hipótese do art. 77, § 2º, da Lei 9.099/95
tencer aos quadros do Poder Judiciário. 67. A possibilidade de aplicação de suspen-
(18), exaure a competência do Juizado
Especial Criminal, que não se restabelecerá são ou proibição de se obter a permissão
32. O Juiz ordenará a intimação da vítima ainda que afastada a complexidade. ou a habilitação para dirigir veículos auto-
para a audiência de suspensão do pro- motores por até cinco anos (art. 293 da Lei
cesso como forma de facilitar a reparação 53. No Juizado Especial Criminal, o rece- n. 9.503/97), perda do cargo, inabilitação
do dano, nos termos do art. 89, § 1º, da Lei bimento da denúncia, na hipótese de para exercício de cargo, função pública ou
9.099/95. suspensão condicional do processo, deve mandato eletivo ou outra sanção diversa
ser precedido da resposta prevista no art.
33. Aplica‑se, por analogia, o artigo 49 da privação da liberdade, não afasta a
81 da Lei 9.099/95.
do Código de Processo Penal no caso da competência do Juizado Especial Criminal
vítima não representar contra um dos 54 (Substitui o Enunciado 24). O proces- (Aprovado no XV Encontro ‑ Florianópolis/
autores do fato. samento de medidas despenalizadoras, SC).
aplicáveis ao crime previsto no art. 306
34. Atendidas as peculiaridades locais, o da Lei n. 9503/97, por força do parágrafo 68. É cabível a substituição de uma modali-
termo circunstanciado poderá ser lavrado único do art. 291 da mesma Lei, não com- dade de pena restritiva de direitos por outra,
pela Polícia Civil ou Militar. pete ao Juizado Especial Criminal. aplicada em sede de transação penal, pelo
juízo do conhecimento, a requerimento do
35. (Substituído pelo Enunciado 113 no 55. (Cancelado no XI Encontro ‑ em
interessado, ouvido o Ministério Público
XXVIII Encontro Bahia). Brasília‑DF).
(Aprovado no XV Encontro ‑ Florianópolis/
36. (Substituído pelo Enunciado 89 no XXI 56. Cancelado (XXXVI Encontro - Belém/ SC).
Encontro Vitória/ES). PA).
69. (Substituído no XVI Encontro ‑ Rio de
57. (Substituído pelo Enunciado 79 no XIX Janeiro/RJ pelo Enunciado 74).
37. O acordo civil de que trata o art. 74
Encontro ‑ Aracaju/SE).
da Lei n. 9.099/1995 poderá versar sobre
70. O conciliador ou o juiz leigo podem
qualquer valor ou matéria (Nova Redação 58. A transação penal poderá conter cláu-
aprovada no XXI Encontro ‑ Vitória/ES). presidir audiências preliminares nos
sula de renúncia á propriedade do objeto
apreendido. (Aprovado no XIII Encontro Juizados Especiais Criminais, propondo
38 Cancelado (XXXIII Encontro - Cuiabá/ ‑ Campo Grande/MS). conciliação e encaminhamento da
MT). proposta de transação (Aprovado no XV
59. O juiz decidirá sobre a destinação dos Encontro ‑ Florianópolis/SC).
39. Cancelado (XXXIII Encontro - Cuiabá/ objetos apreendidos e não reclamados no
MT). prazo do art. 123 do CPP. (Aprovado no XIII 71. A expressão conciliação prevista
Encontro ‑ Campo Grande/MS). no artigo 73 da Lei 9.099/95 abrange o
40. Cancelado (XXXIII Encontro - Cuiabá/
MT). acordo civil e a transação penal, podendo
60. Exceção da verdade e questões inciden-
tais não afastam a competência dos Juizados a proposta do Ministério Público ser
41. Cancelado. Especiais, se a hipótese não for complexa. encaminhada pelo conciliador ou pelo
(Aprovado no XIII Encontro ‑ Campo Grande/ juiz leigo, nos termos do artigo 76, § 3º,
42. A oitiva informal dos envolvidos e
MS). da mesma Lei (Substitui o Enunciado 47.
de testemunhas, colhida no âmbito do
Aprovado no XV Encontro ‑ Florianópolis/
Juizado Especial Criminal, poderá ser 61. Substituído pelo Enunciado 122 (XXXIII
Encontro - Cuiabá/MT) SC).
utilizada como peça de informação para o
procedimento. 72. A proposta de transação penal e a
62. O Conselho da Comunidade poderá
43. O acordo em que o objeto for obriga- ser beneficiário da prestação pecuniária sentença homologatória devem conter
ção de fazer ou não fazer deverá conter e deverá aplicá‑la em prol da execução obrigatoriamente o tipo infracional impu-
cláusula penal em valor certo, para facili- penal e de programas sociais, em especial tado ao autor do fato, independentemente
tar a execução cível. daqueles que visem a prevenção da crimi- da capitulação ofertada no termo circuns-
nalidade. (Aprovado no XIV Encontro ‑ São tanciado (Aprovado no XVI Encontro ‑ Rio
44. No caso de transação penal homolo- Luis/MA). de Janeiro/RJ)
gada e não cumprida, o decurso do prazo
prescricional provoca a declaração de 63. As entidades beneficiárias de pres- 73. O juiz pode deixar de homologar
extinção de punibilidade pela prescrição tação pecuniária, em contrapartida, transação penal em razão de atipicidade,
da pretensão executória. deverão dar suporte à execução de penas ocorrência de prescrição ou falta de justa
e medidas alternativas. (Aprovado no XIV causa para a ação penal, equivalendo tal
45. Cancelado. decisão à rejeição da denúncia ou queixa
Encontro ‑ São Luis/MA).
46. (Cancelado. Incorporado pela Lei n. (Aprovado no XVI Encontro ‑ Rio de
64. Verificada a impossibilidade de citação Janeiro/RJ).
11.313/06).
pessoal, ainda que a certidão do Oficial de
47. (Substituído pelo Enunciado 71 no XV Justiça seja anterior à denúncia, os autos 74. (Substitui o Enunciado 69). A pres-
Encontro ‑ Florianópolis/SC). serão remetidos ao juízo comum após o crição e a decadência não impedem a

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FONAJE ‑ FÓRUM NACIONAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS Enunciados
homologação da composição civil (Apro- 89. (Substitui o Enunciado 36). Havendo a requerimento do Ministério Público,
vado no XVI Encontro ‑ Rio de Janeiro/RJ). possibilidade de solução de litígio de devendo o relator proceder na forma do
qualquer valor ou matéria subjacente 81 (Aprovado no XXII Encontro Manaus/
75. É possível o reconhecimento da pres- à questão penal, o acordo poderá ser AM).
crição da pretensão punitiva do Estado reduzido a termo no Juizado Especial
pela projeção da pena a ser aplicada ao Criminal e encaminhado ao juízo compe- 102. As penas restritivas de direito apli-
caso concreto (Aprovado no XVII Encontro tente (Aprovado no XXI Encontro Vitória/ cadas em transação penal são fungíveis
‑ Curitiba/PR). ES). entre si (Aprovado no XXIII Encontro ‑ Boa
Vista/RR).
76. A ação penal relativa à contravenção 90. (Substituído pelo Enunciado 112 no
de vias de fato dependerá de representa- XXVII Encontro ‑ Palmas/TO). 103. A execução administrativa da pena de
ção (Aprovado no XVII Encontro ‑ Curitiba/ multa aplicada na sentença condenatória
91. É possível a redução da medida pro-
PR). poderá ser feita de ofício pela Secretaria
posta, autorizada no art. 76, § 1º, da Lei
n. 9.099/1995, pelo juiz deprecado (Apro- do Juizado ou Central de Penas. (Apro-
77. O juiz pode alterar a destinação das vado no XXIV Encontro Florianópolis/SC)
vado no XXI Encontro Vitória/ES).
medidas penais indicadas na proposta
de transação penal (Aprovado no XVIII 92. É possível a adequação da proposta de 104. A intimação da vítima é dispensável
Encontro ‑ Goiânia/GO). transação penal ou das condições da sus- quando a sentença de extinção da punibi-
pensão do processo no juízo deprecado lidade se embasar na declaração prévia de
78. (Substituído pelo Enunciado 80 no XIX ou no juízo da execução, observadas as desinteresse na persecução penal. (Apro-
Encontro ‑ Aracaju/SE). circunstâncias pessoais do beneficiário. vado no XXIV Encontro Florianópolis/SC)
(Nova redação, aprovada no XXII Encontro
79. Cancelado (XXXVI Encontro - Belém/ Manaus/AM) 105. É dispensável a intimação do autor
PA). do fato ou do réu das sentenças que
93. É cabível a expedição de precatória extinguem sua punibilidade. (Aprovado
80. (Cancelado no XXIV Encontro ‑ Floria- para citação, apresentação de defesa no XXIV Encontro Florianópolis/SC)
nópolis/SC) preliminar e proposta de suspensão do
processo no juízo deprecado. Aceitas as 106. A audiência preliminar será sempre
81. O relator, nas Turmas Recursais Criminais, condições, o juízo deprecado comunicará individual (Aprovado no XXIV Encontro
em decisão monocrática, poderá negar ao deprecante o qual, recebendo a denún- Florianópolis/SC)
seguimento a recurso manifestamente cia, deferirá a suspensão, a ser cumprida
inadmissível, prejudicado, ou julgar extinta no juízo deprecado (Aprovado no XXI 107. A advertência de que trata o art. 28,
a punibilidade, cabendo recurso interno Encontro Vitória/ES). I, da Lei n. 11.343/06, uma vez aceita em
para a Turma Recursal, no prazo de cinco transação penal pode ser ministrada
dias (Aprovado no XIX Encontro ‑ Aracaju/ 94. A Lei n. 11.343/2006 não descriminali- a mais de um autor do fato ao mesmo
SE) zou a conduta de posse ilegal de drogas tempo, por profissional habilitado, em ato
para uso próprio (Aprovado no XXI Encon- designado para data posterior à audiência
82. O autor do fato previsto no art. 28 da tro Vitória/ES). preliminar. (Aprovado no XXIV Encontro
Lei n. 11.343/06 deverá ser encaminhado 95. A abordagem individualizada multi- Florianópolis/SC)
à autoridade policial para as providências disciplinar deve orientar a escolha da pena
do art. 48, § 2º, da mesma Lei (Aprovado 108. O art. 396 do CPP não se aplica no
ou medida dentre as previstas no art. 28
no XX Encontro ‑ São Paulo/SP). Juizado Especial Criminal regido por lei
da Lei n. 11.343/2006, não havendo gra-
dação no rol (Aprovado no XXI Encontro especial (Lei n. 9.099/95) que estabelece
83. Ao ser aplicada a pena de advertência, Vitória/ES). regra própria. (Aprovado no XXV FONAJE
prevista no art. 28, I, da Lei n. 11.343/06, ‑ São Luís/MA).
sempre que possível deverá o juiz se fazer 96. O prazo prescricional previsto no
109. (Substitui o Enunciado 65.) Nas hipó-
acompanhar de profissional habilitado na art. 30 da Lei n. 11.343/2006 aplica‑se
teses do artigo 363, § 1º e § 4º, do Código
questão sobre drogas (Aprovado no XX retroativamente aos crimes praticados na de Processo Penal, aplica‑se o parágrafo
Encontro ‑ São Paulo/SP). vigência da lei anterior (Aprovado no XXI único do artigo 66 da Lei n. 9.099/95
84. Cancelado (XXXVII Encontro Encontro Vitória/ES). (Aprovado no XXV FONAJE ‑ São Luís/MA).
- Florianópolis/SC). 97. É possível a decretação, como efeito 110. No Juizado Especial Criminal é cabível
85. Aceita a transação penal, o autor do secundário da sentença condenatória, da a citação com hora certa (Aprovado no
fato previsto no art. 28 da Lei n. 11.343/06 perda dos veículos utilizados na prática XXV FONAJE ‑ São Luís/MA).
deve ser advertido expressamente para de crime ambiental da competência dos ``arts. 252 a 254, NCPC.
os efeitos previstos no § 6º do referido Juizados Especiais Criminais (Aprovado
111. O princípio da ampla defesa deve
dispositivo legal (Aprovado no XX Encon- no XXI Encontro Vitória/ES). ser assegurado também na fase da tran-
tro ‑ São Paulo/SP). sação penal (Aprovado no XXVII FONAJE
98. Revogação aprovada, por unanimi-
86. (Substitui o Enunciado 6). Em caso dade, no XLI Encontro - Porto Velho - RO, ‑ Palmas/TO).
de não oferecimento de proposta em razão da Súmula 575 do STJ. 112. (Substitui o Enunciado 90). Na ação
de transação penal ou de suspensão penal de iniciativa privada, cabem tran-
99. Nas infrações penais em que haja
condicional do processo pelo Ministério sação penal e a suspensão condicional
Público, aplica‑se, por analogia, o disposto vítima determinada, em caso de desinte-
do processo, mediante proposta do
no art. 28 do CPP (Aprovado no XXI Encon- resse desta ou de composição civil, deixa
Ministério Público (Aprovado no XXVII
tro Vitória/ES). de existir justa causa para ação penal
FONAJE ‑ Palmas/TO).
(Nova redação, aprovada no XXIII Encon-
87. (Substitui o Enunciado 15). O Juizado tro ‑ Boa Vista/RR). 113. (Substitui o Enunciado 35.) Até a
Especial Criminal é competente para a exe- prolação da sentença é possível declarar
cução das penas ou medidas aplicadas em 100. A procuração que instrui a ação penal a extinção da punibilidade do autor do
transação penal, salvo quando houver cen- privada, no Juizado Especial Criminal, fato pela renúncia expressa da vítima ao
tral ou vara de penas e medidas alternativas deve atender aos requisitos do art. 44 do direito de representação ou pela concilia-
com competência específica (Aprovado no CPP (Aprovado no XXII Encontro Manaus/ ção (Aprovado no XXVIII FONAJE ‑ BA, 24 a
XXI Encontro Vitória/ES). AM). 26 de novembro de 2010).
88. Cancelado (XXXIII Encontro - Cuiabá/ 101. É irrecorrível a decisão que defere o 114. A Transação Penal poderá ser pro-
MT). arquivamento de termo circunstanciado posta até o final da instrução processual

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Enunciados FONAJE ‑ FÓRUM NACIONAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS
(Aprovado no XXVIII FONAJE ‑ BA, 24 a 26 XXIX FONAJE ‑ MS 25 a 27 de maio de extinção automática da punibilidade do
de novembro de 2010). 2011). agente (XXXIII Encontro - Cuiabá/MT).
115. A restrição de nova transação do art. 120. O concurso de infrações de menor 124. A reincidência decorrente de
76, § 4º, da Lei 9.099/95, não se aplica ao potencial ofensivo não afasta a compe- sentença condenatória e a existência de
crime do art. 28 da Lei 11.343/2006 (Apro- tência do Juizado Especial Criminal, ainda transação penal anterior, ainda que por
vado no XXVIII FONAJE ‑ BA, 24 a 26 de que o somatório das penas, em abstrato, crime de outra natureza ou contravenção,
novembro de 2010). ultrapasse dois anos (Aprovado no XXIX não impedem a aplicação das medidas
FONAJE ‑ MS 25 a 27 de maio de 2011). despenalizadoras do artigo 28 da Lei
116. Na transação penal deverão ser 11.343/06 em sede de transação penal
observados os princípios da justiça 121. As medidas cautelares previstas no (XXXIII Encontro - Cuiabá/MT).
restaurativa, da proporcionalidade, da art. 319 do CPP e suas consequências, à
dignidade, visando a efetividade e ade- exceção da fiança, são aplicáveis às infra- 125. É cabível, no Juizado Especial Crimi-
quação (Aprovado no XXVIII FONAJE ‑ BA, ções penais de menor potencial ofensivo nal, a intimação por edital da sentença
24 a 26 de novembro de 2010). para as quais a lei cominar em tese pena penal condenatória, quando não locali-
privativa da liberdade (Aprovado no XXX zado o réu (XXXVI Encontro - Belém/PA).
117. A ausência da vítima na audiência, FONAJE ‑ SP 16 a 18 de novembro de 2011).
quando intimada ou não localizada, 126. A condenação por infração ao
importará renúncia tácita à representação 122. (Substitui o Enunciado 61). O proces- artigo 28 da Lei 11.343/06 não enseja
(Aprovado no XXVIII FONAJE ‑ BA, 24 a 26 samento de medidas despenalizadoras registro para efeitos de antecedentes
de novembro de 2010). previstas no artigo 94 da Lei 10.741/03, criminais e reincidência. (XXXVII Encontro
relativamente aos crimes cuja pena - Florianópolis/SC).
118. Somente a reincidência especifica máxima não supere 02 anos, compete ao
autoriza a exasperação da pena de que Juizado Especial Criminal (XXXIII Encontro 127. A fundamentação da sentença ou
trata o § 4º do artigo 28 da Lei 11.343/2006 - Cuiabá/MT). do acórdão criminal poderá ser feita
(Aprovado no XXIX FONAJE ‑ MS 25 a 27 de oralmente, em sessão, audiência ou gabi-
maio de 2011). 123. O mero decurso do prazo da sus- nete, com gravação por qualquer meio
pensão condicional do processo sem eletrônico ou digital, consignando-se por
119. É possível a mediação no âmbito do o cumprimento integral das condições escrito apenas a dosimetria da pena e o
Juizado Especial Criminal (Aprovado no impostas em juízo não redundará em dispositivo (XL Encontro - Brasília-DF).

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FONAJEF ‑ Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais Enunciados

FONAJEF ‑ FÓRUM NACIONAL DOS


JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS
Enunciados consolidados até o XIII FONAJEF - Recife/PE - abril/2016

1. O julgamento liminar de mérito não curador especial, se ele não tiver represen- 24. Reconhecida a incompetência do Jui-
viola o princípio do contraditório e deve tante constituído. zado Especial Federal, é cabível a extinção
ser empregado na hipótese de decisões de processo, sem julgamento de mérito,
reiteradas de improcedência pelo juízo, 11. No ajuizamento de ações no JEF, a nos termos do art. 1 da Lei n. 10.259/2001
bem como nos casos que dispensem a microempresa e a empresa de pequeno e do art. 51, III, da Lei n. 9.099/95, não
fase instrutória, quando o pedido contra- porte deverão comprovar essa condição havendo nisso afronta ao art. 12, pará-
riar frontalmente norma jurídica. (Revisão mediante documentação hábil. grafo 2º, da Lei 11.419/06. (redação dada
do Enunciado n. 1 no XI FONAJEF). 12. No Juizado Especial Federal, não é pelo 5º FONAJEF)
2. Nos casos de julgamentos de pro- cabível o pedido contraposto formulado 25. No ato do cadastramento eletrônico,
cedência de matérias repetitivas, é pela União Federal, autarquia, fundação
as partes se comprometem, mediante
recomendável a utilização de contes- ou empresa pública federal.
adesão, a cumprir as normas referentes
tações depositadas na Secretaria, a fim ``Lei13.303/2016 (Dispõe sobre o estatuto jurí- ao acesso.
de possibilitar a imediata prolação de dico da empresa pública, da sociedade de eco-
nomia mista e de suas subsidiárias, no âmbito 26. Nos Juizados Virtuais, considera-se
sentença de mérito.
da União, dos Estados, do Distrito Federal e efetivada a comunicação eletrônica do ato
3. A autointimação eletrônica atende dos Municípios).
processual, inclusive citação, pelo decurso
aos requisitos das Leis n. 10.259/2001 13. Não são admissíveis embargos de exe- do prazo fixado, ainda que o acesso não
e 11.419/2006 e é preferencial à intima- cução nos JEFs, devendo as impugnações seja realizado pela parte interessada.
ção por e-mail. (redação dada pelo 4º do devedor ser examinadas independen-
FONAJEF) temente de qualquer incidente. 27. Não deve ser exigido o protocolo físico
da petição encaminhada via internet
4. Na propositura de ações repetitivas ou 14. Nos Juizados Especiais Federais, não ou correio eletrônico ao Juizado Virtual,
de massa, sem advogado, não havendo é cabível a intervenção de terceiros ou a não se aplicando as disposições da Lei n.
viabilidade material de opção pela assistência. 9.800/99.
autointimação eletrônica, a parte firmará
compromisso de comparecimento, em 15. Na aferição do valor da causa, deve-se 28. É inadmissível a avocação, por Tribunal
prazo predeterminado em formulário levar em conta o valor do salário-mínimo Regional Federal, de processos ou matéria
próprio, para ciência dos atos processuais em vigor na data da propositura de ação. de competência de Turma Recursal, por
praticados. flagrante violação ao art. 98 da Constitui-
16. Não há renúncia tácita nos Juizados
ção Federal.
5. As sentenças e antecipações de tutela Especiais Federais para fins de fixação de
devem ser registradas tão somente em competência. 29. Cabe ao Relator, monocraticamente,
meio eletrônico. atribuir efeito suspensivo a recurso, não
17. Não cabe renúncia sobre parcelas
conhecê-lo, bem assim lhe negar ou dar
6. Havendo foco expressivo de demandas vincendas para fins de fixação de compe-
provimento nas hipóteses tratadas no
em massa, os juizados especiais federais tência nos Juizados Especiais Federais.
artigo 932, IV, ‘c’, do CPC, e quando a maté-
solicitarão às Turmas Recursais e de 18. No caso de litisconsorte ativo, o valor ria estiver pacificada em súmula da Turma
Uniformização Regional e Nacional o jul- da causa, para fins de fixação de compe- Nacional de Uniformização, enunciado
gamento prioritário da matéria repetitiva, tência deve ser calculado por autor. de Turma Regional ou da própria Turma
a fim de uniformizar a jurisprudência a Recursal (Revisado no XIII FONAJEF).
respeito e de possibilitar o planejamento 19. Aplica-se o parágrafo único do art. 46
do serviço judiciário. do CPC em sede de Juizados Especiais 30. A decisão monocrática referendada
Federais. pela Turma Recursal, por se tratar de
7. Nos Juizados Especiais Federais o pro- manifestação do colegiado, não é passível
curador federal não tem a prerrogativa de 20. Não se admite, para firmar compe- de impugnação por intermédio de agravo
intimação pessoal. tência dos juizados especiais federais, o interno (Revisado no XIII FONAJEF).
fracionamento de parcelas vencidas, ou
8. É válida a intimação do procurador de vencidas e vincendas, decorrentes da 31. (Cancelado no V FONAJEF.)
federal para cumprimento da obrigação mesma relação jurídica material (Revisado
de fazer, independentemente de oficio, no XIII FONAJEF). 32. A decisão que contenha os parâmetros
com base no artigo 461 do Código de de liquidação atende ao disposto no art.
Processo Civil. 21. As pessoas físicas, jurídicas, de direito 38, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95.
``Refere-se ao CPC/1973. ♣arts. 497 e ss., NCPC. privado ou de direito público estadual ou
municipal podem figurar no polo passivo, 33. (Cancelado no IV FONAJEF.)
9. Além das exceções constantes do § no caso de litisconsórcio necessário.
1º do artigo 3º da Lei n. 10.259, não se 34. (Cancelado no XII FONAJEF.)
incluem na competência dos Juizados 22. A exclusão da competência dos 35. A execução provisória para pagar
Especiais Federais, os procedimentos Juizados Especiais Federais quanto às quantia certa é inviável em sede de jui-
especiais previstos no Código de Processo demandas sobre direitos ou interesses zado, considerando outros meios jurídicos
Civil, salvo quando possível a adequação difusos, coletivos ou individuais homo- para assegurar o direito da parte.
ao rito da Lei n. 10.259/2001. gêneos somente se aplica quanto a ações
coletivas. 36. (Cancelado no XIII FONAJEF).
10. O incapaz pode ser parte autora nos
Juizados Especiais Federais, dando-se-lhe 23. (cancelado pelo 5º FONAJEF) 37. (Cancelada no IV FONAJEF)

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Enunciados FONAJEF ‑ Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais
38. A qualquer momento poderá ser feito desfavor do ente público para ressarci- do montante final a ser exigido na forma
o exame de pedido de gratuidade com os mento de despesas periciais quando este do parágrafo 6º do artigo 461 do CPC.
critérios da Lei n. 1.060/50. Para fins da Lei for vencido.
n. 10.259/01, presume-se necessitada a 66. Os Juizados Especiais Federais
parte que perceber renda até o valor do 53. Não há prazo em dobro para a Defen- somente processarão as cartas precatórias
limite de isenção do imposto de renda. soria Pública no âmbito dos Juizados oriundas de outros Juizados Especiais
(redação dada pelo IV FONAJEF) Especiais Federais. Federais de igual competência.

39. Não sendo caso de justiça gratuita, 54. O artigo 515 e parágrafos do CPC 67. O caput do artigo 9º da Lei n. 9.099/1995
o recolhimento das custas para recorrer interpretam-se ampliativamente no não se aplica subsidiariamente no âmbito
deverá ser feito de forma integral nos ter- âmbito das Turmas Recursais, em face dos dos Juizados Especiais Federais, visto que
mos da Resolução do Conselho da Justiça princípios que orientam o microssistema o artigo 10 da Lei n. 10.259/2001 discipli-
Federal, no prazo da Lei n. 9.099/95. dos Juizados Especiais Federais. nou a questão de forma exaustiva.
55. A nulidade do processo por ausência 68. O estagiário de advocacia, nos termos
40. (Cancelado no V FONAJEF.)
de citação do réu ou litisconsorte neces- do Estatuto da OAB, tão só pode praticar,
41. (Cancelado no V FONAJEF.) sário pode ser declarada de ofício pelo no âmbito dos Juizados Especiais Fede-
juiz nos próprios autos do processo, em rais, atos em conjunto com advogado e
42. Em caso de embargos de declaração qualquer fase, ou mediante provocação sob responsabilidade deste.
protelatórios, cabe a condenação em das partes, por simples petição.
litigância de má-fé (princípio da lealdade 69. O levantamento de valores e Preca-
processual) (Aprovado no II FONAJEF). 56. Aplica-se analogicamente nos Juiza- tórios, no âmbito dos Juizados Especiais
dos Especiais Federais a inexigibilidade Federais, pode ser condicionado à apre-
43. É adequada a limitação dos incidentes do título executivo judicial, nos termos do sentação, pelo mandatário, de procuração
de uniformização às questões de direito disposto nos arts. 475-L, par. 1º e 741, par. específica com firma reconhecida, da qual
material. único, ambos do CPC. conste, ao menos, o número de registro
44. Não cabe ação rescisória no JEF. O do Precatório ou RPV ou o número da
57. Nos Juizados Especiais Federais, conta de depósito, com respectivo valor.
artigo 59 da Lei n. 9.099/95 está em con- somente o recorrente vencido arcará com
sonância com os princípios do sistema (redação dada pelo 5º FONAJEF)
honorários advocatícios.
processual dos Juizados Especiais, apli- 70. É compatível com o rito dos juizados
cando-se também aos Juizados Especiais 58. Excetuando-se os embargos de decla- Especiais Federais a aplicação do art. 112
Federais. ração, cujo prazo de oposição é de cinco da Lei n. 8.213/1991, para fins de habili-
dias, os prazos recursais contra decisões tação processual e pagamento. (redação
45. Havendo contínua e permanente de primeiro grau no âmbito dos Juizados
fiscalização do juiz togado, conciliadores dada pelo 5º FONAJEF)
Especiais Federais são sempre de dez
criteriosamente escolhidos pelo Juiz, dias, independentemente da natureza da 71. A parte autora deverá ser instada,
poderão para certas matérias, realizar atos decisão recorrida. na fase da execução, a renunciar ao
instrutórios previamente determinados, excedente à alçada do Juizado Especial
como redução a termo de depoimentos, 59. Não cabe recurso adesivo nos Juizados Federal, para fins de pagamento por
não se admitindo contudo, prolação de Especiais Federais. Requisições de Pequeno Valor, não se
sentença a ser homologada. aproveitando, para tanto, a renúncia
60. A matéria não apreciada na sentença,
mas veiculada na inicial, pode ser conhe- inicial, de definição de competência.
46. A litispendência deverá ser alegada
e provada, nos termos do CPC (art. 301), cida no recurso inominado, mesmo não 72. As parcelas vencidas após a data do
pelo réu, sem prejuízo dos mecanismos havendo a oposição de embargos de cálculo judicial podem ser pagas adminis-
de controle desenvolvidos pela Justiça declaração. trativamente, por meio de complemento
Federal. 61. O recurso será recebido no duplo positivo.
47. Eventual pagamento realizado pelos efeito, salvo em caso de antecipação de 73. A intimação telefônica, desde que
entes públicos demandados deverá tutela ou medida cautelar de urgência. realizada diretamente com a parte e
ser comunicado ao Juízo para efeito de 62. A aplicação de penalidade por litigân- devidamente certificada pelo servidor
compensação quando da expedição da cia de má-fé, na forma do art. 55 da Lei n. responsável, atende plenamente aos
Requisição de Pequeno Valor. 9.099/95, não importa na revogação auto- princípios constitucionais aplicáveis à
mática da gratuidade judiciária. (redação comunicação dos atos processuais.
48. Havendo prestação vencida, o
conceito de valor da causa para fins de dada pelo 4ª FONAJEF) 74. A intimação por carta com aviso de
competência do Juizado Especial Federal 63. Cabe multa ao ente público pelo recebimento, mesmo que o comprovante
é estabelecido pelo art. 260 do CPC. atraso ou não cumprimento de decisões não seja subscrito pela própria parte, é
judiciais com base no artigo 461 do CPC, válida desde que entregue no endereço
49. O controle do valor da causa, para
acompanhada de determinação para a declarado pela parte.
fins de competência do Juizado Especial
Federal, pode ser feito pelo juiz a qualquer tomada de medidas administrativas para 75. É lícita a exigência de apresentação
tempo. a apuração de responsabilidade funcio- de CPF para o ajuizamento de ação no
nal e/ou por dano ao erário. Havendo Juizado Especial Federal.
50. Sem prejuízo de outros meios, a com- contumácia no descumprimento, caberá
provação da condição socioeconômica remessa de ofício ao Ministério Público 76. A apresentação de proposta de conci-
do autor pode ser feita por laudo técnico Federal para análise de eventual improbi- liação pelo réu não induz a confissão.
confeccionado por assistente social, por dade administrativa.
auto de constatação lavrado por oficial de 77. O ajuizamento da ação de concessão
justiça ou através de oitiva de testemunha. 64. Não cabe multa pessoal ao procurador de benefício da seguridade social reclama
(redação dada pelo 4ª FONAJEF) ad judicia do ente público, seja com base prévio requerimento administrativo.
no art. 14, seja no art. 461, ambos do CPC.
51. O art. 20, parágrafo primeiro, da Lei 78. O ajuizamento da ação revisional
8.742/93 não é exauriente para delimitar o 65. Não cabe a prévia limitação do valor da de benefício da seguridade social que
conceito de unidade familiar. multa coercitiva (astreintes), que também não envolva matéria de fato dispensa o
não se sujeita ao limite de alçada dos Jui- prévio requerimento administrativo, salvo
52. É obrigatória a expedição de zados Especiais Federais, ficando sempre quando houver ato oficial da Previdência
Requisição de Pequeno Valor - RPV em assegurada a possibilidade de reavaliação reconhecendo administrativamente o

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FONAJEF ‑ Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais Enunciados
direito postulado. (redação dada pelo 9º que diligenciou ou solicitou os extratos 106. Cabe à Turma Recursal conhecer e
FONAJEF) junto à CEF ou à instituição mantenedora julgar os conflitos de competência apenas
das contas vinculadas anteriormente ao entre Juizados Especiais Federais sujeitos
79. A comprovação de denúncia da nega-
período de migração. a sua jurisdição.
tiva de protocolo de pedido de concessão
de benefício, feita perante a ouvidoria da 94. O artigo 51, inc. I, da Lei 9.099/95 107. Fora das hipóteses do artigo 4º da Lei
Previdência Social, supre a exigência de aplica-se aos JEFs, ainda que a parte esteja 10.259/2001, a impugnação de decisões
comprovação de prévio requerimento representada na forma do artigo 10, caput, interlocutórias proferidas antes da sen-
administrativo nas ações de benefícios da da Lei 10.259/01. tença deverá ser feita no recurso desta
seguridade social. (art. 41 da Lei n. 9.099/95).
95. Nas ações visando a correção do saldo
80. Em juizados itinerantes, pode ser das cadernetas de poupança, pode o juiz, 108. Não cabe recurso para impugnar
flexibilizada a exigência de prévio reque- havendo prova inequívoca de titularidade decisões que apreciem questões ocorri-
rimento administrativo, consideradas as da conta à época, suprir a inexistência de das após o trânsito em julgado.
peculiaridades da região atendida. extratos por meio de arbitramento.
109. A tempestividade do recurso pode
81. Cabe conciliação nos processos relati- 96. A concessão administrativa do bene- ser comprovada por qualquer meio idô-
vos a pessoa incapaz, desde que presente fício no curso do processo acarreta a
o representante legal e intimado o Minis- neo, inclusive Eletrônico.
extinção do feito sem resolução de mérito
tério Público. por perda do objeto, desde que corres- 110. A competência das turmas recursais
82. O espólio pode ser parte autora nos ponda ao pedido formulado na inicial. reunidas, onde houver, deve ser limitada
juizados especiais cíveis federais. à deliberação acerca de enunciados das
97. Cabe incidente de uniformização
turmas recursais das respectivas seções
83. O art. 10, caput, da Lei n. 10.259/2001 de jurisprudência quando a questão
judiciárias.
não autoriza a representação das partes deduzida nos autos tiver reflexo sobre a
por não advogados de forma habitual e competência do juizado especial federal. 111. (Cancelado no XI Fonajef.)
com fins econômicos. 98. É inadmissível o reexame de matéria 112. Não se exige médico especialista para
84. Não é causa de nulidade nos juizados fática em pedido de uniformização de a realização de perícias judiciais, salvo
especiais federais a mera falta de inti- jurisprudência. casos excepcionais, a critério do juiz.
mação das partes da entrega do laudo 99. O provimento, ainda que parcial, de
pericial (Cancelado no XIII FONAJEF). 113. O disposto no art. 11 da lei
recurso inominado afasta a possibilidade 10.259/2001, não desobriga a parte autora
85. Não é obrigatória a degravação, de condenação do recorrente ao paga- de instruir seu pedido com a documen-
tampouco a elaboração de resumo, para mento de honorários de sucumbência. tação que lhe seja acessível junto às
apreciação de recurso, de audiência gra- 100. No âmbito dos Juizados Especiais entidades públicas rés.
vada por meio magnético ou equivalente, Federais, a Turma Recursal poderá
desde que acessível ao órgão recursal. 114. Havendo cumulação de pedidos,
conhecer diretamente das questões não
é ônus da parte autora a identificação
86. A tutela de urgência em sede de tur- examinadas na sentença que acolheu
expressa do valor pretendido a título de
mas recursais pode ser deferida de ofício. prescrição ou decadência, estando o
indenização por danos morais, a ser
processo em condições de imediato
87. A decisão monocrática proferida por considerado no valor da causa para fins
julgamento.
Relator é passível de Agravo Interno. de definição da competência dos Juizados
101. A Turma Recursal tem poder para Especiais Federais.
88. Não se admite Mandado de Segurança complementar os atos de instrução já
para Turma Recursal, exceto na hipótese realizados pelo juiz do Juizado Especial 115. Para a reunião de processos, a com-
de ato jurisdicional teratológico contra Federal, de forma a evitar a anulação da petência funcional dentro dos Juizados
o qual não caiba mais recurso. (redação sentença. Especiais Federais se define em virtude da
alterada pelo 10º FONAJEF). natureza do pedido do qual decorra a pre-
102. Convencendo-se da necessidade tensão de indenização por danos morais.
89. Não cabe processo cautelar autônomo, de produção de prova documental com-
preventivo ou incidental, no âmbito do plementar, a Turma Recursal produzirá 116. O dever processual, previsto no art. 11
JEF. ou determinará que seja produzida, sem da Lei 10.259/2001, não implica automati-
90. Os honorários advocatícios impostos retorno do processo para o juiz do Juizado camente a inversão do ônus da prova.
pelas decisões do Juizado Especial Fede- Especial Federal.
117. A perícia unificada, realizada em
ral serão executadas no próprio JEF, por 103. Sempre que julgar indispensável, a audiência, é válida e consentânea com
quaisquer das partes. (redação dada pelo Turma Recursal, sem anular a sentença, os princípios informadores dos juizados
5º FONAJEF) baixará o processo em diligências para especiais.
91. Os Juizados Especiais Federais são fins de produção de prova testemunhal,
pericial ou elaboração de cálculos. 118. É válida a realização de prova pericial
incompetentes para julgar causas que
antes da citação, desde que viabilizada a
demandem perícias complexas ou onero-
104. Cabe à Turma de Uniformização refor- participação das partes.
sas que não se enquadrem no conceito de
mar os acórdãos que forem contrários à
exame técnico (art. 12 da Lei 10.259/2001). 119. Além dos casos de segredo de justiça
sua jurisprudência pacífica, ressalvada a
92. Para a propositura de ação relativa hipótese de supressão de instância, em e de sigilo judicial, os documentos digita-
a expurgos inflacionários sobre saldos que será cabível a remessa dos autos à lizados em processo eletrônico somente
de poupança, deverá a parte autora pro- Turma de origem para fim de adequação serão disponibilizados aos sujeitos
videnciar documento que mencione do julgado. processuais, vedado o acesso à consulta
o número da conta bancária ou prova pública fora da secretaria do juizado.
105. A Turma de Uniformização, ao
de relação contratual com a instituição
externar juízo acerca da admissibilidade 120. Não é obrigatória a degravação de
financeira.
do pedido de uniformização, deve julgamentos proferidos oralmente, desde
93. Para a propositura de demandas considerar a presença de similitude de que o arquivo de áudio esteja anexado ao
referentes a contas de FGTS anteriores à questões de fato e de direito nos acórdãos processo, recomendando-se o registro,
centralização deverá a parte comprovar confrontados. por escrito, do dispositivo ou acórdão.

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Enunciados FONAJEF ‑ Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais
121. Os entes públicos, suas autarquias e conceder medicamentos deve indicar, 147. A mera alegação genérica de contra-
empresas públicas não têm legitimidade preferencialmente, aquele responsável riedade às informações sobre atividade
ativa nos Juizados Especiais Federais. pelo atendimento imediato da ordem. especial fornecida pelo empregador, não
enseja a realização de novo exame técnico
122. É legítima a designação do oficial de 136. O cumprimento da decisão judicial
(Aprovado no XI FONAJEF).
justiça, na qualidade de longa manus do que conceder medicamentos deve ser
juízo, para realizar diligência de constata- feito prioritariamente pelo Estado ou 148. Nas ações revisionais em que se
ção de situação socieconômica. Município (aquele que detenha a maior se postula aplicação da tese de direito
capacidade operacional) ainda que o ônus adquirido ao melhor benefício, é requisito
123. O critério de fixação do valor da causa
de financiamento caiba à União. da petição inicial que seja apontada a data
necessariamente deve ser aquele especifi-
em que verificada tal situação (Aprovado
cado nos arts. 259 e 260 do CPC, pois este é 137. Nas ações de saúde, a apresentação
no XI FONAJEF).
o elemento que delimita as competências pelas partes de formulário padronizado de
dos JEFs e das Varas (a exemplo do que foi resposta a quesitos mínimos previamente 149. É cabível, com fundamento no art.
feito pelo art. 2º, § 2º, da Lei 12.153/09). aprovados por acordo entre o judiciário 14, p. único, do CPC, a aplicação de multa
e entidades afetadas pode dispensar a pessoal à autoridade administrativa res-
124. É correta a aplicação do art. 46 da Lei
realização de perícia. ponsável pela implementação da decisão
9.099/95 nos Juizados Especiais Federais,
com preservação integral dos fundamen- judicial (Aprovado no XI FONAJEF).
138. A despeito da solidariedade, as
tos da sentença. decisões judiciais podem indicar a qual da 150. A multa derivada de descumpri-
125. É possível realizar a limitação do federação incumbe o dispêndio financeiro mento de antecipação de tutela com base
destaque dos honorários em RPV ou para atendimento do direito reconhecido, no artigo 461, do CPC, aplicado subsidia-
precatório. nos termos da Portaria 1.554, de 30 de riamente, é passível de execução mesmo
julho de 2013 do Ministério da Saúde ou antes do trânsito em julgado da sentença
126. Não cabe a presença de advogado em outro ato que vier a substituí-la. (Aprovado no XI FONAJEF).
perícia médica, por ser um ato médico, no
qual só podem estar presentes o próprio 139. Não serão redistribuídas a Juizado 151. O CPC/2015 só é aplicável nos Juiza-
perito e eventuais assistentes técnicos. Especial Federal (JEF) recém-criado as dos Especiais naquilo que não contrariar
demandas ajuizadas até a data de sua ins- os seus princípios norteadores e a sua
127. Para fins de cumprimento do dis- talação, salvo se as varas de JEFs estiverem legislação específica (Aprovado no XII
posto no art. 12, § 2º, da Lei n. 10.259/01, na mesma sede jurisdicional. FONAJEF).
é suficiente intimar o INSS dos horários
preestabelecidos para as perícias do JEF. 140. A fixação do valor do dano moral 152. A conciliação e a mediação nos
deve representar quantia necessária juizados especiais federais permane-
128. O condomínio edilício, por inter- e suficiente para compensar os danos cem regidas pelas Leis 10.259/2001 e
pretação extensiva do art. 6º, I, da Lei n. sofridos pelo autor da demanda, como 9.099/1995, mesmo após o advento do
10.259/01, pode ser autor no JEF. também para desestimular futuras viola- novo Código de Processo Civil (Revisado
ções de mesma natureza. no XIII FONAJEF).
129. Nos Juizados Especiais Federais, é
possível que o juiz determine que o execu- 141. A Súmula 78 da TNU, que determina 153. A regra do art. 489, parágrafo pri-
tado apresente os cálculos de liquidação. a análise das condições pessoais do meiro, do NCPC deve ser mitigada nos
130. O estabelecimento pelo Juízo de cri-
segurado em caso de ser portador de HIV, juizados por força da primazia dos princí-
térios e exigências para análise da petição é extensível a outras doenças igualmente pios da simplicidade e informalidade que
inicial, visando a evitar o trâmite de ações estigmatizantes. regem o JEF (Aprovado no XII FONAJEF).
temerárias, não constitui restrição do 142. A natureza substitutiva do benefício 154. O art. 46 da Lei 9.099/1995, não foi
acesso aos JEFs. previdenciário por incapacidade não revogado pelo novo CPC (Aprovado no XII
131. A Turma Recursal, analisadas as autoriza o desconto das prestações devi- FONAJEF).
peculiaridades do caso concreto, pode das no período em que houve exercício
de atividade remunerada (Aprovado no XI 155. As disposições do CPC/2015 referen-
conhecer documentos juntados na fase
FONAJEF). tes às provas não revogam as disposições
recursal, desde que não implique aprecia-
ção de tese jurídica não questionada no específicas da Lei 10.259/2001, sobre
143. Não importa em julgamento extra perícias (art. 12), e nem as disposições
primeiro grau. (Revisão do Enunciado n. petita a concessão de benefício previden-
131 no XI FONAJEF). gerais da Lei 9.099/1995 (Aprovado no XII
ciário por incapacidade diverso daquele FONAJEF).
132. Em conformidade com o art. 14, § 9º, requerido na inicial (Aprovado no XI
da Lei n. 10.259/2001, cabe ao colegiado FONAJEF). 156. Não se aplica aos juizados especiais
da Turma Recursal rejulgar o feito após a a técnica de julgamento não unânime
144. É cabível recurso inominado contra (art. 942, CPC/2015) (Aprovado no XII
decisão de adequação de Tribunal Supe- sentença terminativa se a extinção do
rior ou da TNU. FONAJEF).
processo obstar que o autor intente de
133. Quando o perito médico judicial não novo a ação ou quando importe negativa 157. Aplica-se o art. 1030, parágrafo único,
conseguir fixar a data de início da incapa- de jurisdição (Aprovado no XI FONAJEF). do CPC/2015 aos recursos extraordinários
cidade, de forma fundamentada, deve-se interpostos nas Turmas Recursais do JEF
145. O valor dos honorários de sucumbên- (Aprovado no XII FONAJEF).
considerar para tanto a data de realização
cia será fixado nos termos do artigo 55, da
da perícia, salvo a existência de outros
Lei n. 9.099/95, podendo ser estipulado 158. Conta-se em dias corridos o prazo
elementos de convicção.
em valor fixo quando for inestimável ou para confirmação das intimações ele-
134. O cumprimento das ordens judiciais irrisório o proveito econômico ou, ainda, trônicas (art. 5º, § 3º, Lei 11.419/2006)
que determinam concessão de medica- quando o valor da causa for muito baixo, (Aprovado no XII FONAJEF).
mentos deve ser feito prioritariamente observados os critérios do artigo 20, § 3º,
159. Nos termos do enunciado n. 1
pela parte ré, evitando-se o depósito de CPC (Aprovado no XI FONAJEF).
do FONAJEF e à luz dos princípios da
valores para aquisição direta pela parte.
146. A Súmula 421 do STJ aplica-se não só celeridade e da informalidade que nor-
135. A despeito da solidariedade dos à União como também a todos os entes teiam o processo no JEF, vocacionado a
entes da federação no âmbito do que compõem a Fazenda Pública (Apro- receber demandas em grande volume e
direito à saúde, a decisão judicial que vado no XI FONAJEF). repetitivas, interpreta-se o rol do art. 332

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FONAJEF ‑ Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais Enunciados
como exemplificativo (Aprovado no XII injustificado à perícia ou à entrevista rural medicamentos, insumos ou procedimen-
FONAJEF). equivale à falta de requerimento adminis- tos não fornecidos pelo SUS pode o juiz
trativo (Aprovado no XII FONAJEF) exigir que a parte instrua a demanda com
160. Não causa nulidade a não-aplicação
elementos mínimos oriundos da medicina
do art. 10 do NCPC e do art. 487, parágrafo 167. Nas ações de benefício assistencial,
baseada em evidências (Aprovado no XIII
único, do NCPC nos juizados, tendo em não há nulidade na dispensa de perícia
vista os princípios da celeridade e infor- FONAJEF).
socioeconômica quando não identificado
malidade (Aprovado no XII FONAJEF). indício de deficiência, a partir de seu 175. Por falta de previsão legal específica
conceito multidisciplinar (Aprovado no nas leis que tratam dos juizados especiais,
161. Nos casos de pedido de concessão
XIII FONAJEF). aplica-se, nestes, a previsão da contagem
de benefício por segurado facultativo de
baixa renda, a comprovação da inscrição 168. A produção de auto de constatação dos prazos em dias úteis (CPC/2015, art.
da família no CadÚnico é documento por oficial de justiça, determinada pelo 219) (Aprovado no XIII FONAJEF)
indispensável para propositura da ação, Juízo, não requer prévia intimação das 176. A previsão contida no art. 51, § 1º, da
sob pena de extinção sem exame do partes, sob pena de frustrar a eficácia do Lei 9.099/1995 afasta a aplicação do art.
mérito (Aprovado no XII FONAJEF). ato, caso em que haverá o contraditório 317 do CPC/2015 no âmbito dos juizados
diferido (Aprovado no XIII FONAJEF).
162. Em caso de incapacidade intermi- especiais (Aprovado no XIII FONAJEF).
tente, o pagamento de parcelas anteriores 169. A solução de controvérsias pela via
à perícia depende da efetiva comprova- 177. É medida contrária à boa-fé e ao dever
consensual, pré-processual, pressupõe a
ção dos períodos em que o autor esteve de cooperação, previstos nos arts. 5º e
não distribuição da ação (Aprovado no XIII
incapacitado (Aprovado no XII FONAJEF). 6º do CPC/2015, a impugnação genérica
FONAJEF).
a cálculos, sem a indicação concreta dos
163. Não havendo pedido expresso na 170. Aos conciliadores que atuarem na argumentos que justifiquem a divergên-
petição inicial de aposentadoria propor- fase pré-processual não se aplicam as cia (Aprovado no XIII FONAJEF).
cional, o juiz deve se limitar a determinar exigências previstas no art. 11 da Lei
a averbar os períodos reconhecidos em 13.140/2015 (Aprovado no XIII FONAJEF). 178. A tutela provisória em caráter ante-
sentença, na hipótese do segurado não cedente não se aplica ao rito dos juizados
possuir tempo de contribuição para 171. Sempre que possível, as sessões de especiais federais, porque a sistemática de
concessão de aposentadoria integral mediação/conciliação serão realizadas revisão da decisão estabilizada (art. 304
(Aprovado no XII FONAJEF). por videoconferência, a ser efetivada por do CPC/2015) é incompatível com os arts.
sistema de livre escolha (Aprovado no XIII 4º e 6º da Lei n. 10.259/2001 (Aprovado no
164. Julgado improcedente pedido de FONAJEF). XIII FONAJEF).
benefício por incapacidade, no ajuiza-
mento de nova ação, com base na mesma 172. Apenas a prescrição médica não é 179. Cumpre os requisitos do contraditó-
doença, deve o segurado apresentar novo suficiente para o fornecimento de medi- rio e da ampla defesa a concessão de vista
requerimento administrativo, demons- camentos e/ou insumos não incluídos nas do laudo pericial pelo prazo de cinco dias,
trando, na petição inicial, o agravamento listas do SUS (Aprovado no XIII FONAJEF). por analogia ao caput do art. 12 da Lei
da doença, juntando documentos médi- 10.259/2001 (Aprovado no XIII FONAJEF).
173. Nas demandas individuais de saúde,
cos novos (Aprovado no XII FONAJEF).
a decisão judicial acerca da pretensão de 180. O intervalo entre audiências de
165. Ausência de pedido de prorrogação fornecimento de medicamentos, insumos
instrução (CPC/2015, art. 357, § 9º) é
de auxílio-doença configura a falta de ou procedimentos não fornecidos pelo
incompatível com o procedimento suma-
interesse processual equivalente à ine- SUS deve ser fundamentada, sempre que
ríssimo (CF, art. 98, I) e com os critérios de
xistência de requerimento administrativo possível, na medicina baseada em evidên-
celeridade, informalidade, simplicidade
(Aprovado no XII FONAJEF). cias (Aprovado no XIII FONAJEF).
e economia processual dos juizados (Lei
166. A conclusão do processo admi- 174. Nas demandas individuais de saúde 9.099/1995, art. 2º) (Aprovado no XIII
nistrativo por não comparecimento veiculando pretensão de fornecimento de FONAJEF).

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL Súmulas

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL


SÚMULAS

CONSELHO PLENO com a manutenção da obrigatoriedade do deixando a cargo de uma só pessoa o exer-
respectivo recolhimento. cício simultâneo de tais incumbências. São
1. Prescrição. incompatíveis, portanto, para o exercício da
4. Advogado. Contratação. Administração
I - O termo inicial para contagem do pra- advocacia, quaisquer servidores vinculados
Pública. Inexigibilidade de licitação.
zo prescricional, na hipótese de processo ao Ministério Público.
disciplinar decorrente de representação, a Atendidos os requisitos do inciso II do art.
25 da Lei n. 8.666/93, é inexigível proce- 3. O exercício da atividade de despachan-
que se refere o caput do art. 43 do EAOAB, te de trânsito é compatível com a advocacia,
é a data da constatação oficial do fato pela dimento licitatório para contratação de
não incidindo a hipótese do art. 28, V, do
OAB, considerada a data do protocolo da serviços advocatícios pela Administração
Estatuto da Advocacia e da OAB.
representação ou a data das declarações Pública, dada a singularidade da atividade,
a notória especialização e a inviabilização 4. Agravo. Falta de previsão legal. Não
do interessado tomadas por termo pe-
objetiva de competição, sendo inaplicável cabimento no âmbito dos processos ad-
rante órgão da OAB, a partir de quando
à espécie o disposto no art. 89 (in totum) ministrativos da Ordem dos Advogados do
começa a fluir o prazo de cinco (5) anos, o
do referido diploma legal. Brasil. Os recursos são apenas os previstos
qual será interrompido nas hipóteses dos no art. 75 do Estatuto e no art. 85 do Re-
incisos I e II do § 2º do art. 43 do EAOAB, 5. Advogado. Dispensa ou inexigibilidade
gulamento Geral.
voltando a correr por inteiro a partir do de licitação. Contratação. Poder Público.
5. Incompatibilidade. Exercício de cargo
fato interruptivo. Não poderá ser responsabilizado, civil ou
na OAB.
II - Quando a instauração do processo criminalmente, o advogado que, no regu-
lar exercício do seu mister, emite parecer Os casos de incompatibilidade dispostos
disciplinar se der ex officio, o termo o quo
técnico opinando sobre dispensa ou ine- no art. 28 do EAOAB ensejam a perda do
coincidirá com a data em que o órgão
xigibilidade de licitação para contratação cargo de Conselheiro ou Diretor em todos
competente da OAB tomar conhecimen-
pelo Poder Público, porquanto inviolável os órgãos da OAB, nos termos do inciso I
to do fato, seja por documento constante
do art. 66 do referido diploma.
dos autos, seja pela sua notoriedade. nos seus atos e manifestações no exercício
profissional, nos termos do art. 2º, § 3º, 6. Prescrição de anuidades.
III - A prescrição intercorrente de que trata
da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da Advocacia I - O prazo prescricional para cobrança de
o § 1º do art. 43 do EAOAB, verificada pela
e da OAB). anuidades devidas à OAB é de 05 (cinco)
paralisação do processo por mais de três
anos, nos termos do § 5º do art. 206 do
(3) anos sem qualquer despacho ou julga-
ÓRGÃO ESPECIAL Código Civil.
mento, é interrompida e recomeça a fluir
II - O termo a quo para a contagem do
pelo mesmo prazo, a cada despacho de
1. Nulidade. Matéria ético-disciplinar. prazo prescricional é o primeiro dia útil
movimentação do processo.
Órgão julgador. posterior ao vencimento da cota única
2. Advocacia. Concorrência. Consumidor. Inexiste nulidade no julgamento de re- fixada pela Seccional no correspondente
1) A Lei da advocacia é especial e exau- curso em matéria ético-disciplinar reali- exercício.
riente, afastando a aplicação, às relações zado por órgão composto por advogado 7. Processo de exclusão - instrução e
entre clientes e advogados, do sistema não-Conselheiro, designado nos termos julgamento.
normativo da defesa da concorrência. do Regimento Interno do Conselho Sec- Compete exclusivamente ao Conselho
2) O cliente de serviços de advocacia não cional. Seccional a instrução e julgamento dos
se identifica com o consumidor do Código 2. Exercício da advocacia por servidores processos de exclusão, mediante a neces-
de Defesa do Consumidor - CDC. Os pres- do ministério público. Impossibilidade. sária manifestação favorável de dois ter-
supostos filosóficos do CDC e do EAOAB Inteligência do art. 28, inc. II, do EAOAB. ços dos seus membros (art. 38, parágrafo
são antípodas e a Lei 8.906/94 esgota toda único, Lei n. 8.906/94).
A expressão “membros” designa toda
a matéria, descabendo a aplicação subsi-
pessoa que pertence ou faz parte de uma 8. Processo disciplinar. Decisão condena-
diária do CDC.
corporação, sociedade ou agremiação tória irrecorrível. Execução da sanção dis-
3. Advogado. OAB. Pagamento de anui- (De Plácido e Silva, Vocabulário Jurídico, ciplinar. Competência. Comunicação de
dades. Obrigatoriedade. Suspensão. Forense, 15. ed.). Dessa forma, todos os que trata o art. 70, § 2º da Lei n. 8.906/94.
Licença. servidores vinculados aos órgãos e insti- A competência para a execução de san-
I - É obrigatório o pagamento de anuida- tuições mencionados no art. 28, inc. II, do ção ético-disciplinar é do Tribunal de Éti-
des pelo advogado suspenso temporaria- Estatuto da AOAB são incompatíveis para ca e Disciplina do Conselho Seccional em
mente de suas atividades profissionais. o exercício da advocacia. Cada uma das cuja base territorial tenha ocorrido a in-
II - O advogado regularmente licenciado três categorias - Magistratura, Advocacia e fração e tramitado o processo disciplinar,
do exercício profissional não está sujei- Ministério Público - embora atuem, todas, exceto nos casos de competência originá-
to ao pagamento das anuidades, sendo, no sentido de dar concretude ao ideal de ria do Conselho Federal, devendo a deci-
contudo, obrigatória sua manifestação Justiça, tem, cada qual, um campo definido são condenatória irrecorrível ser imediata-
expressa de opção nesse sentido, presu- de atribuições, em cuja distinção se verifica, mente comunicada ao Conselho Seccional
mindo-se, com a ausência de requerimen- justamente, o equilíbrio necessário para no qual o advogado tenha inscrição prin-
to correspondente, que pretende fazer jus que esse ideal seja atingido, não devendo, cipal, para controle e registro nos respec-
aos benefícios proporcionados pela OAB, pois, serem misturadas ou confundidas, tivos assentamentos.

1
Enunciados Administrativos - STJ Enunciados

ENUNCIADOS ADMINISTRATIVOS - STJ

1. O Plenário do STJ, em sessão admi- exigidos os requisitos de admissibilidade do novo CPC. (Aprovado pelo Plenário do
nistrativa em que se interpretou o art. recursal na forma do novo CPC. (Apro- STJ na Sessão de 09.03.2016.)
1.045 do novo Código de Processo Civil, vado pelo Plenário do STJ na Sessão de
decidiu, por unanimidade, que o Código 09.03.2016.) 6. Nos recursos tempestivos interpostos
de Processo Civil aprovado pela Lei n. com fundamento no CPC/2015 (relati-
13.105/2015, entrará em vigor no dia 18 de 4. Nos feitos de competência civil
vos a decisões publicadas a partir de
março de 2016. (Aprovado pelo Plenário originária e recursal do STJ, os atos pro-
cessuais que vierem a ser praticados por 18.03.2016), somente será concedido
do STJ na Sessão de 02.03.2016.) o prazo previsto no art. 932, parágrafo
julgadores, partes, Ministério Público,
2. Aos recursos interpostos com funda- procuradores, serventuários e auxiliares único, c/c o art. 1.029, § 3º, do novo CPC
mento no CPC/1973 (relativos a decisões da Justiça a partir de 18.03.2016, deve- para que a parte sane vício estritamente
publicadas até 17.03.2016) devem ser rão observar os novos procedimentos formal. (Aprovado pelo Plenário do STJ na
exigidos os requisitos de admissibilidade trazidos pelo CPC/2015, sem prejuízo do Sessão de 09.03.2016.)
na forma nele prevista, com as interpreta- disposto em legislação processual espe-
ções dadas, até então, pela jurisprudência cial. (Aprovado pelo Plenário do STJ na 7. Somente nos recursos interpostos
do Superior Tribunal de Justiça. (Apro- Sessão de 09.03.2016.) contra decisão publicada a partir de
vado pelo Plenário do STJ na Sessão de 18.03.2016, será possível o arbitramento
09.03.2016.) 5. Nos recursos tempestivos interpostos
com fundamento no CPC/1973 (relativos de honorários sucumbenciais recursais,
3. Aos recursos interpostos com funda- a decisões publicadas até 17.03.2016), não na forma do art. 85, § 11, do novo CPC.
mento no CPC/2015 (relativos a decisões caberá a abertura de prazo prevista no art. (Aprovado pelo Plenário do STJ na Sessão
publicadas a partir de 18.03.2016) serão 932, parágrafo único, c/c o art. 1.029, § 3º, de 09.03.2016.)

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SÚMULAS DO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS (EXTINTO) Súmulas

SÚMULAS DO TRIBUNAL FEDERAL


DE RECURSOS (EXTINTO)
1. Ao servidor que se integrar, pelas exigível a prova de suficiência do artigo 5º interesses da União Autarquias e Empre-
chamadas clientelas originária ou secun- do Decreto-Lei nº 625, de 1969. sas Públicas Federais.
dária, no plano de classificação de cargos,
12. A regra do parágrafo 1º do Art. 15, 23. O Juízo da execução criminal é o
e vedado concorrer, pela denominada
da Lei nº 4.862, de 1965, somente se competente para a aplicação de Lei nova
clientela geral, a inclusão em outra cate-
refere a decisões proferidas na instância mais benigna a fato julgado por sentença
goria funcional.
administrativa. condenatória irrecorrível.
2. Nos termos do Art. 3º do Decreto-Lei
13. A Justiça Federal é competente para 24. A avaliação da indenização devida ao
nº 730-69, pode a comissão executiva
o processo e julgamento da ação de proprietário do solo, em razão de alvará
do Conselho de Política Aduaneira esta-
usucapião, desde que o bem usucapiendo de pesquisa mineral e processada no Juízo
belecer preço de referência e baixar a Estadual da situação do imóvel.
respectiva resolução. confronte com imóvel da União, Autar-
quias ou Empresas Públicas Federais. 25. É aplicável a correção monetária, em
3. Não se aplica a admissão de pessoal razão da mora no pagamento de indeni-
pelo Banco Central do Brasil a norma do 14. O processo e julgamento de ação
possessória relativa a terreno do domínio zação decorrente de seguro obrigatório.
Art. 1º da Lei nº 6.334-76, que fixa em 50
anos o limite de idade para inscrição em da União, Autarquias e Empresas Públicas 26. As portarias da SUNAB, que estabe-
concursos. Federais, somente são da competência da lecem tabelamento de preços, anteriores
Justiça Federal, quando dela participar ao Decreto nº 75.730, de 14-05-75, não são
4. É compatível com o artigo 19 do Código qualquer dessas entidades, como autora, invalidas.
Tributário Nacional a disposição do artigo ré, assistente ou opoente.
23 do Decreto-Lei nº 37, de 18.11.1966. 27. É legitima a exigência do adicional ao
15. Compete à Justiça Federal julgar Man- frete para a renovação marinha mercante
5. A multa prevista no Art. 60, item I, da dado de segurança contra ato que diga (AFRMM), em importação sob regime
Lei nº 3.244, de 1957, na redação do Art. respeito ao ensino superior, praticado por aduaneiro de “draw back” realizada antes
169 do Decreto-Lei nº 37, de 1966, não dirigente de estabelecimento particular. da vigência do Decreto-Lei nº 1.626 de 1
se aplica ao caso de embarque da merca- de junho de 1978.
doria no exterior após o vencimento do 16. Compete à Justiça Estadual julgar
prazo de validade da respectiva guia de mandado de segurança contra ato refe- 28. CANCELADA
importação. rente ao ensino de 1º e 2º Graus e exames
29. Os certificados de quitação e de
supletivos (Lei nº 5.692, de 1971), salvo se
6. A multa prevista no Art. 60, item I, da Lei regularidade não podem ser negados,
praticado por autoridade federal.
3.244, de 1957, na redação do Art. 169 do enquanto pendente de decisão, na via
Decreto-Lei nº 37, de 1966, não se aplica 17. A competência para homologar opção administrativa, o débito levantado.
ao caso de embarque da mercadoria de servidor da União, Autarquias e Empre-
30. Conexos os crimes praticados por
no exterior antes de emitida a guia de sas Públicas Federais, pelo FGTS, é do Juiz policial militar e por civil, ou acusados
importação mas chegada ao território Federal. estes como co-autores pela mesma infra-
nacional depois da expedição do referido ção, compete à Justiça Militar Estadual
18. O processo e julgamento das reclama-
documento. processar e julgar o policial militar pelo
ções trabalhistas de que trata o Art. 110 da
Constituição competem ao Juiz Federal crime militar (CPM, art. 9º) e a Justiças
7. O artigo 51 do Código de Propriedade
da Seção Judiciária onde o empregado Comum, o civil.
Industrial (Lei nº 5.772, de 21-12-71) tam-
bém se aplica aos pedidos de privilégio. prestar serviços (CLT, Art. 651), embora 31. Compete à Justiça Estadual o processo
o empregador tenha sede e foro noutra e julgamento de crime de falsificação ou
8. Não constitui obstáculo a concessão da unidade da federação. de uso de certificado de conclusão de
dupla aposentadoria de que trata a Lei nº curso de 1º e 2º Graus, desde que não se
2.752-1956, Art. 1º e parágrafo único, em 19. Compete ao Tribunal Federal de
refira a estabelecimento federal de ensino
favor de ferroviário da estrada de ferro Recursos julgar conflito de jurisdição
ou a falsidade não seja de assinatura de
Central do Brasil, o fato de deter a condi- entre Auditor Militar e Juiz de Direito dos
funcionário federal.
ção de extranumerário da União Federal a Estados em que haja Tribunal Militar Esta-
data da autarquização da referida estrada, dual (CF, Art. 192). 32. Na execução por carta (CPC, Art. 747
e nessa situação ter sido posto a sua c/c Art. 658), os embargos do devedor
20. Compete à Justiça Militar Estadual serão decididos no Juízo deprecante,
disposição, nela obtendo modificações e
processar e julgar os integrantes das salvo se versarem unicamente vícios ou
melhorias funcionais.
policias militares estaduais nos crimes defeitos da penhora, avaliação ou aliena-
9. O aumento de 30% do Decreto-Lei militares (CPM, Art. 9º). ção dos bens.
nº 1.348, de 1974, no que respeita aos
21. Após a Emenda Constitucional nº 7 33. O Juízo deprecado, na execução
funcionários aposentados anteriormente
de 1977, a competência para o processo por carta, é o competente para julgar
a implantação do plano de classificação
e julgamento das ações de indenização, os embargos de terceiro, salvo se o bem
de cargos, incide sobre a totalidade dos
por danos ocorridos em mercadorias, no apreendido foi indicado pelo Juízo
respectivos proventos.
transporte aéreo, é da Justiça Comum deprecante.
10. Considera-se como termo inicial Estadual, ainda quando se discuta a
dos prazos do Art. 24 da Lei nº 5.772, aplicação da Convenção de Varsóvia rela- 34. O duplo grau de jurisdição (CPC,
de 21 de dezembro de 1971 (Código de tivamente ao limite da responsabilidade Art. 475, II) e aplicável quando se trata
Propriedade Industrial), para os depósitos do transportador. de sentença proferida contra a União, o
anteriores a essa lei, a data de sua vigência. Estado e o Município, só incidindo, em
22. Compete à Justiça Federal processar relação as Autarquias, quanto estas forem
11. Nas readaptações de que tratam as leis e julgar contravenções penais praticadas sucumbentes na execução da dívida ativa
nº 3.780, de 1960, e 4.242, de 1963, não e em detrimento de bens, serviços ou (CPC, Art. 475, III).

1
Súmulas SÚMULAS DO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS (EXTINTO)
35. Aos militares citados no Art. 2º da Lei e incide até o efetivo recebimento da 59. A autoridade fiscal de primeiro grau
nº 3.067, de 1956 (polícia militar e corpo importância reclamada. que expede a notificação para pagamento
de bombeiros), aplicam-se os critérios de do tributo esta legitimada passivamente
promoção previstos no Art. 33, parágrafo 47. Cancelado o débito fiscal, a correção para a ação de segurança, ainda que sobre
2º da Lei nº 2.370, de 1954. monetária, relativa a restituição da a controvérsia haja decisão, em grau de
importância depositada em garantia de recurso, de conselho de contribuintes.
36. A promoção prevista no artigo 33, da instancia, incide a partir da data da efeti-
Lei nº 2.370, de 1954, não se acumula com vação do depósito. 60. Compete à Justiça Federal decidir da
a do artigo 1º, da Lei nº 3.067, de 1956. admissibilidade de mandado de segu-
48. Não cabem embargos infringentes a rança impetrado contra atos de dirigentes
37. Aplicação, ao militar inativo, de novo acórdão proferido em agravo de petição, de pessoas jurídicas privadas, ao argu-
código de vencimentos, mais favorável, em execução fiscal, após a vigência do mento de estarem agindo por delegação
impede a percepção cumulativa de CPC de 1973. do Poder Público Federal.
vantagens previstas no código anterior, a
49. Compete à Justiça Estadual processar 61. Para configurar a competência da
menos que haja expressa ressalva na Lei
e julgar as causas em que são partes Justiça Federal, e necessário que a União,
nova.
instituições financeiras em regime de Entidade Autárquica ou Empresa Pública
38. Os certificados de quitação e de liquidação extrajudicial, salvo se a União Federal, ao intervir como assistente,
regularidade de situação não podem ser Federal, suas entidades autárquicas e demonstre legitimo interesse jurídico no
negados, se o débito estiver garantido por empresas públicas forem interessadas na deslinde da demanda, não bastando a
penhora regular (CTN, Art. 206). condição de autoras, rés, assistentes ou simples alegação de interesse na causa.
opoentes.
39. Não esta sujeita ao imposto de renda a 62. Compete à Justiça Federal processar e
indenização recebida por pessoa jurídica, 50. Tem direito, em tese, a aposentadoria julgar ação de desapropriação promovida
em decorrência de desapropriação amigá- pelo tesouro nacional o ferroviário da por concessionária de energia elétrica, se
vel ou judicial. antiga “The Great Western of Brazil Rai- a União intervém como assistente.
lway Company Limited” que tenha nela
40. A execução fiscal da Fazenda Pública ingressado antes da encampação, pas- 63. A pensão de que trata o Art. 242, da
federal será proposta perante o Juiz de sando para a Rede Ferroviária Federal na Lei n 1.711, de 1952, não se confunde
Direito da comarca do domicílio do deve- condição de servidor cedido. com a que decorre de filiação do falecido
dor, desde que não seja ela sede de vara funcionário ao regime da Previdência
da justiça federal. 51. Compete à Justiça Estadual decidir Social (LOPS). E cabível sua cumulação,
pedido de brasileira naturalizada para preenchidos os requisitos legais exigidos.
41. O direito do servidor inativo a revisão adicionar patronímico de companheiro
de proventos prevista no Art. 10 e seus brasileiro nato. 64. A mulher que dispensou, no acordo
parágrafos do Decreto-Lei 1.256, de de desquite, a prestação de alimentos,
1973, só se integrou com a publicação 52. Compete à Justiça Federal o processo conserva, não obstante, o direito a pensão
do Decreto de implantação do plano de e julgamento unificado dos crimes cone- decorrente do óbito do marido, desde que
classificação de cargos instituído pela xos de competência federal e estadual, comprovada a necessidade do benefício.
Lei 5.645, de 1970, no órgão respectivo, e não se aplicando regra do Art. 78, II, “a”, do
Código de Processo Penal. 65. Nas operações realizadas com a
desde que tenha sido efetivada essa con- empresa “investors overseas services”,
dicionante antes da revogação daqueles 53. Compete à Justiça Estadual processar e indevida a aplicação da multa aos
dispositivos pelo Decreto-Lei 1.325, de e julgar questões pertinentes ao direito de investidores, cabendo a estes apenas o
1974. família, ainda que estas objetivem reivin- pagamento do imposto do selo.
42. Salvo convenção das partes, o pro- dicação de benefícios previdenciários.
66. Compete à Justiça do Trabalho pro-
cesso expropriatório não se suspende 54. Compete à Justiça Estadual de pri- cessar e julgar os litígios decorrentes das
por motivo de dúvida fundada sobre o meira instancia processar e julgar crimes relações de trabalho entre os Municípios
domínio. de tráfico internacional de entorpecentes, de Território Federal e seus empregados.
43. O direito de crédito a que se refere
quando praticado o delito em comarca
67. Compete à Justiça Federal processar e
o Art. 36 do RIPI, Decreto nº 70.162, de que não seja sede de vara do Juízo Federal.
julgar os litígios decorrentes das relações
18.02.72, restringe-se as máquinas apare- 55. Compete à Justiça Comum o julga- de trabalho entre os Territórios Federais e
lhos e equipamentos produzidos no país, mento de militar das forças armadas que, seus empregados.
não se estendendo a mercadorias impor- não se encontrando numa das situações
tadas, de idêntica natureza, provenientes 68. A correção monetária não incide nas
previstas no artigo 9º do Código Penal
de país signatário do Acordo Geral de aquisições de unidades residenciais do
Militar, praticar delito contra integrante
Tarifa e Comércio (GATT). INPS, quando a opção de compra tiver
da polícia militar em função policial civil.
sido anterior a vigência do Decreto-Lei nº
44. Ajuizada a execução fiscal anterior- 56. Faz jus a aposentadoria estatutária 19, de 1966, sendo irrelevantes, em face
mente à falência, com penhora realizada o ferroviário servidor da administração da Lei 5.049, de 1966, o valor ou a área do
antes desta, não ficam os bens penho- direta que haja optado pelo regime da CLT imóvel.
rados sujeitos a arrecadação no Juízo após implementar 35 (trinta e cinco) anos
69. Incumbe ao expropriante pagar o salá-
falimentar; proposta a execução fiscal de serviço efetivo.
rio do assistente técnico do expropriado.
contra a massa falida, a penhora far-se-á
no rosto dos autos do processo da quebra, 57. É cabível a reversão da pensão pre-
70. Os juros moratórios, na desapropria-
citando-se o síndico. videnciária e daquela decorrente de ato
ção, fluem a partir do trânsito em julgado
ilícito aos demais beneficiários, em caso
da sentença que fixa a indenização.
45. As multas fiscais, sejam moratórias de morte do respectivo titular ou a sua
ou punitivas, estão sujeitas a correção perda por força de impedimento legal. 71. A correção monetária incide sobre as
monetária. prestações de benefícios previdenciários
58. Não é absoluta a competência defi-
em atraso, observado o critério do salário
46. Nos casos de devolução do depósito nida no Art. 96, do Código de Processo mínimo vigente na época da liquidação da
efetuado em garantia de instância e de Civil, relativamente a abertura de inven- obrigação.
repetição do indébito tributário, a corre- tario, ainda que existente interesse de
ção monetária e calculada desde a data menor, podendo a ação ser ajuizada em 72. Compete à Justiça do Trabalho pro-
do depósito ou do pagamento indevido foro diverso do domicílio do inventariado. cessar e julgar os litígios decorrentes das

2
SÚMULAS DO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS (EXTINTO) Súmulas
relações de trabalho entre as fundações 85. A contribuição previdenciária da 99. A Fazenda Pública, nas execuções
instituídas por Lei Federal e seus empre- empresa, por serviços prestados pelo tra- fiscais, não esta sujeita a prévio depósito
gados. (CANCELADA) balhador autônomo, passou a ser devida para custear despesas do avaliador.
a partir da vigência do Decreto-Lei nº 959,
73. Não cabe exigir dos Municípios o certi- de 13.10.69. 100. O lucro obtido com a exportação de
ficado de quitação, ou de regularidade de açúcar demerara, adquirido e exportado
situação. 86. Estendem-se as empresas de constru- pelo Instituto do Açúcar e do Álcool, esta
ção civil, que tenham aderido ao programa isento do imposto de renda.
74. Os juros compensatórios, na desa- de contenção de preços, os favores fiscais
propriação, incidem a partir da imissão constantes do Art. 35, parágrafo 2º, da Lei 101. As multas fiscais não são dedutíveis
na posse e são calculados, até a data do 4.862, de 1965. como despesas operacionais, para fins do
laudo, sobre o valor simples da indeniza- imposto de renda.
ção e, desde então, sobre referido valor 87. Compete à Justiça Comum Estadual
corrigido monetariamente. o processo e julgamento da ação de 102. A regra inscrita no artigo 205 da
cobrança de contribuições sindicais. Constituição, com a redação da Emenda
75. Na desapropriação, a correção mone- Constitucional nº 7, de 1977, não e de apli-
tária prevista no parágrafo 2º do Art. 26 88. Compete à Justiça do Trabalho o cabilidade imediata, porque dependente
do Decreto-Lei 3.365, de 1941, incide processo e julgamento de reclamação de Lei regulamentadora. (prejudicada)
a partir da data do laudo de avaliação, ajuizada contra a Rede Ferroviária Fede-
observando-se a Lei 5.670, de 1971. ral S/A por servidor cedido pela União 103. Compete ao Tribunal Federal de
Federal. Recursos processar e julgar, originaria-
76. Em tema de imposto de renda, a mente, mandado de segurança impetrado
desclassificação da escrita somente 89. Compete à Junta de Conciliação e Jul- contra ato de órgão colegiado presidido
se legitima na ausência de elementos gamento, sediada em comarca do interior, por ministro de estado.
concretos que permitam a apuração do cumprir carta precatória expedida por
lucro real da empresa, não a justificando Juiz Federal, em matéria trabalhista. 104. A Lei 2.579, de 1955, somente ampara
simples atraso na escrita. o ex-combatente que tenha servido no
90. O servidor estatutário que optou pelo
teatro de operações bélicas da Itália.
77. Cabem embargos infringentes a acór- regime celetista, na forma da Lei nº 6.184,
dão não unânime proferido em remessa de 1974, e assegurado o direito a grati- 105. Aos prazos em curso no período
“ex officio” (Código de Processo Civil, Art. ficação adicional por tempo de serviço compreendido entre 20 de dezembro e 6
475). correspondente aos períodos anteriores de janeiro, na Justiça Federal, aplica-se a
a opção. regra do artigo 179 do Código de Processo
78. Proposta a ação no prazo fixado para Civil.
o seu exercício, a demora na citação, 91. O reajuste do abono de permanência,
por motivos inerentes ao mecanismo da a partir da vigência do Decreto-Lei nº 795, 106. A seguradora não tem direito a
justiça, não justifica o acolhimento da de 1969, obedece ao critério das variações restituição do imposto sobre produtos
argüição de prescrição. do salário. industrializados, no caso de sinistro ocor-
92. O pagamento dos tributos, para efeito rido com mercadorias, após a sua saída do
79. Não incide a contribuição previden- estabelecimento produtor.
ciária sobre a quantia paga a título de de extinção da punibilidade (Decreto-
indenização de aviso prévio. -Lei nº 157, de 1967, artigo 18, par. 2º; 107. A ação de cobrança do crédito pre-
STF, Súmula 560), não elide a pena de videnciário contra a Fazenda Pública está
80. É legitima a cobrança da taxa de des- perdimento de bens autorizada pelo sujeita a prescrição qüinqüenal estabele-
pacho aduaneiro de empresa de energia Decreto-Lei 1.455, de 1976, artigo 23. cida no Decreto nº 20.910, de 1932.
elétrica no período compreendido entre a
vigência do Decreto-Lei nº 37, de 1966 e a 93. A multa decorrente do atraso no
108. A Constituição do crédito previden-
data da extinção do tributo. pagamento das contribuições previdenci-
ciário esta sujeita ao prazo de decadência
árias não e aplicável às pessoas de direito
de cinco anos.
81. Mármores e granitos afeiçoados ao público.
emprego final, mediante processo de 109. A desapropriação iniciada segundo
94. Provadas as despesas com assistência
industrialização, estão sujeitos ao imposto o procedimento previsto no Decreto-Lei
sobre produtos industrializados. médico-hospitalar prestada assegurada,
nº 512, de 1969, prosseguira na forma da
vitima de acidente de transito, tem o INPS
direito a sub-rogação perante a segura- Lei das desapropriações por utilidade
82. Compete à Justiça do Trabalho
dora responsável pelo seguro obrigatório. pública, no caso de manifesta discordân-
processar e julgar as reclamações per-
cia do expropriado com o preço oferecido.
tinentes ao cadastramento no Plano de
95. Compete ao Juiz Federal processar e
Integração Social (PIS) ou indenização 110. Os juros compensatórios, na desa-
julgar pedido de “habeas corpus” contra
compensatória pela falta deste, desde propriação, são calculados a taxa de 12%
ato do secretário-geral do ministério da
que não envolvam relações de trabalho (doze por cento) ao ano.
justiça que, no exercício de competência
dos servidores da União, suas Autarquias
delegada pelo ministro de estado, decreta 111. Os embargos do devedor devem
e Empresas Públicas.
prisão administrativa. ser previamente preparados no prazo de
83. Compete à Justiça Federal processar trinta dias, contado da intimação do des-
96. As companhias distribuidoras de
e julgar reclamação trabalhista movida pacho que determinar o seu pagamento.
títulos e valores mobiliários estão sujeitas
contra representação diplomática de pais
a registro nos conselhos regionais de 112. Em execução fiscal, a responsa-
estrangeiro, inclusive para decidir sobre a
economia.
preliminar de imunidade de jurisdição. bilidade pessoal do sócio gerente de
97. As resoluções do Conselho de Política sociedade por quotas, decorrente de
84. A aposentadoria assegurada no Art. violação da Lei ou excesso de mandato,
Aduaneira, destinadas a fixação de pauta
197, letra “c”, da Constituição Federal, aos não atinge a meação de sua mulher.
de valor mínimo, devem conter motivação
ex-combatentes, submete-se, quanto ao expressa.
cálculo dos proventos, aos critérios da 113. As netas maiores, órfãos de pai e mãe,
legislação previdenciária, ressalvada a 98. Compete à Justiça Federal processar e só terão direito a pensão militar (Lei 3.765,
situação daqueles que, na vigência da Lei julgar os crimes praticados contra servidor de 1960, Art. 7º, inciso III) se forem invali-
nº 4.297, de 1963, preencheram as condi- público federal, no exercício de suas fun- das ou interditas e não puderem prover a
ções nela previstas. ções e com estas relacionados. própria subsistência.

3
Súmulas SÚMULAS DO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS (EXTINTO)
114. Compete à Justiça Comum Estadual proprietário, dono da obra ou condômino somente se justifica se demonstrada, em
processar e julgar as causas entre os sindi- de unidade imobiliária, somente será procedimento regular, a responsabilidade
catos e seus associados. acionado quando não for possível lograr do seu proprietário na prática do ilícito.
do construtor, através de execução contra
115. Compete à Justiça Federal processar ele intentada a respectiva liquidação. 139. Mercadoria estrangeira importada
e julgar os crimes contra a organização de países signatários do GATT ou do tra-
do trabalho, quando tenham por objeto 127. É legítima a exigência de exame tado de montevidéu, para a zona franca
a organização geral do trabalho ou psicotécnico, em concurso público para o de Manaus, esta isenta do pagamento
direitos dos trabalhadores considerados ingresso na Academia Nacional de Polícia, do adicional ao frete para renovação da
coletivamente. ou prova interna para acesso, mesmo que marinha mercante – AFRMM.
o candidato a ele se tenha submetido,
116. O militar reformado ou transferido anteriormente, para o exercício de outro 140. As unidades hospitalares, com
para a reserva a partir da vigência da Lei cargo policial. (REVOGADO) até 200 (duzentos) leitos, que possuam
nº 4.902, de 1965, não faz jus a promoção “dispensário de medicamentos”, não
ao posto ou graduação imediatos. 128. As disposições da Lei 6.880, de 1980 estão sujeitas a exigência de manter
(Estatuto dos Militares), não se aplicam às farmacêutico.
117. A regra do artigo 236, par. 2º, do situações definidas antes de sua vigência
Código de Processo Civil, não incide (art. 157) 141. Nas ações de desapropriação,
quando o procurador da República fun- computam-se, no cálculo da verba
ciona como advogado da União Federal, 129. É exigível das Autarquias, o depósito advocatícia, as parcelas relativas aos juros
ressalvada a disposição inscrita no artigo previsto no Art. 488, II, do Código de Pro- compensatórios e moratórios, devida-
25 da Lei 6.830, de 1980. cesso Civil, para efeito de processamento mente corrigidas.
da ação rescisória.
118. Na ação expropriatória, a revelia do 142. A limitação administrativa “non aedi-
expropriado não implica em aceitação do 130. No cálculo do imposto de renda, não ficandi” imposta aos terrenos marginais
valor da oferta e, por isso, não autoriza a se inclui o ágio cambial pago na aquisição das estradas de rodagem, em zona rural,
dispensa da avaliação. da moeda estrangeira a ser remetida para não afeta o domínio do proprietário, nem
o exterior a título de juros devidos. obriga a qualquer indenização.
119. A partir da vigência do Código de
Processo Civil de 1973, e cabível a cumu- 131. A partir do exercício de 1967, o con- 143. Os serviços de composição e impres-
lação da multa contratual com honorários tribuinte do imposto de renda, para fazer são gráficas, personalizados, previstos no
advocatícios, na execução hipotecária, jus a alíquota minorada de 3% (três por artigo 8º, par. 1º, do Decreto-Lei nº 406, de
regida pela Lei nº 5.741, de 1971. cento), prevista no Art. 53 da Lei nº 4.504, 1968, com as alterações introduzidas pelo
de 1964, deverá comprovar o cadastra-
120. A decisão proferida em processo de Decreto-Lei nº 834, de 1969, estão sujeitos
mento do imóvel no INCRA.
retificação do registro civil, a fim de fazer apenas ao ISS, não incidindo OIPI.
prova junto a administração militar, não 132. Os fundos de reserva e os lucros
144. Para que faça jus a isenção da quota
faz coisa julgada relativamente a União suspensos, enquanto não distribuídos,
patronal relativa as contribuições previ-
Federal, se esta não houver sido citada integram o patrimônio da sociedade e
denciárias, e indispensável comprove a
para o feito. devem ser considerados para efeito de
entidade filantrópica ter sido declarada de
tributação, ainda que pessoa pública
121. Não cabe mandado de segurança utilidade pública por Decreto federal.
detenha a maioria das ações do seu
contra ato ou decisão, de natureza jurisdi- capital. 145. Extingue-se o processo de mandado
cional, emanado de relator ou presidente
de segurança, se o autor não promover, no
de turma. 133. Compete à Justiça Comum Estadual
processar e julgar prefeito municipal prazo assinado, a citação do litisconsorte
122. A companheira, atendidos os requi- acusado de desvio de verba recebida em necessário.
sitos legais, faz jus a pensão do segurado razão de convenio firmado com a União
falecido, quer em concorrência com os 146. A “quota de previdência” relativa aos
Federal. serviços prestados pelos Estados, Municí-
filhos do casal, quer em sucessão a estes,
não constituindo obstáculo a ocorrência 134. Não cabe ação rescisória por violação pios e suas Autarquias incide sobre tarifas
do óbito antes da vigência do Decreto-Lei de literal disposição de Lei se, ao tempo ou preços públicos, mesmo no regime
66, de 1966. em que foi prolatada a sentença rescin- anterior ao Decreto-Lei 1.505, de 1976, não
denda, a interpretação era controvertida atingindo, porém, as taxas, entendidas
123. Nas readaptações previstas nas nos tribunais, embora posteriormente se estas na restrita acepção de espécie do
leis 3.780, de 1960, e 4.242, de 1963, tenha fixado favoravelmente a pretensão gênero tributo.
para o cargo de agente fiscal de tributos do autor.
federais, não cabe distinguir entre 147. É indispensável a instauração do
fiscalização interna e externa, desde que 135. As alterações promovidas no procedimento administrativo, a que alude
que as atribuições desempenhadas pelo grupo serviços auxiliares, com reflexos o Art. 27 do Decreto-Lei nº 1.455, de 1976,
readaptando correspondam as respecti- na estrutura da categoria de agente para aplicação da pena de perdimento de
vas especificações de classe a época do administrativo, não ensejam reparações mercadorias importadas, cujo prazo de
desvio. funcionais ou pecuniárias aos servidores permanência em recintos alfandegados
estatutários. tenha-se expirado.
124. Prescreve em vinte anos a ação do
beneficiário, ou do terceiro sub-rogado 136. A correção monetária, na desapro- 148. É competente a Justiça Comum
nos direitos deste, fundada no seguro priação, deve ser calculada com base na Estadual para processar e julgar ação cível
obrigatório de responsabilidade civil. variação nominal das obrigações reajustá- proposta contra o escritório central de
veis do tesouro nacional (ORTN). arrecadação e distribuição – ECAD.
125. Compete à Justiça Comum Estadual
processar e julgar ação penal instaurada 137. A sentença que, em execução fiscal 149. No ato de remoção “ex officio” do
em decorrência de acidente de transito promovida por autarquia, julga extinto o servidor público, é indispensável que o
envolvendo veículo da União, de autar- processo, sem decidir o mérito (CPC, Art. interesse da administração seja objetiva-
quia ou de empresa pública federal. 267), não esta sujeita ao duplo grau de mente demonstrado.
jurisdição obrigatório.
126. Na cobrança de crédito previ- 150. Compete à Justiça do Trabalho
denciário, proveniente da execução 138. A pena de perdimento de veículo, processar e julgar os litígios entre a admi-
de contrato de construção de obra, o utilizado em contrabando ou descaminho, nistração direta ou indireta do distrito

4
SÚMULAS DO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS (EXTINTO) Súmulas
federal e os seus servidores, regidos pela aos rendimentos industriais ou agrícolas 178. Resolvido o contrato de trabalho com
legislação trabalhista. do empreendimento. a transferência do servidor do regime da
CLT para o estatutário, em decorrência de
151. É vedado, ao oficial médico da 165. A isenção do imposto de importação, lei, assiste-lhe o direito de movimentar a
ativa, o exercício acumulado de cargo ou concedida por resolução do CPA, não conta vinculação do FGTS.
emprego público de médico civil. exclui a mercadoria da alíquota minorada
de 1% (um por cento), prevista na lista 179. Para os efeitos do Art. 180, alínea
152. Nas causas ajuizadas antes do “b”, da Lei 1.711-52, não é necessário que
nacional brasileira, para a taxa de melho-
advento da Lei nº 6.825, de 22.9.80, o valor o servidor esteja no exercício do cargo
ramento dos portos.
da ORTN, para a fixação da alçada estabe- em comissão ou da função gratificada, ao
lecida no Art. 4º daquele diploma legal, é 166. Os Municípios não estão sujeitos ao aposentar-se. (REVOGADA)
o da data da sua vigência. (CANCELADA) recolhimento do salário.
180. Compete à Justiça Federal processar
153. Constituído, no qüinqüênio, através 167. A contribuição previdenciária não e julgar pedidos de complementação de
de auto de infração ou notificação de incide sobre o valor da habitação forne- proventos da aposentadoria dos ferrovi-
lançamento, o crédito tributário, não há cida por empresa agroindustrial, a título ários cedidos a Rede Ferroviária Federal
falar em decadência, fluindo, a partir daí, de liberalidade, a seus empregados, em S-A. Imprópria a reclamação trabalhista
em princípio, o prazo prescricional, que, observância a acordo coletivo de trabalho. para a espécie.
todavia, fica em suspenso, até que sejam
decididos os recursos administrativos. 168. O encargo de 20%, do Decreto-Lei 181. Cabe ao empregador, e não ao BNH
1.025, de 1969, e sempre devido nas ou IAPAS, o encargo de individualizar
154. A Fazenda Pública, nas execuções execuções fiscais da União e substitui, nos as contas vinculadas dos empregados,
fiscais, não esta sujeita a prévio depósito embargos, a condenação do devedor em referentes ao FGTS.
para custear despesas do oficial de justiça. honorários advocatícios.
182. É ilegítimo o lançamento do imposto
155. O “primeiro provimento” a que se 169. Na comarca em que não foi criada de renda arbitrado com base apenas em
refere o Art. 3º da Lei 6.732, de 1979, para Junta de Conciliação e Julgamento, é com- extratos ou depósitos bancários.
efeito de incorporação dos quintos, há de petente o Juiz de Direito para processar e
ser entendido como a primeira investidura julgar litígios de natureza trabalhista. 183. Compete ao Juiz Federal do distrito
em cargo ou função de confiança, ainda federal processar e julgar mandado de
que anterior ao plano de classificação de 170. Não se extingue a pensão previ- segurança contra ato do presidente do
cargos, instituído pela Lei 5.645, de 1970. denciária, se do novo casamento não BNH.
(Revogada Lei 6.732-1979) resulta melhoria na situação econômico-
-financeira da viúva, de modo a tornar 184. Em execução movida contra socie-
156. Sindicatos representativos de dispensável o benefício. dade por quotas, o sócio, citado em nome
atividades econômicas ou profissionais próprio, não tem legitimidade para opor
idênticas, ou categoria econômica espe- 171. No cálculo da renda embargos de terceiro, visando livrar da
cifica, podem organizar-se em federações. mensal do benefício de aposentadoria- constrição judicial seus bens particulares.
-invalidez e considerado como de
157. A perda definitiva do vínculo com atividade o período em que o segurado 185. Filhos solteiros maiores e inválidos,
a administração pública federal, ou a tenha percebido auxílio-doença ou outra presumida a dependência econômica,
passagem do servidor para a inatividade, aposentadoria-invalidez. tem direito a pensão previdenciária por
faz cessar o direito a ocupação de imóvel morte do pai.
funcional, em Brasília. 172. As empresas distribuidoras de dro-
gas, que não manipulem formulas nem 186. A prescrição de que trata o Art. 110,
158. Compete à Justiça do Trabalho pro- forneçam medicamentos aos consumido- par. 1º, do Código Penal é da pretensão
cessar e julgar reclamação contra empresa res, não estão sujeitas a assistência técnica punitiva.
privada, contratada para a prestação de de farmacêutico.
serviços a administração pública. 187. O adicional de insalubridade incide
173. O prazo de cento e oitenta dias, sobre o salário regional.
159. É legitima a divisão da pensão previ-
condição para a nova aquisição de moeda
denciária entre a esposa e a companheira, 188. Na liquidação por cálculo do
estrangeira, conta-se a partir da vigência
atendidos os requisitos exigidos. contador, a apelação da sentença homo-
da Resolução nº 760-82.
logatória ressente-se do pressuposto de
160. A suspeita de fraude na concessão de admissibilidade, quando o apelante não
174. A partir da vigência do Decreto-Lei
benefício previdenciário, não enseja, de tenha oferecido oportuna impugnação.
1.418-75, o imposto de renda incide na
plano, a sua suspensão ou cancelamento,
fonte sobre a remessa de divisas para
mas dependerá de apuração em procedi- 189. Proposta a execução fiscal, a poste-
o exterior, em pagamento de serviços
mento administrativo. rior mudança de domicilio do executado
técnicos, de assistência técnica, adminis-
não desloca a competência já fixada.
161. Não se inclui na base de cálculo do trativa e semelhantes, ali prestados por
PIS a parcela relativa ao IPI. empresa estrangeira, sem prejuízo das 190. A intimação pessoal da penhora ao
isenções previstas no Decreto-Lei 1.446- executado torna dispensável a publicação
162. É legitima a substituição da antiga 76. (Decreto-Lei 1.446-76 revogado) de que trata o Art. 12 da Lei das execuções
diária de asilado concedida ao militar fiscais.
inativo, pelo auxilio-invalidez, desde que 175. A base de cálculo da contribuição do
não importe em diminuição do total de FUNRURAL é o valor comercial da merca- 191. É compatível a exigência da contri-
seus proventos. doria, neste incluído ICM, se devido. buição para o PIS com o imposto único
sobre combustíveis e lubrificantes.
163. Nas relações jurídicas de trato suces- 176. O imposto de renda na fonte, relativo
sivo, em que a Fazenda Pública figure a rendimentos decorrentes da exploração 192. O agente marítimo, quando no exer-
como devedora, somente prescrevem as de película cinematográfica estrangeira, cício exclusivo das atribuições próprias,
prestações vencidas antes do qüinqüênio incide sobre a participação líquida devida não e considerado responsável tributário,
anterior a propositura da ação. ao distribuidor estrangeiro. nem se equipara ao transportador para
efeitos do Decreto-Lei 37, de 1966.
164. O gozo dos benefícios fiscais dos 177. A venda de álcool, pelo Instituto do
artigos 13 e 14, da Lei 4.239-63, até o Açúcar e do Álcool (IAA), não esta sujeita 193. A majoração da alíquota do adicional
advento do DL 1.958-77, não se restringia ao pagamento do ICM. ao frete para renovação da marinha

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Súmulas SÚMULAS DO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS (EXTINTO)
mercante não esta sujeita ao princípio da 207. Nas ações executivas regidas pela Lei do contrato, desde que mantido o limite
anterioridade. 5.741, de 1971, o parcelamento do imóvel de horário semanal avençado.
penhorado independe de avaliação.
194. Os servidores previdenciários inscri- 223. O empregado, durante o desvio
tos no plano de pecúlio facultativo – PPF 208. A simples confissão da dívida, acom- funcional, tem direito a diferença salarial,
antes das alterações unilateralmente panhada do seu pedido de parcelamento, ainda que o empregador possua quadro
editadas pela Portaria MPAS 1.160, de não configura denúncia espontânea. de pessoal organizado em carreira.
1978, tem direito, na aposentadoria, ao
209. Nas execuções fiscais da fazenda 224. O fato de não serem adjudicados
levantamento de 20% do pecúlio, inde-
nacional, e legitima a cobrança cumula- bens que, levados a leilão, deixaram de ser
pendentemente de opção por acréscimo
tiva de juros de mora e multa moratória. arrematados, não acarreta a extinção do
da contribuição.
processo de execução.
195. O mandado de segurança não e meio 210. Na execução fiscal, não sendo encon-
trado o devedor, nem bens arrestáveis, e 225. É genérica a escolaridade de nível
processual idôneo para dirimir litígios
cabível a citação editalícia. superior exigida do servidor que concorre,
trabalhistas. 196. Cabem embargos, e não
por aproveitamento, a primeira composi-
agravo de petição, da sentença de liquida- 211. O adicional ao frete para renovação ção da categoria funcional de técnico de
ção no processo de execução trabalhista. da marinha mercante (AFRMM) não e controle interno.
197. A pensão por morte de trabalhador devido na remessa de mercadoria nacio-
nal para a Zona Franca de Manaus. 226. Na prorrogação da jornada de tra-
rural, ocorrida após a entrada em vigor balho da mulher-bancária, até oito horas
da Lei complementar nº 11, de 1971, não 212. A partir da vigência do Decreto-Lei diárias, não excedente de quarenta horas
requerida na via administrativa, e devida a 1.820-80, o servidor público celetista não semanais (CLT, Art. 225), com observância
partir da citação. tem direito a percepção de salário mínimo do disposto no Art. 59 e seu par. 1º da CLT,
198. Atendidos os demais requisitos, profissional. e inaplicável a regra do Art. 374 desse
e devida a aposentadoria especial, se diploma legal.
213. O exaurimento da via administrativa
perícia judicial constata que a atividade não é condição para a propositura de ação 227. A mudança de critério jurídico ado-
exercida pelo segurado e perigosa, insa- de natureza previdenciária. tado pelo fisco não autoriza a revisão de
lubre ou penosa, mesmo não inscrita em lançamento.
regulamento. 214. A prestação de serviços de caráter
continuado, em atividades de natureza 228. É vedada a acumulação da pensão
199. Compete à Justiça Militar Estadual permanente, com subordinação, obser- especial concedida pelo Art. 30 da
processar e julgar os crimes cometidos vância de horário e normas da repartição, Lei 4.242-63, com qualquer renda dos
por policial militar mediante uso de arma mesmo em grupo-tarefa, configura rela- cofres públicos, inclusive benefício da
da corporação, mesmo que se encontre ção empregatícia. Previdência Social, ressalvado o direito
no exercício de policiamento civil. de opção, assegurado pela Lei 6.592-78.
215. Servidor contratado a título precário (REVOGADA)
200. Compete à Justiça Federal processar não pode concorrer a processo seletivo
e julgar o crime de falsificação ou de uso para ascensão funcional. 229. A mãe do segurado tem direito a
de documento falso perante a Justiça do pensão previdenciária, em caso de morte
Trabalho. 216. Compete à Justiça Federal pro- do filho, se provada a dependência econô-
cessar e julgar mandado de segurança mica, mesmo não exclusiva.
201. Não constitui obstáculo a conversão impetrado contra ato de autoridade
da aposentadoria comum, por tempo de previdenciária, ainda que localizada em 230. No processo seletivo de ascensão
serviço, em especial, o fato de o segurado comarca do interior. funcional das entidades. Componentes do
haver se aposentado antes da vigência da SINPAS, o servidor somente pode concor-
Lei 6.887, de 1980. 217. No âmbito da Justiça Federal, aplica- rer no âmbito da autarquia a que pertence.
-se aos feitos trabalhistas o princípio da
202. Na desapropriação, pertence ao identidade física do juiz. 231. O aeronauta em atividade profis-
expropriado a correção monetária da sional, após reunir as condições para
oferta contabilizada pelo estabeleci- 218. A sentença, proferida em ação expro- aposentadoria especial por tempo
mento bancário. (CANCELADA) priatória a qual se tenha atribuído valor de serviço, tem direito ao abono de
igual ou inferior a 50 (cinqüenta) ORTNs, permanência.]
203. O procedimento sumário previsto não esta sujeita ao duplo grau obrigatório,
na Lei 1.508-51, compreende também nem enseja recurso de apelação. 232. A pensão do Art. 5º, parágrafo único,
a iniciativa do Ministério Público para a da Lei 3.373-58, ampara com exclusivi-
ação penal, nas contravenções referentes 219. Não havendo antecipação de paga- dade as filhas de funcionário público
a caça, conforme remissão feita pelo Art. mento, o direito de constituir o crédito federal. (REVOGADA)
4º da Lei 5.197-67. previdenciário extingue-se decorridos
233. Compete à Justiça Comum Estadual
cinco anos do primeiro dia do exercício
204. O fato de a Lei 6.439, de 1977, que ins- seguinte aquele em que ocorreu o fato processar e julgar o policial militar por
tituiu o SINPAS, dizer que as entidades da crime de promover ou facilitar fuga de
gerador.
Previdência Social tem sede e foro no Dis- preso de cadeia pública.
trito Federal podendo, provisoriamente, 220. As mercadorias oriundas do estran-
234. Não cabe medida cautelar em ação
funcionar no Rio de Janeiro, não importa geiro, com simples trânsito em porto
rescisória para obstar os efeitos da coisa
em que as ações contra elas interpostas nacional, destinadas a outro país, não
julgada.
devam ser necessariamente ajuizadas estão sujeitas ao pagamento da taxa de
nesta última cidade. melhoramento dos portos (TMP). 235. A falta de peças de translado obri-
gatório será suprida com a conversão do
205. O reajuste semestral de salário não 221. A taxa de melhoramento dos portos
agravo de instrumento em diligência.
se aplica ao servidor público regido pela (TMP), referente a mercadoria oriunda do
Consolidação das Leis do Trabalho. estrangeiro com trânsito em porto nacio- 236. O empréstimo compulsório institu-
nal e destinada a outro porto nacional, ído pelo Decreto-Lei 2.047-83, não esta
206. O reajuste da base de cálculo de con- somente é devida no destino. sujeito ao princípio da anterioridade.
tribuições previdenciárias, instituído pelo
Art. 5º e parágrafos da Lei 6.332-76, não 222. A prorrogação da jornada diária de 237. As empresas concessionárias de
esta sujeito ao princípio da anterioridade. trabalho não constitui alteração unilateral transporte coletivo urbano são obrigadas

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SÚMULAS DO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS (EXTINTO) Súmulas
a conceder passe livre aos distribuidores 247. Não constitui pressuposto da ação 257. Não rendem juros os depósitos judi-
de correspondência postal e telegráfica, anulatória do débito fiscal o depósito de ciais na Caixa Econômica Federal a que se
quando em serviço. que cuida o Art. 38 da Lei 6.830, de 1980. referem o Decreto-Lei 759, de 12.08.69,
238. A saída de veículo furtado para o 248. O prazo da prescrição interrompido
Art. 16, e o Decreto-Lei 1.737, de 20.12.79,
exterior não configura o crime de des- pela confissão e parcelamento da dívida Art. 3º.
caminho ou contrabando, competindo fiscal recomeça a fluir no dia que o deve- 258. Inclui-se na base de cálculo do PIS a
a Justiça Comum Estadual o processo e dor deixa de cumprir o acordo celebrado.
parcela relativa ao ICM.
julgamento dos delitos dela decorrentes.
249. A reparação do dano não pode ser
259. Não cabe agravo de instrumento em
239. É legitima a exigência de exame imposta como condição da suspensão da
psicotécnico, em concurso público para o execução da pena. Ação civil de reparação causa sujeita a alçada de que trata a Lei
ingresso na Academia Nacional de Polícia, de dano; Execução das penas em espécie; 6.825, de 1980, salvo se versar sobre valor
revogada a Súmula nº 127. Suspensão condicional da pena da causa ou admissibilidade de recurso.
(REVOGADA)
240. A intimação do representante judi- 250. Prescreve em cinco anos a ação
cial da Fazenda Pública, nos embargos a revisional da reforma do militar, a contar 260. No primeiro reajuste do benefício
execução fiscal, será feita pessoalmente. da publicação do respectivo ato. previdenciário, deve-se aplicar o índice
integral do aumento verificado, inde-
241. A extinção da punibilidade pela pres- 251. Os ferroviários provenientes da “The
pendentemente do mês da concessão,
crição da pretensão punitiva prejudica o Leopoldina Railway Company Limited”
exame do mérito da apelação criminal. são regidos pela CLT, pelo que não tem considerado, nos reajustes subseqüentes,
direito a dupla aposentadoria. o salário mínimo então atualizado.
242. O bem alienado fiduciariamente não
pode ser objeto de penhora nas execu- 252. O parágrafo 3º do Art. 125 da 261. No litisconsórcio ativo voluntário,
ções ajuizadas contra o devedor fiduciário. Constituição Federal institui hipótese de determina-se o valor da causa, para efeito
competência relativa, pelo que não elide de alçada recursal, dividindo-se o valor
243. É vedada a acumulação da pensão a competência concorrente da Justiça global pelo número de litisconsortes.
especial concedida pelo Art. 30 da Lei Federal.
4.242, de 1963, com qualquer renda dos 262. Não se vincula ao processo o Juiz que
cofres públicos, inclusive benefício da 253. A companheira tem direito a con- não colheu prova em audiência.
Previdência Social, ressalvado o direito de correr com outros dependentes a pensão
opção, revogada a Súmula nº 228. militar, sem observância da ordem de 263. A produção antecipada de provas,
preferências. por si só, não previne a competência para
244. A intervenção da União, suas Autar- a ação principal.
quias e Empresas Públicas em concurso de 254. Compete à Justiça Federal processar
credores ou de preferência não desloca a e julgar os delitos praticados por funcio- 264. As cooperativas não estão sujeitas
competência para a Justiça Federal. nário público federal, no exercício de suas a tributação do imposto de renda por
funções e com estas relacionados. excesso de retirada de seus dirigentes.
245. Na execução de sentença, prevalece,
para efeito da alçada recursal de que trata 255. Compete à Justiça Federal processar 265. No pagamento antecipado de débito
a Lei nº 6.825, de 1980, o valor apurado na e julgar causa cujo objeto diga respeito a oriundo de contrato de mútuo com garan-
liquidação. (REVOGADA) eleições sindicais. tia hipotecária, de que conste correção
246. A causa em que se discute matéria 256. A falta de impugnação dos embargos monetária anual, o saldo devedor será
constitucional não esta sujeita a alçada de do devedor não produz, em relação a atualizado de acordo com a variação da
que trata a Lei 6.825, de 1980. (REVOGADA) Fazenda Pública, os efeitos de revelia. UPC.

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