Você está na página 1de 5

DIREITO PENAL

CRIMES CONTRA A VIDA


INFANTICÍDIO (art. 123 do CP)

PROF. PAULO IGOR


facebook.com/profpauloigor
PERISCOPE: @igorbosco
INFANTICÍDIO (ART. 123 DO CP) – 2 a 6 anos
CONDUTA
Trata-se de um homicídio com três elementos especializantes:
 Matar o próprio filho (neonato ou nascente):
OBSERVAÇÃO: O fato de a condição de descendente do neonato ser elementar do tipo afasta a incidência da
agravante genérica prevista no art. 61, II, “e” do CP (evitando-se o bis in idem).
 Sob a influência do estado puerperal:
OBSERVAÇÃO: Existe uma presunção relativa (“juris tantum”) de que toda gestante, durante ou logo após o parto
está sob a influência do estado puerperal, o que dispensa a realização de perícia para a comprovação desse
estado.
 Durante ou logo após o parto:
OBSERVAÇÃO: Elementar temporal indispensável para a caracterização do delito. Não é possível definir um lapso
temporal determinado entre o parto e a morte do neonato que caracterize o delito.
SUJEITO ATIVO
Crime próprio. Exige qualidade especial do sujeito ativo (mãe). Admite a coautoria e a participação.
OBSERVAÇÃO: Como o estado puerperal e a condição de mãe são elementares do tipo de infanticídio, a coautoria
e participação são possíveis, bastando que o terceiro conheça tais elementares.

E se a mãe, logo após o parto e sob a influência do estado puerperal, induz o pai a matar o neonato, e este
acaba ceifando a vida do filho?
Se a mãe em estado puerperal induz o pai a matar o neonato que assim o faz, o pai (autor) responderá por
homicídio e a mãe por participação em infanticídio.
Dessa forma evita-se que a mãe venha a responder mais gravemente por ter induzido o crime do que se o tivesse
praticado com as próprias mãos (pois se a boa técnica fosse observada, a mãe deveria responder por participação
em homicídio – 6 a 20 anos –, enquanto se tivesse, com as próprias mãos, matado o neonato responderia por
infanticídio – 2 a 6 anos).
SUJEITO PASSIVO
Também crime próprio (exige-se qualidade ou condição especial do sujeito passivo eventual) quanto ao sujeito
passivo (crime bipróprio). Somente o neonato pode ser vítima desse crime.

BEM JURÍDICO TUTELADO


Vida extrauterina (surge com o início do trabalho de parto).
TIPO SUBJETIVO
É o dolo. Não aceita a modalidade culposa.
E se a mãe mata o próprio filho, sob o efeito do estado puerperal, de forma culposa?
A doutrina diverge, tendo uma corrente que defende a responsabilização pelo homicídio culposo e outra que diz
não haver responsabilização da mãe, pois o estado puerperal afastaria a possibilidade de a mãe agir com a
diligência necessária de um homem médio (o que afastaria a culpa no homicídio).

CONSUMAÇÃO
Dá-se com a morte do neonato. Admite a tentativa.

Você também pode gostar