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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Lucas Bonissoni
Santa Maria, RS
2017
Lucas Bonissoni
Santa Maria, RS
2017
Lucas Bonissoni
__________________________________________
Gihad Mohamad, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
__________________________________________
Talles Augusto Araújo (UFSM)
__________________________________________
Rafael Pires Portella (UFSM)
Santa maria, RS
2017
AGRADECIMENTOS
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................8
1.1. JUSTIFICATIVA.................................................................................................8
1.2. OBJETIVOS.......................................................................................................9
1.2.1. Objetivo geral.................. ................................................................................9
1.2.2. Objetivos específicos.................................... .................................................9
1.3. METODOLOGIA................................................................................................9
2. ALVENARIA ESTRUTURAL...........................................................................10
2.1. HISTÓRICO DA ALVENARIA ESTRUTURAL.................................................10
2.2. CONCEITOS BÁSICOS DA ALVENARIA ESTRUTURAL...............................11
2.2.1 Graute ..............................................................................................................12
2.2.2 Argamassa...................................................................................................... 13
2.2.3 Blocos .............................................................................................................14
3. MUROS DE ARRIMO ......................................................................................16
3.1. TIPOS DE MURO DE ARRIMO........................................................................16
3.1.1. Muro de gravidade......................................................................................... 17
3.1.2. Muro com contrafortes..................................................................................17
3.1.3. Muro em balanço............................................................................................18
3.2. TENSÕES E MODO DE RUPTURA................................................................19
4. PARÂMETROS DA MECÂNICA DOS SOLOS...............................................22
4.1. TENSÃO DE CISALHAMENTO DO SOLO......................................................22
4.2. EMPUXO DE TERRA.......................................................................................23
4.2.1 Empuxo ativo................................................................................................. 24
4.2.2 Empuxo passivo.............................................................................................25
4.2.3 Ponto de aplicação do empuxo.....................................................................27
4.3 COMPACTAÇÃO DO SOLO............................................................................27
5. ESTUDO DE CASO.........................................................................................29
5.1 PERFIL DO SOLO........................................................................................... 29
5.2 EXECUÇÃO.....................................................................................................31
5.3 IMPERMEABILIZAÇÃO E ATERRO................................................................31
6. DIMENSIONAMENTO.....................................................................................39
6.1. CÁLCULO DAS AÇÕES.................................................................................. 39
6.2. CÁLCULO DA ESPESSURA EFETIVA............................................................43
6.3. CÁLCULO DO MOMENTO PARA FLEXÃO VERTICAL..................................44
6.4. DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO SIMPLES……………………………...…....46
7. CONCLUSÕES................................................................................................50
8. REFERÊNCIAS...............................................................................................52
8
1. INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
1.3 METODOLOGIA
2. ALVENARIA ESTRUTURAL
2.2.1 Graute
2.2.2 Argamassa
2.2.3 Blocos
3. MUROS DE ARRIMO
1−𝑠𝑒𝑛Ø
𝐾𝑎 = (equação 4.2)
1+𝑠𝑒𝑛Ø
𝛾.ℎ2 .𝐾𝑎
𝐸𝑎 = (equação 4.3)
2
25
1+𝑠𝑒𝑛Ø
𝐾𝑝 = (equação 4.4)
1−𝑠𝑒𝑛Ø
𝛾.ℎ2 .𝐾𝑝
𝐸𝑝 = (equação 4.5)
2
Segundo Godoy (1972), o peso específico do solo pode ser definido de acordo com
a granulometria encontrada nos ensaios geotécnicos. A tabela a seguir apresenta os
valores usuais de peso específico para argilas e areias.
Figura 4.3 – Solo natural removido para o aterramento próximo a um muro de subsolo.
5. ESTUDO DE CASO
5.2 EXECUÇÃO
Para o sistema de drenagem interna, foi criada uma vala com dimensões 50 cm
x 30 cm na base do muro. Esta vala foi preenchida com um colchão de areia média e
brita tipo 2. Sob esse colchão foi instalado um tubo corrugado de 100 mm, a fim de
conduzir a água e evitar o acúmulo de umidade na base da estrutura de contenção.
A figura 5.5 mostra dois exemplos do funcionamento de sistemas de drenagem
interna de muros de arrimo, sendo a 5.5.a com uma linha de fluxo proveniente do
controle da percolação da linha freática estabelecida e rebaixada. A figura 5.5.b
mostra uma rede de percolação das águas infiltradas através do talude.
’ = - u (equação 5.2)
Figura 5.6 – Muro com a impermeabilização instalada e um funcionário executando o dreno na vala.
Figura 5.8 – bloco canaleta e armadura vertical prontos para receber o graute
O arranjo das ferragens nas canaletas foi feito de modo que a armadura
horizontal é composta por 3 barras com diâmetro de 10 mm, amarradas com estribo
comum de 5 mm. A disposição das barras ocorre a cada 3 fiadas, pois a paginação é
composta por 2 fiadas de blocos vazados com uma fiada de bloco canaleta sobre eles.
Como há pilares nas extremidades do muro, optou-se por inserir todas as barras 15
cm transversalmente nos pilares. Isto caracteriza a estrutura como “muro de arrimo
apoiado”, de acordo com Porter (2009).
A armadura vertical foi composta por 3 barras de 10 mm com estribo de 5 mm.
O grauteamento foi feito a cada 2 furos nos blocos. Desta forma, obtêm-se um sistema
gradeado ao longo da seção longitudinal do muro.
Nas extremidades laterais do muro, as juntas receberam um reforço com uma
malha galvanizada e dois ferros de 6,3 mm. A malha galvanizada foi dobrada
formando um “L” entre a junta e o pilar lateral, aumentando a aderência da argamassa
neste ponto e prevenindo possíveis movimentos que ocorrerão nas extremidades. Os
dois ferros adentram 15 cm no pilar, formando assim um apoio que caracteriza o muro
de arrimo como “muro de arrimo apoiado lateralmente” (Porter, 2009).
37
Figura 5.11 – armadura e fôrma para a execução de um muro de arrimo de concreto armado de flexão
6. DIMENSIONAMENTO
Figura 6.1 – Modelo de distribuição das pressões e empuxo ativo no muro de arrimo.
1−𝑠𝑒𝑛Ø 1−𝑠𝑒𝑛25°
𝐾𝑎 = = = 0,406
1+𝑠𝑒𝑛Ø 1+𝑠𝑒𝑛25°
Portanto, o carregamento será constituído por uma carga de valor 23,33 kN/m
aplicado a 1/3 da base do muro, conforme figura 6.2. Em seguida será apresentado o
cálculo com o novo solo de reaterro.
1−𝑠𝑒𝑛Ø 1−𝑠𝑒𝑛30°
𝐾𝑎 = = = 0,333
1+𝑠𝑒𝑛Ø 1+𝑠𝑒𝑛30°
Figura 6.2 – demonstração da pressão e do empuxo lateral no muro sem sobrecarga vertical
𝜎ℎ𝑎 = (𝑞 + 𝛾. ℎ). 𝑘𝑎
𝜎ℎ𝑎 = (25 + 19 . 2,60) . 0,333 = 24,80 kN/m²
𝜎ℎ𝑡𝑜𝑝𝑜 = 𝑞. 𝑘𝑎
𝜎ℎ𝑡𝑜𝑝𝑜 = 25.0,333 = 8,32 𝑘𝑁/𝑚²
Com isso, o empuxo resultante é 43,04 kN/m aplicado a 1,084 metros da base
do muro, conforme figura 6.4.
Considerando o empuxo como uma ação permanente e que Ear = 43,04 kN/m
corresponde ao valor característico FG,k desta ação, podemos definir como valor de
cálculo a seguinte combinação:
No nosso caso, Tenr é igual a 60 cm, eenr vale 30 cm, t é igual a 19 cm, e lenr é 6,5 m.
Logo, Tenr / t = 3, Lenr / eenr = 21,6. Portanto, pela tabela 4, δ vale 1,0. Utilizando agora
a equação 6.2:
te = δ.t
te = 1,0 . 0,19 = 0,19 m
Figura 6.6 – Empuxo majorado aplicado ao terço inferior do muro sem sobrecarga
Figura 6.6 – Empuxo majorado aplicado ao terço inferior do muro sem sobrecarga
𝑀. 𝑦
𝜎 = (Equação 6.5)
𝐼𝑒
𝜎 = 6,12 MPa
Verificação à tração:
𝑓𝑡𝑘
0,9 . 𝐺𝑘 − 1,4 . 𝑊𝑧 ≤ (Equação 6.7)
𝛾
0,2
6,12 ≤
2
6,12 ≤ 0,1
47
Isso nos indica que a parede desenvolve tensões de tração e a alvenaria deve
ser armada verticalmente.
𝑓𝑘
= 0,70 (Equação 6.8)
𝑓𝑝𝑟𝑖𝑠𝑚𝑎
6,12
= 0,70
𝑓𝑝𝑟𝑖𝑠𝑚𝑎
𝑓𝑝𝑟𝑖𝑠𝑚𝑎 = 8,74𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑝𝑟𝑖𝑠𝑚𝑎
= 0,50 (Equação 6.9)
𝑓𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜
8,74
= 0,50
𝑓𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜
𝐹𝑡 552,33
𝐴𝑠 = = = 25,39 𝑐𝑚² (Equação 6.11)
0,5 .𝑓𝑦𝑑 0,5 .43,5
Ao longo dos 6,5 metros do muro: 25,39 / 6,5 = 3,90 cm²/m. Considerando um bloco
a cada 40 cm, ou 2,5 blocos por metro: 3,90 / 2,5 = 1,56 cm² / bloco.
48
𝑀. 𝑦
𝜎 =
𝐼𝑒
𝜎 = 15,45 MPa
Verificação à tração:
𝑓𝑡𝑘
0,9 . 𝐺𝑘 − 1,4 . 𝑊𝑧 ≤ (Equação 6.7)
𝛾
0,2
15,45 ≤
2
15,45 ≤ 0,1
Isso nos indica que a parede desenvolve tensões de tração e a alvenaria deve
ser armada verticalmente. Dimensionamento da armadura de resistência à tração:
𝐹𝑡 1394,36
𝐴𝑠 = 0,5 .𝑓𝑦𝑑 = 0,5 .43,5 = 64,11 𝑐𝑚² (Equação 6.11)
Ao longo dos 6,5 metros do muro: 64,11 / 6,5 = 9,86 cm²/m. Considerando um bloco
a cada 40 cm, ou 2,5 blocos por metro: 9,86 / 2,5 = 3,95 cm² / bloco.
7. CONCLUSÕES
Com a realização deste trabalho, foi possível retirar algumas informações úteis
a respeito do tema em questão. O desenvolvimento de um estudo relacionado à
alvenaria estrutural mostrou-se muito importante, uma vez que expandiu a gama de
conhecimentos do autor deste trabalho. Todo tempo aqui investido foi de absoluta
valia.
A partir dos dados coletados e aqui apresentados, é possível concluir que o uso
de blocos estruturais não se limita apenas às edificações comuns, como residências
ou edifícios, mas também são úteis quando aplicados juntamente com outros ramos
da engenharia civil. O uso de alvenaria estrutural em muros de arrimo indica como
este sistema construtivo é versátil, apesar de ainda haver muito a se desenvolver no
que tange a pesquisa científica do objeto em questão.
Com base no estudo de caso aqui apresentado, foi possível concluir que o
bloco estrutural tornou a execução do muro mais rápida, se compararmos ao sistema
construtivo baseado em concreto armado. Um dos principais diferenciais deste
sistema construtivo foi a total ausência do uso de fôrmas, tornando assim a execução
do muro mais imediata. A economia de madeira gerou menos entulho à obra, além de
otimizar o tempo de serviço. A construção civil produz uma grande quantidade de
entulho que não é reutilizado, o que demonstra um desperdício de material que nos
dias atuais não pode ser admitido.
Além disso, o muro em alvenaria estrutural mostrou-se útil para aplicação onde
não há grandes espaços a serem utilizados para conter o maciço de terra. As paredes
são bem delgadas se comparadas a um sistema de contenção por muro de gravidade,
por exemplo. A área útil do subsolo não sofreu alteração, o que demonstra a
versatilidade dos blocos estruturais.
Um detalhe a ser observado é que se houver nível de água no terreno, é mais
inteligente utilizar blocos estruturais cerâmicos. Este fato se dá devido à diferença de
comportamento entre os materiais (concreto e cerâmica), onde o concreto é
relativamente mais poroso e, portanto, menos impermeável. Independentemente do
tipo de bloco a ser utilizado, não se pode dispensar o uso de mantas impermeáveis e
de drenos na face em contato com o solo. A água em excesso torna o solo saturado
e cria um ambiente patogênico à estrutura.
51
Como vantagem também pode-se indicar o fácil manuseio dos blocos, com a
execução da estrutura simples se comparado a um muro de gabião ou de concreto
armado, por exemplo. O nível de confiabilidade no controle dos processos torna este
método mais atraente ao meio profissional.
Quanto ao dimensionamento, observou-se que a utilização de equipamentos
pesados para a compactação do aterro reflete em um aumento significativo nas cargas
solicitantes sobre o muro. No exemplo realizado, um caminhão de 2,5 toneladas por
metro quadrado gerou um empuxo lateral duas vezes maior quando comparado ao
mesmo muro sem sobrecarga vertical. Por consequência, a armadura vertical
calculada foi substancialmente maior. Como conclusão pode-se considerar que,
apesar de não ser obrigatória a inclusão de cargas verticais no dimensionamento, é
de suma importância prever que ao longo da vida útil do muro haverá alguma
solicitação desta natureza.
Com base nestes dados, pode-se afirmar que este trabalho foi de grande valia
ao autor e espera-se que também seja útil para futuros estudos. Como indicações
para futuros estudos, sugerir:
8. REFERÊNCIAS
BROOKS, H. Basics of retaining wall design – A guide for the practicing engineer.
8ª edition – Corona del Mar: HBA Publications, Inc., 2010.
CURTIN, W. G.; SHAW, G.; BECK, J. K.; BRAY, W. A.; Structural masonry
designers’ manual. 3ª edition – Oxford: Blackwell Science Ltd., 2006.
MASSAD, F. Obras de terra: curso básico de geotecnia. 2 ed. São Paulo, 2010.
Disponível em <https://www.passeidireto.com/arquivo/5942809/obras-de-terra---
curso-basico-de-geotecnia---faical-massad/5>
MITCHELL, J.K., GUZIKOWSKI, F. & VILET, W.C.B. The measure of soil proprieties
in situ, present methods – their applicability and potencial. U.S. Dept. of Energy
Report, Dept. of Civil engineering. Berkeley: Univ. of California, 1978.