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Projeto Harbinger

Os seres humanos são a única espécie que precisa de


deuses para lhes governar. Um desejo profundo e primitivo de
contemplação e plenitude os impulsiona a explorar os recônditos
cantos de suas mentes.

E de tanto clamarem por suas divindades, seja através de


sua ciência em tubos de ensaio, ou através de suas orações em
templos de pedra, os homens obtiveram uma única resposta: Vós
Sois Deuses.

Mas como pode um leão explicar para uma bactéria que


ele é muitos e um ao mesmo tempo? Como os seres humanos,
limitados a parcos cinco sentidos, poderiam comtemplar a Verdade
sem enlouquecer? Os cientistas falam do inconsciente, das
capacidades latentes da mente e de nosso DNA. Os sábios explicam
sobre os mistérios do espírito, sobre os mundos além da mera carne.
E ambos estão certos.

Dentro de nós, aquilo que nos diferencia dos outros seres,


algo anseia por se libertar, aquilo que nos tornará “À imagem e
Semelhança”.

Todos anseiam por encontrar suas divindades,


acreditando nelas ou não, pois os seres humanos são a única espécie
que precisa de algo para lhes governar.

Tudo começou na Véspera de Ano Novo, ou como


conhecemos hoje: O Dia do Mensageiro. Naquela noite festiva,
enquanto todos faziam a contagem regressiva, com o peito cheio de
esperanças em cores brancas, a voz ressoou na mente da
Humanidade.

Primeiro foi uma pequena vertigem, que logo se


transformou em uma profusão de sangue nasal, convulsões e
vômitos. Nas ruas de todo o planeta as pessoas caíram de joelho aos
gritos, ouvindo o terrível som de dezenas de milhares de vozes
divinas e aterrorizantes produzidas por laringes inumanas: era o
Harbinger.
A Presença Dele era poderosa demais para nossas
mentes, muitos morreram naquele dia, alguns enlouqueceram, e há
quem diga que outros entraram em combustão espontânea, como se
seus corpos, por vontade própria, se sacrificassem em holocausto
para o Mensageiro.

Nesse dia foi nos relevado a Verdade, e ela nos libertou.


Descobrimos a Verdade, e ela era terrível.

Nós Somos Deuses.

Não há palavras suficientes para explicar o que houve, ou


o que nós descobrimos. Imagine que você é capaz de se comunicar
com uma ameba, como você seria capaz de explicar que é muitos e
um ao mesmo tempo? Foi assim que nos sentimos, e nós éramos a
ameba.

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