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Luta no Mar

Etapa decisiva da luta no mar

Luta decisiva na Batalha do Atlântico

Apesar do reduzido número de unidades submarinas com que os alemães começaram as hostilidades no mar,
durante os primeiros meses da guerra, os seus comandantes alcançaram êxitos relevantes. Nas suas fileiras já
eram conhecidos os nomes de “ases” como Prien, Kretschmer e Schepke, cuja extraordinária habilidade e
coragem se evidenciava no afundamento de dezenas de navios aliados.

A derrota da França e a posterior ocupação do seu território pelos alemães deram à frota submarina alemã a
possibilidade de ampliar consideravelmente o raio de suas operações. Na realidade, toda a costa francesa do
Atlântico ficava, a partir daquele momento, nas mãos dos alemães. Suas bases e portos, portanto, podiam ser
utilizados sem limitações pela marinha alemã. O primeiro passo consistiu na instalação do comando supremo
das forças submarinas no porto francês de Lorient. Ali, o Almirante Doenitz estabeleceu um centro de
operações, de onde dirigia a ação de suas “matilhas” na devastadora ofensiva que se propunha lançar contra a
navegação aliada. Os alemães, também, instalaram novas bases de submarinos em Saint-Nazaire, Brest, La
Palisse e Bordeux. Os cais e estaleiros para reparações desses portos foram protegidos com gigantescas
abóbadas de aço e cimento armado de vários metros de espessura. Tais medidas visavam a manter os
submarinos fora da ação dos aviões inimigos.

A ocupação do litoral atlântico da França não só representou uma vantagem para a frota de guerra alemã,
mas também para suas forças aéreas. De fato, ao se estabelecerem na França bases aéreas alemães, todo o
litoral sul-oriental britânico ficou exposto à ação dos bombardeiros da Luftwaffe. A navegação inglesa, em
conseqüência, teve que ser desviada para os denominados “acessos ocidentais” (portos da costa do oeste).
Londres, até esse momento, o principal porto marítimo, ficou praticamente inutilizado. A situação redundou,
portanto, em benefício da marinha de guerra alemã, principalmente da frota submarina. A concentração do
tráfego marítimo em um setor reduzido (“acessos ocidentais”) permitiu aos submarinos alemães operar com
vantagens. Além disso, a ameaça de invasão da Inglaterra obrigou os ingleses a concentrar suas forças de
destróieres na zona do Canal da Mancha, fato esse que debilitou fortemente as escoltas dos comboios.

As circunstâncias citadas, extraordinariamente favoráveis, permitiram aos submarinos alemães levar a cabo
uma notável campanha, com excelentes resultados, apesar de empenhar na luta um reduzido número de
unidades. Assim, entre os meses de junho e novembro de 1940, os comandantes alemães, entre os quais se
notabilizaram Prien, Kretschmer e Schepke, com suas unidades U-47, U-99 e U-100, mandaram para o fundo
do oceano uma média de cem barcos aliados mensais, totalizando umas 400.000 toneladas.

Duas batalhas travadas entre os dias 17 e 20 de outubro de 1940, por oito submarinos alemães, dão uma idéia
da magnitude da luta e das catastróficas conseqüências para os britânicos. De fato, como resultado do ataque
a dois comboios provenientes de portos canadenses, os submarinos alemães afundaram 30 barcos com
152.849 toneladas. Foi essa a época de ouro dos grandes “ases”, entre os quais se sobressaiu Kretschmer,
que, afastando-se das táticas tradicionais, foi o primeiro comandante de submarinos que atacou os comboios,
exclusivamente, de noite, e sempre navegando na superfície, disparando os seus torpedos praticamente à
queima-roupa. Seu lema: “um torpedo, um barco” possibilitou que ele alcançasse em breve tempo, resultados
extraordinários. Até o momento em que foi capturado, Kretschmer totalizaria a seu crédito mais de 300.000
toneladas de barcos inimigos afundados.

Churchill pede ajuda a Roosevelt

Poucos dias depois de assumir o cargo de primeiro-ministro, em maio de 1940, Winston Churchill enviou
uma mensagem urgente ao Presidente Roosevelt solicitando-lhe o empréstimo de 40 a 50 destróieres
antiquados da frota americana, que haviam sido recondicionados. O primeiro-ministro inglês justificou o seu
pedido dizendo que os seis meses seguintes seriam decisivos na luta no mar, pois os britânicos tinham de
enfrentar não só a frota submarina alemã, mas também as unidades italianas que, indiscutivelmente,
participariam da ação.
Depois de vários meses de trocas de idéias, chegou-se a um acordo, segundo o qual os Estados Unidos
entregariam os 50 destróieres nos primeiros dias de setembro, em troca da cessão, por 99 anos, de bases
aéreas e navais inglesas nas Índias Ocidentais e Terranova.

Churchill, ao informar a Câmara dos Comuns, declarou: “Sinto-me sumamente satisfeito de que as fronteiras
aéreas, terrestres e navais dos Estados Unidos tenham sido expressivamente ampliadas através dos oceanos, e
de que esta ampliação permitirá aos americanos deter o perigo de uma agressão quando esta se encontrar
ainda a centenas de milhas de suas costas...”.

O líder inglês tinha motivos de sobra para sentir-se satisfeito. Este acordo assinalava a primeira de uma série
de medidas tendentes a concretizar a intervenção dos Estados Unidos na batalha do Atlântico, e, em última
instância, na guerra. Já no mês de julho, Roosevelt enviara à Inglaterra o Almirante Ghormley para que, em
colaboração com o Almirantado, estudasse a maneira mais positiva de empregar o poderio dos Estados
Unidos na luta naval, junto com a Inglaterra, com o fim de assegurar o tráfego de comboios através do
Atlântico, Ghormely deveria intervir nas conversações baseado em dois pontos de vista perfeitamente
definidos: ajuda à Inglaterra, sem intervenção aberta na guerra, ou possível entrada dos Estados Unidos no
conflito. Essas conversações iniciais seriam o ponto de partida de acordos definitivos posteriores. E, de fato,
as graves baixas causadas pelos submarinos alemães aos comboios fizeram que a intervenção dos Estados
Unidos se tornasse imprescindível. Foi isso que o Almirante Stark, chefe de operações navais, comunicou ao
Presidente Roosevelt, num documento em que salientava que os britânicos esgotariam suas reservas ao cabo
de seis meses, se a marinha americana não prestasse imediata ajuda aos comboios no Atlântico.

A 8 de dezembro de 1940, o primeiro-ministro inglês enviou uma mensagem ao Presidente Roosevelt; este
documento foi qualificado por Churchill como “um dos mais importantes que eu jamais escrevi”. Nele
analisava a grave situação que a Inglaterra enfrentaria no ano seguinte, estudando cuidadosamente cada um
dos aspectos do esforço bélico. Entre os perigos mais graves que levantava, figurava a perda permanente e
crescente dos barcos mercantes, afundados pelos submarinos. A este respeito declarava categoricamente: “A
decisão para 1941 se encontra nos mares. A menos que possamos afirmar nossa capacidade de alimentar
estas ilhas, e de importar todas as munições que necessitamos, sucumbiremos no caminho. Em 1941,
portanto, a chave de toda a guerra residirá em contar com os barcos necessários e na possibilidade de navegar
através dos oceanos, particularmente do Atlântico”. Com estas palavras dramáticas, estava exposta a
gravidade da situação. Em seguida, Churchill citava dados concretos: nas últimas semanas de novembro, as
perdas aliadas em navios alcançavam 420.000 toneladas.

Além disso, o total de abastecimentos que aportava às ilhas andava abaixo do ritmo considerado vital para
manter o esforço de guerra, e as estatísticas assinalavam que decrescia constantemente. Assim, de um
máximo de 1.200.000 toneladas semanais de importações realizado no mês de junho de 1940, se havia
descido a uma média de 800.000 toneladas semanais, nos últimos três meses do ano. Este fato era
particularmente grave no que diz respeito ao petróleo, cujo abastecimento havia caído praticamente à
metade. O combustível importado somente dava para cobrir dois terços da necessidade do consumo. Ao
mesmo tempo, o fechamento quase total dos portos do sul e do leste da Inglaterra havia provocado um
grande congestionamento nos portos do oeste das ilhas, pelos quais se mantinha agora o tráfego com o
ultramar. O grande número de navios impossibilitava a descarga rápida, ascendendo consideravelmente a
média dos dias de permanência dos barcos nos portos: em Liverpool, de 12 a 19 dias; em Bristol, de 9 a 14.
Dezenas de navios-tanque e cargueiros permaneciam imobilizados nas baías, à espera de serem conduzidos
ao cais. Este fato contribuía para diminuir ainda mais o ritmo da importação de matérias primas vitais para o
esforço da guerra.

Todos este problemas levaram Churchill a solicitar a Roosevelt que os Estados Unidos adotassem medidas
militares e econômicas destinadas a assegurar a preservação do tráfego marítimo aliado através do Atlântico.
Muitas dessas medidas (escolta armada de comboios por barcos americanos, extensão para o leste da zona de
segurança por eles vigiada), foram posteriormente aplicadas por Roosevelt, que recebera a mensagem de
Churchill quando se encontrava num cruzeiro de repouso no Caribe. No seu regresso a Washington, a 16 de
dezembro reuniu a imprensa e comunicou sua decisão de enviar aos britânicos todo o material bélico que
solicitassem, sem que eles tivessem que pagar em dinheiro a sua aquisição. Esta disposição originou, em
março de 1941, a conhecida Lei de Empréstimos e Arrendamentos, cujos benefícios foram mais tarde
estendidos a todos os países que entraram em guerra contra as potências do Eixo. Os Estados Unidos se
converteram assim no arsenal das democracias.
As defesas são fortalecidas

A decisão de Roosevelt deixava o caminho aberto para os britânicos adquirirem todo o material bélico e
abastecimentos vitais para o esforço de guerra, sem limitações financeiras de nenhum tipo. Isto era
particularmente importante no que diz respeito aos barcos de transporte, pois a capacidade dos estaleiros
britânicos cobria uma quantidade de reposição igual a apenas 1.250.000 toneladas anuais; paralelamente, as
perdas provocadas pelos submarinos alcançavam já, entre maio e dezembro de 1940, a cifra de 3.139.190
toneladas, entre barcos neutros e aliados. Para cobrir o déficit e manter a corrente de abastecimentos
necessários às ilhas britânicas, era imprescindível recorrer aos estaleiros americanos, única fonte possível
para a Inglaterra.

No mês de dezembro de 1940, os alemães havia afundado 79 barcos, com um total de 357.314 toneladas. A
situação da Inglaterra era extremamente grave. Churchill a comparou com a de “um mergulhador a quem
estivessem a ponto de cortar o tubo de ar”. Nesse momento crítico, o primeiro-ministro teve uma conferência
com os chefes do Almirantado, que lhe apresentaram um plano de emergência que encarava a possibilidade
de estender um imenso campo de minas, desde as costas do noroeste da Inglaterra, através do canal do Norte,
até alcançar mar aberto. Esse campo de minas, integrado por milhares de unidades, teria uma largura de 3
milhas e uma extensão de 60. As minas, ancoradas no fundo do mar, formariam uma impenetrável barreira
até 35 pés por baixo da superfície do mar. Sobre esse “tapete de dinamite” deslizariam os comboios até
alcançar mar aberto, onde poderiam empreender manobras evasivas ou dispersar-se. Os submarinos, ao
contrário, não poderiam internar-se nas estreitas águas costeiras, pois correriam o risco de serem destruídos
pelas minas. Este plano, considerado como o último recurso para manter aberta a rota aos “acessos
ocidentais” da Inglaterra, recebeu a aprovação condicional de Churchill, embora a sua efetivação exigisse
praticamente todas as reservas de explosivos com que os ingleses contavam nesse momento. O primeiro-
ministro ordenou também que se desse absoluta prioridade na entrega de aviões, pilotos e bombas ao
comando costeiro da RAF, relegando o bombardeio da Alemanha para o plano secundário. Estas medidas dão
uma idéia clara da gravidade da situação.

Os americanos, por seu lado, decidiram, por indicação do Almirante Stark e com a aprovação de Roosevelt,
realizar uma conferência secreta, da qual participariam altos chefes militares de ambos os países para
combinar uma política conjunta contra as potências do Eixo. As discussões se iniciaram em Washington a 29
de janeiro de 1941. O conjunto de planos aprovados, que abarcava os problemas da guerra terrestre, aérea e
marítima em todas as frentes do mundo, recebeu a denominação de “Acordo ABC-1”. Por esse acordo, os
Estados Unidos se comprometiam a encerrar o seu esforço bélico na região do Atlântico, na Europa, a fim de
apoiar os britânicos na sua luta contra a Alemanha, considerada o inimigo principal. No Pacífico, a esquadra
americana assumiria um papel essencialmente defensivo frente são Japão. Com a aprovação desse plano
ficou praticamente resolvida a intervenção dos Estados Unidos na guerra.

Enquanto isso, os ingleses realizavam um grande esforço para fortalecer as suas defesas contra os
submarinos. Por ordem de Churchill instalou-se no porto de Liverpool um comando unificado marítimo e
aéreo, encarregado de dirigir a batalha nos “acessos ocidentais”.

A 17 de fevereiro de 1941, o Almirante Noble assumiu a chefia do novo comando. Por sua vez, oficiais das
forças americanas se transladaram ao território da Inglaterra, em cumprimento de acordos secretos, para
selecionar as bases que seriam utilizadas por suas forças navais de escolta e unidades aéreas. Ao mesmo
tempo, em Terranova, se trabalhava ativamente na construção de outras bases que seriam utilizadas
oportunamente pelos americanos.

Nos primeiros dias de março, Churchill resolveu colocar o problema da luta marítima num plano de
campanha vital, de importância suprema. A necessidade disso era dada por cifras aterradoras: de fato, nos
dois primeiros meses do ano os alemães haviam conseguido por a pique mais de 700.000 toneladas de barcos
aliados. O líder inglês, em conseqüência, proclamou o início da “batalha do Atlântico” na qual expunha a
necessidade de combater com todos os recursos disponíveis para deter a ofensiva submarina alemã.

O fim dos “ases”

No dia seguinte à proclamação de Churchill, a 7 de março de 1941, duas corvetas britânicas destruíram com
cargas de profundidade o submarino alemão U-47. Com ele, os alemães perderam um dos seus três grandes
“ases”, o Capitão-de-Corveta Gunther Prien, o legendário vencedor de Scapa Flow. Dez dias depois, um
grupo de escolta de um comboio, integrado pelos destróieres Walker e Vanoc, comandados pelo Capitão-de-
Fragata Donald Macintyre, eliminava os outros dois “ases”, os comandantes Otto Kretschmer e Joachim
Schepke. O Walker avistara, no decorrer de uma incursão de submarinos contra o comboio que protegia, a
esteira de um submarino que imediatamente desaparecera sob as águas. Rapidamente se lançou em sua
perseguição, e lançou ao mar dez cargas de profundidade, conseguindo avaria-lo gravemente. O submarino
era o U-100, de Schepke. Este, compreendendo que não poderia sobreviver ao ataque, resolveu correr o risco
de emergir. Ao sair à superfície foi detectado na obscuridade pelos radares do Vanoc. Era a primeira vez que
um radar descobria um submarino inimigo durante a noite. O Walker e o Vanoc se dirigiram a toda
velocidade para o submarino. O Vanoc, ao avistar a embarcação de Schepke, lançou-se em linha reta contra
ela, levantando montanhas de espuma, e se incrustou no caso do submarino, na altura da torre. Schepke, que
se encontrava na ponte-de-comando, foi a primeira vítima da investida. A proa do destróier lhe amputou as
duas pernas e o esmagou contra o tubo do periscópio. O Vanoc atravessou o U-100 de lado a lado, e
rapidamente deu marcha à ré, safando-se violentamente dos restos do submarino. Schepke, horrivelmente
mutilado, caiu ao mar e desapareceu sob as águas. Apenas 5 dos 44 marinheiros que integravam a tripulação
sobreviveram. Enquanto isso, no Walker, que navegava nas proximidades, os “escutas” perceberam o eco de
um submarino que se movimentava submerso a pouca distância. Era o U-99, de Kretschmer. Em poucos
minutos choveram sobre ele as cargas de profundidade, explodindo a poucos metros do casco, com terrível
violência. Seriamente avariado, o U-99 começou a descer às profundezas do oceano, alcançando um nível de
mais de 200 metros debaixo da superfície e superando em mais de 60 metros a profundidade máxima que seu
casco podia suportar. Desesperados, os tripulantes acionaram as válvulas de ar comprimido e conseguiram
finalmente esvaziar os tanques de lastro. O U-99, impulsionado para a superfície e com suas máquinas
inutilizadas não pôde controlar a ascensão e emergiu violentamente, com a proa apontando para o céu.
Kretschmer subiu imediatamente na torre e distinguiu a poucos metros, atravessado na proa, o destróier
britânico Vanoc. O Walker, por sua vez, se aproximou e abriu fogo, juntamente com o Vanoc, contra o
submarino alemão. O U-99, golpeado por um dilúvio de projéteis de todos os calibres, adernou. Kretschmer
ordenou que colocassem cargas explosivas para fazer voar o submarino. Mas a porta do paiol de explosivos,
engrimpada, impediu que a manobra se consumasse. Os dois destróieres ingleses, ante o perigo de serem
torpedeados, se afastaram do submarino. Este, porém, já não contava com nenhum torpedo para devolver o
ataque. Kretschmer, aproveitando a inesperada pausa, ordenou aos seus homens que se lançassem ao mar. O
chefe das máquinas, oferecendo-se voluntariamente, desceu ao interior do submarino para abrir as válvulas
de imersão. Com um silvo agudo, que indicava que o ar escapava dos tanques, o U-99 começou a afundar de
popa. Em poucos minutos desapareceu sepultado nas águas. Pouco antes, Kretschmer enviara com sua
lanterna a última mensagem ao Walker: “De comandante a comandante... Por favor, recolha meus homens
que vão nadando nessa direção. Eu afundo”.

Assim se concluiu a carreira do maior “ás” alemão de submarinos. Recolhido junto com seu homens pelo
Walker, foi cavalheirescamente tratado pelo Comandante Macintyre, o qual, num gesto de fidalguia, lhe
cedeu o seu próprio camarote. Macintyre, que o terminar a guerra, era um dos primeiros “destruidores” de
submarinos da marinha britânica, com sete unidades alemães destruídas e confirmadas, conservou como
troféu do histórico combate os binóculos de Kretschmer, que utilizou no transcorrer de toda a guerra. O
comandante alemão foi, posteriormente, conduzido à Inglaterra, depois a um campo de prisioneiros no
Canadá, onde permaneceu até a derrota final da Alemanha.

A luta se desloca para o oeste

A perda dos três grandes “ases”, a qual se somou o afundamento de outros dois submarinos, o U-70 e o U-
551, depois de um período de três meses, nos quais os alemães não haviam sofrido nenhuma baixa,
demonstrou ao Almirante Doenitz que as condições da luta nas cercanias da costa noroeste da Inglaterra se
haviam tornado desfavoráveis. As urgentes disposições defensivas adotadas por Churchill haviam dado como
resultado um rápido aumento do poder destrutivo das unidades encarregadas da defesa antisubmarina.

A partir de 26 de março de 1941, a força de submarinos alemã deslocou as suas unidades para o centro do
Atlântico. Os britânicos, por sua vez, estabeleceram bases aéreas e navais na Islândia, para dar proteção
adiantada aos comboios. A luta entrava assim numa nova fase. Os Estados Unidos, paralelamente, decidiram
ampliar a sua participação na “batalha do Atlântico”.

No mês de abril, os americanos iniciaram a construção de uma base aérea na Groelândia. Ao mesmo tempo,
o Presidente Roosevelt determinou que os barcos britânicos avariados, tanto mercantes como de guerra,
fossem admitidos nos estaleiros americanos para serem reparados. Ordenou, também, e comunicou a
Churchill, o início da construção de 58 estaleiros novos e de 200 barcos, destinados a cobrir as perdas.

A 18 de abril, o presidente americano tomou uma resolução decisiva. Criando uma linha de demarcação
imaginária, no Atlântico, à altura do meridiano 26 o Oeste, determinou que entre ela e a costa americana
estava compreendida a zona de segurança dos Estados Unidos. A zona incluía a Groelândia e os Açores. Ao
mesmo tempo enviou uma mensagem a Churchill pedindo que o Almirantado inglês comunicasse aos
Estados Unidos o rumo e a velocidade dos comboios, com o objetivo de que as patrulhas americanas
colaborassem na tarefa de localização se submarinos inimigos que atuassem dentro da zona de segurança. Os
britânicos, por seu lado, foram aumentando progressivamente a força de suas unidades de escolta, tendo os
seus estaleiros produzido numerosas corvetas, destróieres e unidades menores. O Almirantado, também,
confiou aos barcos canadenses a custódia dos comboios no setor oeste do Atlântico, com o que se assegurou,
pela primeira vez, uma cadeia defensiva ao longo das rotas habitualmente seguidas pelos comboios aliados.

O Almirante Doenitz, nesse meio tempo, decidiu efetuar uma manobra de entretenimento, empregando seus
novos submarinos do Tipo IX (1.050 toneladas) de grande mobilidade e raio de ação. Seis deles foram
enviados, entre fins de abril e princípios de maio, acompanhados por cruzadores auxiliares e barcos
petroleiros, para a costa africana, nos arredores do porto de Freetown. Suas primeiras incursões causaram
efeitos devastadores nos desprevenidos comboios, sendo afundados mais de 30 barcos inimigos em poucos
dias. Um dos submarinos, o U-107, comandado pelo Capitão Hessler, conseguiu enviar ao fundo do oceano
86.699 toneladas. Apesar dos êxitos ocasionais, como esse, na costa africana, no Atlântico norte os
submarinos alemães não conseguiram obter um nível de afundamentos que pusesse em grave perigo a
navegação aliada. A causa dessa inoperância dos submarinos alemães residia no reduzido número de
unidades que operava na zona (aproximadamente 12 submarinos). Também a colaboração, cada vez mais
ativa, dos Estados Unidos e a intervenção do Canadá permitiam aos britânicos enfrentar com êxito crescente
as unidades submarinas alemães.

Em meados de julho, Doenitz resolveu desviar o centro de gravidade da luta, temporariamente, para a rota
Gibraltar-Inglaterra. Nesse setor, os submarinos poderiam contar com a ajuda dos bombardeiros
quadrimotores alemães e dos submarinos italianos. Estas operações conseguiram alguns êxitos, porém sem
chegar a por em perigo a segurança da maior parte dos comboios. Os barcos afundados, também, se bem que
numerosos, eram de pequeno deslocamento (1.000 a 3.000 toneladas).

Nos meses de julho e agosto, a tonelagem afundada pelos submarinos alemães chegou ao seu nível mínimo
(120 a 130.000 toneladas, respectivamente) contra um máximo de 600.000 obtidas no mês de abril.

Os Aliados, ante esses fatos, acreditaram ter controlado a situação. Os dados concretos pareciam apoiar a sua
opinião. Realmente, entre os meses de julho e agosto, os comboios rápidos não sofreram nenhuma baixa.
Finalmente, na histórica Conferência do Atlântico celebrada a 14 de agosto de 1941 entre Roosevelt e
Churchill, o presidente americano resolveu tomar a seu cargo a proteção direta dos comboios em todo o
trecho compreendido entre a costa dos Estados Unidos e a Islândia. Esta medida, conforme Churchill
anunciou ao primeiro-ministro da Austrália, Robert Menzies, permitiria aos britânicos dispor de mais de 50
destróieres e corvetas, até então utilizados em missões de escolta no trecho citado, para serem empregados
nas águas da Inglaterra e do Atlântico Sul.

Os Estados Unidos entram na guerra

Pouco faltava já para que os Estados Unidos interviessem diretamente nas hostilidades. As medidas adotadas
pelo Presidente Roosevelt haviam precipitado a situação e era iminente um embate entre naves americanas e
alemães.

No dia 7 de julho tropas americanas substituíram a guarnição britânica na Islândia. Além disso, os barcos
estrangeiros podiam navegar em comboios sob a proteção da marinha de guerra dos EUA. Estas medidas
foram ratificadas na Conferência do Atlântico. O choque era, portanto iminente.

Doenitz resolveu então intensificar a luta. Contava com novas unidades submarinas, com as quais formou
uma nova “matilha” de 17 submarinos. Este grupo se internou na zona de segurança americana no mês de
setembro e interceptou um comboio lento, integrado por mais de 60 barcos, provenientes do Canadá. No
transcurso de sete dias de combate, os submarinos alemães conseguiram por a pique 20 naves, e as demais
conseguiram escapar ao aniquilamento, graças a uma oportuna neblina que cobriu a região.

A 4 de setembro se produziu o primeiro incidente decisivo. Um submarino alemão descarregou os seus


torpedos contra o destróier americano Greer, sem acertar no alvo. O ataque, porém, deu lugar a que
Roosevelt, no dia 11 de setembro, emitisse a sua famosa proclamação que dizia: “A partir de agora, se as
embarcações de guerra alemães e italianas entrarem em águas cuja proteção é necessária para a defesa
americana, o farão por sua própria conta e risco. As ordens que emiti, como comandante-chefe, ao Exército e
à Marinha dos Estados Unidos, são de praticar imediatamente esta política”. A diretiva era terminante. Todos
os navios do Eixo que fossem avistados dentro da zona de segurança seriam atacados de imediato pela frota
americana. Paralelamente, e cumprindo o que fora aprovado na Conferência do Atlântico, a 16 de setembro,
pela primeira vez, as naves de guerra americanas iniciaram a escolta direta dos comboios. Esta situação
provocou a imediata reação do Almirante Doenitz, que reclamou a Hitler que permitisse aos submarinos
atacar sem nenhum entrave as unidades americanas. Ao mesmo tempo, prevendo o inevitável rompimento
das hostilidades que se produziria em conseqüência de tais choques, Doenitz formulou um plano pelo qual a
Alemanha iniciaria a guerra contra os Estados Unidos com um ataque em massa de todos os seus submarinos
contra a navegação costeira e os portos americanos. Hitler, no entanto, se opôs, pois desejava evitar a
qualquer custo envolver-se em guerra com os Estados Unidos.

Novos incidentes, contudo, agravaram a situação. No dia 17 de outubro, no transcorrer de um ataque a um


comboio britânico, o submarino alemão U-568 avariou com seus torpedos o destróier Kearny, causando a
morte de 11 de seus tripulantes. Foram os primeiros americanos, membros das forças armadas, que morreram
em combate contra a Alemanha, no decorrer da Segunda Guerra Mundial. Poucos dias depois, a 31 de
outubro, outro submarino, o U-552, torpedeou e afundou o destróier americano Reuben James.

Desta forma, dois meses antes do ataque japonês a Pearl Harbor, os Estados Unidos já se encontravam numa
verdadeira guerra não declarada contra a Alemanha.

Estes incidentes, cuja repetição teriam provocado a entrada a curto prazo dos Estados Unidos no conflito,
não se repetiram. Na verdade, a Alemanha, ante a derrota das forças de Rommel na África, teve que
concentrar todos os submarinos disponíveis nas zonas do Mediterrâneo e Gibraltar, para assegurar o envio de
abastecimento e reforços. Assim, a declaração de guerra entre os Estados Unidos e a Alemanha não chegou a
produzir-se.

Os americanos, entretanto, foram arrastados à guerra, em virtude do inesperado ataque japonês a Pearl
Harbor, a 7 de dezembro de 1941.

O “paraíso” dos submarinos alemães

Em fins de dezembro de 1941, Doenitz dispunha de 90 submarinos em operações. Esta cifra estava muito
aquém da necessária para empreender uma ação decisiva contra a navegação aliada. Porém, essa reduzida
força causaria devastadoras baixas aos comboios, nos meses seguintes. O Alto-Comando da Marinha,
subestimando o plano de Doenitz, resolveu iniciar ações contra a costa americana com apenas cinco
submarinos. Os resultados obtidos por estas naves foram extraordinários, que em fins de janeiro de 1942
haviam conseguido afundar 30 barcos, com cerca de 200.000 toneladas. Resolveu-se então enviar todas as
unidades em condições de navegar, incluindo os submarinos do Tipo VII (de médio alcance). Logo os
ataques se estenderam ao longo de toda as costa americana e, com a incorporação dos submarinos-tanques,
destinados a reabastecer as demais unidades, os submarinos alemães passaram a operar no Golfo do México,
no Caribe e no Atlântico Sul, causando terríveis baixas à navegação aliada, especialmente entre os lentos
barcos petroleiros.

A organização do tráfego de comboios ao longo da costa americana conseguiu deter em parte a ação dos
submarinos alemães. Ante o fortalecimento crescente da defesa, Doenitz se viu obrigado, a 23 de maio, a
suspender os ataques no litoral dos EUA. Centralizou, no entanto, sua ofensiva no Caribe, contando para isso
com a colaboração de submarinos italianos. Finalmente, os americanos conseguiram organizar também nessa
zona o sistema de comboios, com o qual o período áureo dos submarinos alemães chegou ao fim, nos últimos
dias de julho de 1942.
Os resultados da ofensiva haviam sido espetaculares. Ao cabo de 7 meses, os submarinos alemães haviam
afundado mais de 3.000.000 de toneladas de barcos aliados.

Anexo
Porta-aviões de escolta
A necessidade de solucionar o problema da proteção aérea aos comboios, para enfrentar, nos vastos espaços dos
oceanos, os devastadores ataques dos submarinos alemães, levou os britânicos e americanos a recorrer a uma
improvisação sumamente eficaz: os porta-aviões de escolta. Estas naves foram construídas utilizando-se os casos de
barcos mercantes, aos quais de adaptou uma curta coberta de vôo, introduzindo-se também, na sua estrutura interna as
modificações necessárias com o objetivo de torna-los aptos para sua nova missão.
Estas naves desempenhariam um papel decisivo na guerra anti-submarina, pois prover os comboios de sua própria
cobertura aérea era armar uma barreira inexpugnável. O primeiro porta-aviões de escolta foi utilizado pelos britânicos
em 1941. Foi o Audacity. Era um navio mercante alemão capturado (o Hannover), cuja conversão se efetuou
rapidamente. Deslocava 5.537 toneladas e desenvolvia uma velocidade de 15 nós; era impulsionado por dois motores
Diesel que alcançavam uma potência de 4.750 HP; armado com um canhão de 4 polegadas e seis peças de antiaéreas de
20 mm; dotado de seis aviões, estacionados permanentemente na coberta de vôo, pois, dada a rapidez da sua
transformação, o Audacity não foi provido de elevadores, nem de hangares sob a coberta.
O Audacity interveio rapidamente na luta contra os submarinos. No mês de dezembro de 1941, seus aviões, em união
com os destróieres Blakeney e Exmoor, as corvetas Stork e Pentstemont deram caça e afundaram com bombas e cargas
de profundidade o submarino alemão U-131 (do tipo IX C), com 1.120 toneladas de deslocamento e 48 tripulantes,
perto do cabo São Vicente.
A 21 de dezembro de 1941, os aviões do Audacity atacaram o submarino U-451 (do tipo VII C), com 769 toneladas de
deslocamento e 44 tripulantes, e o puseram a pique nas proximidades de Gibraltar. Por sua vez, o Audacity foi
torpedeado e afundado nessa mesma jornada por outro submarino alemão.
Os americanos completaram o seu primeiro porta-aviões de escolta no mês de junho de 1941. Foi o Long Island,
construído com o casco do navio mercante Mormacmail e adaptaram para a marinha brit6anica um porta-aviões g6emeo
(o Archer), com o casco de um cargueiro Mormaclan; estas naves tinham um deslocamento de 11.300 toneladas e
desenvolviam uma velocidade de 18 nós. Possuíam como armamento um canhão de 5 polegadas e dois de 3. Sua
guarnição: 21 aviões; tripulação: 950 homens. Posteriormente, numerosos porta-aviões de escolta foram construídos e
passaram a desempenhar um decisivo papel na batalha do Atlântico, que culminou com a derrota total das forças
submarinas alemães.

Os Aliados enfrentam a crise


Churchill a Harry Hopkins (Secretário pessoal de Roosevelt)
12 de março de 1942
“Estou sumamente preocupado com a enorme quantidade de afundamentos de petroleiros a oeste do meridiano 40 e no
mar do Caribe. Em janeiro, 18 barcos, totalizando 221.000 toneladas, foram afundados ou avariados; em fevereiro essa
soma subiu a 34, totalizando 364.941 toneladas; nos primeiros 11 dias de março, sete naves, num total de 88.449
toneladas, já foram a pique. Somente ontem se informou do afundamento ou avaria de 30.000 toneladas. Assim, em
menos de dois meses, e apenas nessa zona, cerca de 60 petroleiros foram à pique ou avariados, totalizando 675.000
toneladas... A situação é tão séria que necessitamos adotar um tipo de ação drástica e esperamos que vocês possam
dispor de forças de escolta adicionais para organizar imediatamente comboios na zona das Índias Ocidentais e nas
Bermudas, retirando alguns dos vossos destróieres do Pacífico, até que as 10 corvetas que lhes cedemos entrem em
serviço. A outra única alternativa seria deter a navegação de petroleiros o que prejudicaria gravemente nossos
abastecimentos e diminuiria o ritmo dos comboios entre Halifax e a Inglaterra, liberando assim, por um período,
suficientes naves de escolta para defender os comboios das Índias Ocidentais. Deve-se ter em conta, no entanto, que
esta última medida não só reduzirá nossas importações em umas 30.000 toneladas mensais, mas também que demandará
algum tempo para se efetivar. Desejo que estas alternativas sejam discutidas pelas altas autoridades navais,
imediatamente”.

Roosevelt a Churchill
20 de março de 1942
“Seu interesse em que se tomem medidas para combater a ameaça dos submarinos no Atlântico, tal como assinala na
recente carta a Mr, Hopkins sobre esse tema, me leva a sugerir-lhe que empreste consideração particular à realização de
intensos ataques contra as bases dos submarinos, seus estaleiros e centros de recuperações, paralisando assim as
atividades dos submarinos na sua fonte de origem”.

Churchill a Roosevelt
29 de março de 1942
“Com o fim de frustrar os futuros ataques dos submarinos, temos aumentado os ataques de bombardeio contra suas
bases, e ontem à noite golpeamos Lubeck com 250 aparelhos, incluindo 43 bombardeiros pesados. Estou informado que
os resultados foram melhores do que nunca. Damos assim cumprimento à sua sugestão. O Almirantado e o comando
costeiro estão desenvolvendo um plano para patrulha diurna e noturna das entradas do Golfo de Biscaia. Os portos de
Biscaia constituem os pontos mais próximos e eficazes para a partida de submarinos que operam nas costas do Caribe e
das Américas. A presente tática alemã, seguida pelos submarinos, consiste em deslocar-se submersos durante o dia, e
avanços rápidos pela superfície durante a noite. Esperamos que ataques noturnos dificultem o seu trânsito à noite e os
forcem a se expor mais, durante o dia. É essencial, portanto, ameaçar os submarinos tanto de dia como de noite, para
aumentar o duração de sua marcha de aproximação e diminuir o seu período de operação nas vossas costas. Esta
vantagem se somará à dos afundamentos e avarias que pensamos causar-lhes, pois nunca há menos que seis submarinos
entrando ou saindo na área que será patrulhada. Tendo em vista os afundamentos muito numerosos que, ainda ocorrem
nas vossas costas, o Almirantado deverá designar quatro, e posteriormente seis esquadrões de bombardeiros, para a
nova patrulha na zona do Golfo de Biscaia”.

Submarinos alemães afundados (1939 - 1941)


1939
Setembro 14: U-39 (tipo IX A). Primeiro submarino alemão afundado em ação de guerra, no transcurso de um ataque ao
porta-aviões britânico Ark Royal, a noroeste da Irlanda, por bombas de profundidade de três destróieres ingleses.
Setembro 20: U-27 (tipo VII A). Afundado pó bombas de profundidade de dois destróieres britânicos, a oeste das ilhas
Hébridas.
Outubro 8: U-12 (tipo II B). Afundado por colisão com uma mina, no Estreito de Dover.
Outubro 13: U-40 (tipo IX A). Afundado por colisão com uma mina no Estreito de Dover. U-42 (tipo IX A). Afundado
com cargas de profundidade de dois destróieres ingleses, a sudoeste da Irlanda.
Outubro 16: U-45 (tipo VII B). Afundado com cargas de profundidade de um destróier francês, no golfo de Biscaia.
Outubro 24: U-16 (tipo II B). Afundado por colisão com uma mina, na costa inglesa.
Novembro 29: U-35 (tipo VII A). Afundado por bombas de profundidade de três destróieres britânicos, a leste das ilhas
Shetland
Dezembro 4: U-36 (tipo VII A). Torpedeado pelo submarino britânico Salmon, a sudoeste de Stavanger, Noruega.

1940
Janeiro 30: U-55 (tipo VII B). Afundado por bombas de profundidade de destróieres e aviões da RAF, a oeste da costa
inglesa.
Fevereiro 1: U-15 (tipo II B). Afundado por colisão com um destróier alemão, no mar Báltico.
Fevereiro 5: U-41 (tipo IX A). Afundado por bombas de profundidade de um destróier britânico, ao sul da Irlanda.
Fevereiro 12: U-33 (tipo VII A). Afundado por bombas de profundidade de um caça-minas britânico, na costa da
Escócia.
Fevereiro 21: U-53 (tipo VII B). Afundado por um destróier francês, com cargas de profundidade, no Atlântico norte.
Fevereiro 25: U -63 (tipo II C). Afundado com cargas de profundidade de três destróieres britânicos, ao sudoeste das
ilhas Shetland.
Março 20: U-44 (tipo IX A). Afundado com cargas de profundidade de um destróier britânico, ao sudoeste de Narvik,
Noruega.
Abril 12: U-54 (tipo VII B). Torpedeado pelo submarino britânico Salmon, no Mar do Norte.
Abril 13: U-64 (tipo IX B). Afundado por uma avião britânico na costa da Noruega.
Abril 15: U-49 (tipo VII B). Afundado por um destróier inglês, na costa da Noruega.
Abril 16: U-1 (tipo II A). Afundado por um submarino britânico (o Porpoise), na costa da Noruega. O U-1 foi o
primeiro submarino construído na Alemanha, depois da Primeira Guerra Mundial. Foi lançado ao mar nos estaleiros
Deutsche Werke, de Kiel, em junho de 1935.
Abril 25: U-22 (tipo II B). Afundado por colisão com uma mina, na Canal de Skagerak.
Abril 29: U-50 (tipo VII B). Afundado por bombas de profundidade de destróieres britânicos, ao norte das ilhas
Shetland.
Maio 31: U-13 (tipo II B) Afundado por bombas de profundidade ao norte de Newcastle.
Junho 21: U-122 (tipo IX B). Desaparecido no Mar do Norte.
Julho 3: U-26 (tipo I A). Afundado por bombas de profundidade ao sudoeste da costa inglesa.
Agosto 3: U-25 (tipo I A). Afundado por colisão com uma mina, no Mar do Norte.
Agosto 20: U-51 (tipo VII B). Torpedeado pelo submarino britânico Cachalot, no Golfo de Biscaia.
Agosto 21: U-102 (tipo VII B). Desaparecido no Mar do Norte.
Setembro 3: U-57 (tipo II C). Afundado por colisão com navio mercante norueguês, no Mar do Norte.
Outubro 30: U-32 (tipo VII A). Afundado por bombas de profundidade de dois destróieres britânicos, ao noroeste da
Irlanda.
Novembro 2: U-31 (tipo VII A). Afundado por bombas de profundidade, ao noroeste da Irlanda.
Novembro 21: U-104 (tipo IX B). Afundado por bombas de profundidade de uma corveta inglesa, na costa da
Inglaterra.

1941
Março 7: U-47 (tipo VII B). Afundado por bombas de profundidade de duas corvetas brit6anicas ao norte da Irlanda. O
célebre U-47, sob o comando do Capitão-de-Corveta Gunther Prien, havia afundado 32 barcos aliados, entre eles, o
encouraçado Royal Oak, na audaciosa incursão à base de Scapa Flow, a 14 de outubro de 1939.
Março 8: U-70 (tipo VII C). Afundado por bombas de profundidade de um destróier britânico, ao sul da Islândia.
Março 17: U-99 (tipo VII B). Afundado por um destróier britânico ao noroeste das ilhas Hébridas. O Comandante Otto
Kretschmer afundara 54 barcos aliados, com um total de 314.000 toneladas. Kretschmer foi salvo das águas e
conduzido preso ao Canadá. O U-100 (tipo VII B), avariado por bombas de profundidade, foi afundado por u destróier
que o abalroou, a oeste das ilhas Hébridas. Seu comandante Joachim Schepke, havia afundado 31 barcos, com um total
de 237.000 toneladas.
Março 23: U-551 (tipo VII C). Afundado por bombas de profundidade de um guarda-costas britânico, ao sul da Islândia.
Abril 5: U-76 (tipo VII B). Afundado por bombas de profundidade de um destróier e de uma fragata britânicos, ao sul
da Islândia.
Abril 28: U-65 (tipo IX B). Afundado por bombas de profundidade de uma corveta britânica, ao sul da Islândia.
Maio 9: U-110 (tipo IX B). Avariado por bombas de profundidade, foi abalroado e afundado por um destróier britânico,
ao sudoeste da Irlanda.
Junho 2: U-147 (tipo II D). Afundado por bombas de profundidade de um destróier e uma corveta britânicos a noroeste
da Irlanda.
Junho 18: U-138 (tipo II D). Afundado por bombas de profundidade de cinco destróieres britânicos, a oeste de
Trafalgar.
Junho 27: U-556 (tipo VII C). Afundado por três corvetas britânicas, a sudoeste da Islândia.
Junho 29: U-651 (tipo VII C). Afundado com cargas de profundidade de dois destróieres, uma fragata e duas corvetas
britânicas, ao sul da Islândia.
Agosto 3: U-401 (tipo VII C). Afundado com cargas de profundidade de dois destróieres e uma corveta britânicas, no
sudoeste da Irlanda.
Agosto 9: U-144 (tipo II D). Torpedeado por um submarino russo no Golfo da Finlândia.
Agosto 25: U-452 (tipo VII C). Afundado por bombas de profundidade de um guarda-costas e aviões britânicos ao sul
da Islândia.
Agosto 27: U-570 (tipo VII C). Avariado por um avião britânico, caiu em mãos dos ingleses. Com o nome de Graph foi
incorporado à frota britânica.
Setembro 10: U-501 (tipo IX C). Afundado com cargas de profundidade de duas corvetas canadenses, ao sul da
Groelândia.
Setembro 11: U-207 (tipo VII C). Afundado com cargas de profundidade de dois destróieres britânicos, no Estreito da
Dinamarca.
Outubro 4: U-111 (tipo IX B). Afundado por bombas de profundidade de um guarda-costas britânico ao sudoeste de
Tenerife, ilhas Canárias.
Novembro 11: U-580 (tipo VII C). Afundado por colisão no mar Báltico.
Novembro 15: U-583 (tipo VII C). Afundado por colisão no mar Báltico.
Novembro 16: U-433 (tipo VII C). Afundado por cargas de profundidade de uma corveta britânica, ao sul de Málaga,
Espanha.
Novembro 28: U-95 (tipo VII C). Torpedeado por um submarino holandês, a leste de Gibraltar.
Novembro 30: U-206 (tipo VII C). Afundado por um avião britânico, a oeste de Nantes.
Dezembro 11: U-28 (tipo VII C). Afundado por bombas de profundidade de uma corveta britânica, a oeste de Gibraltar.
Dezembro 15: U-127 (tipo IX C). Afundado com cargas de profundidade de um destróier australiano, ao sudoeste do
cabo de São Vicente, Portugal.
Dezembro 16: U-557 (tipo VII C). Afundado por colisão contra uma lancha torpedeira italiana ao sudoeste de Creta.
Dezembro 17: U-131 (tipo IX C). Afundado com bombas de profundidade de três destróieres, uma fragata, uma corveta
e aviões britânicos, perto de Cabo São Vicente, Portugal.
Dezembro 19: U-574 (tipo VII C). Abalroado e afundado por uma fragata britânica, perto de Lisboa, Portugal.
Dezembro 21: U-451 (tipo VII C). Afundado por aviões britânicos, perto de Gibraltar. U-567 (tipo VII C) afundado por
bombas de profundidade de uma fragata e uma corveta britânicas, ao norte dos Açores.
Dezembro 23: U-79 (tipo VII C). Afundado com cargas de profundidade de dois destróieres britânicos, perto de Bardia,
no Mediterrâneo.
Dezembro 28: U-75 (tipo VII B). Afundado por cargas de profundidade de um destróier britânico, perto de Marsa
Matruh, no Mediterrâneo.
Perdas totais (1939 -1941): 65 submarinos.

“Matilhas” ao ataque
O Almirante Doenitz foi o criador da tática que se denominou “matilha de lobos”. Foi impossível coloca-la em prática
no começo da guerra pelo escasso número de unidades submarinas. Em 1941, entretanto, ao aumentar o número das
unidades em operações, as “matilhas de lobos” entraram em ação, ainda de forma incipiente.
A tática consistia no seguinte: o serviço de patrulha, ou um submarino em operações, comunicava ao comando central
(com base em terra) a posição do comboio inimigo avistado, seu rumo e velocidade. Em seguida, o comando, depois de
estudar sobre os mapas as localizações das diversas unidades submarinas, transmite às mais próximas do comboio a
ordem de reunir-se e atacar de forma simultânea. Desta forma conseguiu-se um grande número de afundamentos e até a
devastação de comboios inteiros. Ao começar a aplicação da nova tática, os submarinos atacavam individualmente,
apenas era avistado o comboio. Posteriormente, aperfeiçoando o sistema, faziam-no quando a “matilha” estava reunida
e recebia a ordem do comando central de levar adiante o ataque. Todo o grupo se lançava, então, simultaneamente, de
diversos ângulos, torpedeando grande número de barcos ao mesmo tempo, dificultando assim em muito a tarefa dos
navios de escolta. As ações mais importantes levadas a cabo por “matilhas” de submarinos alemães foram as realizadas
pela “matilha” Vorwartz; entre os dias 31 de setembro e 2 de outubro de 1942 realizou repetidos ataques contra o
comboio SC-97, que se dirigia à Inglaterra, proveniente do porto canadense de Sidney. Os barcos aliados eram em
número de 58 e foram avistados pelo submarino “tipo VII” U-609, que deu o alarme geral. Em seguida, os 13
submarinos que integravam a “matilha” atacaram o comboio, atingindo com seus torpedos 11 barcos, sete dos quais
afundaram, com um total de 50.247 toneladas. A ação foi finalmente interrompida ante os repetidos ataques da aviação
aliada. No dia 30 de novembro desse mesmo ano, a “matilha” Veilchen, alertada pelo submarino U-522, atacou outro
comboio proveniente do Canadá, o SC-107, formado por 39 barcos aliados. A ação se prolongou durante seis dias e, em
encarniçados ataques, os submarinos alemães, 15 ao todo, torpedearam 16 barcos, dos quais 15 foram engolidos pelas
águas, num total de 82.817 toneladas. No dia 26 de dezembro, os “lobos” voltaram a se lançar sobre a sua presa. Os
grupos Spitz e Ungestum atacaram o comboio ONS-154, que navegava da Inglaterra para o Canadá. Ao receber o alerta
do submarino U-260, 18 submersíveis torpedearam o comboio, atingindo 16 barcos e afundando 14, com um total de
109.893 toneladas. No transcorrer da ação, um dos submarinos foi afundado pelas cargas de profundidade. Os demais
submarinos tiveram que suspender o ataque em virtude da espessa névoa que envolveu a zona de luta.
No mês de fevereiro de 1943 outras duas “matilhas”, a Pfeil e a Haudegen, integradas por 21 submarinos, atacaram o
comboio SC-118 (Canadá-Inglaterra), formado por 61 transportes e 12 naves de escolta. Oura vez a tática produziu seus
frutos. Foram atingidos 16 barcos no decorrer de cinco dias de luta incessante, e deles 13 naufragaram, com um total de
59.765 toneladas.

Comboios
No transcorrer da guerra, os comboio aliados foram designados para identificação, por meio de uma nomenclatura de
siglas que indicavam seu lugar de partida e destino. Cada comboio, também, era identificado por um número que era
agregado à sigla e que assinalava a rota. Reproduzimos as siglas dos principais comboios.
ON - Inglaterra - Alifax (Canadá)
HX - Halifax - Inglaterra
ONS - Inglaterra - Sidney (Canadá)
SC - Sidney - Inglaterra
JW - Inglaterra - Islândia - Murmansk (URSS)
QP - Murmansk - Islândia - Inglaterra
PQ - Inglaterra - Islândia - Murmansk
RA - Murmansk - Islândia - Inglaterra
OG - Inglaterra - Gibraltar
HG - Gibraltar - Inglaterra
OS - Inglaterra - Serra Leoa
SL - Serra Leoa - Inglaterra
WS - Transportes especiais de tropas Inglaterra - Oriente Médio

As “vacas leiteiras”
Ao ampliar as suas operações no Atlântico, até alcançar as costas da América do Norte, do Sul e a África, os submarinos
alemães do “tipo VII” - que constituíam o grosso da frota se submarinos - depararam com uma grave limitação no seu
poder combativo. Seu raio de ação não era suficientemente amplo (12.000 km) para permitir que permanecessem tanto
tempo em zonas tão longínquas. A eficácia dos seus reides ficava assim radicalmente reduzida. Nos anos iniciais da
guerra, a Marinha alemã havia utilizado navios-tanques para abastecer em alto mar os submarinos, conseguindo desta
forma prolongar muito seu período de operação. No entanto, a perseguição incessante levada a cabo pela frota britânica
causou terríveis baixas nas fileiras de navios-tanques que navegavam sem armamento pesado, nem proteção de escolta.
Os alemães, portanto, se viram finalmente obrigados a renunciar ao seu emprego. Para substituí-los recorreram a uma
hábil solução: a partir de setembro de 1941, foram construídos submarinos especialmente projetados para transporte de
combustível. Estes submarinos - designados oficialmente “tipo XIV” - receberam da marujada o curioso apelido de
“vacas leiteiras” (Milch Cow). As “vacas leiteiras” se reuniam com os submarinos de combate em alto mar, em pontos
pré-determinados e os reabasteciam de combustível, torpedos, munição, víveres, água e medicamentos. Evacuavam
feridos e enfermos, trocando-os por tripulantes de reserva.
Os submarinos-tanques “tipo XIV” deslocavam 1.688 toneladas e podiam transportar, além de sua própria carga de
combustível e provisões, 720 toneladas de petróleo destinadas ao reabastecimento. Seu raio de ação alcançava 15.000
km e sua tripulação era de 53 homens. Era armado com dois canhões de 37 mm antiaéreos, e um de 20 mm. Sobre a
coberta levava quatro torpedos destinados a rearmar outros submarinos. Entre 1941 e 1944 os alemães iniciaram a
construção de 17 submarinos “tipo XIV”, porém só 10 foram lançados ao mar e entraram em operações. Apesar do seu
número reduzido, as “vacas-leiteiras” prestaram inestimáveis serviços à devastadora campanha submarina realizada
pelos alemães no decorrer da guerra. Todos os submarinos “tipo XIV”, menos um, foram afundados por bombas de
profundidade lançadas por aviões britânicos e americanos. Apenas o U-488 foi destruído com cargas lançadas por
destróieres aliados, ao ser surpreendido em águas próximas às ilhas do cabo Verde, em abril de 1944.
Rendição em alto-mar
27 de agosto de 1941. A 80 milhas ao sul da Islândia, um bombardeiro bimotor Hudson do Comando Costeiro britânico
voa a baixa altura, à caça de submarinos alemães. O aparelho evoluciona em amplos círculos sobre o mar, enquanto a
tripulação mantém uma atenta e extenuante vigilância. É mais uma missão entre centenas de missões iguais. Horas e
horas de atenção constante, percorrendo a superfície desolada do oceano, procurando descobrir nessa imensidão um
pequeno ponto escuro que denuncie a torre de um submarino, ou uma branca esteira que delate a sua marcha através das
ondas. É uma rotina fatigante e monótona, que arrebenta os nervos, mas que tem que cumprir-se, invariavelmente, dia
após dia. Desta vez, contudo, a sorte acompanha os tripulantes do Hudson. Repentinamente o piloto avista, destacando-
se nitidamente sobre o mar, a silhueta cinzenta de um submarino alemão. É uma embarcação do “tipo VII C”, de 786
toneladas de deslocamento, um dos mortíferos “lobos” que, jornada após jornada, abrem terríveis claros nas fileiras dos
comboios que atravessam o Atlântico.
Alertando a tripulação, o piloto aproa diretamente o nariz do Hudson para o submarino, dando plena potência aos
motores. Os alemães, lá em baixo, avistam o bombardeiro e com incrível rapidez desaparecem da coberta e tentam
submergir. Em poucos minutos o submarino desaparece da superfície, porém o Hudson, velozmente, se coloca sobre o
ponto onde a nave acaba de mergulhar e lança uma penca de cargas de profundidade... Em rápida sucessão as bombas
explodem, levantando gigantescas colunas de água. O Hudson toma altura e efetua uma curva fechada para voltar sobre
o objetivo. No mar, o submarino emerge, por entre as ondas, com a estrutura seriamente danificada pelas bombas. A
tripulação se precipita para o exterior da nave e tenta fazer funcionar as armas antiaéreas, porém o Hudson, numa
passada rasante, dispara sobre eles as suas metralhadoras, obrigando-os a refugiar-se sob a coberta. Enquanto isso,
alertados pelo rádio do bombardeiro, outros aviões britânicos se aproximam do local. Sua ação, porém, não será
necessária. Da sua cabina, o piloto do Hudson, com enorme surpresa, vê surgir na torre do submarino uma bandeira
branca. A nave, impossibilitada de oferecer resistência, se rende. Assim, pela primeira vez na guerra, um submarino
capitula diante de um avião.
Posteriormente, o submarino alemão - tratava-se do U-570 - será rebocado para a Islândia e dali conduzido para a
Inglaterra, onde, sob o novo nome de Graph, passará a combater nas fileiras da frota britânica.

Barcos ingleses, aliados e neutros afundados em 1941 - 1942 - 1943

1941
Ingleses Aliados Neutros Total
Janeiro 44 30 1 75
Fevereiro 79 20 1 100
Março 98 32 9 139
Abril 79 67 8 154
Maio 96 24 6 126
Junho 63 35 10 108
Julho 36 6 1 43
Agosto 31 9 1 41
Setembro 61 13 9 83
Outubro 32 14 5 51
Novembro 29 4 1 34
Dezembro 124 44 19 187
Total 772 298 71 1.141
Tonelagem total afundada
Britânica - 2.833.189
Aliada - 1.149.203
Neutra - 207.889
Total - 4.190.281

1942
Ingleses Aliados Neutros Total
Janeiro 38 56 1 97
Fevereiro 60 63 7 130
Março 67 150 8 225
Abril 52 72 3 127
Maio 58 84 7 149
Junho 50 108 12 170
Julho 43 74 10 127
Agosto 58 53 13 124
Setembro 50 55 9 114
Outubro 59 40 1 100
Novembro 76 59 0 135
Dezembro 45 24 3 72
Total 656 838 76 1.570
Tonelagem total afundada
Britânica -3.454.430
Aliada - 3.991.774
Neutra - 251.701
Total - 7.697.905

1943
Ingleses Aliados Neutros Total
Janeiro 19 24 7 50
Fevereiro 29 39 5 73
Março 62 53 5 120
Abril 33 17 4 64
Maio 31 16 1 58
Junho 12 13 3 28
Julho 30 26 5 61
Agosto 14 9 2 25
Setembro 12 15 2 29
Outubro 11 17 1 29
Novembro 15 12 2 29
Dezembro 10 21 0 31
Total 278 282 37 597
Tonelagem total afundada
Britânica -1.521.649
Aliada - 1.637.170
Neutra - 61.318
Total - 3.220.137

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