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1
Mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba. Pós-graduado
em Direito e Processo Tributário pela Escola Superior da Advocacia - OAB/PB.
2
Mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba. Pós-graduado
em Direito pela UFPB.
materializada na existência de um aparato jurídico permissivo e mal desenhado no
tocante ao uso dessas receitas.
ABSTRACT
This paper investigated the theoretical tension between mining and development, in
light of Brazilian institutional reality. Therefore, using the concept of development for
Amartya Sen, who considers that the main purpose of development is to reduce
deprivation by broadening the choices. The instruments of sensible sustainability
provided the technical apparatus for investigating the consequences - positive and
negative externalities - arising from mining activity. Sensible sustainability is a
theoretical current that responds to the tension between mining, an activity that exploits
nonrenewable natural resources, and sustainable development, reconciling the two
assumptions by defending the possibility of converting mining incomes as a human
development factor, into a dimension Intergenerational ethics. It was also identified that
in countries with strong institutions, the positive economic effect of mining activity
could lead to a developmental trajectory, in view of the possibility of efficient public
spending. Thus, concepts such as institutional capacity and good governance in the
public sector would be fundamental to a strategy for the use of mining as sustainable
development. The problem would not be the resource curse, but the governance curse.
The analysis of the Brazilian reality points to a scenario in which the relationship
between mining and the public sector has shown unsatisfactory results in order to give
this activity a central role in terms of sustainable development. So that the costs arising
from mining activity do not convert into potential social gains, causing an imbalance in
the relationship. There is an even darker outline in which resources from mining
revenues do not become permanent improvements for local populations. The benefit
from mining activity seems to be restricted to a temporary effect, which as soon as the
mineral reserve ceases, only a social and environmental liability will remain for the
local community. The regulatory insufficiency is pointed out as a fundamental cause in
the understanding of the phenomenon, materialized in the existence of a permissive and
badly designed legal apparatus regarding the use of these recipes.
I. INTRODUÇÃO
Ao ser descoberta, uma reserva mineral passa a ser uma riqueza em potencial
para a região. No momento da explotação, no entanto, essa riqueza nem sempre é
revertida para proveito do povo da região ou mesmo para o desenvolvimento do
município produtor.
3
ENRÍQUEZ, Maria Amélia. Maldição ou Dádiva? Os dilemas do desenvolvimento
sustentável a partir de uma base mineira. São Paulo: Signus Editora, 2008. P. 75.
meio ambiente, entre outros. Assim, para este economista, apesar de a elevação da renda
per capita poder resolver grande parte dessas privações, isoladamente, não as resolve
por completo.
4
SEN, Amartya Kumar. Desenvolvimento Como Liberdade. São Paulo: Companhia
das Letras, 2000. P. 51-71.
Uma primeira corrente teórica5 sustenta que a mineração é uma atividade nefasta
e as economias de base mineira apresentam indicadores socioeconômicos inferiores aos
das economias não mineradoras. Neste sentido, apresenta estudos que procuram
demonstrar que o desempenho socioeconômico das economias mineradoras é inferior ao
das economias não-mineradoras e que elas têm muito mais custos do que benefícios.
5
WHITEMORE, Andy. The emperor’s new clothes: sustainable mining?. In: Journal of
Cleaner Production. Vol. 14. P. 309-314. USA. Elsevier, 2006.
6
LEWIS JR, Stephen. Economic structure and performance. 1984. apud ENRÍQUEZ,
Maria Amélia. Maldição ou Dádiva? Os dilemas do desenvolvimento sustentável a partir de
uma base mineira. São Paulo: Signus Editora, 2008. P.93.
queda de competitividade dos produtos não-mineiros no mercado
internacional.
7
ENRÍQUEZ, Maria Amélia. Maldição ou Dádiva? Os dilemas do desenvolvimento
sustentável a partir de uma base mineira. São Paulo: Signus Editora, 2008. P.94. Trata-se da
célebre expressão “comprar o povo com seu próprio dinheiro”.
8
Posição defendida em relatórios do Banco Mundial e em RADETZKI, Marian.
Regional development benefits of mineral projects. Resources Policy. 1982. Apud ENRÍQUEZ,
Maria Amélia. Maldição ou Dádiva? Os dilemas do desenvolvimento sustentável a partir de
uma base mineira. São Paulo: Signus Editora, 2008. P.112
9
RADETZKI, Marian. Regional development benefits of mineral projects. Resources
Policy. 1982. Apud ENRÍQUEZ, Maria Amélia. Maldição ou Dádiva? Os dilemas do
desenvolvimento sustentável a partir de uma base mineira. São Paulo: Signus Editora, 2008.
P.112
um papel crucial no progresso econômico, visto que depósitos minerais muito valiosos
podem perder valor em função das mudanças tecnológicas.
Desta feita, apesar dos recursos minerais serem finitos e temporários, seu correto
investimento em capital humano é capaz de ocasionar um desenvolvimento social e
econômico perene e saudável para a sociedade. É o que se vem a denominar de
sustentabilidade sensata:
10
ENRÍQUEZ, Maria Amélia R. da Silva. Equidade intergeracional na partilha dos
benefícios dos recursos minerais: a alternativa dos Fundos de Mineração. In: Revista
Iberoamericana de Economia Ecológica, v. 5, 2006. P. 63. Disponível
em:<http://www.raco.cat/index.php/Revibec/article/view/57898/67959>. Acesso em: 03 de out.
de 2016.
11
PEGG, Scott. Mining and poverty reduction: transforming rhetoric into reality.
Journal of Cleaner Production. USA, Elsevier, v. 14. P. 376-387.2006.
Não se trata, em verdade, de uma maldição da mineração, mas sim de uma
dificuldade institucional na forma de lidar com a mesma. O grande problema é, em certo
ponto, uma “maldição de governança”.
12
Imposto sobre serviços de qualquer natureza, de competência municipal e distrital (art.
156, inciso III, da CRFB/1988).
13
Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal de comunicação, de competência dos
Estados-membros e Distrito Federal (art. 155, inciso I, da CRFB/88), todavia, 25% de sua
arrecadação pertence aos Municípios, sendo três quartos deste total, no mínimo, em razão da
ocorrência do fato gerador em seu território (art. 158, inciso IV e parágrafo único, I, da
CRFB/1988).
14
Instituída pela lei n° 7.990/1989.
constitui uma receita pública originária, visto que advinda como compensação pela
utilização de um bem público, neste caso, os recursos minerais. Assim, apesar de a
Constituição Federal definir que os recursos minerais constituem bens da União15 (art.
20, inciso IX, da CRFB/88), a lei n° 8.001/90, ao dispor do produto da arrecadação,
definiu que os recursos da CFEM são distribuídos da seguinte forma: a) 12% para a
União (DNPM e FNDCT); b) 23% para o Estado onde for extraída a substância
mineral; c) 65% para o município produtor16.
15
Art. 20. São bens da União:
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
16
Art. 2º Para efeito do cálculo de compensação financeira de que trata o art. 6º da Lei nº
7.990, de 28 de dezembro de 1989, entende-se por faturamento líquido o total das receitas de
vendas, excluídos os tributos incidentes sobre a comercialização do produto mineral, as
despesas de transporte e as de seguros.
18
Departamento Nacional de Produção Minerária (DNPM). Informe Mineral 2°/2015.
Brasília. P. 9. Disponível em: <http://www.dnpm.gov.br/dnpm/informes/informe-mineral-
2_2015.pdf>. Acesso em: 02 de set. de 2016.
19
World Bank Group. 2016a. Commodity Markets Outlook, January 2016. World Bank,
Washington, DC January 2016. 70p e Departamento Nacional de Produção Minerária (DNPM).
Informe Mineral 2°/2015. Brasília. Confira-se:
Neste contexto a China desempenhou forte influência por participar de 50% consumo
global de metais. Por outro lado, este país tem sofrido uma gradual diminuição da taxa de
crescimento de sua economia desde 2010, resultado da transição de uma economia intensiva em
commodities para uma economia de serviços e consumo, o que tem levado a uma redução de sua
taxa de crescimento do consumo de metais a cerca de 1/3 do que era no período de 1995 a 2008.
Estimativas do Banco Mundial, indicam que uma redução de 1% na taxa de crescimento chinês,
em 2 anos, poderia resultar em um declínio de cerca 1,3 a 5,5% nos preços dos metais.
Ainda segundo dados do Banco Mundial (2016a), os preços médios da maioria das commodities
minerais em dezembro de 2015 em relação a dezembro de 2014, mostraram decréscimos que variam de
3,5% a 45,4%, tendo como exceção as rochas fosfáticas que mostraram aumento de 6,5% no ano.
As médias de preços das commodities no segundo semestre de 2015 em relação ao
primeiro semestre de 2015 mostraram-se declinantes, com redução dos preços do alumínio (-
13,6%), minério de ferro (-15,9%), cobre (-14,6%), chumbo (-9,4%), estanho (-10,8%), níquel (-
27,1%) e zinco (-19,1%). Com destaque, o minério de ferro (spot) manteve a trajetória contínua
de queda de seu preço, iniciada em 2014, atingindo em dezembro de 2015 o valor de US$
41,0/t. Os metais preciosos também apresentaram quedas nos seus preços com reduções de -
7,5% para ouro, -18,4% para a platina e -10,4% para a prata. Os preços médios dos
componentes dos fertilizantes, no segundo semestre de 2015, também mostraram reduções, para
o DAP (--7,2%), TPS (--2,6%), a Ureia (-9,4%) e o cloreto de potássio (-2,0%), embora a rocha
fosfática tenham aumentado o seu preço médio em 4,3% no período.”
Tabela de arrecadação semestral de CFEM
Fonte: DNPM/DIPAR
Fonte: DNPM/DIPAR
No entanto, ainda que o valor da CFEM não cumpra efetivamente o seu papel de
compensação ao poder público e sociedade, como forma de internalizar os custos
sociais e ambientais trazidos pela atividade mineradora, é inegável que a CFEM garante
aos Municípios produtores uma fonte de arrecadação vigorosa em comparação a
Municípios não produtores.
20
Departamento Nacional de Produção Minerária (DNPM). Informe Mineral 2°/2015.
Brasília. P. 9. Disponível em: <http://www.dnpm.gov.br/dnpm/informes/informe-mineral-
2_2015.pdf>. Acesso em: 02 de set. de 2016.
(um bilhão e trezentos e cinquenta milhões de reais)21, com uma população que em
2016, segundo o IBGE22, alcançará 196.259 pessoas, ocasionando um orçamento per
capita de aproximadamente R$ 6829,21. De acordo com o relatório de IDHM (índice de
desenvolvimento humano dos Municípios brasileiros) em 2010, realizado pelo PNUD
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – órgão da ONU) o Município
de Parauapebas atingiu o IDH de 0,715.
21
Disponível em:
<http://www.governotransparente.com.br/gestaofiscal/documentos/4507490>. Acesso em: 03 de
out. de 2016.
22
Disponível em:
<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?codmun=150553&idtema=130>. Acesso em: 03 de
out. de 2016.
23
Disponível em:
<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?codmun=150240&idtema=130>. Acesso em: 03 de
out. de 2016.
24
Disponível em: <http://portaldatransparencia.castanhal.pa.gov.br/>. Acesso em: 03 de
out. de 2016.
Apesar disso, o índice de IDH do município de Castanhal foi de 0,67325, no
mesmo período.
Por outro lado, compara-se com o município de São Caetano do Sul, em São
Paulo, que segundo o IBGE26 atingirá em 2016 a população de 158.826 pessoas, e
alcançou em 2015 receita total de R$ 1.170.190.408,00 (um bilhão, cento e setenta
milhões, cento e noventa mil, quatrocentos e oito reais)27, o que resulta em um
orçamento per capita de R$ 7.367,75, um pouco superior ao de Parauapebas-PA (R$
6829,21). Assim percebe-se que em termos orçamentários e populacionais, os dois
municípios guardam maior similitude. A despeito disso, o IDH de São Caetano do Sul
foi de 0,86228, no mesmo período de análise das supracitadas.
25
Disponível em: http://www.deepask.com/goes?page=parauapebas/PA-Veja-o-IDH-
Municipal---indice-de-desenvolvimento-humano---do-seu-municipio. Acesso em: 03 de out. de
2016.
26
Disponível em:
<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?codmun=150240&idtema=130>. Acesso em: 03 de
out. de 2016.
27
Disponível em: < http://www.saocaetanodosul.sp.gov.br/images/PPA/5265.1.pdf>.
Acesso em: 03 de out. de 2016.
28
Disponível em: <
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?codmun=354880&idtema=118&search=sao-
paulo%7Csao-caetano-do-sul%7Cmunicipal-human-development-index-mhdi-&lang=>. Acesso
em 03 de out. de 2016.
Orçamento per R$ 6829,21 R$ 1622,92 R$ 7.367,75
capita
IDH (PNUD, 2010) 0,715 0,673 0,862
Neste sentido, caminhamos para o dispositivo final deste trabalho, que visa
propor um critério de regulação de forma a possibilitar não só que as atuais rendas
minerárias sejam utilizadas de forma eficiente, mas que as resultantes de eventuais
aumentos de alíquota da CFEM, que porventura venham a ocorrer, também o sejam.
29
Art. 8º O pagamento das compensações financeiras previstas nesta Lei, inclusive o da
indenização pela exploração do petróleo, do xisto betuminoso e do gás natural será efetuado,
mensalmente, diretamente aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e aos órgãos da
alterou a lei n° 7.990/1989, incluindo o parágrafo primeiro do art. 8°, autorizando a
utilização das verbas supramencionadas na manutenção e desenvolvimento do ensino,
especialmente na educação básica pública em tempo integral. Neste sentido, tratou-se de
louvável iniciativa legislativa.
Apesar disso, deve-se ressaltar que se trata de uma mera autorização, uma
permissão legislativa, sem caráter vinculativo ao gestor municipal. Dito isto percebe-se
que a legislação aplicável não faz qualquer referência sobre o uso da CFEM. Não há
critérios mínimos de governança. Por outro lado, apesar da vedação legal de não
permissão da utilização a receita com pessoal permanente (art. 8° da lei n° 7.990/1989),
é noticiado pelos Tribunais de Contas que os Municípios vêm utilizando a verba para a
contratação de servidores temporários. Confira-se Enríquez:
(...) Embora a lei não permita, muitos gestores públicos usam os valores da
CFEM para custear a folha de pagamento dos servidores municipais. (...) A
maioria dos municípios usa a CFEM como um recurso orçamentário
qualquer, procedimento que foi denominado de “armadilha do caixa único”.
Com os valores assim “diluídos”, o gestor não percebe as potencialidades
transformadoras da CFEM.30
Administração Direta da União, até o último dia útil do segundo mês subseqüente ao do fato
gerador, devidamente corrigido pela variação do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou outro
parâmetro de correção monetária que venha a substituí-lo, vedada a aplicação dos recursos em
pagamento de dívida e no quadro permanente de pessoal. (Redação dada pela Lei nº 8.001, de
13.3.1990)
§ 1º As vedações constantes do caput não se aplicam: (Redação dada pela Lei nº 12.858, de
2013)
I - ao pagamento de dívidas para com a União e suas entidades; (Incluído pela Lei nº 12.858,
de 2013)
II - ao custeio de despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino, especialmente na
educação básica pública em tempo integral, inclusive as relativas a pagamento de salários e outras verbas
de natureza remuneratória a profissionais do magistério em efetivo exercício na rede pública. (Incluído
pela Lei nº 12.858, de 2013)
§ 2o Os recursos originários das compensações financeiras a que se refere este artigo poderão ser
utilizados também para capitalização de fundos de previdência. (Parágrafo inclúido pela Lei nº 10.195, de
14.2.2001)
30
ENRÍQUEZ, Maria Amélia. Maldição ou Dádiva? Os dilemas do desenvolvimento
sustentável a partir de uma base mineira. São Paulo: Signus Editora, 2008. P. 358.
insuficientes para custear as despesas previamente assumidas e outros investimentos de
longo prazo. É a denominada “armadilha do caixa único”.
Assim, caso o ente federado simplesmente adicione aquela receita para cobertura
de suas despesas correntes usuais e obrigatórias (ex: como remuneração de servidores)
quando houver a fase do colapso da atividade (bust), visto a finitude da mina, o ente
entrará em crise fiscal e não terá como suportar as obrigações assumidas. Demais disso,
não se terá criado um ambiente econômico diversificado e sustentável a ponto de
ocasionar a substituição da atividade mineradora.
31
Para mais informações vide:
http://oglobo.globo.com/economia/quedanosroyaltiesdopetroleogeracrisenascidadesdorio18766
686
32
MIKESELL, Raymond F. Sustainable development and mineral resources. Resources
policy. UK, Elsevier, vol. 20, p. 83-86, 1994.
as produtoras de petróleo, com a Noruega, a província de Alberta, no Canadá, o estado
do Alaska, nos EUA33.
33
ENRÍQUEZ, Maria Amélia R. da Silva. Equidade intergeracional na partilha dos
benefícios dos recursos minerais: a alternativa dos Fundos de Mineração. In: Revista
Iberoamericana de Economia Ecológica, v. 5, 2006. P 61-73. Disponível
em:<http://www.raco.cat/index.php/Revibec/article/view/57898/67959>. Acesso em: 03 de out.
de 2016.
34
Lei nº 12.351, de 22 de dezembro de 2010. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12351.htm>. Confira-se:
“CAPÍTULO VII
DO FUNDO SOCIAL - FS
Seção I
Da Definição e Objetivos do Fundo Social - FS
Art. 47. É criado o Fundo Social - FS, de natureza contábil e financeira, vinculado à Presidência
da República, com a finalidade de constituir fonte de recursos para o desenvolvimento social e regional,
na forma de programas e projetos nas áreas de combate à pobreza e de desenvolvimento:
I - da educação;
II - da cultura;
III - do esporte;
IV - da saúde pública;
V - da ciência e tecnologia;
VI - do meio ambiente; e
VII - de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
§ 1o Os programas e projetos de que trata o caput observarão o plano plurianual - PPA, a lei de
diretrizes orçamentárias - LDO e as respectivas dotações consignadas na lei orçamentária anual - LOA.
§ 2o (VETADO)
O FS tem por objetivos:
I - constituir poupança pública de longo prazo com base nas receitas auferidas pela União;
II - oferecer fonte de recursos para o desenvolvimento social e regional, na forma prevista no art.
47; e
III - mitigar as flutuações de renda e de preços na economia nacional, decorrentes das variações
na renda gerada pelas atividades de produção e exploração de petróleo e de outros recursos não
renováveis.
Parágrafo único. É vedado ao FS, direta ou indiretamente, conceder garantias
Seção II
Dos Recursos do Fundo Social - FS
Art. 49. Constituem recursos do FS:
I - parcela do valor do bônus de assinatura destinada ao FS pelos contratos de partilha de
produção;
II - parcela dos royalties que cabe à União, deduzidas aquelas destinadas aos seus órgãos
específicos, conforme estabelecido nos contratos de partilha de produção, na forma do regulamento;
III - receita advinda da comercialização de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos
fluidos da União, conforme definido em lei;
IV - os royalties e a participação especial das áreas localizadas no pré-sal contratadas sob o
regime de concessão destinados à administração direta da União, observado o disposto nos §§ 1o e
2o deste artigo;
criação deste Fundo possui a nítida função de impedir a ocorrência da “doença
holandesa” e da “armadilha do caixa único”, ocasionando a sustentabilidade dos
recursos, nos moldes definidos neste trabalho. Senão vejamos:
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
PEGG, Scott. Mining and poverty reduction: transforming rhetoric into reality. Journal
of Cleaner Production. Vol. 14. P. 376-387. USA, Elsevier,.2006.
WHITEMORE, Andy. The emperor’s new clothes: sustainable mining?. In: Journal of
Cleaner Production. Vol. 14. P. 309-314. USA. Elsevier, 2006.
World Bank Group. 2016a. Commodity Markets Outlook, January 2016. World Bank,
Washington, DC January 2016.