Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MONOGRAFIA JURÍDICA
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE
TARREGA
34
GOIÂNIA
2015
35
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE
GOIÂNIA
2015
ALEXANDRE BORGES RABELO
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Orientador: Prof. Titulação e Nome Completo Nota
37
_________________________________________________________
Examinador Convidado: Prof. Titulação e Nome Completo Nota
38
Agradeço a meus pais por todo amor a mim dispensado, bem como por
todos os sacrifícios suportados para oferecer-me a melhor educação
possível.
SUMÁRIO
RESUMO ...........................................................................................1
INTRODUÇÃO .........................................................................................2
DISCRICIONÁRIO...............................................................................4
PÚBLICA................................................................................................10
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE.....................................16
RAZOABILIDADE...............................................................................23
JUDICIAL...........................................................................................26
PELO JUDICIÁRIO..............................................................................26
CONCLUSÃO .......................................................................................32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA.......................................................34
41
42
RESUMO
INTRODUÇÃO
O único fim que deve ser buscado pelo agente público, no desempenho
da atividade administrativa, é o interesse público, isto é, o bem comum da
coletividade. Tal ideia é o fundamento de existência do Estado, visto que este só
existe para tornar possível e viável a vida em coletividade, servindo-a, regulando-a e
solucionando os eventuais conflitos que surgirem desta interação interpessoal.
48
Nada mais certo do que deixar a escolha àquele que se encontra melhor
posicionado e apto para fazê-la, pois, ante a incapacidade de regulamentação
específica, só o agente público possui condições de adequar a atividade
administrativa às necessidades de cada situação, valorando internamente as
consequências ou vantagens do ato.
Em um estudo mais aprofundado sobre o tema, Mello (2009, p. 427-31)
ensina que para seja possível reconhecer a existência ou não da discricionariedade,
é preciso que se verifique tanto a norma jurídica quanto o caso concreto.
Na primeira, vai depender se a lei disciplina determinado acontecimento
com objetividade absoluta ou sem objetividade. A vinculação é exatamente a
consequência especificada que deflui diretamente de um acontecimento objetivado
de forma absoluta, como é o caso das licenças médicas para os servidores públicos.
54
Basta que esteja configurado o fato descrito na norma para que se saiba, prima
facie, o ato administrativo correspondente.
Por outro lado, a discricionariedade ocorrerá quando: (i) a lei deixar de
descrever a razão pela qual será o ato praticado; (ii) em que a situação descrita
possui um conceito vago, em que não seja possível elidir as dúvidas quanto ao
significado exato do termo; (iii) a lei oferecer a liberdade decisória expressamente; d)
(iv) o objetivo do ato for descrito de forma genérica, comportando possibilidades
múltiplas de como atingi-lo.
Continua o autor (2009, p. 429) que, no caso dos conceitos jurídicos
indeterminados, vagos, imprecisos ou elásticos só haverá discricionariedade
administrativa se o conceito estiver em uma zona circundante, isto é, não há certeza
unívoca e inquestionável quanto a sua aplicação - zona de certeza positiva - ou, em
sentido contrário, se descabe totalmente a aplicação - zona de certeza negativa.
Por fim, sintetizando o raciocínio trabalhado, arremata Mello (2009, p.
430): A discricionariedade do ato só existe in concreto, ou seja, perante o quadro da
realidade fática com suas feições polifacéticas, pois foi em função disto que a lei se
compôs de maneira a obrigá-la.
Logo, toda vez que a Administração Pública desbordar da lei, dos fins a
que esta destinada e da moralidade, caberá àquele por ela lesionado ou ameaçado
socorrer-se por meio das vias judiciais para que seu direito seja tutelado, seja pelo
procedimento ordinário ou pelo especial, este através do rito próprio do mandado de
segurança.
O Estado-juiz, quando provocado, deverá fazer a análise da legalidade,
isto é, se o ato administrativo está em conformidade com a lei correspondente, e o
56
Apesar da ressalva, como já dito, tais atos não estão isentos de exame
pela via jurisdicional, razão pela qual devem ser estudadas as suas particularidades
no que concerne a possíveis irregularidades.
Primeiramente, convém destacar que a discricionariedade conferida pela
lei não pode confundir-se com arbitrariedade, conforme bem preleciona Mello (2009,
p. 426):
ao agir arbitrariamente o agente estará agredindo a ordem jurídica,
pois terá se comportado fora do que lhe permite a lei. Seu ato, em
consequência, é ilícito e por isso mesmo corrigível judicialmente . Ao
agir discricionariamente o agente estará, quando a lei lhe outorga tal
faculdade (que é simultaneamente um dever), cumprindo a
determinação normativa de ajuizar sobre o melhor meio de dar
satisfação ao interesse público por força da indeterminação legal
quanto ao comportamento adequado à satisfação do interesse
público no caso concreto.
CAPÍTULO II – DA PROPROCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE
colidir com outros princípios, sofrerá acréscimos e limitações destes, sem que um
retire totalmente os efeitos do outro.
Afirma, ainda, que a proporcionalidade não pode ser tida como uma regra,
haja vista que não “estabelece tal ou conteúdo relativamente à conduta humana ou à
aplicação de outras normas”, razão pela qual a classifica como um postulado
normativo aplicativo, isto é, o fenômeno da proporcionalidade resume-se a
65
evidente a inadequação, e esta não for, de qualquer outro modo, possível de ser
justificada.
Passado a exame de outro elemento, a necessidade será averiguada
conforme for possível, ou não, encontrar outro meio que seja igualmente adequado
só que restrinja direitos em menor intensidade.
Barroso (1999, p. 157) pontua que a necessidade também é chamada
pela doutrina e jurisprudência alemã como exigibilidade, haja vista que se trata se é
exigível ou não que o agente estatal tivesse adotado outra providência no lugar
daquela que ele escolheu, por razões dela restringir os direitos com menor
intensidade.
Assim sendo, ao fazer a comparação com a sub-regra da adequação,
Silva (2000, p. 16-19) assevera que “a diferença entre o exame de necessidade e o
da adequação é clara: o exame de necessidade é um exame imprescindivelmente
comparativo, enquanto que o da adequação é um exame absoluto.”
Quer-se dizer que, superada a primeira etapa, em que a única indagação
é se a medida promove o fim, deve ser feito o cotejamento deste ato com outros, a
fim de encontrar outros meios alternativos que sejam menos limitadores de direitos
do que o inicialmente verificado.
Pensando do ponto de vista de controle judiciário, Ávila (2005, p.122)
adverte que órgão julgador não deverá levar em consideração apenas
particularidades do ato, tal como quantidade, intensidade e probabilidade, mas sim
ele em seu conjunto. Afinal, tornaria inviável a própria atividade administrativa, uma
vez que as hipóteses de melhores meios são incomensuráveis, quando não
ilimitadas.
Por fim, caberá o exame da proporcionalidade em sentido estrito, que
consiste no sopesamento entre a intensidade da restrição imposta e a importância
da realização do fim.
Complementado, afirma Silva (2000, p. 19-20) que:
método o “juízo com referência a bens jurídicos ligados a fim, o segundo traduz um
juízo com referência à pessoa atingida”.
Em outra oportunidade, Ávila (2005, p. 109-11) elucida que a
proporcionalidade, além de suas sub-regras, exige uma relação de causalidade, o
que não acontece na razoabilidade, que deve apenas respeitar os deveres de
equidade, congruência e equivalência, explicitados no tópico 2.2, os quais se
aplicam pela ideia critério medida.
Entretanto, ressalta que, a depender da abordagem teórica, a
razoabilidade pode ser enquadrada dentro do conceito de proporcionalidade em
sentido estrito, caso este se referira a um amplo poder de ponderação de bens,
princípios e valores. Se a proporcionalidade em sentido estrito também envolver
aspectos de interesse subjetivo, poderá ser enquadrada como razoabilidade em sua
feição equitativa, haja vista que esta leva em conta a situação concreta apresentada.
É necessário registrar que, para esta primeira corrente, deve ser
privilegiado o uso do princípio da proporcionalidade, uma vez que suas bases estão
muito bem assentadas, facilitando-se tanto sua aplicação quanto seu posterior
controle.
Em sentido oposto, considerando que razoabilidade e proporcionalidade
são termos diferentes para uma única significação jurídica, Barroso (1999, p. 158)
afirma que a única diferença entre razoabilidade e proporcionalidade está na origem
de uma e outra. Gilmar Mendes (2014, p. 348) também perfilha este ponto de vista.
Para os autores que entendem que não há independência entre os
princípios aqui referidos, o que importa é o exame das sub-regras: adequação,
necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. Destarte, só aplicam a ideia de
proporcionalidade criada pelos tribunais alemães, na perspectiva do devido processo
legal substantivo.
73
CONCLUSÃO
os quais podem invocá-los para que, na via judicial, seja o ato administrativo
discricionário fiscalizado.
verdade, estes princípios são mais uma forma, dentre outras, de se reduzir o campo
oportunidade.
razoabilidade em verdade não podem ser consideradas como princípios, pois não se
de outros princípios. Todavia, é impossível deixar de chama-las como tais, haja vista
corrente doutrinária que entende que são autônomos e outro que os considera como
estrito), depender de uma relação de causalidade entre meio e fim e pelo fato de
princípios para decidir conforme sua consciência, pois, se assim agir, também estará
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 19. ed. São Paulo: Malheiros,
2006.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 27. ed. São
Paulo: ATLAS, 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27. Ed. São Paulo: Atlas,
2014.
GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 15. ed. São Paulo : Saraiva, 2010.
84
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. Ed. São Paulo: Malheiros,
2004.
MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 26. Ed. São Paulo:
Malheiros, 2009.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.