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Quimica:

No ano de 1869, Dimitri Mendeleev iniciou os estudos a respeito da organização da tabela


periódica através de um livro sobre os cerca de 60 elementos conhecidos na época, cujas propriedades
ele havia anotado em fichas separadas. Ao trabalhar com esses dados ele percebeu que organizando os
elementos em função da massa de seus átomos, determinadas propriedades se repetiam diversas vezes,
e com uma mesma proporção, portanto era uma variável periódica. Lembrando que periódico é tudo o que
se repete em intervalos de tempo bem definidos, como é o caso das estações do ano e das fases da lua,
por exemplo.

Ela foi criada com o intuito de organizar as informações já constatadas a fim de facilitar o acesso aos dados.
Quando foi proposta muitos elementos ainda não haviam sido descobertos, muito embora seu princípio seja
seguido até hoje com 118 elementos. Alguns outros modelos de tabela vêm sendo propostos, como por
exemplo a que apresenta forma de espiral proposta por Philip Stewart com base na natureza cíclica dos
elementos químicos, porém a mais utilizada ainda é a de Mendeleev.

Dimitri Ivanovich Mendeleev nasceu na Sibéria e era professor da Universidade de São Petersburgo quando
descobriu a lei periódica. O elemento de número atômico 101 da tabela periódica tem o nome em
homenagem a ele, o Mendelévio.

A tabela tem os elementos químicos dispostos em ordem crescente de número atômico e são divididos em
grupos (ou famílias) devido a características que são comuns entre eles. Cada elemento químico é
representado por um símbolo, por exemplo a prata é representada por Ag devido a seu nome no
latim argentum. Cada elemento possui ao lado de seu símbolo o número atômico e o número de massa.

Classificação dos elementos

 Metais: São bons condutores de calor e eletricidade. São sólidos nas CNTP (com exceção do
mercúrio), além de maleáveis e dúcteis.
 Não metais: São maus condutores de corrente elétrica e calor. Podem assumir qualquer estado
físico na temperatura ambiente.
 Gases nobres: Apresentam baixa reatividade, sendo até pouco tempo considerados inertes.

Os elementos podem ser classificados em representativos ou de transição (interna e externa). Os


representativos são aqueles cuja distribuição eletrônica termina em s ou p. Os elementos de transição
externa são aqueles cuja distribuição acaba em d, e os de transição interna acabam em f. A localização de
um elemento na tabela periódica pode ser indicada pelo seu grupo e seu período. Os elementos de transição
interna são os que se encontram nas duas linhas bem embaixo na tabela e na verdade é como se
estivessem localizados no no sexto e sétimo período do grupo três.

Cada linha no sentido horizontal da tabela periódica representa um período. Eles são em número de sete,
e o período em que o elemento se encontra indica o número de níveis que possui. Por exemplo o sódio (Na)
está no período três, o que significa que o seu átomo possui três camadas eletrônicas.

Já os grupos são as linhas verticais que apresentam elementos químicos que compartilham propriedades.
Por exemplo o flúor (F) e o cloro (Cl) estão no grupo 17 (ou 7A) por possuírem alta tendência de receber
elétrons, o que chamamos de eletronegatividade. Alguns grupos possuem nomes específicos como os
listados abaixo e os demais recebem o nome do primeiro elemento de seu grupo.

Grupo 1: Metais alcalinos: esses elementos são muito reativos principalmente com a água. Esta
reatividade aumenta conforme aumenta o número atômico e o raio do átomo. Todos os elementos desse
grupo são eletropositivos, metais bons condutores de eletricidade, e formam bases fortes. São sólidos a
temperatura ambiente, apresentam brilho metálico e quando expostos ao ar oxidam facilmente. São
utilizados na iluminação no caso das lâmpadas de sódio, na purificação de metais e na fabricação de sabões
sendo combinados com a gordura.

Grupo 2: Metais alcalino-terrosos: Possuem esse nome por serem geralmente encontrados na terra. São
bastante reativos, porém menos que os metais do grupo 1. Também são eletropositivos e são mais duros
e densos do que os metais alcalinos. São utilizados em ligas metálicas como é o caso por exemplo
do Berílio (Be), na composição do gesso e do mármore sendo o caso do cálcio (Ca) e em fogos de
artifício magnésio (Mg) e estrôncio (Sr).
Grupo 16 (ou 6A): Calcogênios: Os elementos desse grupo recebem esse nome derivado do grego que
significa “formadores de cobre”. Neste grupo pode-se perceber facilmente analisando todos os elementos
do grupo a presença de características metálicas e não metálicas. Os elementos mais importantes deste
grupo são o oxigênio (O) e o enxofre (S) sendo o primeiro o gás utilizado inclusive em nossa respiração e
o último é responsável inclusive pelo fenômeno da chuva ácida.

Grupo 17 (ou 7A): Halogênios: São os elementos mais eletronegativos da tabela periódica, ou seja,
possuem a tendência de receber elétrons em uma ligação. Podem se combinar com quase todos os
elementos da tabela periódica. O flúor por exemplo possui aplicação na higiene bucal.

Grupo 18 (ou 8A): Gases nobres: possuem essa intitulação devido a ser constatado antigamente que não
possuíam tendência alguma a formarem ligações. Isto ocorre devido à estabilidade de seus orbitais da
camada mais externa completamente preenchidos. Hoje alguns compostos conseguiram ser preparados
com estes elementos e incluem geralmente o Xenônio (Xe) que possui a primeira energia de ionização
muito próxima do oxigênio.

Propriedades Periódicas:A Tabela Periódica pode ser usada para relacionar as propriedades de seus
elementos com suas estruturas atômicas.

Os elementos se organizam de acordo com suas propriedades periódicas: à medida que o número
atômico aumenta, os elementos assumem valores crescentes ou decrescentes em cada período. As
principais propriedades periódicas são: Raio atômico, Energia de Ionização, Afinidade eletrônica e
Eletronegatividade.

Raio atômico

Essa propriedade se relaciona com o tamanho do átomo, e para comparar esta medida é preciso levar em
conta dois fatores:

- Quanto maior o número de níveis, maior será o tamanho do átomo;

- O átomo que apresenta maior número de prótons exerce uma maior atração sobre seus elétrons.

Energia de Ionização

Energia necessária para remover um ou mais elétrons de um átomo isolado no estado gasoso: quanto
maior o tamanho do átomo, menor será a energia de ionização. Em uma mesma família esta energia
aumenta de baixo para cima; Em um mesmo período a Energia de Ionização aumenta da esquerda para a
direita.

Afinidade eletrônica

É a energia liberada quando um átomo no estado gasoso (isolado) captura um elétron. Em uma família ou
período, quanto menor o raio, maior a afinidade eletrônica.

Eletronegatividade

Força de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação. Na tabela periódica a eletronegatividade
aumenta de baixo para cima e da esquerda para a direita.

Essa propriedade se relaciona com o raio atômico, sendo que, quanto menor o tamanho de um átomo,
maior será a força de atração sobre os elétrons.

Ligação Iônica: Ligação iônica é o nome dado a uma das três formas como os átomos podem interagir
entre si. As outras formas de interação entre átomos são a ligação covalente, que ocorre entre átomos de
ametais, hidrogênios, ou ametal e hidrogênio, e a ligação metálica, a qual acontece somente entre átomos
de um mesmo metal.
Os átomos dos elementos químicos que participam da ligação iônica devem apresentar, obrigatoriamente,
a natureza de ganhar ou perder elétrons, assim, a ligação iônica pode ocorrer entre:
 Um metal e um ametal;
 Um metal e o hidrogênio.
As fórmulas dos compostos formados a partir de ligação iônica sempre apresentam um padrão YX, em
que o Y sempre será o elemento metálico. Dessa forma, para identificar um composto iônico, basta verificar
se a fórmula inicia com um elemento metálico.
Princípio da ligação iônica
Para um melhor entendimento de como ocorre uma ligação iônica, vamos utilizar a substância iônica mais
conhecida entre nós, o cloreto de sódio (NaCl). Nesse composto iônico, estão os elementos:
 Sódio: elemento metálico, pois possui característica de perder elétron; pertencente à família IA, de número
atômico 11, com um elétron na camada de valência, como podemos observar na distribuição eletrônica
abaixo:

Distribuição eletrônica do elemento sódio


A perda de elétron ocorre com relação aos elétrons que estão na camada de valência, logo, o átomo de
sódio perde apenas um elétron. Com isso, ele passa a ter uma nova camada de valência, a segunda, que
contém oito elétrons (obedecendo, assim, a regra do octeto).

Nova camada de valência do elemento sódio


 Cloro: elemento ametálico, pois possui característica de ganhar elétron; pertencente à família VIIA, de
número atômico 17, com sete elétrons na camada de valência, como podemos observar na distribuição
eletrônica abaixo:

Distribuição eletrônica do elemento cloro


O ganho de elétron ocorre na camada de valência, dessa forma, o átomo de cloro ganha um elétron, pois
falta apenas um para atingir a regra do octeto. Com isso, ele passa a ter oito elétrons na sua camada de
valência.

Nova camada de valência do elemento cloro


Obs.: Assim, de uma forma geral, seguindo a regra do octeto, na ligação iônica, o metal, ao perder seus
elétrons na camada de valência, torna-se estável, pois passará a ter uma nova camada de valência com
dois (desde que seja no primeiro nível) ou oito elétrons. Com os ametais ou o hidrogênio não é diferente,
pois, ao ganhar elétrons, passarão a ter dois ou oito elétrons na camada de valência.
Construção das fórmulas químicas dos compostos formados por ligação iônica
Para construir a fórmula de uma substância formada a partir da ligação iônica, devemos obedecer o
seguinte padrão:

 Determinar a carga do cátion;

 Determinar a carga do ânion;

 Cruzar as cargas, de forma que a carga do cátion seja o índice atômico (número à direita da sigla) do
ânion, e vice-versa.
1º Exemplo: Fórmula com os elementos alumínio e bromo.
 Alumínio: é um metal, por isso, tem a tendência de perder elétron; da família IIIA, pois possui três elétrons
na camada de valência, logo, sua carga é +3;

 Bromo: é um ametal, por isso, tem a tendência de ganhar elétron; da família VIIA, pois possui sete elétrons
na camada de valência, logo, sua carga é -1;

 O número 3, referente à carga do alumínio, será o índice do bromo, e o número 1, referente à carga do
bromo, será o índice do alumínio.

Como a carga do alumínio é +3 e a do bromo é -1, assim, a fórmula do composto iônico será AlBr3.
2º Exemplo: Fórmula com os elementos magnésio e hidrogênio.
 Magnésio é um metal, por isso, tem a tendência de perder elétron; da família IIA, pois possui dois elétrons
na camada de valência, portanto, sua carga é +2;

 Hidrogênio: não é ametal, porém, quando próximo a um metal, apresenta a tendência de ganhar elétron;
não pertence a nenhuma família, pois possui um elétron na camada de valência. Assim, sua carga é -1;

 O número 2, referente à carga do magnésio, será o índice do hidrogênio, e o número 1, referente à carga
do hidrogênio, será o índice do magnésio.
Como a carga do magnésio é +2 e a do hidrogênio é -1, logo, a fórmula do composto iônico será MgH2.
Características dos compostos químicos formados por ligação iônica
De uma forma geral, os compostos iônicos, isto é, substâncias formadas mediante ligação iônica,
apresentam as seguintes características:

 São sólidos à temperatura ambiente;

 Seus átomos organizam-se de uma maneira a produzir um retículo cristalino (um cristal).
Obs.: Nos compostos iônicos, os átomos aglomeram-se de forma a ocupar os vértices de estruturas
cristalinas. No cloreto de sódio, por exemplo, um ânion cloreto (esfera roxa) interage ao mesmo tempo com
seis cátions sódio (esferas verdes):

 São solúveis em água;

 São capazes de realizar o fenômeno da dissociação (liberação de íons) quando sofrem fusão, ou seja,
quando passam do estado sólido para o estado líquido, ou quando estão dissolvidos em água;

 Apresentam elevados pontos de fusão e de ebulição;


 Possuem brilho;

 Conduzem corrente quando dissolvidos em água ou após sofrerem o processo de fusão.


Ligação covalente: Há diversas teorias de como os átomos se unem formando compostos químicos. As
primeiras foram apresentadas pelo cientista suíço Torbern Olof Bergman (1735-1784) e mais tarde pelo
químico francês Marcelin Berthellot (1827 – 1907), com base na força de atração gravitacional e das massas
dos átomos. Com os estudos de mecânica quântica verificou-se que existe uma tendência pela busca de
estabilidade segundo a teoria do octeto, por esse motivo, os elementos químicos combinam-se e realizam
as ligações químicas na busca pela estabilidade eletrônica.Linus Pauling, em 1920, leu um artigo de Gilbert
Newton Lewis, que falava sobre uma teoria chamada “Chemical bond”, que tratava sobre como
os elementos químicos se unem formando substâncias simples e compostas que se mantém estáveis por
milhares de anos. Com essa leitura, Pauling dedicou-se a investigar mais sobre as ligações químicas e o
que impedia o mundo de se desmanchar.

A ligação covalente é um tipo de ligação química onde os átomos compartilham os elétrons entre si, de
forma que ambos se tornam estáveis, e não há a transferência de elétron(s) de um átomo para o outro.
Geralmente a ligação covalente ocorre nos elementos químicos que possuem de 4 a 7 elétrons em
sua camada de valência, sendo mais comum ocorrer este tipo de ligação entre elementos não metálicos.
Há casos em que há a ligação covalente entre metais e entre metais e ametais, mas esse tipo de fenômeno
ocorre com menor frequência.Existem alguns tipos diferentes de ligações covalentes, que serão detalhadas
a seguir, utilizando-se a representação eletrônica de Lewis para facilitar o entendimento:

 Ligação covalente simples


 Ligação covalente dupla
 Ligação covalente tripla
 Ligação covalente coordenada ou dativa

Ligação covalente simples

Neste tipo de ligação covalente, os átomos “dividem” um elétron de cada elemento buscando a estabilidade
de ambos, de acordo com a regra do octeto. Na formação do gás cloro (Cl 2), há o compartilhamento de um
elétron de cada átomo de Cloro:

Ligação covalente dupla

Neste tipo de ligação covalente, os átomos “dividem” dois elétrons de cada elemento buscando a
estabilidade de ambos, de acordo com a regra do octeto. No caso da água (H 2O), há o compartilhamento
de um elétron de cada átomo de hidrogênio com os elétrons de apenas um átomo de oxigênio:

Ligação covalente tripla

Neste tipo de ligação covalente, os átomos “dividem” três elétrons de cada elemento buscando a
estabilidade de ambos, de acordo com a regra do octeto. No caso do gás nitrogênio (N 2), quando há a
formação da molécula do gás, há o compartilhamento de três elétrons de cada átomo de nitrogênioentre si:

Ligação covalente coordenada ou dativa

Neste tipo de ligação covalente, os átomos “dividem” os elétrons da camada de valência e, quando há pares
de elétrons disponíveis, é feito a “doação” destes elétrons com outro átomo, é o que ocorre com o dióxido
de enxofre (SO2), quando há a formação da molécula do gás, há o compartilhamento de dois elétrons de
oxigênio com um átomo de enxofre e há a doação de um par de elétrons do oxigênio para outro átomo de
enxofre:

As ligações metálicas são tipos de ligações químicas que ocorrem entre metais, as quais formam uma
estrutura cristalina chamadas de “ligas metálicas” (união de dois ou mais metais).

Propriedades dos Metais

Na tabela periódica, os metais são os elementos da Família I A, chamados de Metais Alcalinos (lítio,
sódio, potássio, rubídio, césio e frâncio) e os elementos da Família II A, os Metais Alcalino-Terrosos
(berílio, magnésio, cálcio, estrôncio, bário e rádio).
Além disso, no bloco B (grupo 3 ao 12), tem-se a categoria dos “Metais de Transição”, por exemplo, o
ouro, prata, cromo, ferro, manganês, níquel, cobre, zinco, platina, dentre outros.
Já os mais importantes elementos que compõem os “Metais Representativos”, são: alumínio, gálio, índio,
estanho, tálio, chumbo, bismuto.
Observe que os metais são encontrados na natureza no estado sólido (exceto o mercúrio encontrado no
estado líquido), possuem brilho característico bem como a facilidade de perderem elétrons.
Ademais, são considerados bons condutores elétricos e térmicos (calor), possuem densidade elevada,
alto ponto de fusão e ebulição, maleabilidade e ductibilidade.
Teoria da Nuvem Eletrônica
Também denominada de “Teoria do Mar de Elétrons”, a Teoria da Nuvem eletrônica determina o fluxo
de elétrons de modo que nas ligações metálicas ocorrem a liberação de elétrons, os quais formam cátions
(íons de carga positiva), os chamados “elétrons livres”.
Em outras palavras, os elétrons mais externos, uma vez que estão mais distantes do núcleo do átomo,
movimentam-se livremente formando uma “nuvem” ou um “mar” de elétrons
Esse modelo confere a propriedade de maleabilidade e ductibilidade dos metais uma vez que esses
elementos correspondem a um conglomerado de átomos neutros e cátions, imersos numa nuvem ou
“mar” de elétrons livres, formando, assim, as ligações metálicas as quais mantém os átomos unidos por
meio de um retículo cristalino.
Ligas Metálicas
A “Idade dos Metais”, última fase da pré-história, foi caracterizada pela descoberta e dominação dos
metais pelos homens, seja na confecção de artefatos, armas ou ferramentas.
Posteriormente, expandiu-se o conhecimento sobre as técnicas de fundição e, a partir disso, os metais
tornaram-se elementos essenciais na construção da humanidade.
Asligas metálicas, constituídas por dois ou mais tipos de metais, e formadas através das ligações
metálicas, são utilizadas na confecção de muito produtos. desde fios, lâmpadas, estruturas de carros,
bicicletas, viadutos, eletrodomésticos, dentre outros.

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