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16/12/2014 Folha de S.

Paulo ­ Demanda maior por água preocupa Sabesp ­ 22/03/2009

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São Paulo, domingo, 22 de março de 2009 

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conferir a correção na versão eletrônica da Folha de
S.Paulo.

Demanda maior por água preocupa
Sabesp
Estado deve inaugurar em 2010 reservatório de
Taiaçupeba, em Suzano, para ampliar a oferta de água
na Grande São Paulo

Principais causas apontadas pela queda na água
disponível são superexploração e degradação das
represas, causada pelo assoreamento

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL 

Em cinco anos, a capacidade de abastecimento de água na
Grande São Paulo caiu 5.100 litros por segundo, perda que
representa volume suficiente para abastecer 2,5 milhões de
pessoas por dia. Cada morador da Grande São Paulo
consumiu em 2008, em média, 62.780 litros de água tratada.
A conclusão é de um estudo realizado pela Fusp (Fundação
de Apoio à Universidade de São Paulo), que aponta
"iminência de colapso de abastecimento", levando em conta
ainda que a demanda, segundo a Secretaria Estadual de
Saneamento e Energia, vem subindo 500 litros por segundo
ao ano.
Entre 2002 e 2007, segundo o estudo, concluído em 2008, a
chamada disponibilidade hídrica ­que inclui água para
abastecimento público, industrial e irrigação­ caiu de 72,9
mil para 67,8 mil litros por segundo.
A condição é especialmente preocupante, conforme
avaliação da secretária Dilma Pena (Saneamento e Energia),
porque a Grande São Paulo, que já "importa" da bacia do rio
Piracicaba metade da água que utiliza, praticamente esgotou
seus próprios mananciais.
"Nossa disponibilidade está quase totalmente comprometida.
Os mananciais foram ou estão sendo todo aproveitados,
estão se esgotando", diz Dilma.
Para ampliar o sistema de abastecimento, deve ser
inaugurado em 2010 o sistema de Taiaçupeba, em Suzano,
que ampliará a oferta em mais 5.000 litros por segundo ­
suficiente só para recuperar as perdas acumuladas desde
2002.
Também está em estudo o aproveitamento do sistema São
Lourenço, na região de Juquitiba, com potencial para 4.700

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2203200902.htm 1/3
16/12/2014 Folha de S.Paulo ­ Demanda maior por água preocupa Sabesp ­ 22/03/2009

litros por segundo. Explorado esse sistema, acabam as
opções.
As causas apontadas pela queda na água disponível vão
desde a superexploração à degradação das represas, causada
principalmente pelo assoreamento.
Cada habitante da Grande SP tem até 201 mil litros de água
por ano, menos de um décimo dos 2,5 milhões de litros
usados como referência pela Organização Mundial da Saúde
para regiões autossustentáveis. O Ceará tem 2,2 milhões de
litros por ano, a Paraíba, 1,3 milhão de litros por ano e o Rio
de Janeiro, 2,18 milhões de litros por ano.
Embora haja hoje um relativo equilíbrio entre oferta e
demanda, trata­se de uma equação frágil, pois uma seca
prolongada levará à falta de água, avalia o superintendente
de produção da Região Metropolitana da Sabesp, Hélio
Castro.
"É bastante preocupante a situação por causa da baixa
disponibilidade. Já trazemos de outra bacia [do Piracicaba]
50% da água. Não tem jeito, dois anos de seca já afetariam
[o abastecimento]", diz Castro.
Para ele, caso não haja problemas, o sistema atual deve
suportar até dez anos. "Mas até lá teremos disputa pela água
com outras regiões. Teremos percalços políticos a enfrentar",
diz o superintendente.
Castro fala em política porque já em 2014 a Grande SP terá
pela frente uma disputa com a região de Campinas pela água
que é importada da bacia do Piracicaba, pois a outorga
(espécie de acordo que divide a água do Piracicaba) será
renovada e a região de Campinas já convive com escassez
que afeta seu crescimento econômico.
"Já tivemos indústrias que vieram sondar, mas as grandes
consumidoras de água têm problemas para se instalar aqui",
diz Dalto Fávero Brochi, secretário­executivo do consórcio
de cidades da bacia do Piracicaba.
O Estado atua em três frentes para adiar o possível "colapso"
alertado pela Fusp: combater perdas por vazamentos na rede
e outras causas ­que caíram de 30,1% (1999) para 28,5%
(2008)­, incentivar a economia e buscar novas fontes a até
300 km de distância.
A Secretaria de Saneamento e Energia contratou a empresa
Cobrape, por R$ 3 milhões, para avaliar a possibilidade de
captar água do Vale do Ribeira, das represas de Jurumirim
(rio Paranapanema) e Barra Bonita (Tietê) e do aquífero
Guarani, a maior reserva subterrânea do planeta, a partir de
Botucatu.
A ambientalista Marussia Whately, coordenadora do
programa de mananciais do ISA (Instituto Socioambiental),
defende que, antes de qualquer nova obra, a Sabesp combata
as perdas na rede de distribuição.
Das perdas, de acordo com a Sabesp, 63% referem­se aos
vazamentos, enquanto o restante é de submedição e fraudes.
"Esses 28,5% [da perda total] dariam para abastecer cerca de
5 milhões de pessoas. Combater isso já adiaria o problema
por vários anos", diz Marussia.

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de água em SP
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